Mostrando postagens com marcador 01/12. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 01/12. Mostrar todas as postagens

Severiano Ribeiro

LUIZ SEVERIANO RIBEIRO FILHO
(88 anos)
Empresário

☼ Baturité, CE (03/06/1886)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/12/1974)

Luiz Severiano Ribeiro Filho, mais conhecido por Severiano Ribeiro, foi um empresário nascido em Baturité, CE, no dia 03/06/1886. Foi o fundador do Grupo Severiano Ribeiro, uma empresa brasileira que atua no ramo de exibição cinematográfica, com sede na cidade do Rio de Janeiro. É a maior rede de cinema de capital exclusivamente nacional, por número de salas e complexos e uma das mais antigas em atividade ininterrupta, tendo completado um século de existência em 2017.

Filho do médico Luiz Severiano Ribeiro e Maria Felícia Caracas, teve duas irmãs: Alice e Maria.

Aos 10 anos foi estudar no Seminário Episcopal de Fortaleza (Seminário da Prainha) na Praia Formosa. Apesar de ser religioso, não tinha vocação para o sacerdócio e fugiu do Seminário.

Aos 18 anos foi embarcado para o Rio de Janeiro e matriculado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Decepcionado com a medicina diante da morte da mãe, Severiano Ribeiro abandonou os estudos e logo voltou e estabeleceu-se no Ceará.

Com a morte do pai em 1916, ele excluiu "Filho" de seu nome.

Com uma vocação comercial incontestável, Luiz Severiano Ribeiro antes de entrar no mercado de cinema, teve uma livraria, um empório em Fortaleza e outro em Recife, além de hotéis, cafés e outros empreendimentos.

À frente de seu tempo, em 1914, Severiano Ribeiro decidiu criar uma nova empresa nos moldes de uma holding, a fim de centralizar a administração de todos os seus negócios.

Seu primeiro contato com a projeção de imagens aconteceu no Circo Pery, quando ainda era jovem.

A partir de 1908, quando foi inaugurado o primeiro cinema fixo de Fortaleza, o Cinematographo Art-Nouveau, do italiano Victor Di Maio, passou a acompanhar o ramo de exibição de filmes.

Um ano após promover grande reforma no Cinematographo Art-Nouveau, sufocado pela forte concorrência, Victor Di Maio deixou o Ceará. Severiano Ribeiro arrendou o local, realizando projeções diárias em horários sincronizados com o Café Riche. Logo em seguida, decidiu fechar o café e abrir no local um cinema com o mesmo nome. O Cine Riche, uma sociedade com o também empresário Alfredo Salgado, foi inaugurado em dezembro de 1915.

Luiz Severiano Ribeiro não considerou o Cine Riche como seu primeiro cinema. A terrível seca daquele ano, aliado à concorrência acirrada e à oferta precária de filmes deixou o mercado em uma situação difícil. O empresário foi em busca de uma solução e apresentou uma estratégia que considerava a melhor para aquecer o capital de giro das empresas: Arrendar os cinemas pelo período mínimo de cinco anos, pagando uma renda fixa aos proprietários, mas com a condição dos demais exibidores não abrirem outro cinema em Fortaleza ou imediações.

Década de 20

Luiz Severiano Ribeiro se estabeleceu no Rio de Janeiro alugando um palacete de três andares para a sua família. À frente de seu tempo, associou-se à americana Metro-Goldwyn-Mayer, fechando a primeira Joint Venture da história do grupo. No acordo, a companhia ficou responsável pelas reformas das casas e pelo fornecimento de filmes, enquanto a empresa brasileira ficava a cargo do arrendamento e administração dos cinemas. A parceria durou quatro anos e foi desfeita em comum acordo.

Na década de 20 é inaugurado o Cine Odeon, no Centro do Rio de Janeiro e o Cine Palácio, na Cinelândia, Rio de Janeiro, torna-se o primeiro cinema carioca a exibir um filme sonoro.

Severiano Ribeiro, junto a outros exibidores cariocas, funda o Sindicato Cinematográfico dos Exibidores e é eleito presidente.

Foi inaugurado na Praça Duque de Caxias, hoje Largo do Machado, o Cinema São Luiz. Com capacidade para 1.794 espectadores, a sua abertura marcou a história da cidade. A sala foi a primeira a exibir lançamentos fora do centro do Rio de Janeiro, desenhando um novo cenário na geografia do mercado de exibição. Localizado próximo ao Palácio do Catete, residência oficial do então presidente Getúlio Vargas, o cinema foi decorado com todos os requintes a que se tinha direito, misturando a imponência do mármore aos cristais e espelhos tão em voga na época. Já a sala de projeção foi inspirada na do Radio City, de New York. O empreendimento consumiu todas as economias de Luiz Severiano Ribeiro, que investiu pesado para erguer um dos mais bonitos palácios cinematográficos do Rio de Janeiro.

Em 03/09/1938, "Bloqueio" (1938), com Henry Fonda, mostra pela primeira vez aos cariocas o que o Cine Roxy oferecia. A sala permitia, além da exibição de filmes, a apresentação de espetáculos de variedades. O palco do Cine Roxy possuía duas escadas laterais e um fosso destinado às orquestras.

Na década de 40, o Cine Rex, em Fortaleza, é reaberto como uma empresa de Luiz Severiano. O filme "O Sabotador" (1942), de Alfred Hitchcock, leva o público ao delírio. Os frequentadores do local eram chamados de Geração Rex.

Três gerações da família Severiano Ribeiro.
O ator José Lewgoy passou por um momento inesquecível no Cine São Luiz, Rio de Janeiro, no lançamento de "Carnaval de Fogo". Desconhecido até então, o ator entrou tranquilamente para assistir ao filme, mas na saída, teve que ser escoltado pela polícia. Os fãs alvoroçados, mais de mil pessoas, queriam um autógrafo a todo custo.

Na década de 50, o Cine Palácio foi cenário de mais uma evolução da indústria cinematográfica. Nesta década, lançava com exclusividade no Brasil o Cinemascope, com o filme "O Manto Sagrado" (1953).

Na década de 50 são inaugurados o Cine São Luiz de Recife, Cine São Luiz de Fortaleza - a obra demorou 20 anos para ser finalizada - e Leblon, Rio de Janeiro. O cine Cine São Luiz de Fortaleza foi uma homenagem pessoal de Severiano Ribeiro para a cidade. No de Recife, o destaque foi um mural do renomado artista Lula Cardoso Ayres no saguão do local.

Ainda na década de 50 acontece a segunda Joint Venture na trajetória da empresa. A parceria com a 20th Century Fox era para operar dois cinemas: Cine Palácio, no Rio de Janeiro, e Cine Marrocos, em São Paulo, em sociedade com Lucídio Seravolo.

Em 04/04/1955, o famoso Cine Majestic sofreu um incêndio que destruiu parcialmente sua estrutura.

O roqueiro Bill Halley levou a platéia do Cinema Rian, no Rio de Janeiro, ao delírio na apresentação do filme "No Balanço das Horas (Rock Around The Clock)". O público assistiu a produção, dançando o rock'n roll e transformando o cinema em uma pista de dança.

JK e Severiano Ribeiro
Na década de 60, o Cine Roxy mostrou para seus frequentadores a tela em curva do Cinerama. No Cine São Luiz, do Rio de Janeiro, na avant premiére do "O Pagador de Promessas" (1962), vencedor do Festival de Cannes, a platéia ficou emocionada com a chegada do diretor Anselmo Duarte, o elenco do filme, juntos com o produtor Osvaldo Massaini, que carregava a Palma de Ouro. Eles foram recebidos ao som de mais de mil vozes cantando o hino nacional.

O Cine Majestic, no Ceará, primeiro do grupo, é destruído por um incêndio. Nas primeiras horas de 01/01/1968, uma ponta de cigarro aceso ocasionou um grande sinistro.  O incêndio iniciou às 2h00 da manhã, com suas chamas apagadas totalmente 5h30, ruindo o teto e perda total.

Na década de 70, dois cinemas de rua no Rio de Janeiro passam por reformas e são divididos em duas salas de projeção: Cine Leblon e Cine Palácio.

Na década de 80, com as obras de construção do metrô no Rio de Janeiro, o Cine São Luiz acabou sendo fechado e demolido. Logo no ano seguinte, começou a ser construído o Edifício São Luiz e o cinema foi reaberto.

Ainda na década de 80 começou a migração dos cinemas de rua para dentro dos shoppings centers. Nesta década é criada a terceira Joint Venture: a Paris-Severiano Ribeiro, com o lançamento do primeiro multiplex brasileiro, com oito salas no Park Shopping, de Brasília.

Na década de 90, o Cine Roxy, no Rio de Janeiro, passa por uma reforma e reabre com três salas de exibição. O Grupo Severiano Ribeiro e a United Cinemas International fecham uma parceria e inauguram os cinemas Recife Shopping (10 salas) e o Shoppping Tacaruna (8 salas), formando a quarta Joint Venture.

Anos 2000

O Cine São Luiz, no Rio de Janeiro, passa por uma reforma e reabre em janeiro do ano seguinte completamente remodelado: Com mais duas salas, totalizando quatro, o Café São Luiz, novas bilheterias e bomboniéres.

O grupo estreou em São Paulo com uma nova marca, que passou a dar nome aos seus cinemas equipados com tecnologia de última geração. Lançamento da marca Kinoplex no Shopping Parque Dom Pedro, em Campinas, em um complexo com 15 salas de projeção. Em seguida, o Grupo Severiano Ribeiro abriu seu primeiro empreendimento na capital, o Kinoplex Itaim. Inaugurou também o Kinoplex Praia da Costa, em Vila Velha, Espírito Santo, e o cinema no Shopping Iguatemi, de Fortaleza, em parceria com a United Cinemas International.

Em 2006, a marca Kinoplex estreou no Rio de Janeiro: Em julho abriu o Kinoplex Nova América, na Zona Norte, e em dezembro, o Kinoplex Leblon, na Zona Sul da cidade. No início deste ano, o Grupo Severiano Ribeiro abriu UCI Kinoplex, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O cinema é equipado com a tecnologia 3D.

Morte

Luiz Severiano Ribeiro faleceu no domingo, 01/12/1974, aos 88 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de uma parada cardiorrespiratória.

Colé Santana

PETRÔNIO ROSA SANTANA
(82 anos)
Ator, Produtor, Diretor, Humorista e Artista Circense

☼ Cruzeiro, SP (01/12/1919)
┼ Rio de Janeiro, RJ (29/08/2000)

Petrônio Rosa Santana, mais conhecido por Colé Santana, foi um ator, produtor, diretor teatral, humorista e artista circense brasileiro nascido em Cruzeiro, SP, no dia 01/12/1919.

De família circense, Colé Santana se destacou como ator cômico no teatro de revista dos anos 40 e 50.

Estreou no circo aos 12 anos, como ajudante de palhaço, com a função de distrair a platéia enquanto os cenários eram trocados: sua falta de graça lhe rendeu o apelido de Picolé. No picadeiro, trabalhou também como acrobata e adestrador de elefantes.

Estreou no teatro no fim dos anos 30, na Companhia Típica Brasil, na qual ficou até 1940, quando entrou para a Companhia de Carambola e assumiu o pseudônimo de Santana Júnior.

Em 1941 assinou contrato com Jardel Jércolis e estreou em sua companhia na revista "Filhas de Eva", de Jardel Jércolis e Custódio Mesquita. Nesse conjunto, viajou pelo Brasil e adotou o nome artístico de Colé. Ao voltar para o Rio de Janeiro, em 1942, teve seu primeiro sucesso cômico na revista "Hoje Tem Marmelada", de Jardel Jércolis e Luiz Peixoto.

No Teatro de Revista o ator se consagrou com o tipo malandro e mulherengo que o levou para o rádio e o cinema. Em seguida foi contratado pelo empresário Chianca de Garcia e atuou ao lado de Dercy Gonçalves, Grande Otelo e Virgínia Lane em espetáculos como "O Rei do Samba" (1947), de Chianca de Garcia e Joaquim Maia, e "Um Milhão de Mulheres", de J. Maia e Humberto Cunha, que foi reencenado durante três anos, ambos com direção de Olavo de Barros.

Na década de 50, orientado por Procópio Ferreira, montou companhia própria. Um de seus maiores êxitos, sempre no gênero da revista, é "Gente Bem e Champanhota" (1955), de J. Rui, Humberto Cunha e Colé, sátira ligeira à elite social da época.

Nos anos 60 e 70, Colé Santana voltou sua carreira para a televisão, onde participou de programas humorísticos.

Colé Santana tem representativa participação em cinema, tendo atuado em "O Cortiço" (1945), adaptação de Luiz de Barros para o romance de Aluísio de Azevedo, a primeira chanchada "Segura Esta Mulher" (1946), direção de Watson Macedo, "Estou Aí" (1948), direção de Cajado Filho, "O Falso Detetive" (1951), direção de Cajado Filho, "Mulher de Verdade" (1954), direção de Alberto Cavalcanti, "O Gigante da América" (1978), de Júlio Bressane, "Tabu" (1983), em que faz o papel de Oswald de Andrade, "Brás Cubas" (1985), "Lili, a Estrela do Crime" (1988), direção de Lui Farias, "Escorpião Escarlate" (1991), direção de Ivan Cardoso.

Colé Santana era tio de Dedé Santana.

Colé Santana faleceu no dia 29/08/2000, no Rio de Janeiro, RJ, aos 82 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos.

Crodowaldo Pavan

CRODOWALDO PAVAN
(89 anos)
Biólogo e Geneticista

* Campinas, SP (01/12/1919)
+ São Paulo, SP (03/04/2009)

Foi um biólogo e geneticista brasileiro. Foi presidente do CNPq de 1986 a 1990. Foi professor-emérito da Universidade de São Paulo. Em 1978 foi indicado para a Pontifícia Academia das Ciências.

Seu bisavô era um especialista em tintura têxtil e militante anarquista, que foi muitas vezes perseguido e preso na Itália, assim como no Brasil. Quando menino, influenciado pela fábrica de porcelana de seu pai em Mogi das Cruzes, ele pretendia seguir a carreira de engenheiro, mas mudou de idéia quando teve a oportunidade na escola secundária de assistir a uma palestra do médico e professor francês, André Dreyfus.

Após aconselhamento de Dreyfus em 1938, ele se matriculou no curso de história natural da Universidade de São Paulo, e trabalhou na investigação biológica sob a tutela de Dreyfus. Sua tese de doutorado sobre o bagre-cego Typhlobagrus kronci foi concluída na mesma instituição. Em 1942, ele aceitou a posição de professor assistente na Universidade de São Paulo, e rapidamente se tornou professor titular, uma posição que ocupou até sua aposentadoria em 1978.

Em 1942, Pavan se envolveu no projeto pioneiro pesquisa sobre a genética, taxonomia e ecologia de Drosophila, a mosca das frutas, financiado pela Fundação Rockefeller sob a direção do biólogo russo-americano Theodosius Dobzhansky. Este assunto se tornou o interesse de sua vida e da fonte do seu reconhecimento internacional. Em particular o Dr. Pavan introduziu na biologia o estudo da citogenética de Rhynchosciara americana, uma mosca conhecida por seus cromossomos gigantes, facilitando assim a determinação de locus gênicos. Ele e seus colaboradores estavam entre os primeiros a provar que a estrutura dos genes e dos cromossomos não era fixa e podia ser alterado por infecções.

Em 1966, o Dr. Pavan aceitou um convite do Laboratório Nacional de Oak Ridge, EUA, para criar um laboratório de genética celular. Em 1968, ele aceitou um convite para se tornar professor na Universidade do Texas em Austin, EUA. Retornou ao Brasil em 1975, e, depois de se aposentar oficialmente de seu cargo na Universidade de São Paulo, ele aceitou a posição de professor titular na recém fundada Universidade Estadual de Campinas, trabalhando como diretor do Instituto de Biologia, até sua segunda aposentadoria. Ele foi professor emérito em ambas as universidades.

Como líder científico, o Dr. Pavan foi muito influente e se tornou um dos principais envolvidos no desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil, na segunda metade do século 20. Ele foi presidente do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) de 1986 a 1990, e presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência de 1980 a 1986.

Dr. Pavan foi membro de várias sociedades científicas internacionais, tais como a Academia de Ciências do Terceiro Mundo, a Academia das Ciências de Lisboa, a Sociedade Real de Fisiografia de Lund e a Academia de Ciências do Chile. Recebeu condecorações, medalhas e prêmios de vários países. Ele foi um dos poucos brasileiros a se tornar membro da Pontifícia Academia das Ciências. Ele também era membro da Academia Brasileira de Ciências, um dos fundadores da Academia das Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP), da Academia de Medicina de São Paulo, da Academia de Educação de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Genética, bem como um dos seus presidentes.

Durante a parte final da sua vida Dr. Pavan vivia em São Paulo, e esteve envolvido em várias atividades relacionadas com a compreensão pública da ciência. Ele foi um dos fundadores e diretores da Associação Brasileira de Divulgação Científica, e ainda era ativo na investigação sobre controle biológico de pragas agrícolas.

Seu último livro publicado é História Viva, organizado em parceria com Glória Kreinz, estando entre as 11 obras da Coleção Divulgação Científica do Núcleo José Reis.

Crodowaldo Pavan morreu de Falência Múltipla dos Órgãos, no hospital Universitário (HU), da USP.

Fonte: Wikipédia