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Lili Carabina

DJANIRA RAMOS SUZANO
(56 anos)
Bandoleira, Assaltante, Assassina e Traficante

☼ Rio de Janeiro, RJ (1944)
┼ Rio de Janeiro, RJ (05/04/2000)

Djanira Ramos Suzano, conhecida pelo pseudônimo de Lili Carabina, Djanira Metralha ou Djanira da Metralhadora, foi uma bandoleira, assaltante, assassina e traficante nascida no Rio de Janeiro, RJ, em 1944.

Infamemente notória nos anos 1970 e 1980 por participar de uma quadrilha que usava fantasias em suas ações criminosas. Djanira, particularmente, usava uma peruca loira, maquiagem pesada, óculos escuros e roupas justas para seduzir os guardas de segurança das agências enquanto seus comparsas entravam para executar o roubo.

Djanira ganhou o apelido de seus próprios cúmplices, apesar de utilizar sempre pistola 9mm, e não carabina, durante os assaltos.

Em uma entrevista a Revista Veja disse ter sido uma Roceira de Minas. Casou-se por imposição dos pais, mas apaixonou-se por um traficante e fugiu com ele, tendo os primeiros dois filhos.

Teria entrado no crime aos 20 anos, quando seu companheiro foi assassinado e ela, em vingança, matou os dois responsáveis.

Em 1975, passou a ser assaltante de bancos.

Presa no final dos anos 80, e condenada, ao todo, a mais de 100 anos de reclusão, chegou a fugir seis vezes da cadeia.

Em 1988, ainda foragida, foi baleada na cabeça ao tentar furar uma blitz, portando armas e drogas, e passou 33 dias em coma. Uma das balas ficou alojada em sua cabeça, não foi retirada, e parte do lado esquerdo de seu corpo ficou paralisada, obrigando-a a usar muletas.

Ao se recuperar, Djanira voltou para a Penitenciária Feminina Talavera Bruce, no Rio de Janeiro, onde tornou-se evangélica. Deveria cumprir pena até o ano 2019, mas foi beneficiada pelo indulto de natal de 1999, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso por ter diabete aguda.

Sua vida foi objeto de duas biografias escritas por Aguinaldo Silva (antes de ser autor de novelas, tinha sido repórter de polícia), "Lili Carabina - Retrato de Uma Obsessão" e "A História de Lili Carabina". Estes livros foram adaptados para o cinema no filme "Lili, a Estrela do Crime", de 1989, com Betty Faria no papel-título.

Apesar da saúde debilitada (sofria de diabetes e colesterol alto) e de andar sempre apoiada em muletas, Dejanir fazia questao de manter a vaidade da juventude tingindo os cabelos.

Os vários anos na prisao também lhe renderam o respeito das presidiárias, as quais Lili Carabina fazia questão de dar conselhos sobre a vida no mundo crime: "Dinheiro de roubo vem fácil e vai embora rápido!", dizia.

Lili Carabina tinha uma filha, Dejane, e dois netos. Teve mais dois filhos. O primeiro, 33 anos, morreu ao bater com a moto num ônibus. O caçula, traficante, foi assassinado, aos 19, com mais de 40 tiros.

Lili Carabina Nunca Existiu

Em 2017, com a estreia de uma peça de teatro sobre a vida de Lili CarabinaAguinaldo Silva publicou textos e deu declarações afirmando que Lili Carabina nunca existiu, foi apenas uma personagem criada por ele com base nas histórias policiais que ele cobria nos seus tempos de jornalista.

No entanto, diversos textos jornalísticos afirmam que Lili Carabina é realmente Djanira Ramos Suzano, criminosa cuja ficha policial é marcada por seis fugas de cadeias, condenações por homicídios, assaltos, latrocínio, tráfico, direção perigosa, porte de armas e falsidade ideológica.

Em matéria publicada na Folha, por exemplo, é possível encontrar um depoimento no qual Djanira relata as táticas que usava para executar seus assaltos a bancos, joalherias e casas lotéricas e ressalta como suas roupas extravagantes e seu poder de sedução eram essenciais no modo como executava suas ações:
"Eu entrava sempre na frente, porque quem fica para trás corre mais risco. Eu procurava prender o guarda ou o gerente, puxava conversa, jogava um charme. Eles me achavam bonita e eu ia enganando o cara, até ter chance de abrir a bolsa e puxar a arma. O nome Djanira foi a polícia que botou. Meu nome é Djanir. Depois acharam que eu tinha uma metralhadora, mas usava uma pistola 9 milímetros adaptada, com cano que dava para tirar, para caber na bolsa. Como eu usava dois pentes de bala, acharam que eu tinha uma metralhadora. Aí chamavam de loura da metralhadora, mulata pistoleira, mudava muito!"
(Djanira Ramos Suzano)

Embora não usasse uma carabina ou uma metralhadora, tal qual sugeriam a alcunha com a qual tornou-se célebre, Djanira sabia manejar muito bem sua pistola 9 mm e fazia também da sedução uma importante arma para executar seus crimes e colocar em prática os seus planos de fuga.

Morte

Djanira Ramos Suzano faleceu na manhã de quarta-feira, 05/04/2000, aos 56 anos, vítima de infarto, no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, RJ.

Lili Carabina foi sepultada na tarde de quinta-feira, 06/04/2000,no Cemitério de Campo Grande.

#FamososQuePartiram #LiliCarabina

Gervásio Baptista

GERVÁSIO BAPTISTA
(95 anos)
Fotojornalista

Salvador, BA (19/06/1923)
Brasília, DF (05/04/2019)

Gervásio Baptista foi um fotógrafo nascido em Salvador, BA, no dia 19/06/1923. Registrou alguns dos mais importantes episódios da história brasileira e mundial.

Gervásio Baptista era o fotógrafo mais longevo da imprensa brasileira, em atividade profissional há mais de 70 anos, tendo passado pelas lentes de suas máquinas as personalidades mais importantes da política, da administração pública e privada, da sociedade, do esporte, da indústria, comércio e agricultura. Enfim, as figuras de mais destaque em todas as atividades.

Gervásio Baptista começou sua vida profissional aos 12 anos, fotografando como assistente para o jornal O Estado da Bahia.

Nos anos 50, transferiu-se para o Rio de Janeiro, a convite de Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados, com quem travara contato um ano antes durante visita de Assis Chateaubriand à Feira de Santana, para trabalhar em O Cruzeiro.


Com a criação da revista Manchete, da editora Bloch, participou desde a primeira edição até a derradeira. Foi na revista Manchete que lá que Gervásio Baptista registrou, semana a semana, a construção de Brasília. É de sua autoria a conhecida foto de Juscelino Kubitschek acenando com a cartola para o povo, que estampou a capa da Manchete sobre a inauguração de Brasília e tomou o mundo. Gervásio Baptista afirmava: "Essa é uma das fotos que eu considero mais interessantes na minha carreira". Suas fotos do enterro de Getúlio Vargas, em São Borja, Rio Grande do Sul, também geraram um número especial da revista.

Em seguida foi trabalhar no Palácio do Planalto e foi amigo dos presidentes Juscelino Kubitschek, João GoulartTancredo Neves e Tancredo Neves, de quem sempre foi amigo.

Gervásio Baptista fotografou a história política da República desde Getúlio Vargas aos dias atuais.

Como fotógrafo oficial dos concursos Miss Brasil e Miss Universo, Gervásio Baptista viajou o mundo para retratar a beleza da mulher brasileira no período áureo desses eventos. Fotografou John Kennedy, Richard Nixon, Charles de GaulleFidel Castro, Che Guevara e fez um registro diferenciado da Revolução Cubana. Também deu sua leitura sobre a Revolução dos Cravos, em Portugal. Acompanhou e registrou a queda do presidente argentino Juan Domingo Perón e esteve em Saigon, para registrar a Guerra do Vietnã. Também cobriu sete Copas do Mundo.


Durante a ditadura, teve várias passagens pela prisão, mas por não ter engajamento político. Ele sempre foi libertado rapidamente e sem maiores conseqüências. Em tais ocasiões dividiu cela com o ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes e o advogado e ativista político Francisco Julião, fundador da Liga Camponesa, entre outros.

Fotógrafo oficial de Tancredo Neves, fez, com exclusividade, a última foto do presidente, acompanhado da equipe médica do Hospital de Base do Distrito Federal.

Discípulo de Henri Cartier-Bresson, a quem conheceu pessoalmente. Mesmo depois dos 90 anos, Gervásio Baptista continuou atuante, contratado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e prestando serviços ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Gervásio Baptista foi citado como decano do fotojornalismo pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

O Supremo Tribunal Federal (STF) homenageou Gervásio Baptista por 50 anos de dedicação ao fotojornalismo. A mostra, denominada "50 Anos de Fotografia" ocupou o Hall dos Bustos do Supremo Tribunal Federal de 12/03/2008 até 18/04/2008.


Na exposição inaugurada pela presidente da instituição e com a presença da quase totalidade dos ministros da Corte, foram afixadas 45 obras do profissional que tinha a credencial de imprensa número 001 do Palácio do Planalto e era um dos mais respeitados fotógrafos brasileiros.

Além das fotos, foi afixado um texto de autoria de José Sarney em homenagem à exposição:
"Moço com seus 84 anos, armado sempre de máquina e de seu sorriso, trabalhando agora entre os ministros e os grandes advogados, Gervásio é um ícone e exemplo na história da imprensa brasileira"
O ministro Carlos Ayres Britto, presente na exposição, fez questão de manifestar:
"Não estamos homenageando Gervásio, ele é que está nos homenageando. Eu, particularmente, quero muito bem a ele. Tenho uma enorme admiração por Gervásio, esse artista da câmera"

A presidente, ministra Ellen Gracie, ao dar por inaugurada a exposição, teceu largos elogios ao fotógrafo, que ela pessoalmente disse ser sua admiradora e amiga, cumprimentando-o com efusão e carinho.

Gervásio Baptista disse que o maior prêmio que ganhou na profissão foi o convite feito pela presidente do STF, ministra Ellen Gracie, e pelo ministro Cezar Peluso de expor suas fotografias.
"O maior prêmio que eu podia receber de fotografia foi a ministra Ellen apoiar a sugestão que deram, e eu fico feliz com isso, porque se trata de presidente do Supremo Tribunal Federal do País"
Até 2015, Gervásio Baptista atuou no Supremo Tribunal Federal (STF), contratado pela empresa Partners Comunicação Integrada.

Morte

Gervásio Baptista faleceu às 8h00 de sexta-feira, 05/04/2019, aos 95 anos,  em Brasília, DF.

A família aguarda a chegada da filha de Gervásio Baptista, Selma Baptista, que estava em Madri, para só assim definir detalhes sobre o velório. A cerimônia deve ocorrer em Brasília, no Cemitério Campo da Esperança. Em seguida, o corpo será cremado e as cinzas serão levadas ao Rio de Janeiro para serem espalhadas na Baía de Guanabara.
"Ele manifestou em vida que fizéssemos os mesmos procedimentos que fizemos com minha mãe. A ficha ainda não caiu. Mesmo que eu já viesse me preparando há tanto, tanto tempo. Ouvia ele dizer que já estava cansado, que queria muito partir. A gente acha que está preparado, mas, quando a coisa acontece, a gente vê que não estava!"
(Júlio Baptista, filho de Gervásio Baptista)

#famososquepartiram #gervasiobaptista

Donga

ERNESTO JOAQUIM MARIA DOS SANTOS
(84 anos)
Compositor e Violonista

* Rio de Janeiro, RJ (05/04/1890)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/08/1974)

Filho de Pedro Joaquim Maria e Amélia Silvana de Araújo, Donga teve oito irmãos. O pai era pedreiro e tocava Bombardino nas horas vagas. A mãe era a famosa Tia Amélia do grupo das baianas Cidade Nova e gostava de cantar modinhas e promovia inúmeras festas e grandes reuniões de samba.

Participava das rodas de música na casa da lendária Tia Ciata, ao lado de João da Baiana, Pixinguinha e outros. Grande fã de Mário Cavaquinho, começou a tocar este instrumento de ouvido, aos 14 anos de idade. Pouco depois aprendeu a tocar violão, estudando com o grande Quincas Laranjeiras. Em 1917 consagrou a gravação de Pelo Telefone, considerado o primeiro samba gravado na história.

Organizou com Pixinguinha a Orquestra Típica Donga-Pixinguinha. Em 1919, ao lado de Pixinguinha e outros seis músicos, integrou, como violonista, o grupo Oito Batutas, que excursionou pela Europa em 1922.

Em 1926 integrou a banda Carlito Jazz. Em 1940 Donga gravou nove composições (entre sambas, toadas, macumbas e lundus) do disco Native Brazilian Music, organizado por dois maestros: o norte-americano Leopold Stokowski e o brasileiro Villa-Lobos, lançado nos Estados Unidos pela Columbia.

No final dos anos 50 voltou a se apresentar com o grupo Velha Guarda, em shows organizados por Almirante. Enviuvou em 1951, casou-se novamente em 1953 e foi morar no bairro de Aldeia Campista, para onde se retirara como oficial de justiça aposentado.

Doente e quase cego, viveu seus últimos dias na Retiro dos Artistas, falecendo em 1974. Está sepultado no Cemitério São João Batista.

Fonte: Wikipédia

Francisco Carlos

FRANCISCO RODRIGUES FILHO
(74 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (05/04/1928)
Rio de Janeiro, RJ (19/03/2003)

Sua família transferiu-se para o Recife, onde permaneceu até 1939. De volta ao Rio de Janeiro, completou os estudos diplomando-se em pintura pela Escola Nacional de Belas Artes. Ainda em sua época de estudante, apresentou-se no "Programa Casé" da Rádio Mayrink Veiga. Ao longo da vida dedicou-se ao canto e à pintura.

Seu primeiro contrato profissional foi assinado em 1946 com a Rádio Tamoio. Pouco depois, passou atuar na Rádio Globo.

Gravou seu primeiro disco em 1949 pela gravadora Star registrando os sambas canção "Abandono" (César Formenti Neto) e "Distância" (Fernando Lobo).

Em 1950, ingressou na RCA Victor e registrou em seu primeiro disco na nova gravadora a marcha carnavalesca "Meu Brotinho" (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga) com a qual alcançou grande sucesso, e o samba "Me Deixe Em Paz", da mesma dupla de compositores. Nesse mesmo ano, participou dos filmes "Aviso Aos Navegantes" (Watson Macedo), cantando o samba "Rio e Janeiro" (Ary Barroso), "Não é Nada Disso" (José Carlos Burle) e "Carnaval no Fogo", no qual interpretou a marcha "Meu Brotinho".


Foi contratado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Ainda no mesmo ano, gravou o samba-canção "Você Não Sabe Amar" (Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima) e o bolero "Timidez" (Oldemar Magalhães e Humberto Teixeira).

Em 1951 gravou o samba-canção "Abolição" (Wilson Batista e Orestes Barbosa), o baião "Girassol" (Humberto Teixeira), a valsa "Seremos Felizes" (Gomes Cardim, Lela e Airton Amorim), o samba "Foi Milagre" (Nássara e Wilson Batista) e a marcha "Carnaval É Ilusão" (José Roy e Abelardo Barbosa), entre outras.

Em 1952, participou do filme "Carnaval Atlântida" de José Carlos Burle, onde interpretou "Quem Dá Aos Pobres" (Klécius Caldas e Armando Cavalcanti). Ainda em 1952, foi eleito o melhor cantor do ano, superando Francisco Alves na votação dos ouvintes. Também no mesmo ano, gravou os sambas-canção "Vá Embora" (Roberto Faissal), "Postal de Olinda" (Fernando Lobo e Manezinho Araújo), "Não Sou De Reclamar" (Lupicínio Rodrigues) e "Mulher De Minha Vida" (Humberto Teixeira).

Em 1953, gravou da dupla Lourival Faissal e Getúlio Macedo o samba-canção "Primeiro Amor" e o samba "A Saudade Eu Vou Levar". No mesmo ano, gravou a marcha "Promessa a São João" (Paquito e Romeu Gentil) e a valsa "Não Custa Você Voltar" (René Bittencourt).



Em 1954 registrou de Joubert de Carvalho, o fox canção "Quando Eu Partir", a canção "Dia Feliz" e as marchas "Viva São Paulo" e "Marcha das Bandeiras". Gravou também, de Lamartine Babo e Alcyr Pires Vermelho, a valsa "Alma Dos Violinos" e de Georges Moran e Carlos Barros o bolero "Ela Me Beijava".

Em 1955, gravou o tango "Última Taça" (Vicente Amar e J. Vieira). No mesmo ano, gravou em dueto com Ester de Abreu a marcha "Moreninha de Lisboa" (Irani de Oliveira e William Duba).

Em 1956, participou do filme "Colégio de Brotos", dirigido por Carlos Manga. No mesmo ano, registrou as marchas "Lá Vem Ela Sambando" (Arnô Provenzano, Otolindo Lopes e Mário Barbato) e "O Que Deus Me Deu" (Paquito, Romeu Gentil e Airton Amorim) e o samba-canção "Guerra De Nervos" (Raul Sampaio e Osvaldo Aude). Gravou também os clássicos sambas "Favela" (Hekel Tavares e Joracy Camargo) e "Agora é Cinza" (Bide e Marçal).

Em 1957 gravou o samba-canção "Ele Bebe, Ele É Louco" (Miguel Gustavo) e o bolero "Porque Brilham Os Teus Olhos" (Fernando César). Atuou ainda no filme "Garotas e Samba" (Carlos Manga). No mesmo ano, foi eleito "Rei do Rádio" recebendo 363.770 votos, sendo ainda considerado por uma revista especializada como o cantor mais querido do Brasil naquele momento.


Ao longo da carreira, gravou alguns frevos canção como "É Rim" (Sebastião Lopes) e "Pra Mim Chega" (Capiba), registrados em 1958, mesmo ano em que atuou no filme "Esse Milhão É Meu", dirigido por Carlos Manga no qual cantou "Flor Amorosa" (Catulo da Paixão Cearense e Joaquim Callado). No mesmo ano, foi eleito "Rei do Rádio", recebendo o apelido de "El Broto", com o qual se consagraria junto à juventude da época.

Apresentava-se com o slogan "O Cantor Namorado do Brasil".

Em 1959, gravou para o carnaval a marcha "A Vedete Do Ano" (Linda Rodrigues, Aldacir Louro e Geraldo Serafim).

Para o carnaval do ano seguinte, gravou a marcha "Moça Que Muito Namora" e o samba "Carnaval Vai Chegar", ambas de Pascoal Roy e Rodrigues Filho. No mesmo ano, gravou a balada "Teu Nome" (Ribamar e Osmar Navarro) e o samba "Quando A Esperança Vai Embora" (Tito Madi).

Em 1962, excursionou pela Europa com a V Caravana da UBC. No mesmo ano, gravou de sua autoria e Cleonice Maria o rock balada "Canção Do Amor Perfeito".


Em 1963, assinou contrato com a gravadora Chantecler e lançou a balada "Glória Ao Amor", de sua autoria e o samba "Foge Deste Amor", em parceria com Paulo Rogério. Nessa mesma época, lançou o LP "O Internacional Francisco Carlos", pela Chantecler.

Abandonou carreira musical em 1970, passando a se dedicar à pintura, realizando inúmeras exposições individuais e coletivas. Voltaria, contudo, ao convívio dos admiradores para fazer participações especiais em shows de carnaval ou de reveillon, contratado pela prefeitura do Rio de Janeiro.

Francisco Carlos morreu na tarde de terça-feira, 19/03/2003, aos 75 anos. Estava internado no Hospital do Câncer.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB
#FamososQuePartiram #FranciscoCarlos

Carequinha

GEORGE SAVALLA GOMES
(90 anos)
Palhaço

* Rio Bonito, RJ (18/07/1915)
+ São Gonçalo, RJ (05/04/2006)

George Savalla Gomes nasceu numa família circense, na cidade de Rio Bonito, interior do estado do Rio de Janeiro. Seus pais eram os trapezistas Lázaro GomesElisa Savalla. George literalmente nasceu no circo, pois sua mãe grávida estava fazendo performance de trapézio quando entrou em trabalho de parto em pleno picadeiro. Deu início à sua carreira como palhaço Carequinha aos cinco anos de idade, no circo de sua família, quando este estava em apresentação em Carangola, cidade do interior do estado de Minas Gerais. Aos doze era palhaço oficial do Circo Ocidental, pertencente ao seu padrasto.

Em 1938, estreou como cantor na Rádio Mayrink Veiga no Rio de Janeiro, no programa "Picolino".

Já na televisão brasileira teve como marco o fato de ter sido o primeiro palhaço a ter um programa, o "Circo Bombril", posteriormente rebatizado "Circo do Carequinha", programa que comandou por 16 anos na TV Tupi nas décadas de 1950 e 1960.

Ainda nos anos 1960, num dia de domingo, Carequinha fez um programa na TV Piratini de Porto Alegre. O produtor do programa o abordou dizendo: "Os gaúchos conhecem o Carequinha devido ao programa do Rio de Janeiro transmitido em rede. Mas eles querem você ao vivo aqui no Rio Grande do Sul. Queremos fazer seus programas todos os domingos".


Carequinha, então, entrou em contato com um empresário chamado Nelson e depois do encerramento de cada programa dominical, às 16:00 hs, saía para as mais diversas cidades gaúchas, como Caxias do Sul, São Leopoldo, Uruguaiana e até Rivera (Uruguai), para apresentar o seu circo até terça- feira, quando retornava para o Rio de Janeiro, a realizar o seu programa na TV Tupi, nas quintas-feiras. Aos sábados, apresentava o seu circo na "TV Curitiba".

Assim, era comum no final do programa anúncios como "Alô garotada de Uruguaiana, Carequinha e o seu circo estarão aí…". O palhaço e a sua troupe, Fred, Zumbi, Meio Quilo e Cia., costumavam se hospedar em Porto Alegre no antigo Hotel Majestic, hoje a Casa de Cultura Mario Quintana. O vendedor e representante da Copacabana Discos, gravadora do Carequinha, em Porto Alegre, o Jajá, Jairo Juliano, foi convidado por Carequinha a ser o apresentador do seu programa nessa época.

Carequinha também apresentou o seu circo na TV Gaúcha, que foi o embrião da Rede Brasil Sul de Comunicações (RBS) e finalmente, na TV Difusora (pioneira na transmissão ao vivo de um evento nacional em cores: A Festa da Uva, 1972) anunciando os desenhos animados da garotada, além de apresentar nas tardes de sábado o programa americano "O Circo".

Vale destacar que Carequinha, participante do início da TV Tupi - Rio, também estava no estágio final da citada televisão com o programa local, "O Circo do Carequinha".


Em 1976 o cineasta Roberto Machado Junior fez um documentário sobre Carequinha que teve o próprio palhaço como autor do roteiro.

Nos anos 1980, apresentou um programa infantil chamado "Circo Alegre", na extinta TV Manchete. O "Circo Alegre" tinha a assistência da ajudante Paulinha e das professoras da Escola de Dança Sininho de Ouro, de Niterói (RJ).

Na TV Manchete, ele gravava um programa de oito horas por dia para uma semana inteira e a empresária Marlene Mattos era a sua assessora. Após dois anos e meio de "Circo Alegre", com a saída de Carequinha, as características fundamentais do seu programa foram incorporados pelo de Xuxa, O Clube da Criança.

"Eu inventei essas brincadeiras com crianças, tão comuns hoje nos programas infantis. Eu as pegava para dar cambalhota, rodar bambolê, calçar sapatos, vestir paletó primeiro, brincadeiras com maçã e furar bolas", conta Carequinha.

Na TV Globo, participou do programa "Escolinha do Professor Raimundo" e da novela "As Três Marias".

Seu último trabalho na televisão foi na Rede Globo, com uma participação na minissérie "Hoje É Dia De Maria" em 2005.

Atuação

Carequinha agitava a criançada com seu bordão "Tá certo ou não tá?". Por várias gerações levou alegria a milhões de espectadores. Ainda ativo, no alto dos seus noventa anos, continuava alegrando e educando com suas músicas. Natural da cidade de Rio Bonito, Rio de Janeiro, residia na cidade de São Gonçalo, também no estado do Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira com cinco anos de idade e atuou em diversos circos nacionais e internacionais.

Carequinha foi o primeiro artista circense a fazer sucesso na televisão, sendo pioneiro, no Brasil, no formato de programas infantis de auditório que até hoje fazem sucesso. Gravou 26 discos, fez filmes e colocou sua marca em diversos produtos infantis.

Seu vasto repertório musical, quase integralmente formado por cantigas de roda, constitui hoje, clássicos da música infanto-juvenil, folclórica e carnavalesca. Dentre elas, destacam-se "Sapo Cururu", "Marcha Soldado", "Escravos de Jó", "Samba Lelê" e dezenas de outros.

O palhaço Carequinha é considerado por muitos como um patrimônio da cultura brasileira. Suas músicas estiveram sempre entre os maiores sucessos muito no carnaval, como "Garota Travessa", "Carnaval JK", "O Bom Menino" e tantas outras.

Carequinha atravessou várias gerações como ídolo infantil. Apresentou-se para vários presidentes, como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart, passando pelos generais do regime militar e recebendo condecoração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A Morte

Aos noventa anos, o artista morreu em sua casa em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Durante a madrugada, ele queixou-se de falta de ar e dores no peito, e morreu antes de receber atendimento médico. Foi enterrado no dia seguinte, no Cemitério de São Miguel, na mesma cidade. Seu terno colorido, com o qual sempre se apresentava em seus espetáculos, foi também posto no caixão e assim enterrado juntamente com o corpo do artista. O local tem grande valor simbólico, neste cemitério estão a maior parte das 400 vítimas de um incidente de um circo ocorrido em 1961, na cidade de Niterói - o incêndio no Gran Circus Norte Americano.

Durante anos, o artista expressou publicamente (em entrevistas para jornais e para a televisão) sua intenção de ser enterrado com a cara pintada - segundo ele, para "alegrar os mortos". Seu desejo não foi atendido pela família, que exigiu que ele fosse enterrado com a cara limpa. No entanto, permitiram que ele fosse sepultado vestindo uma roupa de palhaço.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #Carequinha

Antônio Marcos

ANTÔNIO MARCOS PENSAMENTO DA SILVA
(46 anos)
Cantor, Compositor e Ator

☼ São Paulo, SP (08/11/1945)
┼ São Paulo, SP (05/04/1992)

Antônio Marcos Pensamento da Silva, mais conhecido por Antônio Marcos, foi um cantor e compositor, nascido em São Miguel Paulista, distrito da Zona Leste de São Paulo, SP, no dia 08/11/1945.

Antônio Marcos levou multidões à loucura com sua bela voz e porte de galã. Cantor e compositor de clássicos populares dos anos 70, fez Roberto Carlos vender milhares de discos com a música "Como Vai Você". Ex-marido da cantora Vanusa e da atriz Débora Duarte, deixou muitas mulheres apaixonadas, mas foi tragado pelo alcoolismo.

Antônio Marcos é o segundo dos oito filhos do alfaiate e vendedor de livros Vicente e de Dona Eunice, costureira, poetisa e compositora. Como era fraquinho, o aluno do Grupo Escolar Vila Sinhá costumava contar que chegou a tomar injeção de sangue de cavalo na infância, seguindo as instruções de uma benzedeira.

Começou a trabalhar cedo para ajudar a família de baixa renda. Torcedor aficionado pelo time do São Paulo, foi office-boy do Banco Ítalo-Brasileiro e balconista de uma loja de sapatos. Desde pequeno cantava nas formaturas da escola. Conhecia as canções de Bob Nelson, cantor country pioneiro no Brasil. Aos 12 anos, já dava os primeiros goles nos botecos de São Miguel Paulista. Matava aulas para ir ao cinema, compor poesias e tocar violão na casa dos amigos. Por isso, só conseguiu concluir o segundo grau com muito esforço.


Antônio Marcos
chamava a atenção por seu belo porte e carisma. Fazia pontas em programas da TV Tupi. Sua voz garantiu-lhe uma vaga no Coral Golden Gate, dirigido por Georges Henry e uma participação no programa de rádio de Albertino Nobre, onde foi nomeado "A Voz de Ouro de São Miguel".

Em 1962, esteve na Ginkana Kibon, apresentada por Vicente Leporace e Clarice Amaral, na TV Record. Lá, cantou sucessos de Elvis Presley, de quem era fã e colecionava os discos. Dois anos depois foi destaque ao cantar, tocar violão e imitar cantores no programa de Estevam Sangirardi, na Rádio Bandeirantes.

Em 1965, juntou-se a mais três rapazes e montaram o quarteto Os Iguais. Estouraram com a música "A Partida". Mas Antônio Marcos nasceu para brilhar sozinho e, dois anos depois, lançou seu primeiro compacto com duas músicas: "A Estória de Quem Amou Uma Flor" e "Perdi Você". O disco não fez muito sucesso, mas aquela voz sobressaiu. O cantor logo conseguiu gravar seu segundo compacto e estourar nas paradas de sucesso com a música "Tenho Um Amor Melhor Que o Seu" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), que reapareceu em seu primeiro LP e vendeu mais de 300 mil exemplares. A música tocou em todas as rádios e Antônio Marcos tornou-se a coqueluche nacional: O homem ideal das mocinhas românticas da época, com 1,82 m, cabelos lisos, robusto e dono de uma voz de ouro.


Em 1967 integrou o coral Golden Gate e atuou nas peças "Pé Coxinho" e "Samba Contra 00 Dólar", de Moraci do Val, no Teatro de Arena.

Os tempos das vacas magras vão ficando para trás. Na estante de casa, já acumulava prêmios, como o Roquete Pinto e o Chico Viola, de 1969, e comprou seu primeiro carro, um Corcel Luxo. Embalou um romance com uma das estrelas da Jovem Guarda, o "Queijinho de Minas" Martinha.
"Antônio Marcos foi o grande amor da minha vida. Ficamos dois anos juntos como num conto de fadas. Na minha casa, tinha uma parede, como se fosse uma cortina, com seus poemas. Só que ele queria juntar e eu queria casar!"
(Martinha)

Em 1969, com 21 anos, Antônio Marcos deu uma guinada durante o IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, quando ganhou o prêmio de melhor intérprete. Ele nem ligou para as vaias, cantou bem, com os cabelos longos e uma camisa de renda preta aberta até o umbigo, exibindo o tórax cabeludo. Ao ver Vanusa, que levou o terceiro lugar do festival cantando "Comunicação", se encantou e deu a ela uma flor, ao vivo e em preto e branco, como era a televisão na época.

Antônio Marcos e Vanusa
Os dois já haviam se encontrado meses antes, rapidamente, no escritório da gravadora RCA Victor: "Nos vimos e o ar parou. Ele me deu um disco e, em casa, quando ouvi aquela tremenda voz, eu me apaixonei na hora!", lembrou Vanusa, que naquele dia, terminou o namoro com o cantor Fábio. Após o Festival da Record, alguns cantores foram comemorar na casa de Antônio Marcos, no Brooklin, bairro da capital paulista. Providencialmente, Edith, na época assessora de Roberto Carlos, deu um jeito de Vanusa pegar uma carona no Sinca Chambord lilás de Antônio Marcos. Na casa de Antônio Marcos era só festa: Todos cantando e bebendo em volta da piscina. Até que Vanusa arrumou um maiô emprestado, deu um mergulho que deixou todos os convidados surpresos.
"Saí tremendo de frio e fui para o um quarto, na edícula. Tirei o maiô, fiquei nua e entrei embaixo da coberta. De repente, sinto alguém entrando. Sabia que era ele. Fizemos amor na cama da empregada!"
(Vanusa)

Na tarde do dia seguinte, já tomavam sorvete juntos. E, daquela casa, Vanusa não saiu mais. Os dois passaram a morar juntos, mas não eram casados, como exigiam os padrões rígidos da época. Isso porque os artistas naquele tempo não podiam se casar para alimentar os sonhos dos fãs. Vanusa ficou grávida e passou a ser xingada nas ruas pelas tietes de Antônio Marcos. Em uma apresentação do cantor em "Quem Tem Medo da Verdade", o casal foi tão massacrado que Vanusaassistindo ao programa sozinha em casa, passou mal e acabou perdendo o bebê aos cinco meses de gravidez. Com o sofrimento da cantora, as fãs se sensibilizaram e a imprensa passou a chamá-los de Casal 20.

Antônio Marcos e Débora Duarte
No mesmo ano, Antônio Marcos emplacou nas rádios a música "Menina de Tranças" e, na televisão, como galã do folhetim "Toninho On The Rocks", feito para ele estrelar no horário nobre da TV Tupi, que também tinha Raul Cortez e Marilu Martinelli no elenco. A mocinha da trama? Débora Duarte.

Em uma tarde, um silêncio constrangedor tomou conta dos estúdios da TV Tupi, no Sumaré, onde gravavam a novela. Vanusa passou por lá para fazer uma surpresa para Antônio Marcos e flagrou-o, na cama do cenário, dando um beijo em Débora Duarte. Ele justificou que era o ensaio de uma cena, mas a desculpa não colou. Vanusa, novamente grávida, disse-lhe que estava tudo acabado e sumiu pelos corredores da emissora indo para a casa da mãe. Inconformado, Antônio Marcos ligava para ela de hora em hora, mandou flores, presenteou-a com um anel de brilhante, até que a cantora o aceitou de volta.

São Paulo, verão de 1975, o casal Antônio MarcosVanusa tomam o café da manhã ao lado das pequenas filhas, Amanda e Aretha. De repente, a mais velha diz que não quer mais ir para a escola: "As crianças, durante o recreio, gritam que meu pai é bêbado!"Vanusa gela e pede a babá que leve as meninas para o jardim. Há tempos que ela adiava aquele momento:

"Está vendo Toninho, o que você está causando à suas filhas?". Antônio Marcos nada responde. Vanusa continua: "Chegou a hora de você escolher: Ou a nossa vida ou o seu scotch!". Antônio Marcos ergue a garrafa de whisky, dá um gole e diz, sem encará-la: "Nunca vou parar de beber!". Sem nada mais dizer, ele levanta-se e vai embora. Vanusa debruça sobre a mesa e desaba a chorar. A xícara vira e o café escorre pela toalha. Terminou assim o casamento que durante seis anos foi o mais badalado da música popular dos anos 70.

O Auge

Foi lançado no cinema por J. B. Tanko, no filme "Pais Quadrados... Filhos Avançados" (1970), participando também de "Som, Amor e Curtição" (1972) e de outros, além de atuar em peças teatrais, como "Arena Conta Zumbi" (Teatro de Arena, direção de Augusto Boal, 1969) e "Hair" (Teatro Aquarius, direção de Altair Lima, 1970).

"Ele chegou atrasado à pré-estreia, no antigo Cine Regina. Depois do filme, nem falou e nem subiu no palco. Estava indisposto!", contou Mauricio Kus, um grande divulgador de filmes nacionais dos anos 70.

A indisposição era em decorrência de umas doses a mais: "Ele bebia muito e não comia. Seu café da manhã era Whisky", confirmou Vanusa. Antônio Marcos chegou a bater o carro várias vezes por dirigir alcoolizado. Certa vez, teve perda total de uma Ferrari: Como estava no auge da carreira, em 15 dias já tinha outra garagem.

Apesar da bebida constante, ele era muito vaidoso. Tinha um closet cheio, com diversos tipos de botas e ternos de muitos tons e com brilho. Em uma loja, se gostasse do modelo de uma camisa, levava de todas as cores. E lançou moda: foi um dos primeiros homens a usar macacão no Brasil. Afinal, Antônio Marcos, ao lado de Wanderley Cardoso e Paulo Sérgio, era ídolo do programa "Os Galãs Cantam e Dançam", de Sílvio Santos. Também fazia sucesso nas fotonovelas: Em uma delas, apareceu dando um beijo em Vera Fischer, na época estrela da pornochanchada "A Super Fêmea".


No cinema, em "Som, Amor e Curtição", contracenou com as belas Betty Faria e Rosemary. E, no mesmo ano, em 1972, Antônio Marcos oficializou o casamento com Vanusa, depois que Amanda, a primeira filha do casal, nasceu. O casal ainda teve mais uma filha, Aretha, e, com a ajuda de Sílvio Santos, que sempre gostou muito do cantor, compraram uma casa na Rua Joaquim Nabuco, em São Paulo.

Antônio Marcos era também respeitado como compositor. Foi em um jantar na casa de Roberto Carlos e Nice, no Morumbi, que ele apresentou "Como Vai Você", que rendeu a Roberto Carlos mais de 700 mil discos vendidos.

Antônio Marcos ganhava malas de dinheiro com seus shows, mas também gastava muito. Chegou a dar seu carro para um taxista bêbado que lamuriava em um bar. Aliás, não era raro o cantor fazer essas doações. Costumava comprar comida em restaurantes nobres para dar a mendigos e dividia o que tinha na carteira se um amigo estivesse sem dinheiro. Atitudes de um homem generoso, lamentavelmente consumido pelo alcoolismo. "Eu perguntava por que ele bebia tanto e ele respondia: 'Não sou deste planeta, o mundo é muito cruel e desigual'", disse Vanusa.

Antônio Marcos saía sem avisar seu paradeiro e chegava a virar noites fora de casa. Certa vez, chegou a sumir por quatro dias. A atriz Elza de Castro sabe bem:
"Eu era louca por ele. Jantávamos na churrascaria Eduardo´s, no centro. Ele bebia muito, mas era gentil e não parava de falar na Vanusa. Aí, eu o levava para casa!"

Devido aos sumiços, Vanusa chegou a ter de substituí-lo em dois shows: "Nunca fui tão vaiada, foi tão traumático quanto o vídeo do Hino Nacional no YouTube [referindo-se a uma interpretação polêmica que a cantora fez em março de 2009]", comparou Vanusa.

Em abril do ano seguinte, uma manchete chega às bancas de todo Brasil: "Bomba: Confirmado, Romance de Débora Duarte e Antônio Marcos!"

A atriz, segundo o cantor dizia para os amigos, apresentara a ele um novo mundo, que se refletiu em seu novo visual: Cortou o cabelo, passou a usar franja e bigode. Meses depois, o casal mostrou sua residência, no Morumbi, na capa de um especial da revista Amiga: "Os Ídolos da TV e Suas Casas Fabulosas". A mansão tinha piscina, campo de futebol society, veludo nos sofás e um bar de aço escovado. E, em julho de 1977, tiveram a primeira filha, Paloma Duarte.

Débora Duarte e Antônio Marcos apresentaram juntos o programa "Rosa e Azul", na TV Bandeirantes, que tinha, em 1979, atrações musicais como Miss Lane, Djavan, Lady Zu e Sidney Magal. Na mesma emissora, estrelaram a novela "Cara a Cara", de Vicente Sesso, onde tinha no elenco Fernanda Montenegro, David Cardoso e Luiz Gustavo. Antônio Marcos até gravou um compacto com as músicas da novela.

No início dos anos 80, Antônio Marcos se separou de Débora Duarte e entrou em parafuso, como ele mesmo declarou. Pensou em largar tudo para ser garçom em Amsterdã: "Se tenho de ir ao fundo do poço, eu vou. Sou mais ou menos insuportável!", reconheceu. Dois anos depois, o casal tentou uma reconciliação, que não durou muito tempo.

A Decadência

Aos 39 anos, Antônio Marcos conheceu sua terceira mulher, no aeroporto de Natal, RN. A modelo Rose, quase 20 anos mais nova que ele, teve um menino, Antônio Pablo, que levou este nome em homenagem ao poeta Pablo Neruda, um dos favoritos do cantor. Pai novamente, Antônio Marcos se viu em um mau momento: Sua carreira já não era a mesma, ele não era mais convidado para fazer novelas e não estourava hits nas rádios.

Até que uma nova parceria com o compositor e produtor Antônio Luiz, deu-lhe novo ânimo. Antônio Marcos se aproximou do autor de "Tic Tic Nervoso", um hit dos anos 80, nos bastidores do Programa do Bolinha. "As pessoas davam drogas para ele, mas não davam mantimento. Cheguei a fazer ligações anônimas ameaçando mandar a polícia atrás delas", contou Antônio Luiz, que, em 1985, compôs com Antônio Marcos 12 músicas para a peça "Zé Criança", onde Paloma Duarte, com apenas 8 anos, atuou com o pai no Teatro Nelson Rodrigues, em Guarulhos.

Em 1987, Antônio Luiz foi parceiro em quatro canções de "O Anjo de Cada Um", o último disco de músicas inéditas que Antônio Marcos lançou.

Internações em clínicas de desintoxicação passaram a fazer parte da rotina de Antônio Marcos depois que ele resolveu, enfim, travar uma luta contra o álcool e as drogas.
"Nesse período, percebi como a bebida transforma a gente. Você bebe, cheira tóxico e pensa que seu poder de criação está mais aguçado. Tudo palhaçada!"
(Antônio Marcos em entrevista a Revista Contigo)


Mas o declínio era evidente. Ele não conseguiu largar a bebida e acabou tendo que se mudar para Mairiporã, segundo Antônio Luiz, com dificuldades financeiras até mesmo para comer. Para socorrer o ex-marido, Vanusa, que já havia sido casada com o diretor Augusto César Vannucci, na época poderoso na TV Bandeirantes, pediu ao ex-marido para promover um show na emissora para arrecadar dinheiro para Antônio Marcos. O show seria promovido, mas com uma condição: Que Antônio Marcos se internasse para ficar sóbrio.

Três meses depois, em junho de 1987, Antônio Marcos saiu da clínica para o teatro Záccaro, onde aconteceria o especial. Mas, no caminho, deu um jeito de tomar um porre e chegou bêbado aos bastidores. Vanusa trancou o cantor no camarim até a hora dele entrar em cena. Antônio Marcos implorava por um copo e ela deu-lhe um dedo de uísque. O show acabou sendo um sucesso, mas o cantor não apareceu ao jantar com os convidados, que incluiu Alcione, Chitaõzinho & Xororó, Fagner, Ronnie Von, Sandra de Sá e Antônio Luiz.

No início dos anos 90, Antônio Marcos separou-se de Rose para se unir a Ana Paula Braga, enteada de Roberto Carlos.

Em 1991, depois de uma série de internações por problemas no fígado, ele ainda fez uma temporada de shows na extinta casa noturna paulistana Inverno e Verão.

Morte

Antônio Marcos faleceu no domingo, 05/04/1992, aos 46 anos, em São Paulo, SP, vítima de insuficiência hepática, consequência do alcoolismo.

O cantor foi enterrado no Cemitério Parque dos Girassóis com a presença de fãs que acenavam com lenços brancos.

Após sua morte, foram lançados os CDs "Acervo" (1994, coletânea RCA/BMG) e "Aplauso" (1996, coletânea RCA/BMG). A música "Como Vai Você" foi regravada pela cantora Daniela Duarte e Zezé di Camargo & Luciano.

Após a morte de Antônio Marcos, um exame de DNA comprovou a paternidade de mais um menino, Manoel Marcos, que passou a ser o primogênito da prole. Assim, após a trajetória de um típico romântico, ele deixou cinco filhos, quatro ex-mulheres, 14 discos e centenas de músicas.

Em São Miguel Paulista foi fundada a Casa de Cultura de São Miguel Paulista - Antônio Marcos e, em 2006, sua filha lançou o CD e DVD "Aretha Marcos Ao Vivo - Homenagem aos 60 anos de Antônio Marcos".

"Meu pai me ensinou que o importante na vida é ser feliz e falar sempre a verdade, mesmo que isso doa!", encerra Amanda, sua filha mais velha. Antônio Marcos também costumava dizer: "Nunca vou morrer. Vou ficar encantado!"

Discografia

  • 1965 - Antônio Marcos
  • 1970 - Antônio Marcos
  • 1971 - 08-11-1945
  • 1972 - Sempre
  • 1973 - Antônio Marcos
  • 1974 - Cicatrizes
  • 1975 - Ele... Antônio Marcos
  • 1976 - Felicidade
  • 1978 - Antônio Marcos
  • 1982 - O Tempo Conta Dobrado
  • 1984 - O Sonho Não Acabou
  • 1987 - Antônio Marcos
  • 1988 - Todos Os Caminhos
  • 1994 - Acervo (Coletânea)
  • 1996 - Aplauso (Coletânea)
  • 1999 - Focus (Coletânea) 

    Filmografia

    Televisão

    • 1970 - Toninho On The Rocks
    • 1979 - Cara a Cara

      Cinema

      • 1970 - Pais Quadrados... Filhos Avançados
      • 1972 - Som, Amor e Curtição
      • 1972 - Geração em Fuga
      • 1972 - Com a Cama na Cabeça
      • 1973 - Salve-se Quem Puder

      Fonte: Wikipédia e Letras.com.br
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