Mostrando postagens com marcador 05/08. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 05/08. Mostrar todas as postagens

Jô Soares

JOSÉ EUGÊNIO SOARES
(84 anos)
Humorista, Apresentador de Televisão, Escritor, Dramaturgo, Diretor Teatral, Ator e Músico

☼ Rio de Janeiro, RJ (16/01/1938)
┼ São Paulo, SP (05/08/2022)

José Eugênio Soares, mais conhecido como Jô Soares, foi um humorista, apresentador de televisão, escritor, dramaturgo, diretor teatral, ator e músico nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 16/01/1938.

Jô Soares apresentou de 1988 a 1999 o "Jô Soares Onze e Meia" no SBT e de 2000 a 2016 o "Programa do Jô" na TV Globo.

Jô Soares foi o único filho do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e da dona de casa Mercedes Pereira Leal. Pelo lado materno, foi bisneto do conselheiro Filipe José Pereira Leal, diplomata e político que, no Brasil Imperial, foi governador do Estado do Espírito Santo. Por parte de seu pai, foi sobrinho-bisneto de Francisco Camilo de Holanda, ex-governador da Paraíba.

Jô Soares queria ser diplomata quando criança. Estudou no Colégio de São Bento do Rio de Janeiro, no Colégio São José de Petrópolis, e em Lausana, na Suíça, no Lycée Jaccard, com este objetivo. Porém, percebeu que o senso de humor apurado e a criatividade inata apontavam para outra direção.

Jô Soares com o filho Rafael Soares

Entre 1959 e 1979, Jô Soares foi casado com a atriz Therezinha Millet Austregésilo, com quem teve um filho, Rafael Soares (1964-2014), que era autista.

Entre 1980 a 1983, foi casado com atriz Sílvia Bandeira, doze anos mais nova.

Em 1984 começou a namorar a atriz Claudia Raia, romance que durou dois anos.

Jô Soares já namorou a atriz Mika Lins e em 1987, casou-se com a designer gráfica Flávia Junqueira Pedras, de quem se separou em 1998.

Jô Soares admitiu sofrer de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e em sua casa, os quadros precisam estar tombados levemente para a direita.

Jô Soares era sobrinho de Togo Renan Soares, conhecido como Kanela, ex-treinador da seleção brasileira de basquetebol.

No dia 01/10/2012, levou ao ar um programa especial que reprisou uma entrevista com Lolita Rodrigues e Nair Bello em homenagem à apresentadora Hebe Camargo, com quem declarou ter vivido intensas alegrias.

Rafael Soares comemora o aniversário em 11/05/2003 ao lado dos pais Jô e Theresa

Jô Soares
falava, com diferentes níveis de fluência, cinco idiomas: português, inglês, francês, italiano e espanhol, além de ter bons conhecimentos de alemão. Traduziu um álbum de histórias em quadrinhos de Barbarella, criação do francês Jean-Claude Forest.

Jô Soares era católico, sendo devoto de Santa Rita de Cássia.

No dia 25/07/2014, Jô Soares foi internado no Hospital Sírio-Libanês, para tratar de uma pneumonia, permanecendo no hospital por 22 dias.

No dia 31/10/2014, morreu seu único filho, Rafael Soares, no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio de Janeiro. No dia 03/11/2014, Jô Soares dedicou o programa ao seu filho, em que fez um discurso contando um pouco da história dele.

No dia 04/08/2016, foi eleito para a Academia Paulista de Letras, assumindo a cadeira 33, que pertenceu ao escritor Francisco Marins.

Cronologia

Detentor de um talento versátil, além de atuar, dirigir, escrever roteiros, livros e peças de teatro, Jô Soares também foi um apreciador de jazz e chegou a apresentar um programa de rádio na extinta Jornal do Brasil AM, no Rio de Janeiro, além de uma experiência na também extinta Antena 1 Rio de Janeiro.

1956 - Estreou na televisão no elenco da "Praça da Alegria", na época na TV Record, onde ficou por 10 anos.

1965 - Protagonizou a única novela de sua carreira, a comédia "Ceará Contra 007", a trama de maior audiência naquele ano no Brasil. Também na TV Record.

1967 - Em "Família Trapo", roteirizou ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega e atuou como Gordon, o mordomo atrapalhado e descompensado. Seu último trabalho na TV Record.

1971 - "Faça Humor, Não Faça Guerra" foi primeiro humorístico da TV Globo a contar a com a participação de Jô Soares. O programa em meio à Guerra Fria e ao conflito do Vietnã brincava com o slogan pacifista hippie "Make Love, Don't Make War" (Faça Amor, Não Faça Guerra).

Eliezer Motta e Jô Soares caracterizados como Carlos Suely e Capitão Gay

1973 - Em "Satiricom", novo programa humorístico da TV Globo, com direção de Augusto César Vanucci, realizou roteiros com Max Nunes e Haroldo Barbosa. A atração satirizava o título do filme homônimo de Federico Fellini, "Satyricon". Na promoção do programa, todavia, diziam que era a "sátira da comunicação" num mundo que tinha virado uma "aldeia global", expressão que esteve na moda depois dos primeiros anos da TV via satélite.

1976 - "Planeta dos Homens", nova sátira com o cinema. Desta vez, a série cinematográfica "O Planeta dos Macacos", atuava com roteiros de Haroldo Barbosa.

1981 - "Viva o Gordo", com direção de Walter Lacet e Francisco Milani, foi o primeiro programa solo de Jô Soares. Tinha roteiros de Armando Costa. Deu origem ao espetáculo do gênero "One Man Show" de chamado "Viva o Gordo, Abaixo o Regime" (sátira explícita ao Golpe Militar de 1964 ainda vigente àquela época). As aberturas do programa brincavam com efeitos especiais usando técnica de inserção de imagens de entre cenas famosas do cinema como em "Cliente Morto Não Paga" e "Zelig", ou "contracenando" com políticos nacionais e internacionais, como Orestes Quercia, Jânio Quadros, Ronald Reagan, dentre outros.

Jô Soares (Zezinho) e Magda Cotrofe em "Viva o Gordo"

1982 - Participação no "Chico Anysio Show".

1983 - Participação no musical infantil "Plunct, Plact, Zuuum" e comentários no "Jornal da Globo" até 1987.

1988 - "Veja o Gordo", estreou no SBT com o mesmo estilo do "Viva o Gordo" da TV Globo. Estreou nesse ano, ainda no SBT, o talk show "Jô Soares Onze e Meia" que foi ao ar de 1988 até 1999.

2000 - Trazido de volta para a TV Globo, onde apresentou o "Programa do Jô" até 2016, e fez participação no especial de Natal do programa "Sai de Baixo" - episódio "No Natal a Gente Vem Te Mudar" (sátira ao título da peça de Naum Alves de Souza, "No Natal a Gente Vem Te Buscar") como Papai Noel.

2018 - Participou como comentarista do programa "Debate Final", no Fox Sports, debatendo sobre a Copa do Mundo FIFA de 2018.

Morte

Jô Soares faleceu na sexta-feira, 05/08/2022, aos 84 anos, em São Paulo, SP. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês desde o final de julho de 2022 e a causa da morte não foi divulgada.

A notícia foi divulgada pela ex-mulher, Flavia Pedras, em uma publicação de sua página pessoal do Instagram. A notícia também foi confirmada pela assessoria de imprensa de Jô Soares.

Jô Soares no programa Viva o Gordo
Carreira

Discografia
  • 1972 - Norminha (Som Livre)
  • 1980 - a B... e Outras Estórias (Álbum de Piadas, K-Tel)
  • 1992 - Quinteto Onze e Meia - O Álbum (CID Entertainment)
  • 2000 - Jô Soares e O Sexteto - Ao Vivo no Tom Brasil (Globo Columbia)

Televisão
  • 1956-1967 - Praça da Alegria ... Alemão
  • 1965 - Ceará Contra 007 ... Jaime Blonde
  • 1967-1971 - Família Trapo ... Gordon
  • 1971-1973 - Faça Humor, Não Faça Guerra ... Vários personagens
  • 1973 - Globo Gente ... Apresentador
  • 1973-1975 - Satiricom ... Vários personagens
  • 1976-1982 - Planeta dos Homens ... Vários Personagens
  • 1977-1978 - Praça da Alegria ... Alemão
  • 1981-1987 - Viva o Gordo ... Vários personagens
  • 1982 - Chico Anysio Show ... Coronel Pantoja (Episódio: "12 de outubro")
  • 1983 - Plunct, Plact, Zuuum ... Mestre Cuca / Rei (Especial de Fim de Ano)
  • 1983-1987 - Jornal da Globo ... Comentarista de cultura
  • 1988-1990 - Veja o Gordo ... Vários personagens
  • 1988-1999 - Jô Soares Onze e Meia ... Apresentador
  • 2000-2016 - Programa do Jô ... Apresentador
  • 2000 - Sai de Baixo ... Papai Noel (Episódio: "No Natal a Gente Vem Te Mudar")
  • 2002 - A Grande Família ... Ele mesmo (Episódio: "Grandes Famílias, Pequenos Negócios")
  • 2018 - Debate Final ... Comentarista

Cinema
  • 1954 - O Rei do Movimento ... Jornaleiro
  • 1956 - De Pernas Pro Ar ... Jorginho
  • 1958 - Pé na Tábua ... Felício
  • 1959 - Aí Vêm os Cadetes ... Nelson
  • 1959 - O Homem do Sputnik ... Espião Americano
  • 1960 - Vai Que é Mole ... Bolinha
  • 1960 - Tudo Legal ... Euclides
  • 1965 - Pluft, o Fantasminha ... Tio Gerúndio
  • 1968 - Hitler III Mundo ... Alex
  • 1968 - Papai Trapalhão ... Antônio
  • 1969 - Agnaldo, Perigo à Vista ... Abelardo
  • 1969 - A Mulher de Todos ... Drº Plirtz
  • 1971 - Nenê Bandalho ... Narrador
  • 1973 - Amante Muito Louca ... Diretor
  • 1976 - O Pai do Povo ... El Magnífico Contreras / Cardinal / Silvestrina
  • 1979 - Tangarela, a Tanga de Cristal ... Agnaldo
  • 1986 - Cidade Oculta ... Riperti
  • 1995 - Sábado ... Homem na casa das máquinas
  • 2001 - O Xangô de Baker Street ... Desembargador Coelho Bastos
  • 2002 - Joana e Marcelo, Amor (Quase) Perfeito ... Ele mesmo
  • 2003 - Person ... Ele mesmo
  • 2004 - A Dona da História ... Ele mesmo
  • 2010 - VIPs: Histórias Reais de um Mentiroso ... Ele mesmo
  • 2012 - As Aventuras de Agamenon, o Repórter ... Ele mesmo
  • 2013 - Giovanni Improtta ... Presidente do Clube

Televisão (Autor / Diretor)
  • 1965 - Ceará Contra 007 ... Colaborador
  • 1967-1971 - Família Trapo ... Autor principal
  • 1971-1973 - Faça Humor, Não Faça Guerra
  • 1976-1982 - Planeta dos Homens
  • 1981-1987 - Viva o Gordo
  • 1988-1990 - Veja o Gordo
  • 1988 - Jô Soares Onze e Meia ... Criador do projeto original
  • 2000 - Programa do Jô

Cinema (Autor / Diretor)
  • 1976 - O Pai do Povo ... Autor, Diretor e Produtor
  • 2001 - O Xangô de Baker Street ... Autor

Obras
  • 1972 - Os Dilemas do Fantasma e do Capitão América (Capítulo no livro "Shazam!", de Álvaro de Moya)
  • 1983 - O Astronauta Sem Regime
  • 1992 - Humor Nos Tempos do Collor
  • 1994 - A Copa Que Ninguém Viu e a Que Não Queremos Lembrar
  • 1995 - O Xangô de Baker Street
  • 1998 - O Homem Que Matou Getúlio Vargas
  • 2005 - Assassinatos na Academia Brasileira de Letras
  • 2011 - As Esganadas
  • 2017 - O Livro De Jô - Uma Autobiografia Desautorizada - Vol. 1
  • 2018 - O Livro De Jô - Uma Autobiografia Desautorizada - Vol. 2

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #JoSoares

Mamede Paes Mendonça

MAMEDE PAES MENDONÇA
(80 anos)
Empresário

☼ Ribeirópolis, SE (05/08/1915)
┼ São Paulo, SP (21/10/1995)

Mamede Paes Mendonça foi um empresário brasileiro, nascido em Ribeirópolis, SE, no dia 05/08/1915, pioneiro no ramo de supermercados no Brasil e fundador do Paes Mendonça, uma das maiores redes varejistas do país.

Filho de Eliziário e de Maria da Conceição, membros de uma família pobre de agricultores, que sobreviviam do que plantavam e colhiam em um pequeno lote de terra, num povoado do Município de Ribeirópolis, estado de Sergipe, chamado Serra do Machado, localizado numa região sofrida pelas longas estiagens.

Ainda muito jovem, aos 15 anos de idade, Mamede descobriu o comércio, vendendo farinha na feira, em sua cidade natal. Disposto a abandonar a roça, juntou dinheiro embaixo do colchão durante seis anos.

No ano de 1936, aos 21 anos de idade, havia poupado 1500 réis, que foram empregados na compra de uma pequena padaria, no município de Ribeirópolis.

Os negócios na pequena padaria iam bem, mas Ribeirópolis era um pequeno distrito, e Mamede entendia que era preciso crescer, ir para um grande centro da região, com um comércio maior e mais desenvolvido.

Assim, quatro anos mais tarde, em 1940, abriria um armazém de secos e molhados na cidade de Itabaiana, SE.

Em Itabaiana, os negócios cresciam, e a região começava a ficar pequena, Mamede partiu, então, para a capital, Aracaju, onde, em 1947, abriu filial, também com um armazém de secos e molhados.


Desde o primeiro comércio em Ribeirópolis, Mamede viajava muito para a Bahia, uma vez que sua capital, Salvador, era o centro abastecedor da região. Lá comprava as mercadorias para revender no seu comércio.

A convivência frequente com Salvador foi se tornando muito sedutora, para Mamede, que percebeu que para crescer teria que ir para aquela cidade, o que fez, em 1951, instalando-se na Praça Marechal Deodoro, com um loja de atacado, vendendo secos e molhados. Neste momento, o grande passo tinha sido dado.

Na década de 50, quando chegou em Salvador, a cidade era abastecida pelos armazéns, a maioria deles pertencente a comerciantes espanhóis e portugueses. Havia também as feiras-livres, como Água de Meninos e a das Sete Portas, que eram as mais conhecidas e procuradas. Prevalecia na época o sistema de venda por caderneta. O consumidor comprava semanalmente, ou por mês, através de caderneta. O pagamento era feito logo, contra a entrega da mercadoria, ou quando ele recebia seu salário, no fim do mês.

Anos mais tarde, nos idos de 1959, em viagem à Argentina, para comprar alpiste - que, na época, andava em falta no Brasil - conheceu alguns supermercados. Na volta, passando por Montevidéu, Uruguai, observou outras lojas em formato semelhante. Gostou e se convenceu de que aquele era o futuro do comércio de alimentos, retornando decidido a ser o pioneiro daquela nova forma de vender, na Bahia.

Assim, em 1959, é aberta a primeira de auto-serviço, supermercado, na Bahia, uma ideia avançada a época.


No dia 02/12/1959, inaugurou um pequeno supermercado no bairro de Nazaré, em Salvador, mais precisamente à Rua Jogo do Carneiro. Nascia ali a loja 1.

Os resultados positivos da primeira loja de supermercados o animou a continuar expandindo o setor. Menos de um ano depois, em 27/08/1960, inaugurou a loja 2, no Edifício Oceania, na Barra.

Em 1961, era inaugurada a loja 3 da Rua Visconde de São Lourenço, no forte de São Pedro. Em seguida, a loja 4, na Baixa dos Sapateiros.

Quando completou 25 anos em Salvador, inaugurou a loja 25. E aí por diante, atingindo e passando em muito o sonho/meta que tinha de completar 100 lojas, chegando ao pico de 156, em 4 estados do Brasil, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

A loja 100 foi inaugurada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, tida, na época, como o maior Hipermercado do Brasil e terceiro maior do mundo.

Mamede Paes Mendonça era casado com Lindaura Andrade, com quem teve seis filhos. Era irmão de Pedro Paes Mendonça e tio de João Carlos Paes Mendonça.

Em vida, foi condecorado com diversos títulos, tais como: Comendador, conferido pelo Governo de Portugal; Diploma da Fraternidade Sacerdotal de Sergipe e Amigo da Marinha. Em 1984, Mamede Paes Mendonça recebeu ainda o título de Cidadão Baiano, pela Assembleia Legislativa da Bahia.

Apesar da idade, Mamede Paes Mendonça estava à frente dos negócios. Exercia a presidência do grupo. O faturamento do grupo em 1994 foi de US$ 805 milhões. Para 1995 a previsão era de US$ 947 milhões.

Morte

Mamede Paes Mendonça faleceu no sábado, 21/10/1995, em São Paulo, SP, aos 80 anos, no Hospital Albert Einstein, onde estava internado há um mês. A causa da morte foi insuficiência respiratória em decorrência de câncer. Mamede Paes Mendonça tinha quatro pontes de safena.

O sepultamento ocorreu na segunda-feira, 23/10/1995, às 11h00 no cemitério Corpo Santo, em Salvador, BA.

Fonte: WikipédiaFolha de S.Paulo
#FamososQuePartiram #PaesMendonça

Ataulpho Alves Júnior

ATAULPHO ALVES DE SOUZA JÚNIOR
(74 anos)
Cantor e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (05/08/1943)
┼ Rio de Janeiro, RJ (15/10/2017)

Ataulpho Alves Júnior foi um cantor e compositor brasileiro nascido no bairro do Méier, subúrbio do Rio de Janeiro, no dia 05/08/1943.

Filho do compositor Ataulfo Alves de Souza, herdou do pai o tradicional lenço branco que foi sua marca registrada.

Inicialmente, integrou o trio Os Herdeiros do Samba, juntamente com Aluízio e sua irmã Matilde. O nome do trio foi dado pelo pai, sendo ensaiado pelo violonista Meira.

Em 1963, apresentou-se pela primeira vez para o público no Teatro Record, em São Paulo, no "Programa Bossaudade", de Elizeth Cardoso, sua madrinha artística.

Entre 1963 e 1969, trabalhou ao lado do pai em diversos shows por todo o Brasil. Neste mesmo ano, gravou seu primeiro disco, um compacto simples pela gravadora Continental.

Em 1973, compôs a sua primeira música, "A Mangueira é Você", em parceria com Barbosa da Silva, gravada por Moreira da Silva.


Em 1976, gravou seu primeiro grande sucesso, "Os Meninos da Mangueira" (Rildo Hora e Sérgio Cabral). A música alcançou o primeiro lugar nas paradas de sucesso da época, abrindo caminho para outros sucessos do cantor, como "Pedro Sonhador" (Rildo Hora e Sérgio Cabral), "Canto de Amor" (Rildo Hora e Sérgio Cabral), "A Bela da Tarde" (Rildo Hora e Sérgio Cabral), "Mais Um Samba de Amor", "Razão Pra Cantar", "Emoções Fortes" e "Paixão Estilo Antigo".

Entre 1992 e 1993, excursionou pela Europa, apresentando-se em várias cidades. Voltou à Europa nos anos de 1996, 1997 e 1998, apresentando-se em várias casa noturnas como Casino Vilamoura (Algarve), Casino Solverde (Espanha), Ilha da Madeira, Expo-98, em Lisboa, Sevilla, Astúrias, Oviedo e em Granada.

Em 1999, participou do projeto "Discoteca do Chacrinha", gravando pela Universal/Polydor um dos CD's do projeto ao lado de vários outros artistas.

Em 2002, fez espetáculo juntamente com Heitorzinho dos Prazeres, no qual reviveu mais de quatro décadas depois o conjunto Herdeiros do Samba, seu momento inicial de carreira e alguns sucessos de Ataulfo Alves e Heitor dos Prazeres.

No ano de 2003, apresentou o show "Os Grandes Mestres da MPB", no Café Cultural Sacrilégio, na Lapa, centro do Rio de Janeiro.

Em 2005 foi um dos convidados do programa "Dorina Samba", apresentando-se no auditório da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Desenvolveu também neste mesmo ano o projeto "Herdeiros do Samba".

Morte

Ataulpho Alves Júnior faleceu na noite de domingo, 15/10/2017, aos 74 anos, vítima de um infarto. Ele estava no apartamento em que morava com a família, no bairro da Glória, Zona Sul do Rio de Janeiro. A mulher dele, Malu, relatou que o marido havia sofrido um infarto há três meses e estava em tratamento. O casal assistia à televisão quando o sambista caiu sobre o ombro dela e não acordou mais.
"Ele estava em tratamento, tomava os remédios direitinho. Estávamos recostados, vendo o 'Fantástico', e ele me contava que, quando voltasse (aos shows) chamaria o Jorginho do Império, estava conversando só coisa boa, sempre cheio de planos. Aí, do nada, ele bateu com a cabeça no meu ombro. Perguntei se ele estava brincando, mas vi os olhos fechados, a boca, e chamei meu filho!"
De acordo com Malu, ela e o filho chamaram um médico que morava no 3º andar. Ele realizou massagem cardíaca enquanto os bombeiros chegavam ao apartamento. A mulher chorava muito quando recebeu a notícia de que o marido não havia resistido.

O velório e o sepultamento do sambista ocorrerá na tarde de segunda-feira, 16/10/2017, no jazigo da família, no Jardim da Saudade, em Sulacap.

Discografia

  • 1999 - Discoteca Do Chacrinha (Universal/Polydor, CD)
  • 1998 - Bodas De Ouro (Sony Music, CD - Participação)
  • 1997 - Geração Samba (Warner Music, CD)
  • 1996 - Aos Mestres Com Carinho Vol. 2 (CID, CD)
  • 1995 - Leva Meu Samba / Clássicos Do Mestre Ataulfo (Eldorado, CD)
  • 1991 - Samba Que Te Quero Samba (Som Livre, LP)
  • 1984 - Leva Meu Samba - Ataulpho Alves JR e Elizete Cardoso (Eldorado, LP)
  • 1980 - Leva Meu Samba - Homenagem Aos 80 Anos Do Mestre Ataulfo (Som Livre, LP)
  • 1979 - Emoções Fortes (WEA Discos, LP)
  • 1979 - A Bela Da Tarde (WEA Discos, Compacto Simples)
  • 1979 - Alegria De Viver (WEA Discos, Compacto Simples)
  • 1978 - Vida, Viola E Samba (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1978 - Banda De Ipanema (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1977 - Pedro Sonhador (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1976 - Os Meninos Da Mangueira (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1976 - Ataulpho Alves Júnior (RCA Victor, LP)
  • 1974 - Razão Pra Cantar (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1974 - Mais Um Samba De Amor (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1973 - Se Eu Pudesse (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1973 - Ataufo Alves Júnior (RCA Victor, LP)
  • 1969 - Ataulpho Alves Júnior (Continental, Compacto Simples)
  • 1969 - O Herdeiro Sou Eu (Polydor/PolyGram, LP)
  • 1963 - Eternamente Samba (Polydor/PolyGram, LP)

Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #AtaulphoAlvesJunior

Liu

LINCOLN PAULINO DA COSTA
(77 anos)
Cantor e Violeiro

☼ Itajobi, SP (07/08/1934)
┼ Ibiraci, MG (05/08/2012)

Lincoln Paulino da Costa, conhecido artisticamente por Liu, foi um cantor nascido em Itajobi, SP, no dia 07/08/1934. Junto com o irmão Walter Paulino da Costa, o Léu, formaram a dupla sertaneja Liu & Léu.

Membros de uma família tradicional de cantadores de nove irmãos, sendo duas mulheres, cresceram na lavoura de café e cereais, onde viveram parte de suas vidas e sempre participando de festas de catiras. Na dança da catira o grupo era formado pelas famílias Costa e VieiraLincoln, além de dançar catira, era romântico, gostava de declamar poesias e até de cantar músicas de Vicente Celestino.

Walter aos seis anos de idade subia numa cadeira para cantar com o irmão mais velho, o Benedito, e já fazia parte do time de catira. Com 16 anos fez dupla com um amigo e participavam de programas na rádio de Novo Horizonte e também em Catanduva. Nesta época a dupla chamava-se Sampaio & Nenê Cunha. Faziam shows pela região, e o Liu participava declamando poesias e fazendo humorismo.

O pai, Gabriel, já cansado, deixou a vida dura da lavoura indo para a cidade, e foi aí que os dois irmãos decidiram ir para a capital São Paulo para trabalhar numa metalúrgica, a Mercantil Suíça. Aguardando para assumirem o trabalho foram assistir a festa de aniversário do programa "Brasil Caboclo" na Rádio Bandeirantes, na Rua Paula Souza, programa de auditório que ia ao ar diariamente as 7 horas da manhã.

Liu & Léu
Neste programa, radialistas como BiguáZacharias Mourão Capitão Balduíno tomaram conhecimento que os dois visitantes eram irmãos de Zico & Zéca, e primos de Vieira & Vieirinha que já eram duplas famosas, então pediram para que os dois irmãos cantassem uma música.

Foi então que cantaram com instrumentos emprestados a música de Dino Franco e Sebastião Victor "Meu Ranchinho". De agrado geral, marcou-se ali mesmo a estréia para o dia 05/11/1957, no programa "Novidade Sertaneja" apresentado por Zacharias Mourão. Compraram uma viola e um violão e escolheram os nomes. O Lincoln já era apelidado por Liu e aí foi só acrescentar Léu para o Walter. Nascia ali a dupla Liu & Léu.

A dupla tornou-se conhecida pelos circenses através do rádio, e começaram a se apresentar em circos pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Mato Grosso, acompanhados durante um bom tempo pelo amigo e grande radialista Muibo Cury que se apresentava como humorista usando o nome de Nho Tião.

Em abril de 1959, convidados por Teddy Vieira diretor artístico da Chantecler, gravaram o primeiro 78 rotações com a moda de viola "Rei do Café" (Teddy Vieira e Carreirinho) e do outro lado "Carreiras de Cururu" (PiraciBiguá e Teddy Vieira).

Liu & Léu
Em junho de 1959, gravaram a toada "Boiadeiro Errante" (Teddy Vieira), música que se tornou um clássico, personalizando a dupla e mantendo-se em sucesso permanente, e na outra face do disco a música "Baile na Roça" (Teddy Vieira e Zico).

Com o término do compromisso na Rádio Bandeirantes, transferiram-se para a Rádio Nove de Julho participando semanalmente do programa "Prelúdio Sertanejo", que ia ao ar as seis horas da tarde com auditório, até o ano de 1962 período em que gravaram mais 6 discos de 78 rotações. Neste mesmo ano houve grandes mudanças, gravaram o primeiro LP intitulado "Nosso Rancho" pela gravadora Continental, e receberam o troféu pela música "Meu Ranchinho" (Dino Franco e Sebastião Vitor) de Melhor Música do Ano. Em seguida foram para a Rádio Nacional de São Paulo permanecendo lá durante muitos anos.

Liu & Léu participaram também do primeiro programa "Viola Minha Viola" na TV Cultura. Contratados pela Rádio Record participavam do Programa "Linha Sertaneja Classe A" e paralelamente apresentavam-se em programas de televisão.

Liu & Léu
Em 1978, Liu & Léu criam o selo Tocantins onde lançaram vários artistas, e a própria dupla, destacando neste período os sucessos: "Sementinha""Mãe de Carvão""O Ipê e o Prisioneiro""Jeitão de Caboclo""Ano 2000""Porta""Cadeia de Papel""Velho Pouso de Boiada""Prato do Dia""25 de Dezembro" e "Legítimo Doutor".

Ao todo somam-se 32 LPs pelas gravadoras Continental, Chantecler, RCA Victor, Copacabana e Tocantins, e 17 CDs em várias outras.

Ao longo da carreira permaneceram em destaque as músicas, "Rei do Café""Boiadeiro Errante""Adeus Minha Terra""Rainha do Paraná""Caminheiro""Dona Saudade""Onde Eu Moro""Buscando a Felicidade" e outros.

Em 2002 foi lançado o CD "Jeitão de Caboclo" pela gravadora Atração, que em 2003 recebeu a indicação para o Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Música Regional.


No ano de 2005 participaram, na casa de shows Olímpia, da gravação do DVD "100% Caipira" com a música "Jeitão de Caboclo".

Em 2008 gravaram mais um trabalho brilhante, em comemoração aos 50 anos de carreira da dupla.

Em 55 anos, Liu & Léu tiveram uma carreira brilhante, coroada de muito sucesso. Gravaram ao longo de sua carreira um total de 11 discos 78 rpm, 28 LPs, 02 CDs de lançamento e 15 CDs de coletânea.

Liu & Léu receberam de Dino Franco o slogan que define o real valor da dupla. São considerados "A Expressão Máxima da Música Sertaneja".

A dupla se desfez com o falecimento de Liu. Após a morte de seu parceiro na música, Léu passou a cantar com seu irmão Lourenço e o violeiro Joãozinho.

Morte

Lincoln Paulino da Costa, o Liu, faleceu dois dias antes de completar 78 anos, no domingo, 05/08/2012, aos 77 anos, em Ibiraci, MG, vítima de problemas pulmonares.

Ele já vinha apresentando problemas pulmonares há mais ou menos dois anos, e se encontrava afastado de suas atividades profissionais para tratamento.

O velório aconteceu no Velório Municipal de Itajobi, SP, e o sepultamento ocorreu às 15h00, no cemitério da cidade.

Discografia

  • 1962 - Nosso Rancho (Caboclo)
  • 1963 - Felicidade de Caboclo (Caboclo)
  • 1965 - Dona Saudade (Chantecler)
  • 1966 - Onde Eu Moro (Chantecler)
  • 1967 - A Coroa do Sucesso (Chantecler)
  • 1967 - Paulistas x Mineiros (Com Duo Guaraní) (Chantecler)
  • 1968 - Minhas Trovas (Chantecler)
  • 1969 - Perto do Coração (Chantecler)
  • 1969 - Rainha do Paraná (Chantecler)
  • 1970 - Liu & Léu (RCA Camden)
  • 1970 - Boiadeiro Errante (Disco Lar)
  • 1971 - Minha Terra (RCA Camden)
  • 1972 - Amarga Saudade (Tropicana)
  • 1972 - E Vamos Nós (Chantecler)
  • 1973 - O Menino da Porteira (Tropicana)
  • 1973 - Liu & Léu (Tropicana)
  • 1973 - Amanhecer na Minha Terra (Continental)
  • 1974 - Liu & Léu (Cartaz)
  • 1974 - Gente Que Eu Gosto (Continental)
  • 1975 - Porque Te Amo (Continental)
  • 1976 - Dona Saudade (Chantecler)
  • 1976 - Liu & Léu (Continental)
  • 1976 - Caboclo Abençoado (Beverly/AMC)
  • 1977 - Mulher da Minha Vida (Beverly/AMC)
  • 1977 - Caminheiro (Continental)
  • 1978 - Edição Limitada (Phonodisc)
  • 1979 - Os Grandes Sucessos (Chantecler)
  • 1980 - Sementinha (Tocantins)
  • 1980 - Seleção de Ouro (Tocantins)
  • 1981 - Adeus Minha Terra (Tocantins)
  • 1981 - Boiadeiro Errante (Chantecler)
  • 1983 - O Ipê Florido (Tocantins)
  • 1984 - Jeitão de Caipira (Tocantins)
  • 1986 - Cadeia de Papel (Tocantins)
  • 1989 - Mãe de Carvão (Tocantins)
  • 1994 - Som da Terra (Chantecler/Warner)
  • 1994 - Som da Terra - Segunda Edição (Chantecler/Warner)
  • 1996 - Ano 2000 (Tocantins)
  • 1997 - Tardes Morenas de Mato Grosso (Tocantins)
  • 1997 - O Rei do Gado (Tocantins)
  • 1997 - Raízes Sertanejas (EMI)
  • 1997 - Liu & Léo (Sabía)
  • 1997 - Luar do Sertão (RCA/BMG)
  • 1999 - Saudade da Minha Terra (Allegretto)
  • 2000 - Raízes da Música Sertaneja (Chantecler/Warner)
  • 2001 - Grandes Sucessos - Volume 01 (Movieplay)
  • 2001 - Grandes Sucessos - Volume 02 (Movieplay)
  • 2001 - Sucessos Que Sempre Marcam (Chantecler/Warner)
  • 2001 - O Ipê Florido (Tocantins)
  • 2002 - Adeus Minha Terra (Tocantins)
  • 2002 - Alma Sertaneja (EMI)
  • 2002 - Jeitão de Caboclo (Atração)
  • 2003 - O Dom De Ser Caipira (Com Zico & Zéca e As Galvão)
  • 2007 - 50 anos (Laser Records)
  • 2012 - Liu & Léu - 60 anos (Radar Records)
Fonte: Wikipédia

Rubens Vaz

RUBENS FLORENTINO VAZ
(32 anos)
Militar

☼ Rio de Janeiro, RJ (17/03/1922)
┼ Rio de Janeiro, RJ (05/08/1954)

Rubens Florentino Vaz foi um militar brasileiro, major da Força Aérea Brasileira (FAB), nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 17/03/1922.

Filho de Joaquim Florentino Vaz Júnior, advogado e fiscal de rendas, e de Zilda de Oliveira Vaz, em 01/04/1940 iniciou seu curso na Escola Militar do Exército.

Em 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica, solicitou transferência para essa arma. Foi aluno da Escola de Cadetes da Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro.

Em agosto de 1943 foi declarado aspirante-aviador pela Escola de Cadetes da Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, sendo promovido a segundo-tenente-aviador em abril do ano seguinte e a primeiro-tenente-aviador em agosto de 1945.

Em agosto de 1947 atingiu a patente de capitão-aviador e, em julho de 1953, tornou-se major-aviador.

Em 1954, servia na Diretoria de Rotas Aéreas, no Rio de Janeiro, sob o comando do brigadeiro Eduardo Gomes, quando se intensificou a oposição ao governo de Getúlio Vargas (1951-1954). Carlos Lacerda destacou-se entre os elementos mais extremados no combate ao presidente da República, tendo liderado, nesse sentido, sucessivas campanhas. Alcançou grande repercussão sua denúncia contra a concessão, em 1953, de financiamentos irregulares ao jornal getulista Última Hora, dirigido por Samuel Wainer.

Corpo do major Rubens Florentino Vaz
O Atentado

No temor de que a vida de Carlos Lacerda estivesse correndo sério risco, foi montado um esquema de segurança constituído por um grupo voluntário de oficiais da Aeronáutica, que se revezavam dia e noite em sua guarda. Integrando esse grupo, na madrugada do dia 05/08/1954, quando acompanhava Carlos Lacerda e seu filho Sérgio até a residência de ambos, na Rua Toneleros, 180, o major Rubens Vaz foi assassinado por tiros que visavam atingir Carlos Lacerda.

A Aeronáutica instalou, na base aérea do Galeão, inquérito policial-militar destinado a apurar as responsabilidades pelo crime. Pela independência de atuação que teve, com amplos poderes para convocar quaisquer autoridades suspeitas de envolvimento, essa investigação ficou conhecida como República do Galeão.

Os tiros contra Carlos Lacerda foram disparados quando ele voltava ao carro após chamar o garagista do Edifício Albervania e se despedir do major Rubens Vaz. A munição usada foi calibre 45. Carlos Lacerda disparou seu revolver calibre 38 contra os agressores. Não acertou ninguém. Depois desse rápido tiroteio, Carlos Lacerda foi ferido no pé e o major  Rubens Vaz ficou caído no chão com dois tiros no coração. 

A investigação subsequente indicou como mandante do crime o chefe da segurança pessoal do então Presidente da República, Getúlio VargasGregório Fortunato, apelidado de O Anjo Negro.

Após investigações, foi preso em Tinguá Climério Eurides de Almeida, policial do Departamento Federal de Segurança Pública, onde nunca trabalhou. Ele prestava serviço na Guarda Pessoal do Presidente da Republica. Presos também foram o motorista, que levou os autores do atentado, Nelson Raimundo e Alcino João do Nascimento, que posteriormente confessou ser o autor da morte do major  Rubens Vaz.

Local do crime Rua Tonelero, 180
No dia do crime, 05/08/1954, a proteção a Carlos Lacerda deveria ser feita pelo major Gustavo Borges, mas em virtude da necessidade de realizar um voo para completar as horas determinadas aos aviadores, o major Rubens Vaz o substituiu naquela noite, fazendo um favor ao colega.

Após a descoberta de que os assassinos eram pessoas ligadas à guarda pessoal do presidente, intensificou-se ainda mais a campanha contra Getúlio Vargas, gerando-se uma crise que culminaria com o suicídio do presidente, 19 dias depois do atentado, em 24/08/1954.

No dia 28/08/1954, já no governo de João Café FilhoRubens Vaz foi promovido post mortem a tenente-coronel-aviador.

Após o movimento político-militar de março de 1964, foi-lhe conferida nova promoção póstuma em junho de 1965, a coronel-aviador.

Rubens Vaz foi casado com Lígia Figueiredo Vaz, com quem teve quatro filhos. Sua viúva casou-se posteriormente com o médico João Luís Alves de Brito e Cunha.

Em sua homenagem, Carlos Lacerda, já governador do Estado da Guanabara, deu ao túnel que liga as ruas Tonelero e Pompeu Loureiro o nome do major.

Tribuna da Imprensa, 05/08/1954
Agosto de 1954 - No Banco dos Réus

No processo investigatório, que envolveu a morte do major Rubens Florentino Vaz e o ferimento do jornalista Carlos Lacerda, houve várias nuanças dignas de Sherlock Holmes, ou mesmo de Agatha Christie.

A caçada aos criminosos e, em conseqüência, as prisões efetuadas empolgaram o Brasil. Os noticiários de rádios e jornais deixavam em suspense aqueles que acompanhavam o desenrolar dos fatos.

A partir da prisão de Gregório Fortunato, ex-chefe da guarda pessoal do presidente Getúlio Vargas, e da apreensão do seu arquivo, a situação agravou-se. Na realidade, encontrou-se um punhado de documentos sem importância, na sua grande maioria correspondências que continham saudações ou respostas a algum pedido para beneficiar ou mesmo ajudar algum apaniguado.

Instruídos pelos advogados, os envolvidos no crime da Tonelero, principalmente Gregório Fortunato, começaram a apresentar vários nomes em seus depoimentos de possíveis mandantes, e estes sempre tinham imunidades ou alta patente. A intenção era complicar, o máximo possível, o trabalho da Comissão do Inquérito Policial Militar. E, assim, o inquérito acabou tomando um novo rumo.

Gregório Fortunato depõe no Galeão
No dia 21/08/1954, Gregório Fortunato afirmou que "recebera do deputado federal Euvaldo Lodi, por intermédio de Roberto Alves, a proposta de bombardear Carlos Lacerda, mas que teria repelido tal plano. Não satisfeito, voltou posteriormente a propô-la, em termos violentos, no quarto do próprio Gregório Fortunato, no Palácio do Catete".

Euvaldo Lodi era deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD, MG) e presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJ). Sua acareação com Gregório Fortunato e Roberto Alves contou com a presença do presidente em exercício da Câmara Federal, deputado José Augusto, que ouviu tudo. Euvaldo Lodi acabou acuado no depoimento, deixando transparecer que pudesse estar envolvido no incitamento ao crime.

Outro nome que acabou sendo implicado foi o do irmão de Getúlio Vargas, Benjamim Vargas. No Inquérito Policial Militar (IPM), foi incriminado por ter mentido para a comissão ao depor no Galeão e acusado de ter instigado os criminosos a "tomar providências para dar sumiço ao jornalista Carlos Lacerda".

Benjamin Vargas
Benjamin Vargas
 afirmou em seu depoimento que Gregório Fortunato, ao voltar de Petrópolis, no dia 08/08/1954, a chamado do presidente Getúlio Vargas, "havia confessado a ele que tinha arquitetado um plano para acabar com o sujeito (Carlos Lacerda)". Mas a comissão ficou sem entender o porquê do silêncio do irmão do então presidente, que guardou essa informação por quase duas semanas.

Foram aparecendo mais nomes no decorrer das averiguações, como o do deputado federal Danton Coelho, acusado de incitar o atentado. Mas como parlamentar, Danton Coelho, valendo-se das imunidades, recusou-se a prestar qualquer esclarecimento.

Finalmente, apareceram indícios envolvendo o general Ângelo Mendes de Morais, ex-prefeito do Distrito Federal e inimigo de Carlos Lacerda, que o tratava pelo seu jornal de "coxo de voz fina". Com o surgimento de uma patente superior, a Comissão que cuidava do Inquérito Policial Militar (IPM) foi obrigada, pela legislação militar brasileira, a encaminhar para o ministro da Aeronáutica todo o inquérito.

Alcino João do Nascimento, assassino do major Rubens Florentino Vaz
O Julgamento

A promotoria instruiu o processo composto de 11 volumes e, finalmente, em 04/10/1956, teve início o julgamento de todos os envolvidos. O primeiro a ir a júri foi Alcino João do Nascimento, no 1º Tribunal do Júri, presidido pelo Dr° Joaquim de Souza Netto, tendo como promotor Araújo Jorge e na defesa, o advogado Humberto Teles. A viúva do major Rubens Florentino Vaz contratou o advogado Hugo Baldassarini, e Carlos Lacerda, o deputado Aduacto Lucio Cardoso, que auxiliaram na promotoria.

O corpo de jurados foi composto só de homens, pertencentes a vários segmentos: Advogados, médicos, comerciantes e funcionários públicos.

Após 17 horas de debates, Alcino João do Nascimento foi condenado a 33 anos de prisão, sendo 19 pela morte do major Rubens Florentino Vaz, 12 pela tentativa de homicídio de Carlos Lacerda e 2 por lesões corporais contra o guarda municipal Sálvio Romeiro. Em 1976, Alcino foi libertado, depois de cumprir 21 anos e 8 meses de prisão.

Climério Euribes de Almeida
No dia 08/10/1956, foi a vez de Climério Euribes de Almeida enfrentar o júri. O julgamento começou às 9h00 e terminou às 23h30. O criminalista José Valadão foi o seu advogado. O réu foi também apenado, em conformidade com o que se deu com Alcino João do Nascimento. Na prisão, em uma briga de presos, Climério recebeu uma estocada. Ferido, permaneceu durante anos internado no hospital Souza Aguiar, onde veio a falecer em 1975.

Gregório Fortunato
Gregório Fortunato foi o terceiro a ir a julgamento, em 11/10/1956. Dois advogados foram contratados para defendê-lo, os criminalistas Araújo Lima e Romeiro. Milhares de pessoas compareceram em frente ao Tribunal, no centro do Rio de Janeiro, para ver o Anjo Negro descer da viatura e entrar no prédio da Justiça.

A curiosidade foi enorme, o procurador da justiça Victor Nunes Leal (futuro ministro-chefe da Casa Civil do presidente Juscelino Kubitschek e ministro do Superior Tribunal Federal), desembargadores, juízes, promotores, advogados, funcionários da Justiça se acotovelavam na sala do Júri para assistir ao histórico julgamento.

Após quase 20 horas de debates, Gregório Fortunato foi condenado a 25 anos de prisão, sendo 11 anos pela morte do major Rubens Florentino Vaz, 12 pelo atentado a Carlos Lacerda e 2 pelos ferimentos no guarda municipal Sálvio Romeiro. Após ouvir a sentença do juiz Souza NettoGregório Fortunato sorriu. Cumpria sua pena na Penitenciária Lemos Brito, no Rio de Janeiro, quando em 1962 foi assassinado por uma estocada de outro preso.

Quando ainda preso na Base Aérea do Galeão, Gregório Fortunato foi visitado pelo major Hernani Fittipaldi. Ao ver o oficial, o Anjo Negro teria dito:
"Major, o senhor não acha que eu ia fazer essa burrada, né?"
Falou ainda que estava seguindo os passos de Carlos Lacerda há algum tempo e havia descoberto que o jornalista era amante da mulher de um deputado. O plano era montar um crime passional no local do encontro do casal na Gávea Pequena.

Nelson Raimundo
Nelson Raimundo
sentou no banco dos réus em 15/10/1956 como o motorista que conduziu o assassino até Copacabana. O advogado que defendeu Nelson Raimundo foi o renomado jurista Evaristo de Morais. O motorista foi condenado a 11 anos de reclusão, 6 anos pela morte do major Rubens Florentino Vaz, 4 anos por tentativa de assassinato de Carlos Lacerda e 1 pelos ferimentos ao guarda municipal Sálvio Romeiro. Depois de cumprir quase 7 anos de cadeia, saiu em condicional. Nelson Raimundo faleceu vítima de câncer no pulmão em 1979, sem entender como se meteu na história da Tonelero.

José Antônio Soares
No dia 18/10/1956, foi a vez de José Antônio Soares. Depois de horas de julgamento e apesar de estar em São Paulo quando ocorreu crime, o corpo do júri decidiu condená-lo a 26 anos de prisão, sendo 12 pela morte do major Rubens Florentino Vaz, 12 pela tentativa contra Carlos Lacerda e 2 anos pelas lesões ao guarda municipal Sálvio RomeiroJosé Antônio Soares saiu da prisão em 1975, gordo e careca. Posteriormente, mudou-se para o interior de Minas Gerais.

João Valente de Souza, secretário da guarda pessoal
No dia 22/10/1956, foi a júri o último implicado no caso do chamado Crime da Rua Tonelero, o ex-secretário da Guarda do Palácio do Catete, João Valente de Souza. No seu indiciamento não ficou comprovada sua participação efetiva no crime e, assim, foi acusado apenas de favorecimento pessoal.

Ele havia sido processado duas vezes, uma por jogar no bicho e a outra por tomar dinheiro dos bicheiros. Ao final do julgamento, foi condenado a 2 meses de detenção e a pagar 200 cruzeiros de multa, a sua pena ficou suspensa durante 2 anos por livramento condicional. Assim pôde sair do tribunal em liberdade.

Em 2004, 50 anos depois do Crime da Rua Tonelero, Alcino João do Nascimento, com 82 anos, morava na baixada fluminense e gozava de boa saúde e excelente memória. Em entrevista para a TV Globo, a propósito dos 50 anos da morte do presidente Getúlio Vargas, reafirmou o que havia escrito em seu livro de memórias, editado em 1978. Alcino João do Nascimento faleceu no dia 18/01/2014, aos 91 anos de idade.

Ele contou que havia sido contratado para vigiar Carlos Lacerda e assim o fez. Começou a segui-lo de longe desde o momento em que se dirigia para a palestra no Externato São José, na Tijuca. Quando chegaram em Copacabana, Climério Euribes de Almeida pediu que fosse confirmar se a pessoa que estava com o diretor da Tribuna de Imprensa era a mesma que o acompanhava no colégio. Como não enxergou, por estar longe, foi para trás de um automóvel Simca. Enquanto verificava a placa traseira do carro, foi surpreendido por uma forte chave de braço, tentou desvencilhar-se, mas não conseguiu. Nesse momento foram disparados vários tiros em sua direção. Com sorte, conseguiu afastar o homem que o segurava e deu-lhe um empurrão. Nesse momento, sacou seu revólver, disparou dois tiros e fugiu após tiroteio com o guarda municipal Sálvio Romeiro.

Carlos Lacerda aparece em público sendo levado por oficiais da Aeronáutica devido ferimento no pé após atentado
Apesar de tantos anos passados, Alcino João do Nascimento não tem dúvida: Quem acertou o primeiro tiro no major Rubens Florentino Vaz foi Carlos Lacerda. E para completar a cena do crime, o jornalista deu um tiro no próprio pé, para feri-lo e assim se tornar vítima.

A confissão não é fantasiosa. Desde 1954, muitas dúvidas ainda perduram. Se Carlos Lacerda foi ferido por um tiro, como puderam engessar seu pé, em vez de terem somente feito os curativos costumeiros para um ferimento à bala?

Por que Carlos Lacerda se negou a entregar seu revólver ao delegado Jorge Pastor, para que a Polícia Técnica fizesse o exame balístico?

Se Alcino João do Nascimento, que portava uma pistola calibre 45, tivesse de fato acertado o tiro no pé de Carlos Lacerda, este não teria perdido o membro em virtude do violento impacto?

As dúvidas perduram, mas o certo é que o tiro da Tonelero acertou o coração do povo brasileiro.