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Flávio Rangel

FLÁVIO NOGUEIRA RANGEL
(54 anos)
Diretor Teatral, Cenógrafo, Jornalista e Tradutor

* Tabapuã, SP (06/08/1934)
+ São Paulo, SP (25/10/1988)

Flávio Rangel, um dos principais nomes do teatro brasileiro no século 20, não foi somente o diretor de mais de 80 espetáculos no teatro e televisão. Traduziu 19 peças, iluminou, produziu e escreveu para o teatro, preparou cinco livros, colaborou com os principais órgãos de imprensa no país e dirigiu shows musicais (Simone, Nara Leão, Raíces de América). Participou de várias montagens do Teatro Brasileiro de Comédia, companhia que revitalizou e modernizou o teatro na década de 50 no Brasil.

Flávio nasceu em Tabapuã, no interior de São Paulo e com três anos de idade mudou-se para a capital. Estudou na Escola Caetano de Campos e no Colégio Estadual Presidente Roosevelt. Entrou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, mas não completou o curso. Em 1956, escreveu textos para teleteatros do Grande Teatro Tupi, mas a profissionalização veio no Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, em 1957, com "Do Outro Lado da Rua", de Augusto Boal.

Em 1958, ganhou o Prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais, pela encenação de "Juventude Sem Dono", de Michael Vincent Gazzo. Em 1959, para o Teatro Popular de Arte, dirigiu "Gimba, Presidente dos Valentes", de Gianfrancesco Guarnieri . Apresentou-se no Festival do Teatro das Nações, em Paris, Roma e Portugal. Com bolsa de estudo, viajou para os Estados Unidos, onde estagiou em teatros da Broadway.

No ano seguinte, Flávio Rangel assumiu a direção artística do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia). Levou à cena "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes e "A Semente", de Gianfrancesco Guarnieri . Conquistou consecutivamente os prêmios Saci, Governador do Estado de São Paulo e Associação Paulista de Críticos Teatrais, de melhor diretor. Em seguida, encenou "Almas Mortas", de Nikolai Gogol e "A Escada", de Jorge Andrade, que o fez premiado como o melhor diretor de 1961.

A temporada de 1962 começou com "A Morte de Um Caixeiro Viajante", de Arthur Miller. Depois, com "A Revolução dos Beatos", de Dias Gomes, Flávio se desligou do TBC, pensando em transpor "Gimba" para o cinema, o que só ocorreu anos depois. Em 1964 levou à cena "Depois da Queda", de Arthur Miller. Em 1965 fez "Santa Joana", de Bernard Shaw. Para o "Grupo Opinião", junto com Millôr Fernandes, escreveu e dirigiu "Liberdade, Liberdade" - um dos maiores sucessos de sua carreira.

Num ato de protesto no Rio de Janeiro, foi preso com outros intelectuais, soltos após semanas de protestos da classe artística. Flávio voltou à prisão em 1970, por escrever crônicas para "O Pasquim". Foi colaborador do jornal "Folha de São Paulo" entre 1978 e 1984.

Grandes Sucessos

Em 1966, fez "O Sr. Puntila e Seu Criado Matti", de Bertold Brecht, e no ano seguinte "Édipo Rei", de Sófocles. Em 1969 lançou "À Flor da Pele" e uma versão para "Esperando Godot", de Samuel Beckett, com Walmor Chagas e Cacilda Becker, que fez seu último espetáculo. Flávio dirigiu ainda uma versão para "Hamlet", de William Shakespeare, e em 1971, "Abelardo e Heloísa", de Ronald Millar. Seguiram-se "A Capital Federal", de Artur Azevedo, "O Homem de la Mancha", de Dale Wasserman, "Dr. Fausto da Silva", de Paulo Pontes, e "Pippin", musical da Broadway.

Durante a década de 1970, Flávio se dedicou a "Mumu, a Vaca Metafísica", de Marcílio Morais; "À Margem da Vida", de Tennessee Williams, com Ariclê Perez (com quem foi casado); "O Santo Inquérito", de Dias Gomes; "A Nonna", de Roberto Cossa; "Tudo Bem no Ano que Vem", de Bernard Slade; "Investigação na Classe Dominante" e "O Rei de Ramos", musical de Dias Gomes e Chico Buarques. Também fez uma nova versão para "O Pagador de Promessas".

A partir dos anos 80, Flávio Rangel assumiu os musicais, dirigindo em 1982, "Amadeus". No ano seguinte, com "Piaf", marcou a carreira de Bibi Ferreira. "Vargas", porém, outro musical de Dias Gomes e Ferreira Gullar, gerou polêmicas com políticos do Rio. Em 1984, encenou o espetáculo "Freud, no Distante País da Alma", de Henry Denker. Sem destaque, fez "A Herdeira", baseado em Henry James, e "Negócios de Estado", comédia de Louis Verneuil.

Seu último trabalho foi "Cyrano de Bergerac", de Edmond Rostand, em 1985, à frente da Companhia Estável de Repertório - CER. Para Flávio, o teatro era "imperecível, imortal".

Suas crônicas jornalísticas foram reunidas em quatro títulos: "Seria Cômico Se Não Fosse Trágico", "A Praça dos Sem Poderes", "Os Prezados Leitores" e "Diário do Brasil".

A causa de sua morte foi Câncer Pulmonar.

Fonte: UOL Educação e Projeto VIP

Anilza Leoni

ANILZA PINHO DE CARVALHO
(75 anos)
Atriz, Cantora, Bailarina, Vedete e Pintora

* Laguna, SC (10/10/1933)
+ Rio de Janeiro, RJ (06/08/2009)

Nascida em Santa Catarina, mudou-se com a mãe e os irmãos para o Rio de Janeiro, após a morte do pai, no fim dos anos 1940. Estudou no Colégio Ruy Barbosa, como aluna interna, até que a mãe adoece, e Anilza deixa os estudos para trabalhar, aos 15 anos, como datilógrafa e secretária. Aos 18 anos, é convidada para trabalhar num espetáculo de variedades, produzido por Renata Fronzi. Adota então o nome artístico de Anilza Leoni, em homenagem ao jogador de futebol Leônidas da Silva.

Nos anos 1950, será uma das maiores vedetes do teatro de revista - o chamado Teatro Rebolado -, participando de espetáculos produzidos por Carlos Machado e Walter Pinto.

Anilza figurou por três vezes na lista das Certinhas do Lalau - uma lista das mulheres mais bonitas do Brasil, elaborada anualmente pelo jornalista Sérgio Porto, nas décadas de 1950 e 1960.

Atuou também no cinema, participando de chanchadas produzidas por Herbert Richers, ao lado de Ankito, Grande Otelo e Wilson Grey.

Em 1961, estreou na extinta TV Tupi do Rio de Janeiro, participando da primeira adaptação televisiva do romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado. Também trabalhou em programas humorísticos e musicais - Noites Cariocas e Espetáculos Tonelux (1964). Na TV Globo, participou de várias novelas, com destaque para A Gata Comeu, na qual interpretou Ester, madrasta da personagem Jô (Christiane Torloni).

Nos últimos anos, Anilza Leoni morava sozinha, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro e continuava trabalhando na televisão e no teatro. Em 1990, recebeu o Prêmio Mambembe.

Nos seus últimos dias de vida, a atriz se preparava para estrear o espetáculo Mário Quintana - O Poeta das Coisas Simples, em São Paulo, ao lado de Tamara Taxman, Monique Lafond, Selma Lopes e Sérgio Miguel Braga.

Faleceu aos 75 anos, em razão de um Enfisema Pulmonar, depois de ficar hospitalizada durante uma semana. Deixou uma filha, Angélica Virgínia (seu outro filho, Claubel, faleceu nos anos 1990), e uma neta, que vivem nos Estados Unidos.

Fonte: Wikipédia

Roberto Marinho

ROBERTO PISANI MARINHO
(98 anos)
Jornalista e Empresário

* Rio de Janeiro, RJ (03/12/1904)
+ Rio de Janeiro, RJ (06/08/2003)

Roberto Marinho foi um jornalista e empresário brasileiro, tendo sido o presidente das Organizações Globo de 1925 a 2003. Foi um dos homens mais ricos e poderosos do Brasil. Participou do Movimento Tenentista (Tenentismo foi o nome dado ao movimento político-militar e à série de rebeliões de jovens oficiais de baixa e média patente do Exército Brasileiro no início da década de 1920, descontentes com a situação política do Brasil), porém foi um dos primeiros a sair do Forte de Copacabana.

Herdou ainda jovem o jornal O Globo, fundado por seu pai, Irineu Marinho em 29/07/1925, o qual ele ampliou, fundando uma cadeia de rádios entre as quais se destacam a Rádio Globo e a Rádio CBN, esta última somente de notícias.

Em 26/04/1965, fundou a Rede Globo de Televisão, que se tornou o principal canal de televisão do Brasil e a quarta maior do mundo. A Rede Globo tem tido um grande desenvolvimento, durante e principalmente depois da Ditadura Militar. É especialmente na produção de telenovelas, que a TV Globo mostrou todas as suas forças, as quais têm sido exportadas para inúmeros países, inclusive a China. Hoje em dia suas empresas formam um império de mídia que tem imensa influência social e política no Brasil. Esse pool de empresas faz parte do que hoje se conhece pelo nome de Organizações Globo.

Roberto Marinho na década de 1920
Roberto Marinho sempre defendeu o liberalismo econômico, com aliança estratégica com os Estados Unidos. Foi adversário de políticos como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Leonel Brizola e o Lula da Silva. Quando Getúlio Vargas se matou, como presidente da República em 1954, seu jornal foi destruído pela população, quase falindo. Foi acusado de ser o mentor intelectual da Ditadura Militar, apoiada por ele. Em editorial publicado pelo jornal O Globo em 07/10/1984, Roberto Marinho escreveu:

"Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada"

Roberto Marinho também acusado de manipular as eleições para governador do Estado do Rio de Janeiro, quando Leonel Brizola venceu, e de mandar nas comunicações brasileiras no governo de José Sarney, quando Antônio Carlos Magalhães, dono de uma afiliada da Globo, foi ministro das comunicações.

Roberto Marinho e Jô Soares
Em 1989, foi acusado de manipular a edição do Jornal Nacional, após o debate de segundo turno entre Fernando Collor e Lula da Silva, para ajudar Collor a ser eleito presidente. Em 1992, Roberto Marinho, em um editorial do jornal O Globo e no noticiário Jornal Nacional, chamou Leonel Brizola de "senil". Isso valeu direito de resposta a Leonel Brizola no Jornal Nacional, que foi lido por Cid Moreira, dois anos depois, em 1994.

Com o governo Fernando Henrique, as Organizações Globo passaram por uma grande crise, retirando o nome do jornalista na lista de bilionários da revista Forbes.

Com sua primeira esposa em 1946, Stella Goulart Marinho, teve quatro filhos: Roberto Irineu Marinho, Paulo Roberto Marinho, falecido aos 19 anos, em 1970, João Roberto Marinho, e José Roberto Marinho. O segundo casamento foi com Ruth Albuquerque, em 1971, já se divorciando da primeira esposa.

Seu último casamento, o terceiro, foi com Lily Monique de Carvalho Marinho, em 1991.

Academia Brasileira de Letras

Roberto Marinho foi o 7º ocupante da cadeira 39 da Academia Brasileira de Letras, embora nunca tenha escrito um livro, eleito em 22/07/1993 na sucessão de Otto Lara Resende. Foi recebido pelo acadêmico Josué Montello em 19/10/1993.


Morte

O presidente das Organizações Globo, morreu às 22:30 hs de quarta-feira, 06/08/2003, no Rio de Janeiro. Ele havia sido internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Samaritano, pela manhã, em razão de um edema pulmonar. Durante todo o dia, seu estado de saúde permaneceu grave.

Às 21:30 hs, o jornalista foi levado às pressas para cirurgia. Os médicos tentaram dissolver um coágulo no pulmão, mas não obtiveram sucesso. Ele não resistiu à cirurgia.

Antes de ser levado para o hospital, Roberto Marinho estava em sua casa, no Cosme Velho, zona sul do Rio de Janeiro. Ele deixou viúva, Lily de Carvalho, e três filhos, Roberto Irineu, José Roberto e João Roberto, além de netos e bisnetos.

O corpo do jornalista foi velado, a partir das 10:00 hs de quinta-feira, 07/08/2003, em sua casa. O enterro ocorreu às 16:00 hs no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.


Em nota divulgada, a família do jornalista se disse "consternada" e afirmou que Roberto Marinho tinha uma "vida reta, dedicada ao trabalho e, fundamentalmente, ao desenvolvimento do Brasil"

Fonte: Wikipédia e Folha Online

Jorge Amado

JORGE LEAL AMADO DE FARIA
(88 anos)
Escritor, Jornalista e Político

* Itabuna, BA (10/08/1912)
+ Salvador, BA (06/08/2001)

Jorge Leal Amado de Faria foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos. Ele é o autor mais adaptado da televisão brasileira, verdadeiros sucessos como "Tieta do Agreste", "Gabriela, Cravo e Canela" e "Teresa Batista Cansada de Guerra" são criações suas, além de "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Tenda dos Milagres".

A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em fitas gravadas para cegos.

Jorge Amado foi superado, em número de vendas, apenas por Paulo Coelho mas, em seu estilo - o romance ficcional -, não há paralelo no Brasil. Em 1994 viu sua obra ser reconhecida com o Prêmio Camões.

Existem dúvidas sobre o exato local de nascimento de Jorge Amado. Alguns biógrafos indicam que o seu nascimento deu-se na Fazenda Auricídia, à época município de Ilhéus. Mais tarde as terras da Fazenda Auricídia ficaram no atual município de Itajuípe, com a emancipação do distrito ilheense de Pirangi. Entretanto, é certo que Jorge Amado foi registrado no povoado de Ferradas, pertencente a Itabuna.



No ano seguinte ao de seu nascimento, uma praga de varíola obrigou a família a deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus, onde viveu a maior parte da infância, que lhe serviu de inspiração para vários romances.

Foi para o Rio de Janeiro, então capital da república, para estudar na Faculdade de Direito da então Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Durante a década de 1930, a faculdade era um polo de discussões políticas e de arte, tendo ali travado seus primeiros contatos com o movimento comunista organizado.

Foi jornalista, e envolveu-se com a política ideológica, tornando-se comunista, como muitos de sua geração. São temas constantes em suas obras os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, crenças e tradições, e a sensualidade do povo brasileiro, contribuindo assim para a divulgação deste aspecto do mesmo. Suas obras são umas das mais significativas da moderna ficção brasileira, com 49 livros, propondo uma literatura voltada para as raízes nacionais.

Em 1945, foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), o que lhe rendeu fortes pressões políticas. Como deputado, foi o autor da emenda que garantiu a liberdade religiosa, viu o sofrimento dos que seguiam os cultos vindos da África, no Ceará viu protestantes saqueados por fanáticos com uma cruz à frente, então correu atrás de assinaturas até conseguir a aprovação da sua emenda, e desde então a liberdade religiosa tornou-se lei. Também foi autor da emenda que garantia direitos autorais. Por outro lado votou com o Partido Comunista Brasileiro a favor da emenda nº 3.165, do deputado carioca Miguel Couto Filho, emenda que proibia a entrada no país de imigrantes japoneses de qualquer idade e de qualquer procedência.


Jorge Amado e Zélia Gattai
Jorge Amado foi casado com Zélia Gattai, também escritora, que o sucedeu na Academia Brasileira de Letras. Teve três filhos: João Jorge, sociólogo, Paloma, e Eulália.

Jorge Amado viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941 a 1942), em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952). Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos autorais dos seus livros. Na década de 1990, porém, viveu forte tensão e expectativa de um grande baque nas economias pessoais, com a falência do Banco Econômico, onde tinha suas economias. Não chegou porém a perder as economias, já que o banco acabou socorrido pelo Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER), controvertido programa governamental de auxílio a instituições financeiras em dificuldades. O drama pessoal de Jorge Amado chegou a ser utilizado pelo lobby que defendia a intervenção no banco, para garantir os ativos dos seus correntistas.

Jorge Amado e Mãe Menininha de Gantois
Crenças

Mesmo dizendo-se materialista, era simpatizante do candomblé, religião na qual exercia o posto de honra de Obá de Xangô no Ilê Opó Afonjá, do qual muito se orgulhava. Amigos que Jorge Amado prezava no candomblé as mães-de-santo Mãe Aninha, Mãe Senhora, Mãe Menininha do Gantois, Mãe Stella de Oxóssi, Olga de Alaketu, Mãe Mirinha do Portão, Mãe Cleusa Millet, Mãe Carmem e o pai-de-santo Luís da Muriçoca.

Como Érico Veríssimo e Rachel de Queiroz, é representante do Modernismo Regionalista, segunda geração do Modernismo.


Premiações

Em 1951, recebeu o Prêmio Stalin da Paz, depois renomeado para Prêmio Lênin da Paz. Recebeu também títulos de Comendador e de Grande Oficial, nas ordens da Argentina, Chile, Espanha, França, Portugal e Venezuela, além de ter sido feito Doutor Honoris Causa por dez universidades no Brasil, Itália, Israel, França e Portugal. O título de Doutor pela Sorbonne, na França, foi o último que recebeu pessoalmente, em 1998, em sua derradeira viagem a Paris, quando já estava doente.

Jorge Amado recebeu no estrangeiro os seguintes prêmios:

  • 1951 - Prêmio Lênin da Paz (Moscou)
  • 1971 - Prêmio de Latinidade (Paris)
  • 1976 - Prêmio do Instituto Ítalo-Latino-Americano (Roma)
  • 1984 - Prêmio Risit d'Aur (Udine, Itália)
  • 1984 - Prêmio Moinho (Itália)
  • 1986 - Prêmio Dimitrof de Literatura (Sofia, Bulgária)
  • 1989 - Prêmio Pablo Neruda, Associação de Escritores Soviéticos (Moscou)
  • 1990 - Prêmio Mundial Cino Del Duca da Fundação Simone e Cino Del Duca (1990)
  • 1995 - Prêmio Camões

No Brasil:

  • 1959 - Prêmio Nacional de Romance do Instituto Nacional do Livro
  • 1959 - Prêmio Graça Aranha
  • 1959 - Prêmio Paula Brito
  • 1959 - Prêmio Jabuti (1959)
  • 1959 - Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Club do Brasil
  • 1959 - Prêmio Carmen Dolores Barbosa
  • 1970 - Troféu Intelectual do Ano
  • 1982 - Prêmio Fernando Chinaglia
  • 1982 - Prêmio Nestlé de Literatura
  • 1982 - Prêmio Brasília de Literatura - Conjunto de Obras
  • 1984 - Prêmio Moinho Santista de Literatura
  • 1985 - Prêmio BNB de Literatura
  • 1995 - Prêmio Jabuti

Jorge Amado escrevendo Dona Flor, ao lado o gato Nacib
Traduções das Obras

Jorge Amado é um dos autores brasileiros mais publicados em todo o mundo, atrás apenas de Paulo Coelho. Sua obra foi editada em 55 países, e vertida para 49 idiomas e dialetos: albanês, alemão, árabe, armênio, azeri, búlgaro, catalão, chinês, coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, esperanto, estoniano, finlandês, francês, galego, georgiano, grego, guarani, hebraico, holandês, húngaro, iídiche, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, macedônio, moldávio, mongol, norueguês, persa, polonês, romeno, russo (também três em braille), sérvio, sueco, tailandês, tcheco, turco, turcomano, ucraniano e vietnamita.


Academia Brasileira de Letras

Jorge Amado foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 6 de abril de 1961, ocupando a cadeira 23, cujo patrono é José de Alencar. De sua experiência acadêmica, bem como para retratar os casos dos imortais da Academia Brasileira de Letras, escreveu "Farda, Fardão, Camisola de Dormir", numa alusão clara ao formalismo da entidade e à senilidade de seus membros, então.


Cartas

São mais de cem mil páginas em processo de catalogação, as cartas trocadas com gente do mundo inteiro, guardadas num acervo isolado da Fundação Casa de Jorge Amado, em Salvador. A doação foi entregue com uma ressalva, por escrito: "Jorge escreveu que somente cinquenta anos após sua morte esse material devia ser aberto ao público", segundo a poeta Myriam Fraga, que dirige a casa desde sua criação, há vinte anos.

De relatos sobre livros e obras de arte a fatos do cotidiano, grandes escritores, poetas e intelectuais de seu tempo se corresponderam com ele: Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Monteiro Lobato e Gilberto Freyre, entre outros brasileiros. Pablo Neruda, Gabriel García Márquez e José Saramago, entre tantos outros estrangeiros. No campo da política, a correspondência se estabeleceu com nomes os mais variados como Juscelino Kubitschek, François Mitterrand e Antônio Carlos Magalhães.

As cartas mostram como o escritor recebia os mais imprevistos pedidos, apresentava pessoas umas às outras, em época em que era intenso o diálogo via postal. A correspondência pessoal de Jorge Amado pode oferecer inestimável fonte de pesquisa.

Alguns trechos retirados de reportagem exclusiva, por Josélia Aguiar, à Revista Entre Livros - Ano 2 - nº 16:

De Gláuber Rocha, sem data, sobre a nova película "A Idade da Terra" de 1980:


"Comecei o dia chorando a morte de Clarice (Lispector)", inicia assim a carta para adiante falar sobre o novo filme: "Está sendo feito como você escreve um romance. Cada dia filmo de dois a sete planos, com som direto, improvisado a partir de certos temas. (…) Estou, enfim, tendo a sensação de 'escrever com a câmera e com o som', tentando um caminho que fundiu a cuca do Jece (Valadão, ator) (…)".

Mário de Andrade, logo após ler "Mar Morto", em 1936, elogia o que chama de "realidade honesta" e a "linda tradição de meter lirismo de poesia na prosa":

"Acaba de se doutorar em romance o jovem Jorge Amado, grande promessa do mundo intelectual".

Monteiro Lobato, também sob forte impressão após ler "Mar Morto", em 1936:

"Lí-o com a mesma emoção trágica que seus livros sempre me despertam", e conta que, ao visitar o cais do porto de Salvador, havia "previsto" que a obra seria escrita: "Qualquer dia o Jorge Amado presta atenção e pinta os dramas que devem existir aqui. Adivinhei."

Pablo Neruda em carta breve, com data de 16 de outubro e ano incerto, escrita a mão:

"Será que no Brasil eu poderia fazer um ou dois recitais pagos?" (…) "Haverá algum empresário interessado em organizar com seriedade essa turnê?" (…)


Obras

  • 1930 - O País do Carnaval (Romance)
  • 1933 - Cacau (Romance)
  • 1934 - Suor (Romance)
  • 1935 - Jubiabá (Romance)
  • 1936 - Mar Morto (Romance)
  • 1937 - Capitães da Areia (Romance)
  • 1938 - A Estrada do Mar (Poesia)
  • 1941 - ABC de Castro Alves (Biografia)
  • 1942 - O Cavaleiro da Esperança (Biografia)
  • 1943 - Terras do Sem-Fim (Romance)
  • 1944 - São Jorge dos Ilhéus (Romance)
  • 1945 - Bahia de Todos os Santos (Guia)
  • 1946 - Seara Vermelha (Romance)
  • 1947 - O Amor do Soldado (Teatro)
  • 1951 - O Mundo da Paz (Viagens)
  • 1954 - Os Subterrâneos da Liberdade (Romance)
  • 1958 - Gabriela, Cravo e Canela (Romance)
  • 1961 - A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água (Romance)
  • 1961 - Os Velhos Marinheiros ou o Capitão de Longo Curso (Romance)
  • 1964 - Os Pastores da Noite (Romance)
  • 1964 - O Compadre de Ogum (Romance)
  • 1966 - Dona Flor e Seus Dois Maridos (Romance)
  • 1969 - Tenda dos Milagres (Romance)
  • 1972 - Teresa Batista Cansada de Guerra (Romance)
  • 1976 - O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (Historieta Infanto-Juvenil)
  • 1977 - Tieta do Agreste (Romance)
  • 1979 - Farda, Fardão, Camisola de Dormir (Romance)
  • 1979 - Do Recente Milagre dos Pássaros (Contos)
  • 1982 - O Menino Grapiúna (Memórias)
  • 1984 - A Bola e o Goleiro (Literatura Infantil)
  • 1984 - Tocaia Grande (Romance)
  • 1988 - O Sumiço da Santa (Romance)
  • 1992 - Navegação de Cabotagem (Memórias)
  • 1994 - A Descoberta da América Pelos Turcos (Romance)
  • 1997 - O Milagre dos Pássaros (Fábula)
  • 2008 - Hora da Guerra (Crônicas)

Em 1995 iniciou-se o processo de revisão de sua obra por sua filha Paloma e os livros ganharam novo projeto gráfico.

Fonte: Wikipédia

Baden Powell

BADEN POWELL DE AQUINO
(63 anos)
Violonista e Compositor

* Varre-Sai, RJ (06/08/1937)
+ Rio de Janeiro, RJ (26/09/2000)

Filho de Dona Adelina e do violinista e escoteiro Lilo de Aquino, que lhe deu esse nome por ser fã do criador do Escotismo, general britânico Robert Stephenson Smyth Baden-Powell. É irmão de Vera Gonçalves de Aquino e pai do pianista e tecladista Philippe Baden Powell e do violonista Louis Marcel Powell, ambos nascidos na França, e primo do violonista João de Aquino.

Aos nove anos começou a estudar violão, mas só ficou famoso no Brasil quando constituiu uma parceria com Vinícius de Moraes, que escreveu versos para suas composições, criando o gênero dos afro-sambas.

Tocava a música tradicional brasileira, mas amava o jazz e logo desenvolveu um estilo que se baseava em Django Reinhardt e Barney Kessel. Passou a ser conhecido internacionalmente em 1966 quando Joaquim Berendt teve a oportunidade de conhecê-lo, convidando-o para gravar seu primeiro disco e visitar a Europa.

O sucesso não o abandonou e sua fama foi aumentando com seus discos, principalmente na Alemanha. Continuou dando concertos, também nos Estados Unidos, onde teve a oportunidade de se apresentar com Stan Getz.

Baden Powell tinha uma maneira única de tocar violão, incorporando elementos virtuosísticos da técnica clássica e suingue e harmonia populares. Explorou de maneira radical os limites do instrumento, o que o transformou em uma rara estrela nacional da área com trânsito internacional.

Baden Powell foi considerado por muitos um dos maiores violonistas de jazz desde o início da bossa nova. Já gravou muitos discos entre os quais é preciso mencionar "Baden Powell Quartet", um álbum duplo gravado para a Barclay, "Stephane Grappelli - Baden Powell" (Fontana) e "Baden Powell".


Morte


Baden Powell estava internado desde o dia 22/08/2000 na Clínica Sorocaba, em Botafogo, RJ, em conseqüência de uma Pneumonia Bacteriana. Nos últimos dias, o músico, que era diabético, respirava com o auxílio de aparelhos e tinha seus sinais vitais mantidos às custas de drogas vasopressoras.

O músico foi internado com um quadro de pneumonia que foi se agravando ao longo do mês.

O último boletim da equipe médica que acompanhava Baden Powell foi emitido no dia 21/08/2002, quinta-feira. Segundo o boletim, o músico estava respirando com auxílio de aparelhos, fazendo hemodiálise e apresentava um quadro infeccioso. Baden Powell estava se alimentando por sonda e necessitando de drogas para manter sinais vitais.

Discografia

  • 1959 - 78 RPM
  • 1959 - Apresentando Baden Powell e Seu Violão
  • 1961 - Um Violão na Madrugada
  • 1962 - Baden Powell (Compacto Duplo)
  • 1962 - Baden Powell Swing With Jimmy Pratt
  • 1963 - Baden Powell à Vontade
  • 1964 - Le Monde Musical de Baden Powell (gravado na França)
  • 1965 - Billy Nencioli / Baden Powell
  • 1966 - Baden Powell ao Vivo no Teatro Santa Rosa
  • 1966 - Os Afro-sambas - Baden & Vinícius
  • 1966 - Tempo Feliz
  • 1966 - Tristeza on Guitar
  • 1967 - Berlin Jazz Festival
  • 1968 - Poema on Guitar
  • 1968 - Show Recital: Baden, Marcia & Originais do Samba
  • 1969 - 27 Horas de Estúdio
  • 1969 - Le Monde Musical de Baden Powell - Vol. 2
  • 1970 - Baden Powell Quartet Vol. 1
  • 1970 - Baden Powell Quartet Vol. 2
  • 1970 - Baden Powell Quartet Vol. 3
  • 1970 - Canto on Guitar
  • 1970 - Lotus/Tristeza
  • 1970 - Os Cantores de Lapinha
  • 1971 - Estudos
  • 1971 - L'ame de Baden Powell
  • 1971 - L'art de Baden Powell
  • 1972 - Samba Triste
  • 1972 - Baden Powell
  • 1973 - Apaixonado
  • 1973 - Solitude on Guitar
  • 1974 - La Grande Reunion
  • 1974 - La Grande Reunion Vol. 2
  • 1977 - Baden Powell Canta Vinicius de Moraes e Paulo Cesar Pinheiro
  • 1977 - Maria D'Apparecida et Baden Powell
  • 1979 - Grande Show ao Vivo no Procopio Ferreira
  • 1983 - Felicidades / Felicidade / Live in Hamburgo
  • 1990 - Os Afro-Sambas - Regravação Com Quarteto em Cy
  • 1990 - Live at The Rio Jazz Club
  • 1992 - The Frankfurt Opera Concert 1975
  • 1992 - Live in Switzerland
  • 1994 - Rio a Paris - Decembre 94
  • 1995 - Baden Powell & Filhos
  • 1996 - Baden Powell a Paris
  • 1996 - Live at Montreux Jazz Festival
  • 1998 - Suite Afro-Consolação
  • 2000 - Lembranças

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #BadenPowell

Gianfrancesco Guarnieri

GIANFRANCESCO SIGFRIDO BENEDETTO MARTINENGHI DE GUARNIERI
(71 anos)
Ator, Diretor, Dramaturgo e Poeta

☼ Milão, Itália (06/08/1934)
┼ São Paulo, SP (22/07/2006)

Gianfrancesco Guarnieri foi um importante ator, diretor, dramaturgo e poeta ítalo-brasileiro, foi um artista de destaque no Teatro de Arena de São Paulo e sua mais importante obra foi "Eles Não Usam Black-Tie", nascido em Milão, Itália, no dia 06/08/1934.

Por conta do Fascismo que tomava conta da Itália, seus pais, o maestro Edoardo Guarnieri e a harpista Elsa Martinenghi, decidiram vir para o Brasil em 1936 e se estabeleceram no Rio de Janeiro.

No início dos anos 1950 a família se mudou para São Paulo. Líder estudantil desde a adolescência, Guarnieri começou a fazer teatro amador com Oduvaldo Vianna Filho,Vianinha, e um grupo de estudantes de São Paulo, e em 1955 criaram o Teatro Paulista do Estudante, com orientação de Ruggero Jacobbi. No ano seguinte, o Teatro Paulista do Estudante uniu-se ao Teatro de Arena, fundado e dirigido por José Renato.

Teatro

Sua peça de estreia, como dramaturgo, foi "Eles Não Usam Black-Tie", encenada em 1958 pelo Teatro de Arena. A direção foi de José Renato e o elenco contou com grandes talentos que começavam a despontar no teatro brasileiro, como o próprio Guarnieri (no papel de Tião), com a estreia profissional de Lélia Abramo (Romana), Miriam Mehler (Maria), Flávio Migliaccio (Chiquinho), Eugênio Kusnet (Otávio), Francisco de Assis (Jesuíno), Henrique César (João), Celeste Lima (Teresinha), Riva Nimitz (Dalva) e Milton Gonçalves (Bráulio).

Programada para encerrar o trabalho do grupo, que vivia uma crise financeira, alcançou sucesso imenso, sendo um dos marcos da renovação do teatro brasileiro da época. A peça, o autor e o elenco foram premiados pelo então governador de São Paulo, Jânio Quadros, e o Teatro de Arena foi salvo da crise financeira que há tempos assolava o grupo. Paralelamente, o diretor Roberto Santos dava o pontapé inicial no Cinema Novo com o filme "O Grande Momento", protagonizado por Guarnieri e Miriam Pérsia, um clássico do nosso cinema.

Atento a isso, o diretor Sandro Polloni encomendou uma peça a Guarnieri para ser encenada pela companhia de Maria Della Costa, esposa de Sandro Polloni e de cuja companhia teatral ele era o diretor. Guarnieri saiu do Teatro de Arena por um tempo para poder realizar esse trabalho com Maria Della Costa e em 1959 veio à luz "Gimba, Presidente dos Valentes". Era o primeiro trabalho de Guarnieri em palco italiano e a direção ficou a cargo de Flávio Rangel.

Levava à cena de maneira pioneira a realidade dos morros cariocas, em forma de musical, inspirando-se em parte na sua própria experiência de vida. A encenação foi espetacular e a peça passou os meses seguintes excursionando pela Europa, sendo apresentada no Festival das Nações, na França.


"A Semente" estreou em 1961 no Teatro Brasileiro de Comédia e também contou com a direção de Flávio Rangel. A peça, de cunho abertamente político e inteiramente fora dos padrões do Teatro Brasileiro de Comédia, abordava de forma contundente a militância comunista, criticando tanto os métodos da direita quanto da esquerda.

Embora contasse com atores consagrados como Leonardo Villar, Cleyde Yáconis, Stênio Garcia e Nathália Timberg, além do próprio Guarnieri, entre outros, fosse uma montagem grandiosa e contasse com o aval da crítica, a peça teve problemas homéricos com a censura, o que acabou esfriando o interesse dos frequentadores do então chamado Templo Burguês do Teatro Paulista e a peça saiu rapidamente de cartaz. Nesse mesmo ano, ainda no Teatro Brasileiro de Comédia, Guarnieri participou de duas montagens de Flávio Rangel"Almas Mortas", de Nikolai Gogol e a primeira montagem de "A Escada", de Jorge Andrade.

Em 1962 ele voltou para o Teatro de Arena, não só como ator e autor, mas como sócio proprietário. José Renato se alternava entre vários trabalhos no Rio de Janeiro e em São Paulo, e o Teatro de Arena acabou se tornando uma sociedade entre Guarnieri, Augusto Boal, Paulo José, Juca de Oliveira e o cenógrafo Flávio Império. Juntos, eles participaram de várias peças nessa nova fase, como "A Mandrágora", de Nicolau Maquiavel (1962) e "O Melhor Juiz, o Rei" (1963), de Lope de La Vega.

"O Filho do Cão" (1964), primeiro texto de Guarnieri desde "A Semente", tratava da questão do misticismo religioso e da reforma agrária já em um turbulento contexto político, ano do Golpe Militar.


A partir desse momento, sua carreira, como a de todos os intelectuais ideologicamente filiados à esquerda, passou por momentos difíceis. Optou então por utilizar uma linguagem metafórica e alegórica que tomaria corpo em montagens como os musicais "Arena Conta Zumbi", tendo como destaque a música "Upa Neguinho" com parceria de Edu Lobo e "Arena Conta Tiradentes", feitos em parceria com Augusto Boal.

Na década seguinte daria prosseguimento a esse estilo em peças como "Castro Alves Pede Passagem" (1971), principalmente "Um Grito Parado No Ar" (1973), que encenava as dificuldades da classe artística naquele período, e "Ponto de Partida" (1976), onde utilizava uma vila da Idade Média como pano de fundo para focalizar a repressão a partir da morte do jornalista Vladimir Herzog, pontos capitais do teatro brasileiro nos anos 70.

Na década de 80, sua carreira como autor de teatro se tornaria cada vez mais esparsa, lançando poucos textos.

Em 1988 escreveu "Pegando Fogo Lá Fora"Em 1995 viria "A Canastra de Macário", que é o momento em que sua saúde lhe dá o primeiro susto, com um aneurisma na aorta.



Em 1998 escreveu, com o filho Cláudio, a peça "Anjo Na Contramão" e sua última peça foi "A Luta Secreta de Maria da Encarnação", realizada em 2001.

Gianfrancesco Guarnieri subiu num palco pela última vez no dia 15/08/2005, no mesmo Teatro Maria Della Costa, onde 46 anos antes apresentara a peça "Gimba". Fez o papel de Marcelo Belluomo na gravação da peça "Você Tem Medo do Ridículo, Clark Gable?", de Analy Alvarez, com direção de Roberto Lage, para o programa "Senta Que Lá Vem Comédia" da TV Cultura.

O programa contou com a participação das atrizes Arlete Montenegro, Sônia Guedes, André Latorre, Neuza Velasco e o ator Luiz Serra, e foi ao ar no dia 24/08/2005.

Escreveu, em 1960, o libreto da ópera "Um Homem Só", de Camargo Guarnieri.

Gianfrancesco Guarnieri foi parceiro musical de compositores como Adoniran Barbosa, Carlos Lyra, Edu Lobo, Toquinho e Sérgio Ricardo.

Televisão

A partir do final dos anos 50, passou a conciliar sua bem-sucedida atividade no teatro com uma presença cada vez maior na televisão e no cinema. Virou, assim, um dos nossos melhores e mais populares atores.

Na TV, atuou em novelas como "A Muralha" (1968) e "Mulheres de Areia" (1973), ambas de Ivani Ribeiro, "Éramos Seis" (1977), "Jogo da Vida" (1981), "Cambalacho" (1986), "Rainha da Sucata" (1990) e "A Próxima Vítima" (1995), todas de Sílvio de Abreu, "Sol de Verão" (1982), de Manoel Carlos, "Vereda Tropical" (1984), de Carlos Lombardi, "Mandala" (1987), de Dias Gomes e "Que Rei Sou Eu?" (1989), de Cassiano Gabus Mendes, além de minisséries como "Anos Rebeldes" (1992), de Gilberto Braga e "Incidente em Antares" (1994), de Nelson Nadotti e Charles Peixoto, baseada no livro homônimo de Érico Veríssimo.

O público mais jovem provavelmente o reconhece pelo papel do carinhoso e divertido avô Orlando Silva da série juvenil "Mundo da Lua" (1991), escrita por Flávio de Souza.

Cinema

No cinema, além de protagonizar "O Grande Momento", também participou de filmes como "O Jogo da Vida" (1976), de Maurice Capovilla, "Gaijin - Os Caminhos da Liberdade" (1980), de Tizuka Yamasaki, "Eles Não Usam Black-Tie" (1981), de Leon Hirszman (versão para sua peça em que dessa vez interpretou o pai sindicalista), filme que ganhou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza, "A Próxima Vítima" (1983), de João Batista de Andrade, "Beijo 2348/72" (1990), de Walter Rogério e "O Quatrilho" (1995), de Fábio Barreto.

Seu último filme foi "Contos de Lygia" (1998), em que contracenou com Nathália Thimberg sob direção de Del Rangel.

Família e Política

Gianfrancesco Guarnieri casou-se pela primeira vez em 1956 com a jornalista Cecília Thompson, com quem teve dois filhos, Paulo Guarnieri e Flávio Guarnieri, ambos atores. Com sua companheira dos últimos 40 anos Vanya Sant'Anna, teve mais três filhos, Cláudio, Mariana (que também seguiram carreira teatral) e Fernando Henrique.

Foi Secretário da Cultura da cidade de São Paulo entre 1984 e 1986, durante o governo de Mário Covas. Nessa oportunidade procurou valorizar as ações comunitárias.

Morte

No dia 02/06/2006 gravava no Teatro Oficina a telenovela "Belíssima", da TV Globo, em que interpretava o personagem Pepe, e sentiu-se mal, tendo sido internado no Hospital Sírio Libanês, onde veio a falecer de vítima de insuficiência renal crônica, cinquenta dias depois, no dia 22/07/2006, aos 71 anos.

Gianfrancesco Guarnieri foi sepultado no Cemitério Jardim da Serra em cerimônia particular na cidade de Mairiporã, SP, onde morava.

Trabalhos

Televisão

  • 1967 - O Tempo e o Vento ... Alonso São Romão (Padre Alonso)
  • 1967 - A Hora Marcada ... André Mourão Ferraz
  • 1968 - O Terceiro Pecado ... Alexandre Noronha (Professor Alexandre)
  • 1968 - A Muralha ... Leonel Olinto
  • 1969 - Os Estranhos ... Bernardo Moreira Castro
  • 1969 - Dez Vidas ... Tomás Antônio Gonzaga (O Dirceu)
  • 1970 - O Meu Pé de Laranja Lima ... Ariovaldo Camargo de Sousa
  • 1971 - Nossa Filha Gabriela ... Giuliano Ferreira de Nóbrega
  • 1972 - Signo da Esperança ... Emílio Duarte Mendes
  • 1972 - Camomila e Bem-Me-Quer ... Olegário Barbosa Santana
  • 1973 - Mulheres de Areia ... Antônio da Lua (Tonho da Lua)
  • 1974 - Os Inocentes ... Francisco Munhoz Lins (Chico)
  • 1977 - Éramos Seis ... Júlio Abílio de Lemos (Seu Júlio)
  • 1978 - Roda de Fogo ... Vitor Cursino Bueno (Drº Vitor)
  • 1979 - Cabocla ... Genésio de Jesus (Padre Genésio)
  • 1981 - Rosa Baiana ... Agenor Gomes Flores
  • 1981 - Jogo da Vida ... Manoel Vieira de Souza (Seu Vieira)
  • 1982 - Sol de Verão ... Caetano Otoni Bulhões
  • 1983 - Sabor de Mel ... Pedro Lopes Amaral (Pedrão)
  • 1984 - Vereda Tropical ... Jamil Beirut (Genaro)
  • 1986 - Cambalacho ... Jerônimo Machado (Jejê)
  • 1987 - Helena ... Walter Scott
  • 1987 - Mandala ... Túlio Silveira
  • 1989 - Que Rei Sou Eu? ... Petrus de Avillan (Rei Petrus II)
  • 1989 - Cortina de Vidro ... Arthur Medeiros Stuart
  • 1990 - Rainha da Sucata ... Irineu Saldanha (Saldanha)
  • 1991 - Mundo da Lua ... Orlando Silva (Vô Orlando)
  • 1991 - Vamp ... Geraldo Farias Gouveia (Delegado Gouveia)
  • 1992 - Anos Rebeldes ... Salviano Muniz (Drº Salviano)
  • 1993 - O Mapa da Mina ... Vicente Rocha
  • 1994 - Incidente em Antares ... Pedro Paulo Amorim (Pudim de Cachaça)
  • 1995 - A Próxima Vítima ... Eliseo Giardini
  • 1996 - Razão de Viver ... Alcides Werneck Borges
  • 1997 - Canoa do Bagre ... Juarez Braga Azevedo
  • 1998 - Serras Azuis ... José Gross (Drº Gross)
  • 1998 - Meu Pé de Laranja Lima ... Manuel Valadares (Portuga)
  • 1999 - Terra Nostra  ... Giulio Splendore
  • 2000 - Vidas Cruzadas ... Policarpo Quaresma
  • 2002 - Esperança ... Flávio Pellegrini
  • 2004 - Metamorphoses ... Eugênio Alencastro (Drº Eugênio)
  • 2005 - Belíssima ... Pedro Molina (Pepe)

Cinema

  • 1998 - Contos de Lygia
  • 1995 - O Quatrilho
  • 1990 - Beijo 2348/72
  • 1983 - A Próxima Vítima
  • 1981 - Eles Não Usam Black-Tie
  • 1980 - Asa Branca - Um Sonho Brasileiro
  • 1980 - Gaijin - Os Caminhos da Liberdade
  • 1976 - O Jogo da Vida
  • 1958 - O Grande Momento

Obras (Peças Teatrais)

  • 1958 - Eles Não Usam Black-Tie
  • 1959 - Gimba
  • 1960 - A Semente
  • 1964 - O Filho do Cão
  • 1964 - O Cimento
  • 1964 - História de um Soldado
  • 1965 - Arena Conta Zumbi
  • 1967 - Arena Conta Tiradentes
  • 1967 - A Criação do Mundo Segundo Ari Toledo
  • 1968 - Animália
  • 1969 - Marta Saré
  • 1971 - Castro Alves Pede Passagem
  • 1972 - Botequim
  • 1972 - Basta!
  • 1973 - Um Grito Parado no Ar
  • 1976 - Ponto de Partida
  • 1979 - Que País é Esse, Que Zorra!
  • 1979 - Crônica de um Cidadão Sem Nenhuma Importância
  • 1988 - Pegando Fogo... Lá Fora
  • 1994 - Que Fazer Leonel?
  • 1995 - A Canastra de Macário
  • 1998 - Anjo na Contramão
  • 2001 - Luta Secreta de Maria da Encarnação

Fonte: Wikipédia
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