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Mussum

ANTÔNIO CARLOS BERNARDES GOMES
(53 anos)
Músico, Humorista e Ator

☼ Rio de Janeiro, RJ (07/04/1941)
┼ São Paulo, SP (29/07/1994)

Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido pelo nome artístico Mussumfoi um humorista, ator, músico, cantor e compositor, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 07/04/1941.

Como músico, Mussum foi membro do grupo de samba Os Originais do Samba e como humorista, do grupo Os Trapalhões.

Mussum teve origem humilde, nasceu no Morro da Cachoeirinha, no Lins de Vasconcelos, subúrbio do Rio de Janeiro. Estudou durante nove anos num colégio interno, onde obteve o diploma de ajustador mecânico. Serviu na Força Aérea Brasileira (FAB) durante oito anos, ao mesmo tempo em que aproveitava para participar na Caravana Cultural de Música Brasileira de Carlos Machado.

Mussum foi músico e sambista e juntamente com amigos fundou o grupo Os Sete Modernos, posteriormente chamado Os Originais do Samba. O grupo teve vários sucessos, as coreografias e roupas coloridas os fizeram muito populares na televisão, nos anos 1970, e se apresentaram em diversos países.

Antes, nos anos 1960, foi convidado a participar de um show de televisão, como humorista. De início recusou o convite, justificando-se com a afirmação de que pintar a cara, como é costume dos atores, não era coisa de homem.


Finalmente estreou no programa humorístico Bairro Feliz, na TV Globo em 1965. Consta que foi nos bastidores deste show que Grande Otelo lhe deu o apelido de Mussum, que origina-se de um peixe teleósteo sul-americano, escorregadio e liso, já que conseguia facilmente sair de situações estranhas.

Em 1969, o diretor de Os Trapalhões, Wilton Franco, o viu numa apresentação de boate com seu conjunto musical e o convidou para integrar o grupo humorístico, na época na TV Excelsior. Mais uma vez, Mussum recusou. Entretanto, o amigo Manfried Santanna (Dedé Santana) conseguiu convencê-lo, e Mussum passou a integrar o trio (na época ainda era um trio, pois Zacarias entrou no grupo depois) que terminaria tornando-o muito famoso em todo o país.

Mussum era o único dos quatro Trapalhões oficiais que era negro. Jorge Lafond e Tião Macalé, apesar de também negros e atuarem em vários quadros com o grupo, eram coadjuvantes.

Apenas quando Os Trapalhões já estavam na TV Globo, e o sucesso o impedia de cumprir seus compromissos, é que Mussum deixou Os Originais do Samba. Mas não se afastou da indústria musical, tendo gravado discos com Os Trapalhões e até um solo dedicado ao samba.

Uma de suas paixões era a escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Todos os anos sua figura pontificava durante os desfiles da escola, no meio da Ala de Baianas, da qual era diretor de harmonia. Dessa paixão veio o apelido Mumu da Mangueira. Mussum também era flamenguista fanático.

O Trapalhão Mussum

Mussum foi considerado por muitos o mais engraçado dos Trapalhões. No programa, popularizou o seu modo particular de falar, acrescentando as terminações "is" ou "évis" a palavras arbitrárias (como forévis, cacíldis, coraçãozis) e pelo seu inseparável "mé" (que era sua gíria para cachaça).

O personagem que vivia no programa Os Trapalhões tinha como característica principal o consumo constante de bebidas alcoólicas, em especial a cachaça.

Numa época em que ainda não havia o patrulhamento "politicamente correto", Mussum se celebrizou por expressões onde satirizava sua condição de negro, tais como "negão é o teu passádis" e "quero morrer prêtis se eu estiver mentindo", além de recorrentes piadas sobre bebidas alcoólicas.

Também criou outras frases hilariantes, que se popularizaram rapidamente, como "eu vou me pirulitazis (pirulitar)", quando fugia de uma situação perigosa, ou "traz mais uma ampola", pedindo cerveja, ou "casa, comida, três milhão por mês, fora o bafo!", passando uma cantada em uma mulher bonita, ou ainda "faz uma pindureta", pedindo fiado.

Seu personagem constantemente brincava com os outros membros do grupo, inclusive inventando apelidos divertidos. Didi Mocó era chamado de Cardeal ou Jabá, o Zacarias era chamado de Mineirinho de Sete Lagoas. Também era alvo de gozações por parte dos demais membros do grupo, recebendo apelidos como Cromado, Azulão, Grande Pássaro entre outros. Sempre ficando evidente, entretanto, que as brincadeiras e gozações eram feitas num ambiente de amizade entre os quatro.

Mussum também foi garoto propaganda em comerciais de televisão dos produtos Etti, do medicamento Epatovis, do plano de saúde carioca Assim e da ave Chester da Perdigão, neste último junto com seus três companheiros Trapalhões.

Legado

Nos anos 1970 e 1980, Mussum era um dos poucos artistas negros na televisão mais populares. Tamanha era essa popularidade que havia a expressão pejorativa: "Filho(a) do Mussum". Usada para caçoar crianças negras.

O humorista nunca foi esquecido pelo grande público que conquistou, permanecendo até hoje muito vivo e presente na memória de seus admiradores, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, e recentemente foi lembrado em uma série de camisetas lançadas no Rio de Janeiro, com a imagem estilizada de Mussum e a inscrição "Mussum Forevis".

Após o Rio de Janeiro ser escolhido sede dos Jogos Olímpicos de 2016, vários internautas satirizaram o poster de campanha do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama com a foto do humorista e sob ela a frase "Yes, We Créu". Uma sátira a "Yes, We Can" (Sim, Nós Podemos) frase de campanha do presidente estadunidense. Também foram produzidas camisetas com a palavra "Obamis".

Uma rua de São Paulo, no bairro Campo Limpo, ganhou o nome Comediante Mussum em sua homenagem.

O Largo do Anil em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, teve o seu nome mudado pelo prefeito Eduardo Paes para Largo do Mussum. Tal mudança ocorreu após abordagem do cantor João Gordo do programa Legendários da TV Record.

Uma famosa frase do humorista, "Só no Forévis", inspirou a banda brasileira de hardcore punk Raimundos, que utilizou a frase como título de seu álbum homônimo de 1999, bem como título da canção que abre o disco, uma vinheta em ritmo de samba.

Morte

Mussum faleceu às 02h45 de sexta-feira, 29/07/1994, aos 53 anos, vítima de uma infecção pulmonar.

Mussum estava internado no Hospital Beneficência Portuguesa desde o dia 07/07/1994. No dia 12/07/1994 ele sofreu um transplante de coração. O transplante era necessário porque Mussum tinha uma miocardiopatia dilatada, doença em que o coração aumenta seu tamanho e não trabalha satisfatoriamente.

O transplante transcorreu bem e não houve rejeição aguda, a mais perigosa, logo nos primeiros dias. Entretanto, Mussum passou a apresentar problemas após a cirurgia. O primeiro foi um acúmulo de coágulos sanguíneos no tórax. Para retirar os coágulos, Mussum foi novamente para a mesa cirúrgica. No dia 22/07/1994, o pulmão de Mussum foi tomado pela infecção que o matou.

Às 13h00 o caixão seguiu para o cemitério, sempre aplaudido. O sepultamento de Mussum ocorreu às 17h30 de sexta-feira, 29/07/1994, no cemitério Congonhas, Zona Sul de São Paulo, e foi seguido por cerca de 600 pessoas, entre parentes, amigos e fãs.

Durante a tarde de sexta-feira, 29/07/1994, cerca de 4.000 pessoas foram ao cemitério, entre elas Renato AragãoDedé Santana, Carlos Alberto da Nóbrega e Ronald Golias.

Doze integrantes da Escola de Samba Mangueira, pela qual Mussum desfilou durante 40 carnavais, viajaram do Rio de Janeiro para acompanhar o funeral.

Desde a manhã, centenas de pessoas já se dirigiam para o Hospital Beneficência Portuguesa, onde Mussum faleceu.

Mussum deixou um legado de 27 filmes com Os Trapalhões, além de mais de vinte anos de participações televisivas.


Frases

  • Criôlo é a tua véia!
  • Ui, ui, uuui!
  • Eu vou me pirulitar!
  • Glacinha!
  • Casa, comida, três milhão por mês, fora o bafo!
  • Cacildis!
  • Trais mais uma ampola! (pedindo cerveja)
  • Suco de cevadis!
  • Ô do jabá!
  • Faz uma Pindureta. (querendo fiado)
  • Vai caçá sua turmis!
  • Forevis!

Apelidos

  • Azulão
  • Buraco Quente
  • Caipirinha
  • Clementina de Jesus
  • Cromado
  • Da Mangueira
  • Grande Pássaro
  • Kid Mumu da Mangueira
  • Maisena
  • Morcegão
  • Muça
  • Pé de Rodo
  • Nega da Boca do Tubo (Por Didi)

Filmografia

A carreira de Mussum no cinema foi ligada aos Trapalhões, desde o primeiro filme, "O Trapalhão no Planalto dos Macacos" (1976), de J. B. Tanko. Daí em diante, foram mais 26 filmes com o grupo, até "Os Trapalhões e a Árvore da Juventude" (1991), de José Alvarenga Jr.

Trabalhou também como compositor no filme "Atrapalhando a Suate" (1983) e em "Os Trapalhões no Rabo do Cometa" (1986), dirigido pelo amigo Dedé Santana.

Discografia

Solo

  • 1978 - Água Benta (LP)
  • 1980 - Mussum (RCA Victor, LP)
  • 1983 - Mussum (RCA Victor, LP)
  • 1987 - Mussum (RCA Victor, LP)

Com Os Originais do Samba

  • 1968 - Baden Powell, Márcia e Os Originais do Samba (Philips, LP)
  • 1969- Os Originais do Samba (RCA Victor, LP)
  • 1969 - Os Originais do Samba Vol. 2 (RCA Victor, LP)
  • 1970 - Samba é de Lei (RCA Victor, LP)
  • 1971 - Originais do Samba Exportação (RCA Victor, LP)
  • 1972 - O Samba é a Corda, Os Originais a Caçamba (RCA Victor, LP)
  • 1973 - É Preciso Cantar (RCA Victor, LP)
  • 1974 - Pra Que Tristeza (RCA Victor, LP)
  • 1975 - Alegria de Sambar (RCA Victor, LP)
  • 1976 - Em Verso e Prosa (RCA Victor, LP)
  • 1977 - Os Bons Sambistas Vão Voltar (RCA Victor, LP)
  • 1978 - Aniversário do Tarzan (RCA Victor, LP)
  • 1979 - Clima Total (RCA Victor, LP)

Com Os Trapalhões

Juntos, Os Trapalhões lançaram 16 álbuns. Nos dois primeiros de 1974 e 1975, só aparecem Renato Aragão e Dedé Santana nas capas, mas nessa época o quarteto já estava formado, e todos participaram.

No LP "O Forró dos Trapalhões" (1981), Mussum não aparece na capa e nem mesmo nas trilhas sonoras. O motivo era porque ele, nessa época, ainda tinha contrato exclusivo com a gravadora RCA Victor.

Fonte:  Wikipédia
#FamososQuePartiram #Mussum