Ator, Escritor, Autor, Dramaturgo, Roteirista e Dublador
☼ Pouso Alegre, MG (12/07/1931)
┼ Rio de Janeiro, RJ (07/06/2019)
Lafayette Urbano Galvão foi um ator, escritor e roteirista, nascido em Pouso Alegre, MG, no dia 12/07/1931.
Muito jovem, teve que deixar sua terra em busca da realização de seus sonhos. No teatro realizou vários trabalhos importantes como "Gota D’água", atuando como Creonte e "Mandrágora" de Maquiavel como Messer Nicia.
Lafayette Galvão iniciou sua carreira nas novelas em 1965, atuando em "Rosinha do Sobrado" (1965) e fez obras como "Sinhazinha Flô" (1977), "Coração Alado" (1980), "Dona Beija" (1986), "A História de Ana Raio e Zé Trovão" (1990), "A Viagem" (1994), "Perdidos de Amor" (1997), "América" (2005) e "Poder Paralelo" (2009).
Sua última atuação na televisão foi em 2009, em "Malhação ID".
Lafayette Galvão teve vários textos montados como "Aleijadinho. Aqui. Agora" e "Um, Dois, Três de Oliveira Quatro".
Em paralelo ao teatro, escreveu várias novelas como "Sinhazinha Flô", "Sabor de Mel", "O Campeão", também programas que tiveram grande repercussão nacional como "Brasil Especial", "Saudade Não Tem Idade" e a pesquisa do programa "Som Brasil", com Rolando Boldrin.
No cinema, estreou ao lado de Annick Malvil em "Essa Gatinha é Minha" (1966) e atuou nos filmes "Adorável Trapalhão" (1967), "Luz, Cama, Ação!" (1976), "O Grande Desbum" (1978) e "O Namorador" (1980).
Aposentado há alguns anos, Lafayette Galvão vivia no Retiro dos Artistas desde 2017. Era casado com a atriz Dilze Pragana (1965-2019).
Morte
Lafayette Galvão faleceu na sexta-feira, 07/06/2019, aos 87 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de sepse pulmonar. Ele estava internado desde 20/05/2019 no Hospital Miguel Couto, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Lafayette Galvão entre os atores Cristiana Peres e Marco Antonio Gimenez em "Malhação", seu último trabalho na TV
Carreira
Televisão
2009 - Malhação ID ... Emílio
2009 - Poder Paralelo ... Drº Figueiroa
2008 - Faça Sua História ... Abílio
2008 - Guerra e Paz ... Juiz
2008 - Faça Sua História ... Ernesto
2006 - Paixões Proibidas ... Frei Adriano
2005 - América ... Padre Serafim
2003 - A Casa das Sete Mulheres ... Padre
1999 - Terra Nostra ... Cesquim
1999 - Suave Veneno ... Tide
1999 - Chiquinha Gonzaga ... Conde D'Eu
1998 - Corpo Dourado ... Epaminondas
1997 - Mandacaru ... Coronel
1996 - Perdidos de Amor ... Isidoro
1996 - Quem é Você? ... Hamílton
1996 - A Vida Como Ela é...
1995 - A Próxima Vítima ... Drº Osnir
1994 - A Viagem ... André
1991 - O Fantasma da Ópera
1991 - O Portador ... Janjão
1990 - A História de Ana Raio e Zé Trovão ... Nicolau
Sérgio Augusto Bustamante, mais conhecido como Serguei, foi um cantor e compositor, nascido no Rio de Janeiro, RJ, conhecido por ser o vocalista de diversas bandas de rock ao longo de sua carreira.
Serguei viveu a vida a mil e morreu como um lenda da cultura pop brasileira. O veterano roqueiro carioca orgulhava-se de muitos feitos, entre os quais: o affair que teve com Janis Joplin na visita da cantora americana ao Brasil, ser porta-voz de uma modalidade bem ampla da liberdade sexual, o pansexualismo, e manter em segredo a cor original de seus cabelos.
Filho único de um executivo da International Business Machines (IBM), Domingos Bustamante, e da dona de casa Heloísa Bustamante. Nos anos 90, Serguei visitava regularmente Dona Maria que ainda conservava seu apartamento na Tijuca.
Na infância, ele teve um amigo russo que lhe chamava de "Sergei" (Em russo: Сергей , variação de "Sérgio"), porque tinha dificuldade em pronunciar seu nome corretamente, por isso o apelido ficou.
Aos 12 anos, foi morar com Lia Anderson, sua avó materna, em Long Island, New York, onde participou de festivais estudantis. De volta ao Brasil, em 1955, trabalhou no Banco Boavista e depois como comissário de bordo na Loyd Aéreo, Cruzeiro do Sul, Panair (onde foi demitido após derrubar uma bebida sobre Gina Lollobrigida) e Varig, sendo também demitido após uma bebedeira em Madrid.
Voltou aos Estados Unidos onde começou sua carreira musical.
Serguei e Janis Joplin em 1970
Em 1967 foi retratado pela revista Intervalo, sendo chamado de o "cantor alucinado", em plena Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, onde realizava um protesto hippie e desfilava com um cartaz em que se lia:
"Abaixo o convencionalismo! Viva a alegria, viva a vida!!! Proclamo a autenticidade e o direito de ser jovem e feliz! Chega de guerra, chega de tristeza, chega de medo. A era nova chegou! Viva o Rio! Viva os Beatles! Lanço meu grito de vida e meu protesto jovem. Sergei."
(Trecho de matéria da Revista Intervalo de 1967)
Em 1969, esteve no famoso Festival de Woodstock, e no final deste mesmo ano, o cantor afirmava ter conhecido a cantora americana Janis Joplin, em Long Island, um dos motivos pelo qual ficou conhecido.
Em 1972, de volta ao Brasil, foi morar na cidade de Saquarema, no Estado do Rio de Janeiro. O cantor entrava em contradição cronológicas em suas entrevistas, não há como confirmar, uma vez que Janis Joplin morreu em 1970.
Serguei fez shows em duas edições do Rock In Rio: Rock In Rio II (1991) e Rock In Rio III (2001). Fez também aparições como espectador no Rock In Rio IV e Rock In Rio V.
Nos últimos anos, Serguei vinha participando de diversos programas na televisão.
Em 2011, participou de alguns quadros do programa "Show do Tom", da TV Record. O Multishow produziu o programa "Serguei Rock Show", que contou com 10 episódios e a participação de roqueiros como Rogério Skylab e Zéu Brito.
Em 2012, foi entrevistado no programa "Agora é Tarde".
Serguei era um dos artistas que mais teve convites e aparições no "Programa do Jô", apresentado por Jô Soares, de quem era grande amigo.
Considerado o roqueiro mais antigo do Brasil, Serguei fez shows até seu falecimento, ao lado de sua atual banda, a Pandemonium, que o acompanha desde 2008. Serguei era considerado cantor oficial do grupo Hells Angels (Motoclube Internacional).
Em abril de 2013, sentindo fortes dores pelo corpo, Serguei foi internado no Hospital Nossa Senhora Nazareth, na cidade de Saquarema, no Estado do Rio de Janeiro. Voltou para casa após alguns dias, mas duas semanas depois retornou, passando mais dois dias internado. Ao ser liberado novamente, declarou estar tomando remédios e querer voltar a fazer shows, pois já se sentia bem.
Em maio de 2019, novamente foi internado no mesmo hospital para tratar de um forte quadro de desidratação, desnutrição e pneumonia. Também apresentava um quadro inicial do Mal de Alzheimer, mas mesmo assim reconheceu seus amigos no leito hospitalar, onde respondia bem ao tratamento.
Serguei não curtia música eletrônica e funk mas caiu no samba quando a Mocidade Independente de Padre Miguel fez um desfile em homenagem ao Rock in Rio na Marquês de Sapucaí, em 2013
Serguei durante apresentação no Centro Cultural São Paulo, em novembro de 2017.
Templo do Rock
Em sua residência, na cidade de Saquarema, foi criado o "Museu do Rock", administrado por Serguei, constituído com peças de roupas, discos, prêmios, livros, cartazes, filmes em VHS e outros materiais sobre a vida do cantor. Sua residência é um ponto turístico da cidade.
Em 2010, a prefeitura de Saquarema fez uma ampliação na casa, reformando-a. Serguei recebia uma certa quantia da prefeitura mensalmente para manter o "Templo do Rock", que é considerado um local histórico para a cidade.
Morte
Serguei faleceu na manhã de sexta-feira, 07/06/2019, aos 85 anos, no Hospital Zilda Arns, em Volta Redonda, RJ, onde estava internado desde o fim de maio.
Serguei havia sido internado no início de maio em um hospital em Saquarema, RJ, cidade onde morava, com um quadro de desidratação, desnutrição e infecção urinária. Segundo os médicos, ele sofria Mal de Alzheimer.
No final de maio de 2019, apresentou arritmia severa e insuficiência respiratória aguda. Com o agravamento de seu estado de saúde, foi transferido para Volta Redonda, RJ.
Sérgio Augusto Bustamante dizia esperar pela morte aos 127 anos, cem a mais do que Janis Joplin e outros de seus ídolos, Jimi Hendrix e Jim Morrison. O corpo franzino e as rugas, em determinado momento de sua vida, abrigavam uma alma inquieta e permanentemente rebelde.
Discografia
1966 - As Alucinações de Sergei / Eu Não Volto Mais (Compacto Simples)
Eurico Ângelo de Oliveira Miranda, mais conhecido como Eurico Miranda, foi um político, jurista e dirigente esportivo, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 07/06/1944.
Eurico Miranda foi o mais conhecido presidente da história do Vasco da Gama, exercendo o mandato por duas vezes, de 2003 a 2008, e de 2015 a 2017. Também foi vice-presidente de futebol do clube entre 1990 e 2002, tendo participado do período das maiores conquistas do clube, como o Campeonato Brasileiro de 1997, a Copa Libertadores de 1998, a Copa João Havelange de 2000 e a Copa Mercosul de 2000.
Eurico Miranda é filho de portugueses, Álvaro e Alexandra, naturais do concelho de Arouca, concelho da Grande Área Metropolitana do Porto, que, na década de 1930, emigraram para o Brasil, fugindo do regime de António Salazar.
Criado na Zona Sul do Rio de Janeiro, estudou no Colégio Santo Inácio, em Botafogo, um colégio jesuíta frequentado por boa parte da elite carioca. Acabou por ser convidado a se retirar do colégio por causa de brigas e por sempre ir com a camisa do Vasco por cima do uniforme, o que não era permitido, apesar de nunca terem o visto usando uma camisa do Vasco em toda história.
Eurico Miranda passou no vestibular para Fisioterapia, formou-se e chegou a exercer a profissão antes de decidir ingressar na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Foi durante o curso de direito que Eurico Miranda, então com 23 anos, ingressou nas atividades administrativas do Club de Regatas Vasco da Gama, sendo Diretor de Cadastro em 1967.
Dirigente do Vasco da Gama
Em 1969, o presidente do Vasco da Gama era Reinaldo de Matos Reis, que não agradava à maioria dos conselheiros, mas que era defendido por Eurico Miranda, então já Vice-presidente de Patrimônio. Foi realizada uma reunião na sede náutica do clube, na Lagoa Rodrigo de Freitas, para decidir a cassação do seu mandato. Porém houve uma falta de energia e a reunião foi então adiada. No dia seguinte o jornal O Globo publicou uma fotografia que mostrava uma mão desligando o quadro de energia. O título da reportagem era: "A Mão de Eurico". Eurico Miranda entrava assim para a história e política ativa do clube.
Apesar da mão de Eurico Miranda, Reinaldo de Matos Reis acabou por perder a presidência. Assumiu Agarthyno da Silva Gomes, então vice-presidente, em mandato interino até o fim de 1970. Eurico Miranda mais tarde passou a participar da administração de Agarthyno, apoiando-o. Porém em 1976 passou para a oposição do clube e apoiou a candidatura de Medrado Dias. O seu candidato acabou perdendo as eleições. Nesta época, Eurico ainda mantinha um escritório de advocacia, mas cada vez mais se dedicava à política do clube.
Em 1979, foi formada a chapa União Vascaína, que contava com Olavo Monteiro de Carvalho, Pedro Valente, Alberto Pires Ribeiro, Amadeo Pinto da Rocha e Antônio Soares Calçada, para além de Eurico Miranda. O grupo foi batizado de "Seis Homens de Ouro" e tinha como objetivo assumir a presidência do clube, há 10 anos entregue a Agarthyno.
O objetivo foi alcançado e em 1980 Alberto Pires Ribeiro tornou-se o 40º presidente da história do clube, Eurico Miranda passou a ser o seu assessor especial e foi nomeado representante do clube na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ).
Eurico Miranda apareceu na mídia em 1980 ao trazer de volta do Barcelona o ídolo do clube, Roberto Dinamite. Isso lhe deu mais poder político e nas eleições para presidência para o triênio 1983-1986, ele separou-se dos "Seis Homens de Ouro" e concorreu contra outro membro do grupo, Antônio Soares Calçada. Porém perdeu as eleições. Três anos mais tarde voltou a concorrer, para mais uma derrota para Antônio Soares Calçada.
Antônio Soares Calçada decidiu então convidar Eurico Miranda para assumir o cargo de vice-presidente do departamento de futebol. Como vice-presidente Eurico Miranda esteve envolvido na venda de Romário para o PSV em 1988 e, no ano seguinte, na compra do Bebeto, ídolo do rival Flamengo.
Apesar de ser vice-presidente, Eurico Miranda aparentava gozar de mais poder político que o próprio presidente Antônio Soares Calçada, que tinha uma personalidade mais calma. A sua posição política aumentou com a conquista do Campeonato Brasileiro de 1997 e da Taça Libertadores de 1998, entre muitos outros títulos em diversos esportes, no bem-sucedido ano do Centenário do clube. Ele foi também responsável pela parceria do clube com o Bank Of America, que investiu US$ 150 milhões e criou a Vasco da Gama Licenciamentos (VGL).
Eurico Miranda permaneceu como vice-presidente de futebol até Antônio Soares Calçada terminar o seu último mandato, quando voltou a concorrer à presidência, 14 anos após a sua última tentativa. Desta vez Eurico Miranda alcançou a presidência, com o apoio de Antônio Soares Calçada. Foi reeleito em 2003 e afirmou que seria o seu último mandato, mas acabou por concorrer novamente.
A partir de seu segundo mandato, sua imagem como dirigente começou a se desgastar e a encontrar forte resistência em meio a torcida, devido aos sucessivos insucessos do Vasco nas competições das quais participava.
Nas eleições para o mandato de 2007-2009, Eurico Miranda concorreu contra o antigo ídolo do clube, Roberto Dinamite. Ele venceu por uma pequena diferença de 439 votos, mas foi acusado de compra de votos e adulteração do resultado das eleições. A oposição moveu duas ações judiciais questionando o resultado. Com o resultado das eleições sub judicie, presidiu o clube interinamente até meados de 2008, quando por determinação da Justiça foram realizadas novas eleições.
Eurico Miranda tentou de todas as maneiras impedir a realização de novas eleições, chegando até mesmo a interditar o calabouço, uma das sedes do clube onde as mesmas seriam realizadas. Por fim, sem saída, aceitou o novo pleito, porém recusou-se a se candidatar novamente indicando em seu lugar o Benemérito e amigo de longa data, Amadeu Pinto da Rocha. Por fim, a chapa a qual apoiava acabou por perder, pondo fim a mais 40 anos de influência direta de Eurico Miranda no executivo vascaíno.
Em 11/11/2014, em eleição recorde no clube, foi novamente eleito presidente do Vasco da Gama com a chapa "Volta Vasco, Volta Eurico". Obteve mais de 50% dos votos e derrotou as chapas compostas por Julio Brant e Edmundo e a chapa de Roberto Monteiro. Em sua campanha, usou como foco principal que em sua volta o respeito ao Vasco da Gama voltará.
Conhecido por suas bravatas, sendo a mais conhecida a de que o Vasco não cairia para a segunda divisão com o seu comando, Eurico Miranda viu o time realizar um primeiro turno pífio, acumulando 13 pontos, no Campeonato Brasileiro da Série A. Manteve o discurso de que o Vasco não cairia em seu mandato, chegando a afirmar que iria para a Sibéria caso isso acontecesse, mas no dia 06/12/2015, viu o Vasco ser rebaixado pela terceira vez em sua gloriosa história, sendo a segunda com sua participação direta.
Relacionamento com a
Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro
A partir da ascensão de Eurico Miranda no Vasco e de Eduardo Viana, apelidado de Caixa D'água, na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro em 1986, parte da imprensa (mais comumente o jornalista Renato Maurício Prado), tem afirmado uma ligação entre ambos os citados, o que supostamente teria resultado em benefícios ao Vasco no Campeonato Carioca de Futebol durante este período. Porém, nada jamais foi provado.
O grupo Casaca!, que apoia Eurico Miranda, contestou a teoria de que o Vasco seria beneficiado pela Federação em função de Eurico, fazendo um levantamento sobre o período de 1986 a 2006 (em que tanto Eurico Miranda esteve à frente do Vasco quanto Eduardo Viana à frente de Federação), mostrando que neste período o Vasco foi decisivamente prejudicado pela arbitragem nos Campeonatos Cariocas de 1986, 1996, 1999, 2000, 2001, 2004 e 2005, anos em que o Vasco não conseguiu o título, e citando erros da arbitragem contra o Vasco também em anos em que o Vasco acabou sendo campeão: 1987, 1988, 1992, 1994 e 2003.
Vida Política
Em 1990, Eurico Miranda decidiu se candidatar a Deputado Federal pelo Partido Liberal (PL), apesar de já ter o cargo de vice-presidente do Vasco da Gama. Não conseguiu ser eleito, mas nas eleições de 1994 voltou a se candidatar, agora pelo PPB, e conseguiu ser eleito para Deputado Federal pelo Estado do Rio de Janeiro.
Em 1998 foi novamente eleito, mas em 2001 foi pedida a cassação do seu mandato por efetuar uma operação de câmbio não autorizada. Eurico Miranda foi acusado de promover evasão de divisas do país. Apesar disso, ele voltou a concorrer nas eleições de 2002, porém não foi eleito, perdendo assim a imunidade parlamentar.
Em 2006, Eurico Miranda teve a sua candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro. Segundo o argumento da juíza Jaqueline Montenegro, por falta de condições morais para exercer um mandato. Porém Eurico Miranda recorreu da decisão e no mês seguinte teve a sua candidatura confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Processos Judiciais
Ao longo da sua vida pessoal e política, Eurico Miranda esteve sempre envolvido em processos judiciais.
Em 2001, ele foi multado em 150 salários mínimos pelos incidentes ocorridos num jogo do Campeonato Brasileiro entre Vasco da Gama e Gama.
O ano de 2004 foi particularmente cheio de processos judiciais para Eurico Miranda. Em Fevereiro foi decretada a sua prisão por não ter comparecido a um julgamento sem dar explicações. No mês seguinte foi condenado a seis meses de prisão por ter agredido o jornalista Carlos Monteiro, porém recorreu e teve a prisão convertida em multa a ser paga ao agredido. Em abril foi a vez de Eurico Miranda processar um jornalista, mas também perdeu a ação movida. Eurico Miranda alegou que se sentiu ofendido pelas expressões "pernicioso" e "euricadas" usadas pelo jornalista Juca Kfouri na sua coluna no jornal Lance!.
Em outra ação contra a imprensa, agora a Infoglobo, Eurico Miranda pediu uma indenização pela notícia publicada em 21/07/2002 pelo jornal Extra que o acusava de desviar R$ 20 milhões do patrimônio do Vasco da Gama. Além de perder o caso, Eurico Miranda foi ainda obrigado a pagar os custos processuais e honorários dos advogados.
Por suspeita de desvio de dinheiro, uma nova investigação foi iniciada em 2007. Em questão estava a venda do jogador Paulo Miranda, em 2001, para o clube francês Bordeaux. O empresário Logbi Henouda, que participou da negociação, afirma que o Bordeaux pagou US$ 5,94 milhões pelo jogador, mas que Eurico Miranda declarou apenas US$ 2 milhões.
CPI do Futebol
Em 2001, Paulo Miranda foi alvo de uma série de denúncias na imprensa sobre diversas irregularidades em sua administração como vice-presidente e depois como presidente do Vasco. Houve uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar irregularidades na administração do futebol brasileiro e Paulo Miranda foi um dos acusados no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Foi aberto um processo de cassação contra ele, mas sua cassação não foi aprovada. Como Eurico Miranda não foi reeleito deputado em 2002, perdeu a imunidade parlamentar e teve abertos vários processos contra si na justiça.
Em 2006 foi aberto um novo processo judicial contra Eurico Miranda, agora por apropriação indébita. A acusação foi o resultado das investigações feitas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). De acordo com o Ministério Público, Eurico Miranda, enquanto presidente do Vasco da Gama, deixou de recolher contribuições previdenciárias, lesando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Além de Eurico Miranda, também foram acusados Antônio Soares Calçada, ex-presidente vascaíno, e Amadeu Pinto da Rocha, vice-presidente.
Em 2007 foi conhecida a decisão do Tribunal e Eurico Miranda foi condenado a 10 anos de prisão e ao pagamento de uma multa de R$ 53 mil. Entretanto ele teve o direito de recorrer em liberdade e o processo está de volta aos tribunais.
No dia 18/04/2008, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça anulou, por unanimidade, a sentença, baseada na CPI do Futebol, que condenava Eurico Miranda.
Briga Com a Rede Globo
Desde o acidente ocorrido na final da Copa João Havelange de 2000, onde 168 pessoas ficaram feridas, que Eurico Miranda tem tido problemas com a Rede Globo. Ele acusa a emissora de formar opiniões, jogando as pessoas contra ele. A Rede Globo por sua vez alega que Eurico Miranda, através da VGL, deve à empresa R$ 19 milhões, referente a um empréstimo feito ao clube.
Como provocação, no último jogo da Copa João Havelange, Eurico Miranda fez o clube entrar em campo com o logotipo do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), emissora concorrente da Rede Globo. Isso aumentou ainda mais a briga entre a emissora e Eurico Miranda.
Eurico Miranda brigou com a emissora depois que a mesma deixou de cumprir suas obrigações com o clube referente aos direitos de transmissão durante quase um ano.
Vida Após Vasco
Após sua chapa ser derrotada nas eleições para o Conselho Deliberativo nas eleições de 2008, Eurico Miranda passou um período afastado do Vasco, clube no qual esteve presente nos últimos 40 anos. Após a posse da nova diretoria, sua presença em São Januário tornou-se rara, apesar de possuir o título de Grande Benemérito do clube.
Desde então, Eurico Miranda tinha retomado suas atividades no ramo da advocacia, já que possuía um escritório no centro da cidade do Rio de Janeiro. Sem a pesada rotina de dirigente esportivo, Eurico Miranda passou mais tempo junto da família e viajava com frequência para sua casa em Angra dos Reis.
A Volta ao Vasco
Em janeiro de 2010, a chapa composta por Eurico Miranda e Silvio Godoi venceu a eleição para a presidência do Conselho de Beneméritos do Club Vasco. Desde então, Eurico Miranda se firmou como um dos principais opositores à gestão de Roberto Dinamite.
Em novembro de 2014, foi eleito para seu 4° mandato como presidente do Vasco com mais de 50% dos votos em eleição com recorde de participantes.
Morte
Eurico Miranda faleceu na terça-feira, 12/03/2019, aos 74 anos, no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, vítima de câncer no cérebro. Nos últimos meses, Eurico Miranda não havia feito aparições públicas. Seu estado de saúde se agravou, inclusive com dificuldade para se alimentar. A família montou uma UTI em casa, com Home Care, com enfermeiras se revezando para cuidar da saúde de Eurico Miranda. Visitas, inclusive das pessoas mais próximas, eram controladas pela família.
De ambulância, ele foi levado ao hospital na manhã de terça-feira, 12/03/2019. Lá não resistiu e morreu no início da tarde. Em nota oficial, o Hospital Vitória informou:
"O advogado Eurico Miranda, presidente do Conselho de Beneméritos do Club de Regatas Vasco da Gama, faleceu no início da tarde desta terça-feira, em decorrência de complicações secundárias ao câncer. A instituição se solidariza com os familiares e amigos."
Eurico Miranda deixou quatro filhos e sete netos.
Atualmente, ele estava no cargo de presidente do Conselho de Beneméritos do Vasco. O treino do time profissional marcado para a tarde de terça-feira, 12/03/2019, que seria realizado em São Januário, foi cancelado.
O velório começou na terça-feira, 12/03/2019, a partir das 18h00 na Capela Nossa Senhora das Vitórias, que fica na sede do clube em São Januário, e foi aberto ao público. O corpo seguirá para o Cemitério São João Batista, onde será sepultado na tarde de quarta-feira, 13/03/2019, apenas com a presença dos familiares.
Locutora, Rádio-Atriz, Produtora de Programas, Política e Umbandista
☼ Batatais, SP (10/06/1920)
┼ Rio de Janeiro, RJ (07/06/2009)
Banbina Bucci foi uma locutora, rádio-atriz, produtora de programas, política e umbandista brasileira, descendente de italianos, nascida em Batatais, SP, no dia 10/06/1920.
Viúva de Atila Nunes Pereira, de quem se tornou braço direito e companheira inseparável na década de 40, em 1948 nasceu seu único filho, Átila Nunes Filho, deputado desde 1970, maciçamente votado pelos umbandistas.
Inteligência viva, temperamento nervoso, agitado, Bambina Bucci fez o ginasial no Rio de Janeiro, completou seus estudos na terra bandeirante e diplomou-se na Escola Normal de sua terra natal.
Ingressou no rádio em 1940. Locutora, rádio-atriz, produtora de programas, umbandista convicta e dotada de grande facilidade de escrever, produziu dezenas de preces e poemas, destacando-se "Mensagem da Fé", "Oração do Enfermo", "Prece ao Alto", "Mensagem de Oxalá", "Prece do Cruzeiro das Almas", "Oração à Mãe de Jesus", "Gratidão", "Creio em Deus", "Meditação", "Procura a Tua Luz", "Oração dos Cegos", "Caboclo da Mata", "Sete Penas Brancas", "Mensagem de Lázaro" e "Prece do Presidiário".
A metapsíquica sempre exerceu grande fascínio sobre Bambina Bucci que, possuindo dons extraordinários de vidência-auditiva, prestou bons serviços aos que a procuravam imbuídos de fé. Grande parte de sua vida foi dedicada ao estudo do sobrenatural e dos fundamentos do espiritismo em todas as suas formas, principalmente no que tange ao culto religioso da Umbanda. Seu espírito de curiosidade, entretanto, levou-a a voltar, também, suas atenções ao esoterismo e até mesmo ao agnosticismo, doutrina que declara o absoluto inacessível ao espírito humano.
Vereadora eleita e reeleita por 16 anos para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, autora de dezenas de leis municipais que garantiram a igualdade religiosa, Bambina Bucci produziu e apresentou durante três décadas o "Programa Melodias de Terreiro", o mais antigo programa do rádio brasileiro, hoje produzido e apresentado pelo seu filho, o deputado Átila Nunes Filho e pelo seu neto, Átila Nunes Neto, na Rádio Metropolitana AM 1090, do Rio de Janeiro, podendo ser acessado na primeira rádio web de Umbanda do Brasil: a Rádio Melodias de Terreiro.
Viana Junior, nome artístico de Sérgio Von Puttkammer, foi um humorista nascido em São Paulo, SP, no dia 10/06/1941.
Viana Júnior ficou muito conhecido por seu personagem Apolônio, que ao lado da Velha Surda interpretada por Rony Rios, participava do humorístico "A Praça da Alegria" na antiga TV Record, posteriormente intitulada "A Praça é Nossa" no SBT.
Vítima de um tumor cerebral, Viana Júnior, em abril de 2010, esteve no programa "A Tarde é Sua", da RedeTV!. Ele contou que sofria de Ataxia Cerebelar, o que o impedia de ter controle sobre os movimentos musculares, motivo pelo qual ele se utilizava de cadeira de rodas.
Em maio de 2010, vários artistas realizaram um show para ajudar a arrecadar fundos para o tratamento de saúde de Viana Júnior. Participaram do evento Moacyr Franco, Marly Marley, Sílvio Brito, Sula Miranda, Demétrius, Luiz Ayrão, entre outros.
Viana Junior (Apolônio) e Rony Rios (Velha Surda) em "Praça da Alegria"
Morte
Viana Júnior faleceu no dia 07/06/2010, aos 68 anos vítima de falência múltipla dos órgãos. O sepultamento ocorreu no Cemitério Municipal de Intanhém.
Viana Junior (Apolônio), Rony Rios (Velha Surda) e Carlos Alberto de Nóbrega em "A Praça é Nossa"
Carreira
Televisão
1963 - Sete Belo Show
1963-1977 - A Praça da Alegria ... Apolônio (TV Record, TV Paulista e TV Globo)
1965 - Quem Bate
1965-1967 - Ceará Contra 007
1965 - Mãos ao Ar - (Rede Record)
1965 - Quatro Homens Juntos - Pavani (Rede Record)
1987-2001 - A Praça é Nossa - Apolônio (SBT)
2004 - Meu Cunhado ... Drº Jamil
Cinema
1961 - Tristeza do Jeca
1962 - O Vendedor de Linguiça ... Assistente de produção
1963 - Casinha Pequenina
1977 - A Árvore dos Sexos ... Ambrósio, o chefe dos Correios
1977 - Nem As Enfermeiras Escapam ... Cacique Machu Paka
Dolores Duran nasceu numa vila na Rua do Propósito, no Centro do Rio de Janeiro, onde morou por alguns anos. Teve uma infância pobre e não conheceu o pai. Se mudou para um cortiço no bairro da Piedade, subúrbio carioca, com a mãe, o padrasto e as irmãs Denise, Solange e Leila. Desde criança gostava de cantar e sonhava em ser cantora famosa. Aos 8 anos de idade contraiu a febre reumática que quase a levou a morte, e que deixou como sequela um sopro cardíaco gravíssimo. Por pouco ela não resiste, para desespero de sua mãe.
Aos 12 anos de idade, influenciada pelos amigos, resolveu, com a permissão da mãe, se inscrever num concurso de cantores, mas ela tinha dúvidas se iria se sair bem. Surpreendentemente, ela cantou muito bem, como uma profissional e conquistou o primeiro prêmio no programa "Calouros Em Desfile", de Ary Barroso. As apresentações no programa tornaram-se frequentes, fixando-a na carreira artística.
Quando tinha 12 anos, teve que abandonar os estudos, parando no ensino primário, para ajudar a mãe com despesas de casa. Arranjou um emprego e passou a trabalhar como atriz nas rádio Cruzeiro do Sul, nos programas da Tupi e no teatro, além de cantar em programas de TV. Mas todos esses empregos eram temporários, o que não garantiam dinheiro certo.
Tentou terminar os estudos, ingressando no ginásio, pagando uma escola, mas como o dinheiro era pouco e as mensalidades da escola estavam atrasadas, ela foi expulsa do colégio. Como ela tinha que se dedicar muito a música e ao teatro, decidiu de vez parar de estudar. Sua mãe não gostou desta atitude e mesmo muito discutirem, a mãe, a contra gosto, tentou aceitar a vocação de cantora da filha. Sua mãe dizia que artistas também estudavam e que a fama acabaria um dia. Adiléia tinha uma personalidade muito forte e não levava desaforos para casa, respondia a quem quer que fosse, sabia se defender bem.
No final dos anos 40, ela conheceu um casal rico e influente: Lauro e Heloísa Paes de Andrade, que já a tinham ouvido cantar. Eles passaram a ajudá-la a se tornar realmente uma cantora e a levavam em diversos lugares chiques e reconhecidos, frequentado por famosos.
Lauro passou a chamá-la de Dolores Duran, por ser um nome fino na época. Esse nome é espanhol e dramático que significa Dores. Ele é muito forte e traz uma carga de dor e sofrimento intenso, e o sobrenome Duran, que quer dizer durante, sempre, intensifica ainda mais, como se não tivesse fim essa dor.
Sem nunca ter estudado línguas, aprendeu sozinha a cantar em inglês, francês, italiano, espanhol e até em esperanto. Ella Fitzgerald durante sua passagem pelo Rio de Janeiro, nos anos 1950, foi à boate Baccarat especialmente para ouvir Dolores Duran e entusiasmou-se com a sua interpretação para "My Funny Valentine" - a melhor que já ouvira, declarou Ella Fitzgerald.
O jornalista Antônio Maria foi um dos melhores amigos da cantora, e escrevia publicações sobre ela.
Suas músicas se tornaram estrondoso sucesso. Eram dramáticas, belas e românticas, e expressavam os sentimentos mais puros de um coração. Prova disso é que Antônio Maria publicou: "Dolores Duran falou de sentimentos como ninguém, em todas as línguas. Seu idioma era o amor!"
Cantava em diversas boates no Rio de Janeiro. Sua fama se espalhou e ela foi contratada pela Rádio Nacional, que na época só escolhia os melhores cantores. Era a rádio mais disputada. Ela jamais estudou canto e música, sua voz não precisava de correção através de aulas. Parecia mesmo que ela nasceu para cantar. Nessa época seu padrasto morreu e sua família enfrentou grandes dificuldades.
Passou a cantar músicas internacionais no programa "Pescando Estrelas", onde só havia cantoras jovens e conceituadas. Lá ela conheceu e se tornou melhor amiga da cantora da Rádio Guanabara e da Rádio Nacional, Julie Joy.
Dolores Duran teve muitos namorados. O primeiro que teve foi um garçom da boate Vogue. O apelido dele era Serra Negra e namoraram por poucos meses. Ele pediu para voltar, mas como ela era mulher de uma palavra só, não voltou. Viu que não deu certo na primeira vez, na segunda sairia brigas novamente.
Depois dele namorou por 6 meses Billy Blanco, de quem também gravou músicas, já que ele também era compositor. Nessa época compôs junto com Tom Jobim o samba "O Negócio é Amar", que fez grande sucesso. Nara Leão interpretou a canção.
Nesse período já estava famosa, distribuía autógrafos pela rua, onde ia a entrevistavam e tiravam fotos suas. Gostava de futebol e frequentava o Maracanã, onde assistiu a Copa de 1950. Também ia muito nas praias e cinemas.
A década de 1950 se iniciou marcante para Dolores Duran, que passou a cantar nas sofisticadas boates do Hotel Glória.
Em 1951, conheceu um músico do Acre, tocador de acordeão, chamado João Donato. Eles se encontravam em frente ao Hotel Glória todas as noites. Dolores Duran, João Donato e Julie Joy eram grandes amigos, sempre saíam juntos e passeavam. Só não se casaram devido à oposição da família do rapaz e do preconceito da sociedade. João Donato tinha 17 anos, enquanto Dolores Duran tinha 21 anos, e uma mulher mais velha não era bem vista com um homem mais novo. Ela lutou muito para tê-lo ao seu lado, mas ele preferiu ouvir sua família. O namoro chegou ao fim quando João Donato foi morar no México. João Donato e Dolores Duran não aguentavam mais brigas e cobranças de suas famílias. Isso a fez sofrer, mas ela superou e seu sucesso na música aumentou.
A estreia de Dolores Duran em disco foi em 1952, chamado "Músicas Para o Carnaval", gravando dois sambas para o carnaval do ano seguinte: "Que Bom Será" (Alice Chaves, Salvador Miceli e Paulo Marquez) e "Já Não Interessa" (Domício Costa e Roberto Faissal).
Em 1953, gravou "Outono" (Billy Blanco), e "Lama" (Paulo Marquez e Alice Chaves). Dois anos depois, vieram as músicas "Canção Da Volta" (Antônio Maria e Ismael Neto), "Bom Querer Bem" (Fernando Lobo), "Praça Mauá" (Billy Blanco) e "Carioca" (Antônio Maria e Ismael Neto).
Muitas vezes, nas madrugadas, ela criava suas letras na mesa dos bares, bebendo e fumando, ouvindo músicas de bolero, salsa e samba. Se inspirava em seus casos amorosos e na sua vida em geral, suas alegrias, tristezas, dores, anseios e mágoas, para compor suas inesquecíveis letras.
Em 1955 foi vítima de um infarto, tendo passado trinta dias internada no Hospital Miguel Couto. Dolores Duran resolveu não seguir as restrições que os médicos lhe determinaram, agravando os problemas cardíacos que trazia desde a infância, problemas que só se agravaram com o tempo, pois abusava do cigarro (fumava mais de três carteiras por dia) e da bebida, principalmente a vodca e o whisky. Com isso, a depressão passou a marcar sua vida. Mesmo famosa e amada por milhares de fãs se sentia triste, um vazio lhe tomava conta e com isso, buscava refúgio na bebida e no cigarro.
Nesse mesmo ano, conheceu o cantor e compositor Macedo Neto, de quem gravou diversos sambas. Os dois se conheceram nos estúdios da gravadora Copacabana e rapidamente foram morar juntos. Antes de se casarem no papel, porém, Dolores Duran engravidou e passou por uma gravidez tubária (gravidez de alto risco que acarreta esterilidade materna e perda do feto), interrompendo seu sonho de ser mãe, o que arruinou sua vida e a levou a piora do vício em cigarro e bebidas.
Um fato que a marcou foi que após ter perdido seu filho, ter entrado em depressão e resolvido se casar oficialmente com Macedo Neto, ele proibiu de sua mãe comparecer ao casamento deles, por a mãe dela ser negra, fato que a deixou perplexa e enfurecida. A única que foi ao seu casamento foi a irmã Denise, pois sua mãe e suas outras irmãs não conseguiram ir tamanha ofensa. Dolores Duran só se casou para não se sentir tão só, pois nunca perdoou o marido por não ter deixado sua mãe ir ao seu casório.
Em 1958, após muitas discussões e brigas violentas, desquitou-se de Macedo Neto e passou meses na Europa cantando e se apresentando com seu conjunto musical, fazendo muito sucesso. Lá encontrou e viveu novos e intensos amores.
Em 1956, fez sucesso com a música "Filha De Chico Brito" (Chico Anysio). No ano seguinte, um jovem compositor apresentou a Dolores Duran uma composição dele e de Vinicius de Moraes. Tratava-se de Antônio Carlos Jobim em início da carreira. Em três minutos, Dolores Duran pegou um lápis e compôs a letra da música "Por Causa De Você". Vinicius de Moraes ficou encantado com a letra e gentilmente cedeu o espaço a Dolores Duran. Foi revelado, a partir daí, o talento dela para a composição e grandes sucessos, como "Estrada Do Sol", "Idéias Erradas", "Minha Toada", "A Noite Do Meu Bem", entre outras.
Cantou no Uruguai, na União Soviética e na China, na companhia de músicos brasileiros, mas por desentendimento dela com o grupo, mudou de planos e realizou seu grande sonho, viajando da China sozinha para Paris. Ficou um bom tempo passeando e conhecendo as maravilhas da cidade-luz, a bela e encantadora Paris.
De volta ao Brasil algum tempo depois, pegou para criar uma recém-nascida, pobre e negra, a quem deu nome de Maria Fernanda da Rocha Macedo, que foi registrada por Macedo Neto, mesmo estando ele separado de Dolores Duran e a menina não ter com ele qualquer parentesco.
A mãe biológica de Maria Fernanda era viúva e havia falecido após o parto pois não aguentou a emoção de ter perdido o marido, padrasto da menina, que foi uma das vítimas da pior tragédia em trens suburbanos do Rio de Janeiro. A criança iria ficar com a empregada de Dolores Duran, amiga da mãe da criança, mas por ela ser muito pobre, acabou entregando a neném para Dolores, que se encantou perdidamente pela criança e deu todo amor e carinho possíveis. Passeava com a menina e lhe deu tudo de bom que o dinheiro e o amor podiam proporcionar.
A partir daí, durante os dois últimos anos de vida, compôs algumas das mais marcantes músicas da MPB, como "Castigo", "Olha o Tempo Passando", entre tantas outras.
Morte
Na madrugada de 23/10/1959, depois de um show na boate Little Club, a cantora saiu com seu último namorado, chamado Nonato Pinheiro e com seus amigos para uma festa no Clube da Aeronáutica. Ao sair da festa, resolveram fechar a noite bebendo e ouvindo músicas no Kit Club.
A cantora chegou em casa às 07:00 hs do dia 24/10/1959. Brincou e beijou muito a filha, já com 3 anos, na banheira. Em seguida, passou os últimos cuidados à empregada Rita: "Não me acorde. Estou cansada. Vou dormir até morrer!", disse brincando. No quarto, sofreu um infarto fulminante - que, à época, foi associado a uma dose excessiva de barbitúricos, cigarros e álcool.
A morte prematura de Dolores Duran, aos 29 anos, interrompeu uma trajetória vivida intensamente. A amiga Marisa Gata Mansa levou os últimos versos de Dolores Duran para Ribamar musicá-los. Carlos Lyra fez o mesmo sobre os versos inéditos. O ex-marido criou a filha adotiva deles.
Samba-Canção
Dolores Duran foi um grande expoente, como cantora e compositora, do gênero samba-canção, surgido na década de 1930. Além dela, destacam-se nesse gênero Maysa Matarazzo, Nora Ney, Dalva de Oliveira e Ângela Maria.
O gênero samba-canção, pode ser comparado ao bolero pela exaltação do amor-romântico ou pelo sofrimento por um amor não realizado. O samba-canção antecedeu o movimento da bossa nova, surgido ao final da década de 1950. Mas este último, um amálgama do jazz norte-americano com o samba do Rio de Janeiro, representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações, que substituíram o drama pessoal e as melodias melancólicas.
Geraldo César Casé nasceu de uma de família pernambucana. Era filho de Graziela e Ademar Casé, o pioneiro apresentador de rádio brasileiro (Seu pai, Ademar Casé, foi um homem famoso no rádio na década de 40, com o "Programa Casé"), irmão do arquiteto Paulo Casé e do publicitário Maurício Casé, além de pai da atriz Regina Casé.
Acompanhou desde moço seu pai auxiliando-o no Programa do Casé da Rádio Philips, onde trabalhou como sonoplasta, operador de áudio e, depois, diretor artístico. Além da Phillips, trabalhou na Rádio Mayrink Veiga e na Rádio Globo. Após algum tempo vai trabalhar também na televisão.
Trabalhou em quase todas as emissoras de televisão da época (TV Tupi, TV Rio, TV Excelsior, TV Continental, TV Educativa e TV Paulista, a um passo de se transformar numa sucursal da Rede Globo). Na área de entretenimento criou o programa de auditório Um Instante, Maestro, em que Flávio Cavalcanti apresentava.
Sempre ligado ao público infanto-juvenil criou programas como Teatro de Malasartes e Fantoche estrela. No teatro, dirigiu A fábrica dos sonhos. Mas a maior realização de Casé foi a adaptação das histórias do Sítio do Pica Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, para uma série de televisão, entre 1977 e 1986.
Também compôs com Dori Caymmi as músicas da trilha sonora como "A Cuca Te pega", "Rabicó" e "Quindim".
Decorrente de um código de comunicação entre ele e Regina Casé, batizou o nome de um grupo teatral no qual sua filha trabalhava de Asdrúbal Trouxe o Trombone.
Também dirigiu o Setor Artístico da TV Bandeirantes e sua última ocupação era de Diretor Artístico da Divisão Internacional da Rede Globo.
Em 2002 lançou o livro de poesias "Um Dia Fui Pássaro".
Ele morreu, aos 80 anos, de Insuficiência Respiratória, depois de vários dias internado na Clínica São Vicente, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Fonte: Wikipédia e Dramaturgia Brasileira - In Memoriam
Nara Leão era filha caçula do casal capixaba Jairo Leão e Altina Lofego Leão. Nasceu em Vitória, ES, e mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha apenas um 1 ano de idade, com os pais e a irmã, a jornalista Danuza Leão.
Durante a infância, Nara Leão teve aulas de violão com Solon Ayala e Patrício Teixeira, ex-integrante do grupo Os Oito Batutas de Pixinguinha.
Aos 14 anos, em 1956, resolveu estudar violão na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, que funcionava em um quarto-e-sala na Rua Sá Ferreira, em Copacabana. Mais tarde, Nara Leão tornou-se professora da academia.
Musa da Bossa Nova
A Bossa Nova nasceu em reuniões no apartamento dos pais da cantora, em Copacabana, das quais participavam nomes que seriam consagrados no gênero, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e seu então namorado, Ronaldo Bôscoli.
No fim dos anos 50, Nara Leão foi repórter do jornal Última Hora, onde Ronaldo Bôscoli também trabalhava, e que pertencia a Samuel Wainer, casado com a irmã de Nara Leão, Danuza Leão.
O namoro com Ronaldo Bôscoli terminou quando ele a traiu e iniciou um caso com a cantora Maysa, durante uma turnê em Buenos Aires, em 1961. Daí em diante, Nara Leão se reaproxima de Carlos Lyra, que rompeu a parceria musical com Ronaldo Bôscoli em 1960, e de idéias mais à esquerda.
Iniciou um namoro com o cineasta Ruy Guerra e se casou com ele um tempo depois. Nessa época passou a se interessar pelo samba de morro.
A estreia profissional se deu quando da participação, ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, na comédia "Pobre Menina Rica" (1963). O título de Musa da Bossa Nova foi a ela creditado pelo cronista Sérgio Porto. Mas a consagração efetiva ocorreu após o movimento militar de 1964, com a apresentação do espetáculo "Opinião", ao lado de João do Vale e Zé Keti, um espetáculo de crítica social à dura repressão imposta pelo regime militar.
Maria Bethânia, por sua vez, a substituiu no ano seguinte, interpretando "Carcará", pois Nara Leão precisara se afastar por estar afônica. Nota-se que Nara Leão vai mudando suas preferências musicais ao longo dos anos 60.
De Musa da Bossa Nova, passa a ser cantora de protesto e simpatizante das atividades dos Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Embora os Centro Popular de Cultura (CPC) já tivessem sido extintos pela ditadura, em 1964, o espetáculo "Opinião" tem forte influência do espírito cepecista.
Em 1966, interpretou a canção "A Banda", de Chico Buarque no Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, que ganhou o festival e público brasileiro.
Dentre suas interpretações mais conhecidas, destacam-se "O Barquinho", "A Banda" e "Com Açúcar e Com Afeto", feita a seu pedido por Chico Buarque, cantor e compositor a quem homenagearia nesse disco homônimo, lançado em 1980.
Nara Leão também aderiu ao Movimento Tropicalista, tendo participado do disco-manifesto do movimento - "Tropicália" ou "Panis et Circensis", lançado pela Philips em 1968 e disponível hoje em CD.
Vida Pessoal
Já separada alguns anos do marido Ruy Guerra, de quem não teve filhos, Nara Leão casa-se novamente, dessa vez com o cineasta Cacá Diegues, com quem teve dois filhos: Isabel e Francisco.
No fim dos anos 60, mudou-se para a Europa com o marido, permanecendo lá por dois anos, tendo morado na França, em Paris, onde nasceu Isabel, primeira filha do casal.
No começo dos anos 70, ela voltou para o Brasil grávida e nasceu no Rio de Janeiro o segundo filho do casal, Francisco. Nessa época, decidiu estudar psicologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
De fato, Nara Leão planejava abandonar a música mas não chegou a deixar a profissão de cantora, apenas diminuindo o ritmo de trabalho e modificando o estilo dos espetáculos, pois era muito cansativa a vida de uma cantora, já que ela agora era mãe e casada, tinha que se dedicar mais aos filhos e ao marido do que a música, apesar dela amar cantar, teve que fazer essa difícil escolha.
Morte
Nara Leão morreu na manhã de 07/06/1989 vítima de um tumor cerebral inoperável, aos 47 anos. Ela já sabia do tumor, e sofria com esse problema havia 10 anos. O tumor estava numa área muito delicada do cérebro, por isso ela não podia ser operada. Sentia fortes dores e tonturas, e isso também foi um contribuinte para ela tentar largar carreira musical.
O último disco foi "My Foolish Heart", lançado naquele mesmo ano, interpretando versões de clássicos americanos.
Após a Morte
Em 2002, seus discos lançados anteriormente em LPs foram relançados em duas caixas separadas - uma com o período 1964-1975 e a outra 1977-1989 - trazendo também faixas-bônus e um livreto sobre sua biografia. Mesmo depois de ter morrido há anos, suas músicas ainda eram sucesso, como até hoje são.
Discografia
1964 - Nara
1964 - Opinião de Nara
1965 - O Canto Livre de Nara
1965 - Cinco na Bossa
1965 - Show Opinião
1966 - Nara Pede Passagem
1966 - Manhã de Liberdade
1966 - Liberdade, Liberdade
1967 - Nara
1967 - Vento de Maio
1968 - Nara Leão
1969 - Coisas do Mundo
1971 - Dez Anos Depois
1974 - Meu Primeiro Amor
1977 - Meus Amigos São Um Barato
1978 - Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos
1979 - Nara Canta en Castellano
1980 - Com Açúcar, Com Afeto
1981 - Romance Popular
1982 - Nasci Para Bailar
1983 - Meu Samba Encabulado
1984 - Abraços E Beijinhos e Carinhos Sem Ter Fim… Nara