Mostrando postagens com marcador 09/02. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 09/02. Mostrar todas as postagens

Cilinho

OTACÍLIO PIRES DE CAMARGO
(80 anos)
Técnico de Futebol

☼ Campinas, SP (09/02/1939)
┼ Campinas, SP (28/11/2019)

Otacílio Pires de Camargo, mais conhecido como Cilinho, foi um técnico de futebol, nascido em Campinas, SP, no dia 09/02/1939.

Mesmo sendo considerado um dos melhores técnicos do país nos anos 80, Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho, nunca comandou a Seleção Brasileira. O treinador chegou a ser convidado para o cargo, mas não aceitou algumas exigências da Confederação.

De personalidade forte, homem conhecedor do futebol, Cilinho fez fama no São Paulo nos anos 80.

A primeira chance de Cilinho em um clube grande foi na Portuguesa, que anunciou sua contratação em 23/08/1972. Dirigentes do clube foram até Campinas alguns dias antes, após a derrota para o Santos que custou o emprego de Wilson Francisco Alves, e conversaram com o técnico, que aceitou a oferta ali, mesmo. Wilson Francisco Alves só seria notificado três dias depois, porque comandaria o clube em um amistoso na quarta-feira.
"Conhecido por muitas pessoas como 'macumbeiro', introdutor de alguns hábitos novos dentro do futebol (realização de conferências para jogadores nas concentrações, obrigando-os a ler livros para aumentar sua cultura), uma das primeiras atitudes de Cilinho ao chegar à Portuguesa deverá ser a colocação de uma tabuleta na porta do vestiário, com o lema 'Nunca se realizou nada de grande sem muito entusiasmo'"
(Escreveu o jornal O Estado de S. Paulo, para descrever Cilinho)

Cilinho em 1982
A primeira recomendação dele ao novo clube foi que apressasse as obras dos novos alojamentos, pois ele queria poder servir café da manhã aos jogadores no próprio clube.

Osvaldo Teixeira Duarte, presidente da Portuguesa, falou sobre suas expectativas:
"Não poderia exigir muita coisa para o campeonato nacional, porque ele terá pouco tempo para dar uma estrutura ao time. Mas vou lhe pedir que faça um esforço e procure conseguir bons resultados no Nacional, porque a Portuguesa começa a ter algum sucesso. Tenho certeza de que não nos faltam jogadores e vou dar o máximo de apoio ao seu trabalho. Ele é um moço que sabe trabalhar com os jogadores, impondo-se pela argumentação, e é a pessoa que nós esperávamos."
Após o primeiro treino, Cilinho deu seu diagnóstico sobre o time: "Não há versatilidade no futebol da equipe!"

Em seguida, vaticinou seu prognóstico para o jogo contra o Corinthians, o último do clube no Campeonato Paulista: "Nós podemos ganhar, se houver muito empenho de todos os jogadores, mas será uma vitória estranha, porque o time está completamente desestruturado!"

Mesmo desestruturada, a Portuguesa venceu por 1 x 0.

Às vésperas da estreia no Brasileiro, O Estado considerava que os pedidos de reforços do técnico estavam sendo atendidos: "Em pouco mais de dez dias, Cilinho já alcançou todas as condições favoráveis para armar um esquema de trabalho". As contratações fizeram a frequência da torcida aumentar nos treinamentos do time. A partida de estreia, contudo, foi interrompida no intervalo, devido às fortes chuvas em Porto Alegre, local do confronto contra o Internacional. Sem abertura de contagem, a partida foi adiada e teria de ser jogada por inteiro novamente. Cilinho gostou do pouco que viu: "Fizemos uma excelente partida, apesar do campo inteiramente encharcado!".

Cilinho como técnico do Corinthians em 1991
Em março de 1973, na terceira rodada do Campeonato Paulista, a Portuguesa empatou com a Ferroviária, no Canindé, por 2 x 2, depois de estar vencendo por 2 x 0. O resultado aumentou a decepção pelo mau início no torneio (uma vitória, um empate e uma derrota em três jogos) e, após o jogo, parte da torcida pediu a demissão de Cilinho, na frente do acesso aos vestiários.

A diretoria não aguentou a pressão e demitiu o técnico, apesar de Duarte garantir ter sido contra a decisão:
"Eu estava apreciando o trabalho do Cilinho, que qualifico de extraordinário. Ele fez um trabalho de base e, ultimamente, estava, mesmo, comandando uma equipe que eu chamo de suporte para o futebol, representada por médicos, preparadores físicos e massagistas. Mas a torcida não entendeu assim e exigiu a sua saída!"
O presidente explicou por que a pressão da torcida foi tão determinante:
"Depois do jogo contra a Ferroviária, centenas de torcedores ficaram em frente aos vestiários pedindo a queda de Cilinho e, por isso, creio que não poderíamos segurá-lo. Se o segurássemos, correríamos o risco de fazer do Canindé uma verdadeira praça de guerra e de perdermos o apoio desses associados. Na fase em que estamos, não podemos perder o apoio de ninguém!"
Cilinho teve três passagens pelo XV de Jaú, sendo contratado em 1978, 1981 e 1996. As duas primeiras passagens só não foram uma única porque ele aceitou treinar a Ponte Preta em 1979.


Na segunda passagem, ajudou a levar o clube, pela primeira vez, ao Campeonato Brasileiro, classificado devido à boa campanha no Campeonato Paulista de 1981. Nessa campanha, o técnico chegou a recusar um convite para treinar o São Paulo, que tinha demitido Carlos Alberto Silva.
"Existem coisas mais importantes do que dinheiro e projeção. Particularmente, por uma questão de temperamento, sempre firmo os meus contratos verbalmente. É um problema de ética pessoal. Depois, o que considero de grande importância, respeito muito o aspecto ético e moral, em tudo aquilo que assumo. E eu tenho um compromisso nesse nível com os dirigentes do XV de Jaú. Pretendo cumpri-lo até o fim!"
(Cilinho)

Responsável pela descoberta de vários talentos, foi ele quem dirigiu o time do São Paulo que, na década de 1980, foi denominado "Menudos do Morumbi", nome este devido à baixa idade do grupo e ao sucesso do grupo musical porto-riquenho Menudo, conquistando os Campeonatos Paulistas de 1985 e 1987 e montando a equipe campeã brasileira de 1986, dentro de um estilo de jogo veloz e ofensivo.

Cilinho foi o principal responsável pela reformulação do elenco tricolor a partir de 1984. Jogadores experientes como Waldir Peres, Serginho Chulapa, Zé Sérgio, Humberto, Almir, Paulo César Capeta, Getúlio e Heriberto deixaram o clube do Morumbi. A substituição não foi por "medalhões", mas sim por jogadores mais jovens.

Cilinho em 1994
Silas, Muller, Sidney, Márcio Araújo e Nelsinho ganharam oportunidades ou se firmaram como titulares. O fato mais curioso aconteceu quando Paulo Roberto Falcão foi contratado. Apesar de ter o status de ser o Rei de Roma, o meio-campista revelado pelo Internacional não conseguiu ter regalias com Cilinho, que chegou a colocá-lo no banco de reservas de Márcio Araújo.

Além de dar chances a jogadores criados dentro do próprio clube, Cilinho era um bom observador. Vários jogadores indicados pelo treinador também fizeram sucesso no Tricolor, entre eles o volante Bernardo (ex-Marília), o lateral-direito Zé Teodoro (ex-Goiás) e o ponta-direita Mário Tilico (ex-Náutico).

Cilinho também foi o técnico do time do São Paulo que venceu o Paulistão de 1987. A equipe base tricolor, que bateu o Corinthians na final, era: Gilmar Rinaldi; Zé Teodoro, Adilson, Darío Pereyra e Nelsinho; Bernardo, Silas e Pita; Muller, e Edivaldo.

Além do São Paulo, onde mais se destacou, Cilinho dirigiu outras importantes equipes do futebol brasileiro, entre elas a Ponte Preta, o Guarani (equipe onde chegou a atuar como jogador nos juvenis), o Corinthians, a Portuguesa e o América de São José do Rio Preto, SP.


Como técnico profissional do Corinthians, Cilinho teve uma rápida passagem em 1991. O time alvinegro ficou com o vice-campeonato paulista (perdeu justamente para o ex-time de Cilinho, o São Paulo, a final). O desentendimento com o presidente Vicente Matheus e os meio-campistas Márcio e Neto pesaram para a sua saída do Parque São Jorge.

Cilinho comandou o time principal são-paulino em 243 jogos (108 vitórias, 85 empates e 50 derrotas), segundo números do "Almanaque do São Paulo" (Alexandre da Costa).

Como técnico do Corinthians, no Paulistão de 1991, Cilinho trabalhou em 36 partidas. Foram 16 vitórias, 16 empates e apenas quatro derrotas, números do "Almanaque do Corinthians" (Celso Unzelte).

Em novembro de 2007, ele assinou contrato com o Corinthians para ser coordenador das categorias de base do clube.

Em março de 2008, ele foi demitido pela diretoria corintiana. "O Cilinho foi importante no curto período em que esteve aqui. Mas agora já temos uma outra etapa", falou à época o presidente corintiano Andrés Sanchez.

Em 2011, já como um treinador experiente, Cilinho assumiu o desafio de treinar a equipe do Rio Branco, de Americana, que figurava na Série C do Campeonato Paulista.

Morte

Cilinho, foi internado no Hospital da PUC de Campinas em 15/04/2018, com um quadro de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Recebeu alta hospitalar em 20/07/2018, com sequelas (paralisia do lado esquerdo), para continuar o tratamento em casa. Cilinho faleceu na quinta-feira, 28/11/2019, aos 80 anos, em sua casa, em Campinas, SP.

Há aproximadamente dois meses, teve uma pneumonia, voltou a ser internado, mas retornou para casa, onde era acompanhado por uma equipe médica. Ele estava sendo submetido a tratamento especial e fazendo uso de cadeira de rodas.

O velório aconteceu no Salão Nobre do Estádio Moisés Lucarelli, da Ponte Preta, a partir das 23h00 de quinta-feira, 28/11/2019, para familiares e amigos mais próximos. O local será aberto para o público às 7h00 de sexta-feira, 29/11/2019.

O sepultamento ocorreu às 15h00 do dia 29/11/2019, no Cemitério da Saudade.

Cilinho tinha quatro filhos e seis netos.

Títulos

São Paulo

  • 1985 - Campeonato Paulista
  • 1987 - Campeonato Paulista

Indicação: Miguel Sampaio e Marcelo Furtado
#FamososQuePartiram #Cilinho

Ary Barroso

ARY DE RESENDE BARROSO
(60 anos)
Compositor e Locutor

* Ubá, MG (07/11/1903)
+ Rio de Janeiro, RJ (09/02/1964)

Filho do deputado estadual e promotor público João Evangelista Barroso e Angelina de Resende. Aos oito anos, órfão de pai e mãe, Ary Barroso foi adotado pela avó materna, Gabriela Augusta de Resende.

Realizou estudos curriculares na Escola Pública Guido Solero, externato mineiro do professor Cícero Galindo, Ginásio São José, Ginásio Rio Branco, Ginásio de Viçosa, Ginásio de Leopoldina e Ginásio de Cataguases.

Estudou teoria, solfejo e piano com a Tia Ritinha. Com doze anos já trabalhava como pianista auxiliar no Cinema Ideal, em Ubá. Aos treze anos trabalhou como caixeiro da loja A Brasileira e com quinze anos fez a primeira composição, um cateretê "De Longe".

Em 1920, com o falecimento do tio Sabino Barroso, ex-Ministro da Fazenda, recebeu uma herança de 40 contos (milhões de reis). Então, aos 17 anos veio ao Rio de Janeiro estudar Direito, ali permanecendo sob a tutela do Drº Carlos Peixoto.

Aprovado no vestibular, ingressa em 1921 na então Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A faculdade seria importante na consolidação da veia artística, esportiva e política.

Quando calouro, foram colegas de faculdade mais chegados: Luís Gallotti (Jurista, Dirigente Esportivo e posteriormente Ministro do STF), João Lira Filho (Jurista e Professor), Gastão Soares de Moura Filho (Dirigente Esportivo), João Martins de Oliveira, Nonato Cruz, Odilon de Azevedo (Ator), Taques Horta, Anésio Frota Aguiar (Jurista, Político e Escritor).

Adepto da boêmia, é reprovado na faculdade, abandonando os estudos no segundo ano. Suas economias exauriram o que o fez empregar-se como pianista no Cinema Íris, no Largo da Carioca e, mais tarde, na sala de espera do Teatro Carlos Gomes com a orquestra do maestro Sebastião Cirino. Tocou ainda em muitas outra orquestras.

Em 1926 retoma os estudos de Direito, sem deixar a atividade de pianista. Dois anos depois é contratado pela orquestra do maestro Spina, de São Paulo, para uma temporada em Santos e Poços de Caldas. Nessa época, Ary Barroso resolve dedicar-se à composição. Compõe "Amor de Mulato", "Cachorro Quente" e "Oh! Nina", em parceria com Lamartine Babo, seu contemporâneo na Faculdade de Direito.

Em 1929 obtém, finalmente, o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais. Seu colega de faculdade e grande incentivador, Mário Reis, grava "Vou a Penha" e "Vamos Deixar de Intimidades", que se tornou o primeiro sucesso popular.

Nos anos 1930, escreveu as primeiras composições para o teatro musicado carioca. "Aquarela do Brasil" teve a primeira audição na voz de Aracy Côrtes e regravada diversas vezes no Brasil e no exterior. Recebeu o diploma da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood pela trilha sonora do longa-metragem "Você Já Foi à Bahia?" (1944), de Walt Disney.

A partir de 1943, manteve durante vários anos o programa "A Hora do Calouro", na Rádio Cruzeiro do Sul do Rio de Janeiro, no qual revelou e incentivou novos talentos musicais. Também trabalhou como locutor esportivo (proporcionado momentos inusitados ao sair para comemorar os gols do seu time, o Flamengo).

Autor de centenas de composições em estilos variados, como choro, xote, marcha, foxtrote e samba. Entre outras canções, compôs "Tabuleiro da Baiana" (1937), "Os Quindins de Yayá" (1941), "Boneca de Piche", e outras.

Durante os a década de 1940 e a década de 1950 compôs vários dos sucessos consagrados por Carmem Miranda no cinema. Ao compor "Aquarela do Brasil" inaugurou o gênero samba-exaltação. 

No centenário do compositor Ary Barroso, em 2003, a Rede STV SESC SENAC foi a única a produzir um documentário especial de 60 minutos sobre a vida deste brasileiro único, intitulado "O Brasil Brasileiro de Ary Barroso", com depoimentos de Sérgio Cabral (Biógrafo), Dalila Luciano, Carminha Mascarenhas, Carmélia Alves, Roberto Luna, e a filha de Ary Barroso, Mariúza. A direção foi de Dimas Oliveira Junior e produção de WeDo Comunicação.

Ary Barroso também era locutor esportivo. Torcedor confesso do Flamengo, torcia descaradamente a favor do rubro-negro nas transmissões que eram feitas pelo rádio. Quando o Flamengo era atacado, ele dizia mensagens do tipo: "Ih, lá vem os inimigos. Eu não quero nem olhar!", se recusando claramente a narrar o gol do adversário. Quando o embate era realizado entre equipes que não fossem o Flamengo, sempre que saía um gol, primeiro ele narrava, e depois tocava uma gaita.

Fonte: Wikipédia

David Azulay

DAVID AZULAY
(56 anos)
Empresário e Estilista

* Belém, PA (1953)
+ Visconde de Mauá, RJ (09/02/2009)

Azulay, foi um dos pioneiros e principais divulgadores da moda praia do município do Rio de Janeiro, com destaque para o biquíni de lacinho. Criador do sungão e do sunkini, David era irmão de Simão Azulay, também do ramo da moda, falecido em 1988.

O estilista desenhou o primeiro biquíni no ano de 1972, para uma namorada. Fabricado de jeans, de dimensões pequenas, tornou-se muito popular nas praias cariocas. Depois Rose di Primo tornou-se garota propaganda da grife do estilista, espalhando a marca pelo litoral do país. Funda a Blue Man especializada em moda praia. A partir de 1979, estampas tropicais ganharam a Europa.

Morreu aos 56 anos, em sua casa em Visconde de Mauá, interior do Rio de Janeiro, segundo comunicado oficial da assessoria de imprensa. A causa da morte não foi divulgada.

Fonte: Wikipédia e www1.folha.uol.com.br

Thaís de Andrade

THAÍS DE ANDRADE
(39 anos)
Atriz

☼ São Paulo, SP (09/02/1957)
┼ São Paulo, SP (26/04/1996)

Traís de Andrade foi uma atriz brasileira revelada no programa "Moacyr Franco Show" de Moacyr Franco, exibido pela TV Globo na década de 70, de onde também saíram atrizes como Myrian Rios e Sílvia Salgado.

Traís de Andrade estreou na TV Globo na novela "Locomotivas" como a doce e esperta Renata, uma das filhas de Kiki Blanche, em 1977. O sucesso foi imediato e ela atuou também nas novelas "Sinhazinha Flô" (1977), "Pai Herói" (1979), "Olhai os Lírios do Campo" (1980) e "Chega Mais" (1980), todas na TV Globo.

Transferiu para o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) em 1983 e atuou em novelas como "Sombras do Passado" (1983), "Vida Roubada" (1983) e "Jogo do Amor" (1985). Também participou de vários episódios da série "Teletema", na TV Globo, e fez parte do elenco fixo de "A Praça é Nossa" do SBT, no final dos anos 80.

Traís de Andrade foi casada com o ator Cláudio Marzo.

Thaís de Andrade descobriu que estava doente em 1994. Foi vítima de um câncer linfático e na época trabalhava no programa "A Praça é Nossa", no SBT.

Elizângela, Ilka Soares, Thais de Andrade e Dênis Carvalho em "Locomotivas"
Televisão

  • 1987/1996 - A Praça É Nossa ... Várias Personagens
  • 1986 - Dona Beija
  • 1985 - Jogo do Amor ... Suzana
  • 1983 - Vida Roubada ... Nely
  • 1983 - A Justiça de Deus ... Adriana
  • 1983 - Sombras do Passado ... Isa
  • 1981 - O Amor é Nosso! ... Beatriz
  • 1981 - Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Tudinha
  • 1980 - Chega Mais ... Rosa
  • 1980 - Olhai os Lírios do Campo ... Eunice
  • 1979 - Pai Herói ... Odete
  • 1977 - Sinhazinha Flô ... Chiquinha
  • 1977 - Locomotivas ... Renata


Cinema


  • 1978 - A Dama do Lotação


Teatro


  • 1982 - Peer Gynt - Estreia no Teatro Ginástico, Rio de Janeiro, em março de 1982. Levada para o Teatro Guaíra, em Curitiba, em junho de 1982, foi uma produção do Grupo Engenho de Teatro, sob direção de Marcos Fayad, o elenco composto por Arnaldo Marques, Theotônio de Paiva, Rogério Lima Thaís de Andrade.


Fonte: Wikipédia

Carmen Miranda

MARIA DO CARMO MIRANDA DA CUNHA
(46 anos)
Cantora e Atriz

* Marco de Canaveses, Portugal (09/02/1909)
+ Beverly Hills, Estados Unidos (05/08/1955)

Carmen Miranda, foi uma cantora e atriz luso-brasileira. Sua carreira artística transcorreu no Brasil e Estados Unidos entre as décadas de 30 e 50. Trabalhou no rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão. Chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados Unidos. Seu estilo eclético faz com que seja considerada precursora do tropicalismo, movimento cultural brasileiro surgido no final da década de 60.

Infância

Carmen Miranda recebeu o nome de Maria do Carmo Miranda da Cunha. Era a segunda filha do barbeiro José Maria Pinto Cunha (1887-1938) e de Maria Emília Miranda (1886-1971). Ganhou o apelido de Carmen no Brasil, graças ao gosto que seu pai tinha por óperas.

Pouco depois de seu nascimento, seu pai, José Maria, emigrou para o Brasil, onde se instalou no Rio de Janeiro. Em 1910, sua mãe, Maria Emília seguiu o marido, acompanhada da filha mais velha, Olinda, e de Carmen, que tinha menos de um ano de idade. Carmen Miranda nunca voltou à sua terra natal, o que não impediu que a câmara do conselho de Marco de Canaveses desse seu nome ao museu municipal.

No Rio de Janeiro, seu pai abriu um salão de barbeiro na Rua da Misericórdia, nº 70, em sociedade com um conterrâneo. A família estabeleceu-se no sobrado acima do salão. Mais tarde mudaram-se para a Rua Joaquim Silva, nº 53, na Lapa.

No Brasil, nasceram os outros quatro filhos do casal: Amaro (1911), Cecília (1913), Aurora (1915 - 2005) e Oscar (1916).

Carmen Miranda estudou na escola de freiras Santa Teresa, na Rua da Lapa, nº 24. Teve o seu primeiro emprego aos 14 anos numa loja de gravatas, e depois numa chapelaria. Contam que foi despedida por passar o tempo cantando, mas o seu biógrafo Ruy Castro diz que ela cantava por influência de sua irmã mais velha, Olinda, e que assim atraía clientes.

Nesta época, a sua família deixou a Lapa e passou a residir num sobrado na Travessa do Comércio, nº 13. Em 1925, Olinda, acometida de tuberculose, voltou a Portugal para tratamento, onde permaneceu até sua morte em 1931. Para complementar a renda familiar, sua mãe passou a administrar uma pensão doméstica que servia refeições para empregados de comércio.

Em 1926, Carmen Miranda, que tentava ser artista, apareceu incógnita em uma fotografia na sessão de cinema do jornalista Pedro Lima da revista Selecta. Em 1929, foi apresentada ao compositor Josué de Barros, que encantado com seu talento passou a promovê-la em editoras e teatros. No mesmo ano, gravou na editora Brunswick, os primeiros discos com o samba "Não Vá Sim'bora" e o choro "Se O Samba é Moda". Pela gravadora RCA Victor, gravou "Triste Jandaya" e "Dona Balbina" (Buenas Tardes Muchachos).

O Início da Carreira Artística

O grande sucesso veio a partir de 1930, quando gravou a marcha "Pra Você Gostar de Mim" (Taí) de Joubert de Carvalho. Antes do fim do ano, já era apontada pelo jornal O Paiz como "a maior cantora brasileira".

Em 1933 ajudou a lançar a irmã Aurora Miranda na carreira artística. No mesmo ano, assinou um contrato de dois anos com a Rádio Mayrink Veiga para ganhar dois contos de réis por mês, o que hoje equivale a cerca de R$ 1000,00. Foi a primeira cantora de rádio a merecer contrato, quando a praxe era o cachê por participação. Logo recebeu o apelido de "Cantora do It".

Em 30 de outubro realizou sua primeira turnê internacional, apresentando-se em Buenos Aires. Voltou à Argentina no ano seguinte para uma temporada de um mês na Rádio Belgrano.

Em dezembro de 1936, Carmen Miranda deixou a Rádio Mayrink Veiga e assinou com a Rádio Tupi, ganhando cinco contos de réis.

Carreira Cinematográfica no Brasil

Em 20 de janeiro de 1936, estreou o filme "Alô, Alô Carnaval" com a famosa cena em que ela e Aurora Miranda cantam "Cantoras do Rádio". No mesmo ano, as duas irmãs passaram a integrar o elenco do Cassino da Urca de propriedade de Joaquim Rolla. A partir de então as duas irmãs se dividiram entre o palco do cassino e excursões frequentes pelo Brasil e Argentina.

Depois de uma apresentação para o astro de Hollywood Tyrone Power em 1938, aventou-se a possibilidade de uma carreira nos Estados Unidos. Carmen Miranda recebia o fabuloso salário de 30 contos de réis mensais no Cassino da Urca e não se interessou pela ideia.

Em 1939, o empresário estadunidense Lee Shubert e a atriz Sonja Henie assistiram ao espetáculo de Carmen Miranda no Cassino da Urca. Depois de um espetáculo no transatlântico Normandie, Carmen Miranda assinou contrato com o empresário. A execução do contrato não foi imediata, pois a cantora fazia questão de levar o grupo musical Bando da Lua para a acompanhar, mas o empresário estava apenas interessado em Carmen Miranda. Depois de voltar para os Estados Unidos, Lee Shubert aceitou a vinda do Bando da Lua. Carmen Miranda partiu no navio Uruguai em 4 de maio de 1939, às vésperas da Segunda Guerra Mundial.

A Carreira nos Estados Unidos e o Começo da Consagração

Em 29 de maio de 1939 Carmen Miranda estreou no espetáculo musical "Streets of Paris", em Boston, com êxito estrondoso de público e crítica. As suas participações teatrais tornaram-se cada vez mais famosas. Em 5 de março de 1940, fez uma apresentação perante o presidente Franklin D. Roosevelt durante um banquete na Casa Branca.

Em 10 de julho de 1940 retornou ao Brasil, onde foi acolhida com enorme ovação pelo povo carioca. No entanto, em uma apresentação no Cassino da Urca com a presença de políticos importantes do Estado Novo, foi apupada pelos que a consideravam "americanizada". Entre os seus críticos havia muitos que eram simpatizantes de correntes políticas contrárias aos Estados Unidos.

Dois meses depois, no mesmo palco, Carmen Miranda foi aplaudida entusiasticamente por uma plateia comum. No mesmo mês gravou seus últimos discos no Brasil, onde respondeu com humor às acusações de ter esquecido o Brasil e ter-se "americanizado". Em 3 de outubro, voltou aos Estados Unidos e gravou a marca de seus sapatos e mãos na Calçada da Fama do Teatro Chinês de Los Angeles.

Entre 1942 e 1953 atuou em 13 filmes em Hollywood e nos mais importantes programas de rádio, televisão, casas noturnas, cassinos e teatros norte-americanos. A Política de Boa Vizinhança, implementada pelos Estados Unidos para buscar aliados na Segunda Guerra Mundial, incentivou a imigração de artistas latino-americanos. Apesar de ter chegado nos Estados Unidos antes da criação da Política de Boa Vizinhança, Carmen Miranda sempre foi identificada como a artista de maior sucesso do projeto.

Vida Amorosa e Casamento

Em 1946, Carmen Miranda era a artista mais bem paga de Hollywood e a mulher que mais pagava imposto de renda nos Estados Unidos. Em 17 de março de 1947 casou-se com o americano David Sebastian, nascido em Detroit a 23 de novembro de 1908. Antes, Carmen Miranda namorou vários astros de Hollywood e também o músico brasileiro Aloysio de Oliveira, integrante do Bando da Lua.

Antes de partir para os Estados Unidos e antes de conhecer o marido, Carmen Miranda namorou o jovem Mário Cunha e o bon vivant Carlos da Rocha Faria, filho de uma tradicional família do Rio de Janeiro. Já nos Estados unidos, Carmen Miranda manteve caso com os atores John Wayne e Dana Andrews.

O casamento é apontado por todos os biógrafos e estudiosos de Carmen Miranda como o começo de sua decadência moral e física. Seu marido, David Sebastian, antes um simples empregado de produtora de cinema, tornou-se "empresário" de Carmen Miranda e conduzia mal seus negócios e contratos. Também era alcoólatra e pode ter estimulado Carmen Miranda a consumir bebidas alcoólicas, das quais ela logo se tornaria dependente. O casamento entrou em crise já nos primeiros meses, por conta de ciúmes excessivos, brigas violentas e traições de David Sebastian, mas Carmen Miranda não aceitava o desquite pois era uma católica convicta. Engravidou em 1948, mas sofreu um aborto espontâneo depois de uma apresentação e não conseguiu mais engravidar, o que agravou suas crises depressivas e o abuso com bebidas e remédios sedativos.

Dependência de Barbitúricos

Desde o início de sua carreira americana, Carmen Miranda fez uso de barbitúricos para poder dar conta de uma agenda extenuante. Adquiria as drogas com receitas médicas pois, na época, elas eram receitadas pelos médicos sem muitas preocupações com efeitos colaterais. Nos Estados Unidos, tornou-se dependente de vários outros remédios, tanto estimulantes quanto calmantes. Por ser também viciada em cigarro e beber muito álcool, o efeito das drogas foi potencializado. Por conta do uso cada vez mais frequente, Carmen Miranda desenvolveu uma série de sintomas característicos do uso de drogas, mas não percebia os efeitos devastadores, que foram erroneamente diagnosticados como estafa por médicos americanos.

Em 3 de dezembro de 1954, Carmen Miranda retornou ao Brasil após uma ausência de 14 anos viajando e fazendo shows pelo mundo, além de estar morando nos Estados Unidos. Ela continuava casada e sofrendo com o marido, cada vez mais alcoólatra e violento. Seu médico brasileiro constatou a dependência química e tentou desintoxicá-la. Ficou quatro meses internada em tratamento numa suíte do Copacabana Palace. Carmen Miranda melhorou, embora não tenha abandonado completamente drogas, álcool e cigarro. Os exames realizados no Brasil não constataram alterações de freqüência cardíaca.

A Morte nos EUA

Ligeiramente recuperada, retornou para os Estados Unidos em 4 de abril de 1955. Imediatamente começou com as apresentações. Fez uma turnê por Cuba e Las Vegas entre os meses de maio e agosto e voltou a usar barbitúricos, além de fumar e beber mais do que já fumava e bebia.

No início de agosto, Carmen Miranda gravou uma participação especial no programa televisivo do comediante Jimmy Durante. Durante um número de dança, sofreu um ligeiro desmaio, desequilibrou-se e foi amparada por Durante. Recuperou-se e terminou o número. Na mesma noite, recebeu amigos em sua residência em Beverly Hills, à Bedford Drive, 616. Por volta das duas da manhã, após beber e cantar algumas canções para os amigos presentes, Carmen Miranda subiu para seu quarto para dormir. Acendeu um cigarro, vestiu um robe, retirou a maquiagem e caminhou em direção à cama com um pequeno espelho à mão. Um colapso cardíaco fulminante a derrubou morta sobre o chão no dia 5 de agosto. Seu corpo foi encontrado pela mãe no dia seguinte, as 10:30 hs.  Carmen Miranda tinha somente 46 anos.

Funeral e Sucesso no Brasil

Aurora Miranda, sua irmã, recebeu na mesma madrugada um telefonema do marido de Carmen Miranda avisando sobre o falecimento. Aurora Miranda se desesperou por completo e passou então a notícia para as emissoras de rádio e jornais. Heron Domingues, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, foi o primeiro a noticiar a morte de Carmen Miranda em edição extraordinária do Repórter Esso.

Em 12 de agosto de 1955, seu corpo embalsamado desembarcou de um avião no Rio de Janeiro. Sessenta mil pessoas compareceram ao seu velório realizado no saguão da Câmara Municipal da então capital federal. O cortejo fúnebre até o Cemitério São João Batista foi acompanhado por cerca de meio milhão de pessoas que cantavam esporadicamente, em surdina, "Taí", um de seus maiores sucessos.

No ano seguinte, o prefeito do Rio de Janeiro Francisco Negrão de Lima assinou um decreto criando o Museu Carmen Miranda, o qual somente foi inaugurado em 1976 no Aterro do Flamengo.

Hoje, uma herma em sua homenagem se localiza no Largo da Carioca, Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #CarmenMiranda