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Tarcísio Meira

TARCÍSIO PEREIRA DE MAGALHÃES SOBRINHO
(85 anos)
Ator

☼ São Paulo, SP (05/10/1935)
┼ São Paulo, SP (12/08/2021)

Tarcísio Pereira de Magalhães Sobrinho, mais conhecido como Tarcísio Meira, foi um ator nascido em São Paulo, SP, no dia 05/10/1935. Considerado um dos maiores atores e galãs de sua geração, marcou época com personagens fortes, no cinema, no teatro e na televisão. Durante décadas eternizou a televisão com mocinhos e vilões que marcaram a teledramaturgia nacional.

Filho de Raúl Pompéia Pereira de Magalhães e de Maria do Rosário Meira, descende, por seu pai, da aristocracia rural sul-mineira, havendo sido seu trisavô paterno o tenente-coronel Antônio Joaquim Pereira de Magalhães, e por essa linhagem tem parentesco, por consanguinidade ou afinidade, com o protomártir da Inconfidência Mineira, o Tiradentes, com o cientista Vital Brazil e com o empresário Oscar Americano, consoante o livro "Vital Brazil Mineiro da Campanha, Uma Genealogia Brasileira", de autoria de Lael Vital Brazil.

Por sua mãe, pertence a tradicionais troncos paulistas, tais como os Arrudas Botelhos, os Paes Lemes, os Cerqueiras Cesares e os Penteados, conforme relata Silva Leme em sua "Genealogia Paulistana", nos livros 2, 3 e 4.

Carreira

Tarcísio Meira estreou no teatro em 1957, na peça "A Hora Marcada" e, em 1959, já brilhava em "O Soldado Tanaka", convidado por Sérgio Cardoso.

A sua estreia na televisão foi em "Noites Brancas" (1959), um teleteatro da TV Tupi, dirigido por Geraldo Vietri. Em outro teleteatro da mesma emissora, "Uma Pires Camargo" (1961), contracenou pela primeira vez com Glória Menezes, com quem casaria pouco tempo depois e os dois passaram a formar um dos casais de maior sucesso da televisão brasileira.

Tarcísio Meira foi o galã da primeira telenovela diária da televisão brasileira, "2-5499 Ocupado" (1963), na TV Excelsior, ao lado da já esposa na vida real, Glória Menezes. Protagonizou ainda mais sete telenovelas na mesma emissora até se transferir com Glória Menezes para a TV Globo, onde estrearam em "Sangue e Areia" (1967). A partir daí, Tarcísio Meira se tornou uma das presenças mais constantes da teledramaturgia brasileira e teve mais de 50 trabalhos entre telenovelas, minisséries e seriados de televisão.

No cinema, Tarcísio Meira se tornou um dos principais atores, principalmente nos anos 1970 e 1980. O primeiro filme em que atuou foi "Casinha Pequenina" (1963), ao lado de Mazzaropi. Entre seus maiores sucessos estão "Máscara da Traição" (1969), "As Confissões de Frei Abóbora" (1971), "Independência ou Morte" (1972), "Missão: Matar" (1972), "O Marginal" (1974), "República dos Assassinos" (1979), "Eu Te Amo" (1981) e "Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo!" (2011).

Duas de suas mais importantes interpretações no meio encontram-se em "A Idade da Terra" (1980), de Glauber Rocha, e "Eu" (1987), de Walter Hugo Khouri.

Tarcísio Meira recebeu o Prêmio APCA, de Melhor Ator oferecido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) por sua atuação na minissérie "A Muralha" (2000), produzida pela TV Globo.

Vida Pessoal

Tarcísio Meira desde 1962, estava casado com a atriz Glória Menezes, com quem teve seu único filho, o também ator Tarcísio FilhoTarcísio Meira também era padrasto de João Paulo e Maria Amélia, filhos que sua esposa teve no primeiro casamento.

Tarcísio MeiraGlória Menezes são reconhecidos por possuírem um dos casamentos mais sólidos do meio artístico, tendo atuado juntos várias vezes na televisão, como em "Irmãos Coragem" (1970), "Guerra dos Sexos" (1983), "Torre de Babel" (1998), "A Favorita" (2008), além do seriado "Tarcísio & Glória" (1988), produzido especialmente em homenagem ao casal.

Tarcísio Meira e Glória Menezes se aposentaram em setembro de 2020, depois de mais de cinquenta anos na TV Globo, por não terem seus contratos renovados. Foram morar em uma fazenda de gado no interior de São Paulo.

Morte

No dia 06/08/2021, Tarcísio Meira e Glória Menezes foram internados no hospital Albert Einstein em São Paulo, após confirmação do diagnóstico de Covid-19. Segundo boletim do hospital, divulgado no dia 10/08/2021, Tarcísio Meira encontrava-se internado na UTI, contando com apoio de ventilação mecânica invasiva e diálise contínua.

Tarcísio Meira faleceu na quinta-feira, 12/08/2021, aos 85 anos, vítima da Covid-19.

Filmografia

Televisão
  • 1959 - Noites Brancas
  • 1961 - Uma Pires Camargo
  • 1961 - Maria Antonieta
  • 1962 - TV de Vanguarda  ... (Episódio: "História de um Herói")
  • 1962 - Cleópatra ... Marco Antônio
  • 1962 - A Única Verdade
  • 1962 - A Noite Eterna ... Alexandre
  • 1962 - A Intrusa
  • 1963 - Grande Teatro Tupi ... (Episódio: "O Tempo e os Conways")
  • 1963 - 2-5499 Ocupado ... Larry
  • 1964 - Uma Sombra em Minha Vida ... Eduardo
  • 1964 - Mãe ... Betinho
  • 1964 - Ambição ... Miguel
  • 1965 - A Deusa Vencida ... Edmundo Amarante
  • 1965 - Pedra Redonda 39
  • 1966 - Almas de Pedra ... Danilo
  • 1966 - As Minas de Prata
  • 1967 - Os Galãs Atacam de Madrugada ... Tarcísio
  • 1967 - O Grande Segredo ... Celso
  • 1968 - Sangue e Areia ... Juan Galhardo
  • 1968 - A Gata de Vison ... Bob Ferguson
  • 1969 - Rosa Rebelde ... Sandro de Aragão / Fernando de Aragão
  • 1970 - Irmãos Coragem ... João Coragem
  • 1971 - O Homem Que Deve Morrer ... Ciro Valdéz
  • 1971 - A Pérola
  • 1972 - Caso Especial ... Renato (Episódio: "Meu Primeiro Baile")
  • 1973 - Cavalo de Aço ... Rodrigo
  • 1973 - Praias Desertas
  • 1973 - O Semideus ... Hugo Leonardo Filho / Raul de Paula
  • 1975 - Escalada ... Antônio Dias
  • 1976 - Saramandaia ... Dom Pedro I (Episódio: "3 de maio")
  • 1977 - Espelho Mágico ... Diogo Maia / Ciro
  • 1979 - Os Gigantes ... Fernando Lucas
  • 1980 - Coração Alado ... Juca Pitanga
  • 1981 - Brilhante ... Paulo César Ribeiro
  • 1982 - Caso Verdade ... Theo Faron (Episódio "Filhos da Esperança")
  • 1983 - Guerra dos Sexos ... Felipe de Alcântara Pereira Barreto
  • 1984 - Meu Destino é Pecar ... Paulo de Oliveira
  • 1985 - O Tempo e o Vento ... Capitão Rodrigo Cambará
  • 1985 - Roque Santeiro ... Fazendeiro Emerenciano Castor
  • 1985 - Grande Sertão: Veredas ... Hermógenes
  • 1986 - Roda de Fogo ... Renato Villar
  • 1988 - Tarcísio & Glória ... Bruno Lazzarini
  • 1989 - Tieta ... Ele Mesmo (Episódio: "15 de dezembro")
  • 1990 - Desejo ... Euclides da Cunha
  • 1990 - Araponga ... Aristênio Catanduva
  • 1991 - Especial Escolinha do Professor Raimundo: 25 Anos dos Trapalhões ... Seu Ptolomeu
  • 1992 - De Corpo e Alma ... Diogo Santos Varela
  • 1993 - Você Decide ... (Episódio: "A Barganha")
  • 1993 - Fera Ferida ... Feliciano Mota da Costa
  • 1994 - Pátria Minha ... Raul Pelegrini
  • 1996 - Mundo VIP ... Ele Mesmo (Participação Especial)
  • 1996 - O Rei do Gado ... Giuseppe Berdinazzi (1ª fase)
  • 1996 - A Vida Como Ela É ... Jacinto (Episódio: "Futura Sogra")
  • 1998 - Torre de Babel ... César Toledo
  • 1998 - Hilda Furacão ... Coronel João Possidônio
  • 1999 - Você Decide ... (Episódio "O Pacto")
  • 2000 - A Muralha ... Dom Jerônimo Taveira
  • 2000 - Sandy & Junior ... Eduardo Teles de Mendonça (Episódio: "S.O.S. Paty")
  • 2001 - Um Anjo Caiu do Céu ... João Medeiros
  • 2001 - Sai de Baixo ... Ivo (Episódio: "Rebu de Natal")
  • 2002 - O Beijo do Vampiro ... Bóris Vladescu / Igor Pivomar
  • 2004 - Um Só Coração ... Antônio Sousa Borba (Totonho)
  • 2004 - Senhora do Destino ... Zé Carlos Tedesco (Episódios: "24-26 de julho")
  • 2005 - Bang Bang ... John McGold
  • 2006 - Páginas da Vida ... Aristides Martins de Andrade (Tide)
  • 2007 - Duas Caras ... Hermógenes Rangel (Participação Especial)
  • 2008 - A Favorita ... Frederico Copola
  • 2010 - Cama de Gato ... Ele Mesmo (Episódio: "9 de abril")
  • 2010 - Afinal, o Que Querem as Mulheres? ... Romeu Newmann
  • 2011 - Insensato Coração ... Teodoro do Amaral
  • 2012 - Louco Por Elas ... Papai Noel (Episódio "O Natal")
  • 2012 - Gabriela ... Juiz Roberto Lima (Episódios: "9-25 de outubro")
  • 2013 - Saramandaia ... Tibério Vilar
  • 2016 - Velho Chico ... Jacinto de Sá Ribeiro (Episódio: "14 de março")
  • 2016 - A Lei do Amor ... Fausto Leitão
  • 2018 - Orgulho e Paixão ... Sir George Magnus Williamson (Lorde Williamson)
  • 2020 - Os Casais Que Amamos ... Ele Mesmo (Episódio: " 6 de junho")

Cinema
  • 1963 - Casinha Pequenina ... Nestor
  • 1965 - A Desforra
  • 1969 - Quelé do Pajeú ... Quelé (Clemente)
  • 1969 - Máscara da Traição ... Carlos
  • 1969 - Verão de Fogo ... Assassino
  • 1970 - Amemo Nus (Inacabado)
  • 1971 - As Confissões de Frei Abóbora ... Mauro
  • 1972 - Independência ou Morte ... Dom Pedro I
  • 1972 - Missão: Matar ... Inspetor José da Silva
  • 1974 - O Marginal ... Valdo
  • 1977 - Elza e Helena
  • 1979 - O Caçador de Esmeraldas ... Capitão-mor
  • 1979 - A República dos Assassinos ... Mateus
  • 1981 - O Beijo no Asfalto ... Aprígio
  • 1981 - Eu Te Amo ... Ulisses
  • 1981 - A Idade da Terra ... Cristo Militar
  • 1982 - Amor Estranho Amor ... Drº Osmar
  • 1983 - O Cangaceiro Trapalhão ... Namorado da Aninha
  • 1987 - Eu ... Marcelo
  • 1989 - Solidão, Uma Linda História de Amor
  • 1990 - Boca de Ouro ... Boca de Ouro
  • 2007 - Anabazys ... Ele Mesmo
  • 2011 - Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo! - Ramon Velasco

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #TarcisioMeira

João Carlos Barroso

JOÃO CARLOS DE ALBUQUERQUE MELO BARROSO
(69 anos)
Ator, Humorista e Dublador

☼ Rio de Janeiro, RJ (28/02/1950)
┼ Rio de Janeiro, RJ (12/08/2019)

João Carlos de Albuquerque Melo Barroso foi um ator, humorista e dublador nascido no Rio de Janeiro, no dia 28/02/1950.

João Carlos Barroso, que viveu parte da infância no bairro do Leme, no Rio de Janeiro, foi descoberto totalmente por acaso. Começou sua carreira de ator quando produtores argentinos o encontraram, com onze anos de idade, jogando bola nas calçadas da Rua Bolívar, no bairro de Copacabana, Rio de Janeiro. Ao abordarem, convidaram para participar de um filme que seria rodado nos morros da cidade. Este filme foi uma co-produção Brasil-Argentina filmado no ano de 1961 e lançado somente em 1973 com o título "Tercer Mundo". Em uma das primeiras cenas, João Carlos Barroso contracenou com Jardel Filho e Francisco Cuoco. Depois, entrou para o teatro onde conheceu Fernanda Montenegro.

Com seu trabalho neste filme, foi convidado para contracenar na peça teatral "O Homem Besta e a Virtude", de Luigi Pirandello. Por sua atuação, recebeu vários prêmios de revelação teatral de 1962.


João Carlos Barroso fez sua estreia na TV Globo na série "Rua da Matriz", primeira produção dramatúrgica da emissora, em 1965, emendando uma sequencia de produções pela empresa ao longo das próximas décadas.

Na primeira novela em cores da TV brasileira, "O Bem Amado" (1973), interpretou Eustórgio, o filho de Zeca Diabo, papel de Lima Duarte. A parceria deu tão certo que João Carlos Barroso também esteve ao lado de Lima Duarte em "Pecado Capital" (1975) e "Marron Glacê" (1978).

Em seu currículo, João Carlos Barroso tem dezenas de novelas como "O Bem Amado" (1973), "Pecado Capital" (1975), "Locomotivas" (1977), "O Salvador da Pátria" (1989), "Pedra Sobre Pedra" (1992), "Tropicaliente" (1994), "O Clone" (2001), entre outras.


Entre seus personagens mais populares na TV estão o Tavico de "Estúpido Cupido" (1976) e o Toninho Jiló de "Roque Santeiro" (1985), este último, talvez o seu personagem mais marcante.

No cinema, estrelou filmes como "A Espada Era a Lei" (1963) e "O Pistoleiro" (1976).

João Carlos Barroso também ficou marcado pelo trabalho no programa "Zorra Total", entre 2002 e 2016, participando de diversas esquetes com diferentes personagens. Ele também havia passado pelo humorístico em 1999, mas se desligou da atração para atuar nas novelas "Uga Uga" (2000), "Malhação" (2001) e "O Clone" (2001). Outro papel de destaque na carreira de João Carlos Barroso foi o do presidente Tancredo Neves na minissérie "JK" (2006).

Entre seus trabalhos mais recentes estão as inúmeras participações no humorístico "Zorra" além da novela "Sol Nascente" (2016), onde interpretou o delegado Mesquita. Ele não era mais contratado da TV Globo.

Morte

João Carlos Barroso faleceu na segunda-feira, 12/08/2019, aos 69 anos, no Rio de Janeiro, RJ vítima de um câncer no pâncreas. Segundo informações, João Carlos Barroso sofria de câncer no pâncreas há algum tempo. Ele estava hospitalizado e foi operado na semana anterior ao falecimento para a retirada de um tumor maligno. João Carlos Barroso teve complicações no pós-operatório e, após uma nova cirurgia, não resistiu e veio a falecer.

O velório de João Carlos Barroso foi realizado na quarta-feira, 14/08/2019, na Capela 3 do Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. O velório contou com a presença de diversos nomes conhecidos da teledramaturgia e do humor. O sepultamento ocorreu após às 13h30.

Carreira

Televisão
  • 2016 - Sol Nascente ... Delegado Mesquita
  • 2015 a 2016 Zorra ... Diversas Esquetes
  • 2010 - Aventuras do Didi
  • 2006 - JK ... Tancredo Neves
  • 2004 - Carga Pesada
  • 2003 - A Casa das Sete Mulheres ... Soldado
  • 2003 - A Grande Família ... Goró (Episódio: "Família Apaixonada")
  • 2002 a 2015 - Zorra Total ... Vários Personagens
  • 2002 - Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Tião Susto
  • 2001 - O Clone ... Severino
  • 2001 - Malhação ... Delegado Almeidinha
  • 2000 - Uga Uga ... Pereirinha
  • 1999 - Zorra Total ... Vários Personagens
  • 1998 - A Turma do Didi
  • 1998 - Era Uma Vez ... Jorge José "J.J."
  • 1994 - Tropicaliente ... Plínio
  • 1993 - Os Trapalhões
  • 1993 - Mulheres de Areia ... Daniel
  • 1992 - Pedra Sobre Pedra ... Arquibaldo
  • 1990 - Mico Preto ... Waldisney
  • 1989 - O Salvador da Pátria ... Fidélis
  • 1987 - Direito de Amar ... Danilo
  • 1985 - Roque Santeiro ... Toninho Jiló
  • 1984 - Livre Para Voar ... Álvaro "Alvinho"
  • 1983 - Pão Pão, Beijo Beijo ... Benedito "Benito" Cantarelli
  • 1982 - Os Imigrantes (Terceira Geração)
  • 1980 - Chega Mais ... Luís
  • 1978 Os Trapalhões ... Ator do novo filme do Tubarão
  • 1978 - Marron Glacé ... Luís César
  • 1978 - Pecado Rasgado ... Geraldo
  • 1978 - O Pulo do Gato ... Nando
  • 1977 - Locomotivas ... Paulo
  • 1976 - Estúpido Cupido ... José Otávio "Tavico / Caniço"
  • 1975 - Pecado Capital ... Valter
  • 1973 - Os Ossos do Barão ... Ricardo
  • 1973 - O Bem Amado ... Eustórgio
  • 1973-1980 - Chico City
  • 1965 - Rua da Matriz ... Filho do Mecânico
  • 1964 - Teatrinho Trol
  • 1962 a 1964 - Grande Teatro Tupi

Cinema
  • 1961 Tercer Mundo
  • 1963 - A Espada Era a Lei ... Arthur/Wart (Dublagem)
  • 1976 - O Pistoleiro ... José
  • 1979 - Nos Tempos da Vaselina ... Onofre
  • 2000 - Um Anjo Trapalhão ... Zé do Santinho
  • 2004 - Dona Eulália ... Eusébio

Wallace Souza

FRANCISCO WALLACE CAVALCANTE DE SOUZA
(51 anos)
Político e Apresentador de Televisão

☼ Manaus, AM (12/08/1958)
┼ São Paulo, SP (27/07/2010)

Francisco Wallace Cavalcante de Souza, mais conhecido como Wallace Souza, foi um político, apresentador de televisão nascido em Manaus, AM, no dia 12/08/1958.

Wallace Souza foi acusado de comandar o crime organizado no Estado do Amazonas, ao assassinar traficantes e viciados em drogas na Grande Manaus para exibir os casos em seu programa de televisão.

Nascido no Estado do Amazonas, Wallace Souza teve outros irmãos, Marlucia, Ulisses (também falecido) Carlos e Fausto Souza.

Wallace Souza ingressou na televisão com o programa Canal Livre na TV Rio Negro, hoje TV Bandeirantes Amazonas, em 1996. O programa mudou de emissora e foi para TV Manaus, hoje TV Em Tempo, com o novo nome Programa Canal Livre. Ao lado dos irmãos, Wallace Souza comandava o programa com casos policiais, mostrando assassinatos, sequestros e operações de repreensão ao tráfico.

Na política, Wallace Souza iniciou em 1996, como candidato a vereador por Manaus, obteve 898 votos e não foi eleito.

Em 1998 candidatou-se a deputado estadual pelo Estado do Amazonas e obteve 51.181 votos pelo Partido Liberal (PL).

Wallace Souza e Moacir Jorge Pereira da Costa, conhecido como Moa
Em 2008, o ex-policial militar Moacir Jorge Pereira da Costa, conhecido como Moa, denunciou que Wallace Souza e seu filho, Raphael Souza, comandavam uma quadrilha de esquadrão da morte e crime organizado no Estado do Amazonas. Em depoimento à polícia, disse que ao menos um assassinato foi cometido de acordo com determinação do deputado e gravado pela equipe de seu programa.

No dia 25/04/2009, a Polícia Civil, que investigava desde 2008 as suspeitas de associação ao tráfico e até assassinato de traficantes adversários para exibição no programa de televisão, entraram na casa do parlamentar e apreenderam grande quantidade de dinheiro e ouro, além de munição.

O filho, Raphael Souza, assumiu ser dono do material e recebeu voz de prisão. A operação foi muito tumultuada, pois Wallace Souza e os irmãos Carlos e Fausto Souza, ao chegarem ao local, tentaram impedir a ação da polícia.

Wallace Souza era investigado pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de drogas, ameaça a testemunhas e porte ilegal de armas. O trio dos irmãos foi logo acusado de associação ao tráfico, mandar matar traficantes adversários apenas para mostrar no programa de televisão para aumentar a audiência e liderarem o crime organizado no Estado do Amazonas.

Em julho de 2009, por determinação do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Wallace Souza seria investigado por formação de quadrilha, associação ao tráfico de drogas, porte ilegal de armas e determinar a execução de crimes para exibição no programa Canal Livre.

Em 02/08/2009, o programa Fantástico, da TV Globo, através da reportagem feita da afiliada TV Amazonas, mostrou as graves denúncias, comparando ao "Caso Motosserra" do político no Acre Hildebrando Pascoal, com o nome do "Caso Wallace", tornando o caso conhecido mundialmente.

Canal Livre

Canal Livre foi um programa policial amazonense em 1996, ao estilo Programa do Ratinho, cuja apresentação era dividida por Wallace Souza e seus dois irmãos: O deputado federal Carlos Souza (PP) e Fausto Souza, este último era responsável pelas reportagens de rua.

O estúdio do programa era no Olímpico Clube, avenida Constantino Nery, e contava com um espaço para mais de 300 cadeiras. A produção do programa era da produtora Vanessa LimaCarlos Souza e Wallace Souza ganharam visibilidade política através do Canal Livre, que durante muitos anos foi apresentado na TV Rio Negro.

Reportagens de cunho policial, eram a marca registrada do Canal Livre.

Cassação

No dia 01/10/2009, a Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) iniciou a sessão de cassação do mandato de Wallace Souza. Vestido de branco e com uma Bíblia nas mãos, Wallace Souza chorou em plena Assembleia Legislativa, recebendo o apoio apenas do deputado Wilson Lisboa, presidente da sessão.

Mesmo assim, deputados da Assembleia Legislativa cassaram o mandato de Wallace Souza, por quebra de decoro parlamentar. Em votação secreta, 16 deputados votaram a favor da perda de mandato. O placar marcou quatro votos contra e três abstenções.

Após o resultado da cassação, Wallace Souza passou mal e foi levado em uma maca a uma audiência na Assembleia Legislativa.

Prisão

Sem foro por prerrogativa de função, por ter o mandato cassado, Wallace Souza teve a prisão preventiva decretada no dia 05/10/2009, por associação ao tráfico. Agentes da Polícia Civil e Federal procuraram o ex-parlamentar por toda cidade de Manaus, chegando a armar barreiras nos portos e aeroportos da capital. Após quatro dias foragido, Wallace Souza se entregou à polícia, em 09/10/2009.

Mesmo sem ter curso superior, Wallace Souza foi levado para uma cela especial no 1º Batalhão da Polícia de Choque, localizado no km 17 da AM 010. A polícia temia pela segurança do acusado.

Após a cassação de Wallace Souza surgiu o caso de Vanessa Lima, ex-produtora do programa Canal Livre. Ela foi denunciada por Patrícia Almeida, irmã do traficante Franquezinho do 40, preso no Mato Grosso do Sul, por manter associação com o tráfico de drogas no Amazonas.

Em 11/11/2009, Vanessa Lima foi ouvida por três horas na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Amazonas. No depoimento, a ex-produtora nega que tenha telefonado para Patrícia Almeida e diz que recebeu ligação da irmã do traficante após a prisão de Raphael Souza, filho do ex-deputado, condenado a 11 anos de prisão por associação ao tráfico.

No mesmo dia, o Ministério Público do Amazonas decretou pedido de prisão preventiva de Vanessa Lima, que foi indiciada por associação ao tráfico de drogas no Estado. Foi presa na tarde de 10/12/2009, também sob acusação de associação para tráfico de drogas.

Internações

Após a cassação, a saúde do ex-deputado Wallace Souza piorou desde então.

A primeira internação foi no dia 02/11/2009. Ele deixou a prisão e foi encaminhado à Beneficente Portuguesa, no centro de Manaus. Com dores no abdômen e no tórax, Wallace Souza ficou internado por três meses e meio, quando recebeu alta no dia 16/02/2010 e voltou para casa, para cumprir prisão em regime domiciliar.

No dia 18/03/2010, com doença crônica no fígado, foi transferido para o Hospital Bandeirantes, em São Paulo.

No dia 11/06/2010, o quadro clínico de Wallace Souza piorou, devido a complicações nos rins e nos pulmões. Wallace Souza deu entrada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), chegando a ficar sob coma induzido e respirando por aparelhos.

Durante todo esse período ele ficou sob guarda de agentes da Polícia Federal. A família de Wallace Souza tentou retirar a escolta policial e até transferi-lo para tratamento em Miami, nos Estados Unidos, mas a Justiça negou os pedidos.

Novas Denúncias

Paralelo a isso, no dia 11/05/2010, a produtora e repórter do Canal Livre, Gisele Vaz, afirmou em depoimento prestado na 2ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecente (2ª VECUTE), que participou de pelo menos uma das reuniões em que Wallace Souza tramava, junto a mais três pessoas, o assassinato da juíza federal Jaiza Fraxe.

No dia 07/07/2010, o juiz responsável pela investigação do "Caso Wallace", Mauro Antony, declarou que o processo estava perto de chegar ao fim. Até aquela data, foram ouvidas 12 réus e testemunhas de defesa. Mauro Antony esperava encerrar o caso em dezembro daquele ano.

Na Mídia

Em 27/08/2018, o canal Space lançou a série "Pacto de Sangue", ficção que se assemelha ao caso que envolve o apresentador ao retratar um jornalista que provoca crimes em busca de audiência para seu programa de televisão. Wallace Souza e o programa Canal Livre também foram retratados no documentário "Bandidos na TV", lançado mundialmente em 31/05/2019 pelo serviço de vídeo sob demanda Netflix, que resume o escândalo criminoso no qual o apresentador esteve envolvido e o processo de cassação do seu mandato como parlamentar.

Morte

Sofrendo de ascite, acumulação anormal de líquido no abdômen, Wallace Souza foi internado em estado grave na UTI do Hospital Bandeirantes, São Paulo, vindo a morrer às 16h00 do dia 27/07/2010 em decorrência de uma parada cardíaca.

O hospital divulgou nota oficial:
"O ex-deputado estadual do Partido Progressista (PP-AM), Francisco Wallace Cavalcante de Souza, 51 anos, internado no Hospital Bandeirantes, em São Paulo desde o dia 18 de março de 2010, faleceu às 16h desta terça-feira (27/7), em decorrência de uma parada cardíaca. O paciente sofria de uma ascite refratária decorrente da Síndrome de Budd Chiari. Os médicos que acompanharam o paciente foram coordenados pelo diretor-clínico Drº Mário Lúcio Alves Baptista Filho."
(Hospital Bandeirantes)

Wallace Souza era casado e deixou três filhos.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #WallaceSouza #BandidosnaTV #PactodeSangue

Clara Nunes

CLARA FRANCISCA GONÇALVES PINHEIRO
(40 anos)
Cantora

☼ Caetanópolis, MG (12/08/1942)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/04/1983)

Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida como Clara Nunes, foi uma cantora nascida em Caetanópolis, MG, no dia 12/08/1942, considerada uma das maiores intérpretes do país.

Pesquisadora da Música Popular Brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, Clara também viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, ela se converteu à umbanda. Clara seria uma das cantoras que mais gravaria canções dos compositores da Portela, sua escola do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos.

Caçula dos sete filhos do casal Manuel Ferreira de Araújo e Amélia Gonçalves Nunes, Clara nasceu no interior de Minas Gerais, no distrito de Cedro - à época pertencente ao município de Paraopeba e depois esse distrito virou cidade e foi emancipado com o nome de Caetanópolis, onde viveu até os 16 anos.

Marceneiro na fábrica de tecidos Cedro & Cachoeira, o pai de Clara era conhecido como Mané Serrador e também era violeiro e participante das festas de Folia de Reis. Mas Manuel morreu em 1944 e, pouco depois, Clara ficaria também órfã de mãe e acabaria sendo criada por sua irmã Maria Gonçalves, a Dindinha, e o irmão José, conhecido como Zé Chilau. Naquela época, Clara participava de aulas de catecismo na matriz da Cruzada Eucarística. Lá também cantava ladainhas em latim no coro da igreja.

Segundo as suas próprias palavras, cresceu ouvindo Carmen Costa, Angela Maria e, principalmente, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio.

Em 1952, ainda menina, Clara venceu seu primeiro concurso de canto organizado em sua cidade, interpretando "Recuerdos de Ypacaraí". Como prêmio, ganhou um vestido azul. Aos 14 anos, ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira, a mesma para o qual seu pai trabalhou.

Teve que se mudar para Belo Horizonte, indo morar com a irmã Vicentina e o irmão Joaquim, por causa do assassinato de um namorado, cometido em 1957 por seu irmão Zé Chilau. Em Belo Horizonte, Clara trabalhou como tecelã durante o dia e fez o curso normal à noite.

Aos finais de semana, participava dos ensaios do Coral Renascença, na igreja do bairro onde morava. Naquela época, conheceu o violonista Jadir Ambrósio, conhecido por ter composto o hino do Cruzeiro. Admirado com a voz da jovem de 16 anos, Jadir Ambrósio levou Clara a vários programas de rádio, como "Degraus da Fama", no qual ela se apresentou com o nome de Clara Francisca.

Mudança de Nome

No início da década de 1960, Clara conheceu também Aurino Araújo, irmão de Eduardo Araújo, que a levou para conhecer muitos artistas. Aurino também seria seu namorado durante dez anos. Por influência do produtor musical Cid Carvalho, mudou o nome para Clara Nunes, usando o sobrenome da mãe. Quando solteira se chamava Clara Francisca Gonçalves de Araújo, depois de casada que adotou o sobrenome Pinheiro.

Em 1960, já com o nome de Clara Nunes e ainda como tecelã, ela venceu a etapa mineira do concurso A Voz de Ouro ABC, com a música "Serenata do Adeus" (Vinicius de Moraes), gravada anteriormente por Elizeth Cardoso. Na final nacional do concurso realizada em São Paulo, Clara Nunes obteve o terceiro lugar com a canção "Só Adeus" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia).

A partir daí, Clara Nunes começou a cantar na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. Durante três anos seguidos foi considerada a melhor cantora de Minas Gerais. Ela também passou a se apresentar como crooner em clubes e boates na capital mineira e chegou a trabalhar com o então baixista Milton Nascimento, àquela altura conhecido como Bituca.

Naquela época, fez sua primeira apresentação na televisão, no programa de Hebe Camargo em Belo Horizonte.

Em 1963, Clara Nunes ganhou um programa exclusivo na TV Itacolomi, chamado "Clara Nunes Apresenta" e exibido por um ano e meio. No programa se apresentavam artistas de reconhecimento nacional, entre os quais Altemar DutraAngela Maria.

Clara Nunes morou em Belo Horizonte até 1965, quando se mudou para o Rio de Janeiro, passando a viver no bairro de Copacabana.

Os Primeiros Discos

Já no Rio de Janeiro, Clara Nunes se apresentava em vários programas de televisão, como "José Messias", "Chacrinha", "Almoço Com as Estrelas" e "Programa de Jair do Taumaturgo". Antes de aderir ao samba, Clara Nunes cantava especialmente boleros. Além de emissoras de rádios e televisão, ela também percorreu escolas de samba, clubes e casas noturnas nos subúrbios cariocas.

Ainda em 1965, ela passou por um teste como cantora na gravadora Odeon, onde registrou pela primeira vez a sua voz em um LP. O disco foi lançado pela Rádio Inconfidência, onde Clara Nunes trabalhou quando morava em Belo Horizonte, e contava com a participação de outros artistas, todos da Odeon.

Em 1966, Clara Nunes foi contratada por esta gravadora, a primeira e a única em toda a sua vida. Nesse mesmo ano, foi lançado o primeiro LP oficial da cantora, "A Voz Adorável de Clara Nunes". Por insistência da gravadora para que ela interpretasse músicas românticas, Clara  Nunes apresentou neste álbum um repertório de boleros e sambas-canções, mas o LP foi um fracasso comercial.

Em 1968, Clara Nunes gravou "Você Passa e Eu Acho Graça", seu segundo disco na carreira e o primeiro onde cantaria sambas. A faixa-título de Ataulfo Alves e Carlos Imperial foi seu primeiro grande sucesso radiofônico.

Em 1969, a Odeon lançou "A Beleza Que Canta", LP no qual a cantora interpretou "Casinha Pequena", uma canção de domínio público. Ainda em 1969, Clara Nunes ganhou o primeiro lugar no I Festival da Canção Jovem de Três Rios com a música "Pra Que Obedecer" (Paulinho da Viola e Luís Sérgio Bilheri) e ainda classificou a canção "Encontro" (Elton Medeiros e Luís Sérgio Bilheri) na terceira colocação. Ficou em oitavo lugar no IV Festival Internacional da Canção Popular com a música "Ave Maria do Retirante" (Alcyvando Luz e Carlos Coqueijo), que foi lançada naquele mesmo ano em disco homônino.

Afirmação no Samba

Em 1970, Clara Nunes se apresentou em Luanda, capital angolana, em convite de Ivon Curi. No ano seguinte, a cantora gravou seu quarto LP, no qual interpretou "É Baiana" (Fabrício da Silva, Baianinho, Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio), música que obteve considerável sucesso no carnaval de 1971, e "Ilu Ayê", samba-enredo da Portela, de autoria de Norival Reis e Silvestre Davi da Silva. Na capa do álbum, a cantora mineira fez um permanente nos cabelos pintados de vermelho e passou a partir daí a se vestir com roupas que remetiam às religiões afro-brasileiras.

Em 1972, Clara Nunes se firmou como cantora de samba com o lançamento do álbum "Clara Clarice Clara". Com arranjos e orquestrações do maestro Lindolfo Gaya e com músicos como o violonista Jorge da Portela e Carlinhos do Cavaco. O disco teve como grandes destaques as canções "Seca do Nordeste", um samba-enredo da escola de samba Tupi de Brás de Pina, "Morena do Mar" (Dorival Caymmi), "Vendedor de Caranguejo" (Gordurinha), "Tributo aos Orixás" (Mauro Duarte, Noca da Portela e Rubem Tavares) e a faixa-título "Clara Clarice Clara" (Caetano Veloso e Capinam). Ainda naquele ano, Clara Nunes se apresentou no Festival de Música de Juiz de Fora e gravou um compacto simples da música "Tristeza, Pé no Chão" (Armando Fernandes), que vendeu mais de 100 mil cópias.

A Odeon lançou em 1973 o disco "Clara Nunes". Nesse mesmo ano, a cantora estreou com Vinicius de Moraes e Toquinho o show "O Poeta, a Moça e o Violão" no Teatro Castro Alves, em Salvador. Também em 1973, Clara Nunes foi convidada pela Radiotelevisão Portuguesa para fazer uma temporada em Lisboa. Depois, percorreu alguns outros países da Europa, como a Suécia, onde gravou um especial ao lado da Orquestra Sinfônica de Estocolmo para a TV local.

Sucesso Comercial

Clara Nunes integrou a comissão que representou o Brasil no Festival do Midem, em Cannes no ano de 1974. Por lá, a Odeon lançou somente para o público europeu o disco "Brasília", que foi base para o LP "Alvorecer". Este álbum emplacou grandes sucessos como "Contos de Areia" (Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento), "Menino Deus" (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) e "Meu Sapato Já Furou" (Mauro Duarte e Elton Medeiros). O LP bateu recorde de vendagem para cantoras brasileiras, com mais de 300 mil cópias vendidas, um feito nunca antes registrado no Brasil. Ainda em 1974, a cantora atuou ao lado de Paulo Gracindo, em "Brasileiro Profissão Esperança", espetáculo de Paulo Pontes, referente à vida da cantora e compositora Dolores Duran e do compositor e jornalista Antônio Maria. O show ficou em cartaz no Canecão até 1975 e gerou o disco homônimo.

Também em 1975, a Odeon lançou ainda o LP "Claridade" com grandes sucessos como "O Mar Serenou" (Candeia) e "Juízo Final" (Nelson Cavaquinho e Élcio Soares). Este álbum se tornou o maior sucesso da carreira da cantora, batendo o recorde de vendagem feminina e alavancando o samba-enredo da "Portela na Avenida", "Macunaíma", "Herói da Nossa Gente" (Norival Reis e Davi Antônio Correia), com o qual a escola classificou-se em 5º lugar no Grupo 1. Ainda em 1975, Clara Nunes se casou com o poeta, compositor e produtor Paulo César Pinheiro e percorreu vários países da Europa em turnê.

Clara Nunes gravou o LP "Canto das Três Raças" em 1976. Além da faixa-título de autoria de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, grande sucesso na carreira da cantora, o disco contava ainda com "Lama" (Mauro Duarte), "Tenha Paciência" (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), "Riso e Lágrimas" (Nelson Cavaquinho, Rubens Brandão e José Ribeiro), "Fuzuê" (Romildo e Toninho) e "Retrato Falado" (Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro).

Em 1977, a Odeon lançou o disco "As Forças da Natureza", um álbum mais dedicado ao Partido Alto. O LP teve como principais destaques a faixa-título, de João Nogueira e Paulo César Pinheiro, "Coração Leviano" (Paulinho da Viola) e "Coisa da Antiga" (Wilson Moreira e Nei Lopes). O disco ainda contou com a participação de Clementina de Jesus na faixa "PCJ - Partido da Clementina de Jesus" (Candeia) e lançou "À Flor da Pele", primeira composição de Clara Nunes, feita em parceria com Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro.

Em 1978, foram lançados os álbuns "Guerreira", no qual Clara Nunes interpretou vários ritmos brasileiros além do samba, sua marca registrada, e "Esperança", com destaque para a faixa "Feira de Mangaio" (Sivuca e Glorinha Gadelha). Ainda em 1978, participou do LP "Vida Boêmia", de João Nogueira, no qual interpretou "Bela Cigana" (João Nogueira e Ivor Lancellotti), e esteve ao lado de Chico Buarque, Maria Bethânia e outros artistas, no show do Riocentro, que marcaria a história política brasileira devido à explosão de uma bomba.

Em 1979, Clara Nunes participou do LP "Clementina", de Clementina de Jesus. Naquele mesmo ano, a cantora mineira se submetia a uma Histerectomia (remoção do útero), após sofrer três abortos espontâneos, por causa dos miomas que possuía no útero. Também carregava problemas desse tipo desde a infância. Ela tentou de todos os métodos e não obtinha respostas. Por nutrir obsessão pela maternidade, a impossibilidade de ser mãe a fez sofrer muito, causando a Clara Nunes fortes abalos emocionais, superados pela entrega absoluta à carreira artística, a fazendo compor músicas belíssimas e de intensa carga emocional.

Últimos Anos de Vida

Em 1980, Clara Nunes gravou o álbum "Brasil Mestiço", que fez sucesso nas emissoras de rádio de todo o país com "Morena de Angola" (Chico Buarque), "Brasil Mestiço, Santuário da Fé" (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), "Peixe Com Côco" (Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco), "Última Morada" (Noca da Portela e Natal) e "Viola de Penedo" (Luiz Bandeira). Ainda em 1980, a cantora participou dos LPs "Cabelo de Milho" (Sivuca), "Fala Meu Povo" (Roberto Ribeiro) e viajou para Angola representando o Brasil ao lado de Elba Ramalho, Djavan, Dorival Caymmi, Chico Buarque, entre outros.

Gravou em 1981 o LP "Clara", com grande sucesso para a música "Portela na Avenida" (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), com a participação especial da Velha Guarda da Portela nesta faixa, e estreou o show "Clara Mestiça", por Bibi Ferreira. Ainda naquele ano, a Odeon lançou uma coletânea intitulada "Sucesso de Ouro".

Em 1982, a Odeon lançou "Nação", o último álbum de estúdio da cantora. O LP teve como destaques "Nação" (João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio), "Menino Velho" (Romildo e Toninho), "Ijexá" (Edil Pacheco), "Serrinha" (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) - uma homenagem dos compositores à escola de samba Império Serrano e ao Morro da Serrinha, reduto do Jongo (manifestação cultural de africanos essencialmente rural diretamente associada à cultura africana no Brasil), situadas em Madureira, subúrbio carioca. Ainda nesse ano, Clara Nunes se apresentou na Alemanha ao lado de Sivuca e Elba Ramalho, e participou do LP "Kasshoku", lançado no Japão pela gravadora Toshiba / EMI, gravando um especial para a emissora de TV NHK.

Morte Polêmica

Em 05/03/1983, Clara Nunes se submeteu a uma aparentemente simples cirurgia de varizes, mas a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico. Clara Nunes sofreu uma parada cardiorrespiratória e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro.

Neste ínterim, Clara Nunes foi vítima de uma série de especulações que circulavam na mídia sobre sua internação, entre elas inseminação artificial, aborto, tentativa de suicídio, surra de seu marido Paulo César Pinheiro, porem há quem diga que Clara Nunes teria sito vitima de trabalhos espirituais realizados pelo bruxo Tio Chico, em episódio semelhante ao ocorrido na morte de Elis Regina, no ano anterior.

Na madrugada do Sábado de Aleluia, dia 02/04/1983, a poucos meses de completar 40 anos, Clara Nunes entrou oficialmente em óbito, vítima de um choque anafilático.

A sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, na época, foi arquivada, o que geraria por muitos anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora.

O corpo de Clara Nunes foi velado por mais de 50 mil pessoas na quadra da escola de samba Portela. O sepultamento ocorreu no Cemitério São João Batista e foi acompanhado por uma multidão de fãs e amigos.

Em sua homenagem, a rua em Madureira onde fica a sede da Portela, sua escola de coração, recebeu seu nome.

Após a Morte

Em 1986, a Velha Guarda da Portela interpretou "Flor do Interior" (Manaceia), uma das muitas músicas feitas em homenagem à Clara Nunes, no disco "Doce Recordação", produzido por Katsunori Tanaka e lançado no Japão. Outro compositor, Aluízio Machado, da Império Serrano, também compôs a música "Clara" em homenagem à cantora.

Em 1988, Maria Gonçalves, irmã mais velha de Clara Nunes, que passou a criar a cantora quando esta tinha apenas quatro anos, reuniu várias peças do vestuário, adereços e objetos pessoais da cantora, e criou uma sala que abriga o acervo de sua obra em um espaço físico com cerca de 120 metros, anexado à creche que leva o seu nome em Caetanópolis, MG.

Em 1989, a gravadora EMI-Odeon produziu a coletânea "Clara Nunes, O Canto da Guerreira". Também naquele ano, o selo WEA lançou para o mercado estadunidense o álbum "O Samba: Brazil Classics 2", com vários artistas e incluindo Clara Nunes.

Três anos depois, a EMI-Odeon lançou "Série 2 em 1", compilação em CD de dois LPs: "Brasil Mestiço" e "Nação", e a gravadora norte-americana World Pacific lançou "Best Of Clara Nunes" no mercado dos Estados Unidos.

Em 1993, o selo Som Livre lançou "Clara Nunes - 10 Anos" - em lembrança ao décimo aniversário de morte da cantora - e a EMI-Odeon lançou pela "Série 2 em 1" os discos "Adoniran Barbosa" e "Adoniram Barbosa e Convidados", este último também contou com a participação de Clara Nunes.

Esta mesma gravadora lançaria em 1994 as coletâneas "O Canto da Guerreira", "O Canto da Guerreira Volume 2" e "Meus Momentos". Ainda em 1994, a gravadora Saci lançou o álbum "Homenagem a Mauro Duarte", que contou com a voz de Clara Nunes, uma de suas maiores amigas e a sua principal intérprete.

Em 1995, a Odeon lançou "Clara Nunes Com Vida", álbum produzido por Paulo César Pinheiro e José Milton, no qual foram acrescidas as vozes de outros artistas como Emílio Santiago, Martinho da Vila, Chico Buarque, Nana Caymmi, Roberto Ribeiro, João Bosco, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Alcione, Marisa Gata Mansa, Paulinho da Viola, Angela Maria e João Nogueira, fazendo duetos com Clara Nunes, e "O Talento de Clara Nunes", outra coletânea.

Em 1996, a EMI-Odeon reeditou a obra completa de Clara Nunes, que incluíam 16 discos com as capas reproduzidas do original, remasterizados no Estúdio Abbey Road, em Londres, considerado o melhor do mundo.

Em 1999, a cantora Alcione gravou "Claridade", um álbum com os maiores sucessos da carreira da amiga.

Em 2001, foi apresentado no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, o musical "Clara Nunes Brasil Mestiço", e no ano seguinte foi lançado o livro "Velhas Histórias, Memórias Futuras" de Eduardo Granja Coutinho, no qual o autor faz várias referências à cantora.

Em comemoração aos seus 60 anos, que seriam completados em 2003, a gravadora DeckDisc lançou "Um Ser de Luz - Saudação à Clara Nunes", álbum produzido por Paulão Sete Cordas e que contou com a participação de diversos artistas interpretando parte de seu repertório, como Mônica Salmaso (Alvorecer), Élton Medeiros (Lama), Rita Ribeiro (Morena de Angola), Mart'nália (Ijexá), Fafá de Belém (Sem Compromisso), Renato Braz (Menino Deus e Nação), Falamansa (Feira de Mangaio), Monarco e Velha Guarda da Portela (Peixe Com Côco), Cristina Buarque (Derramando Lágrimas), Dona Ivone Lara (Juízo Final), Nilze Carvalho (A Deusa dos Orixás), Teresa Cristina (As Forças da Natureza), Pedro Miranda (Candongueiro), Alfredo Del Penho (Coisa da Antiga), Wilson Moreira (O Mar Serenou), Helen Calaça (Basta Um Dia) e ainda participações de Seu Jorge, Walter Alfaiate, Elza Soares, entre outros.

Instituto Clara Nunes foi fundado em 19/05/2005 pela irmã de Clara NunesMaria Gonçalves (Dindinha), conhecida na cidade como Mariquita, e está instalado no mesmo prédio onde funciona aCreche Clara Nunes e o Artesanato Ponto de Luz, que produz tapetes cuja venda ajuda na manutenção da Creche.

O Festival Cultural Clara Nunes faz parte dos eventos culturais da cidade e todo ano é realizado no mês de agosto, mês de nascimento de Clara Nunes.

Em agosto de 2006 a Prefeitura Municipal de Caetanópolis lançou o 1º Festival Cultural Clara Nunes. com o objetivo de desenvolver a cultura no município e região, e também resgatar a obra da cantora. Ainda em 2006 foi encontrada mais uma interpretação inédita de Clara Nunes. A composição "Quem Me Dera" (Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho) foi incluída no álbum póstumo de Maurício Tapajós"Sobras Repletas", que também trouxe uma outra composição, também em sua homenagem, desta vez feita em sua homenagem, "Surdina" (Maurício Tapajós e Cacaso).

Em 04/08/2007, na abertura do 2º Festival Cultural Clara Nunes, a Prefeitura Municipal de Caetanópolis inaugurou a Casa de Cultura Clara Nunes, onde havia sido o cinema da cidade e onde a Clara Nunes se apresentou pela primeira vez. Ainda em 2007, o jornalista Vagner Fernandes lançou a biografia "Clara Nunes - Guerreira da Utopia", que trouxe entrevistas com vários compositores e intérpretes, entre os quais Chico Buarque, Paulinho da Viola, Alcione, Hermínio Bello de Carvalho, Hélio Delmiro, Milton Nascimento, Monarco, Paulo César Pinheiro, além de familiares e amigos. A gravadora EMI lançou "Clara Nunes Canta Tom e Chico", coletânea na qual compilou algumas gravações de discos anteriores da cantora, entre elas "Apesar de Você", "Umas e Outras", "Desencontro", "Morena de Angola" e "Novo Amor"todas de Chico Buarque, "Insensatez" e "A Felicidade" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), além de "Sabiá" (Tom e Chico).

Em 2010 foi realizado o 5º Festival Cultural Clara Nunes. A Casa de Cultura Clara Nunes, administrada pela Secretaria Municipal de Cultura, é local onde se realizam oficinas de dança, música, pintura e teatro, oferecidas gratuitamente à população. O Instituto Clara Nunes foi criado para administrar e zelar pelo acervo da cantora.

Discografia

  • 1966 - A Voz Adorável de Clara Nunes (Odeon)
  • 1968 - Você Passa e Eu Acho Graça (Odeon)
  • 1969 - A Beleza Que Canta (Odeon)
  • 1971 - Clara Nunes (Odeon)
  • 1972 - Clara Clarice Clara (Odeon)
  • 1973 - Clara Nunes (Odeon)
  • 1974 - Brasileiro Profissão Esperança (Odeon)
  • 1974 - Alvorecer (Odeon)
  • 1975 - Claridade (Odeon)
  • 1976 - Canto das Três Raças (EMI-Odeon)
  • 1977 - As Forças da Natureza (EMI-Odeon)
  • 1978 - Guerreira (EMI-Odeon)
  • 1979 - Esperança (EMI-Odeon)
  • 1980 - Brasil Mestiço (EMI-Odeon)
  • 1981 - Clara (EMI-Odeon)
  • 1982 - Nação (EMI-Odeon)

Ao Vivo


 Coletâneas

  • 1979 - Sucessos de Ouro (EMI-Odeon)
  • 1983 - Clara Morena (EMI-Odeon)
  • 1984 - Alvorecer (Som Livre)
  • 1984 - A Deusa dos Orixás (Som Livre)
  • 1985 - Clara (EMI-Odeon)
  • 1989 - O Canto da Guerreira (EMI)
  • 1990 - O Canto da Guerreira Vol.2 (EMI)
  • 1993 - 10 Anos (Som Livre)
  • 2003 - Para Sempre Clara
  • 2005 - Clara Nunes Canta Tom e Chico
  • 2007 - Mestiça (EMI)
  • 2008 - Sempre (Som Livre)

Tributos

  • 1995 - Clara Nunes Com Vida (EMI) - Vários Artistas
  • 1999 - Claridade (Globo/Universal) - Alcione
  • 2003 - Um Ser de Luz - Uma Saudação a Clara Nunes - Vários Artistas

DVD

  • 2008 - Clara Nunes (EMI - Globo Marcas) - Coletânea com alguns dos videoclipes da cantora exibidos no programa Fantástico - Rede Globo 

Fonte: Wikipédia
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