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José Pimentel

JOSÉ DE SOUZA PIMENTEL
(84 anos)
Ator, Diretor, Professor e Escritor Teatral

☼ Garanhuns, PE (11/08/1934)
┼ Recife, PE (14/08/2018)

José de Souza Pimentel, conhecido pelo seu nome profissional e artístico como José Pimentel, foi um ator, diretor e escritor teatral, além de professor de teatro na faculdade de jornalismo na Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, nascido em Garanhuns, PE, no dia 11/08/1934.

Personalidade que se destacou na cena teatral pernambucana, sobretudo, pela capacidade de liderança, pelo espírito contestador e poder de realização. Como encenador e autor, notabilizou-se pelos grandes espetáculos históricos que montou ao ar livre. Como ator, ganhou notoriedade por viver o papel de Jesus Cristo, por mais de três décadas, em encenações da "Paixão de Cristo", que ele próprio dirigia.

Adolescente, mudou-se para o Recife e tornou-se amigo do ator, diretor e cenógrafo Octávio Catanho, que o convidou a participar do Grupo Dramático Paroquial de Água Fria, no qual José Pimentel aprendeu, na prática, a desempenhar diversas funções ligadas aos palcos.

Em 1956, foi levado por Octávio Catanho a trabalhar, em pequenos papéis, nos espetáculos da "Paixão de Cristo", em Fazenda Nova, município do Brejo da Madre de Deus, Pernambuco.

Por indicação de Clênio Wanderley, então diretor da "Paixão de Cristo" e do Teatro Adolescente do Recife (TAR), José Pimentel integrou o elenco de estreia do "Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, em 1956, fazendo dois papéis: o Major Antonio Moraes e o Encourado.


Ainda com o Teatro Adolescente do Recife (TAR), atuou em "A Via Sacra", de Henri Ghéon, em 1957, e em "Casamento Suspeitoso", outro texto de Ariano Suassuna, em 1958.

Em 1959, no mesmo grupo, teve sua primeira experiência como encenador, dirigindo a peça "A Grade Solene", de Aldomar Conrado, na qual também atuou.

Em fevereiro de 1960, nasceu o Teatro Popular do Nordeste (TPN), e Hermilo Borba Filho o convidou para fazer parte do grupo. Em maio, o Recife ganhou uma nova casa de espetáculos, o Teatro de Arena, cujos sócios-proprietários eramo Alfredo de Oliveira e Hermilo Borba Filho. Nesse empreendimento, José Pimentel atuou em diversas montagens.

O texto "Jesus, o Mártir do Calvário", escrito por José Pimentel, passou a ser usado na "Paixão de Cristo" de Fazenda Nova, em 1961. Na ocasião, ele assumiu o papel de Pilatos. Em meados desse ano, sua carreira de encenador começou a se fortalecer: Dirige "A Farsa da Esposa Perfeita", de Edy Lima, para o Teatro de Arena.

Em 1962, assinou a encenação de "Município de São Silvestre", de Aristóteles Soares, para o Teatro Popular do Nordeste (TPN). Nesse ano, Plínio Pacheco, coordenador-geral dos espetáculos da "Paixão de Cristo", convidou José Pimentel, além de amigos e outros atores do espetáculo, para comporem a diretoria da recém-fundada Sociedade Teatral de Fazenda Nova (STFN).


Recebeu o prêmio de melhor intérprete masculino, atribuído pela Associação dos Cronistas Teatrais de Pernambuco (ACTP), em 1966, por seu desempenho no papel de John Proctor, da peça "As Feiticeiras de Salém", de Arthur Miller, com a direção de Milton Baccarelli.

A cidade-teatro de Nova Jerusalém abriu suas portas para o primeiro espetáculo da "Paixão de Cristo" em 1967. O texto Jesus, de autoria de Plínio Pacheco, foi encenado, com a direção de Clênio Wanderley. Quando Clênio Wanderley viajou para a Europa, em 1969, José Pimentel foi convidado por Plínio Pacheco a assumir a direção do espetáculo, sem deixar de atuar, desempenhando os mesmos papéis da temporada anterior: o Demônio e Pilatos.

Em 1971, a Sociedade Teatral de Fazenda Nova (STFN) desenvolveu o projeto "Teatro de Verão" com a finalidade de ocupar a Nova Jerusalém no segundo semestre de cada ano. Para a primeira temporada, foi escolhido o texto "Calígula", de Albert Camus. José Pimentel protagoniza e dirige a peça, aproveitando os cenários ao ar livre dessa cidade-teatro, imprimindo à montagem um tom grandioso, como o da "Paixão de Cristo".

O Teatro de Verão retornou, em 1972, com o mesmo espetáculo, sempre obtendo boas críticas, mas sem a desejada resposta de público. Na mesma época, outra iniciativa da Sociedade Teatral de Fazenda Nova (STFN) é posta em prática: o projeto "O Circo no Mundo", com a construção do Circo da Raposa Malhada onde, além dos atos circenses, apresentam-se espetáculos teatrais. José Pimentel atuou em "Lampião no Inferno", de Jairo Lima, espetáculo de estreia do circo, vivendo o papel de Satanás, com direção de Lúcio Lombardi.


Em paralelo à atividade teatral, José Pimentel iniciou, também em 1972, o curso de jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, e graduou-se em 1975. Essa qualificação, aliada à experiência como teleator, favoreceu sua inserção na televisão pernambucana como criador e apresentador de programas.

Com o aumento de público nos espetáculos da "Paixão de Cristo de Nova Jerusalém", fica cada vez mais difícil ouvir os atores. Depois de tentar, em 1972, solucionar o problema com o uso de microfones, José Pimentel instaura, em 1973, a dublagem como recurso característico daquele e de outros espetáculos ao ar livre concebidos por ele.

Com a saída do ator Carlos Reis do papel de Jesus Cristo na "Paixão de Cristo", em 1978, José Pimentel o substituiu e interpretou pela primeira vez o papel do Nazareno. E assumiu a Diretoria de Artes Cênicas da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, tornando-se responsável pela administração dos teatros municipais da capital, entre 1979 e 1983.

Em paralelo à atuação na "Paixão de Cristo de Nova Jerusalém"José Pimentel manteve a atividade nos palcos do Recife. Em 1979, dirigiu e protagonizou, mais uma vez, "Calígula", de Albert Camus, agora produzido pela Aquarius Produções Artísticas, aliada à Companhia Praxis Dramática (CPD). Nesse espetáculo, recebido com ressalvas por parte da crítica, José Pimentel propôs uma atualização da história contada por Albert Camus, pondo em cena elementos visuais vinculados à contemporaneidade brasileira. No programa da peça, ele dizia:
"Aos puristas e intelectuais um aviso: o texto de Camus, eterno e com toda a sua beleza, será entregue íntegro e intacto, virgem e donzelo, quase intocado. Agora, o espetáculo é meu e se preparem. Amarrem os cintos porque o negócio é pra valer e pra bagunçar muita cuca."

Em 1982, sob os auspícios da Prefeitura da Cidade do Recife, com produção da Sociedade Teatral de Fazenda Nova (STFN), estreou "O Calvário de Frei Caneca", espetáculo que abordava os episódios históricos da Confederação do Equador, na primeira metade do século XIX. Além de atuar, José Pimentel assinou o texto e a direção dessa montagem, apresentada ao ar livre, para grande público, em palcos montados em frente da Igreja do Livramento, da basílica de Nossa Senhora do Carmo, da Igreja de Nossa Senhora do Terço e do Forte de Cinco Pontas.

Dois anos depois, em 1984, outra vez com produção da Sociedade Teatral de Fazenda Nova (STFN), e patrocínio do governo do Estado, José Pimentel dirigiu e interpretou o principal papel do auto "Jesus e o Natal", de sua autoria, encenado nas ruas do Recife. O texto conta a história de um casal de favelados, José e Maria, às voltas com o nascimento do primeiro filho. A peça gerou polêmica pelo fato de a personagem Maria se surpreender com a gravidez, uma vez que fazia uso de pílula anticoncepcional.

Mais um espetáculo de massas é produzido pela Sociedade Teatral de Fazenda Nova (STFN), em 1984, com texto, direção e atuação de José Pimentel: "Batalha dos Guararapes". Com o patrocínio do governo do Estado, foi apresentado em setembro desse ano no Parque Nacional dos Montes Guararapes, sítio histórico, cenário da verdadeira batalha que culminou com o fim do domínio holandês em Pernambuco no século XVII. Como os demais espetáculos ao ar livre, a "Batalha dos Guararapes" repetiu-se a cada ano, até 1986. A partir de 1987, cessou o patrocínio do governo e a peça só voltou a ser apresentada, nos anos 2000, com outros patrocinadores.

Na década de 1980, José Pimentel assinou a coluna "Sinal Fechado", - alusão ao seu programa de televisão da década anterior, do qual replicou o controverso conteúdo -, no Jornal da Semana, importante veículo da chamada imprensa alternativa.


Em 1989, a cidade-teatro de Nova Jerusalém apresentou o seu tradicional espetáculo da "Paixão de Cristo" em novos cenários, e o espetáculo foi modificado para se adaptar a essa nova ambientação. A temporada desse ano bateu o recorde de público total, com 71 mil espectadores em dez espetáculos.

Desentendendo-se com a produção da "Paixão de Cristo de Nova Jerusalém", sobretudo, no tocante à necessidade de substituições no elenco, José Pimentel foi afastado do tradicional espetáculo, no segundo semestre de 1996.

Em poucos meses, arregimentando artistas das mais diversas vertentes do teatro recifense, ele criou a "Paixão de Cristo do Recife". José Pimentel era produtor, autor do texto, diretor e principal ator da montagem, que era apresentada no Estádio do Arruda, pertencente ao Santa Cruz Futebol Clube. Em matéria do Jornal do Commercio, ele explicou que o elenco reunia vários atores vindos da "Paixão de Cristo" de Fazenda Nova, além de atores de outros grupos teatrais pernambucanos.

Os espetáculos da "Paixão de Cristo do Recife" continuaram a ser encenados, a cada ano, no mesmo estádio de futebol, até o início dos anos 2000. Por decisão da direção do clube, o espetáculo de José Pimentel tem que deixar de ser apresentado em seu estádio. A produção ganhou, então, patrocínio da prefeitura e passou a ser realizada nas ruas do Recife antigo a cada Semana Santa.

Em 2008, José Pimentel foi homenageado pela escola de samba recifense São Carlos com o enredo "A Saga de José Pimentel, Patrimônio Vivo da Cultura Pernambucana". A escola se tornaria campeã do grupo de acesso.

Em 2017, José Pimentel foi incluído na lista dos Patrimônios Vivos de Pernambuco, por interpretar o papel de Jesus Cristo por mais de 40 anos.

Morte

José Pimentel faleceu na terça-feira, 14/08/2018, aos 84 anos, em Recife, PE, vítima de enfisema pulmonar. Ele estava internado no Hospital Esperança, na área central do Recife, desde quinta-feira, 09/08/2018, por causa de um enfisema pulmonar.

O corpo de José Pimentel foi velado na Assembleia Legislativa de Pernambuco desde a terça-feira, 14/08/2018, até a manhã da quarta-feira. O sepultamento ocorreu às 11h00 da quarta-feira, no Cemitério de Santo Amaro, na região central do Recife, PE, depois de uma celebração ecumênica aberta ao público.

A família informou que, a pedido dele, o corpo vai ser sepultado com o figurino de Jesus Cristo, que o ator usava na "Paixão de Cristo".

Fonte: WikipédiaEnciclopédia Itaú e G1
#FamososQuePartiram #JosePimentel

Álvaro de Moya

ÁLVARO DE MOYA
(87 anos)
Jornalista, Escritor, Produtor, Ilustrador e Diretor de Cinema e Televisão

☼ São Paulo (1930)
┼ São Paulo, SP (14/08/2017)

Álvaro de Moya foi um jornalista, escritor, produtor, ilustrador e diretor de cinema e televisão. É considerado por alguns como o maior especialista em histórias em quadrinhos do Brasil.

Alvaro de Moya era filho de um coronel reformado da antiga Força Pública do Estado de São Paulo, de nome Salvador, e de Dona Amélia. Irrequieto, tenaz, inteligente e vivo, Alvaro de Moya não gostava muito de estudar. Quando o pai perguntava: "Você quer ser engenheiro, médico ou advogado?", ele respondia: "Quero ser desenhista de histórias em quadrinhos!", para desespero do pai.

Por volta dos 10 e 12 anos, outra paixão dominou o menino: o cinema. Assistia uma sessão atrás da outra, nada o satisfazia. Também gostava de ler. Lia de tudo e sabia um pouco de tudo. Uma vez, porém, ouviu na escola, uma frase que passou a ser seu lema: "Res, non verba" (Ação, e não palavras).

Na verdade a primeira paixão de Álvaro de Moya foi pelo desenho. E esse seu amor pelo desenho e pelo cinema, o levou para a televisão. Foi através de um telefonema a Walter George Durst, que Álvaro de Moya, bastante jovem, se entrosou com aquele grupo também jovem, que preparava a novidade: lançar a televisão no Brasil.


Conheceu e gostou não só de Walter George Durst, mas de Cassiano Gabus Mendes, Silas Roberg e Dionisio Azevedo. E coube a ele fazer a história de inauguração da PRF3-TV, a primeira emissora da América Latina.

Irrequieto que era, logo conseguiu uma bolsa e foi para os Estados Unidos, para ver de perto tanto a televisão, como seu amor maior: a história em quadrinho. E conseguiu muita coisa. Esteve com personalidades e aprendeu detalhes que mais tarde trouxe para o Brasil. De volta casou-se com a atriz Anita Greiss, com quem teve 2 filhos.

Acompanhando Demerval Costa Lima, ex diretor geral das Emissoras Associadas, Álvaro de Moya foi para a TV Paulista, que mais tarde transformou-se em TV Globo, e na emissora foi seu braço direito.

Foi diretor de TV, criativo e original, e no corte de imagens, era imbatível. A seguir foi para a TV Excelsior, que a seu ver, criou a verdadeira televisão brasileira moderna, com grade de programação vertical e horizontal. Aí formou, ao lado de Cyro Del Nero, a dupla que fixou a imagem daquela televisão, e foi Álvaro de Moya que conseguiu uma coisa nova na televisão: a pontualidade, que até então não existia. Naquela época os programas entravam no ar, mais ou menos às tantas horas.


Álvaro de Moya esteve também na TV Bandeirantes, e outra vez em uma missão importante: Colocar no ar a emissora. Escolheu o dia 13 de maio, já que a televisão seria, em São Paulo, o canal 13. E conseguiu a façanha, tendo ficado 72 horas sem comer e dormir, só trabalhando.

Na TV Cultura sua missão foi angariar apoio da iniciativa privada, àquela emissora estatal. Além disso Álvaro de Moya foi, por 20 anos, professor da Universidade de São Paulo (USP), na matéria Comunicação.

Professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), foi um dos organizadores da Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, junto com Jayme Cortez, entre outros, em 1951, na cidade de São Paulo. Além de ser a primeira exposição de quadrinhos da história do Brasil, foi de ineditismo também para o mundo.

Álvaro de Moya representou o Brasil em vários congressos sobre quadrinhos no mundo, como em Roma, Buenos Aires, Nova York e em Lucca, um dos principais do mundo.


Correspondente da revista Wittyworld, dos Estados Unidos, foi colaborador de enciclopédias editadas na França, Espanha, Itália e Estados Unidos. Escolhido pela Universidade La Sapienza, de Roma, foi o único representante da América Latina em evento realizado na Itália, visando discutir o centenário dos comics books.

Fez também charges e ilustrações com temáticas nacionalistas. Na Editora Abril, fez capas para as revistas em quadrinhos Disney: O Pato Donald e Mickey. Produziu quadrinizações de "A Marcha", de Afonso Schmidt, para a Editora Brasil América, "Macbeth" de William Shakespeare para a Editora Outubro e a biografia de Zumbi dos Palmares para Editora La Selva.

Em 1970, lançou o livro "Shazam!", o livro não se resume apenas a fazer um pesquisa sobre a história das histórias em quadrinhos, mas conta com a colaboração de especialistas que debatem acerca da influência pedagógica e psicológica dos quadrinhos e a sua influência na cultura, tratando as histórias em quadrinhos não somente como puro entretenimento, mas sim como um meio de comunicação que merece atenção por parte dos acadêmicos.

Em 1976, traduziu e fez o prefácio para a edição brasileira de "Para Ler o Pato Donald" de Ariel Dorfman e Armand Mattelart, publicada pela editora Paz e Terra.

Morte

Álvaro de Moya faleceu no fim da tarde de segunda-feira, 14/08/2017, em São Paulo, SP, aos 87 anos. Ele estava internado desde o último dia 05/08/2017 no Hospital São Paulo, quando sofreu, em casa, um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Álvaro de Moya foi encontrado pelo filho no banheiro de casa.

Livros
  • 1970 - Shazam!
  • 1993 - História da História em Quadrinhos
  • 1996 - O Mundo de Walt Disney
  • 2001 - Anos 50 - 50 Anos
  • 2002 - Vapt Vupt
  • 2003 - Histórias em Quadrinhos no Brasil
  • 2004 - Gloria In Excelsior
  • 2006 - O Tico-Tico 100 Anos - Centenário da Primeira Revista de Quadrinhos do Brasil.
  • 2012 - A Reinvenção dos Quadrinhos
  • 2013 - Os Pioneiros no Estudo de Quadrinhos no Brasil
  • 2016 - Sketchbook Custom
  • 2017 - Eisner / Moya - Memórias de Dois Grandes Nomes da Arte Sequencial


Fonte: Wikipédia

Ryan Gracie

RYAN GRACIE
(33 anos)
Lutador de Jiu-Jitsu

☼ Rio de Janeiro, RJ (14/08/1974)
┼ São Paulo, SP (15/12/2007)

Ryan Gracie foi um lutador brasileiro de jiu-jitsu. Era membro da família Gracie, filho de Robson Gracie e Vera Lucia Gracie, e neto de Carlos Gracie, um dos criadores do Brazilian Jiu-Jítsu. Tem como irmãos: Renzo Gracie, Flavia Gracie e Ralph Gracie. Foi casado com Elaine Caparroz e tiveram um filho, Rayron Gracie, nascido em 08/12/2001.

Ryan Gracie foi o idealizador do Projeto Kapacidade, que usa o jiu-jitsu como ferramenta de inclusão social, visando educar, capacitar, elevar a auto estima e criar novos cidadãos. Hoje o projeto é tocado pela sobrinha Kyra Gracie, penta campeã mundial de jiu-jitsu, e já conta com mais de 150 crianças carentes. Ganhou cinco lutas no evento PRIDE Fighting Championships, na Copa Company McDonald's de Judô, no Panamericano de Jiu-Jitsu em 1997, no Campeonato Brasileiro de 1997 e no Campeonato Sem Kimono.

Temperamento

Ryan Gracie formou-se faixa preta de jiu-jitsu na Gracie Barra no Rio de Janeiro junto de seu irmão Renzo Gracie, e mudou-se para São Paulo para representar a equipe em 1994. Desde então construiu seu império na capital paulista, hoje a Gracie SP conta com cerca de 30 filiais.

De acordo com a polícia Ryan Gracie era uma pessoa de gênio bastante difícil, tendo sido preso diversas vezes. Em março de 2000, Ryan Gracie ficou dezoito dias preso no Rio de Janeiro, sua cidade natal, acusado de esfaquear um estudante durante uma briga que destruiu uma casa de festas na Barra da Tijuca. O caso foi apurado e Ryan Gracie foi absolvido pois a denuncia não procedia. Segundo testemunhas que estavam no local a briga começou por volta da meia-noite com uma discussão perto da piscina da casa, localizada na Ilha da Fantasia. Marcus Vinícius Marins da Rosa, 26 anos, conhecido como Chuck Noris do Meier e figura conhecida por arranjar confusões, ficou provocando o lutador Ryan Gracie e acabou acontecendo a briga. Segundo relatos, a faca pertencia a Marcus Vinicius e na briga o lutador Ryan Gracie a tomou de Marcus Vinicius e ele, Marcus Vinicius, acabou se ferindo. Marcus Vinicius já teve passagem pela polícia pelo mesmo fato. Acusou outra pessoa de ter lhe esfaqueado e ganhou uma boa soma em dinheiro devido a indenização.

Em 2005, foi preso em São Paulo, acusado de agredir fisicamente um policial civil e xingar uma delegada dentro do 78ª DP, nos Jardins. Ryan Gracie é acusado de agredir policial dentro de delegacia.

Numa de suas últimas lutas no PRIDERyan Gracie xingou o juiz e o encarou demonstrando estar pronto para agredi-lo, por considerar errada a interrupção da luta que estava a seu favor. Os dois lutadores recomeçaram a luta em pé, e Ryan Gracie venceu seu adversário. Para seus fãs e espectadores, ficava claro que seu temperamento estava cada vez mais instável.

Teve muitas brigas fora de ringue com o lutador Jorge "Macaco" Patino, inclusive chegando a depredarem uma loja em uma dessas brigas.

Também teve notória rivalidade com Wallid Ismail, hoje dono do Jungle Fight. A luta entre os dois não chegou a acontecer.


Morte

Ryan Gracie foi encontrado morto na manhã de sábado, 15/12/2007, em uma das celas da carceragem do 91º Distrito Policial (CEAGESP), em São Paulo. Ele havia sido preso na tarde de sexta, 14/12/2007, e indiciado por roubo e tentativa de roubo. Ele chegou às 3:00 hs de sábado ao 91º DP, onde fica a carceragem provisória para os detidos durante a noite, finais de semana e feriados. Ryan Gracie seria encaminhado a um Centro de Detenção Provisória (CDP) na segunda-feira, 17/12/2007.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o lutador recebeu o acompanhamento de um médico particular durante seu exame de corpo de delito antes de ser encaminhado ao 91º DP.

Ryan Gracie foi encontrado morto, deitado na cela, por volta das 7:30 hs, horário de troca de turno dos carcereiros, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública. Ele estava sozinho no local. 

Prisão

Ryan Gracie havia sido detido sob acusação de ter roubado o carro de um idoso de 76 anos no Itaim Bibi, bairro nobre da zona oeste da cidade. O lutador acabou contido por motoboys e foi preso, em seguida, pela Polícia Militar.

Na delegacia, Ryan Gracie chegou agitado e dizendo que estava sendo "perseguido" quando foi preso. O delegado Aílton Camargo Braga, que registrou a ocorrência, disse que o lutador dizia que estava sendo perseguido "pelo pessoal da favela e pelo PCC (Primeiro Comando da Capital)".

Ele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal para realizar também, além do corpo de delito, exames toxicológicos, para saber se ele estava sob efeito de drogas.

"Infelizmente, ele estava muito alterado, não conseguimos pegar o depoimento dele com muito discernimento. Já soube que ele passava por problemas psicológicos. Ele, inclusive, parecia estar alterado pelo uso de medicamentos fortes que ele aparentemente tomava", afirmou o delegado, após ouvir o lutador.

Quando elaborava a ocorrência envolvendo Ryan Gracie, o delegado disse que recebeu uma ligação do advogado de uma clínica de tratamento psicológico, localizada no interior de São Paulo, para informar que o lutador passava por tratamento no local.

Questionado, o advogado disse desconhecer se Gracie apresentava problemas psicológicos pois mantinha somente um relacionamento profissional com seu cliente. No entanto, ele admitiu que o lutador não tinha noção dos acontecimentos e que dizia o tempo todo que estava sendo perseguido. O advogado alegou que o lutador não cometeu crime.

Agressões

Testemunhas que presenciaram a ação de Ryan Gracie disseram à polícia que, além de roubar o Corolla, o lutador agrediu o dono do veículo com uma faca de cozinha cortando um dedo da mão esquerda da vítima. Com o carro, Ryan Gracie andou por pouco tempo e bateu. Depois, tentou roubar uma moto.

Quando abordou o motoboy, Ryan Gracie teria mostrado uma faca e disse que era assalto. "Desce da moto, senão eu te mato", teria dito Ryan Gracie. O motoqueiro pegou a encomenda que levaria para Cotia, Grande São Paulo, enquanto Ryan Gracie subiu na moto sem conseguir ligá-la.

Outros motoboys pararam no semáforo e encorajaram a vítima a não deixar que Ryan Gracie levasse o veículo. O dono da moto afirmou que bateu com o capacete na cabeça de Ryan Gracie, que caiu e foi imobilizado pelo grupo de motociclistas.

"Acredito que ele realmente estivesse sob efeito de drogas, porque se ele estivesse são, teria derrubado todo mundo. ele era muito forte", disse o delegado.

Sabino Ferreira de Farias Netto
Laudo Médico

O laudo médico foi divulgado em 18/02/2008. O promotor do caso pretendia acusar o psiquiatra que atendeu Ryan Gracie por homicídio doloso.

"O que mais chama a atenção é a quantidade de drogas(remédios) que foram usadas ao mesmo tempo. Uma interage com a outra, o que pode aumentar o número de efeitos colaterais. Nesse caso, principalmente os cardíacos. O coração pode começar a bater fora do ritmo e entrar num quadro mais grave, que pode levar a parada cardíaca."
(Marcelo Feijó De Mello, psiquiatra da Unifesp)

Ryan Gracie e seu pai Robson
Prosseguimento do Inquérito

Em fevereiro de 2008, o advogado Pedro Lazarini, que defendia o psiquiatra, pediu a reconstituição do caso, sob a alegação de que a polícia impediu a remoção de Ryan Gracie para um hospital na noite de 15 de dezembro. Ao mesmo tempo, o  Drº Sabino Faria de Ferreira Netto foi indiciado por homicídio culposo (o promotor pretendia modificar para doloso), com base no laudo médico, que apontou pelo menos sete substâncias ingeridas pelo lutador dadas pelo médico e psiquiatra.

Em abril de 2008, o  Drº Sabino Faria de Ferreira Netto foi acusado de corrupção ativa. Ele teria oferecido dinheiro para um carcereiro do 91º Distrito Policial, do Ceasa, na Zona Oeste de São Paulo, para que seu paciente tivesse regalias na carceragem da delegacia. A denúncia por corrupção contra o médico foi feita pelo Grupo de Atuação Especial e Controle Externo da Atividade Policial (GECEP). "A vantagem indevida oferecida e prometida deveria causar e, de fato, causou amplas facilidades para o médico na carceragem do distrito", disse a polícia.

Cinco Anos Depois

Cinco anos depois, a família Gracie finalmente respira aliviada. Na primeira quinzena de novembro de 2012, o psiquiatra Sabino Ferreira de Farias Netto, acusado de negligência na morte do lutador, em 15/12/2007, ao causar a morte do lutador com excesso de remédios, foi condenado a dois anos de serviços comunitários por imprudência.

"Felizmente, depois de mais de cinco anos e uma luta diária para provar a culpa desse irresponsável que se denomina médico e se intitula também como um dos melhores do mundo, como pode ser, visto em depoimento ao Ministério Público, chegamos ao fim de uma grande batalha", comemora Flávia Gracie, irmã de Ryan Gracie.

"Sei que é uma pena muito branda diante de uma vida, mas nós nos sentimos vitoriosos por provar que ele é um irresponsável e assassino, e com isso impedir que ele venha a cometer outros crimes e a devastar a vida de outras famílias."

Não satisfeita, Flávia Gracie pede que o psiquiatra perca o direito de exercer sua profissão.

"Sabemos também que os casos contra erros médicos só aumentam, mas que cassação é rara. O caso do meu irmão Ryan não é um fato isolado na carreira do Drº Sabino, que já foi envolvido em várias denuncias ao Ministério Público e acontecimentos trágicos na sua clinica em Atibaia. Ele já teve, inclusive, seu CRM cassado e sua clinica fechada por movimento e passeata dos moradores da cidade."

Fonte: WikipédiaFolha On Line e Tatame