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Edyr de Castro

EDYR DE CASTRO
(72 anos)
Atriz e Cantora

☼ Rio de Janeiro, RJ (02/09/1946)
┼ Rio de Janeiro, RJ (15/01/2019)

Edyr de Castro foi uma atriz e cantora nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 02/09/1946.

Começou a carreira assinando com seu nome original, passando depois a assinar Edyr Duque. Foi uma das componentes do grupo vocal As Frenéticas, tendo também integrado o grupo Mucamas do Painho derivado de sua participação no programa Chico Anysio Show.

Edyr de Castro foi casada com o cantor e compositor Zé Rodrix com quem teve Joy Rodrigues. É filha única e avó de Amodini.

Na televisão, Edyr de Castro trabalhou nas novelas "Roque Santeiro" (1985), "Cambalacho" (1986) "Por Amor" (1997), "Cabocla" (2004), "Amor e Intrigas" (2007) e "Poder Paralelo" (2009).

No cinema atuou em "Menino Maluquinho - O Filme" (1995), "Proibido Proibir" (2006) e "5x Favela - Agora Por Nós Mesmos" (2009)

No teatro ela atuou na peça "Hair" (1969).

Em seus últimos anos de vida, Edyr de Castro morava no Retiro dos Artistas, após descobrir que sofria de Alzheimer.

As Frenéticas
1976 - 1984: Formação e Sucesso

As Frenéticas foi um grupo vocal feminino brasileiro formado por seis integrantes, que surgiu em 1976 no Rio de Janeiro, no auge do sucesso das discotecas no Brasil.

Em 05/08/1976, o compositor e produtor musical Nelson Motta inaugurou num shopping no bairro da Gávea, Rio de Janeiro, a discoteca Frenetic Dancing Days, que se tornou a febre das noites cariocas. Para servir as poucas mesas no espaço ocupado por uma enorme pista de dança, Nelson Motta teve a ideia de contratar garçonetes que, vestidas de malhas colantes, com saltos altíssimos e maquiagem carregada, fariam o atendimento, mas com uma inovação: No meio da noite, subiriam de surpresa ao palco, cantariam três ou quatro músicas, antes de voltar a servir.

Sandra Pêra, que era cunhada de Nelson Motta, casado com sua irmã, a atriz Marília Pêra, se interessou pela colocação e trouxe para o grupo as amigas Regina Chaves, Leiloca e Lidoka, que fizeram parte do conjunto Dzi Croquettes, e a cantora Dhu Moraes. Completou o sexteto, indicada pelo DJ da discoteca, a atriz Edyr de Castro, que tinha participado do elenco do musical "Hair". Foi selecionado um repertório de cinco músicas e o grupo ensaiou com o músico Roberto de Carvalho, que então começava a namorar a roqueira Rita Lee.

Mas o sucesso das Frenéticas, como foram chamadas para associá-las ao nome da discoteca, foi tão grande, que milhares de frequentadores entusiasmados exigiam que elas cantassem cada vez mais.

Passaram a fazer shows de mais de uma hora e deixaram de ser garçonetes. O público foi capturado por uma combinação inusitada de humor picante, erotismo nas roupas e na letra das músicas, ritmo contagiante e uma performance esfuziante no palco. No seu primeiro sucesso, "Perigosa", o refrão "dentro de mim" repetido inúmeras vezes entre gemidos lúbricos e gritinhos histéricos, deu o tom de suas apresentações.

Com o fechamento da Frenetic Dancing Days, passaram a apresentar-se no Teatro Rival, atraindo um público mais diversificado. As Frenéticas foram as primeiras contratadas da gravadora Warner, que recém se instalava no Brasil. O primeiro compacto, "A Felicidade Bate a Sua Porta", de Gonzaguinha, foi muito executado nas rádios. Em seguida, o primeiro LP "Frenéticas" vendeu 150 mil cópias rapidamente e recebeu um Disco de Ouro.

No final dos anos 70 conseguiram o feito inédito de emplacar o tema de abertura de duas novelas da TV Globo, "Dancin' Days" (1978) e "Feijão Maravilha" (1979). Depois vieram mais três discos pela Warner.

Em 1982, Sandra Pêra e Regina Chaves saem do grupo e o quarteto remanescente assina contrato com a gravadora Top Tape. Mas o único álbum lançado por este selo não fez sucesso e o grupo se desfez em 1984.

1992: Primeiro Retorno

O sexteto voltou a se reunir em 1992 para gravar o tema de abertura da novela "Perigosas Peruas" (1992), da TV Globo, e duas músicas inéditas para uma coletânea de seus sucessos lançada em CD. Até então, a discografia do grupo era constituída apenas de LPs de vinil. Outra coletânea em CD foi lançada em 1999.

Leiloca e Edyr de Castro em foto de 1999
2001: Segundo Retorno

O grupo realizou uma nova reunião em 2001, embora contando apenas com Lidoka, Edyr de Castro e Dudu. As três, aconselhadas por uma numeróloga, mudaram seus nomes artísticos respectivamente para Lidia Lagys, Edyr Duqui e Dhu Moraes. As demais integrantes do grupo original não quiseram retornar, preferindo continuar nas atividades que exerciam: Regina, como produtora do humorista Chico Anysio, Leiloca como astróloga e atriz, Sandra, como diretora de teatro. As integrantes contaram com as backing vocals Gabriela Pinheiro, Cláudia Borioni e Liane Maya nas apresentação, que mantiveram-se apenas nos vocais de apoio, sem serem creditadas como membros oficiais ou tomaram a frente com as demais.

Ao recusar o convite, Leiloca deixou registradas em seu website: Ela só participaria desta volta, se houvesse infraestrutura com um show bem produzido, patrocinadores e divulgação. Após uma rápida turnê e alguns programas de televisão o grupo encerrou o retorno comemorativo de 25 anos.

Em uma aparição especial juntas, o grupo se apresentou em 12/07/2006 em São Paulo para comemorar os 30 anos.

2018: Teatro Musical

Em 2018 LeilocaDhu Moraes e Sandra se reuniram para estrelar o musical "70 - Década do Divino Maravilhoso" que contava a história da década de 70 e As Frenéticas são as grandes homenageadas. Sequência de "60 - Década de Arromba - Doc.Musical" teve estréia nacional em 15/11/2018 no Theatro Net Rio.

Morte

Edyr de Castro faleceu às 09h08 de terça-feira, 15/01/2019, aos 72 anos, vítima de falência múltipla de órgãos. Ela estava internada no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Edyr de Castro lutava contra o Alzheimer desde 2011.

O corpo de Edyr de Castro será velado a partir das 10h00 de quarta-feira, 16/01/2019, na Capela 2 do Memorial do Carmo, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. A cremação está prevista para 13h00 no mesmo local.

Nas redes sociais, Leiloca Neves e Sandra Pêra, amigas dos tempos das Frenéticas, fizeram homenagens para Edyr de CastroLeiloca postou uma foto do tempo em que elas estavam juntas com a mensagem: "Edyr de Castro, a mais sábia de todas nós!"

Edyr de Castro deixa uma filha, que teve do casamento com o cantor e compositor Zé Rodrix, falecido em 22/05/2009, e uma neta.

Carreira

Televisão
  • 2009 - Poder Paralelo ... Rosa Nunes
  • 2007 - Amor e Intrigas ... Donata
  • 2007 - Sete Pecados ...  Vendedora na barraquinha da escola
  • 2006 - Sinhá Moça ... Ruth
  • 2004 - Cabocla ... Maria
  • 2003 - Agora é que São Elas ... Ruth
  • 2000 - A Turma do Pererê
  • 1999 - Chiquinha Gonzaga ... Zanza
  • 1997 - Por Amor ... Elvira
  • 1992 - Anos Rebeldes ... Zulmira
  • 1986 - Cambalacho ... Doroteia
  • 1985 - Roque Santeiro ... Nininha
  • 1985 - Tenda dos Milagres ... Terência

Cinema
  • 1995 - Menino Maluquinho - O Filme ... Irene
  • 2006 - Proibido Proibir ... Rosalina
  • 2009 - 5x Favela - Agora Por Nós Mesmos ... Madalena

Teatro
  • 1969 - Hair

Fonte: Wikipédia e G1
#EdyrdeCastro #FamososQuePartiram

João Baptista Figueiredo

JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO
(81 anos)
Geógrafo, Militar e Presidente do Brasil

* Rio de Janeiro, RJ (15/01/1918)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/12/1999)

João Baptista de Oliveira Figueiredo foi um geógrafo, político e militar brasileiro, tendo sido 30º Presidente do Brasil de 1979 a 1985 e o último presidente do período da Ditadura Militar.

Nascido na Rua Sá Freire no bairro Imperial de São Cristóvão no Rio de Janeiro, era filho do general Euclides Figueiredo, comandante da Revolução Constitucionalista de 1932. Figueiredo estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar do Realengo, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e na Escola Superior de Guerra.

Ingressou na carreira política ao ser nomeado Secretário Geral do Conselho de Segurança Nacional do governo do Presidente Jânio Quadros e, em 1964, foi integrante do movimento que culminou com o Golpe Militar de 1964, que depôs o então presidente João Goulart, e deu início ao Regime Militar no Brasil.

Comandou e chefiou várias companhias militares durante os primórdios do Regime Militar, como a agência do Serviço Nacional de Informações (SNI) no Rio de Janeiro de 1964 a 1966. Exerceu o comando da Força Pública de São Paulo de 1966 a 1967, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas de 1967 a 1969 e foi Chefe do Estado-Maior do III Exército em 1969.

Apontado pelo Presidente Ernesto Geisel, concorreu para presidente na eleição de 1978 pelo Aliança Renovadora Nacional (ARENA), na chapa com Aureliano Chaves para vice-presidente. Seus adversários eram o general Euler Bentes Monteiro para presidente na chapa com Paulo Brossard, ambos do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Foi eleito pelo Colégio Eleitoral com 355 votos (61,1%), contra 226 dados a Euler Bentes Monteiro (38,9%).

Figueiredo no desfile de 7 de setembro
Ao fundo, Aureliano Chaves (vice-presidente) e João Leitão de Abreu (ministro da Casa Civil)
Brasília, 1984
Seu mandato foi marcado pela continuação da abertura política iniciada no governo de Ernesto Geisel, e pouco após assumir, houve a concessão de uma anistia ampla geral e irrestrita aos políticos cassados com base em atos institucionais. Em 1980, extinguiu-se o bipartidarismo instaurado. A partir disto, foi criado o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) como sucessor do MDB, e o Partido Democrático Social (PDS) como sucessor da ARENA, além de outros novos partidos. Figueiredo, assim, virou filiado ao PDS.

A 22 de setembro de 1981 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada de Portugal. Em 1982, engendrou-se uma reforma eleitoral para assegurar a situação maioria nas eleições de 1982 onde se defrontariam os governistas do PDS e quatro legendas de oposição. Contudo, durante o seu governo ocorreram vários atentados terroristas, atribuídos a setores da direita e militares da Linha Dura. Sua gestão ficou marcada pela grave crise econômica que assolou o mundo, com as altas taxas de juros internacionais, pelo segundo choque do petróleo em 1979, a disparada da inflação, que passou de 45% ao mês para 230% ao longo de seis anos, e com a dívida externa crescente no Brasil, que pela primeira vez rompeu a marca dos 100 bilhões de dólares, o que levou o governo a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1982. Neste ano, houve a criação do estado de Rondônia.

Figueiredo foi o presidente que, até sua despedida, governou por mais tempo, depois de Getúlio Vargas.

O ex-presidente faleceu no Rio de Janeiro, em 24 de dezembro de 1999 vítima de insuficiência renal e insuficiência cardíaca. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.

Figueiredo e Ernesto Geisel dias antes da posse de Figueiredo em Brasília - 1979
Vida Antes da Presidência

Aos onze anos de idade João Figueiredo iniciou sua carreira militar obtendo o primeiro lugar no concurso para o Colégio Militar de Porto Alegre transferindo-se a seguir para o Colégio Militar do Rio de Janeiro ingressando por fim na Escola Militar do Realengo onde optou pela Cavalaria. Aos quarenta anos trabalhou ao lado de Golbery do Couto e Silva no Estado-Maior do Exército e durante o curto governo de Jânio Quadros chefiou o Serviço Federal de Informações e foi secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional.

Iniciado o Regime Militar de 1964 foi lotado na agência fluminense do Serviço Nacional de Informações. Em 1969 foi promovido a General de Brigada e comandou o Estado-Maior do III Exército pouco antes de ser nomeado chefe do Gabinete Militar no governo Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). Com a posse de Ernesto Geisel foi nomeado ministro-chefe do Serviço Nacional de Informações, cargo do qual se afastou para se candidatar a Presidência da República.

Viveu no exílio na Argentina entre 1932 e 1934 pois seu pai comandara a Revolução Constitucionalista de 1932, no Vale do Paraíba no estado de São Paulo.

Casou-se com  Dulce Maria de Guimarães Castro (Dulce Figueiredo) em 1942.

Presidência da República

Apontado pelo presidente Ernesto Geisel como seu sucessor em 31 de dezembro de 1977, Figueiredo foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral em 15 de outubro de 1978 como candidato da ARENA com o resultado de 355 votos contra 266 dados ao general Euler Bentes Monteiro do MDB. Vitorioso, prometeu a "mão estendida em conciliação" jurando fazer "deste país uma democracia".

No plano político concedeu anistia ampla geral e irrestrita aos políticos cassados com base em atos institucionais, permitindo o retorno ao Brasil dos exilados pelo Regime Militar. Logo após extinguiu o bipartidarismo e engendrou uma reforma eleitoral para assegurar à situação maioria nas eleições de 1982 onde se defrontariam os governistas do PDS e quatro legendas de oposição. Apurados os votos os adversários do regime obtiveram dez governos estaduais sendo nove do PMDB e um do PDT num equilíbrio inédito de forças desde 1965.

Embora tenha conquistado doze governos estaduais e tenha eleito a maior bancada no Senado Federal e na Câmara dos Deputados e conseguido o maior número de prefeitos e vereadores, a vitória do governo se deu em face de um conjunto de regras eleitorais talhadas para favorecer o pedessismo: proibição de coligações partidárias (forçando a incorporação do PP ao PMDB), voto vinculado (o eleitor só poderia votar em candidatos de um mesmo partido) e as sublegendas (nas eleições para senador e prefeito cada partido poderia lançar até três nomes). Ademais os eleitores das capitais dos estados e de municípios considerados áreas de segurança nacional e estâncias hidrominerais não puderam eleger seus prefeitos, o que só ocorreria em 1985. Também os eleitores de Rondônia ficaram privados de eleger seu governador pelo voto direto, situação remediada apenas em 1986.

Após as eleições o governo ensaiou em maio de 1983 uma tênue aliança com os parlamentares do PTB para reaver a maioria na Câmara, entretanto uma série de fissuras na bancada governista fez com que o Congresso Nacional rejeitasse em outubro o decreto 2.045 numa atitude inédita desde o início do regime militar. No mês seguinte o PT realizou em São Paulo a primeira manifestação em favor das eleições diretas para presidente. No início do ano seguinte houve em todo o país uma intensa mobilização popular em favor do tema num movimento denominado Diretas Já.

Os Atentados e a Abertura

Contudo, durante o seu governo ocorreram vários atentados terroristas, atribuídos a setores da direita e militares da Linha Dura. Em janeiro de 1980, ocorreu uma onda de ataques e, nos meses seguintes, são registrados 25 atentados, sem vítimas, em sua maioria explosões de bombas em bancas de jornais que vendiam periódicos de esquerda, da chamada imprensa alternativa. A situação se agravou com a detonação, em 27 e 28 de agosto, de cartas-bombas enviadas ao vereador do Rio de Janeiro Antônio Carlos de Carvalho, do PMDB, e a Eduardo Seabra Fagundes, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em consequência desses atentados, o jornalista José Ribamar de Freitas, chefe de gabinete do vereador, ficou gravemente ferido e dona Lyda Monteiro da Silva, secretária da Ordem dos Advogados do Brasil, faleceu. Imediatamente, os presidentes de todos os partidos reuniram-se no Congresso para manifestar solidariedade à luta contra o terrorismo.

O mais notório atentado, porém, aconteceu no Riocentro, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, na noite de 30 de abril de 1981, quando duas bombas explodiram durante um show de música popular promovido pelo Centro Brasil Democrático (Cebrade), em comemoração ao Dia do Trabalho. No local havia cerca de 20 mil pessoas, a maioria delas jovens. Não se sabe se por acidente ou imperícia, uma das explosões ocorreu num carro particular que manobrava no estacionamento, matando um dos ocupantes, o sargento Guilherme Pereira do Rosário, e ferindo gravemente o motorista, capitão Wilson Luís Chaves Machado, ambos do DOI-CODI do I Exército. A imprensa e a opinião pública se convenceram de que as vítimas eram os próprios terroristas, mas o general Gentil Marcondes, comandante do I Exército, divulgou a versão de que ambos cumpriam "missão de rotina" e determinou que o sepultamento do sargento fosse com honras militares.

O atentado provocou uma crise política, que acabou sendo solucionada à base de mútuas concessões. Não houve punição ostensiva aos militares integrantes da Linha Dura e o I Exército pôde fazer seu próprio inquérito, "concluindo" que os dois militares haviam sido "vítimas de uma armadilha ardilosamente colocada no carro do capitão". O governo negou conhecimento da operação no Riocentro, mas, em compensação, não ocorreu a partir daí nenhum outro atentado terrorista significativo. Tal solução, entretanto, não agradou a todos os membros do governo. No dia 6 de agosto, em decorrência da não-punição dos autores do atentado, o general Golbery do Couto e Silva, tido como o principal articulador do processo de distensão política, pediu demissão da chefia do Gabinete Civil, cargo que ocupava desde o início do governo de  Ernesto Geisel, alegando "divergências irreconciliáveis".

Figueiredo atribuía os atentados aos "bolsões radicais porém sinceros", ou seja, militares Linha Dura que não queriam que a abertura política de Figueiredo fosse em frente, por medo de revanchismo, caso a oposição chegasse ao poder.

Economia

Como presidente, discursou de forma marcante na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, criticando os altos juros impostos pelos países desenvolvidos.

Sua gestão ficou marcada pela grave crise econômica que assolou o Brasil e o mundo, com as altas taxas de juros internacionais, pelo segundo choque do petróleo em 1979, a disparada da inflação que passou de 45% ao mês para 230% ao longo de seis anos, e com a dívida externa crescente no Brasil que pela primeira vez rompeu a marca dos 100 bilhões de dólares, o que levou o governo a recorrer ao Fundo Monetário Internacional em 1982.

No entanto, em seu último ano de governo o país havia conseguido sair da recessão e o Produto Interno Bruto (PIB) atingido um crescimento superior a 7%. As contas externas também encontraram relativo equilíbrio ao final de seu governo, com uma explosão das exportações e aumento da independência nacional do mercado externo, especialmente na área do petróleo.

Implementou, também, o programa de incentivo à agricultura, que tinha como slogan "Plante que o João Garante". Esse programa foi criado por Antônio Delfim Neto, então Ministro do Planejamento, e seu vice José Flávio Pécora. Muitos pequenos agricultores quebraram por causa dos incentivos, que visavam modernizar a agricultura brasileira.

A agricultura, porém, foi realmente modernizada, e o programa é grande responsável pelo Brasil, atualmente, ser um dos maiores e melhores exportadores agrícolas do mundo. O preço dos alimentos como feijão, arroz (alimentos básicos), baixou consideravelmente, antes muito caros para a população mais humilde.

Aconteceu em 1981, uma grande seca no Nordeste do Brasil, acontecendo saques a armazéns pelos flagelados, e foram criadas frentes de trabalho para gerar renda para as vítimas da seca.

Também foi autor do maior programa de habitação da história do Brasil, construindo quase 3 milhões de casas populares - mais do que a soma de toda a história do  Banco Nacional de Habitação (BNH, que posteriormente foi incorporado à caixa econômica) implantada pelo então Ministro do Interior Mario Andreazza.

Figueiredo com Tancredo Neves, governador de Minas Gerais - Uberlândia, Minas Gerais - 1984
Sucessão Presidencial

Em mensagem de fim de ano transmitida por cadeia nacional de rádio e televisão ao final de 1983, Figueiredo comunicou sua renúncia ao posto de coordenador da sucessão presidencial devolvendo tal prerrogativa ao PDS. Saudada como uma vitória pelos defensores de uma candidatura civil, tal atitude evidenciava, na verdade, a ausência de consenso nas fileiras partidárias quanto ao nome a ser escolhido dada a profusão de nomes tanto de origem militar (Costa Cavalcanti, Otávio Medeiros, Mário Andreazza) quanto civil (Paulo Maluf, Aureliano Chaves, Marco Maciel, Hélio Beltrão). Paralelo à efervescência de nomes no campo governista, a oposição preferiu se empenhar pelo retorno das eleições diretas para presidente na campanha das Diretas Já.

Contudo, mesmo fissurada, a ação política do governo foi eficiente: impediu, por falta de quórum, a aprovação da emenda de Dante de Oliveira, que propunha o retorno das eleições diretas do presidente da república, na Câmara dos Deputados. Isto impediu a apreciação da emeda pelo Senado Federal. Mesmo apoiada por 298 votos favoráveis e apenas 25 contrários, a ausência de 112 parlamentares impediu que se chegassem aos dois terços válidos à continuidade da proposição. Compelida a se readaptar ao novo cenário político, a oposição logo articulou a candidatura do governador mineiro Tancredo Neves à sucessão de Figueiredo. Seu companheiro de chapa foi o senador José Sarney que se filiou ao PMDB em agosto de 1984 como egresso da Frente Liberal, grupo de dissidentes do PDS que cerrou fileiras ao lado dos antigos rivais políticos, em especial após a derrota de Mário Andreazza na convenção nacional do partido que escolheu Paulo Maluf como candidato presidencial do governo.
Figueiredo com Tancredo Neves, Brasília - 1984

Apoiado em um espectro político que agregava tanto oposicionistas de primeira hora como uma crescente leva de dissidentes e mesmo o apoio dos prescritos partidos comunistas, Tancredo Neves se apresentou como candidato em comícios realizados pelo país e terminou por ser eleito Presidente da República em 15 de janeiro de 1985 por 480 votos contra 180 dados a Paulo Maluf e 26 abstenções. O vitorioso, porém, não chegou a governar pois foi internado na véspera da posse devido a um problema de saúde que o obrigou a se submeter a sete cirurgias, porém, a despeito das tratativas, Tancredo Neves faleceu em 21 de abril daquele ano.

Foi sucedido na presidência por José Sarney (seu antigo desafeto de partido), vice de Tancredo Neves, eleito indiretamente pelo Congresso Nacional que, embora fosse candidato da oposição, havia recebido apoio até do ex-presidente Ernesto Geisel, com quem se encontrara três vezes.

Figueiredo não quis entregar a faixa presidencial a José Sarney na cerimônia de posse em 15 de março de 1985, pois o considerava um "impostor", vice de um presidente que nunca havia assumido.

Depois de seu governo, afastou-se definitivamente da vida política. Ficou célebre a sua "Declaração de Despedida", dada ao jornalista Alexandre Garcia para a extinta TV Manchete:

"Bom, o povo, o povão que poderá me escutar, será talvez os 70% de brasileiros que estão apoiando o Tancredo. Então desejo que eles tenham razão, que o doutor Tancredo consiga fazer um bom governo para eles. E que me esqueçam."

Foi o presidente do ciclo do Regime Militar com maior tempo de mandato: seis anos, sendo também o quarto mandatário com mais tempo à frente da Presidência da República, atrás somente de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso (oito anos) e de Getúlio Vargas (dezoito anos).

Figueiredo, Brasília - 1979
Principais Realizações

  • Anistia aos punidos pelo AI-5 e perdão aos crimes de abuso de poder, tortura e assassinato cometidos por órgãos de segurança.
  • Extinção do bipartidarismo, o que dividiu a oposição entre os novos partidos criados e manteve a união dos arenistas, agora no PDS, que garantiram dessa forma a presidência da Câmara.
  • Garantiu o processo de abertura política, iniciado por Geisel, que resultou no fim do regime militar.
  • Estabeleceu o reajuste semestral do salário.
  • No seu governo foi criado o programa Grande Carajás.
  • Criação do Estado de Rondônia.
  • Amplo programa de reforma agrária no norte do Brasil.

Figueiredo na primeira reunião ministerial, Brasília - 1979
Extinção da TV Tupi

Em julho de 1980, Figueiredo assinou o decreto que extinguia a TV Tupi, a primeira emissora de televisão da América Latina. Sete emissoras foram lacradas. As emissoras de São Paulo e do Rio de Janeiro estavam com dívidas. As emissoras de Belo Horizonte (TV Itacolomi), Recife (TV Rádio Clube de Pernambuco), Fortaleza (TV Ceará Tupi), Porto Alegre (TV Piratini) e Belém (TV Marajoara) estavam saudáveis, mas também foram fechadas. Cerca de um ano depois, Sílvio Santos obteve a concessão para utilizar os canais da  TV Tupi São Paulo, TV Piratini e TV Marajoara.

Frases

Durante e depois de seu mandato, João Figueiredo ficou conhecido pela extrema franqueza das suas declarações. Eis algumas delas:
  • Sobre a abertura política: "Se alguém for contra, eu prendo e arrebento"
  • Na posse como presidente: "Vou fazer deste país uma democracia"
  • Sobre o exercício do poder: "Prefiro cheiro de cavalo do que cheiro de povo"
  • Sobre a realidade econômica do país: "Sei que o Brasil é um país essencialmente agrícola. Viram, não sou tão ignorante quanto dizem"
  • Sobre as peculiaridades do Rio Grande do Sul: "Durante muito tempo o gaúcho foi gigolô de vaca"
  • Em resposta a um menino que perguntou o que faria se recebesse salário mínimo: "A única solução é dar um tiro no coco"
  • Em resposta aos estudantes que o insultavam durante visita a Florianópolis, em Santa Catarina: "Minha mãe não está em pauta"
  • Sobre os rumores de um golpe contra Tancredo Neves: "O que sei é que no dia da posse vou embora de Brasília levando apenas minhas mulheres". Diante do espanto, a primeira-dama Dulce Figueiredo esclareceu: "É assim que ele se refere aos cavalos"
  • Em resposta ao jornalista André Luiz Azevedo, quando perguntado se o Ato Institucional nº 5 (AI-5) faria aniversário: "AI-5? Quem é esse menino?"
  • Em resposta à jornalista Leila Cordeiro, quando perguntado se seria candidato ao governo do Rio de Janeiro: "Tenho juízo, não sou maluco"
  • Sobre a militância política da classe artística: "Uma coisa que nunca entendi é porque todo artista, esse tal de Caetano Veloso por exemplo, tem de ser dessa tal de esquerda"
  • No final do seu mandato de presidente, em entrevista ao jornalista Alexandre Garcia, da TV Manchete: "Eu quero que me esqueçam"

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #Figueiredo #JoãoBaptistaFigueiredo

Flávio Cavalcanti

FLÁVIO ANTÔNIO BARBOSA NOGUEIRA CAVALCANTI
(63 anos)
Jornalista, Compositor, Apresentador de TV e Radialista

☼ Rio de Janeiro, RJ (15/01/1923)
┼ São Paulo, SP (26/05/1986)

Flávio Antônio Barbosa Nogueira Cavalcanti foi um jornalista, apresentador de rádio e televisão e compositor brasileiro. Trabalhou no Banco do Brasil aos 22 anos, e no mesmo tempo como repórter do jornal carioca A Manhã.


Foi  um dos mais famosos apresentadores de programas de calouros da televisão brasileira. Foi o criador do primeiro júri da TV. Também compôs algumas músicas. Grandes artistas, hoje consagrados, tiveram sua primeira oportunidade em seus programas.

Em 1951, compôs sua primeira música, "Mancha de Batom", em parceria com seu irmão Celso, gravada pelo conjunto Os Cariocas.

Em 1952, estreou "Discos Impossíveis" na Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro. Nesta época, iniciou amizade com Dolores Duran, que anos depois chegou a gravar sua música mais famosa, "Manias", que compôs com o irmão Celso. Foi na casa de Flávio Cavalcanti que a compositora escreveu a antológica "Noite do Meu Bem".

Belinha, esposa de Flávio Cavalcanti, chegou a emoldurar a letra da canção, datada de 04/07/1959, em quadro que acompanhou o casal por toda a vida.

Em 1955, com Jacinto de Thormes, estreou o programa "Nós os Gatos", na Rádio Mayrink Veiga.

Em 1957, seu programa "Um Instante, Maestro!", estreou na TV Tupi.


Em 1965, lançou na TV Excelsior o primeiro júri de TV no seu programa "Um instante, Maestro!"Em 1966, reeditou o mesmo programa na TV Tupi, lançando mais dois programas na mesma emissora: "A Grande Chance" e "Sua Majestade é a Lei".

Em 1967, foi realizada a primeira final de "A Grande Chance" no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em 1968 realizou o programa "A Grande Chance" em Portugal.

Em 1970 estreou o "Programa Flávio Cavalcanti" na TV Tupi do Rio de Janeiro. Todos os domingos, às 20h00, uma voz em off anunciava:

"Entra no ar via Embratel para todo o Brasil, pela Rede Tupi de Televisão o programa Flávio Cavalcanti".

A chamada marcava o início de um dos programas mais polêmicos da televisão brasileira e líder de audiência, comandado pelo jornalista e apresentador. Foi o primeiro programa a ser exibido para todo país, utilizando o canal da Embratel.

Seu estilo era contundente. Letras medíocres e músicas fracas iam para o lixo. Literalmente, quebrava os discos e jogava fora. Ele criou gestos marcantes, como a mão direita estendida para o alto e a frase: "Nossos comerciais, por favor!", ao pedir o intervalo. O "tira e bota" dos óculos também foi marcante.


Em 1973, teve seu programa na Rede Tupi suspenso por 60 dias pela Censura Federal após a apresentação de uma história na qual apresentou a história de um homem inválido que teria "emprestado" a mulher ao vizinho, fato que culminou uma história de problemas anteriores com o conteúdo do programa. O seu programa foi suspenso, mesmo sendo considerado amigo e aliado da chamada "Revolução de Março".

Em 1976, reeditou "Um instante, Maestro!" no Canal 11, TVS, do Rio de Janeiro.

Em 1977, trabalhou na Rádio Mulher paulista em programa diário.

Em 1978 voltou a fazer seu "Programa Flávio Cavalcanti" na TV Tupi carioca.

Em 1982 foi para a TV Bandeirantes de São Paulo, onde realizou o "Boa-noite, Brasil".

Em 1983, estreou o "Programa Flávio Cavalcanti", no SBT paulista, que ficou no ar até sua morte.

Por seus programas passaram vários nomes consagrados da crítica musical e do meio artístico brasileiro como, Sérgio Bittencourt, Nelson Motta, Leila Diniz, Mister Eco, José Messias, Maestro Cipó, Oswaldo Sargentelli, Marisa Urban, Erlon Chaves, Márcia de Windsor, Raul Giudicelli, Carlos Renato, entre tantos outros.

Seu pendor maior era pelo jornalismo e fez entrevistas memoráveis com o político fluminense Tenório Cavalcanti"O Homem da Capa Preta". Esteve ainda nos Estados Unidos e entrevistou o presidente John F. Kennedy, na Casa Branca.

Inteligente, brilhante, inquieto, como bem mostra sua biografia, o carioca Flávio Cavalcanti, porém, teve uma vida familiar tranquila. Casou se com Belinha e teve três filhos, sendo o filho que levava seu nome, um executivo de telecomunicações.

Morte

No dia 22/05/1986, o apresentador fez uma rápida entrevista em seu programa e jogou o dedo indicador para o alto:

"Nossos comerciais, por favor!"

O intervalo acabou e ele não estava mais lá. Tinha sofrido uma isquemia miocárdica aguda durante a apresentação do programa. Levado para o hospital, ele morreria quatro dias depois, no dia 26/05/1986.

No dia da sua morte, o SBT ficou fora do ar o dia inteiro em sinal de luto, apenas rodando um slide com os dizeres:

"Estamos tristes com a morte do nosso colega Flávio Cavalcanti que será sepultado hoje em Petrópolis às 16h00, quando então voltaremos com a programação normal."

A emissora voltou ao ar depois das 16h00 quando o corpo do apresentador foi sepultado. Foi sepultado em Petrópolis, município serrano do Rio de Janeiro onde viveu grande parte de sua vida.

Fonte: WikipédiaDicionário Cravo Albin da MPB e Net Saber Biografias
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