Mostrando postagens com marcador 16/07. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 16/07. Mostrar todas as postagens

Juarez Soares

JUAREZ SOARES MOREIRA
(78 anos)
Jornalista Esportivo e Político

☼ São José dos Campos, SP (16/07/1941)
┼ São Paulo, SP (23/07/2019)

Juarez Soares Moreira, também conhecido pelo apelido de China, foi um político e jornalista esportivo nascido em São José dos Campos, SP, no dia 16/07/1941.

Juarez Soares era filho de Adolfo Soares Moreira e Josefina Soares Moreira. Formou-se em Pedagogia na Faculdade Oswaldo Cruz, de São Paulo, e foi casado por mais de 30 anos com a jornalista Helena de Grammont.

Em 1958, com 17 anos, começou a trabalhar na Rádio Cultura de Lorena, no interior de São Paulo, transmitindo os jogos do campeonato da Segunda Divisão.

Em 1961, transferiu-se para São Paulo, capital, onde foi aprovado em testes nas Emissoras Associadas, passando a trabalhar como repórter esportivo. Até o ano de 1969, quando foi para a Rádio Globo a convite de Pedro Luís Paoliello, o então diretor de Esportes, Juarez Soares já havia passado também pelas rádios Tupi e Gazeta.

Sua carreira evoluiu quando se transferiu para a Rádio Tupi, levado por Pedro Luiz, um dos principais locutores esportivos da época. Juarez Soares fez parte da "Equipe 1040" na Rádio Tupi, que marcou época na história do rádio brasileiro.

Atuou como repórter na TV Globo na década de 1970 até o início dos anos 80, participando da cobertura da emissora na Copa do Mundo de 1982, na Espanha. Nessa época também foi locutor nas rádios Globo e Excelsior.

Juarez Soares no telejornal "Bom Dia São Paulo", da TV Globo
Na TV Globo, em São Paulo, Juarez Soares trabalhou ao lado de locutores que marcaram época na televisão, como Ciro JoséLuciano do Valle. Além disso, teve reportagens esportivas veiculadas nos principais telejornais da emissora e fez parte da equipe dos programas "Globo Esporte" e "Esporte Espetacular".

Como repórter, cobriu pela TV Globo a Olimpíada de Montreal, no Canadá, em 1976, a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, e a Copa do Mundo da Espanha, em 1982.

Na Copa da Espanha, que a TV Globo transmitiu com exclusividade, Juarez Soares acompanhou a Seleção Brasileira ao lado do cinegrafista Daniel Andrade.

Juarez Soares também participou da estreia do telejornal "Bom Dia São Paulo", em 1977, onde permaneceu por quase três anos como comentarista esportivo ao lado dos apresentadores Carlos Monforte e Dácio Arruda.

Até sair da TV Globo, após a Copa do Mundo de 1982, conciliaria seu trabalho na televisão com a atuação nas rádios Globo e Excelsior. Na Rádio Excelsior, fez o programa "Balancê" ao lado de Osmar Santos, no início da década de 1980.


Em seguida, Juarez Soares teve uma breve passagem pela Rádio Record e depois se transferiu para a TV Bandeirantes, onde trabalhou por 11 anos ao lado de Luciano do Valle, principalmente no programa "Show do Esporte".

Na TV Bandeirantes, Juarez Soares chegou a assumir o posto de Diretor de Esportes, participando ainda da cobertura de três Copas do Mundo - 1986, no México, 1990, na Itália, e 1994, nos Estados Unidos - como comentarista e como responsável pela cobertura jornalística da Seleção Brasileira.

Em 1994, Juarez Soares passou a trabalhar no SBT, onde ficou até o ano de 2000.

Em 2001, foi convidado por Milton Neves para participar do programa "Debate Bola" da TV Record. Em seguida, virou comentarista e chefe de equipe da Rádio Record, ocupando as duas funções até 2011. Teve passagem também pela TV Cultura, no programa "Cartão Verde".

Apesar de ter trabalhado ao longo de sua carreira principalmente no rádio e na televisão, Juarez Soares também atuou como jornalista em outros veículos de mídia, como nos jornais Folha da Manhã e Mundo Esportivo e no site de esportes do portal Terra.

Juarez Soares foi comentarista da Rádio Transamérica, que o demitiu em janeiro de 2016. Foi comentarista de futebol na RedeTV! até 05/04/2019, quando foi demitido. Também em 2019, voltou ao rádio esportivo como comentarista do programa "Capital da Bola", pela Rádio Capital.
Juarez Soares com amigos durante o 33º Prêmio Ford ACEESP, em 19/122016 no Esporte Clube Sírio, em São Paulo
Carreira Política

Juarez Soares foi filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) por 21 anos, legenda pela qual foi eleito vereador em 1988 como o 6º vereador mais votado da cidade e o terceiro melhor do Partido dos Trabalhadores (PT), com quase 40 mil votos.

Após as eleições, aceitou o convite da então prefeita Luiza Erundina para assumir o cargo de Secretário dos Esportes da cidade de São Paulo. Em sua gestão, conseguiu com que o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 voltasse a ser disputado no Autódromo de Interlagos.

Juarez Soares desfiliou-se do Partido dos Trabalhadores (PT) em 2003 e em junho do mesmo ano ingressou no Partido Democrático Trabalhista (PDT), sendo candidato a vice-prefeito na chapa de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, nas eleições de 2004. Mas a chapa não obteve sucesso amargando a 5ª colocação com 86.549 votos (1,4% dos votos válidos).

No governo de José Serra a frente da Prefeitura de São Paulo, Juarez Soares foi secretário-adjunto da Secretaria do Municipal do Trabalho, mas pediu exoneração no início de 2006, quando o jornal Folha de S.Paulo publicou uma denúncia de nepotismo contra ele, que mantinha a filha e o genro empregados na secretaria onde trabalhava.

Juarez Soares foi casado com a também jornalista Helena de Grammont, irmã de Eliane de Grammont, vítima de um assassinato passional ocorrido em 30/03/1981 pelo ex-marido, o cantor Lindomar Castilho.

Morte

Juarez Soares faleceu na terça-feira, 23/07/2019, aos 78 anos, em São Paulo, SP, vítima de um infarto fulminante. Ele lutava contra um câncer.

Franco Montoro

ANDRÉ FRANCO MONTORO
(83 anos)
Político

* São Paulo, SP (14/07/1916)
+ São Paulo, SP (16/07/1999)

Foi um político brasileiro e 15° governador de São Paulo entre 15 de março de 1983 e 15 de março de 1987.

Filho do tipógrafo André de Blois Montoro e de Tomásia Alijostes, possuía ascendência italiana e espanhola. Fez o primário na Escola Modelo Caetano de Campos e concluiu o secundário no Colégio São Bento. Em 1934 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde formou-se em 1938. No mesmo período cursou Filosofia e Pedagogia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento, posteriormente nomeada de Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, obtendo licenciatura também em 1938. Professor universitário da PUC-SP nos dois anos seguintes a sua formatura foi ainda secretário-geral do Serviço Social da Secretaria de Justiça do estado de São Paulo e procurador do estado entre 1940 e 1950.

Durante a juventude colaborou em alguns periódicos, como "O Debate" (do qual foi diretor), "O Legionário", "Folha da Manhã", "A Noite" e "Diário de São Paulo".

Carreira Política

Sua longa carreira política iniciou quando foi eleito vereador em São Paulo pelo PDC, ao lado de Jânio Quadros, em 1947. Eleito deputado estadual em 1950 e deputado federal em 1958, 1962 e 1966.

Foi ministro do Trabalho e Previdência Social no gabinete parlamentarista de Tancredo Neves, de 8 de setembro de 1961 a 12 de julho de 1962.

Ingressou no MDB após a queda de João Goulart e a instauração do Regime Militar de 1964. Eleito senador em 1970 e 1978, filiou-se ao PMDB e foi eleito governador de São Paulo em 1982 na primeira eleição direta para o cargo após vinte anos. Sua investida no Palácio dos Bandeirantes permitiu a efetivação do sociólogo Fernando Henrique Cardoso em sua vaga na Câmara Alta do país.

Eleito em 15 de novembro de 1982 e empossado em 15 de março de 1983 venceu quatro concorrentes: o ex-prefeito paulistano Reinaldo de Barros (PDS), o ex-presidente Jânio Quadros (PTB), o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Rogê Ferreira (PDT).

Durante o mandato foi um dos artífices da campanha das Diretas Já e a seguir da eleição de Tancredo Neves à Presidência da República. Sua primazia sobre os peemedebistas de São Paulo refluiu a partir de 1985 quando Jânio Quadros derrotou Fernando Henrique na disputa pela prefeitura da capital. Após a vitória de Orestes Quércia na eleição para governador em 1986, Montoro foi um dos artífices da criação do PSDB em 1988. Presidente nacional do PSDB, foi derrotado na eleição para senador em 1990 mas recompôs sua liderança política ao ser eleito deputado federal em 1994 e 1998.

O Governo Montoro

Como governador, Montoro descentralizou a administração do estado em 42 regiões de governo. Na área da educação, municipalizou a merenda e as construções escolares, além de implantar o ciclo básico no extinto primeiro grau.

Construiu quatro mil quilômetros de estradas vicinais, ampliou as redes de água e esgoto e a quantidade de municípios atendidos pela Sabesp, expandiu a linha Leste-Oeste do Metrô (a atual Linha 3 - Vermelha) e reequipou as Polícias Civil e Militar, criando a Operação Polo e o Tático Móvel, como iniciativas para reduzir a criminalidade.

Seu governo herdou muitas dívidas da gestão de Paulo Maluf e José Maria Marin, o que não deu a Montoro a fama de tocador e inaugurador de grandes obras.

Montoro também enfrentou greves de professores e servidores públicos.

Curiosamente, alguns membros do secretariado de Montoro tornariam-se governadores de São Paulo anos mais tarde: José Serra, Secretário de Planejamento de Montoro, foi Governador do Estado entre 2007 e 2010; Orestes Quércia foi vice-governador durante a gestão de Montoro, e acabou por sucedê-lo, governando no período de 1987 a 1991; Mário Covas foi prefeito de São Paulo nomeado por Montoro em 1983 e foi Governador do Estado por duas vezes, de 1995 a 1999 e de 1999 até a sua morte em 2001.

Por esses motivos, parte da oposição acusa que o Estado de São Paulo está ocupado desde 1983 pelos mesmas poucas pessoas e grupos políticos, sendo esse processo iniciado por Montoro. Portanto dois governos, Luiz Antônio Fleury Filho e Geraldo Alckmin, constituem exceção a esta regra.

A Luta Pela Redemocratização

Montoro foi uma das principais lideranças na luta pela redemocratização do país e da campanha pelas eleições diretas para presidente da República. Ao lado de Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, esteve em todos os discursos e comícios pró-diretas, em 1984.

Em 1988, descontente com os rumos do PMDB, foi um dos fundadores e presidente do PSDB em 1988. Candidatou-se ao Senado em 1990, perdendo para Eduardo Suplicy. Voltou a atuar como deputado federal entre 1995 e 1999, ano em que faleceu.

Família de Políticos

Dois de seus filhos seguem a carreira política do pai, Ricardo Montoro elegeu-se duas vezes vereador pela cidade de São Paulo e André Franco Montoro Filho foi secretário de estado no governo Covas e tentou uma cadeira na Câmara Federal em 2006 pelo PSDB. Teve 58.010 votos (equivalente a 0,28% dos votos válidos) e não se elegeu.

Homenagens

Atualmente seu nome figura homenageado no Aeroporto Internacional de São Paulo / Guarulhos. É, também, patrono do Centro Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Franca. Também é homenageado em Mogi Guaçu com seu nome em uma faculdade municipal, "Faculdade Municipal Professor Franco Montoro".

Fonte: Wikipédia

Vianinha

ODUVALDO VIANNA FILHO
(38 anos)
Ator, Diretor, Dramaturgo, Roteirista, Ensaísta, Ativista Político e Animador Cultural

* São Paulo, SP (04/06/1936)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/07/1974)

Oduvaldo Vianna, filho, o Vianninha, como é comumente chamado – para diferenciá-lo do pai, também Oduvaldo Viana. Atuou profissionalmente no teatro, no cinema e na televisão, marcando sua presença constante inclusive na imprensa, em entrevistas e em artigos teóricos. Sua mãe, Deuscélia Vianna, conta que o marido foi registrar o filho que acabara de nascer na Casa de Saúde São José, no dia 4 de junho de 1936, em um cartório no Centro do Rio de Janeiro e, extremamente vaidoso, deu ao menino o nome de Oduvaldo Vianna. O escrivão, igualmente distraído, esqueceu de acrescentar o "filho". Vianninha ficaria com o mesmo nome do pai para o resto da vida.

O talento artístico e a ideologia, digamos, ele herdou dos pais, ambos ligados à dramaturgia e à militância política. Ele, jornalista, dramaturgo, cineasta e radionovelista; ela, radionovelista e escritora. Logo que nasceu, aos três meses, Vianninha já aparecia numa cena de Bonequinha de Seda e, com um ano, fazia o papel da protagonista quando criança em Alegria, dois filmes dirigidos por seu pai.

A militância política teve início aos 9 anos, quando em plena Avenida Ipiranga, na capital paulista, Oduvaldo e Deuscélia vão encontrá-lo distribuindo "santinhos", cabalando votos para o pai – candidato a deputado estadual pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), por São Paulo – gritando: "Votem em Oduvaldo Vianna, o candidato do povo!".

Esta cena arrancou lágrimas dos pais, orgulhosos com o entusiasmo do filho. Só mais tarde, em 1950, ele entraria para a União da Juventude Comunista. Ainda aos 10 anos, Vianninha tenta escrever uma história, Zé Galinha Ganha no Boxe, Perde no Amor, mas não passa do segundo capítulo.

Teatro Paulista do Estudante (TPE)

Como filhos de intelectuais famosos, Vianninha e Gianfrancesco Guarnieri foram convocados pelo partido para organizar um grupo de teatro amador no setor estudantil. Nasce, daí, o TPE, orientado pelo diretor italiano Ruggero Jacobbi, cuja primeira sede foi o apartamento dos Vianna (1954). Vianninha entrara para a Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie (1953), mas entusiasmado e envolvido com o teatro, onde atuava como ator, abandona o curso (1955), para grande tristeza do pai que o adverte: "Teatro não é profissão que sustente ninguém". O TPE se fundiria algum tempo depois com o Teatro de Arena (1956) – que existia desde 1953 sob a direção de José Renato – mas com administrações independentes.

Teatro de Arena

Vianninha estreia como ator, no elenco oficial do Arena, com a peça "Escola de Maridos", de Molière, atuando em diversas montagens. Mas é por seu trabalho em "Juno, o Pavão", de Sean O´Casey, que ele recebe os prêmios Saci e Governador do Estado como melhor ator coadjuvante (1956). Casa-se com Vera Gertel (1957), com quem já namorava desde o TPE. Escreve a peça "Bilbao, via Copacabana", e com ela ganha o Prêmio Caixa Econômica Federal.

O ano de 1958 foi muito importante para Vianninha: além de nascer seu primeiro filho, Vinícius Vianna, sua atuação em "Eles Não Usam Black Tie", de Gianfrancesco Guarnieri , com direção de José Renato, propicia-lhe grande sucesso, recuperando e levantando o Arena que estava para fechar. É iniciado, nessa época, o processo que levaria a uma verdadeira revolução na arte cênica brasileira. Com a entrada de Augusto Boal, o Arena ficou nas mãos da juventude, que queria um teatro popular voltado para a nossa realidade. Vianninha atua em "Gente Como a Gente", de Roberto Freire, e "Revolução na América do Sul", de Boal. Do Seminário de Dramaturgia surge "Chapetuba Futebol Clube" (1959), considerada a melhor peça do ano, e Vianninha recebe os prêmios Saci, Governador do Estado e da Associação de Críticos Teatrais do Rio de Janeiro.

Apesar de todo o sucesso, o Arena vivia um ambiente de desencontros, com atritos e divergências políticas. Vera Gertel, que acompanhou de perto o esfacelamento do grupo, conclui:

"O Arena ficara pequeno para o Vianna [...] que queria alguma coisa mais. [Ele sentia] a necessidade de aliar a política ao teatro ideológico, participante. [...] O Arena era um teatro burguês e ele queria fazer um teatro popular".

No CPC, o Homem Político

Vianninha desliga-se do Teatro de Arena de São Paulo e retorna ao Rio de Janeiro (1960), onde já estavam morando seus pais. O pontapé para uma nova etapa foi dado com a sua mais recente criação: A Mais-valia Vai Acabar, Seu Edgar, encenada na areninha da Faculdade de Arquitetura, na Urca, com músicas de Carlos Lyra e direção de Chico de Assis.

Para Vianninha, a alternativa era produzir conscientização em massa, em escala industrial, para fazer frente ao poder econômico que produz alienação em massa. Surge então o Centro Popular de Cultura (CPC), em 1961, que se liga à União Nacional dos Estudantes (UNE), com Vianninha, Carlos Estevam (assistente de Álvaro Vieira Pinto, do Iseb), Leon Hirszman, Francisco de Assis, Carlos Lyra, Armando Costa, Cacá Diegues, Arnaldo Jabor, Paulo Afonso Grisolli, Carlos Vereza, Joel Barcelos, Antônio Carlos Fontoura e, depois, Ferreira Gullar, Thereza Aragão, João das Neves, Pichin Plá e muitos outros. Vianninha atua no filme "Cinco Vezes Favela", no episódio dirigido por Cacá Diegues (1962).

Com o CPC foi criado o teatro de rua, que se apresentava em praças públicas, favelas, associações e sindicatos. Seu repertório era constituído por criações coletivas de esquetes relâmpagos e autos, como "Auto do Tutu", "Auto do Cassetete", "Auto dos 99%" ou de peças curtas, como "Brasil, Versão Brasileira", do próprio Vianninha, e "Miséria ao Alcance de Todos", de Arnaldo Jabor. "Quatro Quadras de Terra", escrita por Vianninha em 1963, ganha no ano seguinte o primeiro lugar no concurso de dramatização da Casa de las Americas (Cuba).

Com o golpe militar de 31 de março de 1964, Vianninha e a turma do CPC viram a invasão e o incêndio da UNE – com seu teatro recém-construído – tudo transformado em cinzas. Era o projeto de suas vidas que também desmoronava. Ainda em 1964, Vianninha voltaria a escrever duas telepeças: "O Matador" e "O Morto do Encantado Saúda e Pede Passagem", premiadas com o primeiro e o quinto lugares, respectivamente, em concursos no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Opinião: Uma Saída Musical

A situação do país alterara-se profundamente. Os ex-cepetistas formaram um grupo voltado para protestar contra a ditadura, um teatro de resistência que atingisse a classe média e os setores de oposição, tal como o Arena. O Opinião era formado pelo chamado Grupo dos Oito: Vianninha (liderando), Ferreira Gullar, Thereza Aragão, Armando Costa, Denoy de Oliveira, Paulo Pontes, João das Neves e Pichin Plá. Optaram por um show com músicas populares e texto escrito por Vianninha, Armando Costa e Paulo Pontes, abordando a vida de três personagens: uma moça de classe média da zona sul carioca, um favelado e um camponês. Os personagens falavam de seus conflitos sociais e discorrriam sobre os problemas do país. O elenco, composto por Nara Leão – depois substituída por Maria Bethânia – o sambista Zé Keti e o cantador maranhense João do Vale, contou com a direção de Augusto Boal. O show foi montado com muito sacrifício, no "shopping dos Antiquários", na Rua Siqueira Campos (Copacabana), no espaço antigamente ocupado pelo Arena de São Paulo. Opinião foi saudado pela imprensa como o acontecimento cultural mais importante do teatro brasileiro naquele ano. Uma verdadeira catarse. O espetáculo se constituiria em divisor de águas, como detonador da resistência cultural ao regime de exceção.

Em seguida, o grupo montaria "Liberdade, Liberdade" (1965), de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, tendo à frente do elenco Paulo Autran, Tereza Rachel e Vianninha. Nesse mesmo ano, Vianna Filho escreveu "Moço em Estado de Sítio" – considerada pelo crítico Yan Michalski "uma obra de ruptura, com estrutura ousada, numa dinâmica cinematográfica" – que permaneceu no anonimato durante 12 anos, depois de sofrer censura e ter proibida a sua encenação. Outra peça proibida e censurada foi o musical de Vianna Filho e Armando Costa, "Brasil Pede Passagem". Os dois autores fizeram então, juntamente com Sérgio Cabral, "Samba Pede Passagem", em homenagem a Noel Rosa, com uma colagem de textos de autores famosos.

Nesse mesmo ano, Vianninha atuou no filme "Desafio", de Paulo César Saraceni. Porém, o Opinião continuava a toda e seria montada a peça "Se Correr o Bicho Pega, se Ficar o Bicho Come", cujo roteiro foi inicialmente escrito de forma coletiva. Mais tarde, os três atos foram estruturados por Vianninha, e Ferreira Gullar reescreveria o texto sob a forma de versos de cordel. A peça foi dirigida por Gianni Ratto (1965). Nosso crítico de plantão, Michalski, mais uma vez diria: "Surpreendente e agradabilíssima teatralidade do espetáculo, que mereceu o Prêmio Molière, como melhores autores do ano, e ainda os prêmios Saci e Governador do Estado de São Paulo, como melhor peça do ano".

Paralelamente, Vianninha escrevia uma peça que fugia na época dos objetivos e das propostas do grupo: "Mão na Luva" ficou guardada por 18 anos. Segundo Yan Michalski, o autor escreveu "um apaixonadíssimo poema de amor, recitado através de diálogos de um lirismo desesperado" (27/07/1966). Para o Opinião, ele escrevia, em parceria com Thereza Aragão, o show "Telecoteco Opus nº 1"; e sozinho, "Os Azeredos mais os Benevides", que lhe valeu Menção Honrosa no concurso do Serviço Nacional de Teatro (SNT). Atuou, ainda, em dois filmes – "A Derrota", de Mario Fiorani e "Mar Corrente", de Luís Paulino dos Santos – este último, ao lado de Odete Lara. Escreveu para o semanário Folha da Semana, ligado ao PCB, cujos redatores-chefes eram Sérgio Cabral e Maurício Azêdo.

O governo militar baixara uma portaria policialesca, que resultou na Semana de Protesto contra a Censura, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Isto, em 1967. A crise se estabeleceria no "Grupo Opinião", com a encenação de "Meia Volta Volver", de Vianninha. Nessa época, ele participava como ator em "A Saída? Onde Fica a Saída?", de Armando Costa, Antônio Carlos Fontoura e Ferreira Gullar (1968).

A Barra Começa a Pesar

Vianninha, Paulo Pontes e Armando Costa desligam-se do "Opinião" e se unem-se a Gianni Ratto e a Sérgio Fadel para formarem o Teatro do Autor Brasileiro (TAB). Estrearam com um musical, a revista "Dura Lex Sed Lex, no Cabelo só Gumex", que Vianninha escreveria em colaboração com Armando Costa e Paulo Pontes. O espetáculo não teve sucesso e o TAB fechou suas portas com dívidas no início de 1968.

Os teatros do eixo Rio-São Paulo entraram em greve de protesto por três dias. Artistas e intelectuais ocuparam as escadarias do Municipal carioca para denunciar o terrorismo cultural. Vianninha abriu uma faixa com os dizeres "Teatro brasileiro em greve contra a censura, pela cultura", improvisando comícios-relâmpago. Um crítico ferrenho seu comparece, surpreendendo a todos: Nelson Rodrigues.

Acontece a Passeata dos Cem Mil e a dissolução do Congresso da UNE, com a prisão de 700 estudantes. Vianna Filho escreveria, em meados desse ano, "Papa Highirte", vencendo o Concurso Nacional de Dramaturgia do SNT. Mas sua encenação foi proibida pela Censura, assim como a sua publicação, permanecendo 11 anos em silêncio.

Em dezembro de 1968 é editado o AI-5 e, a partir de 1969, a Lei de Segurança Nacional incluiria o banimento e até a pena de morte no país, com censura prévia nos jornais e nas revistas. Para Vianninha, a situação se tornara cada vez mais sufocante. Paulo Pontes decide então levá-lo para a TV Tupi, onde Bibi Ferreira apresentava o programa semanal "Bibi – Série Especial", numa época de muito preconceito – entre os intelectuais – contra a televisão.

Foi nesse clima que ele escreveria, para o teatro, "A Longa Noite de Cristal", conquistando o Prêmio Coroa como melhor texto de 1969. No ano seguinte, depois de estrear em São Paulo sob a direção de Celso Nunes, a peça conquista o Prêmio Molière em duas categorias: melhor autor e melhor diretor. Ainda em 1969, Vianninha – inspirado em scripts de seus pais para o rádio – escreveria "Brasil e Cia.", com os parceiros Armando Costa, Ferreira Gullar e Paulo Pontes.

Em 1970 casa-se com Maria Lúcia Marins. Atua ao lado de Glauce Rocha no filme "Um Homem sem Importância", de Alberto Salvá, e escreve "Corpo a Corpo", encenada no ano seguinte por Celso Nunes. Nesse mesmo ano, era escrita e encenada a sua peça "Em Família", dirigida por Sérgio Brito. Posteriormente, o texto seria transformado pelo autor em roteiro de filme, dirigido por Paulo Porto e merecedor da Medalha de Prata no Festival Internacional de Moscou (1971). O mesmo texto, reescrito em 1972 por Vianninha, teve seu título mudado para "Nossa Vida em Família". Nesse ano, há dois acontecimentos marcantes na vida do artista: a alegria pelo nascimento do segundo filho, Pedro Ivo e a tristeza pelo falecimento de seu querido pai, Oduvaldo Viana. Além disso, perderia o emprego na TV Tupi e, em contrapartida, teria uma nova peça encenada sob a direção de José Renato: "Allegro Desbum".

Convidado a trabalhar na TV Globo, passaria a sofrer pressões das "patrulhas ideológicas", que consideravam que o artista capitulara diante das tentações do sistema. Mas Vianninha responde: "Recusar-se a trabalhar em televisão em pleno século XX é, no mínimo, burrice". Vianninha começa, então, a fazer adaptações de obras clássicas para telepeças, no programa "Casos Especiais", da Globo: "Medéia", "Noites Brancas", "A Dama das Camélias" (com Gilberto Braga), "Mirandolina", "Ano Novo", "Vida Nova", "As Aventuras de uma Garrafa de Champanhe" (com Domingos Oliveira), além de adaptar um texto de sua autoria, "O Matador".

"A Grande Família" seria lançado em 1973, na mesma emissora, em forma de seriado. Baseado em uma sitcom americana, Vianninha escrevia os textos com Armando Costa e o programa tinha a direção de Paulo Afonso Grisolli. O diretor considera Vianninha como um dos que mais contribuíram para introduzir um conceito de dramaturgia brasileira na televisão.

Rasga Coração

No dia 11 de abril de 1973 – véspera de Vianninha ser operado para a retirada de um Tumor no Pulmão – nasce a filha Mariana Marins Vianna. Com uma aparente melhora, o artista passaria a se dedicar aos episódios de "A Grande Família", além de continuar pesquisando para o segundo ato de "Rasga Coração" e de atualizar uma comédia do pai, "O Homem que Nasceu Duas Vezes", rebatizada de "Mamãe, Papai Está Ficando Roxo!", que seria dirigida por Walter Avancini. Mas seu estado de saúde piora e, com a ajuda da TV Globo, Vianninha e sua mulher viajam para os Estados Unidos (fevereiro de 1974), para que ele se submeta a novo tratamento. Volta ao Brasil no final de março, 15 quilos mais magro, desenganado. Porém, como um obstinado, começa a ditar para um gravador o segundo ato de "Rasga Coração", que começara a escrever em 1971. Deuscélia fazia a transcrição, datilografava e levava para o filho corrigir à mão.

Vianninha piorou e foi internado no Hospital Silvestre. Mesmo em estado crítico, decidiu ainda concluir o programa-piloto de "Turma, Minha Doce Turma" para a Globo. Enquanto isso, a batalha empreendida por José Renato para liberar "Rasga Coração" fora perdida. Além de censurada, a peça teve sua encenação e publicação proibidas. Mesmo assim, "Rasga Coração" recebeu o primeiro prêmio no concurso do SNT, por unanimidade da banca, sendo liberada pela Censura apenas cinco anos depois. No prefácio da peça, escrito em 28/02/1972, o autor dedicaria ao "lutador anônimo político, aos campeões de lutas populares; preito de gratidão à ‘velha guarda’: à geração que me antecedeu, que foi a que politizou em profundidade a consciência do país".

Oduvaldo Vianna, filho, veio a falecer na manhã do dia 16 de julho de 1974, aos 38 anos. Sua obra "Rasga Coração" estreou em 21 de setembro de 1979 no Teatro Guaíra (Curitiba/PR). A crítica de teatro Ilka Zanotto assim descreveu a estreia:

"Recebeu, ao descer a cortina, 8 minutos de aplausos, uma apoteose. Na segunda noite, o público simplesmente se recusava a deixar o teatro, com aplausos intermináveis, gritos de 'bravo', lágrimas e abraços, numa fusão total entre palco e plateia, mergulhado numa catarse autêntica preconizada pelo velho Aristóteles".

Não poderia ter outro resultado: Prêmio Molière de 1979.

Nelson Rodrigues, um ultra-crítico de Vianninha, assim declarou: "Rasga Coração é uma das mais belas e fascinantes obras-primas do teatro brasileiro. Não posso ser mais conclusivo e definitivo". Vianninha foi um autor super-premiado – só o Molière, foram quatro – que revolucionou a arte cênica brasileira com uma dramaturgia que tem, pelo menos, duas obras-primas: "Rasga Coração" e "Papa Highirte". Ele buscou, infatigavelmente, imprimir sentido político à sua notável produção intelectual, vinculando-a, desde os primeiros escritos, aos deserdados, aos oprimidos e aos derrotados.

Em entrevista a Alfredo Souto de Almeida, Vianninha falou sobre a influência que recebeu do pai:

"Acho que aprendi sempre vendo meu pai ditar as peças dele, as novelas dele, durante toda a vida [...] E eu acho que foi através disso que fui muito influenciado, mesmo. Inclusive eu tenho a impressão de que a influência é direta até no tipo de tratamento, no tipo de diálogo, um pouco sincopado, uma série de coisas que meu pai teve como característica".

Carlos Estevam, um dos fundadores e dirigente do CPC, assim resumiu:

"Sei que vou dizer uma frase bombástica, mas não estou enganado ao guardar do Vianninha a certeza de que ele seria a espécie humana num futuro remoto. O homem evoluirá para ser como ele foi; alguém completamente disponível para as outras pessoas".

"Se tu queres ver a imensidão do céu e do mar/ refletindo a prismatização da luz solar/ rasga o coração, vem te debruçar/ sobre a vastidão do meu penar".
(Catulo da Paixão Cearense / Anacleto Medeiros)

Ele morreu de câncer com menos de 40 anos e em pleno sucesso profissional e estava casado pela segunda vez com Maria Lúcia Mariz, com quem teve dois filhos.

Fonte: Funarte

Elizeth Cardoso

ELIZETH MOREIRA CARDOSO
(69 anos)
Cantora

☼ Rio de Janeiro, RJ (16/07/1920)
┼ Rio de Janeiro, RJ (07/05/1990)

Elizeth Cardoso foi uma cantora brasileira nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 16/07/1920. Conhecida como "A Divina"Elizeth Cardoso é considerada uma das maiores intérpretes da música brasileira e um das mais talentosas cantoras de todos os tempos, reverenciada pelo público e pela crítica.

Elizeth Moreira Cardoso nasceu na Rua Ceará, no subúrbio de São Francisco Xavier, e cantava desde pequena pelos bairros da Zona Norte carioca, cobrando ingresso no valor de 10 tostões das outras crianças para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino. O pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar.

Desde cedo precisou trabalhar e, entre 1930 e 1935, foi balconista, funcionária de uma fábrica de saponáceos e cabeleireira, até que o talento foi descoberto aos 16 anos, quando comemorava o aniversário. Foi então convidada para um teste na Rádio Guanabara, pelo chorão Jacob do Bandolim.

Apesar da oposição inicial do pai, apresentou-se em 1936 no "Programa Suburbano", ao lado de Vicente Celestino, Aracy de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte foi contratada para um programa semanal na rádio.

Elizeth Cardoso casou-se no fim de 1939 com Ari Valdez, mas o casamento durou pouco.

Trabalhou em boates como taxi-girl, atividade que exerceria por muito tempo.

Em 1941, tornou-se crooner de orquestras, chegando a ser uma das atrações do Dancing Avenida, que deixou em 1945, quando se mudou para São Paulo para cantar no Salão Verde e para apresentar-se na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa "Pescando Humoristas".

Estilo

Além do choro, Elizeth Cardoso consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção, surgido na década de 1930, ao lado de Maysa, Nora Ney, Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo ou fossa.

O samba-canção antecedeu o movimento da bossa nova, surgido ao final da década de 1950, com o qual Maysa já foi identificada. Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo e da melancolia.

Elizeth Cardoso migrou do choro para o samba-canção e deste para a bossa nova gravando em 1958 o LP "Canção do Amor Demais", considerado axial para a inauguração deste movimento, surgido em 1957. O antológico LP trazia ainda, também da autoria de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, "Chega de Saudade", "Luciana", "Estrada Branca", "Outra Vez". A melodia ao fundo foi composta com a participação de um jovem baiano que tocava o violão de maneira original, inédita: o jovem João Gilberto.

Anos 1960

Em 1960, gravou jingle para a campanha vice-presidencial de João Goulart. Nos anos 1960 apresentou o programa de televisão "Bossaudade", na TV Record, Canal 7, São Paulo.

Em abril de 1965 conquistou o segundo lugar na estréia do I Festival de Música Popular Brasileira  da TV Record, interpretando "Valsa do Amor Que Não Vem" (Baden Powell e Vinicius de Moraes). O primeiro lugar foi da novata Elis Regina, com "Arrastão".

Elizeth Cardoso serviu também de influência para vários cantores que viriam depois, sendo uma das principais a cantora Maysa.

Em 1968 apresentou-se, num espetáculo que foi considerado o ápice da carreira, com Jacob do Bandolim, Época de Ouro e Zimbo Trio, no Teatro João Caetano, em benefício do Museu da Imagem e do Som (MIS), do Rio de Janeiro. Considerado um encontro histórico da Música Popular Brasileira, no qual foram ovacionados pela platéia. LPs foram lançados em edição limitada pelo Museu da Imagem e do Som (MIS).

Apelidos

Elizeth Cardoso teve vários apelidos como "A Noiva do Samba-Canção", "Lady do Samba", "Machado de Assis da Seresta", "Mulata Maior", "A Magnífica", apelido dado por Mister Eco, e a "Enluarada", por Hermínio Bello de Carvalho. Nenhum desses títulos, porém, se iguala ao que foi consagrado por Haroldo Costa: "A Divina", que a marcou para o público e para o meio artístico.

Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México.

"A Divina" teve sua inesquecível voz calada em 07/05/1990, quando faleceu no Rio de Janeiro, RJ,  aos 69 anos, vítima de um câncer no estômago.

Discografia

De 1950 até 1954, Elizeth Cardoso só lançou canções em discos 78 rpm.

Álbuns de Estúdio Solo
  • 1955 - Canções à Meia Luz
  • 1956 - Fim de Noite
  • 1957 - Noturno
  • 1958 - Canção do Amor Demais
  • 1958 - Retrato da Noite
  • 1958 - Naturalmente
  • 1959 - Magnífica
  • 1960 - A Meiga Elizeth
  • 1962 - A Meiga Elizeth nº 2
  • 1963 - Grandes Momentos
  • 1963 - A Meiga Elizeth nº 3
  • 1963 - Elizeth Interpreta Vinícius
  • 1963 - A Meiga Elizeth nº 4
  • 1964 - A Meiga Elizeth nº 5
  • 1965 - Quatrocentos Anos de Samba
  • 1965 - Elizete Sobe o Morro
  • 1966 - Muito Elizeth
  • 1967 - A Enluarada Elizeth
  • 1968 - Momento de Amor
  • 1970 - Falou e Disse
  • 1972 - Preciso Aprender a Ser Só
  • 1973 - Mulata Maior
  • 1974 - Feito em Casa
  • 1976 - Elizeth Cardoso
  • 1978 - A Cantadeira do Amor
  • 1979 - O Inverno do Meu Tempo
  • 1982 - Outra Vez Elizeth
  • 1991 - Ary Amoroso (1991)

Álbuns de Estúdio em Conjuntos
  • 1960 - Sax Voz
  • 1961 - Sax Voz nº 2
  • 1966 - A Bossa Eterna de Elizeth e Cyro
  • 1969 - A Bossa Eterna de Elizeth e Cyro nº 2
  • 1971 - Elizeth Cardoso e Silvio Caldas Vol. I
  • 1971 - Elizeth Cardoso e Silvio Caldas Vol. II
  • 1991 - Todo o Sentimento (1991)

Álbuns Ao Vivo Solo e em Conjuntos
  • 1968 - Ao Vivo no Teatro João Caetano Vol. I
  • 1968 - Ao Vivo no Teatro João Caetano Vol. II
  • 1969 - Elizeth e Zimbo Trio Balançam na Sucata
  • 1970 - Elizeth no Bola Preta Com a Banda do Sodré
  • 1970 - É de Manhã
  • 1977 - Elizeth Cardoso em Tokyo
  • 1981 - Elizethíssima
  • 1982 - Recital
  • 1983 - Elizeth - Uma Rosa Para Pixinguinha
  • 1984 - Leva Meu Samba
  • 1986 - Luz e Esplendor

Fonte: Wikipédia

Gibe

GILBERTO FERNANDES
(75 anos)
Ator, Comediante, Produtor e Redator


* São Paulo, SP (10/01/1935)
+ São Paulo, SP (16/07/2010)

O humorista e Redator Gilberto Fernandes, mais conhecido como Gibe, começou a carreira artística no circo, trabalhou no teatro e nas chanchadas do cinema.

Gibe ficou famoso na década de 1980 com o personagem Papai Papudo, que participava do programa "Bozo", exibido no SBT. Papai Papudo repetia o bordão "5 e 60", criação de Gibe, quando o Bozo lhe perguntava as horas.

Além do "Bozo", ele também trabalhou como redator e ator do quadro Câmera Escondida, do programa "Topa tudo por dinheiro", também do SBT, onde ficou até 2002.

"Era um homem bom, amigo, engraçado, e tinha piadas novas todos os dias. Quem o conhecia, logo notava que Gibe era detalhista, pontual e um profissional de primeira linha. Tinha muito convívio com ele e tinha um coração enorme, ajudava a todos. Dava ideias paras cenas e gostava do que fazia", declarou Hélio Chiari, diretor de externas do "Programa Silvio Santos", em comunicado divulgado pela emissora no dia do seu falecimento.

Gibe faleceu aos 75 anos. O humorista estava internado no Instituto do Coração, em São Paulo, onde deu entrada com um quadro de estenose (estreitamento) de válvula.

De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, Gibe passou por uma cirurgia no dia 7 de julho de 2010 e continuava internado quando não resistiu e faleceu.

O corpo do redator foi velado no Cemitério do Araçá, em São Paulo e seguiu para a cidade de Registro, onde ocorreu o enterro.

Estava trabalhando como redator do humorístico "Turma do Didi", da TV Globo.

Bolinha

EDSON CURY CABARITI
(62 anos)
Radialista e Apresentador de TV

* Santos, SP (16/07/1936)
+ São Paulo, SP (01/07/1998)

Filho de imigrantes sírios, Edson Cury começou a carreira como locutor esportivo, depois de fazer bicos como feirante, engraxate e balconista. Na TV ExcelsiorEdson Cury começou como o responsável pelos flashes esportivos do programa "Últimas Notícias". A estreia como apresentador de programa de auditório aconteceu quase por acaso, em janeiro de 1967. Convocado a substituir o apresentador Chacrinha, que havia se desentendido com os diretores da emissora, Edson Cury não apenas levou o programa adiante, como aumentou o seu Ibope.

O Clube do Bolinha

Edson Cury ficou conhecido mesmo com o "Clube do Bolinha", programa que ficou no ar por 20 anos na TV Bandeirantes, alcançou oito pontos no Ibope e era um dos líderes de audiência da emissora. Uma marca registrada do programa eram as bailarinas, chamadas carinhosamente de "Boletes", e o quadro "Eles e Elas", onde transformistas e travestis se apresentavam.

Vários artistas como Alan & Aladim, Leandro & Leonardo e Arnaldo Antunes, mesmo depois de famosos, foram ao seu programa agradecer o apoio ao início de suas carreiras.

Seu elenco de boletes também era composto por ex-chacretes.


Lista de algumas Boletes: Zulu, Tânia Bang Bang (Tânia Bang Bang era secretaria pessoal e assistente de produção musical do Clube do Bolinha, e era casada com o cantor Antônio Luiz que também fazia-se as vezes de assessor nas viagens da "Caravana do Bolinha"), Edna Poncell, Delma, Inês, Valquíria, Norman, Raquel, Sônia Lírio, Sônia Rangel, Isná, Gracinha Japão, Eduarda, Carla, Audrey, Sandra Lee, Silvana, Míriam Bianchi, Rose Cleópatra, Ana Maria, Verônica, Leda Zepellin, Índia Amazonense, Laura, Julia, Gina Tropical, Neide, Sandra Janete, Olívia, Fábia, Lúcia, Vanderléia, Beth Balanço, Beth Gazeta, Beth Coqueiro, Iris, Renata, Solange, Marli Bang Bang, Iara.

Morte

O apresentador morreu às 02:30 hs. do dia 01/07/1998, aos 62 anos, vítima de câncer no aparelho digestivo. Estava internado no Hospital 9 de Julho, em São Paulo, para tratamento da doença, que havia sido descoberta três anos antes de sua morte. Nos seis meses antes de falecer, a doença do apresentador tinha-se agravado.

Fonte: Wikipédia 

Paulo Gracindo

PELÓPIDAS GUIMARÃES BRANDÃO GRACINDO
(84 anos)
Ator

* Rio de Janeiro, RJ (16/07/1911)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/09/1995)

Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo nasceu em 16 de junho de 1911, no Rio de Janeiro. Era filho do ex-senador Demócrito Gracindo, falecido em 1928. Mudou-se ainda criança com a família para Maceió, em Alagoas, onde se formou em direito e teve seu primeiro contato com o teatro amador, para desgosto de seu pai, que o proibiu de atuar nos palcos.

Aos 20 anos, após a morte do pai, mudou-se para o Rio de Janeiro e adotou o nome artístico de Paulo Gracindo. Na então capital federal, participou das maiores companhias de teatro dos anos 1930 e 1940, entre as quais, as de Alda Garrido, Procópio Ferreira, Elza Gomes e Dulcina de Moraes. Foi locutor e apresentador de diversos programas musicais na época áurea da Rádio Nacional, entre os quais o "Noite de Estrelas" e o próprio "Programa Paulo Gracindo". Trabalhou como radioator, produtor, compositor e comediante. Um dos seus papéis mais famosos dessa época foi o Alberto Limonta, na clássica trama de "O Direito de Nascer".

Ainda na  Rádio Nacional, integrou o elenco da versão original do programa "Balança, Mas Não Cai" (1953), escrito por Max Nunes, no qual fez grande sucesso, ao lado de Brandão Filho, no quadro do "Primo Pobre e do Primo Rico". Anos mais tarde, tanto o programa quanto o quadro ganhariam nova versão nas telas da TV Rio e, em seguida, da TV Globo, repetindo o êxito anterior.

Começou a trabalhar na TV Globo no final da década de 1960. Atuou nas primeiras novelas da emissora, como "A Rainha Louca" (1967) e "A Gata de Vison" (1968), escritas pela cubana Glória Magadan. Em seguida, trabalhou em "A Próxima Atração" (1970), de Walther Negrão, e "O Cafona" (1971), de Bráulio Pedroso.

Seu primeiro personagem de destaque foi o bicheiro Tucão, na novela "Bandeira 2" (1971), de Dias Gomes. A consagração veio, dois anos depois, em outra novela de Dias Gomes, "O Bem-Amado", na qual viveu o antológico Odorico Paraguaçu, prefeito de Sucupira, pelo qual ganhou o prêmio de melhor ator da Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 1976, o ator também recebeu o Prêmio Televisa, oferecido pela rede mexicana, por sua atuação na novela.

Dias Gomes e Paulo Gracindo já haviam trabalhado juntos no teatro, na primeira montagem de "O Santo Inquérito", e na televisão, em tele-teatros da TV Rio. Em "O Bem-Amado", primeira novela produzida e exibida totalmente em cores, um marco na televisão brasileira, a parceria imortalizou ambos. Adaptada de uma peça do autor Dias Gomes, a novela também tinha no elenco Lima Duarte, Emiliano Queiroz, Zilka Sallaberry e Gracindo Júnior, filho de Paulo Gracindo, entre outros.

Essa não era a primeira vez, também, que pai e filho trabalhavam juntos na TV Globo. A primeira novela de Paulo Gracindo na emissora, "A Rainha Louca", também teve Gracindo Júnior no elenco. Depois, vieram os trabalhos em "O Bem-Amado" e em "Os Ossos do Barão" (1973), de Jorge Andrade. Ainda na década de 1970, em "O Casarão" (1976), de Lauro César Muniz, os dois viveram o mesmo personagem, o João Maciel, aos 20 e aos 50 anos, respectivamente. Também trabalharam juntos em "Araponga" (1990), de Dias Gomes, Ferreira Gullar e Lauro César Muniz.

Após o sucesso em  "O Bem-Amado", que transformou o famoso apresentador de programas do rádio e talentoso ator de teatro Paulo Gracindo em um ícone da televisão, seguiu-se o trabalho em outra grande produção da TV Globo que marcou época: "Gabriela" (1975), adaptação do romance de Jorge Amado feita por Walter George Durst. Na novela, que ganhou o Grande Prêmio concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, Paulo Gracindo deu vida ao Coronel Ramiro Bastos. Até o final da década de 1970, vieram os trabalhos em "Sinal de Alerta" (1978), de Dias Gomes, e "Pai Herói" (1979), de Janete Clair.

Em 1980, a obra de
Dias Gomes deu origem ao seriado "O Bem-Amado", escrito pelo próprio autor e, mais uma vez, com Paulo Gracindo no papel principal. Ainda na década de 1980, o ator voltou a comandar um programa de auditório, o "8 ou 800", desta vez ao lado de Silvia Falkenburg (Sílvia Bandeira). Em seguida, atuou nas novelas "Roque Santeiro", de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, no papel do Padre Hipólito, em "Hipertensão" (1986), de Ivani Ribeiro, e fez uma participação especial na novela "Mandala" (1987), de Dias Gomes.


Na década de 1990, Paulo Gracindo voltou a viver um personagem que caiu no gosto popular, o Betinho, marido da vilã Laurinha Figueroa, interpretada por Glória Menezes, em "Rainha da Sucata" (1990), de Silvio de Abreu. Nos anos seguintes, atuou nas novelas "Vamp" (1991), de Antônio Calmon, e "Mulheres de Areia" (1993), adaptada da obra de Ivani Ribeiro por Solange Castro Neves. Também fez uma participação especial na minissérie "Agosto" (1993), adaptada do romance de Rubem Fonseca por Jorge Furtado e Giba Assis Brasil, no papel de Emílio.

Ator reconhecido por seu trabalho no teatro, na televisão e no rádio, Paulo Gracindo trabalhou em mais de 20 filmes, alguns marcantes, como
"A Falecida" (1965), de Leon Hirszman, "Terra em Transe" (1967), de Glauber Rocha, e "Cara a Cara" (1967), de Júlio Bressane.

Paulo Gracindo morreu, aos 84 anos, em decorrência de um Câncer de Próstata, Era casado com Dulce Xavier de Araújo Gracindo.
#FamososQuePartiram #PauloGracindo