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Paulynho Paixão

FRANCISCO DE PAULA MOURA
(43 anos)
Cantor e Compositor

☼ São Miguel da Barra Grande, PI (17/01/1977)
┼ Teresina, PI (03/04/2020)

Francisco de Paula Moura, mais conhecido como Paulynho Paixão, considerado como "Rei do Coladinho", foi um cantor e compositor nascido em São Miguel da Barra Grande, PI, no dia 17/01/1977.

Paulynho Paixão foi criado na roça, mais precisamente na Fazenda São Luís, zona rural de São Miguel da Baixa Grande, interior do Piauí - a 138 km da capital Teresina. Paulynho Paixão passou a infância escutando programas de música sertaneja em um radinho de pilha. Os populares "Alvorada Sertaneja", na Rádio Nacional de Brasília, e "Programa do Roque Moreira", na Rádio Pioneira, de Teresina, eram suas companhias mais frequentes durante o trabalho no campo e também nas horas vagas.
"Sem entender nada de música eu já gostava. Como as crianças hoje gostam da nossa música, eu gostava de Zezé di Camargo & Luciano. Ouvia muito sertanejo enquanto tirava leite de vaca. Coisa bem fazenda mesmo. Na roça não se tem muita diversão. As poucas vizinhas que a gente tinha queriam saber dos boyzinhos da cidade. Ouvir e fazer música eram minhas grandes diversões!"
(Lembrou Paulynho Paixão, que não se fez de modesto ao comparar a sua trajetória de vida à de seu ídolo Zezé Di Camargo)


Paulynho Paixão começou a compor ainda criança. Nunca havia estudado música, não sabia tocar qualquer instrumento, não conhecia notas musicais ou cifras. Apenas escrevia versos rimados inspirados no dia a dia. A melodia surgia naturalmente. "Era de ouvido, coisa de dom mesmo. Ninguém explica... a gente atribui isso a Deus!", contou o compositor de aproximadamente mil canções, segundo suas próprias contas.

Romântico nato, Paulynho Paixão afirmou que 90% de suas letras falam de amor.
"As meninas tinham diários. Eu fazia músicas contando histórias da vida e acho que por isso as pessoas se identificam. Cada fora e cada sim que eu levei inspirou muito essa coisa do romance, do amor nas minhas músicas!"
(Paulynho Paixão)

Ainda criança, nas festinhas nas redondezas da Fazenda São Luís e mesmo na cidade, Paulynho Paixão passou a se convidar para cantar.
"Quando eu via o pessoal tocando em bar, aquela coisa de 'vocalista-tecladista', eu pedia para tocar. Ninguém dava muita confiança, mas deixavam. Fui tomando gosto!"
(Paulynho Paixão)

Nessas brincadeiras despretensiosas teve início a ideia fixa de Paulynho Paixão se tornar músico profissional.


Paulynho Paixão virou febre depois de estourar nos forrós e rádios populares do Nordeste com um misto de forró, brega e sertanejo. Em shows, festas particulares, carros de som, propagandas em rádio e até como toques de telefone celular.

Febre no Nordeste, suas canções estão entre as mais pedidas nas rádios e são tocadas pelas bandas de forró mais populares do país. Nesse segmento é comum que os repertórios das bandas coincidam já que a maior parte dos grupos de forró executa hits da concorrência em seus shows. Para isso, é preciso que a música em questão seja um grande sucesso. E, como se diz no jargão musical: "Paulynho Paixão está estourado!".

Autor de músicas românticas, Paulynho Paixão teve suas canções regravadas por grandes nomes da música brasileira, como Simone & Simária, Léo Magalhães, Xande Avião, Gustavo Lima, entre vários outros.

Paulynho Paixão teve em sua vida um envolvimento com drogas e ficou por um tempo longe dos palcos, até quando participou do programa "Domingo Show", da TV Record, sob apresentação de Geraldo Luís. Na ocasião, o cantor teve apoio e foi internado para reabilitação.

Em 2018, Paulynho Paixão voltou a fazer shows e conquistou novamente o retorno à carreira musical, onde lançou canções inéditas que tocaram no Brasil inteiro, a exemplo da música "Nota Dez", que tomou de conta da programação do rádio e televisão piauiense, maranhense, entre outros.

Paulynho Paixão foi preso em um hotel em Bacabal, MA, após denúncia de agressão por parte de sua esposa.
Violência Doméstica

Paulynho Paixão chegou a ser preso, em agosto de 2019, por agressão contra sua esposa, Wilma Alves da Silva, conhecida como Tayanne Costa. A Justiça acatou a denúncia no dia 21/01/2020.

O caso ocorreu em um hotel no dia 11/08/2019, após um show na cidade de Bacabal, MA, a 247 km de São Luís, MA. Na época, Paulynho Paixão foi enquadrado na Lei Maria da Penha e acabou preso após uma denúncia de agressão por parte de Tayanne Costa.

Morte

Paulynho Paixão faleceu na madrugada desta sexta-feira, 03/04/2020, aos 43 anos, vítima de um acidente de moto em uma rodovia no Estado do Piauí, próximo a cidade de São Miguel da Baixa Grande, 159 km de Teresina.

A carreira de Paulynho Paixão foi interrompida após o cantor se envolver em dois acidentes durante o intervalo de menos de três horas:

O primeiro acidente ocorreu por volta das 22h00, onde Paulynho Paixão perdeu o controle do veículo que dirigia, modelo Corolla, na BR 316, à altura da cidade de Passagem França, PI. Neste acidente, Paulynho Paixão saiu ileso e foi levado para sua residência na cidade de São Miguel da Baixa Grande, PI. No entanto, o cantor saiu novamente de casa, dessa vez em sua motocicleta, e acabou se envolvendo em um segundo acidente.

Horas depois, os irmãos de Paulynho Paixão foram ao local para tentar buscar o carro em que ele havia se acidentado. Contudo, retornando à cidade, encontraram o cantor caído no chão, próximo ao Riacho Dantas, na PI-225, altura da cidade de São Miguel da Baixa Grande, a 159 km de Teresina. Eles encontraram a moto e Paulynho Paixão na margem da rodovia Estadual.

Paulynho Paixão foi encaminhado ao hospital, mas não resistiu e faleceu por volta de 3h00 da manhã do dia 03/04/2020.

O velório de Paulynho Paixão aconteceu em São Miguel da Baixa Grande, PI, cidade natal do cantor.

Paulynho Paixão deixou esposa, dois filhos e mais de seis mil músicas registradas em cartórios. A família informou que o cantor produziu recentemente, durante a quarentena, cerca de 10 novas músicas.

Fonte: WikipédiaSom 13 
#FamososQuePartiram #PaulynhoPaixão

Maria D’Apparecida

MARIA D'APPARECIDA MARQUES
(82 anos)
Cantora

☼ Rio de Janeiro, RJ (17/01/1935)
┼ Paris, França (04/07/2017)

Maria D’Apparecida cantou uma única vez no Brasil, no Rio de Janeiro, em 1965. Aqui esteve com o elenco da Ópera de Paris. Na época era a melhor Carmen da França. Foi o que ela cantou aqui, além de "O Diálogo das Carmelitas" (Francis Poulenc), sob a batuta de Jacques Pernoo e a direção de Henry Doublier. A crítica não gostou, boa parte do público torceu o nariz, por causa disso ou daquilo. Até o governador do antigo Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, O Corvo, resolveu dar pitaco: "Nunca vi um soprano cantando um papel de meio soprano".

Experto e ladino em política, ignorante em ópera. Mas ele entendeu que devia entrar no coro de maledicências. Apesar desses resmungos, foram necessárias duas récitas extras para atender ao público que fazia fila nas bilheterias. Foram cinco récitas ao invés das três inicialmente previstas, com teatro lotado em todas.

Maria D’Apparecida não era uma cantora excepcional, e tinha consciência disso. Mas era excelente atriz. Carmen é uma personagem cobiçada por praticamente todas as cantoras, um desafio verdadeiro. Grandes cantoras se aventuraram na Carmen e foram por ela engolidas. Maria Callas, que tinha voz perfeita para o papel, gravou a ópera em estúdio, mas sabia que no palco a história seria outra e não ousou, respeitou Carmen.

No entanto, outras cantoras, com muito menos recursos vocais e teatrais foram felizes cantando a Carmen. A francesa Geneviève Vix, soprano de voz insinuante e grande presença cênica, foi um exemplo da primeira metade do século passado. Muito bonita e sedutora ela entendia a Carmen.  

Maria D’Apparecida é outro exemplo. Foi uma aparição fulgurante na França dos anos 70. Mostrou aos franceses uma Carmen que eles não conheciam. Sensual, provocante, atrevida. Arretada! Uma Carmem que continha a negritude da mulher brasileira, e particularmente, da mulher carioca.


A entrada em cena de Maria D’Apparecida foi com as mãos nas cadeiras, olhando e sorrindo para os homens, mas altiva, não de forma vulgar. Lembro que a voz soou com menos volume do que o desejável. Mas ela, ainda assim, ficou senhora do palco. Era uma Carmen negra e Maria d’Apparecida se orgulhava de ser negra, algo que os patetas racistas não entendiam.

Por sua Carmen recebeu um Orphée d’Or em 1967.

Em 1974, Maria D’Apparecida, sofreu grave acidente automobilístico, o que a obrigou a abandonar o canto lírico. Passou a se dedicar à divulgação da Música Popular Brasileira (MPB). Fez shows e gravou muito. Seu disco mais conhecido é "Maria D’Apparecida Et Baden Powell", de 1977. 

Voltou poucas vezes ao Brasil e jamais foi chamada para cantar.

A exceção foi em 1965, com o elenco da Opera de Paris. Houve quem quisesse barrá-la, mas o então diretor do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Murilo Miranda, garantiu sua presença. Quando ele saiu, Maria D’Apparecida foi para o índex.

Os franceses voltaram ao Rio de Janeiro nos anos seguintes, mas ela não estava no elenco.
"A direção do teatro decidiu me barrar, é exatamente isso que quero dizer!"
(Afirmou Maria D’Apparecida sem papas na língua numa entrevista)

Maria D’Apparecida "Carmen", Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 1965.
Maria D’Apparecida tinha um temperamento doce e amável, mas que ninguém ousasse pisar em seus pés.

No final de sua estreia no Rio de Janeiro, na "Carmen", meu pai e eu, que tinha 15 anos, fomos ao palco. Naquela época isso era permitido. Meu pai já a conhecia e se corresponderam por algum tempo até sua morte, em 1969. Ele me apresentou.

- Esse aqui é meu filho.
- Oh! Très charmant! - Exclamou sorridente e arrematou com beijos nas minhas bochechas.

Quase caí sentado, bem ali onde o otário do Don Jose acabara de assassinar "Carmen"

Ela era linda! Não sabia se olhava para os lados, se procurava algo inexistente nos bolsos, se estancava a incômoda revolução dos hormônios ou se tentava um olhar mais atento no ousadíssimo decote a dois palmos do meu nariz. Ah, os 15 anos...

Maria D’Apparecida era mulher espiritualizada, com grande senso de humanidade. Uma alma grande, bonita, inteligente e corajosa. Fez muito pela cultura do Brasil e não teve o reconhecimento que lhe é devido.

Nosso maior poeta dedicou-lhe versos. E Carlos Drummond de Andrade não escrevia versos para qualquer um. Poucos conhecem ou deram atenção.

No início dos anos 90 e na década seguinte estava em plena atividade. Participou de shows em favor da luta contra a AIDS e outras causas humanitárias. Dedicava-se ainda ao apoio a crianças autistas na França.

Baden Powell e Maria D’Apparecida
Morte

Maria d'Apparecida Marques faleceu no dia 04/07/2017, aos 82 anos, em Paris, onde morava desde os anos 1960. Seu corpo foi encontrado por vizinhos duas semanas depois, já em estado de decomposição. O corpo ficou por mais de 30 dias no Instituto Médico Legal de Paris à espera dos parentes.

O Consulado Geral do Brasil em Paris tentou contato com familiares sem sucesso e, por fim, o Itamaraty acionou a Polícia Federal, que localizou um sobrinho por afinidade. Ela não tinha irmãos. Ficou decidido, então, que o corpo seria cremado e as cinzas, trazidas para o Brasil.

"Tua voz, D’Apparecida, é aparição
Fulgurante, sensitiva, dramática
E vem do fundo negroluminoso dos nossos corações
E vai e volta e vai
Maria D'Apparecida do Brasil,
Aparecedoramente cantaril."

(Carlos Drummond de Andrade)

Texto: Henrique Marques Porto
Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #MariaDApparecida

Francisco Egydio

FRANCISCO EGYDIO
(80 anos)
Cantor

* São Paulo, SP (17/01/1927)
+ São Paulo, SP (17/10/2007)

Iniciou a carreira artística na década de 1950, e em 1951 assinou contrato com a Rádio Excelcior. Logo foi contratado pela gravadora Copacabana na qual lançou seu primeiro disco em 1953 interpretando os sambas "Rascunho Brasileiro", com acompanhamento da orquestra de Nozinho, e, "Sem Palavras", com acompanhamento de Alfredo Grossi e Sua Orquestra Típica.

Em 1954, gravou a marcha "Espanhola Tentação" e o samba "Nosso Amor Morreu". No mesmo ano gravou duas composições de Oscar Gomes Cardim em homenagem ao quarto centenário da cidade de São Paulo: o samba "Terra Bandeirante", e o dobrado "São Paulo das Bandeiras". Ainda em 1954, lançou mais dois discos pela Copacabana interpretando o clássico samba "A Bahia Te Espera", de Herivelto Martins e Chianca de Garcia, os sambas "Operária", "A Diferença" e a Marcha "Sombra e Água Fresca".

Foi para a gravadora Odeon em 1955, gravou o Bolero "Vera Cruz" e o Mambo "Quem Será?", de Beltran Ruiz com versão de Lourival Faissal. No mesmo ano, gravou o Partido-Alto "Samba de Nego", de Heitor dos Prazeres e Kaumer Teixeira Camelo, e o samba "Joquei Clube", de Antonio Rago e João Pacífico.

Visando o ano de 1956, gravou a Marcha "Se Essa Nega Fosse Minha", os sambas "Pingo D'Água" e "Viva o Santos", uma homenagem de Júlio Nagib ao Santos Futebol Clube, campeão paulista daquele ano, e "A Voz do Morro", de Zé Keti, no segundo registro desse clássico samba. Ainda nesse ano, gravou com Roberto Paiva o famoso LP "Polêmica - Wilson Batista X Noel Rosa - Roberto Paiva e Francisco Egydio" lançado pela Odeon, com capa do caricaturista Nássara. Nesse disco, interpretou os sambas "Rapaz Folgado", "Palpite Infeliz", "João Ninguém", todas de Noel Rosa, além de "Feitiço da Vila", de Vadico e Noel Rosa.

Em 1957, gravou com a orquestra de Luis Arruda Paes os sambas "Pedacinho Por Pedacinho" e "Advinhão". Com a orquestra de Hector Lagna Fietta, os sambas "Sorris" e "É Desconfiança". No ano seguinte, lançou mais quatro sambas "Cinco Letras", "Greve de Amor", "Coração de Fera" e "Até Parece Castigo".

Gravou em 1959, o afro-bolero "Noite Má" e o rock-balada "Por um Beijo de Amor". Por essa época, sua carreira ficou mais especializada em gravações de músicas românticas. Em 1960, gravou pela Odeon o LP "Creio Em Ti" no qual interpretou músicas como a que deu título ao disco, "Noite Má", "Cem Por Cento Sincera", "Até Parece Castigo", "Leva-me Contigo", de Dolores Duran, e "Um Minuto Só".

No ano seguinte participou do LP "Hebe Comanda o Espetáculo" lançado pela cantora e apresentadora Hebe Camargo, pela Odeon no qual ela cantava e apresentava outros intérpretes. Nesse disco, interpretou "Maria Rosa", de Lupicínio Rodrigues e Alcides Gonçalves.

Em 1962, lançou o LP "Francisco Egydio Vive os Sucessos de Lupicínio Rodrigues", um tributo ao compositor gaúcho no qual interpretou jóias do cancioneiro popular como "Nunca", "Nervos de Aço", "Vingança", "Esses Moços (Pobres Moços), e "Exemplo". Todas composições solo de Lupicínio Rodrigues, além de "Cadeira Vazia", e "Quem Há de Dizer", com Alcides Gonçalves, e "Se Acaso Você Chegasse", com Felisberto Martins.

Entre 1966 e 1969, participou de diversos discos coletivos dedicados ao repertório de carnaval registrando marchas como "Eu Vou Ferver", "Quem Bate", "Vou Deixar Cair", "Pra Frente" e "Garota Moderna".

Em 1970, já pela Continental, lançou um LP em quem predominaram versões de músicas estrangeiras de sucesso, entre as quais, "E o Mundo Segue Girando", "Deus Como Te Amo", "Foste Minha um Verão" e "Vai".

Em 1975, participou da trilha sonora da novela Meu Rico Português, da TV Tupi, em LP lançado pela Continental no qual interpretou a música "Estranha Forma de Vida".

Em 1977, lançou pela Chantecler um LP que intitulou de "Chico Egydio" e no qual interpretou clássicos como "Se Alguém Perguntar Por Mim", "Risque", de Ary Barroso, "Caminhemos", de Herivelto Martins, "A Volta do Boêmio", de Adelino Moreira, e "Cinco Letras Que Choram (Adeus)", de Silvino Neto. No mesmo ano, participou do LP "Carnaval 77 - Convocação Geral" lançado pela Som Livre visando reativar o repertório carnavalesco no qual interpretou a marcha "Mulata Ponte Aérea".

Em 1978, participou do LP "Sambas de Enredo das Escolas de Samba do Grupo 1", de São Paulo, lançado pela Continental interpretando o samba-enredo "Sonho de um Rei Negro", da Escola de Samba Nenê de Vila Matilde.

Em 1990, participou do LP "Feitiço da Vila", lançado pela EMI-Odeon em homenagem a Noel Rosa no qual cantou o samba "Palpite Infeliz".

Em sua extensa carreira gravou mais de vinte discos em 78 rpm além de vários LPs pelas gravadoras Odeon, Chantecler e Continental, além de participar de diversas coletâneas. Seu principal trabalho foi a gravação feita com Roberto Paiva e que relembrou a famosa polêmica entre Noel Rosa e Wilson Batista.

Morreu no dia 17/10/2007 em São Paulo, de Falência Múltipla dos Órgãos aos 80 anos de idade. Ele foi o primeiro a ganhar o Troféu Imprensa na categoria de cantor, em 1960. Francisco Egydio, segundo informações, sofria já algum tempo de sérios problemas de saúde.

Bezerra da Silva

JOSÉ BEZERRA DA SILVA
(77 anos)
Cantor, Compositor e Instrumentista

* Recife, PE (23/02/1927)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/01/2005)

Nordestino, desde a infância foi ligado à música e sempre "sentiu" que apresentava o dom de tocar, causando atritos com a família.

O pai, da Marinha Mercante, saiu de casa quando Bezerra era pequeno, vindo morar no Rio de Janeiro. Com isso, depois de ingressar e ser expulso da Marinha Mercante, descobriu o paradeiro do pai e veio atrás dele. Causando mais atritos com o pai, foi morar sozinho, no Morro do Cantagalo, trabalhando como pintor na construção civil. Juntamente, era instrumentista de percussão e logo entrou em um bloco carnavalesco, onde um dos componentes o levou para a Rádio Clube do Brasil, em 1950.

Durante sete anos viveu como mendigo nas ruas de Copacabana, onde tentou suicídio e foi salvo por um Santo da Umbanda. A partir daí passou a atuar como compositor, instrumentista e cantor, gravando o primeiro compacto em 1969 e o primeiro LP seis anos depois.

Inicialmente gravou músicas sem sucesso. Mas a partir da série Partido Alto Nota 10 começou a encontrar o público. O repertório dos discos passou a ser abastecido por autores anônimos (alguns usando codinomes para preservar a clandestinidade) e Bezerra notabilizou-se por um estilo Sambandido (ou Gangsta Samba), precursor mesmo do Gangsta Rap norte-americano. Antes do Hip Hop brasileiro, ele passou a mostrar a sua realidade em músicas como: "Malandragem Dá um Tempo", "Sequestraram Minha Sogra", "Defunto Caguete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Lugar Macabro", "Piranha", "Pai Véio 171", "Candidato Caô Caô".

Em 1995 gravou pela Sony "Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert", uma paródia ao show dos três tenores, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras. O sambista virou livro em 1998, com "Bezerra da Silva - Produto do Morro", de Letícia Vianna.

Em 2001 tornou-se evangélico da Igreja Universal do Reino de Deus e em 2003 gravou o CD Caminho de Luz com músicas gospel. Em 2005, perto da morte, mas ainda demostrando plena atividade, participou de composições com Planet Hemp, O Rappa, Velhas Virgens e outros nomes de prestígio da Música Popular Brasileira.

Bezerra morreu na manhã de segunda-feira, dia 17/01/2005 aos 77 anos, depois de sofrer uma parada cardíaca. De acordo com o último boletim médico, a causa do óbito foi Falência Múltipla dos Órgãos. O corpo de Bezerra foi velado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. O sepultamento foi em uma terça-feira no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju.

Bezerra estava internado desde o dia 28/10, no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, com Embolia Pulmonar e Pneumonia.

O curioso desta data é que Bezerra se auto-intitulava "O Bom Malandro", por isso quando morresse, queria que não fosse numa sexta-feira ou feriado, para não atrapalhar a praia dos amigos. E morreu numa segunda-feira - ou seja, depois do fim-de-semana e no dia 17 de janeiro, o primeiro mês do ano - 1 7 1.

Fonte: Wikipedia