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Andréa de Mayo

ERNANI DOS SANTOS MOREIRA FILHO
(50 anos)
Empresária e Transexual

☼ São Paulo, SP (04/05/1950)
┼ São Paulo, SP (17/05/2000)

Ernani dos Santos Moreira Filho, conhecida como Andréa de Mayo, foi uma empresária do Bas-Fond paulistano e militante travesti pelos Direitos LGBT, nascida em São Paulo, SP, no dia 04/05/1950.

Andréa de Mayo foi engraxate, gari e menino de rua. Dormiu debaixo de um banco na Praça da República. Adolescente, tentou ser cantora pois tinha a voz boa, mas ser homossexual lhe emperrou a  carreira. Tentou ainda ser bailarina, mas nada. Então quis mudar. Aos 20 e poucos anos, Ernani dos Santos Moreira Filho decidiu transformar seu corpo. Nascia assim Andréa de Mayo.

Naquela época, anos 70, quanto mais litros de silicone tivesse um travesti, mais poderoso ele era e mais respeito conquistava em seu meio. E Andréa se encheu de silicone. Fez a famosa viagem a Paris e, na volta, abriu com Valdemir Tenório de Albuquerque, o Val, a boate Val Improviso, lendária casa de shows de travestis na Rua Marquês de Itu.

A Val Improviso e o Val Show, na Frederico Steidel, ajudaram a escrever a história do underground paulistano, com seus shows e sua frenética atividade, que às vezes chegava até o meio-dia. Cazuza foi um dos frequentadores e, não raro, a noite terminava com o cantor ao violão, a Val-Improviso entrou até em letra de música, ou com um prosaico churrasco.

Andréa de Mayo se tornou uma espécie de mãe de todas. Poderosa, protegia e defendia as travestis das intempéries da vida noturna. Quando abriu sua própria boate, a Prohibidu's, na Amaral Gurgel, passou a abrigar esse segmento que, muitas vezes, era discriminado até mesmo dentro da comunidade gay pois muitos clubes noturnos não deixavam entrar travestis.


Na Prohibidu’s, Andréa de Mayo misturou e aceitou todo mundo, em meio a garçons nus que fizeram o sucesso da casa e chamaram a atenção da cidade. Sem falar nos shows sempre no meio da madrugada, 4h00 - 4h30, e o povo da noite que saía de seus trabalhos ou de outros clubes para terminar na boate, já com o dia claro e o centro da cidade pulsante, avançando até 9h00 da manhã.

Tudo funcionava sob o olhar sempre vigilante e severo de Andréa de Mayo. Carismática, sentada em sua cadeira na porta, ao lado do fiel companheiro, o pequinês Al Capone, ela sabia orquestrar o local como ninguém, com seus perigos e atrativos - o fascinante apelo da mondanité. Andréa de Mayo cuidava e dava amparo. Servia de sentinela, de guardiã daquele mundo perigoso e cheio de regras veladas.

Algumas coisas pouca gente sabia da vida de Andréa de Mayo. Às vezes ela era vista sentada no banco da Praça da República, onde costumava dormir quando criança. Ficava ali sozinha, com o amigo Al Capone, pensando. Negociante de carros ajudava também instituições de caridade e favelas. Muitas doações foram feitas para a casa de travestis de Brenda Lee.

Em 1988, sua vida foi um dos temas do filme-documentário do suíço Pierre-Alain Meier, "Dores de Amor", que baseia-se em entrevistas com cinco mulheres transgêneras brasileiras: Andréa de MayoBrenda Lee, Telma Lipp, Condessa da Nostromundo e Cláudia Wonder, que falam de suas vidas, suas dores e seus amores. É uma produção em 16mm com 58 minutos de duração.

Andréa de Mayo vivia como empresária de sua casa noturna, a Prohibidu's, uma boate de estilo trash-cult no centro de São Paulo, desativada pouco após sua morte.

Andréa de Mayo e o inseparável amigo Al Capone
Militância

Militante incansável, Andréa de Mayo era freqüentemente chamada para participar de programas para debater em defesa dos direitos das Travestis e Transexuais. Um de seus embates mais emblemáticos foi no "Programa Livre" de Serginho Groisman, na época ainda do SBT, com o político paulistano Afanásio Jazadji, que assumidamente não simpatizava com as causas LGBTs e chegou a declarar que os homossexuais deviam ser afastados do convívio social, notícia que foi veiculada na Folha de S. Paulo, no dia 19/07/1985.

Na década de 90, Andréa de Mayo procurou alguns políticos garantindo seu voto e daqueles que a seguiam em troca da criação de um estatuto que garantisse os direitos cívicos a todos os integrantes da comunidade GLBT paulistana. Muito conhecida na cena artística paulistana, ela foi inclusive amiga intima de algumas personalidades.

Morte

Andréa de Mayo faleceu em São Paulo, SP, no dia 17/05/200, aos 50 anos. Faleceu em uma clínica de cirurgia plástica um dia após se submeter à retirada de silicone industrial das nádegas e de suas coxas. Morte provavelmente em virtude de embolia.

Antes da cirurgia, contudo, ela havia assinado um termo se responsabilizando pelos riscos da retirada do silicone, que eram bem altos em um procedimento dessa natureza.

Pedro de Lara foi o único famoso a comparecer ao enterro de Andréa de Mayo, que aconteceu no Cemitério da Consolação, em São Paulo. Além de Pedro de Lara, cerca de 30 pessoas foram dar o último adeus à artista. Pedro de Lara estava muito emocionado e fez diversas declamações de amizade a Andréa de Mayo.

A missa de sétimo dia foi na boate que pertencia a ela, a Prohibidu's.

Na época de seu falecimento, o pai de Andréa de Mayo se negou a sepultá-la e, por isto, seu amigo Pai Walter de Logun Edé, de pronto, concessionário do referido túmulo, garantiu seu sepultamento no primeiro e histórico cemitério municipal da cidade de São Paulo, o Cemitério Consolação.

Homenagens

Em março de 2005, o estilista Walério Araújo ambientou seu desfile na capela do Hospital Humberto Primo, rendendo homenagem póstuma à antológica Andréa de Mayo.

No dia 17/11/2016, o Serviço Funerário do Município de São Paulo organizou uma cerimônia de homenagem a Andréa de Mayo. Foi fixado uma placa com o nome social no túmulo localizado, na Rua 25 LE Terreno 22, no Cemitério da Consolação. Renato Cymbalista, entusiasta da homenagem, doou a placa no túmulo.

Fonte: Wikipédia
#famososquepartiram #andreademayo

Aristeu Nogueira

ARISTEU NOGUEIRA CAMPOS
(91 anos)
Advogado e Político

☼ Irará, BA (21/01/1915)
┼ Irará, BA (17/05/2006)

Aristeu Nogueira foi um político comunista brasileiro, advogado, membro do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e um dos principais responsáveis pela reorganização do Partido Comunista na Bahia após o levante de 1935, assim como pela sua organização a nível nacional. Dedicou a vida à causa comunista partidária.

Aristeu Nogueira Campos nasceu em Irará, município a 150 km de Salvador, BA, descendente da aristocracia rural local, neto de Pedro Nogueira Portela e filho caçula de Elpídio Nogueira de Campos, primeiros administradores da cidade no século XIX. Sua mãe chamava-se Tereza de Jesus Nogueira e morreu quando o filho tinha apenas 8 anos.

Era uma família proprietária de terras, seu pai era além de comerciante, um político influente com ligações com o poder político da capital do Estado. O casal teve quatro filhos além de Aristeu, que foram, Alberto, Amadeu, Aristarco e Alzira Nogueira Campos.

Em 1929, Aristeu Nogueira muda-se para Salvador para continuar os estudos, fez o curso secundário no Colégio Ipiranga e posteriormente entrou para o curso de Direito na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, hoje Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA), formando-se em 1939.

Ingresso no Partido Comunista Brasileiro

Durante o curso de Direito, Aristeu Nogueira interessa-se pela política, envolvendo-se nas discussões das questões nacionais, ingressando, em 1938, no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Nas palavras do próprio Aristeu:

"Eu, como estudante de Direito, conheci a filosofia marxista, leninista através dos livros de Karl Marx, de Engels e também já com a União Soviética. Então achei que o marxismo leninista era a filosofia mais evoluída, mais desenvolvida e mais realista. Porque era baseada no materialismo dialético (...). Entrei no Partido em 1938 com o advento do Estado Novo, na Ditadura de Getúlio. E pela influência, pelo estudo mesmo do marxismo, eu fui procurando ver o que era a filosofia mais correta, que traduzia melhor o desenvolvimento da sociedade. Eu já tinha uma visão assim do comunismo... Não fui recrutado por ninguém, eu procurei o Partido."

Desde o ingresso de Aristeu Nogueira no Partido Comunista sua atuação foi contundente na organização partidária e liderança, chegando a ser citado em matéria do Jornal O Globo, como "um agente de Moscou na Bahia".

Sendo aconselhado por correligionários a desaparecer, voltou a sua cidade, Irará, onde assumiu o cargo de Delegado Censitário. Começou também a advogar e foi editor do jornal local. Já tinha tido uma experiência anterior com a imprensa, em Salvador, quando em fins de 1939, junto com João Falcão e Armênio Guedes abriu uma sociedade comercial que seria proprietária da Gráfica Modelo, com capital próprio e razão social de Nogueira & Falcão Ltda., registrada na Junta Comercial e sediada na Cidade Baixa. Esta gráfica passou a imprimir a revista Seiva, criada no ano anterior por João Falcão, Armênio Guedes e outros companheiros, com distribuição nacional e considerada a primeira revista do Partido Comunista Brasileiro.

Vida Privada e Militância

Em outubro de 1941, em Irará, Aristeu Nogueira casa-se com Odete de Almeida Campos, com quem teve 4 filhos: Vera Felicidade de Almeida Campos, Diógenes de Almeida Campos, Antonia Tereza de Almeida Campos, falecida com 9 meses de idade, e Mariana Campos Meira.

Após a II Guerra Mundial, em 1945, volta para Salvador onde fixa residência com esposa e filhos.

O Partido Comunista teve um breve período de legalidade (1945-1947) com Aristeu Nogueira como integrante do Comitê Estadual e Coordenador da Comissão de Finanças do Partido em Salvador.

Aristeu Nogueira não se intimida com a volta do Partido a ilegalidade em 1947, e continua suas atividades, principalmente na direção do jornal O Momento, jornal ligado ao Partido Comunista que ele chegou a financiar com a doação de toda a herança recebida após a morte de seu pai.

Foi preso algumas vezes, tendo sua casa invadida pela polícia que apreendia suas anotações e livros, obrigando-o a continuamente refazer sua biblioteca, constituída principalmente de livros marxistas, mas também de literatura e livros técnicos. Por ocasião dessas prisões e invasões domiciliares, sua esposa, Dona Odete, enterrava os livros mais raros para que não fossem levados pela polícia. Devido a tais invasões, a família mudava frequentemente de residência em Salvador. Sua casa sempre esteve aberta aos companheiros de Partido como um local de reuniões, discussões e hospedagem.

O Partido Comunista mantinha uma grande rede de informação constituída por oito jornais nos principais estados brasileiros: Tribuna Popular do Distrito Federal, Hoje de São Paulo, O Momento da Bahia (dirigido por Aristeu Nogueira), Folha do Povo de Pernambuco, O Democrata do Ceará, Tribuna Gaúcha do Rio Grande do Sul, O Estado de Goiás e Folha Capixaba do Espírito Santo.

Existia também uma agência de notícias própria, a Interpress, através da qual eram distribuídas as informações para publicações do Partido em todo território nacional inclusive alimentando pequenos jornais do interior que não eram ligados ao Partido Comunista. Aristeu Nogueira dava imenso valor a esta divulgação das idéias comunistas dirigida as massas, em outras palavras, a Imprensa Popular do Partido. Tinha plena consciência da importância do jornal na transformação do Partido Comunista em um Partido de massas, condição essencial à uma mudança real de mentalidades no país.

O Momento era no início, um semanário e foi o primeiro jornal comunista a circular legalmente no país (se baseava na experiência da revista Seiva), e por deliberação do Partido, fazia parte de sua organização: Aristeu Nogueira, João Falcão, mais tarde Mário Alves e outros colaboradores de edição. A sede do jornal foi várias vezes invadida pela polícia que também destruía o maquinário de tipografia.

A partir de março de 1946, O Momento passa a ser uma publicação diária. Com o Partido na ilegalidade a partir de 1947, vários colaboradores saem da Bahia mas Aristeu Nogueira continua na administração do jornal, contribuindo também com artigos.

Em 1957 separa-se da esposa e paralela a suas atividades no Partido Comunista, começa a trabalhar no Centro de Pesquisa e Estudos (CPE). Continua com todos os contatos e Coordenações dentro do Partido (Estadual e Nacional) e em 1960, Aristeu Nogueira já eleito membro do Comitê Central do Partido, passa a integrar a Direção Executiva junto a Luis Carlos Prestes, Giocondo Dias, Mário Alves, Carlos Marighella e outros.

Clandestinidade e Prisão

Aristeu Nogueira foi Deputado Estadual pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) em 1963, e em 1964 foi jogada uma bomba em sua residência em Salvador, destruindo parte da casa.

Com o Golpe Militar em abril de 1964, Aristeu Nogueira cai na clandestinidade, fugindo de Salvador para o Rio de Janeiro, utilizando-se de vários disfarces. No Rio de Janeiro, consegue a ligação com o Partido e desde então retoma a militância em completa clandestinidade, adotando o codinome de Antônio Cerqueira de Andrade. Foi um período de grande atuação sua, participando da organização do Partido Comunista Brasileiro em todo o pais, do Rio Grande do Sul ao Amazonas, apesar de concentrar-se nas demandas organizacionais do Rio de Janeiro e São Paulo onde atuava como responsável pela Secretaria de Organização do Comitê Regional. Nesta época, esteve também no Chile e na União Soviética.

Desde que ingressou no Partido Comunista, Aristeu Nogueira foi sempre "um homem típico da máquina partidária", um estudioso do marxismo-leninismo e um dos mais preparados quadros do Partido Comunista Brasileiro na Bahia. Com disciplina férrea aceitava tarefas e responsabilidades de vários níveis, prescindindo de atividades particulares para atender aos interesses do Partido. Era considerado um militante exemplar e impecável, organizando clandestinamente o Partido Comunista Brasileiro em vários Estados e consequentemente, acumulando processos nas costas, coisa que nunca o impediu de agir.

Foi braço direito de Giocondo DiasLuis Carlos Prestes, chegando a substituí-lo no posto de Secretário Geral do Partido. Viveu em Aparelhos no Rio de Janeiro, submetendo-se sem queixas a todas as restrições que isso implica como isolamento social, afastamento de familiares, mudanças de hábitos e gostos, pressões diárias, perseguições, dificuldades materiais de toda ordem, mudanças constantes de endereço, etc.

Em maio de 1975, com 60 anos, foi preso no Rio de Janeiro, levado para São Paulo, sendo barbaramente torturado. Os filhos recorreram a advogados e depois de 3 anos foi solto em regime semi-aberto.

Em 1979, Aristeu Nogueira voltou para Salvador, com identidade legalizada, recuperou a carteira de advogado junto a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e começou a trabalhar como advogado em escritório privado e no Tribunal de Contas do Estado da Bahia.

Casa-se pela segunda vez, com Tereza Cruz, volta a residir em Irará e continua seu trabalho partidário e na advocacia. Desenvolve também várias atividades culturais, inclusive a fundação da Casa da Cultura de Irará.

Aristeu Nogueira morreu aos 92 anos às 4h00 do dia 17/05/2006 em Irará, BA. O corpo do advogado foi velado no Sobrado dos Nogueiras, prédio histórico, construído por seu avô Pedro, e que já foi sede da prefeitura e da câmara legislativa do município.

Estudo, Trabalho e Atividade Partidária


  • Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Bahia, Salvador, 1935-1939.
  • Desenvolve atividade profissional como Delegado do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, Irará, 1940.
  • Foi Diretor do jornal O Momento, 1947-1957, em Salvador.
  • Foi funcionário da Fundação Centro de Pesquisa e Estudo-CPE, Salvador, 1957-1962.
  • Foi Inspetor de Almoxarifado do Tribunal de Contas do Estado da Bahia-TCE, 1962-1964.
  • Foi Técnico de Nível Superior, TCE, 1979-1985.
  • Advogou de 1940-1945.
  • Foi preso em 1975 e barbaramente torturado.
  • Foi anistiado em 1979, retornou à Bahia e advogou de 1978-2001, em Irará.
  • Mandato Eletivo Suplente de Deputado Estadual pelo Partido Socialista Brasileiro-PSB, 1963-1964, assumiu de 03/09/1963 a 13/12/1963, cassado em 19/10/1964.
  • Fundador e presidente da Casa da Cultura, e das Cooperativas e Sindicato Rural, Irará.
  • Atividade Partidária: Membro do Comitê Estadual do PCB - BA, 1945-1985 e do Comitê Central do PCB, 1960; Secretário do PCB, 1964; fundador do Partido PPS em Irará; Delegado municipal do Partido Popular Socialista-PPS, 1985-2006.

Fonte: Wikipédia

Elza Gomes

LUÍSA DOS SANTOS GOMES
(73 anos)
Atriz

☼ Lisboa, Portugal (19/10/1910)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/05/1984)

Luísa dos Santos Gomes, mais conhecida como Elza Gomes, foi uma atriz luso-brasileira nascida em Portugal. Seus pais, João e Silvana dos Santos Gomes, eram atores de modesta companhia de comédias em Portugal. A familiaridade com o meio artístico levou ao início de sua carreira ainda na infância.

O pai de Elza Gomes morreu quando esta tinha oito anos, e sua mãe decidiu se mudar para o Brasil, mandando buscar as filhas três anos depois. Estabeleceram-se primeiramente na Cidade da Paraíba, atual João Pessoa, onde Silvana Gomes retomou sua carreira.

Em 1923, a família se mudou para o Rio de Janeiro, pois a mãe foi contratada pela Companhia Antônio de Souza de teatro de revista que se apresentava no Teatro Carlos Gomes. Neste mesmo ano, deu-se a estreia profissional de Elza Gomes, como Juquinha na peça "A Capital Federal", de Artur Azevedo, para pagar sua passagem e estadia durante as turnês.

Começou profissionalmente em 1926, na companhia de Jaime Costa, fazendo comédias, mas não se adaptou ao gênero. Em seguida, participou do elenco que inaugurou a companhia Ra-ta-plan, no Cassino Beira-Mar. Ali, reencontrou o ambiente em que gostava de trabalhar, com música e elenco numeroso, e permaneceu no conjunto até a extinção da companhia, em 1929, quando ingressou, na seqüência, na companhia de Procópio Ferreira.


Não chegou a completar um ano com Procópio Ferreira. Aceitou o convite do Teatro Recreio para atuar em "O Carnaval Português", de Marques Porto e Luiz Peixoto. Ingressou em nova companhia de musicais, a da atriz Margarida Max.

Em 1930, retornou à empresa de Procópio Ferreira, onde permaneceu até 1936 como uma das atrizes principais, assumindo o papel de protagonista frenquentemente.

Elza Gomes montou uma companhia com Cazarré e Delorges Caminha, em que, pela primeira vez, desempenhou papéis dramáticos.

Em 1940, ingressou na companhia de Eva Todor e Luís Iglesias, onde permaneceu até 1952. No mesmo ano, entrou para a Rádio Nacional.

Nos anos 60 e 70, realizou vários trabalhos representativos, destacando-se em "Tango", de Slawomir Mrozek, 1972.

Entre as cerca de 400 peças de cuja montagem participou, destacam-se: "A Dama do Camarote", "Senhora na Boca de Lixo", "My Fair Lady", "Deus Lhe Pague", "A Dama Das Camélias" e "Guerra Mais ou Menos Santa".

Na televisão participou de várias telenovelas, entre as quais "O Primeiro Amor" (1972), "Pecado Capital" (1975), "O Casarão" (1976), "Saramandaia" (1976), "Chega Mais" (1980) e "Final Feliz" (1982), sua última telenovela e seu último trabalho como atriz, na qual fez sucesso interpretando a personagem Dona Sinhá.

Elza Gomes fez quinze filmes e participou de desenove telenovelas.

Morte

Ao longo de sua vida, Elza Gomes desenvolveu problemas cardíacos os quais levaram à instalação de um marcapasso, em 1976.

Em 1983, após outra intervenção cirúrgica, constatou-se que estava padecendo de um câncer pancreático, um dos tipos mais agressivos da doença e cujos sintomas se apresentam tardiamente.

Em 9 de maio de 1984, Elza Gomes foi internada no Hospital São Lucas, situado no bairro carioca de Copacabana, onde passou seus últimos dias. Já em estado grave, recebeu a extrema-unção e na mesma cerimônia religiosa casou-se com o ator André Villon, seu companheiro de 46 anos e a quem conheceu na Companhia de Procópio Ferreira, quando estava viúva e com uma filha de quatro anos.

Elza Gomes veio a falecer na semana seguinte, no Rio de Janeiro, às 12h50 de quinta-feira, 17/05/1984. Seu corpo foi velado no Teatro Glauce Rocha e sepultado no dia seguinte, no Cemitério Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

Televisão

  • 1982 - Final Feliz ... Dona Sinhá
  • 1981 - Terras do Sem Fim ... Dona Menininha
  • 1981 - Ciranda de Pedra ... Vó Bela
  • 1980 - Plumas e Paetês ... Dona Nina
  • 1980 - Chega Mais ... Tia Lili
  • 1979 - Pai Herói ... Mãe Tiana
  • 1978 - Sinal de Alerta ... Henriqueta
  • 1977 - Nina ... Madame Naná
  • 1977 - Duas Vidas ... Rosa
  • 1976 - O Casarão ... Irmã Lurdes
  • 1976 - Saramandaia ... Pupu (Eponina Camargo)
  • 1975 - Pecado Capital ... Bá
  • 1975 - Cuca Legal ... Dalva (Madame Zaide)
  • 1975 - Escalada ... Dona Eulália
  • 1975 - O Resgate
  • 1973 - Os Ossos do Barão ... Ismália
  • 1972 - O Primeiro Amor ... Júlia
  • 1971 - Minha Doce Namorada ... Tia Zezé
  • 1970 - Assim na Terra Como no Céu ... Dona Zu
  • 1969 - Enquanto Houver Estrelas (Tupi) ... Eduarda
  • 1969 - O Retrato de Laura (Tupi)

Fonte: Wikipédia

Pedro Bloch

PEDRO BLOCH
(89 anos)
Médico, Jornalista, Compositor, Poeta, Dramaturgo e Autor de Livros Infanto-Juvenis

* Jitomir, Ucrânia (17/05/1914)
+ Rio de Janeiro, RJ (23/02/2004)

Pedro Bloch foi um médico foniatra, jornalista, compositor, poeta, dramaturgo e autor de livros infanto-juvenis, que consagrou-se como autor de mais de cem livros. Ele era naturalizado brasileiro.

Sua família imigrou para o Brasil no início do século XX. Estudou no Colégio Pedro II e posteriormente cursou a Faculdade Nacional de Medicina da Praia Vermelha atual Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Chegou a lecionar na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). É autor de mais de cem livros, muitos deles destinados ao público infanto-juvenil, como "Pai, Me Compra Um Amigo?", "Nesta Data Querida" e "Chuta O Joãozinho Para Cá". Escreveu também as peças teatrais "Dona Xepa" e "As Mãos De Eurídice".

Mais de 50 do seus livros foram inspirados quando ele atendia crianças, exercendo sua profissão de médico. A sua mais conhecida obra teatral, "As Mãos De Eurídice", estreou em 13/05/1950 e repetiu-se mais de 60 mil vezes, em mais de 45 países diferentes. Dois anos depois, escreveu outro sucesso teatral, "Dona Xepa", que até foi transformada em telenovela, na Rede Globo. Como jornalista, trabalhou na revista Manchete e no jornal O Globo. O interesse pelo teatro surgiu nas visitas que recebia dos grandes atores em sua própria casa.

Pedro Bloch morreu aos 89 anos de idade, vítima de insuficiência respiratória aguda, em seu apartamento em Copacabana. Foi enterrado no Cemitério Comunal Israelita do Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia

Zélia Gattai

ZÉLIA GATTAI AMADO
(91 anos)
Memorialista, Romancista, Fotografa e Escritora

☼ São Paulo, SP (02/07/1916)
┼ Salvador, BA (17/05/2008)

Zélia Gattai foi uma escritora, fotógrafa e memorialista, como ela mesma preferia denominar-se, tendo também sido expoente da militância política nacional durante quase toda a sua longa vida, da qual partilhou cinquenta e seis anos casada com o também escritor Jorge Amado, até a morte deste.

Filha dos imigrantes italianos Ernesto Gattai e Angelina Gataii, era a caçula de cinco irmãos. Nasceu e morou durante toda a infância na Alameda Santos, no bairro Paraíso, em São Paulo.

Zélia participava, com a família, do movimento político-operário anarquista que tinha lugar entre os imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, no início do século XX. Aos vinte anos, casou-se com Aldo Veiga. Deste casamento, que durou oito anos, teve um filho, Luís Carlos, nascido na cidade de São Paulo, em 1942.

Zélia Gattai e Jorge Amado
A Vida Com Jorge Amado

Leitora entusiasta de Jorge Amado, Zélia Gattai o conheceu em 1945, quando trabalharam juntos no movimento pela anistia dos presos políticos. A união do casal deu-se poucos meses depois. A partir de então, Zélia Gattai trabalhou ao lado do marido, passando a limpo, à máquina, seus originais e o auxiliando no processo de revisão.

Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, Jorge Amado perdeu o mandato, e a família teve que se exilar.

Viveram em Paris por três anos, período em que Zélia Gattai fez os cursos de civilização francesa, fonética e língua francesa na Sorbonne.

De 1950 a 1952, a família viveu na Tchecoslovaquia, onde nasceu a filha Paloma. Foi neste tempo de exílio que Zélia Gattai começou a fazer fotografias, tornando-se responsável pelo registro, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano.

Em 1963, mudou-se com a família para a casa do Rio Vermelho, em Salvador, Bahia, onde tinha um laboratório e se dedicava à fotografia, tendo lançado a fotobiografia de Jorge Amado intitulada "Reportagem Incompleta".

A Escritora

Aos 63 anos de idade, começou a escrever suas memórias. O livro de estreia, "Anarquistas, Graças a Deus", ao completar vinte anos da primeira edição, já contava mais de duzentos mil exemplares vendidos no Brasil.

Sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, o italiano, o espanhol, o alemão e o russo.

"Anarquistas, Graças a Deus" foi adaptado para minissérie pela TV Globo e "Um Chapéu Para Viagem" foi adaptado para o teatro.

Viúva de Jorge Amado, Zélia Gattai morreu aos 91 anos na tarde do dia 17/05/2008. A memorialista, romancista e fotógrafa foi vítima de uma parada cardiorrespiratória. Ela estava internada em Salvador desde o dia 30/03/2008 com problemas renais, provocados por uma infecção urinária.

Zélia Gattai e Jorge Amado
Obras

  • 1979 - Anarquistas Graças a Deus (Memórias)
  • 1982 - Um Chapéu Para Viagem (Memórias)
  • 1983 - Pássaros Noturnos do Abaeté
  • 1984 - Senhora Dona do Baile (Memórias)
  • 1987 - Reportagem Incompleta (Memórias)
  • 1988 - Jardim de Inverno (Memórias)
  • 1989 - Pipistrelo das Mil Cores (Literatura Infantil)
  • 1991 - O Segredo da Rua 18 (Literatura Infantil)
  • 1992 - Chão de Meninos (Memórias)
  • 1995 - Crônica de Uma Namorada (Romance)
  • 1999 - A Casa do Rio Vermelho (Memórias)
  • 2000 - Cittá di Roma (Memórias)
  • 2000 - Jonas e a Sereia (Literatura Infantil)
  • 2001 - Códigos de Família
  • 2002 - Um Baiano Romântico e Sensual
  • 2004 - Memorial do Amor
  • 2006 - Vacina de Sapo e Outras Lembranças

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #ZeliaGattai