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Pedro Ernesto

PEDRO ERNESTO DO REGO BATISTA
(57 anos)
Médico e Político

* Recife, PE (25/09/1884)
+ Rio de Janeiro, RJ (10/08/1942)

Médico e político, inicia a carreira pública em 1922, apoiando o Movimento Tenentista. Primeiro prefeito eleito indiretamente para o Rio de Janeiro. Fundou o Partido Autonomista. Construiu escolas e hospitais e é pioneiro na subvenção às Escolas de Samba. Foi preso em 1936 acusado de comunista e foi absolvido (1937).

Médico, iniciou seus estudos universitários na Bahia e concluiu-os no Rio de Janeiro, em 1908. Fixou-se, então, nessa cidade, onde alcançou grande reputação como cirurgião. Associou-se, em 1922, às conspirações empreendidas contra o Governo Federal, embora não tenha tido participação direta na deflagração da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em 5 de julho daquele ano, que deu início às revoltas tenentistas.

Em 1924, voltou a participar de articulações contra o Governo Federal e, por conta disso, chegou a ser preso por alguns dias. Nos anos seguintes, enquanto a Coluna Prestes percorria o interior do Brasil em campanha contra o governo de Artur Bernardes, Pedro Ernesto fazia da casa de saúde, de sua propriedade no Rio de Janeiro, refúgio e ponto de encontro dos revolucionários.

Em 1930, participou da campanha de Getúlio Vargas à presidência da República, lançado como candidato de oposição. Em seguida, com a derrota eleitoral de Getúlio Vargas, teve participação ativa na preparação do movimento político-militar que depôs o presidente Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes, o candidato eleito naquele pleito.

Após a posse do novo governo, foi nomeado diretor da Assistência Hospitalar do Distrito Federal e tornou-se o médico particular de Getúlio Vargas e sua família. Desfrutava, então, de enorme prestígio junto ao novo chefe de governo, participando com freqüência de reuniões no palácio presidencial.

No início de 1931, foi um dos incentivadores da fundação do Clube 3 de Outubro, organização que objetivava conferir maior coesão à atuação dos revolucionários históricos. Ocupou a princípio a vice-presidência e, a partir de junho, a presidência do clube.

Em setembro de 1931, foi nomeado por Getúlio Vargas interventor federal. Em novembro, presidiu o I Congresso Revolucionário, que reuniu no Rio de Janeiro delegados do Clube 3 de Outubro e de outras organizações alinhadas com o novo regime. Nesse congresso foi deliberada a criação do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que jamais conseguiu se consolidar de maneira efetiva.

No início de 1933, Pedro Ernesto participou da fundação do Partido Autonomista do Distrito Federal, cujo principal ponto programático era a luta pela autonomia política da cidade do Rio de Janeiro, a capital da República.

Sob sua liderança, o Partido Autonomista venceu as eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, onde suas teses foram aprovadas. No ano seguinte, o partido obteria também uma ampla vitória nas eleições para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, elegendo a maior bancada daquela Casa. Os vereadores autonomistas elegeram, então, Pedro Ernesto prefeito do Rio de Janeiro, tornando-se o primeiro governante eleito da história da cidade, ainda que de forma indireta.

Como interventor federal e, posteriormente como prefeito, marcou seu governo por uma atenção especial às áreas de saúde e educação, essa última dirigida pelo educador Anísio Teixeira.

Em 1935, aproximou-se da Aliança Nacional Libertadora (ANL), organização de caráter antifascista e anti-imperialista, que reunia comunistas, socialistas, "tenentes" de esquerda.

Em julho de 1935, protestou com veemência contra o fechamento da Aliança, decretada pelo governo e denunciou a articulação de um golpe pelas forças conservadoras. Posteriormente, foi acusado de ter participado das conspirações levadas a cabo por setores da Aliança Nacional Libertadora, com destaque para o Partido Comunista Brasileiro, então Partido Comunista do Brasil (PCB), e que levaram à deflagração, em novembro de 1935, dos levantes armados de Natal, Recife e Rio de Janeiro. Embora tenha, de fato, sido convidado por Luís Carlos Prestes, principal líder do movimento, para participar do levante, seu papel naqueles acontecimentos jamais ficou completamente esclarecido.

Em abril de 1936, foi preso e afastado da prefeitura carioca.

Permaneceu no cárcere por mais de um ano, e ao ser solto, em setembro de 1937, foi saudado por calorosas manifestações populares. Pronunciou, nessa ocasião, violento discurso contra o Governo Federal e declarou apoio à candidatura do governador paulista Armando de Sales Oliveira à presidência da República.

As eleições presidenciais, marcadas para janeiro do ano seguinte, acabaram, porém, não se realizando em virtude do golpe de estado decretado por Getúlio Vargas em novembro de 1937, instaurando a ditadura do Estado Novo. Antes disso, em outubro, Pedro Ernesto foi novamente preso. Libertado três meses depois, afastou-se das atividades políticas.

Faleceu no Rio de Janeiro, em 1942.