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Stanislaw Ponte Preta

SÉRGIO MARCUS RANGEL PORTO
(45 anos)
Cronista, Escritor, Radialista e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (11/01/1923)
+ Rio de Janeiro, RJ (30/09/1968)

Era mais conhecido por seu pseudônimo Stanislaw Ponte Preta.

Sérgio começou sua carreira jornalística no final dos anos 40, atuando em publicações como as revistas Sombra e Manchete, e os jornais Última Hora, Tribuna da Imprensa e Diário Carioca.

Nesse mesmo período Tomás Santa Rosa também atuava em vários jornais e boletins como ilustrador. Foi aí que surgiu o personagem Stanislaw Ponte Preta e suas crônicas satíricas e críticas. Uma criação de Sérgio juntamente com Santa Rosa - o primeiro ilustrador do personagem -, inspirado no personagem Serafim Ponte Grande de Oswald de Andrade.

Sérgio Porto também contribuiu com publicações sobre música e escreveu shows musicais para boates, além de compor a música "Samba do Crioulo Doido" para o Teatro Rebolado.

Foi também o criador e produtor do concurso de beleza As Certinhas do Lalau, onde figuravam vedetes de primeira grandeza, como Anilza Leone, Diana Morel, Rose Rondelli, Maria Pompeo, Irma Alvarez e muitas outras.

Conhecedor de Música Popular Brasileira e jazz, ele definia a verdadeira MPB pela sigla MPBB - Música Popular Bem Brasileira. Era boêmio, de um admirável senso de humor e sua aparência de homem sisudo escondia um intelectual peculiar capaz de fazer piadas corrosivas contra a Ditadura Militar e o moralismo social vigente, que fazem parte do Festival de Besteiras que Assola o País (FEBEAPA), uma de suas maiores criações.

FEBEAPA

Festival de Besteiras que Assola o País (FEBEAPA) tinha como característica simular as notas jornalísticas, parecendo noticiário sério. Era uma forma de criticar a repressão militar já presente nos primeiros Atos Institucionais (que tinham a sugestiva sigla de AI). Um deles noticiou a decisão da Ditadura Militar de mandar prender o autor grego Sófocles, que morreu há séculos, por causa do conteúdo subversivo de uma peça encenada na ocasião.

Satirizando o colunista Jacinto de Thormes (pseudônimo de Maneco Muller), Sérgio, na pele de Stanislaw Ponte Preta, criou uma seção chamada As Certinhas do Lalau, onde cada edição falava de uma musa da temporada, e muitas vedetes e atrizes foram eleitas Certinhas pela pena admirável do jornalista.

Alcançou a fama por seu senso de humor refinado e a crítica mordaz aos costumes nos livros Tia Zulmira e Eu e FEBEAPA. Sua jornada diária nunca era inferior a 15 horas de trabalho. Escrevia para o rádio, para a TV, onde chegou a apresentar programas, e também para revistas e jornais, além de idealizar seus livros. O excesso de obrigações seria demais para o cardíaco Sérgio Porto, que morreu vítima de um infarto aos 45 anos de idade.

Sérgio não viveu para presenciar o AI-5, mas em sua memória um grupo de jornalistas e intelectuais fundou o semanário O Pasquim, em 1969.

Frases

  • "Uma feijoada só é completa quando tem ambulância de plantão"
  • "Todos os dias são do caçador. Só o último dia do caçador é o da caça"
  • "A diferença entre ele mastigando e um boi ruminando está no ar distinto e no olhar inteligente do boi"
  • "A mulher ideal e sempre a dos outros"
  • "Algumas mulheres usam a altivez para esconder a burrice"
  • "As vezes eu tenho a impressão de que meu anjo da guarda esta gozando licença-prêmio"
  • "Dono de cartório de protesto e uma espécie de cafetão da desgraça alheia"
  • "Lavar a honra com sangue suja a roupa toda"
  • "Pelo jeito que a coisa vai, em breve o terceiro sexo estará em segundo"
  • "Cristão é o cara que crê em Cristo, carola é o que teme"
  • "Consciência é como a vesícula: a gente só se preocupa com ela quando dói"
  • "A melhor coisa que existe na televisão é o botão de desligar"
  • "O sol nasce para todos. A sombra para quem é mais esperto"
  • "Quem diz que futebol não tem lógica ou não entende de futebol ou não sabe o que é lógica"
  • "Basta ler meia página do livro de certos escritores para perceber que eles estão despontando para o anonimato"
  • "Homem que desmunheca e mulher que pisa duro não enganam nem no escuro"
  • "Política tem esta desvantagem: de vez em quando o sujeito vai preso em nome da liberdade"
  • "Televisão é uma máquina de fazer doidos"
  • "A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento"
  • "Mentia com tanta ênfase que até mesmo o contrário do que dizia estava longe de ser a verdade"


Dom Augusto Álvaro

AUGUSTO ÁLVARO DA SILVA
(92 anos)
Cardeal

* Recife, PE (08/04/1876)
+ Salvador, BA (14/08/1968)

Augusto Álvaro da Silva recebeu sua formação filosófica e teológica no Seminário de Olinda. Recebeu em 05 de Março de 1899, o sacramento da Ordem, e depois trabalhou como pastor da paróquia e mestre de cerimônias da catedral de Olinda.

Religioso católico, Sacerdote (05/03/1899), tornou-se Bispo de Floresta, PE (22/10/1911), foi transferido para Barra do Rio Grande, BA (1915). Arcebispo de Salvador (17/12/1924 a 14/08/1968, sua morte) e primaz do Brasil (1925, pelo Papa Pio XI).

Criou a Casa dos Padres para sacerdotes idosos e empenhou-se na construção do Seminário Central da Bahia. Cardeal de 12/01/1953, pelo Papa Pio XII a 1968, sua morte.

Fonte: Projeto VIP

Mascarenhas de Moraes

JOÃO BATISTA MASCARENHAS DE MORAES
(84 anos)
Militar

* São Gabriel, RS (13/11/1883)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/09/1968)

Foi um dos comandantes da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, tendo combatido na Itália em 1944 e 1945.

Carreira Militar

Aos 14 anos, já morando sozinho em Porto Alegre, trabalhando e estudando, conseguiu ingressar na Escola Preparatória e Tática de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Ao sair de lá, após a conclusão do curso, foi ingressar na Escola Militar do Brasil, conhecida por Escola da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro.

General Mascarenhas de Moraes ao centro (Foto: FGV-CPDOC)
Durante a Revolução de 1930, manteve sua lealdade ao presidente Washington Luís e foi preso pelos rebeldes liderado por Getúlio Vargas, que no futuro se tornaria presidente, após a expulsão de Washington Luís.

Após a liberação, Mascarenhas continuou sua carreira no exército. Foi colocado sob prisão pela segunda vez, quando proclamou o seu apoio a uma revolta militar e civil contra Getúlio Vargas, em São Paulo (1932). Mais uma vez, após a derrota do levante, Mascarenhas foi liberado e não processado.

Em 1935, enquanto comandava a Escola Militar do Realengo, Mascarenhas de Moraes tomou parte na luta contra um levante comunista no Rio de Janeiro. Desta vez sua lealdade era com o governo constitucional de Getúlio Vargas.

Em 1937, tornou-se general-de-brigada e foi transferido para comandar a 9ª Região Militar em Campo Grande, hoje no Mato Grosso do Sul. No ano seguinte, foi nomeado comandante da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Infantaria, no Rio de Janeiro.

Zenóbio da Costa, Mascarenhas de Moraes e Cordeiro de Farias
Da capital fluminense acompanhava o desenrolar das operações de guerra na Europa e no Atlântico Sul, com o afundamento do Couraçado Admiral Graf Spee.

Nesse momento, a questão do saliente nordestino começa a circular nos meios militares. E é ai que o general Mascarenhas de Moraes resolve pleitear, junto ao Ministro da Guerra, um comando fora do Rio de Janeiro, de preferência no Nordeste, no que foi atendido.

No ano de 1941 é designado comandante da 7ª Região Militar, em Recife. A partir desse momento começa a se engajar definitivamente nos misteres relativos à eventual preparação militar do Brasil para a Segunda Guerra Mundial. Comandando a 7ª Região Militar, passava a comandar a área estratégica mais importante do território brasileiro nessa hora de conflito.

Em 1943 ele foi nomeado comandante da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária da Força Expedicionária Brasileira.

O general chegou a Itália com as primeiras tropas brasileiras em junho de 1944 e comandou as forças brasileiras até a rendição das Potências do Eixo na Itália, em 2 de maio de 1945.

Após o fim da guerra, ele retornou ao Brasil e, em 1946, foi promovido a marechal, por ato do Congresso Nacional, e recebeu o comando da 1ª Região Militar na então capital brasileira, Rio de Janeiro.

Em 1953 foi nomeado chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), oportunidade em que acompanhou a crise política que levaria ao suicídio de Getúlio Vargas no ano seguinte. Depois do suicídio do presidente, em agosto de 1954, ele retornou para a reserva e publicou as suas memórias, como comandante da Força Expedicionária Brasileira.

Em 1955, apoiou o golpe militar liderado pelo general Teixeira Lott, que garantiu a posse de Juscelino Kubitschek na Presidência da República.

Homenagens

Em São Gabriel, cidade de seu nascimento, encontra-se, na Praça Fernando Abbott, um nobre monumento em sua homenagem. Nele estão escritas as batalhas que o marechal comandou na Segunda Guerra Mundial.

Condecoração

A Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (ANVFEB), instituiu em sessão do dia 14 de agosto de 1969 a Medalha Marechal Mascarenhas de Morais, cuja finalidade é homenagear de forma permanente, objetiva e condigna, pessoas físicas ou jurídicas que tenham prestado significativos serviços à FEB, ou que venham a prestar relevantes serviços à Associação ou a classe por ela assistida.

O Grêmio do Colégio Militar de Curitiba recebeu o nome de Sociedade Recreativa Marechal Mascarenhas de Moraes em sua homenagem.

Fonte: Wikipédia

Assis Chateaubriand

FRANCISCO DE ASSIS CHATEAUBRIAND BANDEIRA DE MELO
(75 anos)
Jornalista, Empresário, Mecenas, Advogado, Professor, Escritor, Político e Membro da Academia Brasileira e Letras

☼ Umbuzeiro, PB (04/10/1892)
┼ São Paulo, SP (04/04/1968)

Mais conhecido como Assis Chateaubriand ou Chatô, foi um dos homens mais influentes do Brasil nas décadas de 40 e de 50 em vários campos da sociedade brasileira. Assis Chateaubriand criou e dirigiu a maior cadeia de imprensa do país, os Diários Associados: 34 jornais, 36 emissoras de rádio, 18 estações de televisão, uma agência de notícias, uma revista semanal, O Cruzeiro, uma mensal, A Cigarra, várias revistas infantis e uma editora.

Assis Chateaubriand foi um magnata das comunicações no Brasil entre o final dos anos 30 e início dos anos 60, dono dos Diários Associados, que foi o maior conglomerado de mídia da America Latina, que em seu auge contou com mais de cem jornais, emissoras de rádio e TV, revistas e agência telegráfica.

Também é conhecido como o co-criador e fundador, em 1947, do Museu de Arte de São Paulo (MASP), junto com Pietro Maria Bardi, e ainda como o responsável pela chegada da televisão ao Brasil, inaugurando em 1950 a primeira emissora de TV do país, a TV Tupi. Foi Senador da República entre 1952 e 1957.

Figura polêmica e controversa, odiado e temido, Assis Chateaubriand já foi chamado de Cidadão Kane brasileiro, e acusado de falta de ética por supostamente chantagear empresas que não anunciavam em seus veículos e por insultar empresários com mentiras, como o industrial Francisco Matarazzo Júnior. Seu império teria sido construído com base em interesses e compromissos políticos, incluindo uma proximidade tumultuada porém rentosa com o Presidente Getúlio Vargas.

Biografia

Filho de Francisco José Bandeira de Melo e de Maria Carmem Guedes Gondim Bandeira de Melo, foi batizado Francisco de Assis por ter nascido no dia dedicado ao santo, a quem a mãe era devota. O nome Chateaubriand tem origem na admiração do pai pelo poeta e pensador francês François-René de Chateaubriand, a ponto de comprar uma escola em meados do século XIX, na região de São João do Cariri, PB, dando-lhe o nome do pensador francês. Logo, Francisco José passou a ser conhecido na região como "Seu José do Chateaubriand", que, por corruptela, derivou para "José Chateaubriand". O nome ficou tão vinculado a Francisco José que ele batizou seus filhos com o sobrenome francês.

Nascido na Paraíba, formado pela Faculdade de Direito do Recife. A estréia no jornalismo aconteceu aos quinze anos, na Gazeta do Norte, escrevendo para o Jornal Pequeno e para o veterano Diário de Pernambuco. Neste, enfrentou uma situação inusitada: teve que dormir na redação do jornal, chegando a pegar em armas, para se defender da multidão que se empoleirava à frente do jornal em protesto contra a vitória do candidato Francisco de Assis Rosa e Silva, proprietário do jornal.

Em 1917, já no Rio de Janeiro, colaborou para o Correio da Manhã, em cujas páginas publicaria impressões da viagem à Europa que realizou em 1920.

Em 1924, assumiu a direção d'O Jornal - denominado "Órgão Líder dos Diários Associados" - e, no mesmo ano, conseguiu comprá-lo graças a recursos financeiros fornecidos por alguns Barões do Café liderados por Carlos Leôncio (Nhonhô) Magalhães, e por Percival Farquhar, de quem Assis Chateubriand, alegadamente, teria recebido como honorários advocatícios.

Substituiu artigos monótonos por reportagens instigantes e deu certo. A partir de então, começou a constituir um império jornalístico, ao qual foi agregando importantes jornais, como o Diário de Pernambuco, o jornal diário mais antigo da América Latina, e o Jornal do Comércio, o mais antigo do Rio de Janeiro.

Em 1925, Assis Chateubriand arrebatou o Diário da Noite, de São Paulo. À altura, já possuía os jornais líderes de mercado das principais capitais brasileiras.

A ascensão do império jornalístico de Assis Chateaubriand deve ser entendida no quadro das transformações políticas do Brasil durante as décadas de 20 e 30, quando o consenso político oligárquico e fechado da República Velha, centrado em torno da elite agrária de São Paulo, começou a ser contestado por elites burguesas emergentes da periferia do país. Não é uma coincidência que Assis Chateubriand tenha apoiado o Movimento Revolucionário de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, assim como, durante toda sua vida, tenha fanfarroneado a condição de provinciano que chegou ao centro do poder como uma espécie de bucaneiro político.

A ética quase nunca constava da estratégia empresarial: chantageava as empresas que não anunciassem em seus veículos, publicava poesias dos maiores anunciantes nos diários e mentia descaradamente para agredir os inimigos. Farto de ver o nome na lista de insultos, o industrial Francisco Matarazzo Júnior ameaçou "resolver a questão à moda napolitana: pé no peito e navalha na garganta"Assis Chateaubriand devolveu: "Responderei com métodos paraibanos, usando a peixeira para cortar mais embaixo".

Foi também inimigo declarado de Ruy Barbosa e de Rubem Braga. Apesar disso, Assis Chateaubriand teve relação cordiais, e sempre movidas a interesses econômicos, com muitas pessoas influentes como Rodrigues Alves, Alexander Mackenzie, presidente do poderoso truste canadense de utilidades públicas São Paulo Tramway, Light And Power Company, o empresário americano Percival FarquharGetúlio Vargas.

Durante o Estado Novo, conseguiu de Getúlio Vargas a promulgação de um decreto que lhe deu direito à guarda de uma filha, após a separação da mulher. Nesse episódio, proferiu uma frase célebre: "Se a lei é contra mim, vamos ter que mudar a lei".

Em 1952, foi eleito Senador pela Paraíba e, em 1955, pelo Maranhão, em duas eleições escandalosamente fraudulentas.

Caracterizou-se, muito embora fosse um representante típico da burguesia nacional emergente da época, pelas posturas pró-capital estrangeiro e pró-imperialismo, primeiro o britânico, depois o americano: além de muito ligado aos interesses da City Londrina (a escandalosa embaixada na Inglaterra, na década de 1950, foi a realização de um velho sonho pessoal), conta a anedota que ele teria uma vez dito que o Brasil, perante os Estados Unidos, estava na condição de uma "Mulata Sestrosa" que tinha de ceder às vontades dos seu gigolô. Ele era temido pelas campanhas jornalísticas que movia, como a em defesa do capital estrangeiro e contra a criação da Petrobrás.

Assis Chateaubriand sempre buscou adquirir novas tecnologias para os Diários Associados. Foi assim com a máquina Multicolor, a mais moderna máquina rotativa da época, sendo o grupo de Assis Chateaubriand o primeiro e único a possuir uma por longo tempo, na América Latina. Foi assim também com os serviços fotográficos da Wide World Photo, que possibilitava a transmissão de fotos do exterior com uma rapidez muito maior do que possuía qualquer outro veículo nacional. O mesmo se deu com a publicidade: grandes contratos de exclusividade para lançamento de produtos com a General Eletric e para o pó achocolatado Toddy, cujos anúncios estavam sempre nas paginas dos jornais e revistas.

A orientação publicitária de Assis Chateaubriand para seus veículos começou a funcionar tão bem que os jornais dos Diários Associados passaram a anunciar os mais diversos produtos e serviços, desde modess a cheques bancários, algo tido como inédito na década de 1930, no Brasil.

Publicou mais de 11.870 artigos assinados nos jornais, dando oportunidades a escritores e artistas desconhecidos que depois virariam grandes nomes da literatura, do jornalismo e da pintura, como: Graça Aranha, Millôr Fernandes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Cândido Portinari e outros.

Com o tempo, Assis Chateaubriand foi dando menos importância aos jornais e focando em novas empreitadas, como o rádio e a televisão. Pioneiro na transmissão de televisão brasileira, criou a TV Tupi, em 1950.

Na década de 60, os jornais atolavam-se em dívidas e trocavam as grandes reportagens por matérias pagas. Dois dos veículos de comunicação lançados no início da década de 60 por Assis Chateaubriand, o jornal Correio Braziliense e a TV Brasília, foram fundados em 21 de abril, no mesmo dia da fundação de Brasília.



Projetos Culturais

Em 1941, promoveu a Campanha Nacional da Aviação, com o lema "Deem Asas ao Brasil", na qual foi criada a maioria dos atuais aeroclubes pelo interior do Brasil, juntamente com Joaquim Pedro Salgado Filho, então Ministro da Guerra do governo de Getúlio Vargas.

Fundou o Museu de Arte de São Paulo (MASP) em 1947, com uma coleção particular de pinturas de grandes mestres europeus que ele adquiriu a preços de ocasião na Europa empobrecida do pós-Segunda Guerra Mundial, em aquisições por vezes financiadas à base de chantagem de empresários brasileiros, coleção esta que o presidente Juscelino Kubitschek havia tido o bom senso de, durante seu governo, colocar sob a gestão de uma Fundação, em troca de auxílio governamental ao pagamento de parte da astronômica dívida do Condomínio Associado.

Em 10/08/1967, Assis Chateaubriand entregou ao reitor da Fundação Universidade Regional do Nordeste, hoje Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Edvaldo de Souza do Ó, o primeiro acervo do Museu Regional de Campina Grande, localizado em Campina Grande, Paraíba. O acervo foi chamado de "Coleção Assis Chateaubriand", com cento e vinte peças. A partir de então, o museu passou a ser chamado de "Museu de Artes Assis Chateaubriand".

Academia Brasileira de Letras

Assis Chateaubriand foi o quarto ocupante da cadeira 37, eleito em 30/12/1954, na sucessão de Getúlio Vargas, recebido pelo acadêmico Aníbal Freire da Fonseca em 27/08/1955.

Morte

Assis Chateaubriand trabalhou até o final da vida, mesmo depois de uma trombose ocorrida em 1960, que o deixou paralisado e capaz de comunicar-se apenas por balbucios e por uma máquina de escrever adaptada.

Assis Chateaubriand morreu no dia 04/04/1968, em São Paulo, depois de uma pertinaz doença a que ele resistiu por longos anos, continuando, mesmo paraplégico e impossibilitado de falar, a escrever seus artigos. Morreu com o império se esfacelando e com o surgimento do reinado de Roberto Marinho.

Deixou os Diários Associados para um grupo de vinte e dois funcionários. O Condomínio Acionário das Emissoras e Diários Associados é, conjuntamente, o 6.º maior grupo de comunicações do país. Tendo como carro chefe cinco jornais em grandes cidades do Brasil, líderes em suas respectivas praças, dos quinze que ainda restam.

Estátua de Assis Chateaubriand em Araxá, MG
Representações na Cultura

Assis Chateaubriand já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Luiz Ramalho no filme "Chateaubriand, Cabeça de Paraíba" (2000) e por Antonio Calloni em trecho da minissérie "Um Só Coração" (2004).

Guilherme Fontes dirigiu um projeto de filme sobre Assis Chateaubriand que, por vários problemas de verbas e denúncias de mau uso de leis de incentivo, ainda não foi lançado. O projeto de filme era "Chatô, o Rei do Brasil", que captou recursos incentivados de cerca de 15 milhões de dólares, não ficou pronto e nunca foi exibido nas telas, e teria Marco Ricca no papel de Assis Chateaubriand.

Recentemente, o Governo Federal determinou que o ator Guilherme Fontes e sua sócia, Yolanda Machado Medina Colei, devolvam R$ 35,9 milhões aos cofres públicos por irregularidades na produção do filme. Guilherme Fontes recebeu os recursos federais para fazer o filme, e não concluiu a obra.

Antes, em 2006, o ator foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver R$ 15 milhões pela não-entrega da série de 36 documentários "500 Anos de História do Brasil". O tribunal julgou irregulares as contas da Guilherme Fontes Filmes Ltda. Embora treze episódios tenham sido produzidos e até mesmo exibidos no canal a cabo GNT, a série, um subproduto do Projeto Chatô, não havia sido concluída. Em seu relatório, o ministro do Tribunal de Contas da União, Marcos Bemquerer Costa disse que ficaram comprovados "dano ao erário e infração às normas legais".

Marcos Manhães Marins escreveu, dirigiu e concluiu o filme "Chateaubriand - Cabeça de Paraíba", em 2000, tendo sido selecionado para quinze festivais e mostras no Brasil e no exterior, sendo uma na Bélgica e outra na França. Foi exibido na TV EducativaTV Cultura, TV Senado, Canal Brasil, TV O Norte na Paraíba, entre outras.

No carnaval de 1999, o Acadêmicos do Grande Rio homenageou com o enredo "Ei, ei, ei, Chateau é o Nosso Rei!" obtendo o 6º lugar entre as escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. A Inocentes de Belford Roxo também homenageou com o enredo "Chatô - A Fanfarra do Homem Sério Mais Engraçado do Brasil", terminando em 2º lugar entre as escolas de samba do Grupo de Acesso B, quase perto de subir para o Grupo de Acesso A.

Fonte: Wikipédia

Vicente Celestino

ANTÔNIO VICENTE FILIPE CELESTINO
(73 anos)
Cantor, Compositor, Instrumentista e Ator

* Rio de Janeiro, RJ (12/09/1894)
+ São Paulo, SP (23/08/1968)

Vicente Celestino foi um dos mais importantes cantores brasileiros do século XX.

Nasceu no bairro de Santa Teresa, filho de italianos da Calábria. Dos seis homens (eram onze irmãos), cinco dedicaram-se ao canto e um ao teatro. Desde os 8 anos, por causa de sua origem humilde, Vicente Celestino teve de trabalhar: sapateiro, vendedor de peixe, jornaleiro e, já rapaz, chefe de seção numa indústria de calçados.

Começou cantando para conhecidos e era fã de Enrico Caruso. Antes do teatro cantava muito em festas, serenatas e chopes-cantantes. Estreou profissionalmente cantando a valsa "Flor do Mal" no Teatro São José e fez muito sucesso. Esta música também entrou no seu primeiro disco vendendo milhares de cópias em 1916 na Odeon.


Em 1920 montou uma companhia de operetas, mas sem nunca deixar o carnavalesco de lado, emplacando sucessos como "Urubu Subiu". Rapidamente, depois de oportunidade no teatro, alcançou renome. Formou companhias de revistas e operetas com atrizes-cantoras, primeiro com Laís Areda e depois com Carmen Dora.

As excursões pelo Brasil renderam-lhe muito dinheiro e só fizeram aumentar sua popularidade. Nos anos 20, reinava absoluto como ídolo da canção. Na década de 30 começou a demonstrar seus dotes como compositor resultando em clássicas de seu reportório, como "O Ébrio", sua música mais lembrada até hoje, inclusive transformada em filme por sua esposa.

Vicente Celestino teve uma das mais longas carreiras entre os cantores brasileiros. Quando morreu, às vésperas dos 74 anos, no Hotel Normandie, em São Paulo, estava de saída para um show com Caetano Veloso e Gilberto Gil, na famosa gafieira Pérola Negra, que seria gravado para um programa de televisão.

Na fase mecânica de gravação, fez cerca de 28 discos com 52 canções. Com a gravação elétrica, em 1927, sentiu uma certa inaptidão quanto ao rendimento técnico, logo superada. Aí recomeçaria os sucessos cantados em todo o Brasil.

Vicente Celestino e Gilda de Abreu
Em 1935 foi contratado pela RCA Victor, praticamente daí sua única gravadora até falecer. No total, gravou em 78 RPM cerca de 137 discos com 265 músicas, mais dez compactos e 31 LPs, nestes também incluídas reedições dos 78 RPM.

Vicente Celestino, que tocava violão e piano, foi o compositor inspirado de muitas das suas criações. Duas delas dariam o tema, mais tarde, para dois filmes de enorme público: "O Ébrio" (1946) e "Coração Materno" (1951). Neles Vicente Celestino foi dirigido por sua mulher Gilda de Abreu, cantora, escritora, atriz e cineasta.

Vicente Celestino passaria incólume por todas as fases e modismos, mesmo quando, no final dos anos 50, fiel ao seu estilo, gravou "Conceição", "Creio Em Ti" e "Se Todos Fossem Iguais a Você". Seu eterno arrebatamento, paixão e inigualável voz de tenor, fizeram com que o povo o elegesse como "A Voz Orgulho do Brasil".

Nunca saiu do Brasil e manteve sua voz grave que era marca registrada independente do estilo musical que estava executando. Teve suas músicas regravadas por grandes nomes, como Caetano Veloso, Marisa Monte e Mutantes.

Cena do filme "O Ébrio"
Morte

No dia 23/08/1968, após o jantar, Vicente Celestino subiu para o quarto do Hotel Normandie, em São Paulo. Segundo Gilda de Abreu, sua esposa, ele estava feliz e cantara com entusiasmo: "Abri o peito como havia muito tempo não o fazia. Até os músicos me aplaudiram!". A então viúva narra o último momento de Vicente Celestino, segundo suas memórias:

Abriu a janela, procurando respirar o ar gelado que entrava, mas que não o aliviava [...]. Agarrado a mim, ele disse então a frase que nunca esquecerei:

- Gilda... estou morrendo...

E estava mesmo. Atirando-se de costas sobre a cama, murmurou:

- Meu Deus, mate-me! Mate-me, meu Deus!

Celso Marques

CELSO MARQUES FIGUEIRAS
(25 anos)

Ator

* Barra do Piraí, RJ (18/09/1942)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/09/1968)

Na década de 60, destacou-se como um jovem ator que geralmente fazia o papel de vilão nas telenovelas da autora Glória Magadan. Celso chegou a cursar educação física, carreira que chegou a tentar conciliar com a de ator. Mas ele teve que optar por uma das profissões, afinal o preconceito era grande. Mas o amor pela profissão de atuar falou mais alto e ele ingressa no teatro fazendo peças românticas e de revista.

Quem assistiu as telenovelas feitas por Glória Magadan nos anos 60, certamente se lembrará deste jovem ator.

Começou no teatro no início dos anos 60. Trabalhou no filme Sangue na Madrugada de 1964. Se essa fita ainda existir, será talvez o único registro audiovisual de Celso, pois as telenovelas nas quais participou não existem mais. Ele fez apenas quatro, todas na TV Globo e escritas por Magadan: A Rainha Louca e O Homem Proibido de 1967, O Santo Mestiço e A Gata de Vison de 1968.

No cinema trabalhou em “Sangue na Madrugada” de Jacy Campos em 1964. Na televisão participou dos primórdios da Globo em novelas como “A Rainha Louca”, de 1967, “ Demian, o Justiceiro” (O Homem Proibido) e “O Santo Mestiço”, de 1968, todas escritas por Magadan.

Estava firmando sua carreira na TV quando morre de forma prematura e trágica. Nas primeiras horas do dia 16/09/1968, Marques dirigia seu automóvel acompanhado de dois amigos. Quando cruzou a Av. Rio Branco com a Rua da Assembléia, no centro do Rio de Janeiro, seu carro chocou-se violentamente com um ônibus. A colisão foi tão forte que o veículo do ator foi jogado de encontro a uma árvore, arrancando-a. Celso chegou a ser levado com vida para o hospital Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos, vindo a falecer dois dias antes de completar 26 anos.

Seu enterro parou Barra do Piraí.

Quando morreu, Marques atuava na novela “A Gata de Vison”, também de Glória Magadan, vivendo o vilão "Comprido".

Fonte: Wikipédia

Amilton Fernandes

AMILTON FERNANDES
(48 anos)
Ator

* Pelotas, RS (27/04/1919)
+ Rio de Janeiro, RJ (08/04/1968)

O ator Amilton Fernandes iniciou sua carreira no teatro. Logo em seguida, foi trabalhar em tele-teatros em São Paulo, onde fez o "TV de Vanguarda" e o "TV de Comédia".

Guy Loup, Amilton Fernandes e Nathália Timberg
Seu grande sucesso foi como ator principal, o Albertinho Limonta, da novela "O Direito de Nascer" (1964), onde fez par romântico com a atriz Guy Loup. O sucesso do casal foi tanto, que o encerramento da novela teve que acontecer em praça pública. No Rio de Janeiro foi no Maracanã, inteiramente lotado, para que o povo pudesse aclamar seus ídolos. Albertinho Limonta jamais foi esquecido.

No cinema o ator fez os filmes "O Vendedor de Linguiças" (1962), "Quatro Brasileiros em Paris" (1965), "As Cariocas" (1966), "Adorável Trapalhão" (1967), com Renato Aragão, "Juventude e Ternura" (1968) e "Edu, Coração de Ouro" (1968).

Amilton Fernandes faleceu, com 48 anos de idade, após uma longa enfermidade devido a um acidente automobilístico na esquina da Rua São Francisco Xavier com Avenida Heitor Beltrão no bairro do Maracanã, zona norte do Rio de Janeiro. O ator vinha de um ensaio na quadra da Mangueira quando se acidentou.

Como Amilton Fernandes era hemofílico foi operado seis vezes e passou 70 dias internado, mas não resistiu aos ferimentos.

Quando morreu vivia o vilão Dom Ricardo na novela da Rede Globo, "Sangue e Areia" (1967), de Janete Clair. O roteiro da novela teve que ser todo refeito e seu personagem desapareceu da trama.

Nathália Timberg, Amilton Fernandes e Theresa Amayo

Televisão

  • 1958 - Suspeita
  • 1959 - Fim de Semana no Campo
  • 1959 - Doce Lar Teperman
  • 1959 - Adolescência
  • 1959 - A Ponte de Waterloo
  • 1962 - A Noite Eterna
  • 1962 - A Estranha Clementine
  • 1963 - As Chaves do Reino
  • 1963 - Moulin Rouge, a Vida de Tolouse Lautrec ... Rachau
  • 1963 - A Sublime Aventura
  • 1964 - Alma Cigana ... Capitão Fernando
  • 1964 - O Segredo de Laura ... Cláudio
  • 1964 - Quem Casa Com Maria? ... Paulo
  • 1964 - O Direito de Nascer ... Albertinho Limonta
  • 1965 - O Preço de Uma Vida ... André
  • 1966 - O Sheik de Agadir ... Maurice Dummont
  • 1967 - A Rainha Louca ... Xavier
  • 1967 - Sangue e Areia ... Ricardo


Cinema

  • 1962 - O Vendedor de Linguiças
  • 1965 - Quatro Brasileiros em Paris
  • 1966 - As Cariocas
  • 1967 - Adorável Trapalhão
  • 1968 - Edu, Coração de Ouro
  • 1968 - Juventude e Ternura

Fonte: Wikipédia