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José Ermírio de Morais

JOSÉ ERMÍRIO DE MORAIS
(83 anos)
Empresário, Engenheiro e Político

* Nazaré da Mata, PE (21/01/1890)
+ São Paulo, SP (09/08/1973)

José Ermírio de Morais foi um empresário, engenheiro e político brasileiro. Foi senador da República de 1963 a 1971.

Filho de família de fazendeiros do Nordeste, estudou engenharia nos Estados Unidos. Voltando ao Brasil, foi trabalhar em uma fábrica de tecidos no interior de São Paulo, casando depois com a filha do dono. Posteriormente comprou as ações desta empresa e assumiu o seu controle.

Sob sua administração o negócio cresceu e diversificou-se tornando-se o que é hoje o Grupo Votorantim. Já como um dos maiores empresários do Brasil elegeu-se senador pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Fundador e diretor da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (FIESP), comandou mais de 40 empresas em vários estados brasileiros e foi diretor-presidente do Grupo Votorantim.

Foi ministro da agricultura durante o governo João Goulart em 1963, ocupando o cargo durante seis meses.


Em 1962, elegeu-se senador por Pernambuco, na chapa de Miguel Arraes (governador), Paulo Guerra (vice-governador) e Barbosa Lima Sobrinho que disputou mas perdeu a outra vaga ao Senado.

Nessa época, deu apoio financeiro para a criação, no Recife, do jornal Última Hora Nordeste, que começou a circular a 18/06/1962 com o objetivo de fortalecer as forças nacionalistas e foi o único jornal pernambucano a se posicionar contra o golpe militar que acabaria depondo o presidente João Goulart.

No senado, presidiu as comissões de Ajustes Internacionais e Legislação, sobre energia atômica, e a de Agricultura, além de ter participado de várias outras. Durante o governo Jânio da Silva Quadros, chefiou a representação Brasileira em Bonn.

Foi, ainda, presidente da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, engenheiro estadual em Minas Gerais, presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e tesoureiro-geral do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

José Ermírio de Morais foi pai do empresário Antônio Ermírio de Morais.

Morreu em São Paulo, SP, no dia 09/08/1973, aos 83 anos.

Alexandre Vannucchi

ALEXANDRE VANNUCCHI LEME
(22 anos)
Líder Estudantil e Militante da ALN

* Sorocaba, SP (05/10/1950)
+ São Paulo, SP (17/03/1973)

Militante da Ação Libertadora Nacional (ALN). Era filho de José de Oliveira Leme e Egle Maria Vannucchi Leme.

Fez o ginasial no Instituto de Educação Estadual Dr. Júlio Prestes de Albuquerque, em Sorocaba. Cursava o 4° ano de Geologia na USP quando foi assassinado. Foi preso por agentes do DOI/CODI-SP no dia 16 de março de 1973, por volta das 11:00 hs. As torturas inflingidas a Alexandre Vannucchi iniciaram-se assim que deu entrada nas dependências do DOI/CODI, tendo sido a equipe C a primeira a torturá-lo.

Tal equipe era chefiada pelo delegado de polícia conhecido pelo nome de Dr. Jorge e composta pelos seguintes elementos: escrivão de polícia Gaeta, tenente da PM Mário, investigador de polícia conhecido como Oberdan e o carcereiro policial do DOI/CODI conhecido como Marechal.

No dia seguinte, Alexandre Vannucchi foi torturado pelos membros da equipe A, chefiada pelo torturador de nome Dr. José e pelo investigador conhecido por Dr. Tomé e composta por: Caio ou Alemão, Dr. Jacó, Silva, Rubens, todos orientados diretamente pelo comandante daquele departamento, o então major Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Os pais de Alexandre Vannucchi
As torturas prolongaram-se até pouco depois do meio-dia, tendo então Alexandre Vannucchi sido colocado na cela-forte.

Por volta das 17 horas, o carcereiro conhecido pelo nome de Peninha, foi retirá-lo da cela para levá-lo para mais uma sessão de tortura. Alexandre Vannucchi não respondia aos gritos do carcereiro que, intrigado, entrou na escura cela-forte e constatou que estava morto, saindo da cela aos gritos de "o homem morreu". Os torturadores correram todos para ver o corpo de Alexandre Vannucchi e o retiraram da cela-forte, arrastando-o pelas pernas.

Tal cena, assistida por todos os demais presos recolhidos às dependências do DOI/CODI naquele dia, era brutal: Alexandre Vannucchi, sangrava abundantemente na região do abdômen.

A morte de Alexandre Vannucchi foi justificada pelos torturadores, perante a acusação dos demais presos, como tendo sido provocada por suicídio com auxílio de uma lâmina de barbear. Somente no dia 23 de março os órgãos de segurança divulgaram sua morte, com a notícia de que fora atropelado ao tentar fugir à prisão.

Tal versão foi desmentida categoricamente nos depoimentos prestados no mês de julho de 1973, perante a 1ª Auditoria Militar, pelos seguintes presos políticos: Luis Vergatti, Cesar Roman dos Anjos Carneiro, Leopoldina Brás Duarte, Carlos Vítor Alves Delamônica, Walkiria Queiroz Costa, Roberto Ribeiro Martins, José Augusto Pereira, Luís Basílio Rossi e Neide Richopo. Tais depoimentos foram citados pelo ministro do Superior Tribunal Militar, Rodrigo Otávio Jordão Ramos no dia 26 de abril de 1978.

Como a nota oficial só foi divulgada vários dias após o assassinato de Alexandre Vannucchi, sua família só pôde localizar o corpo quando este já se encontrava enterrado. Detalhe bastante significativo é que Alexandre Vannucchi fora enterrado sem qualquer espécie de caixão, em cova rasa e forrada de cal-virgem, a fim de que a decomposição do corpo fosse acelerada e apagadas as marcas evidentes das torturas que o levaram à morte.


Um fato importante que evidencia a farsa montada para encobrir o assassinato de Alexandre Vannucchi sob tortura é a declaração do delegado Sérgio Fernando Paranhos Fleury à família Vanucchi Leme que, em evidente e cínica confissão de "fracasso" dizia "não ter sido possível obter de Alexandre sequer o local de sua própria residência".

Segundo o livro "Gritos de Justiça", de Mário Simas, publicado pela Fundação Getúlio Vargas, seus pais, em 20 de março de 1973, receberam um telefonema anônimo informando que Alexandre Vannucchi se encontrava preso no DOPS/SP. Lá e em outros órgãos da repressão onde o procuraram sempre ouviram negativas. Dias depois, quando sua morte já havia sido publicada pela imprensa, no IML/SP, foram informados que havia sido enterrado como indigente no Cemitério de Perus.

Apesar de haverem constituído advogado imediatamente após a notícia de sua prisão, somente 10 anos depois puderam resgatar seus restos mortais. Foi instaurado um inquérito pelo Departamento de Ordem Política e Social para apurar a morte de Alexandre Vannucchi e encaminhado para a 2ª Auditoria Militar, onde o juiz auditor Nelson da Silva Machado Guimarães encaminhou para o comandante do II Exército e, como era de se esperar, foi arquivado sem solução.

A necrópsia, feita no IML/SP, em 22 de março de 1973, pelos doutores Isaac Abramovitch e Orlando Brandão, confirma a falsa versão oficial publicada de que teria se atirado sob um veículo, sofrendo contusão na cabeça. A certidão de óbito, falsamente atesta sua morte em 17 de março de 1973, após atropelamento na Rua Bresser, SP, quando era levado ao Hospital das Clínicas.

Em 1983, finalmente os restos mortais de Alexandre Vannucchi foram trasladados para Sorocaba, sua terra natal.

Alguns trechos de matéria sobre ele publiclado no O Jornal do Campus (USP):

"Desde muito cedo revelou inteligência viva, muito aberta a todos os conhecimentos humanos. Interessava-se por tudo e, assim que foi alfabetizado, foi tomado por um gosto enorme pela leitura. Não parou mais de ler.

Só depois de sua morte, seus pais souberam que Alexandre fora classificado em 1° lugar no vestibular para a Geologia da USP. Era um típico sorocabano, caipirão. Andava sempre com umas botinhas de cano curto, calças curtas. Era um nativo. Cara gozador, colocava apelido na escola inteira. Tirava um sarro de todo o mundo que não se adaptava às condições de campo nas excursões da Geologia. Cara que não conhecesse passarinho, cobra e história de assombração, ele pegava no pé do coitado. Uma antiga tradição da Geologia, da USP, reza que todo calouro deve receber um apelido. Alexandre ficou conhecido como Minhoca, talvez por ser baixinho, franzino e pelo grande interesse que demonstrou pela profissão. Tinha uma coisa que ele gostava de fazer: traduzir artigos estrangeiros sobre filosofia, política, economia. Ele já estava se especializando em teorias economicas do 3° mundo, questões do subdesenvolvimento ou análise da história da pobreza.

Partilhava de todas as lutas comuns aos estudantes da época: contra o ensino pago, contra a falta de verbas, contra o fechamento do CRUSP. Por outro lado, como estudante de Geologia, foi extremamente preocupado com a questão dos recursos naturais do país devastados pelo capital estrangeiro. Sobre o ciclo da exploração do ferro, editou um boletim especial do Centro Acadêmico da Escola, no qual enumerava as principais jazidas e empresas exploradoras. Tomou posição contra a Transamazônica, do modo como estava sendo feita. E passou a fazer, junto com outros colegas, exposições e palestras em outras faculdades e escolas do 2° grau. Ninguém viu Alexandre ser preso, mas no dia 16 de março de 1973, ele já estava sendo torturado na Operação Bandeirantes (DOI-CODI/SP). Seus gritos o testemunhavam. Para a cela, voltou carregado da sala de torturas. Ainda pode dizer aos outros presos: “Meu nome é Alexandre Vannucchi Leme, sou estudante de Geologia, me acusam de ser da ALN... eu só disse meu nome...

No final da tarde do dia 17, os presos foram obrigados a ficar no fundo das celas, de costas. Mesmo assim, puderam ver um corpo ser arrastado, espalhando sangue por todo o pátio da carceragem. Alexandre fora assassinado.

No dia 30 de março de 1973, foi celebrada uma missa, na Catedral da Sé, por D. Paulo Evaristo Arns com a presença de 3 mil pessoas que chegaram até a Igreja, apesar da intensa repressão policial.

No dia seguinte, 31 de março, o governo comemorou o aniversário do Golpe de Estado de 64, a seleção brasileira jogou, as Forças Armadas marcharam e o general Médici discursou. A nota oficial de sua morte divulgada pelos órgãos de segurança nacional e publicada na grande imprensa informava que Alexandre era terrorista, membro da Ação Libertadora Nacional (ALN) - dissidência do PCB que tentou a luta armada - e morreu atropelado.

As práticas terroristas das quais foi acusado, ocorreram quando Alexandre convalescia de uma operação de apendicite conforme testemunhou seu médico, Dr. Cássio Rosa; ou quando assistia às aulas, como testemunharam colegas e professores. Os presos políticos na época, declararam ao Superior Tribunal Militar que foram testemunhas da morte de Alexandre Vannucchi Leme nas dependências da Operação Bandeirantes, sob torturas. Mesmo diante de tantas provas, o caso foi arquivado. O Ministro Rodrigo Otávio Jordão tentou reabri-lo em 1978, mas seu voto foi vencido por 13 a 1."

Tarsila do Amaral

TARSILA DO AMARAL
(86 anos)
Pintora e Desenhista

* Capivari, SP (01/09/1886)
+ São Paulo, SP (17/01/1973)

Foi uma pintora e desenhista. Uma das figuras centrais da pintura brasileira e da primeira fase do Movimento Modernista Brasileiro, ao lado de Anita Malfatti. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugura o Movimento Antropofágico nas artes plásticas.

Biografia

Nascida em 1 de setembro de 1886, na Fazenda São Bernardo, em Capivari, interior de São Paulo, era filha de José Estanislau do Amaral Filho e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, e neta de José Estanislau do Amaral, cognominado "O Milionário" em virtude da imensa fortuna acumulada em fazendas do interior paulista.

Seu pai herdou a fortuna e diversas fazendas, onde Tarsila e seus sete irmãos passaram a infância. Desde criança, fazia uso de produtos importados franceses e foi educada conforme o gosto do tempo. Sua primeira mestra, a belga Mlle. Marie van Varemberg d’Egmont, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês. Sua mãe passava horas ao piano e contando histórias dos romances que lia às crianças. Seu pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes de sua biblioteca.

Tarsila era tia do geólogo Sérgio Estanislau do Amaral.

Estudos em São Paulo e Barcelona

Tarsila do Amaral estudou em São Paulo, em colégio de freiras do bairro de Santana e no Colégio Sion. E completou os estudos em Barcelona, na Espanha, no Colégio Sacré-Coeur, onde venceu vários concursos de ortografia. Desde cedo a pequena bela jovem interessava-se pela arte, o que resultou em uma artista de primeira.

Primeiro Casamento e Maternidade

Ao chegar da Europa, em 1906, casou-se com o médico André Teixeira Pinto e rapidamente o primeiro casamento da artista chegou ao fim. A diferença cultural do casal era grande. O marido se opunha ao desenvolvimento artístico de Tarsila, já que ele era conservador e para os homens da época, a mulher só deveria cuidar do lar. Revoltada com essa imposição absurda ela se separa e só conseguiu a anulação do casamento anos depois.

Com André Teixeira Pinto teve sua única filha, a menina Dulce, nascida no mesmo ano do casamento. Tarsila se separou logo após a filha nascer e voltou a morar com os pais na fazenda ao lado de Dulce.

Início da Carreira

Começou a aprender pintura em 1917, com Pedro Alexandrino Borges. Mais tarde, estudou com o alemão George Fischer Elpons. Em 1920, viaja a Paris e frequenta a Academia Julian, onde desenhava nus e modelos vivos intensamente. Também estudou na Academia de Émile Renard.

Apesar de ter tido contato com as novas tendências e vanguardas, Tarsila somente aderiu às ideias modernistas ao voltar ao Brasil, em 1922. Numa confeitaria paulistana, foi apresentada por Anita Malfatti aos modernistas Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Esses novos amigos passaram a frequentar seu atelier, formando o Grupo dos Cinco.

Em janeiro de 1923, na Europa, Tarsila se uniu a Oswald de Andrade e o casal viajou por Portugal e Espanha.

De volta a Paris, estudou com os artistas cubista: frequentou a Academia de Lhote, conheceu Pablo Picasso e tornou-se amiga do pintor Fernand Léger, visitando a academia desse mestre do Cubismo, de quem Tarsila conservou, principalmente, a técnica lisa de pintura e certa influência do modelado legeriano.

Fases Pau-Brasil e Antropofagia

Em 1924, em meio à uma viagem de "redescoberta do Brasil" com os modernistas brasileiros e com o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, Tarsila iniciou sua fase artística Pau-Brasil, dotada de cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros, onde surgem os "Bichos Nacionais" (mencionados em poema por Carlos Drummond de Andrade), a exuberância da fauna e da flora brasileira, as máquinas, trilhos, símbolos da modernidade urbana.

Casou-se com Oswald de Andrade em 1926 e, no mesmo ano, realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris.

Em 1928, Tarsila pinta o Abaporu, cujo nome de origem indígena significa "Homem Que Come Carne Humana", obra que originou o Movimento Antropofágico, idealizado pelo seu marido.

A Antropofagia propunha a digestão de influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira.

Em julho de 1929, Tarsila expõe suas telas pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, em virtude da Quebra da Bolsa de Nova York, conhecida como a Crise de 1929, Tarsila e sua família de fazendeiros sentem no bolso os efeitos da crise do café e Tarsila perde sua fazenda. Ainda nesse mesmo ano, Oswald de Andrade separa-se de Tarsila porque ele se apaixonou e decidiu casar com a revolucionária Patrícia Rehder Galvão, conhecida como Pagu. Tarsila passa a sofrer demais com a separação e por perder sua fazenda, e se entrega ainda mais a seu trabalho no mundo artístico.

Em 1930, Tarsila conseguiu o cargo de conservadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Deu início à organização do catálogo da coleção do primeiro museu de arte paulista. Porém, com o advento da Ditadura de Getúlio Vargas e com a queda de Júlio Prestes, perdeu o cargo.

Viagem à URSS e Fase Social

Em 1931, vendeu alguns quadros de sua coleção particular para poder viajar à União Soviética. Nessa época Tarsila viaja com seu novo marido, o médico nordestino Osório César, que a ajudaria a se adaptar às diferentes formas de pensamento políticos e sociais. O casal viajou a Moscou, Leningrado, Odessa, Constantinopla, Belgrado e Berlim. Logo estaria novamente em Paris, onde sensibilizou-se com os problemas da classe operária. Sem dinheiro, trabalhou como operária de construção, pintora de paredes e portas. Logo consegue o dinheiro necessário para voltar ao Brasil, pois com a crise de 1929 ela perdeu praticamente todos os seus bens e sua fortuna.

No Brasil, por participar de reuniões políticas de esquerda e pela sua chegada após viagem à União Soviética, Tarsila é considerada suspeita e é presa, acusada de subversão. Em 1933, ao pintar o quadro Operários, a artista passa por uma fase de temática mais social, da qual são exemplos as telas Operários e Segunda Classe.

Em meados dos anos 30, o escritor Luís Martins, vinte anos mais jovem que Tarsila, passa a ser seu companheiro constante, primeiro de pinturas depois da vida sentimental. Ela se separa de Osório César e se casa com Luís Martins, com quem viveu até os anos 50.

A partir da década de 40, Tarsila passa a pintar retomando estilos de fases anteriores. Expõe nas 1ª e 2ª Bienais de São Paulo e ganha uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) em 1960. É tema de sala especial na Bienal de São Paulo de 1963 e, no ano seguinte, apresenta-se na 32ª Bienal de Veneza.

Últimas Décadas: 1960 e 1970

Em 1965, separada de Luís Martins e vivendo sozinha, foi submetida a uma cirurgia de coluna, já que sentia muitas dores, e um erro médico a deixou paralítica, permanecendo em cadeira de rodas definitivamente.

Em 1966, Tarsila perdeu sua única filha, Dulce, que faleceu devido a Diabetes, para seu desespero. Nesses tempos difíceis, Tarsila declara em entrevista sua aproximação ao Espiritismo.

A partir daí, passa a vender seus quadros, doando parte do dinheiro obtido a uma instituição administrada por Chico Xavier, de quem se torna amiga. Ele a visitava, quando de passagem por São Paulo e ambos mantiveram correspondência.

Morte

Vivendo nos ultimos oito anos numa cadeira de rodas e não resistindo a complicações pós-operatorias, morreu na madrugada de 17/01/1973 na Beneficência Portuguesa e foi sepultada à tarde no Cemitério da Consolação de vestido branco, conforme seu desejo.


Israel Pinheiro

ISRAEL PINHEIRO DA SILVA
(77 anos)
Político

* Caeté, MG (04/01/1896)
+ Caeté, MG (06/07/1973)

Foi um político brasileiro, autoridade responsável pela construção da cidade de Brasília e seu primeiro administrador.

Foi um dos pioneiros da siderurgia no Brasil e diretor da Cia. Cerâmica João Pinheiro. Apoiou a Revolução de 1930 e o Estado Novo de 1937.

Começou na política quando ainda era jovem. Elegeu-se Vereador de Caeté e agente executivo - o prefeito da época - quando tinha somente 26 anos. Logo depois, o governador Benedito Valadares o convidou para ser secretário de Agricultura, Obras Públicas, Indústria e Viação e depois superintendente da Vale do Rio Doce, tornando-se o primeiro presidente da companhia após a sua instituição como empresa.

Escolarização

Israel Pinheiro começou com suas primeiras letras com a preceptora francesa Marie Haulzhuns Melle, que lhe ensinou também francês. Ele teve também outra preceptora, a alemã Marie Lippelt. Apesar de seu pai, João Pinheiro da Silva, ter formação positivista, despediu a preceptora por motivos religiosos.

Com a morte de João Pinheiro da Silva, Helena Pinheiro (sua mãe) foi deixada momentaneamente em sérias dificuldades financeiras, pois a cerâmica que era pertencente à família estava em dívidas. A educação dos filhos foi feita com sacrifício, principalmente na área que incluia a escolarização. Israel que estava com 12 anos e estava pronto para cursar o secundário (segunda série), foi chamado para estudar gratuitamente no Colégio Santa Rosa, mas para seus estudos acabou aceitando a ajuda de Luiz de Vasconcelos, que custeou todos os seus estudos, e também, o ensino superior. Assim, matriculou-se como aluno interno no Colégio Preparatório Santo Estanislau, atual Colégio Anchieta. Ele matriculou-se no colégio no dia 13 de março de 1901.

Em 1912 passa no exame para a Escola de Minas de Ouro Preto, na qual realiza seus estudos superiores. Em 1920 forma-se em Engenharia de Minas, Metalurgia e Civil e viaja à Europa como prêmio de melhor aluno do curso.

Casamento

Casou-se em 2 de fevereiro de 1924 na cidade de Belo Horizonte, com Coracy Uchôa. Coracy era companheira dele nas viagens e encontros políticos, pouco palpitando em seus assuntos particulares e políticos.

Filhos

Junto com Coracy Uchôa teve nove filhos:

- Coracy Uchôa Pinheiro
- Israel Pinheiro Filho
- Helena Uchôa Pinheiro
- Maria Amélia Pinheiro
- João Virgílio Pinheiro
- Maria Eliza Pinheiro
- Maria Inês Uchôa
- Maria Regina Uchôa
- Otávio Uchôa Pinheiro

Formação Política

Em 1945, tornou-se Deputado por Minas Gerais, elaborando a Constituição de 1946, mantendo-se na câmara, reelegendo-se em 1950 e 1954.

Apoiou Juscelino Kubitschek ao governo de Minas Gerais em 1950, e para presidente em 1955.

Tornou-se o presidente da Novacap, a empresa pública que construiu Brasília, tendo sido, após a inauguração oficial em 1960, seu primeiro administrador, durante os últimos meses do Governo Juscelino Kubitschek.

Em 1965, após o Golpe de 1964, candidatou-se ao governo de Minas Gerais, logrando êxito. A sua vitória, junto com a de Negrão de Lima na Guanabara, fez com que o governo militar editasse o AI-2, acabando com o Multipartidarismo.

Apesar de ser oposição ao governo, que durante o seu mandato editou o AI-5, manteve razoáveis relações com o mesmo, completando o mandato. Acabou seu mandato em 1971, falecendo dois anos depois, sendo enterrado na sua terra natal.

Atuação Parlamentar

A trajetória de Israel Pinheiro na Câmara dos Deputados vai da Constituinte de 1946 até a renúncia do mandato, convocado pelo então presidente Juscelino Kubitschek, assumindo a direção da Novacap.

Não sendo um parlamentar de plenário, nem sendo um político voltado para as questões específicas de sua região eleitoral, sua intervenção nos debates se deu através do trabalho nas comissões técnicas, onde tratava das questões do desenvolvimento econômico do país, ao qual procurou dar base estrutural. Basta citarmos um de seus projetos, o da criação do Ministério da Economia, apresentado, com exposição de motivos ao presidente do Brasil, Eurico Gaspar Dutra, em 1947.

Ingressando na política em 1922, quando foi eleito Vereador em Caeté, presidente da Câmara Municipal, e conseqüentemente agente executivo, não podia deixar de ser um homem envolvido com sua época, participando ativamente do debate que se tratava, principalmente depois da Revolução de 1930, entre as correntes agralista e industrialista, que predominavam os debates parlamentares, sem falta.

Herdeiro e seguidor de um dos pensamentos mais férteis da política mineira, o de seu pai João Pinheiro da Silva, não se filiou a nenhuma das correntes, adotando um próprio discurso liberal, com tentativa de encontrar uma solução viável para o desenvolvimento econônico, que aliasse as duas posições.

A atuação de Israel na Câmara dos Deputados, entre 1946 e 1956, foi marcada por suas intervenções nos debates sobre problemas econômicos, mas muito mais que nos debates eminentemente políticos que se tratavam em plenário.

Mais voltado para os trabalhos nas comissões, sua presença estava sempre ligada às discussões em temas sobre os problemas econônicos e falhas no sistema de economia do país que marcavam o período, como, por exemplo, a criação da Petrobrás, a mudança na capital federal e a aprovação dos planos de desenvolvimento no país.

Iniciando sua carreira parlamentar na Constituinte de 1946, teve papel de destaque quando na discussão do capítulo da Ordem Econômica, ao qual apresentou emendas que iriam delinear seu pensamento, que em relação ao modelo de desenvolvimento, pretendia ver implantando, além de marcar sua posição como presidente da influente Comissão de Finanças.

Quando se iniciou a discussão sobre o anteprojeto constitucional, já se sabia que iria ser aprovado uma Constituição que fosse a imagem do PSD, partido pelo qual fora eleito Eurico Gaspar Dutra. A tentativa de se elaborar uma constituição mais avançada ficaria por conta dos parlamentares do PCB, da Esquerda Democrática, de uma ala do PTB e de alguns deputados e senadores da UDN.

Tragédia da Gameleira

Israel Pinheiro era o governador de Minas Gerais à época do desabamento do Pavilhão de Exposições da Gameleira, em Belo Horizonte, tido como o maior acidente da história da construção civil brasileira, em fevereiro de 1971. Centenas de operários trabalhavam em ritmo acelerado para concluir a obra, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Israel tinha pressa, segundo testemunho de sobreviventes e jornalistas, pois pretendia entregar a obra antes do término de seu mandato, em 15 de março daquele ano. Ignorando a opinião de operários, que alertaram os engenheiros sobre fissuras e estalos nos alicerces, foi dada a ordem para a retirada das vigas de sustentação. A estrutura desabou. Foram contados 69 homens mortos e mais de 50 mutilados. Há ainda a suspeita de que muitos outros ficaram soterrados e seus corpos nunca foram encontrados.

O governo e a empresa responsável pela obra, Serviços Gerais de Engenharia S.A. (Sergen), se eximiram da responsabilidade pela tragédia, que causou grande comoção popular. Israel Pinheiro esteve no local da obra no dia anterior. Apesar de ter criado um órgão especialmente para acompanhar a construção, o Estado não cumpriu o seu papel de fiscalização. O pedido de indenização para vítimas e familiares só foi ajuizado em 1984 e até hoje corre na Justiça.

Morte

No dia 4 de julho de 1973, durante um almoço no Palácio da Liberdade com o ex-embaixador japonês no Brasil Fumio Miura, Israel passou mal. Foi levado para o Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, onde foi asssistido por médicos. Depois de fazer exames, permaneceu internado por um dia, em observação médica. Os exames estavam normais, exceto por uma hérnia diafragmática antiga, que parecia estrangulada, projetando uma massa na parte alta do abdômen. A compressão da massa causava vários problemas respiratórios, inclusive Angor Pectoris.

No dia seguinte, à noite, Israel reclamou com seu médico que a dor estava terrível. No dia 6 de julho de 1973, ele morreu de fulminante Angina Pectoris.

Fonte: Wikipédia

Pixinguinha

ALFREDO DA ROCHA VIANNA FILHO
(75 anos)
Flautista, Saxofonista, Orquestrador, Compositor e Arranjador

☼ Rio de Janeiro, RJ (23/04/1897)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/02/1973)

Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha, foi um flautista, saxofonista, orquestrador, compositor e arranjador brasileiro. É considerado um dos maiores compositores da Música Popular Brasileira, contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.

Pixinguinha era filho do músico Alfredo da Rocha Vianna, funcionário dos correios, flautista e que possuía uma grande coleção de partituras de choros antigos, e de Raimunda da Rocha Vianna. Aprendeu música em casa, fazendo parte de uma família com vários irmãos músicos, entre eles o Otávio Vianna, o China. Foi ele quem obteve o primeiro emprego para o garoto, que começou a atuar em 1912 em cabarés da Lapa e depois substituiu o flautista titular na orquestra da sala de projeção do Cine Rio Branco. Nos anos seguintes continuou atuando em salas de cinema, ranchos carnavalescos, casas noturnas e no teatro de revista.

Segundo depoimento dado por Pixinguinha ao Museu da Imagem e do Som (MIS):

"Meu nome completo é Alfredo da Rocha Vianna. Nasci em 23 de abril de 1898, no bairro da Piedade. A rua não posso precisar. Para o meu irmão Léo foi na Rua Alfredo Reis, mas para o João da Baiana e o Donga, foi na Rua Gomes Serpa. O número da casa ninguém sabe ao certo. Só vendo o registro de batismo feito na Igreja de Santana. Meu pai chamava-se Alfredo da Rocha Vianna e minha mãe Raimunda da Rocha Vianna. Meu irmão Léo acha que o nome era Raimunda Maria Vianna."

Apesar das informações contidas em seu depoimento, segundo seus biógrafos Marília Trindade e Arthur de Oliveira, a certidão de batismo de Pixinguinha atesta o ano de 1897 como a data correta de seu nascimento.

Sua mãe casou-se duas vezes e teve um total de 14 filhos. O segundo marido, Alfredo da Rocha Vianna, funcionário dos Correios e Telégrafos, era músico amador. Possuía  grande arquivo de choros e com freqüência promovia em sua casa reunião de músicos entre os quais  os célebres chorões Irineu de Almeida, conhecido como Irineu Batina, Candinho Tombone, Viriato, Neco, Quincas Laranjeiras, entre outros.


Ainda na infância, recebeu  de  sua  prima  Eurídice, conhecida por Santa, o apelido de Pizindim ou Pizinguim, que significa menino bom, ou, em outra hipótese menos aceita, seria a corruptela de bexiguinha, já que quando criança, teria a face marcada por bexiga, nome  que, após várias transformações, veio a dar em Pixinguinha, com o qual  fez carreira e se tornou conhecido de todos os  brasileiros.

Iniciou seus estudos num colégio particular pertencente ao Professor Bernardes, que "dava bolinhos na gente e mandava ficar de joelhos". Transferiu-se para o Liceu Santa Tereza e deste para o Colégio São Bento onde foi sacristão.

Sua numerosa família contava com músicos como seus irmãos Otávio Vianna, o China, que tocava violão de seis e sete cordas, banjo, cantava  e declamava, Henrique e Léo que tocavam cavaquinho e violão, Edith era pianista e Hermengarda não se tornou cantora profissional devido à proibição de seu pai.

Iniciou-se na música pelas mãos de seus irmãos Léo e Henrique que o ensinaram a tocar cavaquinho. Em pouco tempo passou a acompanhar o pai, que o levava aos bailes. Por essa época, a família mudou-se para o bairro do Catumbi,  e os meninos passaram a receber aulas de música de Borges Leitão,  seu vizinho de rua.

Por volta de 1908, compôs sua primeira música, o choro "Lata de Leite". Ainda no bairro do Catumbi, a  família transferiu-se para a Rua Elione de Almeida, passando a residir  num casarão com oito quartos, quatro salas e um enorme quintal, residência que se tornou conhecida como a "Pensão Vianna", devido à bondade de seu pai que abrigava com freqüência amigos em dificuldades financeiras, como Irineu Batina, músico responsável por sua iniciação.

Sua musicalidade impressionou o pai que importou da Itália uma flauta de prata da marca Balacina Biloro, a mais famosa da época, feita por encomenda. Com rápido desenvolvimento no instrumento, Irineu Batina, na época diretor de harmonia da Sociedade Dançante e Carnavalesca Filhas da Jardineira, o levou para tocar na orquestra do rancho, em 1911.


No ano seguinte, Pixinguinha tornou-se diretor de harmonia do rancho Paladinos Japoneses, tomando parte em outro conjunto conhecido por Trio Suburbano, formado por Pedro Sá, no piano, Francisco de Assis, no violino, e por ele, na flauta.

Pixinguinha integrou o famoso grupo Caxangá, com Donga e João Pernambuco. A partir deste grupo, foi formado o conjunto Oito Batutas, muito ativo a partir de 1919.

Em 1927, casou-se com Albertina da Rocha, estrela da Companhia Negra de Revista. O casal passou a residir em uma casa alugada no subúrbio de Ramos.

Na década de 1930 foi contratado como arranjador pela gravadora RCA Victor, criando arranjos celebrizados na voz de cantores como Francisco Alves e Mário Reis. No fim da década foi substituído na função por Radamés Gnattali.

Em 1933,  diplomou-se  em teoria musical no Instituto Nacional de Música. Nesse mesmo ano, Pedro Ernesto o nomeou para o cargo de Fiscal de Limpeza Pública, desejando que Pixinguinha reunisse os colegas de repartição e fundasse uma banda, a Banda Municipal, que faria sua primeira exibição na posse do primeiro prefeito eleito do Distrito Federal, em 1934, que não seria outro senão o próprio Pedro Ernesto.

Em 1935, o casal Betty e Pixinguinha, adotou uma criança, Alfredo da Rocha Vianna Neto, o Alfredinho.

Na década de 40 passou a integrar o Regional de Benedito Lacerda, passando a tocar o saxofone tenor. Algumas de suas principais obras foram registradas em parceria com o líder do conjunto, mas hoje se sabe que Benedito Lacerda não era o compositor, mas pagava pelas parcerias.

Em maio de 1956, Pixinguinha foi homenageado pelo prefeito Negrão de Lima com  a inauguração da Rua Pixinguinha, no bairro de Olaria, onde morava.


Em 1958 sofreu uma segunda crise cardíaca, contornada pelos médicos. Ainda neste ano, recebeu o Prêmio da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, diploma concedido ao melhor arranjador pelo Correio da Manhã e pela Biblioteca Nacional. Durante sua vida, recebeu cerca de 40 troféus.

Em 1961, Jânio Quadros logo após assumir a presidência da República criou o Conselho Nacional de Cultura, e por sugestão do musicólogo Mozart de Araújo, o nomeou Conselheiro, com a nomeação publicada no Diário Oficial.

Em 1964, Pixinguinha sofreu um forte edema pulmonar. Na ocasião, assim reportou o jornal O Globo, em sua edição de 26/06/1964:

"Edema pulmonar agudo levou o músico e compositor Pixinguinha a internar-se ontem à tarde no Hospital Getúlio Vargas, onde, após ser submetido a sangria, foi posto em tenda de oxigênio. Embora seja grave o seu estado, já apresentava melhorias à noite, sempre assistido pelo filho, Alfredinho. Pixinguinha tem 66 anos, 42 dos quais dedicou à música."

Depois de submetido a uma sangria e ser colocado por cerca de cinco horas no balão de oxigênio, foi transferido, no dia seguinte para o Instituto de Cardiologia Aloísio de Castro.  Pelo período de dois anos, afastou-se das atividades artísticas. Um mês depois, o mesmo jornal publicou a seguinte nota:

"Um check-up a que será submetido hoje pelo seu médico assistente, Drº Ernâni Trota, dará a Pixinguinha o direito de deixar o Instituto de Cardiologia, onde está internado há mais de um mês, e marcará sua volta ao saxofone e ao Bar Gouveia, onde, há muitos anos, reúne-se diariamente com Donga e outros companheiros da velha guarda."

Em 1966, foi um dos primeiros a registrar depoimento para a posteridade no Museu da Imagem e do Som.

Em 1967, recebeu a Ordem de Comendador do Clube de Jazz e Bossa,  dirigido por Ricardo Cravo Albin e Jorge Guinle, além do Diploma da Ordem do Mérito do Trabalho, conferido pelo presidente da República e o 5º lugar no II Festival Internacional da Canção, onde concorreu com o choro "Fala Baixinho", feito em parceria com Hermínio Bello de Carvalho.

Em comemoração a seus 70  anos, o Conselho de Música Popular fez realizar uma exposição retrospectiva no Museu da Imagem e do Som (MIS), instituição que promoveu concerto realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no qual tomaram parte Jacob do Bandolim, Radamés Gnattali e o Conjunto Época de Ouro, e do qual resultaria um LP editado pelo Museu da Imagem e do Som.

Em 1972, sua esposa faleceu, fato que lhe abalou profundamente. Nesse mesmo ano, passou a receber aposentadoria pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que lhe atenuou os problemas financeiros.

Morte e Homenagens Póstumas

Pixinguinha faleceu em 17/02/1973, vitimado por problemas cardíacos durante a cerimônia de batismo de Rodrigo Otávio, filho de seu amigo Euclides de Souza Lima, na qual seria padrinho, realizada na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, em pleno domingo de carnaval, no mesmo momento em que a famosa Banda de Ipanema começava a desfilar.

Em 1974, foi homenageado pela Escola de Samba Portela com o enredo "O Mundo Melhor de Pixinguinha", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, com o qual a escola desfilou no carnaval. Embora não ganhando, a repercussão do desfile foi muito grande. Também foi homenageado pelo Ministério da Cultura com seu nome encimando o Projeto Pixinguinha, que enviava elencos de cantores e músicos para todo o Brasil, projeto que seria reativado em 2004, pela Fundação Nacional de Artes (FUNARTE).

No dia 23 de abril comemora-se o Dia Nacional do Choro, e trata-se de uma homenagem ao nascimento de Pixinguinha. A data foi criada oficialmente em 04/09/2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello.

Em 2014, foi homenageado pela escola de samba Mocidade Unida da Mooca campeã do quarto grupo.

Pixinguinha e Louis Armstrong
Composições

  • A Pombinha (Pixinguinha e Donga)
  • A Vida É Um Buraco
  • Aberlado
  • Abraçando Jacaré
  • Aguenta, Seu Fulgêncio (Pixinguinha e Lourenço Lamartine)
  • Ai, Eu Queria (Pixinguinha e Vidraça)
  • Ainda Existe
  • Ainda Me Recordo
  • Amigo Do Povo
  • Assim É Que É
  • Benguelê
  • Bianca (Pixinguinha e Andreoni)
  • Buquê De Flores (Pixinguinha e W. Falcão)
  • Cafezal Em Flor (Pixinguinha e Eugênio Fonseca)
  • Carinhos
  • Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro)
  • Carnavá Tá Aí (Pixinguinha e Josué de Barros)
  • Casado Na Orgia (Pixinguinha e João da Baiana)
  • Casamento Do Coronel Cristino
  • Céu Do Brasil (Pixinguinha e Gomes Filho)
  • Chorei
  • Chorinho No Parque São Jorge (Pixinguinha e Salgado Filho)
  • Cochichando (PixinguinhaJoão de Barro e Alberto Ribeiro)
  • Conversa De Crioulo  (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Dança Dos Ursos
  • Dando Topada
  • Desprezado
  • Displicente
  • Dominante
  • Dominó
  • Encantadora
  • Estou Voltando
  • Eu Sou Gozado Assim
  • Fala Baixinho (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)
  • Festa De Branco (Pixinguinha e Baiano)
  • Foi Muamba (Pixinguinha e Índio)
  • Fonte Abandonada (Pixinguinha e Índio)
  • Fraternidade
  • Gargalhada
  • Gavião Calçudo (Pixinguinha e Cícero de Almeida)
  • Glória
  • Guiomar (Pixinguinha e Baiano)
  • Há! Hu! Lá! Ho! (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Harmonia Das Flores (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)
  • Hino A Ramos
  • Infantil
  • Iolanda
  • Isso É Que é Viver (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)
  • Isto Não Se Faz (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)
  • Já Andei (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Já Te Digo (Pixinguinha e China)
  • Jardim De Ilara (Pixinguinha e C. M. Costal)
  • Knock-Out
  • Lamento
  • Lamentos (Pixinguinha e Vinícius de Moraes)
  • Lá-Ré
  • Leonor
  • Levante, Meu Nego
  • Lusitânia (Pixinguinha e F. G. D.)
  • Mais Quinze Dias
  • Mama, Meu Netinho (Pixinguinha e Jararaca)
  • Mamãe Isabé (Pixinguinha e João da Baiana)
  • Marreco Quer Água
  • Meu Coração Não Te Quer (Pixinguinha e E. Almeida)
  • Mi Tristezas Solo Iloro
  • Mulata Baiana (Pixinguinha e Gastão Vianna)
  • Mulher Boêmia
  • Mundo Melhor (Pixinguinha e Vinícius de Moraes)
  • Não Gostei Dos Teus Olhos (Pixinguinha e João da Baiana)
  • Não Posso Mais
  • Naquele Tempo (PixinguinhaBenedito Lacerda e Reginaldo Bessa)
  • Nasci Pra Domador (Pixinguinha e Valfrido Silva)
  • No Elevador
  • Noite E Dia (Pixinguinha e W. Falcão)
  • Nostalgia Ao Luar
  • Número Um
  • O Meu Conselho
  • Os Batutas (Pixinguinha e Duque)
  • Os Cinco Companheiros
  • Os Home Implica Comigo (Pixinguinha e Carmen Miranda)
  • Onde Foi Isabé
  • Oscarina
  • Paciente
  • Página De Dor (Pixinguinha e Índio)
  • Papagaio Sabido (Pixinguinha e C. Araújo)
  • Patrão, Prenda Seu Gado (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Pé De Mulata
  • Poema De Raça (PixinguinhaZ. ReisBenedito Lacerda)
  • Poética
  • Por Você Fiz O Que Pude (Pixinguinha e Beltrão)
  • Pretensiosa
  • Promessa
  • Que Perigo
  • Que Querê (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Quem Foi Que Disse
  • Raiado (Pixinguinha e Gastão Vianna)
  • Rancho Abandonado (Pixinguinha e Índio)
  • Recordando
  • Rosa (Pixinguinha e Otávio de Sousa)
  • Samba De Fato (Pixinguinha e Baiano)
  • Samba De Nego
  • Samba Do Urubu
  • Samba Fúnebre (Pixinguinha e Vinícius de Moraes)
  • Samba Na Areia
  • Sapequinha
  • Saudade Do Cavaquinho (Pixinguinha e Muraro)
  • Seresteiro
  • Sofres Porque Queres
  • Solidão
  • Sonho Da Índia (PixinguinhaN. N. e Duque)
  • Stella (Pixinguinha e De Castro e Sousa)
  • Teu Aniversário
  • Teus Ciúmes
  • Triangular
  • Tristezas Não Pagam Dívidas
  • Um A Zero (Pixinguinha Benedito Lacerda)
  • Um Caso Perdido
  • Uma Festa De Nanã (Pixinguinha e Gastão Vianna)
  • Vamos Brincar
  • Variações Sobre O Urubu E O Gavião
  • Vem Cá! Não Vou!
  • Vi O Pombo Gemê (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Você É Bamba (Pixinguinha e Baiano)
  • Você Não Deve Beber (Pixinguinha e Manuel Ribeiro)
  • Vou Pra Casa
  • Xou Kuringa (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Yaô Africano (Pixinguinha e Gastão Vianna)
  • Zé Barbino (Pixinguinha e Jararaca)
  • Proezas De Solon
  • Vou Vivendo

Agostinho dos Santos

AGOSTINHO DOS SANTOS
(41 anos)
Cantor e Compositor

* São Paulo, SP (25/04/1932)
+ Paris, França (12/07/1973)

Foi crooner de orquestra, trabalhou nas rádios América e Nacional. Em 1955 foi para o Rio de Janeiro cantar com Ângela Maria e Sílvia Teles na Rádio Mairynk Veiga e gravou, no ano seguinte, o LP "Uma Voz e Seus Sucessos", com músicas de Tom Jobim e Dolores Duran.

Foi intérprete no filme "Orfeu do Carnaval", de Marcel Camus, com trilha sonora de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que lhe rendeu dois grandes sucessos: "Manhã de Carnaval" (L. Bonfá/ Moraes) e "A Felicidade" (Jobim/ Moraes).

Nos anos 50 e 60 ganhou prêmios e atuou como compositor, além de cantor. Participou do Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York (1962) com o conjunto de Oscar Castro Neves. Teve uma rápida passagem pelo Rock'n' Roll nos anos 50, gravando "Até Logo, Jacaré", versão de Julio Nagib para "See You Later, Alligator", de Bill Halley & His Comets.

Excursionou pela Europa.

Faleceu, em 1973, em trágico desastre aéreo nas imediações do Aeroporto de Orly em Paris, no Boing 707 da VARIG, vôo RG-820, Rio-Paris onde morreram 122 pessoas.

Fonte: Wikipédia e Projeto VIP

Piolim

ABELARDO PINTO
(76 anos)
Palhaço

* Ribeirão Preto, SP (27/03/1897)
+ São Paulo, SP (04/09/1973)

Seu pai Galdino Pinto, circense brasileiro, nasceu no interior do estado de São Paulo, de pais fazendeiros. Estudou na cidade de Rezende no Rio de Janeiro, e foi nesta cidade, durante um espetáculo circense que assistiu, que se apaixonou por uma atriz. O resultado é que acabou por ir embora com o circo, tornando-se mais tarde ele próprio um homem de circo. Tornou-se proprietário do Circo Americano, onde teve início sua dinastia.

A dinastia Galdino Pinto tem como seu membro mais ilustre seu filho Abelardo Pinto, o famoso Palhaço Piolim. Nasceu em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo em 27 de março de 1897.

Abelardo Pinto viveu sua infância dentro do circo, envolvido nas mais diferentes atividades. Seu treinamento teve início desde muito cedo, e aprendeu as modalidades de ciclista, saltador, casaca de ferro, acrobata e contorcionista, tendo se destacado nesta última enquanto criança. Aos oitos anos de idade apresentava-se no circo de seu pai como "o menor contorcionista do mundo". Mesmo obtendo sucesso, o menino Abelardo não gostava de suas exibições, como revela mais tarde em seu depoimento ao Museu da Imagem e do Som: "Com oito anos fazia um contorcionismo primário, que só criança pode fazer".

Em entrevista dada ao Jornal Folha de São Paulo em 1957, diz:

"Não fui como os outros meninos, que entravam no circo por baixo do pano. Nasci dentro dele e levava uma vida que causava inveja aos outros garotos. Eu, do meu lado, tinha inveja deles. Eles tinham uma casa, tinham seus brinquedos comuns e podiam ir diariamente à escola. Eu começava a freqüentar um colégio e o circo se transferia. Lá ficava eu sem escola".

Revela ainda ao mesmo jornal que seu sonho era ser engenheiro, queria construir casas, pontes, estradas e castelos. Construiu apenas castelos de sonhos de muita gente. "Sou, de qualquer maneira, um engenheiro e estou feliz com isso".

O circo Americano estava sem seu principal numero: o palhaço havia ido embora. Então. O Sr. Galdino Pinto foi a São Paulo com o intuito de tentar conseguir um substituto. O filho Abelardo, diante dessa situação, resolveu assumir a profissão de palhaço e sobre essa decisão revela mais tarde – "Pensei: se ele fez, eu também posso fazer palhaçadas".

A partir deste momento, o Circo Americano adquire um artista que seria, mais tarde, aclamado como "O Imperador do Riso".

O "Palhaço Piolim" – apelido dado por uns artistas espanhóis que, ao verem o pequeno trabalhador Abelardo, diziam que ele parecia um "piolim" (barbante muito fino) – surgiu em 1918. Uma outra versão da história, contada pelo Jornal Folha de São Paulo, diz que o apelido foi devido a um favor que Abelardo fez ao um cômico e músico violinista espanhol que se apresentou com ele em um espetáculo beneficente da Cruz Vermelha: a corda do violino do espanhol quebrou-se em cena e Abelardo correu para o camarim e trocou a corda quebrada, substituindo-a por uma de seu próprio violino.

O dia de seu nascimento foi escolhido para a data comemorativa do Dia do Circo no Brasil. Foi pai da atriz Ana Ariel, falecida em 2004.

Fonte: http://www.iar.unicamp.br/docentes/luizmonteiro/piolim.htm e Wikipédia

Evaldo Braga

EVALDO BRAGA
(25 anos)
Cantor e Compositor

☼ Campo dos Goytacazes, RJ (28/09/1947)
┼ Três Rios, RJ (31/01/1973)

Evaldo Braga foi um cantor e compositor nascido em Campos dos Goytacazes, RJ, no dia 26/05/1945.

Nos 25 anos em que viveu, o cantor percorreu uma trajetória bastante peculiar, marcada pela tragédia pessoal e pela aclamação popular. Conviveu de forma intensa com a tristeza e a alegria, a sarjeta e a glória, tudo percorrido na velocidade de um cometa.

Evaldo Braga passou a infância no antigo Serviço de Amparo ao Menor (SAM). Existe um boato segundo o qual Evaldo Braga, ainda bebê, teria sido jogado pela mãe biológica numa lata de lixo. Entretanto, esse boato foi veementemente desmentido pelo irmão de Evaldo Braga, o músico e cabeleireiro Antônio C. Braga, em depoimento num documentário realizado por Armando B. Mendes Filho em 1997, intitulado "Evaldo Braga - O Ídolo Negro", que está disponível no site Youtube em três partes (Parte 1, Parte 2 e Parte 3). O esclarecedor depoimento de Antônio C. Braga aparece na parte 2 do documentário, exatamente a 1 minuto e 52 segundos.

Passados os dias de infância no Serviço de Amparo ao Menor (SAM), o jovem Evaldo Braga, assim como tantos outros lá internados naqueles tempos, saiu a procurar uma maneira de ganhar a vida, e também como tantos outros jovens negros como ele pelas cidades brasileiras, passou a trabalhar como engraxate.


Passava os dias engraxando sapatos na Rua Mayrink Veiga, perto da famosa Praça Mauá, rua onde ficava a não menos famosa Rádio Mayrink Veiga, e ali acabou por fazer contato com os artistas daquela rádio e pouco a pouco foi acalentando o desejo de se tornar cantor.

Foi quando conheceu o produtor e compositor Osmar Navarro, que gostou de sua voz e da maneira dele pronunciar bem cada palavra, e o apresentou ao produtor Jairo Pires da gravadora Polydor, que andava procurando um cantor que fizesse frente à Nilton César, contratado de outra gravadora.

Evaldo Braga lançou seu primeiro disco em 1971 e logo se tornou um sucesso com a música "A Cruz Que Carrego" (Isaías Souza), com uma carga dramática e autobiográfica incrível, em versos como "Sinto a cruz que carrego bastante pesada, já não existe esperança no amor que morreu / a solidão e amargura / sempre me marcaram" que imediatamente podem ser remetidos a todo seu drama.

O fato é que essa composição caiu logo no gosto popular e mesmo que a crítica especializada da época não desse muita importância a ele, nem ao menos se dando ao trabalho de avaliar seus dotes vocais e muito menos querendo travar qualquer contato com as músicas que cantava, seu sucesso aumentou, e em 1972, ele lançou "O Ídolo Negro - Volume 2".


Esse seu segundo LP que contou com os arranjos dos maestros Waltel Branco e Perucci, e apresentou novamente uma ambiguidade temática que tanto podia levar a ilações quanto a um relacionamento amoroso desfeito, logicamente a interpretação mais imediata, como remeter também a sua biografia.

Evaldo Braga faleceu com apenas dois discos gravados. Um terceiro foi lançado no ano de sua morte, mas era na realidade, uma coletânea.

Em 2022, 49 anos após seu falecimento, a Música Popular Brasileira passou por transformações avassaladoras, algumas das quais já se processavam quando de sua morte. Com isso teria ele caído no esquecimento? Não, pelo contrário, seu mito manteve-se vivo na memória popular mesmo que nenhuma estação de televisão se dê ao trabalho de apresentar qualquer especial sobre sua vida e carreira.

Em condições normais, ele teria caído no esquecimento, mas, no entanto, mesmo no ano de 2022, depois de 49 anos, seu túmulo é visitado por romarias de fãs no dia de finados, seus discos continuam a ser adquiridos e podem ser encontrados com facilidade nos locais que cultuam a chamada música brega.


Em levantamento recente feito no site Dicionário Cravo Albin da MPB chegou-se a conclusão que seu nome era o mais pesquisado entre todos os quase sete mil verbetes ali catalogados.

Como explicar esse fenômeno de um artista que a crítica esqueceu como apenas mais um representante da música brega, que para muitos cultores da chamada Música Popular Brasileira com letras maiúsculas e garrafais, nem ao menos mereceria uma nota de roda-pé?

Talvez essa explicação ou busca de compreensão não passe apenas pela análise formal de suas gravações, seja daquelas músicas compostas por ele ou daquelas que outros para ele compuseram, mesmo que elas falem muito, por um lado, dele mesmo, numa talvez involuntária autobiografia musical, ou sirvam como trilha sonora de amores baratos e desfeitos na permanente solidão das cidades. Por mais que se buscasse dissecá-las musicalmente nota por nota, ainda assim, haveria quem lhes negasse maior valor exatamente pelo que elas têm de mais valoroso, o gosto e a dicção popular, que muitos até por preconceito logo identificam com som de cabarés. Embora seja certo que o que parece um insulto é na verdade a constatação do quanto as músicas por ele compostas ou gravadas estão entranhadas na musicalidade e na alma popular, e tocam sim nos cabarés onde o amor custa pouco (ou muito dependendo do ponto de vista) e a humanidade exercita de forma explicita suas emoções da maneira mais exacerbada possível.


E não é isso exatamente o que a música brega-romântica faz? Exacerba os sentimentos e lhes dá uma vestimenta que condiz com a alma desbragada de nosso povo, por mais que dizer isso possa parecer tatear no espaço vazio. O fato é que esse derramamento que os intelectuais e membros da elite execram, o povo abraça, e o mais é motivo de discussão, mas que não pode levar a conclusões definitivas sobre o melhor e o pior.

Seja como for, 49 anos depois de sua morte, Evaldo Braga é mais e mais um enigma como pessoa, como artista e como representante artístico dessa face dita bastarda da música popular, execrada e desqualificada pela maioria dos críticos, que é a música brega.

No entanto, a questão aqui não é exatamente discutir o lugar da música brega na Música Popular Brasileira, mas sim, chamar a atenção para o Ídolo Negro, Evaldo Braga, mesmo sem chegar a conclusões sobre ele e seu sucesso, mas muito mais para homenageá-lo e lançar um pouco de luz sobre esse raro cantor negro cuja carreira, que tinha tudo para ser das mais brilhantes da música popular, foi bruscamente cortada por um golpe da sorte numa curva qualquer de uma estrada brasileira.

Morte

Evaldo Braga faleceu na quarta-feira, 31/01/1973, aos 25 anos, vítima de um acidente automobilístico na BR-03, Rio-Bahia, em um Wolkswagem TL, após tentativa de ultrapassagem forçada segundo populares.

Importante ressaltar que no momento do acidente, Evaldo Braga não dirigia o carro, e sim seu motorista.

Seu túmulo é um dos mais visitados pelos fãs no feriado de Finados no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

Discografia

  • 1973 - Evaldo Braga (Polydor)
  • 1972 - O Ídolo Negro Vol. 2 (Polydor)
  • 1972 - O Ídolo Negro (Polydor)

Extras
  • 1987 - Eu Ainda Amo Vocês (Polydor)
  • 1972 - Mis Canciones En Castellano (Polydor)

Tributos
  • 1973 - Os Garotos da Praia Interpretam o Inesquecível Evaldo Braga (Som / Copacabana)

Coletâneas
  • 2001 - Sem Limite - Evaldo Braga (Universal Music)
  • 1999 - Millennium - 20 Músicas do Século XX - Evaldo Braga (Universal Music)
  • 1983 - O Inesquecível Evaldo Braga (Elenco / Opus) 
  • 1981 - A Voz de Evaldo Braga (Polyfar / Philips)
  • 1977 - Série Autógrafo de Sucessos - Evaldo Braga (Polyfar / Philips)
  • 1975 - O Imortal (Polyfar / Philips)
  • N/D - Minha História - Evaldo Braga (Polygram)

Compactos / Singles
  • 1969 - Dois Bobos / Não Importa (RCA Victor)
  • 1971 - Só Quero / Por Uma Vez Mais (Polydor)
  • 1972 - Nunca Mais, Nunca Mais / Meu Deus / A Cruz Que Carrego / Eu Desta Vez Vou Te Esquecer (Polydor)
  • 1972 - Todas As Noites / Nunca Mais, Nunca Mais (Polydor)
  • 1972 - O Ídolo Negro Vol. 2 (Polydor)

Fonte: Wikipédia
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