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Lucy Meirelles

CROTHILDE SIGNORI
(54 anos)
Atriz

* Itirapina, SP (07/09/1928)
+ São Paulo, SP (20/11/1982)

Lucy Meirelles era o nome artístico de Crothilde Signori.

Começou a carreira artística em 1954, como radio-atriz, na Rádio Nacional. Mudou-se para São Paulo, destacando-se em várias novelas das décadas de 60 e 70.

Trabalhou na TV Excelsior, TV Record e TV Tupi.

Televisão

1978 - João Brasileiro, o Bom Baiano
1977 - Éramos Seis ... Karine
1976 - Tchan, a Grande Sacada ... Sofia
1975 - Um Dia, o Amor ... Suely
1974 - Ídolo de Pano ... Guiomar
1974 - Os Inocentes ... Isabel
1973 - Mulheres de Areia ... Isaura
1972 - O Leopardo ... Celina
1972 - Os Fidalgos da Casa Mourisca
1971 - Sol Amarelo
1971 - Os Deuses Estão Mortos
1970 - As Pupilas do Senhor Reitor ... Brásia
1969 - Dez Vidas
1969 - Os Estranhos
1968 - Os Diabólicos
1965 - O Ébrio
1965 - Marina ... Laura
1965 - A Sombra do Passado ... Carmem
1962 - O Vigilante Rodoviário (Episódio: A Extorsão)

Cinema

1981 - Bonitinha Mas Ordinária
1967 - O Vigilante em Missão Secreta
1964 - O Vigilante e os Cinco Valentes


Morte

Solteira, foi encontrada morta aos 54 anos, no apartamento que morava no bairro do Sumaré, vítima de um Ataque Cardíaco.

Seu último trabalho na TV foi na novela da TV Tupi, João Brasileiro, o Bom Baiano e no cinema em uma pequena participação em Bonitinha Mas Ordinária.

Benjamim Sodré

BENJAMIN DE ALMEIDA SODRÉ
(89 anos)
Jogador de Futebol, Almirante de Esquadra e Escoteiro

* Messejana, CE (10/04/1892)
+ Rio de Janeiro, RJ (01/02/1982)

Ficou conhecido como Mimi Sodré. Campeão em 1910 e 1912, pelo Botafogo. Em 1912, também foi artilheiro do certame, com 12 gols.

Filho de Lauro de Almeida Sodré e que mais tarde se tornaria um personagem muito importante na história do escotismo brasileiro. Curiosamente, Benjamin Sodré, que mais tarde seria conhecido pelos escoteiros como O Velho Lobo, teve em sua vida muitas passagens e características semelhantes às de Robert Baden-Powell.

Ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro e depois de terminar seus estudos secundários prestou concurso para admissão na Escola Naval sendo aprovado em primeiro lugar. Fez brilhante carreira na Marinha, sobrevivendo ao naufrágio do Rebocador Guarani em 1913 e chefiando a Comissão Naval Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. Tornou-se almirante em 1954.

O Velho Lobo, assim como o fundador Robert Baden-Powell, tinha uma série de talentos e interesses diferentes. Foi professor de astronomia, navegação e história da Escola Naval, publicou diversos trabalhos, foi maçom e sobretudo um excelente jogador de futebol, ponta esquerda do time do America, Botafogo e da Seleção Brasileira entre 1910 e 1916.

Desde que entrou em contato com o Movimento Escoteiro tornou-se um grande seguidor dos ideais de Robert Baden-Powell, participando da fundação e organização dos Escoteiros do Mar, o primeiro grupo escoteiro de Belém, PA, a Federação de Escoteiros Paranaenses, entre outros. Escreveu o "Guia do Escoteiro" de 1925, uma das mais importantes obras do escotismo brasileiro.

Os escoteiros do Brasil nesse período, eram divididos em diversas federações e não constituíam uma unidade central. Desta forma, O Velho Lobo teve papel fundamental na idealização e criação da União dos Escoteiros do Brasil (UEB), reunindo as quatro primeiras federações: Federação de Escoteiros Católicos do Brasil, Federação Brasileira de Escoteiros do Mar, Federação dos Escoteiros do Brasil e Federação Fluminense de Escoteiros.

Foi honrado com uma série de títulos, entre eles o de Cidadão Honorário do Rio de Janeiro e outros Estados, e medalhas de mérito, presidindo a Ordem do Tapir de Prata, a mais alta condecoração do escotismo brasileiro.

Faleceu em 01/02/1982, pouco mais de dois meses antes de completar 90 anos. Atualmente vários grupos escoteiros, ruas e espaços municipais levam o nome de Almirante Benjamin Sodré, em sua homenagem.

Os escoteiros do Brasil que completam 50 anos de bons serviços para a instituição são reconhecidos com a Medalha Velho Lobo, em referência e homenagem a Benjamim Sodré.

Fonte: Wikipédia

Luiz Jatobá

LUIZ JATOBÁ
(67 anos)
Médico, Locutor e Jornalista

☼ Maceió, AL (05/01/1915)
┼ Nova York, Estados Unidos (09/12/1982)

Luiz Jatobá foi um médico, locutor e jornalista nascido em Maceió, AL, no dia 05/01/1915.

Possuidor de voz privilegiada para locuções radiofônicas e cinematográficas, em 1940, Luiz Jatobá foi convidado para ser locutor da Columbia Broadcasting System (CBS), em Nova York, Estados Unidos, onde se tornou o brasileiro que dava as notícias sobre a Segunda Guerra Mundial e apresentava trailers cinematográficos para a companhia Metro Goldwin Mayer (MGM).

Luiz Jatobá trabalhou na TV Globo quando Mauro Salles era o diretor de jornalismo da emissora. Nessa época, foi para o Jornal da Globo, ao lado de Hilton Gomes e Nathalia Thimberg.

Comandou a primeira edição do Jornal Hoje, ao lado de Léo Batista. No período da Ditadura Militar, Luiz Jatobá sofreu perseguição política por parte do governo brasileiro - novamente dos Estados Unidos, onde retomou a gravação de trailers de cinema, depois de ter percebido que era melhor afastar-se do país.


Sua voz grave e cavernosa era associada à narração dos trailers exibidos, durante décadas, nos cinemas brasileiros, com a mesma intensidade com que a voz misteriosa e sensual de Íris Lettieri passou a ser associada à locução de horários de vôos no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, de tal forma que ir ao cinema, não importa a fita que estivesse em cartaz, na época em que Luiz Jatobá apresentava os trailers, - quase sempre de filmes de Hollywood - importava em ouvir a voz profunda desse médico ortopedista e locutor, como também significava assistir, ouvindo sua música característica, às cenas recentes e cruciais dos principais jogos do desporto brasileiro, especialmente do futebol carioca (Última sessão do Cine-Jornal Canal 100, produzido por Carlos Niemeyer, com a canção "Na Cadência do Samba", de Luiz Bandeira, na versão instrumental sob a orquestração de Waldir Calmon, que muitos, não sabendo o nome da música, diziam a primeira frase da letra: "Que bonito é...").

Luiz Jatobá, a quem coube a narração de parte do noticioso radiofônico oficial "A Hora do Brasil", trabalhou no rádio brasileiro por 45 anos, na época em que os conteúdos veiculados por esse meio de comunicação eram os mais consumidos pelos públicos do Brasil, tendo influenciado na formação de gerações de locutores não apenas de rádio, mas também de cinema, televisão e vídeo, que o veneravam como dono de uma das mais célebres vozes do continente Americano, certamente o mais famoso timbre vocal masculino do Brasil, sendo a voz de Íris Lettieri o seu correspondente feminino.

Luiz Jatobá foi casado com a ex-esposa de Humberto Teixeira, a atriz e pianista Margot Bittencourt (Margarida Jatobá).

Fonte: Wikipédia

Violeta Ferraz

VIOLETA FERRAZ
(79 anos)
Atriz

* Lisboa, Portugal (1903)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/11/1982)

Veio de Portugal para o Brasil com a Companhia Vidigal de Teatro e depois largou-a para trabalhar durante anos no circo.

Grande atriz cômica do teatro de revista português, nascida em Lisboa, radicou-se no Brasil e estreou no cinema em 1938 no filme Está Tudo Aí! dirigido por Mesquitinha, que também atuou no filme. Iniciou sólida carreira em filmes importantes como Pinguinho de Gente (1947) e Quero Essa Mulher Assim Mesmo (1962).

Com grande talento, principalmente para comédias, entre as personagens que interpretou, pelo menos uma é clássica: a masculinizada Madame Pau Pereira em É Fogo na Roupa, de Watson Macedo.

Destacando-se nas chanchadas da Atlântida a partir da década de 40, mesmo tendo reduzido a intensidade de suas apresentações, continuou popular nos anos 60 e 70.

Violeta Ferraz divertia o público com sua persona histriônica, em que sua atuação vinha sempre marcada por muitas caras e bocas inacreditáveis e um humor pra lá de escrachado. Em 1954, a atriz foi contratada por Zilco Ribeiro, quando contribuiu com sua graça, contracenando com Pituca e Sônia Mamede.

Violeta era mãe de Raul Tabajara, importante radialista brasileiro, o primeiro a transmitir uma partida de futebol pela televisão.

Violeta Ferraz faleceu aos 79 anos, em 4 de novembro de 1982.

Renato Corte Real

RENATO GOMIDE CORTE REAL
(57 anos)
Ator e Humorista

☼ Campinas, SP (06/10/1924)
┼ São Paulo, SP (09/05/1982)

Renato Gomide Corte Real nasceu em 06/10/1924, na cidade de Campinas, no interior de São Paulo. Ingressou no mundo artístico em 1953, pela antiga TV Paulista, após vencer um concurso de calouros, com imitação de uma garota-propaganda. Uma semana depois, já contratado pela emissora, começava a sua carreira de comediante, contracenando com a atriz Vera Nunes em "As Aventuras de Suzane", interpretando um cientista louco.

Nas décadas de 60 em 70, passou por diversas emissoras como TV Record, TV Tupi, TV Excelsior e TV Bandeirantes, e por alguns dos programas humorísticos mais famosos da história da televisão brasileira como "Papai Sabe Nada""Grande Show União""Corte Rayol Show""Galeria 81""Alô Brasil, Aquele Abraço""Faça Humor, Não Faça Guerra" e "Satiricom", estes dois últimos ao lado de Jô Soares.

No "Grande Show União" (1961), na TV Record, contracenava com Nair Bello no quadro "Epitáfio e Santinha", baseado na antiga história em quadrinhos "Pafúncio e Maroca". O quadro voltou ao ar no programa "Zorra Total", da TV Globo, com os mesmos textos escritos por ele há mais de 40 anos e seu papel interpretado por Rogério Cardoso.

Renato Corte Real e Jô Soares
Entre 1962 e 1966, na mesma emissora, fez "Papai Sabe Nada", sátira de uma sitcom (Situation Comedy) americana chamada "Papai Sabe Tudo". No programa, dividiu a tela com o humorista Jô Soares, com quem trabalharia outras vezes e de quem se tornaria amigo.

"Papai Sabe Nada" fez enorme sucesso, assim como "Corte Rayol Show" (1965), da TV Record, no qual encarnava com o cantor Agnaldo Rayol uma espécie de versão tupiniquim de Jerry Lewis e Dean Martin.

Dois anos depois, ainda na TV Record, outro sucesso: o programa "Família Trapo", nome inspirado na família Von Trapp, do filme "A Noviça Rebelde" (1965), de Robert Wise. Na comédia, que girava em torno da família do título, contracenou com Ronald Golias e, novamente, com Jô Soares.

Atuou também em novelas, como "Ceará Contra 007" (1965), de Marcos César, na TV Record, e o sucesso "Beto Rockfeller" (1968), de Bráulio Pedroso, na TV Tupi.

Em 1969, na TV Globo, participou do programa "Alô, Brasil, Aquele Abraço", que promovia uma animada gincana entre vários Estados do Brasil. Além dos apresentadores Maria Cláudia e José Augusto Branco, a atração contava com diversos representantes regionais, entre eles Renato Corte Real, que ficava em São Paulo.

Renato Corte Real e Luis
Renato Corte Real participou de seu primeiro humorístico na TV Globo em 1970, em "Faça Humor, Não Faça Guerra", considerado pioneiro ao explorar as possibilidades da linguagem de televisão. Isto porque, se até o final da década de 1960, os humorísticos da TV Globo eram basicamente adaptações de formatos inventados e consagrados no rádio e no teatro de revista, "Faça Humor, Não Faça Guerra" começou a usar quadros de no máximo quatro minutos, alinhavados por piadas rápidas e uma edição que privilegiava os cortes secos.

No programa, Renato Corte Real voltava a contracenar com Jô Soares. A dupla era a estrela da atração, escoltada por um elenco de apoio. Com ele, dividia o quadro Lelé & Dakuka, no qual viviam dois malucos, devidamente fantasiados de Napoleão, que cavalgavam cavalinhos de pau enquanto diziam um texto nonsense. Outros personagens que interpretou estavam o psicanalista Sigismundo Fraude, o faxineiro Humirde e a velhinha Dona Florisbela.

Em 1973, participou de outro humorístico, "Satiricom", novamente com Jô Soares, além de Luiz Carlos Miele, Agildo Ribeiro, entre outros. O programa era uma sátira aos meios de comunicação, parodiando novelas, jornalismo, programas de rádio, clássicos do cinema, programas de auditório etc.


Como em "Faça Humor, Não Faça Guerra", "Satiricom" era calcado em quadros curtos, de cerca de dois minutos. Com Jô Soares, Renato Corte Real também participou da redação do programa.

Na segunda metade dos anos 70, Renato Corte Real deixou o dia a dia da televisão e passou a fazer shows pelo interior do Brasil e em clubes. Ainda fez algumas participações em programas como "Deu a Louca no Show" e "Domingo é Dia de Graça", ambos da TV Tupi. Só voltaria à televisão em 1981, agora no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), tendo sido um dos pioneiros na emissora. Participou do primeiro humorístico do canal, "Reapertura", inspirado no programa "Apertura", da TV Tupi.

Renato Corte Real era contratado do SBT quando morreu em Campinas, sua cidade natal, no dia 09/05/1982, vítima de câncer no fígado e no pâncreas. Deixou a mulher Teresa Ferreira Corte Real, a Bisu, com quem era casado havia 36 anos e contracenara em alguns programas no início de sua carreira, e os filhos Renato Jr.Ricardo Corte Real.

Jackson do Pandeiro

JOSÉ GOMES FILHO
(62 anos)
Cantor e Compositor

* Alagoa Grande, PB (31/08/1919)
+ Brasília, DF (10/07/1982)

Jackson do Pandeiro, nome artístico de José Gomes Filho, foi um cantor e compositor de forró e samba, assim como de seus diversos subgêneros, a citar: baião, xote, xaxado, coco, arrasta-pé, quadrilho, marcha, frevo, dentre outros. Também era chamado de "O Rei do Ritmo".

Paraibano, ele era filho de uma catadora de coco, Flora Mourão, que lhe deu o seu primeiro instrumento: o pandeiro.

Seu nome artístico nasceu de um apelido que ele mesmo se dava: Jack, inspirado em um mocinho de filmes de faroeste, Jack Perry. A transformação para Jackson foi uma sugestão de um diretor de programa de rádio. Dizia que ficaria mais sonoro e causaria mais efeito quando fosse ser anunciado.

Somente em 1953, já com trinta e cinco anos, Jackson do Pandeiro gravou o seu primeiro grande sucesso: "Sebastiana", de Rosil Cavalcanti. Logo depois, emplacou outro grande sucesso intitulado "Forró em Limoeiro", rojão composto por Edgar Ferreira.

Almira Castilho e Jackson do Pandeiro
Foi na rádio pernambucana que ele conheceu Almira Castilho de Alburquerque, com quem se casou em 1956, vivendo com ela até 1967. Depois de doze anos de convivência, Jackson do Pandeiro e Almira Castilho se separaram e ele se casou com a baiana Neuza Flores dos Anjos, de quem também se separou pouco antes de falecer.

No Rio de Janeiro, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson do Pandeiro alcançou grande sucesso com "O Canto da Ema", "Chicletes com Banana", "Um a Um" e "Xote de Copacabana". Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson do Pandeiro em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, coco, samba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval.

O fato de ter tocado tanto tempo nos cabarés aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música, e diz-se que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele. Muitos o consideram o maior ritmista da história da Música Popular Brasileira e, ao lado de Luiz Gonzaga, foi um dos principais responsáveis pela nacionalização de canções nascidas entre o povo nordestino.

Sua discografia compreende mais de 30 álbuns lançados no formato LP. Desde sua primeira gravação, "Forró em Limoeiro", em 1953, até o último álbum, "Isso é Que é Forró!", de 1981, foram 29 anos de carreira artística, tendo passado por inúmeras gravadoras.


Morte

Durante excursão empreendida pelo país, Jackson do Pandeiro que era diabético desde os anos 60, morreu aos 62 anos, no dia 10 de julho de 1982, na cidade de Brasília, em decorrência de complicações de Embolia Pulmonar e Cerebral. Ele tinha participado de um show na cidade uma semana antes e no dia seguinte passou mal no aeroporto antes de embarcar para o Rio de Janeiro. Ele ficou internado na Casa de Saúde Santa Lúcia. Foi enterrado em 11 de julho de 1982 no Cemitério do Cajú na cidade do Rio de Janeiro com a presença de músicos e compositores populares, sem a presença de nenhum medalhão da Música Popular Brasileira.

Discografia


  • 1955 - Jackson do Pandeiro
  • 1956 - Forró do Jackson
  • 1957 - Jackson e Almira - Os Donos do Ritmo
  • 1958 - Forró do Jackson
  • 1959 - Jackson do Pandeiro
  • 1960 - Sua Majestade - O Rei do Ritmo
  • 1960 - Cantando de Norte a Sul
  • 1961 - Ritmo, Melodia e a Personalidade de Jackson do Pandeiro
  • 1961 - Mais Ritmo
  • 1962 - A Alegria da Casa
  • 1962 - ...É Batucada!
  • 1963 - Forró do Zé Lagoa
  • 1964 - Tem Jabaculê
  • 1964 - Coisas Nossas
  • 1965 - ...E Vamos Nós!
  • 1966 - O Cabra da Peste
  • 1967 - A Braza do Norte
  • 1970 - Aqui Tô Eu
  • 1971 - O Dono do Forró
  • 1972 - Sina de Cigarra
  • 1973 - Tem Mulher, Tô Lá
  • 1974 - Nossas Raízes
  • 1975 - A Tuba da Muié
  • 1976 - É Sucesso
  • 1977 - Um Nordestino Alegre
  • 1978 - Alegria Minha Gente
  • 1980 - São João Autêntico de Jackson do Pandeiro
  • 1981 - Isso é Que é Forró!

Fonte: Wikipédia

Adoniran Barbosa

JOÃO RUBINATO
(70 anos)
Cantor, Compositor, Ator e Humorista

☼ Valinhos, SP (06/08/1912)
┼ São Paulo, SP (23/11/1982)

Adoniran Barbosa, nome artístico de João Rubinato, foi um cantor, compositor, humorista e ator, nascido em Valinhos, SP, no dia 06/08/1912.

João Rubinato representava em programas de rádio diversos personagens, entre os quais, Adoniran Barbosa, o qual acabou por se confundir com seu criador dada a sua popularidade frente aos demais.

João Rubinato era filho de Ferdinando e Emma Rubinato, imigrantes italianos da localidade de Cavárzere, província de Veneza.

Aos 10 anos de idade, sua certidão de nascimento foi adulterada para que o ano de nascimento constasse como 1910 possibilitando que ele trabalhasse de forma legalizada: à época a idade mínima para poder trabalhar era de 12 anos.

Adoniran Barbosa abandonou a escola cedo, pois não gostava de estudar. Necessitava trabalhar para ajudar a família numerosa composta de 7 irmãos. Procurando resolver seus problemas financeiros, os Rubinato viviam mudando de cidade. Moraram primeiro em Valinhos, depois Jundiaí, Santo André e finalmente São Paulo.

Em Jundiaí, Adoniran Barbosa conheceu seu primeiro ofício: entregador de marmitas. Aos 14 anos, ainda criança, era encontrado rodando pelas ruas da cidade entregando marmitas e, legitimamente, surrupiando alguns bolinhos pelo caminho.
"A matemática da vida lhe dá o que a escola deixou de ensinar: uma lógica irrefutável. Se havia fome e, na marmita oito bolinhos, dois lhe saciariam a fome e seis a dos clientes; se quatro, um a três; se dois, um a um".
Adoniran Barbosa teve um longo aprendizado, num arco que vai do marmiteiro às frustrações causadas pela rejeição de seu talento. Queria ser artista e escolheu a carreira de ator. Procurou de várias maneiras fazer seu sonho acontecer. Tentou, antes do advento do rádio, o palco, mas foi sempre rejeitado.


Sem padrinhos e sem instrução adequada, o ingresso nos teatros como ator lhe foi para sempre abortado. O samba, no início da carreira, teve para ele caráter acidental. Escolado pela vida, sabia que o estrelato e o bom sucesso econômico só seriam alcançados na veiculação de seu nome na caixa de ressonância popular que era o rádio.

O magistral período das rádios, também no Brasil, criou diversas modas, mexeu com os costumes, inventou a participação popular na maioria das vezes, dirigida e didática. Tiveram elas um poder e extensão pouco comuns para um país rural como o nosso. Inventaram a cidade, popularizaram o emprego industrial e acenderam os desejos de migração interna e de fama. Enfim, no país dos bacharéis, médicos e párocos de aldeia, a ascensão social busca-se outros caminhos e pode-se já sonhar com a meteórica carreira de sucesso que as rádios produzem. Três caminhos podem ser trilhados: o de ator, o de cantor ou o de locutor.

Adoniran Barbosa, aprendiz das ruas, percebeu as possibilidades que se abriram a seu talento. Queria ser ator, popularizar seu nome e ganhar algum dinheiro, mas a rejeição anterior o levou a outros caminhos. Sua inclinação natural no mundo da música é a composição mas, nesse momento, o compositor é somente um mero instrumento de trabalho para os cantores, que compram a parceria e, com ela, fazem nome e dinheiro. Daí sua escolha recair não sobre a composição, mas sobre a interpretação.

Entregou-se ao mundo da música. Buscou conquistar seu espaço como cantor - tinha boa voz, poderia tentar os diversos programas de calouro. Já com o nome de Adoniran Barbosa, tomado emprestado de um companheiro de boêmia e de Luiz Barbosa, cantor de sambas, que admirava – João Rubinato estreou cantando um samba brejeiro de Ismael Silva e Nilton Bastos, o "Se Você Jurar". Foi gongado, mas insistiu e voltou novamente ao mesmo programa, agora cantando o belo samba de Noel Rosa, "Filosofia", que lhe abriu as portas das rádios e ao mesmo tempo serviu como mote para suas composições futuras.

A vida profissional de Adoniran Barbosa se desenvolveu a partir das interpretações de outros compositores. Embora a composição não o atraia muito, a primeira a ser gravada é "Dona Boa", na voz de Raul Torres. Depois gravou em disco "Agora Pode Chorar", que não fez sucesso algum.

Aos poucos se entregou ao papel de ator radiofônico. A criação de diversos tipos populares e a interpretação que deles fazia, em programas escritos por Osvaldo Moles, fizeram do sambista um homem de relativo sucesso. Embora impagáveis, esses programas não conseguiram segurar por muito tempo o compositor que teimava em aparecer em Adoniran Barbosa. Entretanto, foi a partir desses programas que o grande sambista encontrou a medida exata de seu talento, em que a soma das experiências vividas e da observação acurada deu ao país um dos seus maiores e mais sensíveis intérpretes.


O mergulho que Adoniran Barbosa faria na linguagem, suas construções linguísticas, pontuadas pela escolha exata do ritmo da fala paulistana, iam na contramão da própria história do samba. Os sambistas sempre procuraram dignificar sua arte com um tom sublime, o emprego da segunda pessoa, o tom elevado das letras, que sublimavam a origem miserável da maioria, e funcionavam como a busca da inserção social. Tudo era uma necessidade urgente, pois as oportunidades de ascensão social eram nenhumas e o conceito da malandragem vigia de modo coercitivo. Assim, movidos pelos mesmos desejos que tinha Adoniran Barbosa de se tornar intérprete e não compositor, e a partir daí conhecido, os compositores de samba, entre uma parceria vendida aqui e outra ali, davam o testemunho da importância que a linguagem assumia como veículo social.

Mas a escolha de Adoniran Barbosa foi outra, seu mergulho também outro. Aproveitando-se da linguagem popular paulistana, de resto do próprio país, as músicas dele são o retrato exato desta linguagem e, como a linguagem determina o próprio discurso, os tipos humanos que surgem deste discurso representam um dos painéis mais importantes da cidadania brasileira. Os despejados das favelas, os engraxates, a mulher submissa que se revolta e abandona a casa, o homem solitário, social e existencialmente solitário, estão intactos nas criações de Adoniran Barbosa, no humor com que descreve as cenas do cotidiano. A tragédia da exclusão social dos sambistas se revela como a tragicômica cena de um país que subtrai de seus cidadãos a dignidade.

O seu primeiro sucesso como compositor virou canção obrigatória das rodas de samba, das casas de show: "Trem das Onze". É bem possível que todo brasileiro conheça, senão a música inteira, ao menos o estribilho, que se torna intemporal. Adoniran Barbosa alcançou, então, o almejado sucesso que, entretanto, durou pouco e não lhe rendeu mais que uns minguados trocados de direitos autorais. A música, que já havia sido gravada pelo autor em 1951 e não fez sucesso, foi regravada novamente pelos Demônios da Garoa, conjunto musical de São Paulo (esta cidade é conhecida como a terra da garoa, da neblina, daí o nome do grupo). Embora o conjunto seja paulista, a música acontece primeiramente no Rio de Janeiro. E aí sim, o sucesso é retumbante.

Como aconteceu com os programas escritos por Osvaldo Moles, que deram a Adoniran Barbosa a medida exata da estética a ser seguida, o samba inspirou Osvaldo Moles a criar um quadro para a rádio, que se chamava "História das Malocas", com um personagem, que fez sucesso, o Charutinho. De novo ator, Adoniran Barbosa, tendo provado o sucesso como compositor, não mais se afastou da composição.

Arguto observador das atividades humanas, sabia também que o público não se contentava apenas com o drama das pessoas desvalidas e solitárias. Era necessário que se desse a este público uma dose de humor, mesmo que amargo. Compôs para esse público um de seus sambas mais notáveis, um dos primeiros em que trabalhou a nova estética do samba.


Entre a tentativa de carreira nas rádios paulistas e o primeiro sucesso, Adoniran Barbosa trabalhou duro, casou-se duas vezes e frequentou, como boêmio, a noite. Nas idas e vindas de sua carreira teve de vencer várias dificuldades. O trabalho nas rádios brasileiras foi pouco reconhecido e financeiramente instável e muitos passaram anos nos seus corredores e tiveram um fim de vida melancólico e miserável. O veículo que encantava multidões, que fazia de várias pessoas ídolos era também cruel como a vida. Passado o sucesso que, para muitos, era apenas nominal, o ostracismo e a ausência de amparo legal levavam cantores, compositores e atores a uma situação de impensável penúria.

Adoniran Barbosa sabia disso, mas mesmo assim seu desejo falava mais fundo. O primeiro casamento não durou um ano. O segundo, a vida toda: Matilde. De grande importância na vida do sambista, Matilde sabia com quem convivia e não só prestigiava sua carreira como o incentiva a ser quem é e como é, boêmio, incerto e em constante dificuldade. Trabalhava também fora e ajudava o sambista nos momentos difíceis, que eram constantes. Adoniran Barbosa vivia para o rádio, para a boêmia e para Matilde.

Numa de suas noitadas, de fogo, perdeu a chave de casa e não houve outro jeito senão acordar Matilde, que se aborreceu. O dia seguinte foi repleto de discussão. Mas Adoniran era compositor e dando por encerrado o episódio, compôs o samba "Joga a Chave".

Dono de um repertório variado de histórias, o sambista não perdia a vez de uma boa blague. Certa vez, quando trabalhava na Rádio Record, onde ficou por mais de trinta anos, resolveu, após muito tempo ali, pedir um aumento. O responsável pela gravadora disse-lhe que iria estudar o aumento e que Adoniran Barbosa voltasse em uma semana para saber dos resultados do estudo. Quando voltou, obteve a resposta de que seu caso estava sendo estudado. As interpelações e respostas, sempre as mesmas, duraram algumas semanas. Adoniran Barbosa começou a se irritar e, na última entrevista, saiu-se com esta: "Tá certo, o senhor continue estudando e quando chegar a época da sua formatura me avise!"

Nos últimos anos de vida, com o enfisema avançando, e a impossibilidade de sair de casa pela noite, o sambista dedicou-se a recriar alguns dos espaços mágicos que percorreu na vida. Gravou algumas músicas ainda, mas com dificuldade – a respiração e o cansaço não lhe permitiam muita coisa mais – deu depoimentos importantes, reavaliando sua trajetória artística e compôs pouco.

Mas inventou para si uma pequena arte, com pedaços velhos de lata, de madeira, movidos a eletricidade. São rodas-gigante, trens de ferro, carrosséis. Vários e pequenos objetos da ourivesaria popular - enfeites, cigarreiras, bibelôs. Fiel até o fim à sua escolha, às observações que colheu do cotidiano, criou um mundo mágico. Quando recebia alguma visita em casa, que se admirava com os objetos criados pelo sambista, ouvia dele que "alguns chamavam aquilo de higiene mental, mas que não passava de higiene de débil mental...". Como se vê, cultivava o humor como marca registrada. Marca aliás, que aliada à observação da linguagem e dos fatos trágicos do cotidiano, fez dele um sambista tradicional e inovador.

Todo o dinheiro que ganhou gastou ajudando ou comemorando sucessos com os amigos.

Morte

Adoniran Barbosa nasceu e morreu pobre. Faleceu na terça-feira, 23/11/1982, aos 70 anos, em São Paulo, SP, vítima de insuficiência cardíaca agravada por enfisema pulmonar.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #AdoniranBarbosa

Elis Regina

ELIS REGINA CARVALHO COSTA
(36 anos)
Cantora

☼ Porto Alegre, RS (17/03/1945)
┼ São Paulo, SP (19/01/1982)

Elis Regina Carvalho Costa foi uma cantora brasileira. Conhecida por sua presença de palco histriônica, sua voz e sua personalidade, Elis Regina é considerada por muitos críticos, comentadores e outros músicos a melhor cantora brasileira de todos os tempos. Com os sucessos de "Falso Brilhante" e "Transversal do Tempo", ela inovou os espetáculos musicais no país e foi capaz de demonstrar emoções tão contrárias, como a melancolia e a felicidade, numa mesma apresentação ou numa mesma música.

Como muitos outros artistas do Brasil, Elis Regina surgiu dos festivais de música na década de 60 e mostrava interesse em desenvolver seu talento através de apresentações dramáticas. Seu estilo era altamente influenciado pelos cantores do rádio, especialmente Ângela Maria, e a fez ser a grande revelação do festival da TV Excelsior em 1965, quando cantou "Arrastão" de Vinicius de Moraes e Edu Lobo. Tal feito lhe conferiu o título de primeira estrela da canção popular brasileira na era da televisão. Enquanto outras cantoras contemporâneas como Maria Bethânia haviam se especializado e surgido em teatros, ela deu preferência aos rádios e televisões.

Seus primeiros discos, iniciando com "Viva a Brotolândia" (1961), refletem o momento em que transferiu-se do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, e que teve exigências de mercado e mídia. Transferindo-se para São Paulo em 1964, onde ficaria até sua morte, logrou sucesso com os espetáculos do "Fino da Bossa" e encontrou uma cidade efervescente onde conseguiria realizar seus planos artísticos.


Em 1967, casou-se com Ronaldo Bôscoli, diretor do "Fino da Bossa", e ambos tiveram João Marcelo Bôscoli.

Elis Regina aventurou-se por muitos gêneros: da Música Popular Brasileira (MPB), passando pela bossa nova, o samba, o rock ao jazz. Interpretando canções como "Madalena", "Como Nossos Pais", "O Bêbado e o Equilibrista", "Querelas do Brasil", que ainda continuam famosas e memoráveis. Registraram momentos de felicidade, amor, tristeza, patriotismo e ditadura militar no país.

Ao longo de toda sua carreira, cantou canções de músicos até então pouco conhecidos, como Milton Nascimento, Ivan Lins, Renato Teixeira, Aldir Blanc, João Bosco, ajudando a lançá-los e a divulgar suas obras, impulsionando-os no cenário musical brasileiro. Entre outras parcerias, é célebre os duetos que teve com Jair Rodrigues, Tom Jobim, Wilson Simonal, Rita Lee, Chico Buarque - que quase foi lançado por ela não fosse Nara Leão ter o gravado antes - e, por fim, seu segundo marido, o pianista César Camargo Mariano, com quem teve os filhos Pedro Mariano e Maria Rita. César Camargo Mariano também ajudou-a a arranjar muitas músicas antigas e dar novas roupagens a elas, como "É Com Esse Que Eu Vou".

Sua presença artística mais memorável talvez esteja registrada nos álbuns "Em Pleno Verão" (1970), "Elis & Tom" (1974), "Falso Brilhante" (1976), "Transversal do Tempo" (1978), "Saudade do Brasil" (1980) e "Elis" (1980). Ela foi a primeira pessoa a inscrever a própria voz como se fosse um instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil.

Início

Filha de Romeu Costa e de Ercy Carvalho, Elis Regina nasceu no Hospital da Beneficência Portuguesa de Porto Alegre, na capital do Rio Grande do Sul. Tinha um irmão, Rogério nascido em 1949.

Começou a carreira como cantora aos 11 anos de idade em um programa de rádio para crianças chamado "O Clube do Guri", na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego.

Em Porto Alegre, sua família morava em um apartamento na chamada Vila do IAPI, no bairro Passo d'Areia, na Zona Norte da cidade. Revelando enorme precocidade, aos 16 anos lançou o primeiro LP da carreira. Sobre o começo da carreira de Elis Regina e a disputa entre quem de fato a lançou, o produtor Walter Silva disse à Folha de São Paulo:

"Poucas pessoas sabem quem realmente descobriu Elis. Foi um vendedor da gravadora Continental chamado Wilson Rodrigues Poso, que a ouviu cantando menina, aos quinze anos, em Porto Alegre. Ele sugeriu à Continental que a contratasse, e em 1962 saiu o disco dela. Levei Elis ao meu programa, fui o primeiro a tocar seu disco no rádio. Naquele dia eu disse: Menina, você vai ser a maior cantora do Brasil. Está gravado."
(O produtor Walter Silva declarando como a cantora foi descoberta)

Década de 60, Surge Uma Estrela

Em 1960 foi contratada pela Rádio Gaúcha, e em 1961 viajou ao Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro disco, "Viva a Brotolândia". Lançou ainda mais três discos enquanto morava no Rio Grande do Sul.

Em 1964, um ano com a agenda lotada de espetáculos no eixo Rio-São Paulo, assinou um contrato com a TV Rio para participar do programa "Noites de Gala". Foi levada por Dom Um Romão para o Beco das Garrafas sob a direção da dupla Luís Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli, com os quais ainda realizaria diversas parcerias, e um casamento com Ronaldo Bôscoli em 1967.

Acompanhada agora pelo grupo Copa Trio, de Dom Um Romão, cantou no Beco das Garrafas, o reduto onde nasceu a bossa nova, e conheceu o coreógrafo americano Lennie Dale, que a ensinou a mexer o corpo para cantar, tirando aquele nado que ela tinha com os braços.

Participou do espetáculo "Fino da Bossa" organizado pelo Centro Acadêmico da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, que ficou conhecido também como Primeiro Demti-Samba, dirigido por Walter Silva, no Teatro Paramount, atual Teatro Abril, São Paulo.

Ao final de 1967 conheceu o produtor Solano Ribeiro, idealizador e executor dos festivais de MPB da TV Record. Um ano glorioso, que ainda traria a proposta de apresentar o programa "O Fino da Bossa", ao lado de Jair Rodrigues. O programa, gravado a partir dos espetáculos e dirigido por Walter Silva, ficou no ar até 1967, na TV Record, Canal 7, SP, e originou três discos de grande sucesso: um deles, "Dois Na Bossa", foi o primeiro disco brasileiro a vender um milhão de cópias. Seria dela agora o maior cachê do show business.

Estilo Musical

O estilo musical interpretado ao longo da carreira percorria assim o "fino da bossa nova", firmando-se como uma das maiores referências vocais deste gênero. Aos poucos, o estilo MPB, pautado por um hibridismo ainda mais urbano e popularesco que a bossa nova, distanciando-se das raízes do jazz americano, seria mais um estilo explorado. Já no samba consagrou "Tiro Ao Álvaro" e "Iracema", de Adoniran Barbosa, entre outros.

Notabilizou-se pela uniformidade vocal, primazia técnica e uma afinação a toda prova. O registro vocal pode ser definido como de uma mezzo-soprano característico com um fundo levemente metálico e vagamente rouco.

Desde a década de 60, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, até o final da década de 80, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos, apresentando os novos talentos, registravam índices recordes de audiência. No Festival de Música Popular Brasileira conheceu Chico Buarque, mas acabou desistindo de gravá-lo devido à impaciência com a timidez do compositor.

Elis Regina participou do especial "Mulher 80" da TV Globo, um desses momentos marcantes da televisão. O programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas, com Maria Bethânia, Fafá de Belém, Zezé Motta, Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna, Elis Regina, Gal Costa e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado "Malu Mulher".

A antológica interpretação de "Arrastão" de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, no Festival de Música Popular Brasileira, escreveu um novo capítulo na história da música brasileira, inaugurando a MPB e apresentando uma Elis Regina ousada. Uma interpretação inesquecível, encenada pouco depois de completar apenas 20 anos de idade e coroada com o reconhecimento do Prêmio Berimbau de Ouro. O Troféu Roquette Pinto veio na sequência, elegendo-a a Melhor Cantora do Ano.

Fã incondicional de Ângela Maria, a quem prestou várias homenagens, Elis Regina impulsionava uma carreira não menos gloriosa, possibilitando o lançamento do primeiro LP individual, "Samba Eu Canto Assim".

Pioneira, em 1966 lançou o selo Artistas, registrando o primeiro disco independente produzido no Brasil, intitulado "Viva o Festival da Música Popular Brasileira", gravado durante o festival. Mais uma vitoriosa participação no III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, a canção "O Cantador" (Dori Caymmi e Nelson Motta), classificando-se para a finalíssima e reconhecida com o prêmio de Melhor Intérprete.

Em 1968, uma viagem à Europa a lança no eixo musical internacional, conquistando grande sucesso, principalmente no Olympia de Paris.

Anos de Glória

Durante os anos 70, aprimorou constantemente a técnica e domínio vocal, registrando em discos de grande qualidade técnica parte do melhor da sua geração de músicos.

Patrocinado pela Philips na mostra Phono 73, com vários outros artistas, deparou-se com uma plateia fria e indiferente, distância quebrada com a calorosa apresentação de Caetano Veloso: "Respeitem a maior cantora desta terra". Em julho lançou o LP "Elis".

Em 1975, com o espetáculo "Falso Brilhante", que mais tarde originou um disco homônimo, atingiu enorme sucesso, ficando mais de um ano em cartaz e realizando quase 300 apresentações. "Lendário", tornou-se um dos mais bem sucedidos espetáculos da história da música nacional e um marco definitivo na carreira da cantora.

Ainda teve grande êxito com o espetáculo "Transversal do Tempo", em 1978, de um clima extremamente político e tenso. O "Essa Mulher", em 1979, direção de Oswaldo Mendes, que estreou no Anhembi em São Paulo e excursionou pelo Brasil no lançamento do disco homônimo. O "Saudades do Brasil", em 1980, sucesso de crítica e público pela originalidade, tanto nas canções quanto nos números com dançarinos amadores, direção de Ademar Guerra e coreografia de Márika Gidali (Ballet Stagium), e finalmente o último espetáculo, "Trem Azul", em 1981, direção de Fernando Faro.

Anos de Chumbo

Elis Regina criticou muitas vezes a ditadura brasileira, nos difíceis "Anos de Chumbo", quando muitos músicos foram perseguidos e exilados. A crítica tornava-se pública em meio às declarações ou nas canções que interpretava.

Em entrevista, no ano de 1969, teria afirmado que o Brasil era governado por gorilas (há ainda controvérsias em relação a essa declaração. Existem arquivos dos próprios militares onde ela se justifica dizendo que isso foi criado por jornalistas sensacionalistas). A popularidade a manteve fora da prisão, mas foi obrigada pelas autoridades a cantar o Hino Nacional durante um espetáculo em um estádio, fato que despertou a ira da esquerda brasileira.

Sempre engajada politicamente, Elis Regina participou de uma série de movimentos de renovação política e cultural brasileira, com voz ativa da campanha pela anistia de exilados brasileiros. O despertar de uma postura artística engajada e com excelente repercussão acompanharia toda a carreira, sendo enfatizada por interpretações consagradas de "O Bêbado e o Equilibrista" (João Bosco e Aldir Blanc), a qual vibrava como o hino da anistia. A canção coroou a volta de personalidades brasileiras do exílio, a partir de 1979. Um deles, citado na canção, era o irmão do Henfil, o Betinho, importante sociólogo brasileiro. Também merece destaque, o fato de Elis Regina ter se filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), em 1981.

Outra questão importante se refere ao direito dos músicos brasileiros, polêmica que Elis Regina encabeçou, participando de muitas reuniões em Brasília. Além disso, foi presidente da Associação de Intérpretes e de Músicos (ASSIM).

Últimos Momentos

Elis Regina morreu precocemente em 1982, com apenas 36 anos de idade, deixando uma vasta obra na Música Popular Brasileira e causando grande comoção nacional, em 19/01/1982, devido a complicações decorrentes de uma overdose de cocaína e bebida alcoólica, fato que chocou profundamente o país.

O laudo médico foi elaborado por José Luiz Lourenço e Chibly Hadad, sendo o diretor do Instituto Médico Legal (IML) Harry Shibata, médico conhecido por seu envolvimento no caso do jornalista Vladimir Herzog.

Fonte: Wikipédia
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Márcia de Windsor

MÁRCIA COUTO BARRETO
(49 anos)
Atriz, Vedete, Cantora, Jurada e Apresentadora de TV

☼ Ouro Preto, MG (03/10/1933)
┼ São Paulo, SP (04/08/1982)

Márcia Couto Barreto, verdadeiro nome de Márcia de Windsor, foi uma atriz brasileira nascida em Ouro Preto, MG, no dia 03/10/1933. Era descendente de duas famílias tradicionais de Ouro Preto e Diamantina, e desde pequena essa mineira demonstrava muita classe e elegância.

Resolveu romper com as tradições da família aos 17 anos quando decidiu se casar com um fazendeiro 25 anos mais velho que ela, em Ilhéus, na Bahia. O casamento gerou dois filhos, o também ator Arlindo Barreto e Gilberto Márcio, e não durou mais do que cinco anos.

Cantar era seu hobby, e o sucesso e a opção pela carreira artística vieram no final da década de 50 quando ela já morava no Rio de Janeiro.

Márcia Couto Barreto estreou como vedete em um show na reabertura do Copacabana Palace, em 1958 ao lado de Elizeth Cardoso e Consuelo Leandro, e o nome artístico adotado foi uma sugestão do jornalista Stanislaw Ponte Preta que disse que ela lembrava uma Duquesa de Windsor.

Estreou na TV Rio como cantora e apresentadora. Na TV Record apresentou o programa "Acumulada Musical" ao lado do comediante Renato Corte Real.

Famosa jurada dos programas "A Grande Chance" e "Boa Noite Brasil", de Flávio Cavalcanti, destacou-se mesmo com seu comportamento extremamente bondoso para com os calouros e os gestos suaves e elegantes, que tornaram-se sua marca registrada. E tinha um jargão que ficou famoso: "Nota 10".

Atuou em cerca de 15 novelas. Na TV Globo fez "O Sheik de Agadir" (1966) e "A Última Testemunha" (1968). Na TV Excelsior fez várias novelas, como "Os Fantoches" (1967), "A Menina do Veleiro Azul" (1969) e "Os Estranhos" (1969)Na TV Tupi, Márcia de Windsor atuou em "Na Idade do Lobo" (1972), "O Profeta" (1977) e "Cara a Cara" (1979). Na TV Bandeirantes, participou de "Venha Ver o Sol na Estrada" (1973), "Cavalo Amarelo" (1980) e "Ninho de Serpente" (1982).

Morte

Márcia de Windsor faleceu vítima de um infarto agudo, no quarto que ocupava no Hotel San Raphael, em São Paulo, no dia 04/08/1982. Ela estava na capital paulista para gravar os últimos capítulos da novela "Ninho da Serpente" para a TV Bandeirantes, na qual interpretava Jerusa e na noite anterior ao infarto havia participado de um programa diário da emissora, o "Boa Noite Brasil", onde tinha um quadro semanal, "Meu Netinho é Uma Graça".

Trabalhos

Cinema
  • 1958 - Comercial Toddy
  • 1962 - As Sete Evas
  • 1964 - Sangue na Madrugada
  • 1964 - Crônica da Cidade Amada
  • 1967 - O Mundo Alegre de Helô
  • 1969 - A um Pulo da Morte
  • 1978 - A Força do Sexo
Televisão
  • 1964 - O Acusador
  • 1965 - 22-2000 Cidade Aberta (Série)
  • 1965 - TNT (Série)
  • 1966 - O Sheik de Agadir
  • 1967 - Os Fantoches
  • 1968 - A Última Testemunha
  • 1969 - A Menina do Veleiro Azul
  • 1969 - Os Estranhos
  • 1970 - E Nós, Aonde Vamos?
  • 1972 - Bel-Ami
  • 1972 - Na Idade do Lobo
  • 1973 - Venha Ver o Sol na Estrada
  • 1977 - O Profeta
  • 1979 - Cara a Cara
  • 1980 - Cavalo Amarelo
  • 1981 - Os Adolescentes
  • 1982 - Ninho da Serpente

Fonte: Wikipédia
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