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Lindolpho Gaya

LINDOLPHO GOMES GAYA
(66 anos)
Instrumentista, Arranjador, Compositor e Maestro

* Itararé, SP (06/05/1921)
+ Curitiba, PR (15/09/1987)

Começou a aprender piano com sete anos de idade, só se profissionalizando como músico em 1942. Estudou no Colégio Franco-Brasileiro, de São Paulo.

A partir de 1942, no Rio de Janeiro, passou a atuar como pianista em programas de calouros na então Rádio Transmissora, passando para a Orquestra de Chiquinho na Rádio Clube e depois para a Rádio Tupi, onde conheceu a cantora Stellinha Egg, com quem se casou em 1945.

Para a RCA Victor e Odeon, realizou durante 15 anos arranjos e orquestrações, destacando-se na música popular brasileira.

Com os arranjos de O Vento e O Mar (ambos de Dorival Caymmi), interpretados por Stellinha Egg, recebeu o prêmio Melhor Disco do Ano, que possibilitou ao casal uma temporada artística pela Europa em 1955.

Em Varsóvia, Polônia, regeu a orquestra filarmônica, recebendo a medalha de ouro do governo polonês, e atuou como juiz em congresso folclórico apresentado na Festa da Juventude. Em Moscou, regeu a Grande Orquestra do Teatro Strada, participando do filme Folclore de Cinco Países, de Alexandrov, no qual tocou chorinhos de sua autoria. Na França, foi diretor musical do filme Bela Aventura, com Stellinha Egg, sobre temas e motivos brasileiros.

Fixando residência em Paris, onde trabalhou para a organização de gravações de Ray Ventura, fez arranjos para gravações de músicas brasileiras e sul-americanas. Orquestrou para uma gravadora francesa o LP Chants Folkloriques Breseliens, sobre temas brasileiros, interpretados por Stellinha Egg.

De volta ao Brasil, compôs músicas e fez arranjos para histórias infantis, com os seguintes LPs: João e Maria, O Gato de Botas, A Moura Torta, A Galinha dos Ovos de Ouro, Branca de Neve e O Pequeno Polegar. Ainda na RCA Victor lançou os LPs Em Tempo de Dança (dois volumes), para órgão e pequeno conjunto.

Sua passagem para a Odeon deu-se quando a Bossa Nova começava a tomar forma: fez os arranjos para o histórico LP Amor de Gente Moça, de Sylvia Telles. Gravou ainda vários LPs pela Odeon, onde se destaca Dança Moderna com sua orquestra, tocando músicas tradicionais brasileiras, tais como Rosa Morena (Dorival Caymmi) e Grau Dez (Lamartine Babo/Ary Barroso).

Em 1965 compôs as músicas do show Rio de Quatrocentos Janeiros, apresentado no grill-room do Copacabana Palace Hotel, do Rio de Janeiro, recebendo o Prêmio Euterpe 65. A música foi registrada em LP comemorativo do IV centenário da cidade.

No ano seguinte, participou do júri que selecionou as 36 finalistas do I Festival Internacional da Canção, da TV Rio, do Rio de Janeiro, fazendo os arranjos e regendo boa parte delas, e criou o desenho rítmico da canção Saveiros (Dori Caymmi/Nelson Motta), que obteve o primeiro lugar na fase nacional e o segundo na internacional. Lançou pela Philips o LP O Grande Festival, com as músicas do certame, tendo recebido o Galo de Ouro pela sua atuação como arranjador e maestro.

Apresentou na TV Rio e depois na TV Continental, um programa popular com Stellinha Egg, entremeando canções e filmes sobre o Brasil. Dirigiu shows de Elizeth Cardoso e Amália Rodrigues, no Canecão do Rio de Janeiro.

Fonte: Cifra Antiga

João Cabete

JOÃO CABETE
(68 anos)
Compositor, Instrumentista e Espírita

* São Paulo, SP (03/04/1919)
+ São Paulo, SP (26/08/1987)

João Cabete foi um destes tantos lutadores e divulgadores da música espírita. Escreveu mais de 200 composições, interpretadas hoje por vários grupos e corais espalhados pelo Brasil. Entre as mais conhecidas, estão músicas como Fim dos Tempos, Além das Grandes Estrelas e Alma das Andorinhas.

Filho de imigrantes portugueses e caçula de cinco filhos, Cabete nasceu em 03 de abril de 1919, na cidade de São Paulo, local onde passou sua infância e juventude.

Apesar dos momentos difíceis, principalmente por ter perdido o pai aos oito anos de idade, a veia musical esteve presente. Desde pequenino, acompanhado de seu inseparável violão, já fazia apresentações em movimentos promovidos pelas rádios da comunidade portuguesa.

Ao longo da vida, João Cabete conquistou muitos amigos e irmãos sinceros dentro da Doutrina Espírita, bem como parceiros musicais, entre eles Welson Barbosa, Rafael Ranieri, Caribe e outros. Este último foi muito marcante, pois foi em sua casa, localizada em São Bernardo do Campo, que Cabete, reunido com outros poetas como Formiga, escreveu um grande número de letras musicais. Mas sua fonte de inspiração verdadeira sempre foi a natureza e Deus em sua grandeza.

A maioria de suas composições foram feitas ao pé do piano, instrumento para o qual nunca estudou, mas que tocava muito bem.

Casado com Ady Lourdes, hoje desencarnada, Cabete teve cinco filhos: Dinazara, Denise Cinira, João Euclides, Domota e Lílian Cristina (filha adotiva). E é Dinazara quem recorda como era o pai:

"Falar de meu pai se torna ainda mais difícil, porque ele sempre pensou muito na família, era amoroso e amigo com todos. Até mesmo os netos, que não tiveram a oportunidade de conviver muito tempo com ele, recordam-se nitidamente de sua doce presença."

Além da sua paixão pela música, João Cabete concluiu o curso da faculdade de Direito depois dos 40 anos de idade, ocasião em que foi orador de sua turma. Tornou-se tabelião na cidade de Cruzeiro, no 20º Cartório de Notas e Ofícios, em 1953. Na mesma década, fundou o Grupo da Fraternidade Carmem Cinira, que iniciou como orfanato e hoje abriga 80 crianças em regime de creche.

Segundo sua família, João Cabete sempre foi uma pessoa muito disposta e que usou seu tempo na terra como algo precioso. Entre as diversas atividades, pertenceu ao Rotary Club, do qual foi presidente, e fundou uma obra social denominada S.O.S.

Dentro do Movimento da Fraternidade, era filiado à "Oscal", da qual foi um dos fundadores e um membro atuante. Entretanto, o coração físico de Cabete infelizmente não comportou tantas atividades e emoções. As palestras que fazia ao violão foram sendo reduzidas e foi impossibilitado de viajar e ver os amigos, sofrendo muito com tal situação.

Cabete não chegou a gravar um CD, mas tinha um amor muito grande pelo Coral Scheilla, de Belo Horizonte, e também pelo Coral de Juiz de Fora, tanto que suas músicas foram gravadas e interpretadas por diversos cantores, grupos e corais espíritas. O Grupo Sinfonia do Amor, por exemplo, traz músicas compostas por Cabete nos CDs Soberana Sinfonia, Cabete Por Elói Braga, Sinfonia Para o Amor e Alma das Andorinhas.

Raimundo Santos, presidente do Sinfonia do Amor, conta como surgiu a idéia de gravar as músicas de João Cabete:

"Uma senhora Telma, que convivia com Cabete enquanto encarnado e reside em Niterói, comentou comigo que, certa vez, ele havia dito em uma conversa que partiria da Terra sem divulgar suas obras. Eu não sei porque, mas no momento em que ouvi isso, respondi logo que iria desenvolver o trabalho e assim iniciamos. Trata-se de uma tarefa difícil, mas que vale a pena, porque o resultado do trabalho tem beneficiado muitas pessoas no sentido espiritual."

Para Raimundo, trabalhar junto com Cabete é uma grande honra, um compromisso difícil, mas maravilhoso. "Ele é alguém de muita importância, é um espírito de Luz voltado para a Paz", analisa.

Em 26 de agosto de 1987, João Cabete desencarnou, vítima de Insuficiência Cardíaca.

Um grande nome da música espírita partiu para o Plano Espiritual, mas as notícias ainda chegam por meio de mensagens psicografadas através de alguns amigos, principalmente por Glória Caribe, uma grande amiga da família.


ENEDINA LISBOA
(74 anos)
Atriz

☼ Angatuba, SP (12/09/1912)
┼ Angatuba, SP (04/08/1987)

Dina Lisboa foi uma atriz brasileira nascida em Angatuba, SP, no dia 12/09/1912.

Foi professora primária e transferiu-se em 1935 para uma das escolas da capital, tendo abandonado o magistério em 1939 para ingressar no funcionalismo público. Em São Paulo estudou canto, dança e declamação, tendo cursado, entre 1949 e 1951, a Escola de Arte Dramática.

Entre os grupos de teatro que integrou, destacam-se a Companhia Sérgio Cardoso, o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e Teatro de Arena.

Atuou também nos filmes "Presença de Anita" (1951), "Suzana e o Presidente" (1951), "Appassionata" (1952), "Esquina da Ilusão" (1953), "Rebelião em Vila Rica" (1958) e "Meus Amores do Rio" (1958), além de produções de Mazzaropi.

Na televisão trabalhou nas telenovelas "Yoshico, Um Poema de Amor" (1967), "Nino, o Italianinho" (1969), "A Fábrica" (1971), "Vitoria Bonelli" (1972) e "Meu Rico Português" (1975), na extinta TV Tupi, e em "Os Ossos do Barão" (1973), na TV Globo.

Sua coleção é composta por peças teatrais, periódicos, recortes de jornais, folhetos, discos de música erudita e popular brasileira, correspondência, manuscritos sobre teatro e fotografias das atuações da atriz no teatro e na televisão.

Seu arquivo pessoal encontra-se no acervo da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Dina Lisboa morreu, aos 74 anos, em Angatuba, SP, no dia 04/08/1987, vítima de câncer.

Fonte: Wikipédia

Castilho

CARLOS JOSÉ CASTILHO
(59 anos)
Goleiro

* Rio de Janeiro, RJ (27/11/1927)
* Rio de Janeiro, RJ (02/02/1987)

Jogou no Fluminense de 1947 até 1964, sagrando-se tricampeão carioca, bicampeão do Torneio Rio-São Paulo, campeão do Torneio Municipal de Futebol do Rio de Janeiro e vencedor da Copa Rio, o maior torneio do mundo da época.

Ele entrou para a história como um goleiro milagreiro, fazendo defesas quase impossíveis. Ele dizia ter uma inacreditável boa sorte. Por causa disso, seu apelido era Leiteria (apelido comum à pessoas que tinham sorte na época) e os torcedores do Fluminense o chamavam de São Castilho.

Mesmo tendo apenas 1,81 m., baixo para os padrões dos goleiros atuais, mas considerado alto para aquela época, foi um dos melhores goleiros do futebol brasileiro. Também se destacava nas defesas de pênaltis. Só em 1952, defendeu 6 deles.

Daltônico, acreditava que várias vezes havia sido favorecido por ver como vermelhas as bolas amarelas, mas era prejudicado pelas bolas brancas à noite. Foi o melhor goleiro tricolor de todos os tempos e o melhor goleiro da história do Maracanã.


Amor ao Tricolor

Foi um exemplo de estoicismo. Tendo contundido seu dedo mínimo esquerdo pela quinta vez, o médico disse que deveria passar por dois meses de tratamento, entretanto, ele resolveu amputar o dedo. Duas semanas depois, Castilho voltaria ao gol tricolor. O tal tratamento, que não aconteceu, levaria mais de dois meses.

Já em casa, em período de recuperação, Castilho recebeu a reportagem da revista Manchete Esportiva (nº 82, de 15/06/1957) e deu algumas explicações:

"Quando fui convocado para as eliminatórias, batia bola com o Pepe e senti uma dor profunda. Daí pra frente senti que era impossível adiar a cirurgia. Expressei meu drama aos dirigentes do Fluminense. O clube promoveu uma junta de cinco médicos. Estudaram o caso e resolveram que enxerto ou correção do eixo seriam medidas aconselháveis. Mas, o fato concreto é que, no meu entendimento, meu dedo continuaria imóvel e isso roubaria minha confiança. Foi quando pensei na amputação parcial. Só com ela eu me sentiria novamente confiante. Dr. Paes foi contrário. Relutei. Marcaram a operação e novamente Dr. Paes era contra. Foi tudo suspenso. Voltei a carga. Ficou então determinado que, para que houvesse a operação, eu teria que assinar um termo de responsabilidade. Vivi um drama durante 48 horas. De um lado a minha convicção de que só a amputação resolveria o meu problema. O dedo mínimo não tem a menor interferência na segurança de qualquer goleiro, tanto assim que pretendo ser candidato a uma vaga para a Copa de 1958. Do outro lado, a minha senhora e os médicos não concordavam. Telefonei para o Dr. Paes Barreto e fui franco – se não houver operação, não poderei mais continuar jogando, assim não confio mais em mim. No dia seguinte dei entrada na Casa de Saúde. Eram oito horas. Paes Barreto já me esperava. Antes da anestesia, ainda ouvi a última frase. 'Castilho, você é louco'."

A mão de Castilho
Crédito arquivo tese O último voo do herói, de Paulo Kastrup
Quem não gostou do procedimento do médico do Fluminense foi o Drº Manoel Cláudio da Mota Maia, na época professor catedrático de Técnica Cirúrgica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

"Condeno por todos os modos a atitude do colega Paes Barreto. Castilho é um leigo em medicina. Sua palavra não pode determinar uma amputação. Deveria ser tentada a correção do eixo, como aliás propôs o próprio médico. 'Ortopedia' quer dizer conservação. A mutilação só deve ser procedida quando o membro ou o órgão não pode ser conservado sem o prejuízo à saúde. Repito: um termo de responsabilidade assinado por um leigo não tem o mínimo valor, ainda mais quando sabemos que a 'correção do eixo' saria a Castilho a possibilidade de voltar a exercer sua função. Apenas demoraria um pouco mais."

Durante sua carreira, jogou 696 jogos pelo Fluminense, um recorde absoluto neste clube. Lá sofreu 777 gols e jogou 255 partidas sem sofrê-los.

Em 2007, o Fluminense Football Club inaugurou um busto de Castilho na entrada da sede social do clube tricolor, como agradecimento pelos serviços prestados, muito acima do que se pode esperar de um jogador profissional, mais do que isto, pelas demonstrações inequívocas de amor pelo clube que o projetou para o futebol.

Os jogadores da seleção brasileira Moacir Barbosa, Carlos Castilho e Gylmar dos Santos Neves, em 1953
(Foto: Folhapress)
Seleção Brasileira

Pela Seleção Brasileira de Futebol conquistou o Campeonato Pan-Americano de Futebol de 1952, a primeira conquista relevante da Seleção Brasileira fora do Brasil.

Participou ainda de quatro Copas do Mundo: 1950, 1954 e das conquistas de 1958 e 1962, tendo sido titular em 1954.

Participou também da Copa América, na época chamada de Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1953 e 1959, além de diversos torneios e partidas amistosas pela Seleção Canarinho.

Carreira Como Treinador

Depois de parar de jogar, foi técnico de vários times do Brasil, com destaque para o Santos campeão paulista de 1984, para o Vitória, onde até setembro de 2009 era o técnico que mais tinha dirigido e conquistado vitórias no Campeonato Brasileiro de Futebol da 1ª Divisão (1973/1974), sendo ultrapassado posteriormente por Vágner Mancini, e para o Operário Futebol Clube do Mato Grosso do Sul, clube que levou às semifinais do Campeonato Brasileiro de Futebol de 1977.


Morte

Em 02/02/1987, o então ex-goleiro cometeu suicídio. Castilho se jogou do sétimo andar do apartamento da ex-mulher, Vilma, em Bonsucesso. Até hoje, a morte é cercada de muito mistério já que ninguém sabe ao certo o motivo que levou Castilho a tomar tal atitude.

Na época, Castilho era técnico da seleção da Arábia Saudita e, em janeiro, sentiu fortes dores de cabeça, sendo submetido a alguns exames que nunca tiveram o resultado publicamente revelado. Para algumas pessoas próximas, Castilho teria na época o que hoje é chamado de Transtorno Bipolar.

"O laudo (médico) poderia ter acusado alguma enfermidade grave, um tumor irremovível ou mesmo o desenvolvimento de um aneurisma pronto a explodir", diz um trecho do livro "Castilho Eternizado", de Antônio Carlos Teixeira Rocha, que aborda outra possibilidade.

Outra hipótese seria o rompimento inesperado do relacionamento do casal. Ele vivia com a segunda mulher, Evelyna, que se recusou dias antes a ir com Castilho para Riad, na Arábia Saudita. A separação brusca poderia ser a causa do transtorno mental, levando o goleiro a distúrbios emocionais.

Prêmios

Em 1955, ganhou o Prêmio Belfort Duarte, que homenageava o jogador de futebol profissional que passasse dez anos sem sofrer uma expulsão, tendo jogado pelo menos 200 partidas nacionais ou internacionais.

Joel e Castilho
Títulos Como Jogador

Fluminense
  • 1964 - Campeonato Carioca
  • 1960 - Torneio Rio-São Paulo
  • 1959 - Campeonato Carioca
  • 1957 - Torneio Rio-São Paulo
  • 1956 - Torneio Início do Campeonato Carioca
  • 1954 - Torneio Início do Campeonato Carioca
  • 1952 - Copa Rio
  • 1951 - Campeonato Carioca
  • 1948 - Torneio Municipal do Rio de Janeiro

Seleção Brasileira

  • 1962 - Copa do Mundo
  • 1962 - Taça Oswaldo Cruz
  • 1958 - Copa do Mundo
  • 1957 - Copa Roca
  • 1952 - Campeonato Pan-Americano
  • 1955 - Taça Bernardo O'Higgins
  • 1954 - Copa do Mundo
  • 1950 - Taça Oswaldo Cruz
  • 1950 - Copa do Mundo

Fonte: WikipédiaGlobo Esporte

Renato Murce

RENATO FLORIANO MURCE
(86 anos)
Radialista

☼ Rio de Janeiro, RJ (07/02/1900)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/01/1987)

Renato Floriano Murce foi um radialista brasileiro.

Diretamente do Pão de Açucar foi proferido discurso pelo Presidente da República Epitácio Pessoa e que foi ouvido no pavilhão central na Esplanada do Castelo, durante as comemorações do I Centenário da Independência do Brasil em 1922.

Roquette-Pinto escutando emocionado a primeira transmissão radiofônica, ficou apaixonado pela invenção e em 1923, resolveu montá-lo com toda a sua coragem. Renato Murce foi um dos que angariaram sócios contribuintes para manter a Rádio Clube, depois Rádio Sociedade, que sobreviviam com doações e associados.

Em 1930 criou na Rádio Nacional - PRE-8, atual CBN, do Rio de Janeiro o programa "Cenas Escolares".

O personagem central do programa se chamava Manduca, um garoto problema, que aprontava todo tipo de confusão na sala de aula. Por falarem de forma tão clara ou explícita sobre os problemas escolares da época, o programa foi vetado pelo Departamento de Imprensa e Propaganda do Governo Federal Getúlio Vargas.

Renato Murce não se deu por vencido, fazendo algumas alterações no roteiro, rebatizou-o de "Piadas do Manduca", conseguindo ficar "no ar" por 20 anos. No elenco do programa estavam Renato Murce (Drº Leão, um professor que sabia de tudo), Brandão Filho (Drº Fagundes), Castro Barbosa (Seu Ferramenta), Lauro Borges (Srº Alcebíades, um gago) e o herói Manduca.

Em 1941 a radionovela "Em Busca da Felicidade" ficou no ar durante três anos. Foi a primeira radionovela a ser gravada no Brasil.

A radionovela que conseguiu parar o país, depois do "Repórter Esso" foi "O Direito de Nascer", adaptado do texto cubano de Félix Caignet.

Haviam séries como "Anjo: O Homem Atômico", "Jerônimo - O Herói do Sertão", "Presídio de Mulheres", "Felicidade" e outras.

Alguns dos principais radioatores: Renato Murce, Yara Salles, Dayse Lúcidi, Floriano Faissal, Roberto Faissal, Celso Guimarães, Abigail Maia, Sônia Maria, Nélio Pinheiro, Vida Alves, Lima Duarte, Lolita Rodrigues, Mário Lago e outros.

No final da década de 1940, Renato Murce foi convidado para dirigir a Rádio Transmissora (emissora com vida curta), voltando para a Rádio Nacional em 25/03/1948 até a sua aposentadoria.

O programa de rádio "Almas do Sertão" (1954), da Rádio Clube à Nacional, era cheio de poesias, músicas sertanejas, moda de violas, descobrindo Manezinho Araújo, o Rei das Emboladas, Catulo da Paixão Cearense, e muitos poetas e compositores nordestinos como Luiz Vieira e interioranos. O programa ficou no ar por mais de trinta anos, sendo suas gravações distribuídas para as emissoras de rádio do interior do Brasil.

A veia humorística de Renato Murce esteve presente na televisão com "Papel Carbono" como "Piadas de Manduca", pela TV Rio nos programas de Flávio Cavalcanti, Jota Silvestre e PRK-30.

Parte dos programas que tem sido criado na TV inspiraram-se nos tipos e situações criados nos anos 1940 e 1950. Receberam influências os programas de televisão como o da "Escolinha do Professor Raimundo" da TV Globo e "Escolinha do Golias", da TV Rio e SBT.

O programa "Papel Carbono" foi inspirado num filme antigo assistido por Renato Murce, que fez uma adaptação depois para o rádio. Começou na Rádio Clube, contava com Ary Barroso e continuou depois na Rádio Nacional.

Renato Murce que acumulava a função de animador, tratava o iniciante com grande respeito, como também encaminhava os vitoriosos na vida artística. Chamava os calouros de "Ilustres Desconhecidos".

Se revelaram artístas como Os Cariocas, Dóris Monteiro, Alaíde Costa, Ângela Maria, Ellen de Lima, Claudete Soares, Ivon Curi, Ademilde Fonseca, Baden Powell, Chico Anysio, Agnaldo Rayol, Roberto Carlos, Luiz Vieira e tantos outros.

Ely Macedo de Sousa, nome de Eliana Macedo, atriz do cinema brasileiro. O nome artístico foi uma homenagem a uma amiga que se chamava Ana. Eliana se casou com Renato Murce em 1950, causando muitos comentários na época, pela diferença de idade entre os dois e por ela ser a "Namoradinha do Brasil", muito antes da atriz Regina Duarte, e a estrela dos musicais da Atlântida (as Chanchadas) sob a direção do diretor Watson Macedo, seu tio.

Renato Murce continuou à trabalhar depois da aposentadoria, quando sofreu um infarto, não mais se recuperando. Apresentou o programa de rádio "Ontem, Hoje e Sempre" com material produzido de arquivo, por muitos anos.

Depois da morte de Eliana Macedo, o acervo de Renato Murce foi doado ao Instituto Cultural Cravo Albin, pelo seu neto mais velho Ney Murce.

Fonte: Wikipédia

Sônia Ribeiro

NEYDE MOCARZEL
(56 anos)
Atriz, Apresentadora de TV e Radialista

* São Paulo, SP (20/03/1930)
+ São Paulo, SP (26/06/1987)

O nome da apresentadora Sônia Ribeiro era Neyde Mocarzel. Ela e a irmã, ainda meninas, foram trabalhar na Rádio Record, fazendo radioteatro. Sônia tinha voz bem grave para sua idade, e , às vezes, embora fosse criança, fazia papel de velha. Foi nesse emissora que ela conheceu Blota Júnior, que era um jovem inteligente, muito conceituado como profissional de rádio. Eles começaram a namorar e logo se casaram. Sônia estava com apenas 16 anos.

E aconteceu que as Redes CBS e NBC dos Estados Unidos os convidaram para fazer lá, um programa para os hispânicos e brasileiros. Eles aceitaram, mas a viagem foi complicada, pois Sônia, recém casada, engravidou e queria voltar ao Brasil. Ficaram nos Estados Unidos só alguns meses, pois tinham contrato a cumprir.

Voltaram e continuaram a carreira aqui no Brasil, sempre nas Emissoras Unidas. Já estavam então na TV Record e embora Sônia tivesse vocação para atriz, fez par com seu marido e isso lhe deu bastante conceito dentro da emissora e junto ao público.

Ainda assim fazia carreira solo e tinha um programa de rádio na Rádio Bandeirantes, que se chamava O Clube abre às 5. Depois ficou só com o marido e ambos apresentavam programas de muito sucesso, como Alianças Para o Sucesso.

Também eram os apresentadores oficiais do Troféu Roquette Pinto, do Show do dia 7 e do Esta Noite se Improvisa. Eram perfeitos e todos os admiravam muito. Apresentaram também os festivais de Música Popular Brasileira.

Sônia fez algumas participações em teleteatros. Fez as novelas Os Fidalgos da Casa Mourisca e Seu Único Pecado. Participou também, num pequeno papel, do seriado A Família Trapo.

Sônia Ribeiro tinha muito prestígio dentro da sociedade paulistana, tanto que ela foi empossada como presidente de honra da Sociedade Pestalozzi de São Paulo.

De seu casamento com Blota Júnior nasceram 3 filhos.

Sônia Ribeiro foi acometida de um Câncer Linfático e veio a falecer em 26 de junho de 1987.

Fonte: Museu da TV

Wellington Botelho

WELLINGTON BOTELHO
(65 anos)
Ator

* Rio de Janeiro, RJ (27/04/1922)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/08/1987)

Wellington Botelho foi um dos pioneiros do humor no rádio e na Televisão, trabalhou nas rádios Nacional e Mayrink Veiga e na TV Tupi.

Wellington Botelho, nasceu em 27/04/1922, no Rio de Janeiro, no Bairro de Vila Isabel. Ainda pequeno, com apenas 11 anos de idade já era prodígio na arte de cantar.

Em 1940, aos 18 anos estreou na Companhia de Alda Garrido no antigo Teatro República. Ainda na década de 40, participou dos shows de calouros na rádio com o saudoso compositor, apresentador e músico Ary Barroso. O programa chamava-se "A Hora Do Calouro", na Rádio Cruzeiro do Sul no Rio de Janeiro. Sempre ganhava prêmios como melhor cantor. Wellington Botelho inovou para a época pois além de cantar, especializou-se em imitar cantores nacionais e internacionais.

No programa "Noite de Estrelas" (1953), criado por Max Nunes e Paulo Gracindo levado ao ar nas rádios, nos sábados, Wellington Botelho cantava músicas nacionais e internacionais. Outro programa da rádio era o "Gente que Brilha" (1950-1951) na Rádio Nacional, onde o ator e cantor imitava vários cantores, nacionais e internacionais. Havia também um jornal humorístico chamado "Horário dos Cartazes" (1955) na Rádio Nacional, em que atuava como comediante. No programa de variedades chamado "Festa Íntima" (1952) na Rádio Nacional, Wellington Botelho imitava Dorival Caymmi, Carlos Galhardo e outros artistas.

Atuou também na Rádio Nacional no programa humorístico "Balança Mas Não Cai" (1950), criado por Paulo Gracindo e escrito por Max Nunes. Este programa, posteriormente, foi para a extinta TV Tupi em 1972 e em duas épocas diferentes para a TV Globo de 1968 a 1971 e de 1975 a 1983, onde Wellington Botelho também atuou.

Wellington Botelho atuou em papéis cômicos como "Zezinho, O Anão", "Fariseu" escrito por Glauco Ferreira, "Morador De Mesquita" e "Montanha". Atuou também noutro programa, o "PRK30" (1944-1964), que segundo especialistas do jornalismo e artistas, foi o programa que proporcionou o alicerce ao humorismo no Brasil.

Wellington Botelho atuava também em cassinos e boates da época, no Rio de Janeiro e em São Paulo, cantando e interpretando. Foi premiado várias vezes como melhor humorista do ano juntamente com consagrados artistas.

No teatro fez várias peças, inclusive contracenou com o "Papa" do teatro brasileiro, Procópio Ferreira a quem Wellington Botelho tinha o maior apreço.

Em 1951, atuou no filme "Aguenta Firme, Isidoro", produzido pela Cinédia e o primeiro filme no Brasil a evitar cortes.

Em 1953 atuou no filme "Balança Mas Não Cai", com direção de Paulo Wanderley e no elenco Paulo Gracindo, Brandão Filho, Herval Rossano, Mário Lago, Wilson GreyAltivo Diniz, entre outros.

No final da década de 50, Wellington Botelho montou uma Companhia de Teatro com a participação de grandes nomes artísticos da época e viajou com a Companhia pela América do Sul, juntamente com sua esposa e sua filha mais velha. Era um misto de shows de danças e esquetes com piadas em espanhol. Wellington Botelho fazia magníficas imitações de Charles Trenet, Ol Jonson (caracterizado), Dick Farney, Dorival Caymmi, Orlando Silva, Carlos Galhardo e muitos outros com perfeita exatidão, obtendo assim grande sucesso fora do Brasil.

Ao retornar ao Brasil, Wellington Botelho continuava a fazer shows, desta vez nos Rotary's Club e no Lion's Club, na Região Sudeste. Eram chamados de "PubliShow". Uma montagem de esquetes de humor com modelos, show musical e também desfiles de moda. Era patrocinado por grandes empresas de moda, bebidas e comestíveis da época. Era um show familiar, que lotavam as mesas dos clubes havendo inclusive distribuição de brindes das empresas patrocinadoras. Era um grande sucesso.

Em 1960 atuou no filme "Só Naquela Base", com roteiro de Chico Anysio, Saint-Clair Senna e direção de Ronaldo Lupo. No elenco, Dercy Gonçalves, Rosângela Maldonado, Grijó Sobrinho, e outros.

Em 1962 atuou no filme "As Testemunhas Não Condenam",  roteiro de Manuel de Nóbrega e direção de Zélia Feijó Costa. No elenco, Manuel de Nóbrega, Canarinho, César de Alencar, Moacyr Franco e outros.

Em 1970 atuou no filme "Salário Mínimo", seu personagem era o Euzébio. Com roteiro de Monteiro Guimarães,  produção da Cinédia, direção de Adhemar Gonzaga e no elenco artistas como Costinha, Paulo Gracindo, Roberto Guilherme, Geraldo Alves, Renata Fronzi, e outros.

Em 1971, atuou no filme "Cômicos E Mais Cômicos". O filme teve a direção de Jurandyr Passos Noronha e no elenco Costinha, Wilza Carla, Paulo Silvino, Roberto Guilherme, Alda Garrido, Alvarenga & Ranchinho, e outros.

Em 1976, Wellington Botelho atuou na novela "Saramandaia" escrita por Dias Gomes para a TV Globo, no papel do Seu Encolheu. Além de um grande elenco, contracenava com a atriz Wilza Carla que fazia o papel de sua esposa a Dona Redonda, uma mulher que explode e retorna no papel da irmã gêmea Bitela. "Saramandaia" tinha direção de Walter Avancini, Roberto Talma e Gonzaga Blota. No elenco, Brandão Filho, Juca de Oliveira, Antônio Fagundes, Marília Barbosa, Natália do Valle, Yoná Magalhães, Ary Fontoura, Dina Sfat, Carlos Eduardo Dolabella, Sônia Braga, Sebastião Vasconcelos, Pedro Paulo Rangel, José Augusto Branco e outros.

Em 1977 Wellington Botelho atuou no "Sítio do Pica-Pau Amarelo" na TV Globo como o boneco triste João Faz de Conta. Uma adaptação da obra de Monteiro Lobato, com a direção de Geraldo Casé, escrito por Benedito Ruy Barbosa. Também em 1977, atuou na novela "Sombra Dos Laranjais" na TV Globo, no papel do Bruno. Escrita por Benedito Ruy Barbosa e Sylvan Paezzo. Direção de Herval Rossano e Milton Gonçalves.

Em 1978 atuou no filme "Tudo Bem". O filme tinha roteiro de Arnaldo Jabor e Leopoldo Serran. Direção de Arnaldo Jabor. Ainda em 1978, atuou na novela "Maria, Maria" na TV Globo.

Em 1979 atuou na novela "Os Gigantes" na TV Globo.

Em 1980 atuou no especial "Romeu e Julieta" na  TV Globo, no papel de Bíblia com Limão. Adaptação de Walter George Durst, direção de Paulo Afonso Grisolli. No elenco, Fábio Jr., Lucélia Santos, José Mayer, Francisco Milani, Ruth de Souza, Buza Ferraz e outros.

Atuou no seriado "O Bem Amado" da TV Globo em 1980. Direção de Régis Cardoso, Jardel Mello, Ives Hubblet, Mariano Gatti e Oswaldo Loureiro.

Atuou no programa humorístico "Viva O Gordo", Rede Globo, 1981.

Em 1982, a TV Globo relançou o programa "Balança Mas Não Cai". Wellington Botelho fazia o quadro com o nome de Montanha o qual a atriz e comediante Berta Loran contracenava com ele.

Em 1983 trabalhou no filme "Cangaceiro Trapalhão". O filme tinha roteiro de Aguinaldo Silva, Chico Anysio, Daniel Filho, Renato Aragão, Doc Comparato, João Paulo Carvalho. Direção de Daniel Filho. Elenco composto por Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum, Zacarias, Tarcísio Meira, Regina Duarte, Bruna Lombardi, Nelson Xavier, Cininha de Paula e outros.

Em 1983 atuou também no programa humorístico "A Festa É Nossa". Em 1984 atuou no programa humorístico "Humor Livre", e em 1985 atuou no especial "Tenda dos Milagres", todos na TV Globo.

Em 25/08/1987, aos 65 anos de idade, Wellington Botelho faleceu vítima de Insuficiência Respiratória, proveniente de um Enfisema Pulmonar.

Fonte: Wellington Grigorowsky Botelho
Indicação: Miguel Sampaio

Fernando Ramos da Silva

FERNANDO RAMOS DA SILVA
(19 anos)
Ator

* São Paulo, SP (29/11/1967)
+ São Paulo, SP (25/08/1987)

Fernando Ramos da Silva foi um menino de rua, nascido em São Paulo, SP, no dia 29/11/1967. Tornou-se ator ao ser escolhido para viver o personagem Pixote no filme "Pixote, a Lei do Mais Fraco", de 1981, dirigido por Héctor Babenco. O garoto foi considerado uma revelação e o filme foi muito premiado no Brasil e no exterior.

Fernando Ramos da Silva tentou continuar a carreira no Rio de Janeiro, participando da telenovela da TV Globo, "O Amor é Nosso", em 1981. Depois disso ele nunca mais se destacou, fazendo apenas pequenas participações nos filmes "Eles Não Usam Black-Tie", também de 1981, e "Gabriela, Cravo e Canela", de 1983.

Tempos depois do filme, Fernando voltou a Diadema, região do ABCD paulista, e acaba retornando à sua antiga vida, em um ambiente de total miséria e precariedade. Decidido a tentar novamente a carreira de ator, vai ao Rio de Janeiro, sendo escolhido para interpretar um personagem em uma novela da TV Globo, com a ajuda de José Louzeiro. Porém, Fernando foi demitido em pouco tempo, por não conseguir decorar os textos, já que era semi-alfabetizado.


Novamente vivendo nas ruas, se envolveu com a criminalidade, em parte devido à influência dos irmãos. Foi preso duas vezes, uma por assalto e outra por porte ilegal de arma.

Logo após um assalto, aos 19 anos, Fernando foi assassinado por policiais em 1987. Os policiais, depois de uma longa disputa judicial, ainda se encontram em liberdade.

Sua esposa, Cida Venâncio, escreveu o livro "Pixote Nunca Mais", o qual foi inspirador do filme "Quem Matou Pixote?", de José Joffily, que conta a curta trajetória de Fernando Ramos da Silva como ator e como pessoa. No filme, Fernando foi vivido pelo ator Cassiano Carneiro.

Fonte: Wikipédia

Dick Farney

FARNÉSIO DUTRA E SILVA
(65 anos)
Cantor, Compositor, Ator e Pianista

☼ Rio de Janeiro, RJ (14/11/1921)
┼ São Paulo, SP (04/08/1987)

Dick Farney foi um cantor, pianista e compositor brasileiro nascido no Rio de Janeiro, no dia 14/11/1921. Aprendeu lições de piano ainda na infância, quando começou a estudar música erudita com o pai, enquanto a mãe lhe ensinava noções de canto.

Apresentou-se, os 14 anos, na Rádio Mayrink Veiga, no programa "Picolino", de Barbosa Júnior, quando executou ao piano a "Dança Ritual do Fogo", do compositor espanhol Manuel de Falla (1876-1946).

Depois veio o interesse pela música norte-americana e tornou-se pianista do conjunto "Swing Maníacos", ao lado do irmão Cyll Farney, que era baterista. O "Swing Maníacos" acompanhou Edu da Gaita na gravação de "Canção da Índia", do compositor russo Nikolay Rimsky-Korsakov.

Em 1937 estreava como cantor na Rádio Cruzeiro do Sul, interpretando "Deep Purple" (David Rose). No ano seguinte, foi para a Rádio Mayrink Veiga, onde cantava músicas norte-americanas, acompanhando-se ao piano.

Na década seguinte, apresentou-se no Cassino da Urca, como integrante da orquestra de Carlos Machado, e em muitas casas noturnas do Rio de Janeiro e de São Paulo, como pianista e crooner.


Em 1946 lançou sua primeira gravação de sucesso, o samba-canção "Copacabana" (João de Barros e Alberto Vieira).

Dick Farney participou de vários filmes da era pré-chachadas, entre eles "Somos Dois" (1950), de Milton Rodrigues, "Carnaval Atlântida" (1952), de José Carlos Burle e "Perdidos de Amor" (1953), de Eurides Ramos.

Em 1959 passou a apresentar, na TV Record de São Paulo, o programa "Dick Farney Show", e foi uma das estrelas da inauguração da TV Globo do Rio de Janeiro em 1965, onde fez o programa "Dick e Betty 17", ao lado de Betty Faria, durante seis meses.

Dick Farney foi proprietário das boates Farney´s e Farney´s Inn, ambas em São Paulo.

Em 1971 formou um trio com Sabá (Contrabaixo) e Toninho Pinheiro (Bateria).

Entre 1973 a 1978 tocava piano e cantava na boate Chez Régine, em São Paulo.

Depois de uma carreira brilhante acompanhado de um repertório inesquecível e, ao longo de 47 anos de atividades artísticas, gravou 29 LPs, especialmente a partir da década de 40, faleceu aos 65 anos em São Paulo, SP, no dia 04/08/1987, vitimado por um edema pulmonar.

Maria Julieta Drummond de Andrade

MARIA JULIETA DRUMMOND DE ANDRADE
(59 anos)
Cronista

* Belo Horizonte, MG (04/03/1928)
+ Rio de Janeiro, RJ (05/08/1987)

Maria Julieta, dedicada mãe de três filhos, mulher moderna e habilidosa na arte de escrever. Filha única do itabirano Carlos Drummond de Andrade e Dolores Dutra de Morais. Maria Julieta era a grade paixão de Carlos Drummond de Andrade. A cumplicidade existente entre os dois se explicava através de códigos, rapidamente interpretados por um e outro. Um grande amor enriquecido pela sensibilidade da poesia, vocação que ambos compartilhavam.

Maria Julieta e seu pai Carlos Drummond de Andrade

Suas Obras

Aos 17 anos, antes mesmo de ser escritora, lançou o que chamavam de novela: "A Busca", livro no qual relatou sua vida de adolescente, estudante de um colégio em regime de semi-internato mostrando, inclusive, seus sentimentos por ser filha única. Este livro teve a primeira edição esgotada e foi relançado. Trinta e cinco anos mais tarde, escreveu "Buquê de Alcachofras", o qual se formou pela seleção de crônicas editadas no Jornal O Globo desde novembro de 1977 até janeiro de 1980. Em ambas publicações Maria Julieta foi muito elogiada por grandes nomes da literatura Brasileira, dentre eles Rachel de Queiroz, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Fernando Sabino, Rubem Braga e Paulo Mendes Campos.

Infelizmente Julieta se limitou a apenas essas duas obras. Uma pena realmente, já que sua aptidão para escrever fazia juz ao sobrenome famoso que carregava.

Faleceu em 5 de agosto de 1987 devido a um Câncer Ósseo, doze dias antes de seu pai.

Fonte: Viva Itabira

Carlos Drummond de Andrade

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
(84 anos)
Poeta, Contista e Cronista

* Itabira, MG (31/10/1902)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/08/1987)

Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo com os Jesuítas no Colégio Anchieta.

Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma Poesia" (1930), o seu poema "Sentimental" é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas.

Drummond e o Modernismo Brasileiro

Drummond, como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções usuais. Segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade; com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, mostrando que este não depende de um metro fixo (impulso rítmico). Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade.

A Poesia de Drummond

Quando se diz que Drummond foi o primeiro grande poeta a se afirmar depois das estreias modernistas, não se está querendo dizer que Drummond seja um modernista. De fato herda a liberdade linguística, o verso livre, o metro livre, as temáticas cotidianas. Mas vai além.

"A obra de Drummond alcança - como Fernando Pessoa ou Jorge de Lima, Herberto Hélder ou Murilo Mendes - um coeficiente de solidão, que o desprende do próprio solo da História, levando o leitor a uma atitude livre de referências, ou de marcas ideológicas, ou prospectivas", afirma Alfredo Bosi (1994).

Affonso Romano de Sant'Anna costuma estabelecer que a poesia de Carlos Drummond a partir da dialética "Eu x Mundo", desdobrando-se em três atitudes:

- Eu maior que o mundo - marcada pela poesia irônica
- Eu menor que o mundo - marcada pela poesia social
- Eu igual ao mundo - abrange a poesia metafísica

Sobre a poesia política, algo incipiente até então, deve-se notar o contexto em que Drummond escreve. A civilização que se forma a partir da Guerra Fria está fortemente amarrada ao neocapitalismo, à tecnocracia, às ditaduras de toda sorte, e ressoou dura e secamente no eu artístico do último Drummond, que volta, com frequência, à aridez desenganada dos primeiros versos: A poesia é incomunicável / Fique quieto no seu canto. / Não ame.

Muito a propósito da dua posição política, Drummond diz, curiosamente, na página 82 da sua obra "O Obervador no Escritório", Rio de Janeiro, Editora Record, 1985, que: "Mietta Santiago, a escritora, expõe-me sua posição filosófica: Do pescoço para baixo sou marxista, porém do pescoço para cima sou espiritualista e creio em Deus."

No final da década de 1980, o erotismo ganha espaço na sua poesia até seu último livro.

Representações na Cultura

Drummond já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Carlos Gregório e Pedro Lito no filme "Poeta de Sete Faces" (2002) e Ivan Fernandes na minissérie JK (2006).

Também teve sua efígie impressa nas notas de NCz$ 50,00 (cinquenta cruzados novos) em circulação no Brasil entre 1988 e 1990.

Atualmente, também, a representações em Esculturas do Escritor, como é o caso das estátuas "Dois Poetas", na cidade de Porto Alegre, e também "O Pensador", na praia de Copacabana no Rio de Janeiro, além de um memorial em sua homenagem da cidade de Itabira.

Durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade.

Poesia

1930 - Alguma Poesia
1934 - Brejo das Almas
1935 - Os Ombros Suportam o Mundo
1940 - Sentimento do Mundo
1942 - José
1945 - A Rosa do Povo
1951 - Claro Enigma
1954 - Fazendeiro do Ar
1954 - Quadrilha
1955 - Viola de Bolso
1964 - Lição de Coisas
1968 - Boitempo (1968)
1968 - A Falta Que Ama
1968 - Nudez
1970 - Futebol a Arte
1973 - As Impurezas do Branco
1973 - Menino Antigo (Boitempo II)
1977 - A Visita
1977 - Discurso de Primavera
1977 - Algumas Sombras
1978 - O Marginal Clorindo Gato
1979 - Esquecer Para Lembrar (Boitempo III)
1980 - A Paixão Medida
1983 - Caso do Vestido
1984 - Corpo
1985 - Amar Se Aprende Amando
1988 - Poesia Errante
1992 - O Amor Natural
1996 - Farewell

Antologia Poética

1950 - A Última Pedra no Meu Caminho
1956 - 50 Poemas Escolhidos Pelo Autor
1962 - Antologia Poética
1962 - Antologia Poética
1971 - Seleta em Prosa e Verso
1975 - Amor, Amores
1982 - Carmina Drummondiana
1987 - Boitempo I e Boitempo II
1987 - Minha Morte

Infantil

1983 - O Elefante
1985 - História de Dois Amores
1988 - O Pintinho

Prosa

1944 - Confissões de Minas
1951 - Contos de Aprendiz
1952 - Passeios na Ilha
1957 - Fala, Amendoeira
1962 - A Bolsa & a Vida
1966 - Cadeira de Balanço
1970 - Caminhos de João Brandão
1972 - O poder Ultrajovem e Mais 79 Textos em Prosa e Verso
1974 - De Notícias & Não-Notícias Faz-se a Crônica
1977 - Os Dias Lindos
1978 - 70 Historinhas
1981 - Contos Plausíveis
1984 - Boca de Luar
1985 - O Observador no Escritório
1986 - Tempo Vida Poesia
1987 - Moça Deitada na Grama
1988 - O Avesso das Coisas
1989 - Auto-Retrato e Outras Crônicas
1989 - As Histórias das Muralhas

Fonte: Wikipédia



Apolo Correia

APOLO CORREIA
(77 anos)
Ator e Humorista

* Rio de Janeiro, RJ (1910)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/10/1987)

Foi um ator e humorista que se tornou famoso nos anos 50, ao lado de Brandão Filho, no programa Tancredo e Trancado, no papel de Trancado, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Começou nos anos 30, imitando o cantor Vicente Celestino, na Rádio Nacional. Mais tarde, Apolo Correia contracenou com o cantor em "Coração Materno" (1950).

Apolo Correia ficou famoso pelo papel do maestro da bandinha de Sucupira, em "O Bem Amado" - o Maestro Prea e pelo barbeiro do Arraial dos Tucanos, do "Sítio do Pica Amarelo", na versão de 1977.

Televisão

1981 - Jogo da Vida
1978 - A Sucessora
1977 - Espelho Mágico
1977 - Sítio do Pica Amarelo
1976 - Saramandaia
1975 - Escalada
1974 - Supermanoela
1973 - O Bem-Amado
1972 - Uau, uma Companhia

Cinema

1957 - A Baronesa Transviada
1957 - Rico Ri à Toa
1953 - Balança Mas Não Cai
1951 - Coração Materno
1947 - O Malandro e uma Grã-Fina
1946 - Caídos do Céu
1945 - Não TRAMPOLIM da Vida
1939 - Futebol em Família
1939 - Está Tudo Aí
1936 - Bonequinha de Seda
1936 - Caçando Feras
1935 - Alô, Alô, Brasil
1933 - A Voz do Carnaval

Fonte: Wikipédia e Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

Paschoal

PASCHOAL SILVA CINELLI
(87 anos)
Jogador de Futebol

* Rio de Janeiro, RJ (19/04/1900)
+ Rio de Janeiro, RJ (23/12/1987)

Paschoal Silva Cinelli foi um jogador brasileiro de futebol. Apelidado de "Trem de Luxo" por sua velocidade, o ponta-direita é mais lembrado por ter atuado por 10 anos pelo Club de Regatas Vasco da Gama, sendo considerado o jogador símbolo dos primeiros anos de futebol do clube.

Paschoal foi figura fundamental no primeiro título do Vasco na primeira divisão do futebol carioca em 1923. Sua primeira partida pelo Vasco ocorreu num amistoso contra a Seleção da Marinha e ele marcou o gol da vitória por 1 a 0.

Ele fez parte do elenco que trouxe o Vasco à elite do campeonato carioca com o título da segunda divisão em 1922 e também dos elencos campeões cariocas da primeira divisão em 1923 e 1924.

Durante 10 anos, Paschoal foi titular da ponta direita do time e das seleções carioca e brasileira, deixando o futebol prematuramente por contusão em 1932.

Paschoal pertencia, com orgulho, a uma geração que amava o clube. Pelo resto de sua vida, trabalhou com o mesmo amor pelas sagradas cores do Vasco da Gama, razão maior de sua vida. Com mais de 80 anos, continuava integrado ao Vasco, ensinando garotos que sonhavam um dia representar para o time, o que Paschoal sempre foi, desde que entrou em São Januário pela primeira vez. Paschoal continuou trabalhando no clube até o fim de sua vida.

Paschoal morreu em 23/12/1987, aos 87 anos e ficará lembrado para sempre como um dos jogadores que marcaram história no clube e o ajudaram a se tornar o clube vitorio e cheio de glórias que é hoje em dia.


Títulos

  • 1922 - Campeonato Carioca - Série B
  • 1923 - Campeonato Carioca
  • 1924 - Campeonato Carioca
  • 1929 - Campeonato Carioca

Premiações

  • 1922 - Jogador do Ano: Melhor Jogador do Vasco
  • 1923 - Jogador do Ano: Melhor Jogador do Vasco

Fonte: Wikipédia e Net Vasco