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Mário Moraes

MÁRIO DE TOLEDO LEITE MORAES
(63 anos)
Jornalista e Comentarista Esportivo

* São Paulo, SP (13/06/1925)
+ São Paulo, SP (11/08/1988)

Mário trabalhou em jornal, rádio e televisão. Trabalhou na Rádio Panamericana, Rádio Nacional, Rádio Tupi, Rádio Bandeirantes, TV Tupi, Tv Gazeta, TV Guaíba, nos jornais Sport News e Diário da Noite. Destacou-se nas transmissões em dupla com Pedro Luiz.

Foi casado com Irma Leite (atriz de rádioteatro) e tiveram dois filhos, Mário de Toledo Leite Moraes Júnior e Roberto de Toledo Leite Moraes.

Faleceu em 11/08/1988 no Hospital Sírio Libanês, São Paulo, vítima de uma Parada Cardiorrespiratória durante uma sessão de quimioterapia em consequência de um Câncer na Garganta.

Fonte: Projeto VIP

Lola Lys

MARIA VILELA DE ALMEIDA
(88 anos)
Atriz

* Vila de São Manuel, MG (28/01/1900)
+ Volta Redonda, RJ (10/09/1988)

Ainda jovem mudou-se para Cataguases, onde conheceu o também jovem Humberto Mauro, com quem se casou em 1920.

Mesmo sem nunca ter pretendido ser atriz, aceita participar do filme O Tesouro Perdido (O Thesouro Perdido) em 1927, de seu marido, durante o Ciclo Cataguases do Cinema Nacional, pois a atriz principal, Eva Nil, abandonara as filmagens.

O Tesouro Perdido é um sucesso, recebe o Medalhão Cinearte de Melhor Filme de 1927, passaporte para sua futura parceria com o jornalista, diretor e produtor Adhemar Gonzaga. O filme, uma aventura com direito a mocinha, herói e bandidos, é basicamente composto pela família: Humberto Mauro é o vilão, seu irmão Bruno Mauro (pseudônimo de Francisco Mauro) é o herói, e Lola Lys é a mocinha Susana.

A partir daí, dedica-se somente aos três filhos do casal e a acompanhar Humberto em suas empreitadas cinematográficas.

Morreu em 10 de Setembro de 1988, em Volta Redonda, aos 88 anos de idade.

Filmografia

  • 1927 - O Thesouro Perdido

Fonte: Projeto VIP e Meu Cinema Brasileiro

Renata Agondi

RENATA CÂMARA AGONDI
(25 anos)
Nadadora

* Santos, SP (08/02/1963)
+ Canal da Mancha (23/08/1988)

Renata Câmara Agondi foi uma nadadora brasileira famosa por ter tentado atravessar a nado o Canal da Mancha, quando morreu, em agosto de 1988.

Renata Agondi
Renata Agondi, grande nome da natação brasileira nos anos 80, reunia todas as condições para ter figurado entre os maiores nomes da natação mundial de águas abertas. Em suas participações em provas internacionais, Renata foi capaz de impressionar os especialistas e despertar o respeito dos demais atletas.

Em 1986, em sua primeira atuação na Travessia de Capri-Napoli, uma das mais charmosas provas de mar aberto do mundo, Renata terminou em terceiro lugar entre as mulheres e na sexta posição na geral, superando o também brasileiro Igor de Souza, que terminou em sétimo.

Com o tempo de 9 horas, 27 minutos e quatro segundos, Renata ainda ficou com o título de vice-campeã da categoria profissional. A campeã feminina, a holandesa Monique Wildchut com uma experiência incomparável no tocante à Renata, completou a prova em 9 horas, 10 minutos e 35 segundos.

Renata começou a nadar com a idade de oito anos, no Aprenda a Nadar do Fluminense Futebol Club, do Rio de Janeiro, agremiação pela qual conquistou suas primeiras medalhas e títulos.

De 1980 a 1982, Renata manteve-se afastada da natação para retomá-la já em Santos, no Clube de Regatas Saldanha da Gama. Antes de integrar a equipe da Associação Santa Cecília de Esportes, ela ainda atuaria pelo Clube Internacional de Regatas.

Nas piscinas, Renata exibiu muito talento, mas foram nas provas de águas abertas que ela realmente se encontrou. Em um curto espaço de tempo, transformou-se na principal competidora da categoria no estado de São Paulo e numa das melhores do país.

Depois das participações em provas internacionais na Itália, ela entendeu que chegara a hora de encarar o maior desafio de todos, a travessia das gélidas águas do Canal da Mancha.

No fatídico dia 23 de agosto de 1988, totalmente exaurida pelo esforço extremo provocado por uma imperdoável falha na rota e apresentando um acentuado quadro de hipotermia, Renata veio a falecer, deixando uma lacuna irreparável.

Revolution 9
A história de Renata, sua passagem pela Secretaria de Esportes de Santos, pela Liga Santista de Desportos Aquáticos, pela Faculdade de Comunicação da Universidade Católica de Santos, seus amores e outras confidências são encontradas no livro Revolution 9 de Marcelo Teixeira, que ganhou sua versão cinematográfica com o documentário Renata.

Renata dava o nome aos seus diários de Revolution 9, em homenagem aos Beatles, grupo pelo qual demonstrava grande admiração.

Marcelo, que é presidente da última agremiação que a nadadora defendeu, a Associação Santa Cecília de Esportes (ASCE), escreveu o livro para homenagear a amiga e antiga atleta. Afinal, a própria Renata queria que isso acontecesse:

"Quando morrer, eu quero que façam um livro com meus diários. Sei que não são importantes, mas são bacanas porque contam uma vida, e uma vida por mais insignificante que seja, é muito importante para aprendermos sobre nós mesmos."

Menotti del Picchia

PAULO MENOTTI DEL PICCHIA
(96 anos)
Poeta, Jornalista, Tabelião, Advogado, Político, Romancista, Cronista, Pintor e Ensaísta

* São Paulo, SP (20/03/1892)
+ São Paulo, SP (23/08/1988)

Com cinco anos de idade mudou-se para a cidade de Itapira, interior de São Paulo, onde foi aluno de Jacomo Stávale. Bacharel em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, formado em 1913.

Nesse ano de 1913 publicou Poemas do Vício e da Virtude, seu primeiro livro de poesias. Na cidade de Itapira foi agricultor e advogado militante. Lá criou o jornal político O Grito e escreveu os poemas Moisés e Juca Mulato. Colaborou em vários jornais, entre os quais Correio Paulistano, Jornal do Comércio e Diário da Noite.

Em 1924 criou, com Cassiano Ricardo e Plínio Salgado, o Movimento Verde-Amarelo, de tendência nacionalista. Publicou vários romances, entre eles Flama e Argila, O Homem e a Morte, Republica 3000 e Salomé, além de livros de ensaios e de crônicas.

Menotti del Picchia e Joaquim Inojósa
Atividade Política

Foi membro do Partido Republicano Paulista durante a República Velha, participou da Revolução de 1932 como ajudante de ordens do governador Pedro de Toledo. Escreveu um livro sobre a Revolução de 1932, chamado A Revolução Paulista.

Exerceu vários cargos públicos. Foi o primeiro diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado de São Paulo, deputado estadual em duas legislaturas, membro da constituinte do Estado de São Paulo e deputado federal pelo Estado de São Paulo em três legislaturas.

Atividade Cultural

Foi diretor de A Noite e A Cigarra, entre 1920 e 1940, além de diversos outros jornais e revistas.

Com Oswald de Andrade, Mário de Andrade e outros jovens artistas e escritores paulistas, participou da Semana de Arte Moderna de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. Foi um dos mais combativos militantes da estética modernista.

Em 1937 foi diretor do Grupo da Anta, com Cassiano Ricardo, e diretor do Movimento Cultural Nacionalista Bandeira, com Cassiano Ricardo e Cândido Mota Filho.

Paulo Menotti del Picchia
Em 1943, foi eleito para a cadeira 28 da Academia Brasileira de Letras, tendo sido suas principais obras Juca Mulato (1917) e Salomé (1940). Um livro seu de elevada popularidade é Máscaras (1920), pela sua nota lírica.

Presidiu a Associação dos Escritores Brasileiros, seção de São Paulo. Foi agraciado com o título de Intelectual do Ano em 1968, e aclamado Príncipe dos Poetas Brasileiros em 1982.

Em 1960, recebeu o Prêmio Jabuti de poesia, concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

A poesia de Menotti del Picchia vincula-se à primeira geração do Modernismo. Em 1984, recebeu o Prêmio Moinho Santista - Categoria poesia.

Representações na Cultura

Menotti Del Picchia já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Carlos Gregório no filme O Homem do Pau-Brasil (1982) e Ranieri Gonzalez na minissérie Um Só Coração da Rede Globo (2004).

Morte

Morreu em São Paulo, no dia 23 de agosto de 1988. Seu corpo foi velado na Academia Paulista de Letras, da qual também era membro, e sepultado no Cemitério São Paulo.

Em sua homenagem, foram fundados na cidade de Itapira o Parque Juca Mulato e a Casa Menotti Del Picchia (24 de março de 1983) onde podem ser vistos objetos e livros que pertenciam ao autor.

Fonte: Wikipédia

Rita Cléos

RITA SCHADRACK
(56 anos)
Atriz, Dubladora, Tradutora e Diretora de Dublagem

* Blumenau, SC (29/09/1931)
+ Curitiba, PR (21/05/1988)

Mais conhecida como Rita Cléos, é às vezes creditada como Rita Cleós ou Rita Cleoci.

Filha de Ernesto e Elsa Schadrack, em 1935 emigrou com a família para a Alemanha, onde passou sua infância, tendo em 1946 retornado para sua cidade natal.

Começou a carreira artística na década de 1950, no cinema, tendo feito os filmes "Esquina da Ilusão" (1953), "A Família Lero-Lero" (1953), "É Proibido Beijar" (1954), "Macumba na Alta" (1958). Posteriormente, também atuou em "Diário de uma Prostituta" (1979) e "A Noite das Depravadas" (1981).

Trabalhou também na televisão, estreando na TV Tupi em 1962. Participou de várias novelas de sucesso, como "O Cara Suja" (1965), onde protagonizava ao lado de Sérgio Cardoso.

Em 1966, transferiu-se para a TV Excelsior, participando da recordista "Redenção" (1966-1968). Rita permaneceu na TV Excelsior até a falência do canal, em 1970, quando atuou na última novela produzida, "Mais Forte que o Ódio". Terminada a novela, a emissora vai à falência, e curiosamente Rita nunca mais atuou em novelas, apenas participou da pequena produção "Maria Stuart", muitos anos depois, na TV Cultura.

Além de trabalhar no cinema e na TV, Rita Cléos ainda foi dubladora durante muitos anos, e atuou também no teatro, participando de peças como "Constantina" (1977).

Durante sua carreira trabalhou ao lado de grandes nomes como Nathalia Thimberg, Fernanda Montenegro, Altair Lima, Sérgio Cardoso, Francisco Cuoco, Lima Duarte, Patrícia Mayo, Ana Rosa, Lisa Negri, Débora Duarte, entre outros.

Na Arte Industrial Cinematográfica (AIC), sua voz era reconhecida pela personagem Samantha na série "A Feiticeira", onde substituiu Nícia Soares a partir da 2ª temporada até o final da série.

Antes de "A Feiticeira", Rita Cleós já participava da AIC, onde dublou a atriz Beverly Garland ("Casey Jones"), personagem principal na série "A Armadilha" (Decoy). Também dublou a atriz Nancy Malone (Libby) na série "Cidade Nua" e a atriz Cinthia Lynn (Helga) na 1ª temporada da série "Guerra, Sombra e Água Fresca", fazendo um sotaque alemão excecional.

Também a temos fazendo alguns poucos convidados especiais em séries de TV, pois a personagem Samantha praticamente a absorveu muito, deixando-nos como se fosse a voz da própria Elizabeth Montgomery.

Participou dublando atrizes convidadas nas séries: "Missão Impossível", "Perdidos no Espaço", "Os Três Patetas", "Jeannie é Um Gênio", "Viagem ao Fundo do Mar", "Terra de Gigantes", "Batman" e "Jornada Nas Estrelas".

Rita Cleós também foi tradutora na AIC, mas ainda não conseguimos identificar alguma tradução assinada por ela, porém deve ter traduzido diversos episódios de séries e até filmes, pois traduzia e falava muito bem 4 línguas (inglês, espanhol, italiano e alemão), tendo traduzido livros também.

Já por volta de 1969/70, Rita Cleós já era também diretora de dublagem. Segundo alguns dubladores, ela dirigiu episódios da série "Daniel Boone" e até de "A Feiticeira".

Rita Cléos e Sérgio Cardoso
Novelas

  • 1962 - A Intrusa
  • 1962 - Prelúdio
  • 1963 - Klauss, o Loiro
  • 1963 - Moulin Rouge, A Vida de Tolouse Lautrec
  • 1964 - A Gata
  • 1964 - Quem Casa Com Maria?
  • 1965 - Teresa
  • 1965 - O Cara Suja
  • 1965 - O Pecado de Cada Um
  • 1966 - Redenção
  • 1968 - Legião dos Esquecidos
  • 1969 - Sangue do Meu Sangue
  • 1969 - Dez Vidas
  • 1970 - Mais Forte que o Ódio
  • 1982 - Maria Stuart


Uma artista completa: atriz, dubladora, tradutora, diretora de dublagem que deixou um enorme legado ao Brasil, infelizmente, pouco conhecida e lembrada pela mídia brasileira.

Algumas fontes informam que Rita Cléos faleceu em seu apartamento na cidade de Curitiba, PR, em 21/05/1988, vítima de um ataque cardíaco, aos 56 anos de idade. Outras fontes informam que a atriz foi assassinada.

Fonte: Wikipédia

Ricardo de Almeida

RICARDO DE ALMEIDA
(34 anos)
Ator e Autor Teatral

* São Paulo, SP (1954)
+ São Paulo, SP (1988)

O ator e autor teatral Ricardo Almeida era filho do autor de novelas Manoel Carlos.

Manteve uma fértil parceria com Miguel Magno na escrita e interpretação.
Iniciou a sua carreira de ator no Teatro Orgânico Aldebarã. Em 1979, escreveu, junto com Miguel Magno, "Quem Tem Medo de Itália Fausta?", espetáculo considerado precursor do Teatro Besteirol.

"Quem Tem Medo de Itália Fausta?" foi o espetáculo que projetou nacionalmente Ricardo de Almeida e Miguel Magno. O texto nasceu de forma despretensiosa, como costuma ocorrer com os grandes sucessos. Ricardo e Magno haviam lido um livro sobre o ator Leopoldo Fróes (1882-1932) e, a partir dessa leitura, ele e Miguel Magno começaram a criar cenas brincando com a figura do "ponto", aquele funcionário cuja função era "soprar" do fosso do palco o texto para os atores.

Assim surgiu a Diva dependente do ponto, esquete que abria a montagem. Aos poucos, outros foram se agregando. "Itália Fausta" ganhou ainda, como "entreato", hilariante crítica ao academicismo na conferência de duas professoras sobre "a importância dos monossílabos e das interjeições átonas do dialeto javanês na literatura dramática da ilha de Java durante os últimos 15 dias do século 12 antes de Cristo".

O espetáculo estreou num pequeno teatro no Bexiga - hoje o "Espaço Ágora" dirigido por Roberto Lage e Celso Frateschi. "Eu vi aquela montagem dezenas de vezes", lembrou mais tarde Eduardo Martini que atuou nessa comédia, primeiro contracenando com Miguel Magno e, numa remontagem, com Marcos Oliveira.

Na década de 1980, Ricardo Almeida foi dirigido por encenadores como Antônio Abujamra, Jorge Takla e Bia Lessa.

Além da carreira teatral, Ricardo Almeida escreveu para a TV. Junto com Alcides Nogueira, foi redator do programa educativo da TV Globo chamado de "Zero a Seis". Ao lado do seu pai, o novelista Manoel Carlos, escreveu a minissérie "O Cometa" para a TV Bandeirantes.

Trabalhos Como Ator

1979 - Quem Tem Medo de Itália Fausta?
1980 - Os Filhos de Dulcina
1983 - Um Orgasmo Adulto Escapa do Zoológico
1984 - O Segredo da Alma de Ouro
1984 - Hamleto
1985 - A Trilogia da Louca
1987 - As Guerras do Alecrim e da Manjerona

Trabalhos Como Autor

1979 - Quem Tem Medo de Itália Fausta?
1981 - Os Filhos de Dulcina
1981 - Pirlim

Morte

Ricardo de Almeida faleceu de complicações decorrentes da AIDS.

Henfil

HENRIQUE DE SOUSA FILHO
(43 anos)
Cartunista, Quadrinista, Jornalista e Escritor

* Ribeirão das Neves, MG (05/02/1944)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/01/1988)

Como outros dois de seus irmãos — o sociólogo Betinho e o músico Chico Mário, herdou da mãe a Hemofilia.

A estreia de Henfil deu-se em 1964 na revista "Alterosa". Em 1965 passou a colaborar com o jornal Diário de Minas, tendo seu trabalho também publicado no Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro, e nas revistas Realidade, Revista Visão, Revista Placar e O Cruzeiro. Aí mudou-se para o Rio, onde em 1969 passou a trabalhar no Jornal do Brasil e no jornal O Pasquim.

Com o advento do AI-5 - garantindo a censura dos meios de comunicação, e os órgãos de repressão prendendo e torturando os "subversivos", - Henfil, em 1972, lançou a revista "Fradim" pela editora Codecri, que tornou seus personagens conhecidos. Além dos fradinhos "Cumprido e Baixim", a revista reuniu a "Graúna", o "Bode Orelana", o nordestino "Zeferino" e, mais tarde, "Ubaldo, o paranoico".

Henfil envolveu-se também com cinema, teatro, televisão (trabalhou na Rede Globo, como redator do extinto programa TV Mulher) e literatura, mas ficou marcado mesmo por sua atuação nos movimentos sociais e políticos brasileiros. Ele tentou seguir carreira nos Estados Unidos, mas não teve lugar nos tradicionais jornais estadunidenses, sendo renegado a publicações underground. Ele então retornou ao Brasil, publicando mais um livro.

Henfil passou toda sua vida a defender o fim do regime ditatorial pelo qual o Brasil passava. Quando em 1972 Elis Regina fez uma apresentação para o exército brasileiro, Henfil publicou em O Pasquim uma charge enterrando a cantora, apelidando-a de "regente" - junto a outras personalidades que, na ótica dele, agradariam aos interesses do regime, como os cantores Roberto Carlos e Wilson Simonal, o jogador Pelé e os atores Paulo Gracindo, Tarcísio Meira e Marília Pêra. Elis Regina protestou contra as críticas, e Henfil enterrou-a novamente.

Cronista do Humor

Os escritos de Henfil eram anotações rápidas. Não eram propriamente crônicas, mas um misto de reflexões rápidas, assim como seus traços ligeiros dos cartuns. Célebres eram suas "Cartas à mãe" — título comum em que escrevia sobre tudo e todos, muitas vezes atirando como metralhadora, usando um tom intimista do filho que realmente fala com a mãe — ao tempo em que criticava o governo e cobrava posições das personalidades.

Mesmo seus livros são em verdade a reunião desses escritos, a um tempo memorialistas e de outro falando sobre tudo, sobre a conjuntura política e seu engajamento.

Em "Diário de um Cucaracha", por exemplo, Henfil narra sua passagem pelos Estados Unidos, onde tentou "fazer a América, sonho de todo latino-americano que se preza" (segundo ele próprio). A obra traz um quadro em que o cartunista relata o choque cultural que experimentou, a reação vigorosa do público americano aos seus personagens, classificados como agressivos e ofensivos. Tudo isso escrito em capítulos pequenos, no tom intimista de quem dialoga não com um leitor anônimo, mas com um amigo ou conhecido. No ano de 2009 seu único filho criou o Instituto Henfil.

Obras Publicadas

1976 - Diário de um Cucaracha (1976)
1976 - Hiroxima, Meu Humor (1976)
1984 - Dez em Humor (Coletânea, 1984)
1984 - Diretas Já! (1984)
1984 - Henfil na China (1984)
1984 - Fradim de Libertação (1984)
1984 - Como se Faz Humor Político (1984)

Morte

Após uma transfusão de sangue acabou contraindo o vírus da AIDS. Ele faleceu vítima das complicações da doença no auge de sua carreira, com seu trabalho aparecendo nas principais revistas brasileiras.

Fonte: Wikipédia

Mário Andreazza

MÁRIO DAVID ANDREAZZA
(69 anos)
Militar e Político

☼ Caxias do Sul, RS (20/08/1918)
┼ São Paulo, SP (19/04/1988)

Mário Andreazza foi um militar e político brasileiro nascido em Caxias do Sul, RS, no dia 20/08/1918. Foi ministro dos Transportes nos governos de Artur da Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici, tendo sido responsável por obras como a Ponte Rio-Niterói e a Transamazônica, entre muitas outras.

Destacou-se também pelo que ficou conhecido como Batalha dos Fretes, em que conseguiu situar a Marinha Mercante brasileira no cenário antes dominado pelas potências marítimas internacionais.

No governo de João Batista Figueiredo, foi Ministro do Interior e responsável por programas habitacionais como o Promorar, que erradicou as palafitas, por exemplo, das favelas da Maré, no Rio de Janeiro, e dos Alagados, em Salvador.

Mário Andreazza foi candidato a sucessão de João Batista Figueiredo à Presidência da República, sendo indicado por este último para sucedê-lo. Entretanto, foi obrigado a concorrer na convenção nacional do Partido Democrático Social (PDS), quando o deputado federal Paulo Maluf, também se candidatou na convenção nacional do partido. Foi derrotado na convenção nacional do Partido Democrático Social (PDS) em 11/08/1984, pelo deputado Paulo Maluf por 493 votos a 350, fato esse que motivou o racha do partido, dando origem à chamada Frente Liberal, depois Partido da Frente Liberal (PFL), atual Democratas (DEM) que apoiou o candidato da oposição Tancredo Neves, vencedor das eleições.

Mário Andreazza foi um dos maiores colaboradores para a integração nacional. O Ministro dos Transportes que mais construiu e pavimentou estradas no Brasil. Como Ministro do Interior implantou o maior programa de habitação nacional, demarcou terras indígenas e lançou a Política Nacional do Meio Ambiente. São inúmeras as realizações de Mario Andreazza. No livro "Mario Andreazza e a Integração Brasileira" encontra-se a trajetória de sua grande obra como homem público.

Modesto, pelos seus hábitos, e otimista, por temperamento, Mário Andreazza era pessoa agradável de se conviver. Ele mantinha um padrão de vida pouco superior ao que lhe permitia o soldo de coronel da reserva, mas bastante inferior, por outro lado, ao dos donos e diretores de empreiteiras que fizeram negócios milionários graças às obras que ele construía. Sob o governo de Ernesto Geisel, o ex-ministro de uma das pastas mais ricas do governo foi obrigado a trabalhar para viver, com um emprego como vice-presidente da Companhia Atlântica Boavista de Seguros.

Mário Andreazza e Esposa
Curiosidade

No início da década de 1980, o humorista Renato Aragão criou para o humorístico "Os Trapalhões", da TV Globo, a personagem Severina, a reboque do sucesso da personagem Salomé, interpretado pelo também humorista Chico Anysio. Enquanto Salomé conversava e dava conselhos pelo telefone ao presidente da época, general João Batista Figueiredo, Severina explanava sua paixão pelos olhos verdes de Mário Andreazza, então Ministro do Interior do governo Figueiredo.

Morte

Consumidor de três maços de cigarro por dia, em 1986, Mário Andreazza descobriu que tinha câncer no pulmão esquerdo. Chegou a fazer uma pequena cirurgia, para extrair um nódulo do pulmão. Mais tarde, a doença espalhou-se pelos gânglios e vias respiratórias.

Internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, Mário Andreazza, aos 69 anos, submeteu-se a tratamentos à base de quimioterapia. Quando concluíram que nada mais poderiam fazer para salvá-lo, os médicos cuidaram para que não morresse pelo bloqueio das vias respiratórias, bastante doloroso, mas de parada cardíaca, reforçando transfusões de sangue para forçar o coração a trabalhar.

Com dificuldade para comunicar-se com as pessoas que o visitavam, na terça-feira, dia 18/04/1988, sua mulher, Liliana, e os dois filhos, o engenheiro Mário Gualberto Andreazza, e o administrador de empresas Atílio Andreazza, aproximaram-se de sua cama. O ministro morreu abraçando sua família.

Antigo chefe de uma pasta que movimentava bilhões de dólares, um grupo de amigos se cotizou para pagar o transporte, de avião, de seu corpo até no Rio de Janeiro.

Mário Andreazza morreu dia 19/04/1988, aos 69 anos, vítima de câncer, em São Paulo. Foi enterrado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

Flávio Rangel

FLÁVIO NOGUEIRA RANGEL
(54 anos)
Diretor Teatral, Cenógrafo, Jornalista e Tradutor

* Tabapuã, SP (06/08/1934)
+ São Paulo, SP (25/10/1988)

Flávio Rangel, um dos principais nomes do teatro brasileiro no século 20, não foi somente o diretor de mais de 80 espetáculos no teatro e televisão. Traduziu 19 peças, iluminou, produziu e escreveu para o teatro, preparou cinco livros, colaborou com os principais órgãos de imprensa no país e dirigiu shows musicais (Simone, Nara Leão, Raíces de América). Participou de várias montagens do Teatro Brasileiro de Comédia, companhia que revitalizou e modernizou o teatro na década de 50 no Brasil.

Flávio nasceu em Tabapuã, no interior de São Paulo e com três anos de idade mudou-se para a capital. Estudou na Escola Caetano de Campos e no Colégio Estadual Presidente Roosevelt. Entrou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, mas não completou o curso. Em 1956, escreveu textos para teleteatros do Grande Teatro Tupi, mas a profissionalização veio no Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, em 1957, com "Do Outro Lado da Rua", de Augusto Boal.

Em 1958, ganhou o Prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais, pela encenação de "Juventude Sem Dono", de Michael Vincent Gazzo. Em 1959, para o Teatro Popular de Arte, dirigiu "Gimba, Presidente dos Valentes", de Gianfrancesco Guarnieri . Apresentou-se no Festival do Teatro das Nações, em Paris, Roma e Portugal. Com bolsa de estudo, viajou para os Estados Unidos, onde estagiou em teatros da Broadway.

No ano seguinte, Flávio Rangel assumiu a direção artística do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia). Levou à cena "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes e "A Semente", de Gianfrancesco Guarnieri . Conquistou consecutivamente os prêmios Saci, Governador do Estado de São Paulo e Associação Paulista de Críticos Teatrais, de melhor diretor. Em seguida, encenou "Almas Mortas", de Nikolai Gogol e "A Escada", de Jorge Andrade, que o fez premiado como o melhor diretor de 1961.

A temporada de 1962 começou com "A Morte de Um Caixeiro Viajante", de Arthur Miller. Depois, com "A Revolução dos Beatos", de Dias Gomes, Flávio se desligou do TBC, pensando em transpor "Gimba" para o cinema, o que só ocorreu anos depois. Em 1964 levou à cena "Depois da Queda", de Arthur Miller. Em 1965 fez "Santa Joana", de Bernard Shaw. Para o "Grupo Opinião", junto com Millôr Fernandes, escreveu e dirigiu "Liberdade, Liberdade" - um dos maiores sucessos de sua carreira.

Num ato de protesto no Rio de Janeiro, foi preso com outros intelectuais, soltos após semanas de protestos da classe artística. Flávio voltou à prisão em 1970, por escrever crônicas para "O Pasquim". Foi colaborador do jornal "Folha de São Paulo" entre 1978 e 1984.

Grandes Sucessos

Em 1966, fez "O Sr. Puntila e Seu Criado Matti", de Bertold Brecht, e no ano seguinte "Édipo Rei", de Sófocles. Em 1969 lançou "À Flor da Pele" e uma versão para "Esperando Godot", de Samuel Beckett, com Walmor Chagas e Cacilda Becker, que fez seu último espetáculo. Flávio dirigiu ainda uma versão para "Hamlet", de William Shakespeare, e em 1971, "Abelardo e Heloísa", de Ronald Millar. Seguiram-se "A Capital Federal", de Artur Azevedo, "O Homem de la Mancha", de Dale Wasserman, "Dr. Fausto da Silva", de Paulo Pontes, e "Pippin", musical da Broadway.

Durante a década de 1970, Flávio se dedicou a "Mumu, a Vaca Metafísica", de Marcílio Morais; "À Margem da Vida", de Tennessee Williams, com Ariclê Perez (com quem foi casado); "O Santo Inquérito", de Dias Gomes; "A Nonna", de Roberto Cossa; "Tudo Bem no Ano que Vem", de Bernard Slade; "Investigação na Classe Dominante" e "O Rei de Ramos", musical de Dias Gomes e Chico Buarques. Também fez uma nova versão para "O Pagador de Promessas".

A partir dos anos 80, Flávio Rangel assumiu os musicais, dirigindo em 1982, "Amadeus". No ano seguinte, com "Piaf", marcou a carreira de Bibi Ferreira. "Vargas", porém, outro musical de Dias Gomes e Ferreira Gullar, gerou polêmicas com políticos do Rio. Em 1984, encenou o espetáculo "Freud, no Distante País da Alma", de Henry Denker. Sem destaque, fez "A Herdeira", baseado em Henry James, e "Negócios de Estado", comédia de Louis Verneuil.

Seu último trabalho foi "Cyrano de Bergerac", de Edmond Rostand, em 1985, à frente da Companhia Estável de Repertório - CER. Para Flávio, o teatro era "imperecível, imortal".

Suas crônicas jornalísticas foram reunidas em quatro títulos: "Seria Cômico Se Não Fosse Trágico", "A Praça dos Sem Poderes", "Os Prezados Leitores" e "Diário do Brasil".

A causa de sua morte foi Câncer Pulmonar.

Fonte: UOL Educação e Projeto VIP

Linda Batista

FLORINDA GRANDINO DE OLIVEIRA
(68 anos)
Cantora, Compositora e Atriz

* São Paulo, SP (14/06/1919)
+ São Paulo, SP (17/04/1988)

Mais conhecida como Linda Batista, foi uma cantora e compositora brasileira. Era filha de Batista Júnior e irmã de Dircinha Batista.

Começou sua carreira acompanhando sua irmã mais nova ao violão durante suas apresentações. Em 1936, teve que substituir a irmã no programa de Francisco Alves na Rádio Cajuti, obtendo boa aceitação do público. Também naquele ano, participou, ao lado de Dircinha, do filme Alô, Alô, Carnaval.

Linda precisou de apenas um ano para se consagrar como cantora. Em 1937, foi a primeira cantora a ser eleita Rainha do Rádio, título que manteve por onze anos consecutivos. O concurso foi realizado no Iate dos Laranjas, barco carnavalesco atracado na Esplanada do Castelo, no centro do Rio de Janeiro. Pouco depois, como contratada da então nova Rádio Nacional, fez uma excursão de grande sucesso no Norte e Nordeste que durou seis meses, começando por Recife, PE. Ali, apresentou-se no Teatro Santa Isabel, cantando músicas de Capiba acompanhada da Jazz-Band Acadêmica.

Faleceu em decorrênia da diabetes.

Fonte: Wikipédia

Chacrinha

JOSÉ ABELARDO BARBOSA DE MEDEIROS
(70 anos)
Radialista e Apresentador de TV

☼ Surubim, PE (30/09/1917)
┼ Rio de Janeiro, RJ (30/06/1988)

José Abelardo Barbosa de Medeiros, mais conhecido por Chacrinha, foi um comunicador de rádio e televisão, apresentador de programas de auditório de grande sucesso das décadas de 1950 a 1980, nascido em Surubim, PE, no dia 30/09/1917.

Chacrinha foi o autor da célebre frase: "Na televisão, nada se cria, tudo se copia!". Em seus programas de televisão, foram revelados para o país inteiro cantores como Roberto Carlos, Clara Nunes, Roberto Leal, Paulo Sérgio, Raul Seixas, Perla, entre muitos outros.

Desde 1970 era chamado de Velho Guerreiro, após uma homenagem feita a ele pelo cantor Gilberto Gil, que assim se referiu a Chacrinha em sua canção "Aquele Abraço".

Ainda na infância mudou-se com a família de Surubim para Caruaru, também em Pernambuco, e depois, aos 10 anos de idade, para Campina Grande na Paraíba.

Aos 15, foi estudar, em regime de internato, no Colégio Marista do Recife, na capital pernambucana.

Começou a cursar medicina em 1936, aos 19 anos, e em 1937 teve o seu primeiro contato com o rádio na Rádio Clube de Pernambuco, ao dar uma palestra sobre alcoolismo. Chacrinha, apesar de sucessivas crises financeiras na família, teve uma infância tranquila.

Início da Carreira

Em Recife, ponto de chegada, Chacrinha prosseguiu seus estudos e todos os caminhos pareciam indicar a Faculdade de Medicina para o jovem Abelardo Barbosa. Não pretendendo passar um ano inteiro no quartel, falsificou a data de nascimento na cédula de identidade e acabou ingressando no Tiro de Guerra.

Após esta experiência, foi tocar bateria. Dois anos depois de começar seus estudos de medicina, em 1938, caiu nas mãos de colegas já formados que o salvaram de uma apendicite supurada e gangrenada. Ainda convalescente da delicada cirurgia, ele, como percussionista do grupo Bando Acadêmico, decidiu aos 21 anos, viajar, como músico no navio Bagé rumo à Alemanha. Porém, naquele dia estourou a Segunda Guerra Mundial que agitaria o mundo em 1939 e o fizeram desembarcar na então capital federal, o Rio de Janeiro, onde se tornou locutor na Rádio Tupi.

Em 1943, lançou na Rádio Clube Fluminense um programa de marchinhas de carnaval chamado "Rei Momo na Chacrinha", que fez muito sucesso. Passou então a ser conhecido como Abelardo Chacrinha Barbosa.

Nos anos 1950, comandou o programa "Cassino da Chacrinha", no qual lançou vários sucessos da música popular brasileira como "Estúpido Cupido", de Celly Campello, e "Coração de Luto", do artista gaúcho Teixeirinha. E, no "Cassino da Chacrinha", ele fingia, com sons e ruídos, que lá aconteciam enormes festas e lançamentos de discos.

Carreira na Televisão

Em 1956 estreou na televisão com o programa "Rancho Alegre", na TV Tupi, na qual começou a fazer também a "Discoteca do Chacrinha". Em seguida foi para a TV Rio e, em 1970, foi contratado pela TV Globo. Chegou a fazer dois programas semanais: "Buzina do Chacrinha" (no qual apresentava calouros, distribuía abacaxis e perguntava: "Vai para o trono, ou não vai?") e "Discoteca Do Chacrinha". Dois anos depois voltou para a TV Tupi.

Em 1974, teve uma breve passagem pela TV Record, retornando em seguida para a Tupi.

Em 1978, transferiu-se para a TV Bandeirantes e, em 1982, retornou à Globo, onde ocorreu a fusão de seus dois programas num só, o "Cassino do Chacrinha", que fez grande sucesso nas tardes de sábado.

Alcançou grande popularidade com os seus programas de calouros, nos quais apresentava-se com roupas engraçadas e espalhafatosas, acionando uma buzina de mão para desclassificar os calouros e empregando um humor debochado, utilizando bordões e expressões que se tornariam populares, como "Teresinha!", "Vocês querem bacalhau?", "Eu vim para confundir, não para explicar!" e "Quem não se comunica, se trumbica!".

Os jurados ajudavam a criar o clima de farsa, no qual se destacaram Carlos Imperial, Aracy de Almeida, Rogéria, Elke Maravilha, Pedro de Lara, dentre muitos outros.

Outro elemento para o sucesso dos programas para TV eram as chacretes, dançarinas, que faziam coreografias bastante simples e ingênuas para acompanhar as músicas. Além da coreografia ensaiada, as dançarinas recebiam nomes exóticos e chamativos como Rita Cadillac, Índia Amazonense, Fátima Boa Viagem, Suely Pingo de Ouro, Fernanda Terremoto, Lucinha Apache, Leda Zepellin, e outras. Apesar de vestidas de forma decorosa e rigorosamente acompanhadas pelo apresentador que lhes vetava, por exemplo, encontrarem-se com fãs, elas fizeram parte do universo erótico de gerações de espectadores do programa.

As Chacretes Mais Famosas

  • Baby
  • Beth Boné
  • Bia Zé Colméia
  • Cambalhota
  • Chininha
  • Cleópatra
  • Cristina Azul
  • Daisy Cristal
  • Elvira
  • Elza Cobrinha
  • Érica Selvagem
  • Esther Bem-Me-Quer
  • Estrela Dalva
  • Fátima Boa Viagem
  • Fernanda Terremoto
  • Geni
  • Gláucia Sued
  • Gleice Maravilha
  • Graça Portellão
  • Índia Amazonense
  • Índia Poti
  • Leda Zepelin
  • Lia Hollywood
  • Lucinha Ti-ti-ti
  • Marlene Morbeck
  • Mirian Cassino
  • Pimentinha
  • Regina Polivalente
  • Rita Cadillac
  • Rosane da Camiseta
  • Rosely Dinamite
  • Sandra Pérola Negra
  • Sandra Veneno
  • Sandrinha Radical
  • Soninha Toda Pura
  • Sarita Catatau
  • Sueli Pingo de Ouro
  • Valéria Mon Amour
  • Valderez
  • Gracinha Copacabana


No início eram conhecidas como as "Vitaminas do Chacrinha". A mais famosa de todas as chacretes foi, sem dúvida, Rita Cadillac.

Chacrinha apareceu em filmes brasileiros dos anos 1960 e 1970, geralmente interpretando ele mesmo. No filme "Na Onda do Iê-Iê-Iê", de 1966, ele encenou seu programa de calouros "A Hora da Buzina", exibido na TV Excelsior. Dentre os calouros, estavam Paulo Sérgio (como ele mesmo) e Silvio César, que interpretava o personagem César Silva. Chacrinha dizia diversos de seus bordões: "Vai para o trono ou não vai?", "Como vai, vai bem? Veio a pé ou veio de trem?", "Cheguei, baixei, saravei!". Há também outras frases engraçadas, quando ele diz que "Graças a Deus o programa acabou!", ou então "Alguns calouros saem daqui contratados por alguma fábrica de discos, outros vão para a cadeia!".

Anualmente, Chacrinha lançava em seu programa uma marchinha para o carnaval. Conhecido como Velho Guerreiro, em 1987 foi homenageado pela escola de samba carioca Império Serrano com o enredo "Com A Boca No Mundo - Quem Não Se Comunica Se Trumbica", foi a única vez que desfilou numa escola de samba, surgiu no último carro alegórico, que reproduzia o cenário de seu programa, rodeado de chacretes, de Russo, seu assistente de palco, e Elke Maravilha.

Em Outubro de 1987 recebeu título de Doutor Honoris Causa da Faculdade da Cidade, no Rio de Janeiro.

Seu aniversário de 70 anos foi comemorado em setembro de 1987 com um jantar oferecido em sua homenagem pelo então Presidente da República, José Sarney.

Durante o ano de 1988, já doente, foi substituído em alguns programas por Paulo Silvino. Ao voltar à cena, no mês de junho, comandou a atração com João Kleber, até que pudesse se sentir forte novamente.

O último programa "Cassino do Chacrinha" foi ao ar em 02/07/1988.

Em 2008 foi lançado o documentário "Alô, Alô, Terezinha!" do cineasta Nelson Hoineff, reproduzindo o grande sucesso de seus programas, os diversos artistas que revelou e depois se firmaram na música brasileira, além das inesquecíveis chacretes.

Curiosidades

Quando o bacalhau encalhou nas Casas da Banha, seu patrocinador na TV Tupi, Chacrinha, arrumou um jeito de reverter a situação. Durante o programa, virava-se para o auditório e dizia: "Vocês querem bacalhau?", e atirava o peixe para o auditório, onde a plateia disputava a tapa o produto. As vendas explodiram e ele explicou: "Brasileiro adora ganhar um presentinho!".

Chacrinha era um dos mais ilustres e notórios torcedores do Vasco da Gama, tendo se apresentado diversas com a camisa do clube. Chacrinha utilizava seu espaço para a promover dirigentes e jogadores do cruz-maltino, bem como para provocar os rivais do Vasco, já tendo falado durante um programa "Flamengo para mim é o pior time do mundo. No Brasil para mim só existe um time, é o Vasco da Gama!"Em 1968, o Conselho Deliberativo do Vasco concedeu o título de Sócio Honorário a Chacrinha. Quando faleceu, seu caixão foi coberto por uma bandeira do Vasco e da escola de samba Portela.

Em 2017, ano em que Chacrinha completou 100 anos, o Vasco prestou uma homenagem ao apresentador, entrando em campo com uma logomarca na camisa com o rosto do comunicador.

O termo "Terezinha" não era homenagem a alguma mulher de nome Tereza. O termo surgiu em substituição ao antigo patrocínio de seu programa no rádio, a "Água Sanitária Clarinha". Chacrinha contava que durante seus tempos de rádio, seu programa era patrocinado pela Clarinha, uma marca fabricante de água sanitária. Com a falência da empresa, Chacrinha queria continuar usando o nome, mas não podia. Então na busca por um nome que substituísse a Clarinha, surgiu a Terezinha, que possuía uma sonoridade igual.

Chacrinha foi homenageado pela escola de samba Acadêmicos do Grande Rio no carnaval de 2018, com o enredo "Vai para o trono ou não vai?".

Morte

Chacrinha faleceu às 23h30 de quinta-feira, 30/06/1988, aos 70 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de infarto do miocárdio e insuficiência respiratória. Chacrinha tinha câncer no pulmão.

Fonte: Wikipédia
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Chico Mendes

FRANCISCO ALVES MENDES FILHO
(44 anos)
Seringueiro, Sindicalista e Ativista Ambiental

* Xapuri, AC (15/12/1944)
+ Xapuri, AC (22/12/1988)

Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, foi um seringueiro, sindicalista, ativista ambiental e ultrarrevolucionário brasileiro. Sua atividade política visada à preservação da Floresta Amazônica e lhe deu projeção mundial. Em julho de 2012, foi eleito o 28º maior brasileiro de todos os tempos, no concurso "O Maior Brasileiro de Todos os Tempos", realizado pelo SBT com a BBC de Londres.

Chico Mendes, ainda criança, começou seu aprendizado do ofício de seringueiro, acompanhando o pai em excursões pela mata. Só aprendeu a ler aos 19 e 20 anos, já que na maioria dos seringais não havia escolas, nem os proprietários de terras tinham intenção de criá-las em suas propriedades.


Iniciou a vida de líder sindical em 1975, como secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. A partir de 1976 participou ativamente das lutas dos seringueiros para impedir o desmatamento através dos "empates" - manifestações pacíficas em que os seringueiros protegem as árvores com seus próprios corpos. Organizava também várias ações em defesa da posse da terra pelos habitantes nativos.

Em 1977 participou da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, e foi eleito vereador pelo MDB local. Recebeu então as primeiras ameaças de morte, por parte dos fazendeiros, e começou a ter problemas com seu próprio partido, que não se identificava com suas lutas.

Em 1979 Chico Mendes reúniu lideranças sindicais, populares e religiosas na Câmara Municipal, transformando-a em um grande foro de debates. Acusado de subversão, foi submetido a interrogatórios. Sem apoio, não conseguiu registrar a denúncia de tortura que sofreu em dezembro daquele ano.

Chico Mendes foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e um dos seus dirigentes no Acre, tendo participado de comícios com Lula na região. Em 1980 foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional a pedido de fazendeiros da região, que procuraram envolvê-lo no assassinato de um capataz de fazenda, possivelmente relacionado ao assassinato do presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Brasiléia, Wilson Sousa Pinheiro.


Em 1981 Chico Mendes assumiu a direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, do qual foi presidente até sua morte. Candidato a deputado estadual pelo PT nas eleições de 1982, não conseguiu se eleger e após isso começou a sofrer ameaças de mortes.

Acusado de incitar pessoas à violência, foi julgado pelo Tribunal Militar de Manaus, e absolvido por falta de provas, em 1984.

Liderou o I Encontro Nacional dos Seringueiros, em outubro de 1985, durante o qual foi criado o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), que se tornou a principal referência da categoria. Sob sua liderança a luta dos seringueiros pela preservação do seu modo de vida adquiriu grande repercussão nacional e internacional. A proposta da "União dos Povos da Floresta" em defesa da Floresta Amazônica buscou unir os interesses dos indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores, quebradeiras de côco babaçu e populações ribeirinhas, através da criação de reservas extrativistas. Essas reservas preservam as áreas indígenas e a floresta, além de ser um instrumento da reforma agrária desejada pelos seringueiros.

Em 1986 participou das eleições daquele ano pelo PT-AC candidato a deputado estadual ao lado de outros candidatos entre eles Marina Silva para deputada federal, José Marques de Sousa para Senado, e Hélio Pimenta para Governador, não sendo nenhum deles eleito.

Em 1987, Chico Mendes recebeu a visita de alguns membros da Organização das Nações Unidas, em Xapuri, que puderam ver de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causadas por projetos financiados por bancos internacionais. Dois meses depois levou estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião de um banco financiador, o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Os financiamentos a esses projetos são logo suspensos. Na ocasião, Chico Mendes foi acusado por fazendeiros e políticos locais de "prejudicar o progresso", o que aparentemente não convenceu a opinião pública internacional. Alguns meses depois, Chico Mendes recebeu vários prêmios internacionais, destacando-se o "Global 500", oferecido pela Organização das Nações Unidas, por sua luta em defesa do meio ambiente.


Ao longo de 1988 participou da implantação das primeiras reservas extrativistas criadas no Estado do Acre. Ameaçado e perseguido por ações organizadas após a instalação da União Democrática Ruralista no Estado, Chico Mendes percorreu o Brasil, participando de seminários, palestras e congressos onde denunciou a ação predatória contra a floresta e as violências dos fazendeiros contra os trabalhadores da região.

Após a desapropriação do Seringal Cachoeira, em Xapuri, propriedade de Darly Alves da Silva, agravaram-se as ameaças de morte contra Chico Mendes que por várias vezes denunciou publicamente os nomes de seus prováveis responsáveis. Deixou claro às autoridades policiais e governamentais que corria risco de perder a vida e que necessitava de garantias.

No III Congresso Nacional da CUT, voltou a denunciar sua situação, similar à de vários outros líderes de trabalhadores rurais em todo o país. Atribuiu a responsabilidade pela violência a  União Democrática Ruralista. A tese que apresentou em nome do Sindicato de Xapuri, "Em Defesa dos Povos da Floresta", é aprovada por aclamação pelos quase seis mil delegados presentes. Ao término do Congresso, Chico Mendes foi eleito suplente da direção nacional da CUT. Assumiria também a presidência do Conselho Nacional dos Seringueiros a partir do II Encontro Nacional da categoria, marcado para março de 1989, porém não sobreviveu até aquela data.

Morte

Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado com tiros de escopeta no peito na porta dos fundos de sua casa, quando saía de casa para tomar banho. Chico Mendes anunciou que seria morto em função de sua intensa luta pela preservação da Amazônia, e buscou proteção, mas as autoridades e a imprensa não deram atenção. Casado com Ilzamar Mendes, 2ª esposa, deixou dois filhos, Sandino e Elenira, na época com dois e quatro anos de idade, respectivamente. Em 1992, foi reconhecida, através de exames de DNA, uma terceira filha.

Após o assassinato de Chico Mendes mais de trinta entidades sindicalistas, religiosas, políticas, de direitos humanos e ambientalistas se juntaram para formar o "Comitê Chico Mendes". Eles exigiam providencias e através de articulação nacional e internacional pressionaram os órgãos oficiais para que o crime fosse punido.

Em dezembro de 1990, a justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves Ferreira, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão. Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do INCRA, no interior do Pará, chegando mesmo a obter financiamento público do Banco da Amazônia sob falsa identidade. Só foi recapturado em junho de 1996. A falsidade ideológica rendeu-lhe uma segunda condenação: mais dois anos e 8 meses de prisão.

Legado

  • Como resultado da luta de Chico Mendes, o Brasil tinha, em 2006, 43 reservas extrativistas (Resex) que abrangiam 8,6 milhões de hectares e abrigavam 40 mil famílias. Este tipo de Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável garante legalmente a preservação dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, a manutenção da atividade econômica e a posse coletiva da terra pelas populações tradicionais (seringueiros, castanheiros, babaçueiros, caiçaras etc). A criação de uma Resex e a regularização fundiária estabelecida por ela, permitem a esses grupos ter acesso a financiamento agrícola, programas de segurança alimentar e investimentos na comercialização de seus produtos. Também fica mais fácil conseguir a construção de escolas e postos de saúde.
  • Em 1989, o Grupo Tortura Nunca Mais, uma ONG brasileira de direitos humanos, criou o prêmio Medalha Chico Mendes de Resistência, uma homenagem não só ao próprio Chico Mendes, mas também a todas as pessoas ou grupos que - segundo a entidade - lutam pelos direitos humanos. O prêmio é entregue todos os anos e personalidades como Dom Paulo Evaristo Arns, Jaime Wright, Luísa Erundina, Hélio Bicudo, Paulo Freire, Barbosa Lima Sobrinho, Herbert de Sousa, Alceu Amoroso Lima, Luís Fernando Veríssimo, Zuzu Angel, Oscar Niemeyer, Brad Will e organizações como a Human Rights Watch, Anistia Internacional, Ordem dos Advogados do Brasil, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o Centro de Mídia Independente e a Comissão de Justiça e Paz de São Paulo já receberam a homenagem.
  • Em 10 de dezembro de 2008, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça aprovou, em Rio Branco, no Acre, a condição de anistiado político post-mortem de Chico Mendes. O pedido de anistia havia sido protocolado pela viúva Ilzamar Mendes em 2005.
  • Elenira, filha de Chico Mendes, criou uma ONG chamada "Instituto Chico Mendes", para projetos sociais e ambientais. Em 2009, o Ministério Público do Acre propôs uma ação de improbidade administrativa contra ela e sua mãe, Ilzamar, viúva de Chico Mendes, por desvio de verbas recebidas do governo do Acre, que em três anos totalizaram 685 mil, sendo que Ilzamar foi acusada pela própria irmã de ser funcionária fantasma da ONG.
  • Em 2007 foi criado o "Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade" (ICMBio), autarquia responsável pela gestão das unidades de conservação federais do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza no Brasil.

Fonte: Wikipédia
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