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Mauro Duarte

MAURO DUARTE DE OLIVEIRA
(59 anos)
Compositor, Ourives e Bancário

* Matias Barbosa, MG (02/06/1930)
+ Rio de Janeiro, RJ (26/08/1989)

Conhecido também como Bolacha, apelido que ganhou por causa de sua cara arredondada, Mauro Duarte foi um senhor compositor. Embora seu nome seja pouco lembrado, é um dos mais importantes compositores do samba carioca e deixou composições que influenciaram gerações de sambistas e influenciam até hoje.

Além de compositor, ganhou a vida como ourives e bancário.

Mauro Duarte nasceu em Matias Barbosa, distrito de Juiz do Fora, MG, mas se mudou pro Rio de Janeio com apenas 3 anos de idade. Morador de Botafogo, frequentava desde criança os blocos carnavalescos do bairro e aos 15 anos já participava da ala de compositores da Mocidade Alegre de Botafogo. No bairro, veio a conhecher grandes compositores, como Walter Alfaiate e Niltinho Tristeza. Mauro passava a integrar o seleto grupo de compositores de Botafogo, que anos mais tarde passaria a contar com a presença do jovem Paulinho da Viola.

Só em 1960 teve sua primeira musica gravada, a composição Palavra interpretada por Miltinho.

Acabaria fazendo do tamborim seu instrumento predileto. Fez parte de dois conjuntos musicais na década de 1960. O primeiro deles foi Os Autênticos (com Walter Alfaiate, Noca da Portela, Adélcio de Carvalho, Eli Campos e Vinícius do Surdo) e depois Os Cinco Crioulos, substituindo Paulinho da Viola (com Nelson Sargento, Élton Medeiros, Anescarzinho do Salgueiro e Jair do Cavaquinho).

Com Os Cinco Crioulos, Mauro Duarte gravou três discos: Samba... No Duro (1967), Samba... No Duro Vol. 2 (1968) e Conjunto os Cinco Crioulos (1969)

Dentre suas inúmeras parcerias, destacam-se aquelas com Paulo Cesar Pinheiro. Juntos eles fizeram verdadeiras obras primas, muitas delas imortalizadas na voz de Clara Nunes: Portela na Avenida (1981), Canto das Três Raças (1976), Menino Deus (1974). É, inclusive, dos dois em parceria com João Nogueira o samba Um Ser de Luz, em homenagem à guerreira que cantou como ninguém a obras desses três compositores.

Mauro Duarte e Cristina Buarque
Em 2008 o pessoal do Samba de Fato em parceria com Cristina Buarque, lançaram o CD duplo O Samba Informal de Mauro Duarte. Uma preciosidade pra quem conhecer a fundo a obra do Bolacha. Os clássicos como Lama, Meu Sapato Já Furou, além de outros maravilhosos sambas ficaram de fora, pois já são conhecidos do público e estão na boca do povo nas rodas de samba. A idéia é divulgar canções pouco conhecidas.

Entre as gravações, algumas inéditas como Dúvida, Jeito do Cachimbo e Reza, Meu Bem, outras com gravações raras, difíceis de se encontrar, e diversos sambas cujas letras foram deixadas incompletas por Mauro Duarte e terminadas postumamente por Paulo Cesar Pinheiro, como é o caso de O Samba Que Eu Lhe Fiz, Compaixão, Lamento Negro, Samba de Botequim e muitos outros. Ao todo são 30 musicas em um CD duplo, cheio de arranjos muito bem feitos pelo pessoal do Samba de Fato, encabeçados pelo Alfredo Del Penho.


Angelito Mello

ANGELITO MELLO
(70 anos)
Ator

* Santana do Livramento, RS (1919)
+ Magé, RJ (09/08/1989)

Angelito Mello começou sua carreira como cantor de tangos. Mais tarde se apaixonou pela profissão de ator e estreou fazendo um galã que não perdia a oportunidade de exibir seus dotes musicais. Estreou no cinema em 1953 no filme Toda a Vida em Quize Minutos.

Na TV ele começou na TV Tupi Rio do Rio de Janeiro em 1960 e participou da novela da TV Globo, O O Sheik de Agadir, em 1966, como o vilão Hibraim.

Fez mais de 30 filmes e participou de dez novelas. Seu personagem mais famoso foi o Mestre Ambrósio, o pescador ingênuo e bondoso, irmão de Zeca Diabo na novela O Bem Amado de Dias Gomes, em 1973.

Televisão
  • 1966 - O Sheik de Agadir
  • 1971 - O Cafona
  • 1971 - Bandeira 2
  • 1973 - O Bem Amado
  • 1977 - Sinhazinha Flô
  • 1977 - O Astro
  • 1979 - Marron Glacê
  • 1979 - Memórias de Amor
  • 1982 - Terras do Sem-Fim
  • 1986 - Dona Beija .... Messias

Morte

Morreu em consequência de um acidente automobilístico, aos 70 anos, na rodovia Magé-Manilha no interior do Rio de Janeiro, quando se dirigia para Magé onde possuía um sítio.

Carlos Aymard

AYMARD DEL CARLO
(54 anos)
Radialista e Comentarista Esportivo

* São Paulo, SP (28/12/1934)
+ São Paulo, SP (08/08/1989)

Um dos mais importantes comentaristas esportivos da história do rádio.

Paulistano, nascido em 28 de dezembro de 1934, Aymard Del Carlo trabalhou na extinta Rádio Nacional de 1969 a 1977. Depois se transferiu para a Rádio Globo, onde ficou até 1989.

Foi presidente da ACEESP (1976 a 1977) e no comando da Associação dos Cronistas Esportivos do Estadode São Paulo passou por situação difícil quando o Torneio Inicio, que tinha renda revertida para a entidade, foi extinto. Com isso a Associação passou a depender de uma indenização proveniente das rendas dos jogos do Campeonato Paulista de Futebol (Paulistão).

Cobriu várias Copas do Mundo de Futebol.

Era filho de Henrique Del Carlo e Maria. Deixou esposa, Nilza Prado, duas filhas, Mônica e Patrícia, e quatro netos.
Morte

Carlos Aymard Faleceu vítima de Câncer no dia 5 de agosto de 1989, aos 54 anos, quando exercia a função de comentarista principal da Rádio Globo.

Aurélio Buarque de Holanda

AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA
(78 anos)
Crítico Literário, Lexicógrafo, Filólogo, Professor, Tradutor e Ensaista

* Passo de Camaragibe, AL (03/05/1910)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/02/1989)

Em 1923, mudou-se para Maceió (AL), onde, aos 14 anos de idade, começou a dar aulas particulares de português. Aos 15, ingressou efetivamente no magistério. Foi convidado pelo Ginásio Primeiro de Março a lecionar em seu curso primário. Já naquela época passou a se interessar por língua e literatura portuguesas. Formou-se em direito pela Faculdade de Direito do Recife em 1936. Nesse mesmo ano, tornou-se professor de Língua Portuguesa e Francesa e de Literatura no Colégio Estadual de Alagoas.

Passou a residir no Rio de Janeiro a partir de 1938, e continuou no magistério, como professor de Português e Literatura Brasileira, no Colégio Anglo-Americano em 1939 e 1940. Professor de Português no Colégio Pedro II, de 1940 a 1969 e professor de ensino médio do Estado do Rio de Janeiro de 1949 a 1980.

Aurélio Buarque de Holanda também publicou artigos, contos e crônicas na imprensa carioca. De 1939 a 1943, atuou como secretário da "Revista do Brasil". Em 1941, deu início a seu trabalho de Lexicógrafo, colaborando com o "Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa".

Em 1942, lançou o livro de contos "Dois Mundos", que foi premiado dois anos depois pela Academia Brasileira de Letras. No ano seguinte, trabalhou no "Dicionário Enciclopédico" do Instituto Nacional do Livro.

Em 1945, publicou o ensaio "Linguagem e Estilo de Eça de Queiroz". Nesse ano, participou do I Congresso Brasileiro de Escritores, em São Paulo, e lançou, juntamente com Paulo Rónai, o primeiro dos cinco volumes da coleção "Mar de Histórias", uma antologia de contos da literatura universal. Ainda em 1945, casou-se com Marina Baird, com quem teve dois filhos, Aurélio e Marisa Luísa, e cinco netos.

Entre 1947 e 1960, produziu textos para a seção "O Conto da Semana", do suplemento literário do "Diário de Notícias".

A partir de 1950, começou a escrever para a revista "Seleções" do Reader’s Digest, na seção "Enriqueça o Seu Vocabulário". Oito anos depois, reuniu todos os artigos que produziu para essa seção, publicando-os em um livro com o mesmo título.

De 1954 a 1955, lecionou Estudos Brasileiros na Universidade Autônoma do México, contratado pelo Ministério das Relações Exteriores.

A preocupação com a língua portuguesa e o amor pelas palavras levou-o a estudar e pesquisar o idioma durante muitos anos com o objetivo de lançar seu próprio dicionário. Finalmente, em 1975, foi publicado o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, conhecido como Dicionário Aurélio ou somente "Aurelião" ou "Aurélio".

Modesto, ele vetou a inclusão, na sua obra, do verbete "Aurélio" como sinônimo de dicionário. Em 1977, publicou o "Minidicionário da Língua Portuguesa", que também é chamado de "Mini-Aurélio".

Em 1989, lançou o "Dicionário Aurélio Infantil da Língua Portuguesa", com ilustrações do Ziraldo. O autor também traduziu várias obras, como "Poemas de Amor", de Amaru, "Pequenos Poemas em Prova", de Charles Baudelaire e os contos para a coleção "Mar de Histórias".

Aurélio Buarque de Holanda foi membro da "Associação Brasileira de Escritores" na seção do Rio de Janeiro (de 1944 a 1949), da Academia Brasileira de Filologia, do Pen Clube do Brasil (Centro Brasileiro da Associação Internacional dos Escritores), da Comissão Nacional do Folclore, da Academia Alagoana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Hispanic Society of America.

Aurélio Buarque de Holanda tinha ascendentes Neerlandeses. Ao contrário do que tem sido propagado na internet, ele era apenas um primo distante de Sérgio Buarque de Holanda, pai do músico Chico Buarques.

Morreu vítima do Mal de Parkinson que sofria desde 1981.

Fonte: Wikipédia


Dorinha Tapajós

DORA TAPAJÓS GOMES
(38 anos)
Cantora

* Rio de Janeiro, RJ (02/09/1950)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/08/1989)

Dorinha Tapajós, era filha de Paulo Tapajós e irmã dos compositores Maurício Tapajós e Paulinho Tapajós. Foi criada em Botafogo, convivendo desde cedo com compositores e cantores que frequentavam sua casa.

Em junho de 1968, atuou pela primeira vez como cantora, em show apresentado no intervalo do Festival Universitário de Música de Porto Alegre, ao lado do irmão Paulinho Tapajós.

Começou a cantar profissionalmente em 1968, como integrante do conjunto A Turma da Pilantragem (A Turma da Pilantragem foi o nome de um grupo musical surgido no movimento cultural brasileiro denominado Pilantragem, em fins da década de 1960), com o qual gravou três LPs até 1969, quando o conjunto se desfez. Nesse ano, formou, com Regininha e Malu Balona, o trio vocal Umas e Outras, com o qual atuou até 1970.

Paulinho Tapajós e Dorinha Tapajós
Ainda em 1969, apresentou-se no IV Festival Internacional da Canção (FIC), ao lado do Grupo Mineiro e do conjunto The Youngsters, interpretando "Bem Te Vi" (Arthur Verocai e Arnoldo Medeiros).

Em 1971, gravou o compacto simples "Dorinha Tapajós", contendo as músicas de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, Dorival Caymmi e Nelson Motta. Nesse mesmo ano fez parte, juntamente com Cynara, Regininha e Bimba, do quarteto vocal que acompanhou Chico Buarque em show realizado no Canecão.

Em 1972, gravou, com Paulinho Tapajós, o compacto duplo "Paulinho e Dorinha".

Fez parte do grupo Quarteto em Cy de 1972 a 1980, juntamente com Cyva, Cynara e Soninha.

Em 1984, fez parte do musical "Sítio do Pica-Pau Amarelo", de Ricardo Villas.

Sônia, Cynara, Cyva e Dora
Como cantora solista, apresentou-se nas casas noturnas People e Calígula com o show "Suaves Canções".

Ao longo de sua carreira, participou de várias gravações de jingles, além de ter atuado como vocalista em discos de Chico Buarque, Milton Nascimento, Simone, Jorge Bem Jor, Ivan LinsPaulinho Tapajós, entre outros.

Dorinha Tapajós faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17/08/1989, aos 38 anos, vítima de Septicemia,  uma infecção geral grave do organismo por germes patogênicos..

Nara Leão

NARA LOFEGO LEÃO DIEGUES
(47 anos)
Cantora

☼ Vitória, ES (19/01/1942)
┼ Rio de Janeiro, RJ (07/06/1989)

Nara Leão era filha caçula do casal capixaba Jairo Leão e Altina Lofego Leão. Nasceu em Vitória, ES, e mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha apenas um 1 ano de idade, com os pais e a irmã, a jornalista Danuza Leão.

Durante a infância, Nara Leão teve aulas de violão com Solon Ayala e Patrício Teixeira, ex-integrante do grupo Os Oito Batutas de Pixinguinha.

Aos 14 anos, em 1956, resolveu estudar violão na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, que funcionava em um quarto-e-sala na Rua Sá Ferreira, em Copacabana. Mais tarde, Nara Leão tornou-se professora da academia.

Musa da Bossa Nova

A Bossa Nova nasceu em reuniões no apartamento dos pais da cantora, em Copacabana, das quais participavam nomes que seriam consagrados no gênero, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e seu então namorado, Ronaldo Bôscoli.

No fim dos anos 50, Nara Leão foi repórter do jornal Última Hora, onde Ronaldo Bôscoli também trabalhava, e que pertencia a Samuel Wainer, casado com a irmã de Nara Leão, Danuza Leão.

O namoro com Ronaldo Bôscoli terminou quando ele a traiu e iniciou um caso com a cantora Maysa, durante uma turnê em Buenos Aires, em 1961. Daí em diante, Nara Leão se reaproxima de Carlos Lyra, que rompeu a parceria musical com Ronaldo Bôscoli em 1960, e de idéias mais à esquerda.

Iniciou um namoro com o cineasta Ruy Guerra e se casou com ele um tempo depois. Nessa época passou a se interessar pelo samba de morro.

A estreia profissional se deu quando da participação, ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, na comédia "Pobre Menina Rica" (1963). O título de Musa da Bossa Nova foi a ela creditado pelo cronista Sérgio Porto. Mas a consagração efetiva ocorreu após o movimento militar de 1964, com a apresentação do espetáculo "Opinião", ao lado de João do Vale e Zé Keti, um espetáculo de crítica social à dura repressão imposta pelo regime militar.

Maria Bethânia, por sua vez, a substituiu no ano seguinte, interpretando "Carcará", pois Nara Leão precisara se afastar por estar afônica. Nota-se que Nara Leão vai mudando suas preferências musicais ao longo dos anos 60.

De Musa da Bossa Nova, passa a ser cantora de protesto e simpatizante das atividades dos Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Embora os Centro Popular de Cultura (CPC) já tivessem sido extintos pela ditadura, em 1964, o espetáculo "Opinião" tem forte influência do espírito cepecista.

Em 1966, interpretou a canção "A Banda", de Chico Buarque no Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, que ganhou o festival e público brasileiro.

Dentre suas interpretações mais conhecidas, destacam-se "O Barquinho""A Banda" e "Com Açúcar e Com Afeto", feita a seu pedido por Chico Buarque, cantor e compositor a quem homenagearia nesse disco homônimo, lançado em 1980.

Nara Leão também aderiu ao Movimento Tropicalista, tendo participado do disco-manifesto do movimento - "Tropicália" ou "Panis et Circensis", lançado pela Philips em 1968 e disponível hoje em CD.

Vida Pessoal

Já separada alguns anos do marido Ruy Guerra, de quem não teve filhos, Nara Leão casa-se novamente, dessa vez com o cineasta Cacá Diegues, com quem teve dois filhos: Isabel e Francisco.

No fim dos anos 60, mudou-se para a Europa com o marido, permanecendo lá por dois anos, tendo morado na França, em Paris, onde nasceu Isabel, primeira filha do casal.

No começo dos anos 70, ela voltou para o Brasil grávida e nasceu no Rio de Janeiro o segundo filho do casal, Francisco. Nessa época, decidiu estudar psicologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

De fato, Nara Leão planejava abandonar a música mas não chegou a deixar a profissão de cantora, apenas diminuindo o ritmo de trabalho e modificando o estilo dos espetáculos, pois era muito cansativa a vida de uma cantora, já que ela agora era mãe e casada, tinha que se dedicar mais aos filhos e ao marido do que a música, apesar dela amar cantar, teve que fazer essa difícil escolha.

Morte

Nara Leão morreu na manhã de 07/06/1989 vítima de um tumor cerebral inoperável, aos 47 anos. Ela já sabia do tumor, e sofria com esse problema havia 10 anos. O tumor estava numa área muito delicada do cérebro, por isso ela não podia ser operada. Sentia fortes dores e tonturas, e isso também foi um contribuinte para ela tentar largar carreira musical.

O último disco foi "My Foolish Heart", lançado naquele mesmo ano, interpretando versões de clássicos americanos.

Após a Morte

Em 2002, seus discos lançados anteriormente em LPs foram relançados em duas caixas separadas - uma com o período 1964-1975 e a outra 1977-1989 - trazendo também faixas-bônus e um livreto sobre sua biografia. Mesmo depois de ter morrido há anos, suas músicas ainda eram sucesso, como até hoje são.

Discografia

  • 1964 - Nara
  • 1964 - Opinião de Nara
  • 1965 - O Canto Livre de Nara
  • 1965 - Cinco na Bossa
  • 1965 - Show Opinião
  • 1966 - Nara Pede Passagem
  • 1966 - Manhã de Liberdade
  • 1966 - Liberdade, Liberdade
  • 1967 - Nara
  • 1967 - Vento de Maio
  • 1968 - Nara Leão
  • 1969 - Coisas do Mundo
  • 1971 - Dez Anos Depois
  • 1974 - Meu Primeiro Amor
  • 1977 - Meus Amigos São Um Barato
  • 1978 - Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos
  • 1979 - Nara Canta en Castellano
  • 1980 - Com Açúcar, Com Afeto
  • 1981 - Romance Popular
  • 1982 - Nasci Para Bailar
  • 1983 - Meu Samba Encabulado
  • 1984 - Abraços E Beijinhos e Carinhos Sem Ter Fim… Nara
  • 1985 - Nara e Menescal - Um Cantinho, Um Violão
  • 1986 - Garota de Ipanema
  • 1987 - Meus Sonhos Dourados
  • 1989 - My Foolish Heart

Fonte: Wikipédia

Carlos Alexandre

PEDRO SOARES BEZERRA
(31 anos)

Cantor

☼ Nova Cruz, RN (01/06/1957)
┼ São José do Campestre, RN (30/01/1989)

Pedro Soares Bezerra, conhecido como Carlos Alexandre, foi um cantor nascido em Nova Cruz, RN, no dia 01/06/1957.

Filho de Gennaro Bezera Martins e Antonieta Feconstinny Bezerra, a carreira de Carlos Alexandre começou em 1975, quando ainda utilizando o nome artístico de Pedrinho, teve sua primeira música gravada. O radialista Carlos Alberto de Sousa levou-o para a gravadora RGE onde gravou um compacto simples, com as canções "Arma de Vingança" e "Canção do Paralítico", que teve vendagem de 100.000 cópias, sucedido pelo grande sucesso "Feiticeira", com 250.000 cópias.

Ele veio da Cidade da Esperança, bairro localizado na Zona Oeste de Natal, no Rio Grande do Norte, e foi o primeiro conjunto habitacional da cidade, construído na década de 1960, pelo então Governador Aluízio Alves. Como o próprio nome guarda em seu significado, surgia um aglomerado populacional que trazia consigo a fé, o desejo do lar, até pelo fato de ser uma experiência pioneira do modelo de moradia para a população de baixa renda. Naquele momento Natal recebia de presente o primeiro conjunto habitacional da América Latina. Conjunto que abrigou e ainda acolhe nomes que fizeram e a continuam construindo a trajetória da capital potiguar. Entre eles estava Pedro Soares Bezerra, nome pouco conhecido do grande público, já que na vida artística ele era conhecido como Carlos Alexandre.

Ídolo popular, ninguém poderia representar melhor o bairro. Carlos Alexandre era o retrato das pessoas de Cidade da Esperança. Humilde, simples, mesmo depois que alcançou o sucesso e passou a ter remunerações mais expressivas, não trocou Natal pelo Sudeste, centro da arte e cultura do país, muito menos deixou o bairro que o recebeu quando ele saiu do município paraibano de Jacaraú, onde morava com a família que o adotou aos 2 anos de idade.

Durante 10 anos, Carlos Alexandre morou na Cidade da Esperança, somente nos três últimos anos de vida fixou residência no Jardim América e depois na Zona Norte.

O Sucesso

Carlos Alexandre alcançou o sucesso aos 21 anos, e talvez tenha sido um dos norte-rio-grandenses que mais brilhou na música nacional. Deixou 200 composições gravadas em três compactos e 14 LPs, sendo que dois LPs e quatro CDs foram uma homenagem póstuma feita pela gravadora RGE.

Com esses trabalhos ganhou 15 discos de ouro e um de platina. Para se ter uma idéia da dimensão de seu sucesso, a viúva do cantor, Maria Solange de Melo Bezerra até hoje, sobrevive com os recursos provenientes dos direitos autorais que ainda recebe.
"A música dele ainda é tocada e regravada. Em todo o Brasil se escuta Carlos Alexandre. Recebo direitos autorais até de rádios de Portugal."
(Maria Solange de Melo Bezerra)

Solange foi sua companheira durante toda a sua carreira e também a sua maior incentivadora. Eles se conheceram em 1976, quando Carlos Alexandre, aos 19 anos, foi para Natal fazer uma cirurgia e não mais voltou para Jacaraú. Ficou morando e trabalhando com os irmãos de criação que eram comerciantes.
"A casa do irmão dele ficava na rua da casa da minha mãe, na Cidade da Esperança. Ele trabalhava como vendedor na padaria de um dos irmãos. Nessa época já gostava de cantar. Seus ídolos eram Elvis Presley, Roberto Carlos e Evaldo Braga. A noite ele ia para frente da minha casa e ficava cantando e tocando violão. Juntava muita gente!"
(Maria Solange de Melo Bezerra)


Nessa época ele já estava interessado em namorá-la, mas Solange tinha um outro namorado.
"Até que na virada do ano de 1976 para 1977 meu namorado não apareceu. No dia 1º de janeiro ele me disse que havia feito a música "Arma de Vingança" para mim e nós começamos a namorar."
Ela conta que aos poucos foi modificando as roupas, o cabelo e o jeito do namorado, com o intuito de levá-lo até a casa do então radialista Carlos Alberto de Sousa.
"Aquele era um ano de campanha, Carlos Alberto ia ser candidato a vereador e gostava de ajudar muito aos pobres. Na primeira vez que fomos até a casa dele, Carlos Alexandre ficou nervoso. Insisti e fomos novamente até a Rádio Cabugi, onde Carlos Alberto tinha um programa. Lá ele cantou Canção de um paralítico e 'Arma de Vingança'. Carlos Alberto adorou e na hora já fizeram um trato, no qual Carlos Alexandre cantaria na campanha e se ele ganhasse, Carlos Alberto se comprometia a levar todos os artistas que o ajudaram para gravar um disco em São Paulo."
Até então ele era conhecido como Pedrinho, e passou a utilizar o nome artístico de Carlos Alexandre por sugestão de Solange.
"Eu tinha um afilhado com esse nome e achava lindo. Fiz a sugestão e ele gostou!"
A campanha foi vitoriosa e o trato foi cumprido. Em janeiro de 1978 Carlos Alexandre junto com Gilliard, Edson Oliveira, e outros artistas, embarcaram para São Paulo para gravar seus discos pela gravadora RGE.


Carlos Alexandre
gravou um compacto que vendeu 100 mil cópias. O cantor foi então chamado pela RGE para gravar seu primeiro LP ainda em 1978, "Feiticeira", que o consagrou vendendo 250 mil cópias. Esse disco também foi gravado em castelhano.


Carlos Alexandre viajou o país com seus sucessos, "Feiticeira", "A Ciganinha", "Vá Pra Cadeia", entre tantos outros. Em algumas viagens, Solange, que casou-se com o artista em fevereiro de 1978, o acompanhava.
"Ia sempre quando ele ia gravar. Ele vinha para Natal para gastar o que ganhava fora. Dizia que Natal era a sua cidade, o lugar para descanso e para lazer!"
Para Solange o cantor era uma pessoa simples, amável, não guardava mágoa de ninguém e tinha muitos amigos. Ela ainda conta que o artista era um pouco namorador, mas logo justifica a atitude do marido: "Também bonito e gostoso como era".

Além de companheira, Solange ainda era a responsável por confeccionar as roupas de seus shows. Juntos eles tiveram três filhos: Germina de Melo Bezerra, através do nome da filha ele homenageou a sua mãe de criação, Carlos Alexandre de Melo Bezerra e Carlos Adriano de Melo Bezerra. O filho do meio, que é conhecido como Carlos Alexandre Júnior, está seguindo os passos do pai fazendo diversos shows pelo interior do Nordeste.

O Acidente

Carlos Alexandre faleceu na segunda-feira, 30/01/1989, aos 31 anos, vítima de um acidente de carro entre São José de Campestre e Tangará, quando voltava de um show em Pesqueira, PE.

O velório ocorreu no ginásio de esportes de Cidade da Esperança e o sepultamento, que reuniu milhares de fãs, foi no Cemitério de Bom Pastor, no dia 31/01/1989.

Segundo matérias publicadas na época, ele foi sepultado ao som da multidão cantando "Feiticeira".
"Até hoje sinto muito a falta dele. Ainda guardo a camiseta suada que ele vestia antes de viajar. As últimas palavras que disse a ele foram: "Leve um pedaço do coração e deixe um pedaço do seu!" 
(Recorda sua esposa Solange)

Discografia
  • 1978 - Feiticeira Vol. 01
  • 1979 - A Ciganinha Vol. 02
  • 1980 - Já Troquei Por Outra Vol. 03
  • 1981 - Mulher De Muitos Vol. 04
  • 1982 - Revelação De Um Sonho Vol. 05
  • 1983 - Cartão Postal Aqui Estou Vol. 06
  • 1984 - Vem Ver Como Eu Estou Vol. 07
  • 1985 - Final De Semana Vol. 08
  • 1986 - Gato e Sapato Vol. 09
  • 1987 - Nosso Quarto e Testemunha Vol. 10
  • 1988 - Sei Sei Vol. 11
  • 1989 - Eternamente Vol. 12
  • 1993 - Carlos Alexandre - Especial
  • 1998 - 20 Super Sucessos Vol. 1
  • 1998 - 20 Super Sucessos Vol. 2
  • 2000 - Coleção Pérolas
  • 2001 - Recorda O Irmão
  • S/D - Carlos Alexandre - Grandes Sucessos
  • S/D - Carlos Alexandre - Último Show

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #CarlosAlexandre

Raul Seixas

RAUL SANTOS SEIXAS
(44 anos)
Cantor, Compositor e Produtor Musical

* Salvador, BA (28/06/1945)
+ São Paulo, SP (21/08/1989)

Raul Seixas foi um famoso cantor e compositor brasileiro, freqüentemente considerado um dos pioneiros do rock brasileiro. Também foi produtor musical da CBS durante sua estada no Rio de Janeiro, e por vezes é chamado de "Pai do Rock Nacional" e "Maluco Beleza".

Sua obra musical é composta de 21 discos lançados em seus mais de 20 anos de carreira e seu estilo musical é tradicionalmente classificado como rock e baião, e de fato conseguiu unir ambos os gêneros em músicas como "Let Me Sing, Let Me Sing".

Seu álbum de estreia, "Raulzito e Os Panteras" (1968), foi produzido quando ele integrava o grupo Os Panteras, mas só ganhou notoriedade crítica e de público com as músicas de "Krig-ha, Bandolo!" (1973), como "Ouro de Tolo", "Mosca na Sopa", "Metamorfose Ambulante".

Raul Seixas (Foto: Juan Luis Guerra)
Raul Seixas adquiriu um estilo musical que o creditou de "Contestador e Místico", e isso se deve aos ideais que vindicou, como a "Sociedade Alternativa" apresentada em "Gita" (1974), influenciado por figuras como Aleister Crowley.

Raul Seixas se interessava por filosofia (principalmente metafísica e ontologia), psicologia, história, literatura e latim, e algumas crenças dessas correntes foram muito aproveitadas em sua obra, que possuía uma recepção boa ou de curiosidade por conta disso. Ele conseguiu gozar de uma audiência relativamente alta durante sua vida, e mesmo nos anos 80 continuou produzindo álbuns que venderam bem, como "Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!" (1987) e "A Panela do Diabo" (1989), esse último em parceria com Marcelo Nova, e sua obra musical tem aumentado continuamente de tamanho, na medida que seus discos (principalmente álbuns póstumos) continuam a ser vendidos, tornando-o um símbolo do rock do país e um dos artistas mais cultuados e queridos entre os fãs nos últimos quarenta anos.

Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone Brasil promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Raul Seixas figurando a posição 19ª, encabeçando nomes como Milton Nascimento, Maria Bethânia, Heitor Villa-Lobos e outros. No ano anterior, a mesma revista promoveu a Lista dos Cem Maiores Discos da Música Brasileira, onde seu "Krig-ha, Bandolo!" de 1973 atingiu a 12ª posição, demonstrando que o vigor musical de Raul Seixas continua a ser considerado importante hoje em dia.

Infância

Raul Santos Seixas nasceu às 8 horas da manhã em 28 de junho de 1945 numa família de classe média baiana que vivia na Avenida Sete de Setembro, Salvador. Seu pai, Raul Varella Seixas, era engenheiro da estrada de ferro e sua mãe, Maria Eugênia Santos Seixas, se dedicava às atividades domésticas. No mês de julho ele foi registrado no Cartório de Registro Civil de Salvador com o nome do pai e do avô paterno. Em 16 de setembro do mesmo ano, batizaram-no na Igreja Matriz da Boa Viagem.

Em 4 de dezembro de 1948, Raul Seixas ganhou um irmão, o único, Plínio Santos Seixas, com quem teria um bom relacionamento durante sua infância. Os estudos de Raul Seixas começaram em 1952, onde frequentou o curso primário estudando com a professora Sônia Bahia. Concluído o curso em 1956, fundou o Club dos Cigarros com alguns amigos.

O trágico percurso escolar de Raul Seixas se iniciaria em 1957, quando ele ingressou no ginásio Colégio São Bento, onde foi reprovado na 2ª série por três anos. Um dos motivos da reprovação, segundo alguns biógrafos, é que ele, em vez de ir assistir as aulas, ouvia rock'n roll - em seus primórdios - na loja Cantinho da Música. No mesmo ano, em 13 de julho, Raul Seixas fundou o Elvis Rock Club com o amigo Waldir Serrão. Segundo a jornalista Ana Maria Bahiana, é através de Waldir Serrão que Raul Seixas começou a sair de casa e a manter uma vida social mais ampla. Segundo Raul, o encontro com Waldir Serrão foi fantástico: "Me preparei todo, botei a gola pra cima, botei o topete, engomei o cabelo, e fiquei esperando ele, masclando chiclete".

O Elvis Rock Club era como uma gangue, que procurava brigas na rua, fazia arruaça, roubava bugigangas e quebrava vidraças. Embora Raul não gostasse muito disso, "ia na onda, pois o rock, pelo menos ao meu ver, tinha toda uma maneira de ser".

Então, a família resolveu matricular Raul num colégio de padres, o Colégio Interno Marista, onde ele alcançou a 3ª série em 1960, mas acabou repetindo o estágio em 1961. Ao que tudo indica, nessa época Raul Seixas começou a se interessar pela leitura. O pai de Raul Seixas amava os livros e possuía uma vasta biblioteca em casa. Tão logo decifrou o mistério das letras, o garoto pôs-se a ler os volumes que encontrava na biblioteca do pai Raul. Sendo assim, as histórias que lia na biblioteca fermentavam sua imaginação e, com os cadernos do colégio, fazia desenhos, criava personagens, enredos, para depois vender ao irmão quatro anos mais novo, que acabava ficando interessado e comprava os esboços. Segundo Raul, um dos personagens principais dessas histórias era um cientista maluco chamado Melô (algo como "amalucado"), que viajava para diversos lugares imáginarios como o Nada, o Tudo, Vírgula Xis Ao Cubo, Oceanos de Cores.

Segundo Raul, Melô era sua "outra parte, a que buscava as respostas, o eu fantástico, viajando fora da lógica em uma maquinazinha em que só cabia um só passageiro... Melô-eu". Plínio ficava horas ouvindo o irmão contar suas histórias, dentro do quarto dos dois, e Raul frequentemente encenava os personagens como um ator.

Raul e Plínio tinham algo em comum: adoravam literatura, mas odiavam a escola. Mais tarde, já maduro, Raul Seixas diria:

"Eu era um fracasso na escola. A escola não me dizia nada do que eu queria saber. Tudo o que aprendia era nos livros, em casa ou na rua. Repeti cinco vezes a segunda série do ginásio. Nunca aprendi nada na escola. Minto. Aprendi a odiá-la".

De um modo ou de outro, Raul Seixas precisava freqüentar a escola vez ou outra. Em uma determinada ocasião, o pai perguntou a Raul como ele ia na escola e pediu seu boletim. Raul mostrou um boletim falsificado, com todas as matérias resultando em um 10. O pai questionava se ele havia estudado, mas Maria Eugênia interrompia, dizendo algo como "Estudou nada, ficou aí ouvindo rock o tempo inteiro, essa porcaria desse béngue-béngue, de élvis préji, de líri ríchi e gritando essas maluquices". Os pais de Raul, como toda a geração da época, estranhavam o rock e ele não era muito bem vindo entre as famílias.

Os Panteras

Embora Raul mantivesse um gosto muito sincero pela música, seu sonho maior era ser escritor como Jorge Amado. Na sua cidade, escutavam Luiz Gonzaga todos os dias, nas praças, nas casas, em todos os estabelecimentos. Enquanto isso Raul junta-se a cena do rock que se formava em Salvador.

"Em 54/55, ninguém sabia o que era rock. Eu tocava e me atirava no chão imitando Little Richard".

Com o passar com tempo a banda que chegou a ter diversos nomes, como Relampagos do Rock, formadas então pelos irmãos Délcio e Thildo Gama, passa por várias formações e em 1963, passa a se chamar The Panters, banda que agora já se tornara sensação de Salvador. A fama se espalha, e a banda é rebatizada pelo nome Os Panteras. Nessa época Raul casa-se com a americana Edith Wisner.

Em 1968, Raulzito e Os Panteras gravam seu primeiro e único disco, "Raulzito e Os Panteras". Assinando contrato com a gravadora Odeon, após encontrarem Chico Anysio e o rei Roberto Carlos, que os reconheceu nos corredores de uma grande gravadora. O disco no entanto não teria sucesso de critica nem de público. Eládio Gilbraz, um dos panteras, diria:

"De um lado havia a inexperiência de quatro rapazes, recém-chegados da Bahia, falando em qualidade musical, agnoticismo, mudança de conceitos e sonhos. Do outro lado, uma multinacional que só falava em comercial. Talvez não tenha sido o disco que o grupo imaginara, mas nosso sonho era gravar um disco."

A partir daí, Raulzito e Os Panteras passariam sérias dificuldades no Rio de Janeiro. Raul morava em Ipanema, e ia a pé até o centro da cidade para tentar divulgar suas músicas, não obtendo sucesso. Embora algumas vezes Os Panteras recebiam ajuda de Jerry Adriani, tocando assim como banda de apoio para o mesmo, que segundo Raul o deu muita experiência e o ajudou a descobrir como se comunicar, segundo ele, suas "músicas eram muito herméticas". Raulzito passaria então fome no Rio de Janeiro, como mais tarde escreveria em "Ouro de Tolo".

Yê-Yê-Yê Realista

Raul Seixas estava totalmente abalado pelo fracasso com Os Panteras, e a sua volta a Salvador. Escrevia ele:

"Passava o dia inteiro trancado no quarto lendo filosofia, só com uma luz bem fraquinha, o que acabou me estragando a vista [...] Eu comprei uma motocicleta e fazia loucuras pela rua".

No entanto a sorte começaria a mudar. Um dia, Raul conheceu na Bahia um diretor da CBS Discos. Mais tarde ele convidaria Raul para ser produtor da gravadora. Sem pensar duas vezes, Raul fez as malas, junto a Edith Wisner, e voltou para o Rio de Janeiro.

Raul voltou ao Rio de Janeiro para usar seus enciclopédicos conhecimentos de música como produtor fonográfico. Nos cadernos de composições de Raul começaria a ser alimentada uma revolução.

Esta seria a segunda chance de Raul, apostando no talento do amigo, Jerry Adriani convence o então presidente da CBS, Evandro Ribeiro, a dar a Raulzito um emprego de produtor. Raulzito trabalhou anonimamente por um bom tempo.

Raul Seixas após ter entrado na CBS, fez grandes aliados e amigos. Ainda em 1968, a dupla Os Jovens e a banda The Sunshines apostaram em suas letras. No entanto, Raul faria um grande amigo e parceiro: Leno, da dupla Leno e Lilian. "Raulzito sempre esteve 20 anos adiante de seu tempo e Leno o compreendia. Na verdade, sempre houve uma grande admiração mútua", diria Arlindo Coutinho, da relações públicas da CBS.

Em seu compacto duplo Papel Picado, lançado em 1969, Leno registrou "Um Minuto Mais", versão de Raulzito para "I Will" (nada a ver com a canção de Paul McCartney). Também não se pode esquecer de Mauro Motta, outro grande parceiro de Raul nesta fase.

Jerry Adriani decidiu convocar Raul para ser o produtor de seus discos. No álbum de 1969, aproveitou para gravar uma de suas músicas, "Tudo Que É Bom Dura Pouco". Naquela mesma época, outros ídolos da Jovem Guarda também apadrinharam Raul gravando suas letras como Ed Wilson, Renato e Seus Blue Caps e Odair José.

1970 marcou o início de uma fase muito ativa na carreira de Raul, como produtor da CBS. Primeiramente, suas composições passaram a ser gravadas pelos artistas do cast da gravadora. Passou o ano produzindo discos para Tony e Frankye, Osvaldo Nunes, Jerry Adriani, Edy Star e Diana, além de escrever uma quantidade enorme de músicas para os colegas da gravadora. Algumas de muito sucesso, como "Doce Doce Amor" (Jerry Adriani), "Ainda Queima a Esperança" (Diana) e "Se Ainda Existe Amor" (Balthazar).

Raul nessa época passa a ter um bom emprego de respeitado produtor, que conseguira lançar suas composições como hits na voz de outros cantores e produzir grandes artistas. Mas Raul não se conformava apenas com isso. Com o apoio de Sérgio Sampaio, Raul passa cada vez mais a realimentar os sonhos de quando ainda morava em Salvador, que era ser um cantor.

Ao lado de Leno, Raul participa do disco "Vida e Obra de Johnny McCartney", disco solo de Leno, em que ambos buscam novos caminhos e experimentações. Juntos assinam letras e composições. Foi o primeiro LP gravado em oito canais no Brasil. As letras do disco foram censuradas, e o mesmo não foi lançado na época.

Outro projeto mal sucedido seria a "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10" onde Raul Seixas deu inicio a produção de um projeto de ópera-rock, tendo as letras mutiladas pela censura do Regime Militar. "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista" era um disco anárquico, inspirado em Frank Zappa e o então cultuado disco "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" dos Beatles misturado a elementos brasileiros, como samba, chorinho, baião. O Movimento no entanto não dera certo.

Auge e Queda

No início dos anos 1970, Raul Seixas se interessou por um artigo sobre extraterrestres publicado na revista A Pomba e teve o seu primeiro contato com o escritor Paulo Coelho, que mais tarde, se tornaria seu parceiro musical.

No ano de 1973, Raul conseguiu um grande sucesso com a música "Ouro de Tolo" no álbum "Krig-ha, Bandolo!", uma música com letra quase autobiográfica, mas que debocha da Ditadura Militar e do Milagre Econômico.

O mesmo LP também continha outras músicas que se tornaram grandes sucessos, como: "Metamorfose Ambulante", "Mosca na Sopa" e "Al Capone".

Raul Seixas finalmente alcançou grande repercussão nacional como uma grande promessa de um novo compositor e cantor. Porém, logo a imprensa e os fãs da época foram aos poucos percebendo que Raul não era apenas um cantor e compositor.

No ano de 1974, Raul Seixas e Paulo Coelho criam a "Sociedade Alternativa", uma sociedade baseada nos preceitos do bruxo inglês Aleister Crowley, onde a principal lei é "Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei".

Em todos os seus shows, Raul divulgava a "Sociedade Alternativa" com a música de mesmo nome. A Ditadura Militar, então, através do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) prendeu Raul Seixas e Paulo Coelho, pensando que a "Sociedade Alternativa" fosse um movimento armado contra o governo. Depois de torturados, Raul e Paulo Coelho foram exilados para os Estados Unidos onde Raul Seixas teria supostamente se encontrado com John Lennon.

No entanto, o seu LP "Gita" gravado poucos meses antes, faz tanto sucesso que ambos voltaram ao Brasil. O álbum "Gita" rendeu a Raul Seixas um disco de ouro, após vender 600.000 cópias. Ainda neste ano, Raul separa-se de Edith Wisner, que vai para os Estados Unidos com a filha do casal, Simone.

Em 1975, casa-se com Glória Vaquer, e grava o LP "Novo Aeon", onde Raul compôs uma de suas músicas mais conhecidas, "Tente Outra Vez". O LP, porém, vendeu menos de 60 mil cópias.

Em 1976, Raul Seixas supera a má-vendagem do disco anterior com o disco "Há Dez Mil Anos Atrás" (Versão de uma música de Elvis Presley intitulada "I Was Born About Ten Thousand Years Ago"). Neste mesmo ano, nasce sua segunda filha, Scarlet.

Naquele final de década as coisas começaram a ficar ruins para Raul. A parceria com Paulo Coelho é desfeita. O cantor lança três discos pela WEA (hoje Warner Music Brasil), a partir de 1977, que fizeram sucesso de público e desgosto na crítica. "O Dia Em Que A Terra Parou", que continha canções como "Maluco Beleza" e "Sapato 36". "Mata Virgem", em 1978 e "Por Quem Os Sinos Dobram", em 1979.

Por volta deste período, intensifica-se a parceria com o amigo Cláudio Roberto Andrade de Azevedo, geralmente creditado como Cláudio Roberto, com quem Raul compôs várias de suas canções mais conhecidas.

A partir do ano de 1978, começa a ter problemas de saúde devido ao consumo de álcool, que lhe causa a perda de 1/3 do pâncreas. Separa-se de Glória Vaquer, que vai embora para os Estados Unidos levando a filha Scarlet. Neste ano, conhece Tânia Menna Barreto, com quem passa a viver.

No ano de 1979, separa-se de Tânia. Começa então a depressão de Raul Seixas junto com uma internação para tratar do alcoolismo. Conhece Ângela Affonso Costa, a Kika Seixas, sua quarta companheira.


Altos e Baixos

No ano de 1980, assina novamente contrato com a CBS (desta vez como cantor) lançando mais um álbum, "Abre-te Sésamo", que contém outros sucessos e têm as faixas "Rock das Aranhas" e "Aluga-se", ambas censuradas. Logo depois o contrato é rescindido.

Em 1981 nasce a terceira filha, Vivian, fruto de seu casamento com Kika Seixas.

Em 1982 faz um show na Praia do Gonzaga, em Santos, reunindo mais de 150 mil pessoas. No mesmo ano, Raul apresenta-se bêbado em Caieiras, São Paulo, e é quase linchado pela platéia que não acredita que Raul é o próprio, mas um impostor.

Desde 1980 Raul Seixas estava sem gravadora e agora também sem perspectiva de um novo contrato. Mergulhado na depressão, Raul afunda-se nas drogas. Porém, em 1983, é convidado para gravar um disco pelo Estúdio Eldorado. Logo depois, Raul é convidado para gravar o especial infantil "Plunct, Plact, Zuuum" da Rede Globo, onde canta a música "Carimbador Maluco". O álbum "Raul Seixas" (1983), que continha a canção "Carimbador Maluco", dá à Raul mais um disco de ouro.

Em 1984 grava o LP "Metrô Linha 743" pela gravadora Som Livre. Mas depois Raul teve as portas fechadas novamente, devido ao seu consumo excessivo de álcool e constantes internações para desintoxicação. Também em 1984 a Eldorado lança o disco "Ao Vivo - Único e Exclusivo".

Em 1985, separa-se de Kika Seixas. Faz um show em 1 de dezembro 1985, no Estádio Lauro Gomes, na cidade de São Caetano do Sul. Só voltaria a pisar no palco no ano de 1988, ao lado de Marcelo Nova.

Conseguindo um contrato com a gravadora Copacabana, em 1986 (de propriedade da EMI), grava um disco que foi lançado somente no ano seguinte, devido ao alcoolismo. O disco "Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!" faz grande sucesso entre os fãs, chegando a ganhar disco de ouro e estando presente até em programas de televisão, como o "Fantástico". Nesta época, conhece Lena Coutinho, que se torna sua companheira. A partir desse ano, estreita relações com Marcelo Nova, fazendo uma participação no disco "Duplo Sentido", da banda Camisa de Vênus.

Um ano mais tarde, 1988, já separado de Lena Coutinho, faz seu último álbum solo, "A Pedra do Gênesis".

A convite de Marcelo Nova, faz alguns shows em Salvador, após três anos sem pisar num palco.

No ano de 1989, faz uma turnê com Marcelo Nova, agora parceiro musical, totalizando 50 apresentações pelo Brasil. Durante os shows, Raul mostra-se debilitado. Tanto que só participa de metade do show, a primeira metade é feita somente por Marcelo Nova.


Canto Para Minha Morte

As 50 apresentações pelo Brasil resultaram naquele que seria o último disco lançado em vida por Raul Seixas. O disco foi intitulado de "A Panela do Diabo", que foi lançado pela Warner Music Brasil no dia 19 de agosto de 1989.

Dois dias depois, na manhã do dia 21 de agosto, Raul Seixas foi encontrado morto sobre a cama pela sua empregada Dalva, por volta das 8:00 hs da manhã, vítima de uma Parada Cardiorrespiratória.

Seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma Pancreatite Aguda.

O LP "A Panela do Diabo" vendeu 150.000 cópias, rendendo a Raul Seixas um disco de ouro póstumo, entregue à sua família e também a Marcelo Nova, tornando-se assim um dos discos de maior sucesso de sua carreira.

Após a Morte

Depois de sua morte, Raul Seixas permaneceu entre as paradas de sucesso. Foram produzidos vários álbuns póstumos, como "O Baú do Raul" (1992), "Raul Vivo" (1993), "Se o Rádio Não Toca..." (1994) e "Documento" (1998).

Inúmeras coletâneas também foram lançadas, como "Os Grandes Sucessos de Raul Seixas" (1993), a grande maioria sem novidades, mas algumas com músicas inéditas como "As Profecias" (com uma versão ao vivo de "Rock das Aranhas") de 1991 e "Anarkilópolis" (com "Cowboy Fora da Lei nº 2") de 2003.

Sua penúltima mulher, Kika Seixas, já produziu um livro do cantor, "O Baú do Raul", baseado em escritos dos diários de Raul Seixas desde os seis anos de idade até a sua morte.

Em 2004, o canal a cabo Multishow promoveu um show especial de tributo a Raul, intitulado "O Baú do Raul: Uma Homenagem a Raul Seixas". O show, gravado na Fundição Progresso, Rio de Janeiro, e lançado em CD e DVD, contou com artistas como Toni Garrido, CPM 22, Marcelo D2, Gabriel, o Pensador, Arnaldo Brandão, Raimundos, Nasi, Caetano Veloso, Pitty e Marcelo Nova (os três últimos baianos, como Raul).

Mesmo depois de sua morte, Raul Seixas continua fazendo sucesso entre novas gerações. Vinte anos depois de sua morte, o produtor musical Mazzola, amigo pessoal de Raul, divulgou a canção inédita gospel, censurada na década de 1970. A canção foi incluída na trilha sonora da telenovela "Viver a Vida", da Rede Globo.

Fonte: Wikipédia
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Dina Sfat

DINA KUTNER DE SOUZA
(50 anos)
Atriz

* São Paulo, SP (28/10/1938)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/03/1989)

Filha de judeus poloneses, Dina sempre quis ser artista. Estreou nos palcos em 1962 em um pequeno papel no espetáculo "Antígone América", dirigida por Antonio Abujamra. Daí pulou para o teatro amador e foi parar no Teatro de Arena, onde estreou profissionalmente vivendo a personagem Manuela de "Os Fuzis da Senhora Carrar" de Bertold Brecht. A atriz se transformou em uma grata revelação dos palcos e mudou seu nome artístico para Dina Sfat, homenageando a cidade natal de sua mãe.

Participou de espetáculos importantes na década de 60 em São Paulo e conquistou o Prêmio Governador do Estado de melhor atriz por seu desempenho em "Arena Conta Zumbi" em 1965, um musical de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal. Foi para o Rio de Janeiro e estreou nos palcos de um teatro na peça "O Rei da Cidade".


Em 1966 estréia no cinema em "Corpo Ardente" do diretor Walter Hugo Khouri e no cinema se consagra em 1969 vivendo a guerrilheira Cy de "Macunaíma", filme premiado de Joaquim Pedro de Andrade, ao lado do marido, o ator Paulo José que conheceu nos tempos do Teatro de Arena.

Ela chegou à televisão no final da década de 60 e destacou-se em papéis de enorme carga dramática, em telenovelas de autoria de Janete Clair, como "Selva de Pedra", "Fogo Sobre Terra", "O Astro" e "Eu Prometo". Mas também brilhou em outras como "Verão Vermelho", "Assim na Terra Como no Céu", "Gabriela" e "Os Ossos do Barão".

Posou nua para revista Playboy em janeiro de 1982, num ensaio secundário.

Foi casada por 17 anos com Paulo José, com quem teve três filhas: Isabel Kutner, que também é atriz, Ana, que também se aventurou na carreira e Clara.


Descobriu o câncer, inicialmente no seio, em 1986, mas não deixou de trabalhar, mesmo em tratamento. Já com a doença, viajou para a União Soviética e participou de um documentário sobre o país e os primeiros passos da Perestroika.

Escreveu um livro, publicado em 1988, um pouco antes da sua morte, sobre sua vida e a luta contra o câncer, chamado "Dina Sfat - Palmas Prá Que Te Quero", junto com a jornalista Mara Caballero e fez a novela "Bebê a Bordo", seu último trabalho na TV.

Seu último filme foi "O Judeu" que só estreou em circuito depois da morte da atriz.

Dina Sfat morreu em 20 de março de 1989, aos 50 anos depois de lutar alguns anos contra o Câncer de Mama.

Fonte: Wikipédia
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Luiz Gonzaga

LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO
(76 anos)
Cantor, Compositor e Instrumentista

* Exu, PE (13/12/1912)
+ Recife, PE (02/08/1989)

Foi uma das mais completas e inventivas figuras da Música Popular Brasileira. Cantando acompanhado de acordeão, zabumba e triângulo, levou a alegria das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino, para o resto do país, numa época em que a maioria das pessoas desconhecia o baião, o xote e o xaxado.

Admirado por grandes músicos, como Gilberto Gil e Caetano Veloso, o genial instrumentista e sofisticado inventor de melodia e harmonias, ganhou notoriedade com as antológicas canções "Baião" (1946), "Asa Branca" (1947), "Siridó" (1948), "Juazeiro" (1948), "Qui Nem Giló" (1949) e "Baião de Dois" (1950)

Nasceu na Fazenda Caiçara, no sopé da Serra do Araripe, na zona rural de Exu, sertão de Pernambuco. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra", uma de suas primeiras composições. Seu pai, Januário trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão e também consertava o instrumento. Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocar.


Não era nem adolescente ainda, quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sul do Brasil. O gênero musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi "Asa Branca", que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.

Antes dos dezoito anos, ele se apaixonou por Nazarena, uma moça da região e, repelido pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, ameaçou-o de morte. Januário e Santana lhe deram uma surra por isso. Revoltado, Luiz Gonzaga fugiu de casa e ingressou no exército em Crato, Ceará. A partir dali, durante nove anos ele viajou por vários estados brasileiros, como soldado. Em Juiz de Fora, MG, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. Dele, recebeu importantes lições de música.

Em 1939, deu baixa do Exército no Rio de Janeiro, decidido a se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por tocar na zona do meretrício. No início da carreira, apenas solava acordeão (instrumentista), tendo choros, sambas, fox e outros gêneros da época. Seu repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros.


Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso, ele foi aplaudido executando "Vira e Mexe", um tema de sabor regional, de sua autoria. O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora RCA Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas instrumentais. "Vira e Mexe" foi a primeira música que gravou em disco.

Veio depois a sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Foi lá que tomou contato com o acordeonista gaúcho Pedro Raimundo, que usava os trajes típicos da sua região. Foi do contato com este artista que surgiu a ideia de Luiz Gonzaga apresentar-se vestido de vaqueiro - figurino que o consagrou como artista.

Em 11 de abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor, a mazurca "Dança Mariquinha" em parceria com Saulo Augusto Silveira Oliveira.

Gonzaguinha e Gonzagão
Também em 1945, uma cantora de coro chamada Odalisca Guedes deu à luz um menino, no Rio de Janeiro. Luiz Gonzaga tinha um caso com a moça - iniciado provavelmente quando ela já estava grávida - e assumiu a paternidade do rebento, adotando-o e dando-lhe seu nome: Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior. Gonzaguinha foi criado pelos seus padrinhos, com a assistência financeira do artista.

Em 1946 voltou pela primeira vez a Exu, em Pernambuco, e o reencontro com seu pai é narrado em sua composição "Respeita Januário", parceria com Humberto Teixeira.

Em 1948, casou-se com a pernambucana Helena Cavalcanti, professora que tinha se tornado sua secretária particular. O casal viveu junto até perto do fim da vida de Lua. E com ela teve outro filho que Lua a chamava de Rosinha.


Luiz Gonzaga sofria de Osteoporose. Morreu vítima de Parada Cardiorrespiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana.

Seu corpo foi velado em Juazeiro do Norte (a contragosto de Gonzaguinha, que pediu que o corpo fosse levado o mais rápido possível para Exu, irritando várias pessoas que iriam ao velório e tornando Gonzaguinha "persona non grata" em Juazeiro do Norte) e posteriormente sepultado em seu município natal.

Fonte: Wikipédia
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