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Walter Pinto

WALTER PINTO
(81 anos)
Produtor e Autor de Teatro

* Rio de Janeiro, RJ (17/01/1913)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/04/1994)

Produtor dos maiores espetáculos de Teatro de Revista brasileiro, é responsável pela reformulação do gênero, nos anos 1940 e 1950.

Walter formou-se em Contabilidade e Ciências Econômicas, mas acabou dedicando-se à Companhia de Teatro Pinto, fundada por seu pai.

Em 1940, com a morte prematura do irmão Álvaro, Walter Pinto assume a direção da Empresa de Teatro Pinto, que desde os anos 1920 se dedica ao teatro musicado. A Companhia Walter Pinto estreia com É Disso que Eu Gosto (1940), de Miguel Orrico, Oscarito Brennier e Vicente Marchelli, título extraído da música que Carmem Miranda cantava, à frente do elenco, com Oscarito e Margot Louro.

Walter Pinto 1960 Aeroporto Rio (Foto: Cedoc-Funarte)
A Companhia Walter Pinto, veio a se tornar a maior delas no teatro musicado, encenando Revistas e revelando uma geração de atores, músicos e compositores, dentre os quais se podem listar: Dercy Gonçalves, Carmem Miranda, Assis Valente e outros.

Durante toda a década de 1940, os espetáculos são quase que exclusivamente dirigidos por Otávio Rangel. O produtor tira a ênfase do autor e dos primeiros atores para valorizar a espetacularidade da cena: escadas, luzes, grandes coreografias, efeitos de maquinaria, coros numerosos e grande orquestra garantem o sucesso dos espetáculos que se sucedem. Contrata coristas argentinas, francesas e até russas que atuam principalmente nas partes musicais, para as quais mantém um grupo de bailarinas. Durante a guerra, ensaia quadros patrióticos.

Oscarito, Walter Pinto, Alexandre Amorim, Freire Jr. e Silvia Fernanda com o presidente Getúlio Vargas em 1952 (Foto: Cedoc-Funarte)
O tema do carnaval, pela óbvia semelhança do descompromisso, da musicalidade e do apelo ao corpo, é recorrente. Técnica e artisticamente, os espetáculos da Companhia Walter Pinto atingem, como se dizia em seu tempo, nível internacional. O cronista Carlos Machado cita o ator francês Paul Nivoix, sobre Trem da Central (1948), de Freire Jr. e Walter Pinto:

"Nunca imaginei que no Brasil houvesse um produtor de tal força para extasiar o público. O que acabo de ver em Trem da Central é digno de ser mostrado em qualquer parte do mundo sem receio de ser superado".

Na década de 1950, o produtor recebe durante quatro anos, três deles seguidos, o prêmio da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, de melhor produtor de teatro musicado, categoria criada em conseqüência de seu trabalho e muito provavelmente a ele dedicada. Na mesma coluna, Carlos Machado publica:

"O êxito de Walter Pinto é devido, sobretudo, a ele mesmo. Podem figurar nos letreiros luminosos os nomes de Oscarito, Virgínia Lane, Grande Otelo ou Mara Rubia, as maiores atrações nacionais. De um momento para outro, esses grandes nomes são obrigados a sair do palco das revistas de Walter Pinto. Saem mas não fazem falta. O êxito é o mesmo... A explicação é óbvia: Walter Pinto apresenta uma revista em conjunto, e é o conjunto que se firma. Sua maior vitória está neste detalhe."

Nos anos 1960, o produtor passa a assinar também a direção e o texto dos espetáculos.

Walter Pinto foi um dos maridos da vedete Íris Bruzzi.

Atuou como ator em dois filmes:
  • 1959 - Mujeres de Fuego (Mulher de Fogo)
  • 1937 - Samba da Vida

Fonte: Wikipédia

Monique Alves

MONIQUE ALVES FRANKENHUIS
(32 anos)
Atriz

* Rio de Janeiro, RJ (07/08/1962)
+ Rio de Janeiro, RJ (29/08/1994)

Monique Alves foi uma atriz brasileira, filha de Jean Pierre Frankenhuis e Alcina Maria Fernandes Alves.

Nos seus 32 anos de vida, Monique Alves impressionou com seu talento e sua beleza.

Foi casada com o diretor Dennis Carvalho, com quem teve uma filha, Tainah, hoje mãe de Nina, primeira neta de Monique Alves e Dennis Carvalho.

Monique Alves, Dennis Carvalho e Tainah (1981)
Morte

Monique Alves morreu no dia 29/08/1994 em virtude de complicações por causa de uma leucemia depois de 2 transplantes de medula, uma feita em Paris e outra no Instituto do Câncer no Rio de Janeiro.

Trabalhos

  • 1990 - Meu Bem, Meu Mal … Luciana
  • 1989 - Pacto de Sangue
  • 1986 - Rockmania … Renata
  • 1984 - A Máfia no Brasil (Minissérie)
  • 1984 - Partido Alto
  • 1984 - Amenic - Entre o Discurso e a Prática
  • 1983 - Pão Pão, Beijo Beijo … Maria Helena
  • 1982 - Sétimo Sentido … Rosinha
  • 1982 - Aventuras de um Paraíba

Iberê Camargo

IBERÊ BASSANI DE CAMARGO
(79 anos)
Pintor, Gravurista e Professor

* Restinga Seca, RS (18/11/1914)
+ Porto Alegre, RS (09/08/1994)

Iberê Camargo iniciou seus estudos ainda no Rio Grande do Sul, na Escola de Artes e Ofícios de Santa Maria, com Parlagreco e Frederico Lobe. Já em Porto Alegre estudou pintura com João Fahrion.

Em 1942 ele chegou ao Rio de Janeiro, onde cursou a Escola Nacional de Belas Artes. Mas, insatisfeito com a metodologia ali adotada, juntou-se a outros artistas, também insatisfeitos, e com seu professor de gravura, Alberto da Veiga Guignard, para fundar o Grupo Guignard.

Em 1953 tornou-se professor de gravura no Instituto de Belas Artes do Rio de Janeiro, lecionando mais tarde essa técnica em seu próprio ateliê ou em permanências mais ou menos longas em Porto Alegre e em outras cidades, inclusive do exterior.

Embora Iberê Camargo tenha estudado com figuras marcantes representativas de variadas correntes estéticas, não se pode afirmar que tenha se filiado a alguma. Suas obras estiveram presentes, e sempre reapresentadas, em grandes exposições pelo mundo inteiro, como na Bienal de São Paulo e na Bienal de Veneza.


Prisão

No dia 5 de dezembro de 1980 ocorreu a maior tragédia na vida de Iberê Camargo: o pintor deixou o ateliê mais cedo, à procura de uma loja de cartões natalinos, e quando dobrava uma esquina no bairro de Botafogo, parou para observar a discussão de um casal.

O marido, vestindo apenas um calção, irritou-se: "O que é que está olhando?"

Após um empurra-empurra, Iberê e o desconhecido caíram no chão. Assustado, Iberê sacou a arma e matou o homem. Detido na hora, passou um mês na prisão, até receber habeas corpus.

Vida Pessoal

Iberê Camargo não gostava de cachorros nem de crianças e teve apenas uma filha, Gerci, fruto de um romance passageiro na década de 1930. Renovou as amizades, mas encontrou o verdadeiro companheirismo em 1983, no gato Martim, o seu "cucuruco", como o chamava.

O pintor colocava o bichano no bolso do macacão enquanto preparava seus quadros e fazia questão de que sua esposa, Maria Coussirat Camargo, pusesse um prato de comida para o gato na mesa de jantar. "O animal é melhor do que o homem, que hoje come na tua mesa e amanhã te faz velhacaria", comparava.

Morte

Iberê Camargo sofria de Câncer e morreu vítima de Insuficiência Respiratória em Porto Alegre. Segundo um amigo, Iberê não queria parar de pintar. Na véspera da sua morte, mesmo enfraquecido, o artista fez cinco desenhos a lápis em um pedaço de papel.

O velório do artista aconteceu na pinacoteca do Museu de Artes do Rio Grande do Sul, onde foram colocados trabalhos do pintor e frases escritas por ele.

Morreu dois meses após concluir o painel Solidão, sua última obra.

Fundação

Em 1995, no ano seguinte à sua morte, foi criada a Fundação Iberê Camargo, com sede na antiga moradia do artista, no bairro Nonoai, para conservar, catalogar e promover obra de Iberê. Mais tarde, a sede mudou-se para o bairro Cristal, em um prédio projetado pelo renomado arquiteto português Álvaro Siza Vieira.


Miriam Batucada

MIRIAM ANGELA LAVECCHIA
(47 anos)
Cantora

* São Paulo, SP (28/12/1946)
+ São Paulo, SP (02/07/1994)

Miriam era neta de italianos, tanto por parte de mãe, quanto por parte de pai. Nasceu aos 28 de Dezembro de 1946, mas foi registrada no dia 01 de janeiro de 1947, assim ganhando "um ano", como se dizia antigamente.

Miriam fez um curso técnico de digitadora pela IBM e chegou a trabalhar na Arno, sendo despedida por batucar no teclado.

Quando pequena, conheceu uma menina que tinha o apelido de Chacareira. Essa menina lhe ensinou a batucar com as mãos durante três meses. No começo, despontava um samba devagar, o que dias de prática fez se tornar um ritmo frenético e no compasso de qualquer samba.

Carreira

Em 1967 recebeu o convite para participar do programa do Blota Júnior. Sua apresentação durou duas horas e maravilhou todo público e o apresentador, e de quebra, Miriam ainda tocou todos os instrumentos que se encontravam no palco da TV Record naquele dia: piano, bateria, harmônica, violão, cuíca, além de batucar na mesa do apresentador e mostrar também a sua batucada nas mãos.

No dia seguinte já era representada pelo famoso empresário Marcos Lázaro, sendo contratada pela TV Record.

Participou do programa da Sônia Ribeiro e em seguida ganhou um programa com Ronnie Von nas tardes de sábado. E foi durante sua apresentação num programa de televisão que Cidinha Campos a intitulou de Miriam da Batucada. Como o "da" na época não estava na moda, o extraiu e ficou só com o codinome de Miriam Batucada.

Em 1968 gravou o compacto pela gravadora Rozemblit contendo as faixas Batucando Nas Mãos (Renato Teixeira) e Plác-Tic-Plác-Plác (Walter Peteléco), produzido por Côrte Real. Já apresentava sua famosa batucada nas mãos nessas músicas. Começou, nessa época a ser muito requisitada para espetáculos, e chegou a até fazer apresentações no exterior.

Apesar de seu samba ser relativamente tradicional, Miriam era pessoalmente muito criativa e aberta. Não teve problemas para gravar um disco relativamente inovador com Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Edy Star em 1971, chamado Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10.

Este se tornou seu disco mais famoso, o mais encontrado na Internet. Com Marcix (Compositora e produtora cultural) compos a musica Salve Rainha em homenagem a Chico Mendes.

Em 1973 gravou um compacto pela CBS com produção de Raul Seixas.

Pontos marcantes na personalidade de Miriam eram sua extrema simpatia e simplicidade. Como intérprete, tinha uma noção de ritmo muito boa. Um de seus sucessos era Teco Teco (Pereira da Costa e Milton Vilella). A canção hoje não é mais associada a ela, depois que Gal Costa também gravou.

Com fortes raízes italianas, Miriam era muito ligada a um bairro tradicional de São Paulo, a Mooca.

A Mooca só a homenageou após a sua morte, atribuindo o seu nome a uma travessa da Rua Bixira – Travessa Miriam Batucada.

Discografia

1968 – Rozenblit – Compacto Simples - Batucando na mão
1971 – Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10
1973 – Diabo no Corpo - Compacto Simples
1974 – Acertei No milhar - Compacto Duplo
1974 – Amanhã Ninguém Sabe - LP
1979 – Marcha do João - Compacto Simples
1991 – Alma de Festa - LP ¹
           Sinal de Vida - Compacto Simples

¹ Produzido por Marcix (Marcia Carvalho) e arranjado pelo maestro Otavio Basso (seu último disco)

Morte

Faleceu precocemente, sendo encontrada morta em seu apartamento onde morava só no bairro de Pinheiros, por sua irmã Mirna, que residia em Maringá, 21 dias após ter sofrido um Infarto Fulminante.


Fonte: Wikipédia

Estevam Sangirardi

ESTEVAM VICTOR LEÃO BOURROUL SANGIRARDI
(71 anos)
Radialista, Comentarista Esportivo e Escritor

* São Paulo, SP (03/01/1923)
+ São Paulo, SP (27/09/1994)

Com cinquenta anos de rádio, trabalhou nas rádios Jovem Pan, Rádio Record, Bandeirantes e Tupi, e nas TVs Gazeta, Record e Tupi. Trabalhou nos jornais A Gazeta Esportiva e a Gazeta Esportiva Ilustrada. Foi colunista do Diário da Noite de 1975 a 1977.

Estevam Sangirardi foi um humorista que durante algumas décadas construiu diversos personagens para seu show de humor, que ia ao ar no final das partidas de futebol. Nomes como Didu Morumbi, o torcedor do tricolor, Joca, o corintiano representante das classes menos favorecidas, o palmeirense Comendador Fumagalli, corneteiro que freqüentava o Parque Antártica foram alguns dos personagens criados para divertir os ouvintes do programa "Show de Rádio". Estevam Sangirardi era chamado de "Rei do Rádio Esportivo-Humorístico".

No seu "Show de Rádio", que marcou a história radiofônica do país, Estevam Sangirardi e sua equipe comandavam a festa do futebol com suas imitações de jogadores e personalidades políticas e artísticas do Brasil nos anos 1970 e 1980. O programa começava após cada transmissão ao vivo dos jogos. 

A biografia de Estevam Sangirardi é também a narrativa da história do rádio no Brasil, porque as duas histórias caminham paralelas. Estevam Sangirardi nasceu no mesmo ano que nasceu o rádio no Brasil, 1923, e nele construiu a sua história de sucesso. 

Entre os humoristas revelados no programa Show de Rádio, estão: João Kleber, Beto Hora, Serginho Leite, Carlos Roberto Escova, Ciro "Biro" Jatene, Nelson "Tatá" Alexandre e Cassiano Ricardo.

Foi diretor de relações públicas da gravadora Odeon Discos nos anos 60.

Deixou a viúva Olga Sangirardi, e o filho médico cardiologista Carlos Alberto Pastore e duas netas.


"Um Show de Rádio: A Vida de Estevam Sangirardi"

Para conhecer mais sobre a vida de Estevam Sangirardi leia o livro "Um Show de Rádio: A Vida de Estevam Sangirardi". O livro tem prefácio de Paulo Machado de Carvalho Filho e orelha de Reali Jr.

O autor, Carlos Coraúcci, tem 47 anos, é ator de teatro e pesquisador histórico. Para escrever este livro trabalhou cinco anos com pesquisas, entrevistou mais de cem pessoas, e recuperou quinze horas de gravações do "Show de Rádio".

Fonte: Wikipédia e Libre (Liga Brasileira de Editoras)

Mario Quintana

MARIO DE MIRANDA QUINTANA
(87 anos)
Jornalista, Poeta e Tradutor

* Alegrete, RS (30/07/1906)
+ Porto Alegre, RS (05/05/1994)

Mario Quintana era filho de Celso de Oliveira Quintana e Virgínia de Miranda, fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo, quando esta ainda era uma instituição eminentemente gaúcha, e depois na farmácia paterna.

Considerado o Poeta das Coisas Simples, com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas "Em Busca do Tempo Perdido" de Marcel Proust, "Mrs .Dalloway" de Virginia Woolf, e "Palavras e Sangue", de Giovanni Papini.

Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de poesias, "A Rua dos Cataventos", iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil.

Em 1953, Mario Quintana trabalhou no jornal Correio do Povo, como colunista da página de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu do jornal.

Em 1966, foi publicada a sua "Antologia Poética", com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus 60 anos de idade, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras (ABL) por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recitou o poema "Quintanares", de sua autoria, em homenagem ao colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores (UBE) de melhor livro do ano.

Em 1976, ao completar setenta anos, recebeu a Medalha Negrinho do Pastoreio do governo do estado do Rio Grande do Sul.

Em 1980 recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.

Vida Pessoal

Mario Quintana não se casou nem teve filhos. Solitário, viveu grande parte da vida em hotéis: de 1968 a 1980, residiu no Hotel Majestic, no centro histórico de Porto Alegre, de onde foi despejado quando o jornal Correio do Povo encerrou temporariamente suas atividades por problemas financeiros, e Mario Quintana, sem salário, deixou de pagar o aluguel do quarto. Na ocasião, o comentarista esportivo e ex-jogador da Seleção Brasileira, Paulo Roberto Falcão cedeu a ele um dos quartos do Hotel Royal, de sua propriedade. A uma amiga que achou pequeno o quarto, Mario Quintana disse:

"Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas!"

Essa mesma amiga, contratada para registrar em fotografia os 80 anos de Mario Quintana, conseguiu um apartamento no Porto Alegre Residence, um apart-hotel no centro de Porto Alegre, onde o poeta viveu até sua morte. Ao conhecer o espaço, ele se encantou: "Tem até cozinha!"

Em 1982, o prédio do Hotel Majestic, que fora considerado um marco arquitetônico de Porto Alegre, foi tombado.

Em 1983, atendendo a pedidos dos fãs gaúchos do poeta, o governo estadual do Rio Grande do Sul adquiriu o imóvel e transformou-o em centro cultural, batizado como Casa de Cultura Mario Quintana. O quarto do poeta foi reconstruído em uma de suas salas, sob orientação da sobrinha-neta Elena Quintana, que foi secretária dele de 1979 a 1994, quando ele faleceu.

Segundo Mario Quintana, em entrevista dada a Edla Van Steen em 1979, seu nome foi registrado sem acento. Assim ele o usou por toda a vida.

Em 2006, no centenário de seu nascimento, várias comemorações foram realizadas no estado do Rio Grande do Sul em sua homenagem.

Relações com a Academia Brasileira de Letras

O poeta tentou por três vezes uma vaga à Academia Brasileira de Letras, mas em nenhuma das ocasiões foi eleito. As razões eleitorais da instituição não lhe permitiram alcançar os vinte votos necessários para ter direito a uma cadeira. Ao ser convidado a candidatar-se uma quarta vez, e mesmo com a promessa de unanimidade em torno de seu nome, o poeta recusou.

"Só atrapalha a criatividade. O camarada lá vive sob pressões para dar voto, discurso para celebridades. É pena que a casa fundada por Machado de Assis esteja hoje tão politizada. Só dá ministro."
(Mario Quintana)

"Se Mario Quintana estivesse na Academia Brasileira de Letras, não mudaria sua vida ou sua obra. Mas não estando lá, é um prejuízo para a própria Academia."
(Luis Fernando Veríssimo)

"Não ter sido um dos imortais da Academia Brasileira de Letras é algo que até mesmo revolta a maioria dos fãs do grande escritor, a meu ver, títulos são apenas títulos, e acredito que o maior de todos os reconhecimentos ele recebeu: o carinho e o amor do povo brasileiro por sua poesia e pelo grande poeta e ser humano que ele foi…"
(Cícero Sandroni)

Mario Quintana estava internado desde sexta-feira, 29/04/1994, e o seu estado se agravou na véspera de sua morte com problemas cardíacos e respiratórios.

Obra Poética

  • 1940 - A Rua dos Cataventos
  • 1946 - Canções
  • 1948 - Sapato Florido
  • 1950 - O Aprendiz de Feiticeiro
  • 1951 - Espelho Mágico
  • 1953 - Inéditos e Esparsos
  • 1962 - Poesias
  • 1973 - Caderno H
  • 1976 - Apontamentos de História Sobrenatural
  • 1976 - Quintanares
  • 1977 - A Vaca e o Hipogrifo
  • 1980 - Esconderijos do Tempo
  • 1986 - Baú de Espantos
  • 1987 - Preparativos de Viagem
  • 1987 - Da Preguiça Como Método de Trabalho
  • 1988 - Porta Giratória
  • 1989 - A Cor do Invisível
  • 1990 - Velório Sem Defunto
  • 2001 - Água

Livros Infantis

  • 1948 - O Batalhão das Letras
  • 1968 - Pé de Pilão
  • 1983 - Lili Inventa o Mundo
  • 1984 - Nariz de Vidro
  • 1984 - O Sapo Amarelo
  • 1994 - Sapato Furado

Antologias

  • 1966 - Nova Antologia Poética
  • 1978 - Prosa & Verso
  • 1978 - Chew Me Up Slowly
  • 1979 - Na Volta da Esquina
  • 1979 - Objetos Perdidos y Otros Poemas
  • 1981 - Nova Antologia Poética
  • 1982 - Literatura Comentada
  • 1983 - Os Melhores Poemas de Mário Quintana
  • 1985 - Primavera Cruza o Rio
  • 1986 - 80 anos de Poesia
  • 1990 - Trinta Poemas
  • 1994 - Ora Bolas
  • 1997 - Antologia Poética
  • 2005 - Mário Quintana, Poesia Completa

Traduções

Dentre os diversos livros que traduziu para a Livraria do Globo de Porto Alegre, estão alguns volumes do "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Proust (talvez seu trabalho de tradução mais reconhecido até hoje), Honoré de Balzac, Voltaire, Virginia Woolf, Giovanni Papini e Charles Morgan. Além disso, estima-se que Mario Quintana tenha traduzido um sem-número de histórias românticas e contos policiais, sem receber créditos por isso - uma prática comum à época em que atuou na Livraria do Globo, de 1934 a 1955.

Fonte: Wikipédia
Créditos Fotográficos: Dulce Helfer

Ronaldo Bôscoli

RONALDO FERNANDO ESQUERDO E BÔSCOLI
(66 anos)
Compositor, Produtor Musical e Jornalista

☼ Rio de Janeiro, RJ (28/10/1928)
┼ Rio de Janeiro, RJ (18/11/1994)

Ronaldo Bôscoli foi um compositor, produtor musical e jornalista brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 28/10/1928.

Nascido numa família de artistas, era sobrinho-bisneto da compositora Chiquinha Gonzaga, primo do ator Jardel Filho, e teve como primeira profissão, em 1951, o trabalho num jornal, Diário da Noite, como jornalista esportivo, período limitado à juventude. Foi nessa época que iniciou amizade com Vinicius de Moraes, que já havia jogado o seu charme para sua irmã, Lila, com quem se casaria tempos depois.

Amigo de vários músicos e artistas, e disposto a trocar as redações pela noite carioca, em 1957 escreveu sua primeira letra, "Sente", musicada por Chico Feitosa e interpretada por Norma Bengell no mesmo ano. Nesta época, reunia-se no apartamento de Nara Leão, de quem era namorado. Traiu Nara Leão com a cantora Maysa MonjardimNara Leão não perdoou o namorado nem a amiga e se afastou dos dois.

Roberto Carlos e Ronaldo Bôscoli, 1981
Ronaldo Bôscoli compunha com outros artistas as canções que ficariam conhecidas como estilo Bossa Nova. Um dos grandes nomes do movimento, compôs, com Roberto Menescal, as célebres "O Barquinho", "Nós e o Mar", "Telefone" e "Balançamba". Escreveu com Carlos Lyra duas canções, "Lobo Bobo" e "Saudade Fez Um Samba", para o histórico disco "Chega de Saudade", de João Gilberto, lançado em 1959.

Com Luís Carlos Miele produziu diversos espetáculos, o primeiro pocket-show, expressão criada por ele, apresentando, no Little Club, Odete Lara com Sérgio Mendes e Conjunto.

Organizou e dirigiu dezenas de shows em boates no lendário Beco das Garrafas, onde ganhou o apelido de O Véio, não só por ser mais velho que a turma de artistas, mas pelo jeito ranzinza e reacionário.

Elis Regina e Ronaldo Bôscoli
Foi também responsável pela produção televisiva de "O Fino da Bossa", apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues.

Ronaldo Bôscoli se casou com Elis Regina em 1967.

Ainda ao lado de Luís Carlos Mielee, trabalhou como produtor musical durante 24 anos, produzindo os espetáculos de Roberto Carlos, e na TV Globo originando programas como "Brasil Pandeiro", com Beth Faria, "Alerta Geral", com Alcione, e "Bibi 78 e 79", com Bibi Ferreira.

Ronaldo Bôscoli é pai do produtor musical João Marcelo Bôscoli, filho que teve com Elis Regina.

Durante a década de 80 seguiu escrevendo programas para a TV Globo e produzindo o show anual de Roberto Carlos, mas deixou de ter a mesma influência no cenário musical.

Morte

Ronaldo Bôscoli faleceu na sexta-feira, dia 18/11/1994, às 7h00, no Rio de Janeiro, RJ, aos 66 anos, vítima de infecção generalizada e insuficiência renal. Há cinco anos Ronaldo Bôscoli lutava contra um câncer na próstata.

Ronaldo Bôscoli morreu antes de lançar seu último trabalho, o livro "Eles e Eu", uma auto-biografia com muitas histórias sobre a música brasileira. O lançamento do livro estava previsto para terça-feira, 22/11/1994,

Ronaldo Bôscoli estava internado havia um mês no Hospital da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro

O sepultamento de Ronaldo Bôscoli aconteceu no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia

Pedro Collor

PEDRO AFFONSO COLLOR DE MELLO
(42 anos)
Empresário

* Maceió, AL (14/12/1952)
* New York, Estados Unidos (19/12/1994)

Pedro Affonso Collor de Mello foi um empresário brasileiro, irmão do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Comandava as empresas da família em Alagoas, Organização Arnon de Mello, TV Gazeta de Alagoas, Jornal Gazeta de Alagoas, Rádio Gazeta AM, Rádio Gazeta FM e Gráfica Gazeta de Alagoas.

Pedro Collor denunciou um esquema de corrupção política envolvendo Paulo César Farias, tesoureiro de Fernando Collor. Essa denúncia, feita em entrevista exclusiva ao jornalista Luís Costa Pinto e publicada na revista Veja em edição com data de capa de 25 de maio de 1992, desencadeou o processo de impeachment do então presidente Fernando Collor.

Pedro Collor morreu vítima de câncer no cérebro em 1994, deixando a esposa, Thereza Collor, e três filhos, sendo um deles fruto do relacionamento com Regina Maria Habbema de Maia.

Fonte: Wikipédia

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Benjamin Cattan

BENJAMIN CATTAN
(69 anos)
Ator, Escritor e Diretor

* São Paulo, SP (1925)
+ São Paulo, SP (09/01/1994)

Benjamin Cattan foi um dos pioneiros da televisão brasileira. Estreou na TV Tupi de São Paulo, como diretor do principal programa teleteatral da emissora, o "TV de Vanguarda" e, depois, se transformou em diretor artístico da emissora. Ainda na TV Tupi, escreveu telenovelas como "Hospital" (1971) e "Simplesmente Maria" (1970), esta última também dirigida por ele.

Atuou como ator nas novelas "A Muralha" (1961), "Vitória Bonelli" (1972), "Maria Antonieta", entre outras. Foi, depois, para a Rede Bandeirantes de Televisão, para a TV Cultura e, por fim, para a TV Globo, onde trabalhou em cinco produções entre 1989 e 1992, quase em seguida: "O Salvador da Pátria" (1989), "Gente Fina" (1990), "Araponga" (1991), "Felicidade" (1991) e "As Noivas de Copacabana" (1992), seu último trabalho.

Em 1964, organizou, o Primeiro Concurso de Peças Nacionais, vencido por Oduvaldo Viana Filho, com "O Matador", Osmar Lins, com "A Ilha no Espaço", e Plínio Marcos, com "Estória de Subúrbio". Atuava nos palcos eventualmente, sempre em papéis marcante.

No teatro, Benjamin Cattan, dirigiu as primeiras apresentações da peça "Dois Perdidos Numa Noite Suja" de Plínio Marcos, em 1966.

No cinema, começou na Vera Cruz e participou de algumas chanchadas dos anos 50, como "Uma Pulga na Balança" (1953). Também fez filmes como "O Beijo da Mulher Aranha" (1985), de Hector Babenco e "Dias Melhores Virão" (1989), de Cacá Diegues.

Benjamin Cattan faleceu em São Paulo, onde nasceu e sempre viveu, vítima de um Acidente Vascular Circulatório.


Dionísio Azevedo

TOUFIK JACOB
(72 anos)
Ator e Diretor

* Conceição da Aparecida, MG (04/04/1922)
+ São Paulo, SP (11/12/1994)

No início dos anos 30, Dionísio mudou-se com a família para São Paulo. Ainda jovem, Dionísio cogitou a possibilidade de se tornar pastor, mas já se envolvia com atividades de teatro na própria igreja que frequentava, encenando textos de conteúdo bíblico.

A vontade de fazer cinema, que nasceu ainda em Minas, acabou falando mais alto e Dionísio ingressou no Instituto Brasileiro de Cultura Cinematográfica, tendo como professores Lima Barreto e Léo Ivanov. Na década de 40, através de Otávio Gabus Mendes e Oswaldo Moles, Dionísio iniciou uma bem sucedida carreira de rádio-ator, tornando-se muito popular.

Estreou no cinema em 1949 no filme "Quase no Céu". Com muitos filmes no currículo, seus maiores sucessos foram nos filmes "O Pagador de Promessas" (1962), "Independência ou Morte" (1972) — do qual também colaborou no roteiro — e "A Marvada Carne" (1985).

Desde o fim dos anos 40 até o início dos 60, o ator participou de diversas montagens do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) em momentos importantes como "O Bezerro de Ouro e Círculo de Champagne", "A Morte do Caixeiro Viajante" e "O Pagador de Promessas". Na década de 1970, Dionísio participou intensamente da vida teatral, em São Paulo e mesmo no Rio de Janeiro. Atuou em diversas outras peças como "Ensaio para Piano e Orquestra", "Gata em Teto de Zinco Quente" e uma remontagem de "O Pagador de Promessas".Na década de 80, outros sucessos vieram como em "O dia em que raptaram o Papa" e "Direita Volver".

Na década de 50, com o início da televisão no Brasil, passou a fazer adaptações de clássicos da literatura brasileira e universal, utilizadas nos primeiros teleteatros da TV Tupi, chamados de TV de Vanguarda. Dionísio Azevedo, junto a outros grandes nomes, foi uma das principais figuras daquele momento. Fazendo a adaptação, a direção e atuando como ator, Dionísio produziu um dos momentos mais fortes do TV de Vanguarda. Um de seus trabalhos mais marcantes uma adaptação pioneira do conto de João Guimarães Rosa "A Hora e a Vez de Augusto Matraga".

Da década de 60 o ator transferiu-se para a TV Excelsior, onde teve uma atuação muito importante no início do ciclo da telenovela brasileira. Dirigiu em seqüência três novelas de muito sucesso, que ajudaram a solidificar o formato. Foram elas: "“Ambição"(63), "A Moça Que Veio de Longe" (63) e "A Outra Face de Anita" (64). À frente da direção artística da TV Excelsior seus maiores êxitos foram a realização da minissérie "O Morro dos Ventos Uivantes" e da novela "O Tempo e o Vento". Como ator, seu papel mais marcante nesta época foi na novela "A Pequena Órfã"(68).

Em 1970 , trabalhando como responsável pela núcleo de teledramaturgia na TV Record, teve atuação marcante na novela "As Pupilas de Senhor Reitor", interpretando o Reitor. Dionísio prosseguiu sua carreira de ator, participando de várias novelas e mini-séries, com momentos de muito sucesso, como nas novelas "O Astro" (1977 )- na qual interpretou Salomão Hayala, personagem cuja morte foi um dos maiores mistérios da trama e fator de grande audiência por muitos meses- e "Pai Herói" (79), Rede Globo. Em 1981 interpretou suas origens na saga "Os Imigrantes", na TV Bandeirantes.

Foi casado por mais de 30 anos com a atriz Flora Geny, falecida em 1991, e com ela trabalhou em vários filmes, novelas e peças de teatro.

Morreu vítima de um câncer, inicialmente diagnosticado no cérebro.

Fonte: Wikipédia

Maurício do Valle

MAURÍCIO DO VALLE
(66 anos)
Ator


* Rio de Janeiro, RJ (01/03/1928)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/10/1994)

Estreou nos cinemas em 1950, depois de ver um anúncio no jornal solicitando extras para o filme "Tudo Azul" de Moacyr Fenelon.

Na televisão, ainda na década de 50, fez um teleteatro em uma adaptação de "A Dama das Camélias" ao lado de Fernanda Montenegro.

Um dos principais nomes do Cinema Novo, Maurício do Valle chegou a participar de mais de 80 produções ao longo de uma carreira de 44 anos, e ficou conhecido por sua dureza natural, o tom de voz e o rosto agreste como se esculpido em pedra.

O sucesso chegou com o diretor Glauber Rocha, com quem fez quatro filmes e que lhe deu o papel de Antonio das Mortes, um matador de cangaceiros, nos filmes "Deus e O Diabo na Terra do Sol" de 1964 e "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" de 1969. Glauber o considerava seu ator preferido.

Ganhou vários prêmios como melhor ator de cinema e se destacou em filmes como "O Grande Sertão"; "A Hora e a Vez de Augusto Matraga"; "Terra em Transe"; "Bebel, Garota Propaganda"; "Pindorama"; "O Profeta da Fome"; "O Dia em que o Santo Pecou"; "Pecado na Sacristia"; "Bacalhau"; "O Caçador de Esmeraldas" e "Os Sete Gatinhos", entre outros.

Maurício do Valle participou de diversas telenovelas, entre elas, "Meu Pedacinho de Chão"; "Jerônimo, o Herói do Sertão"; "Cabocla"; "Pé de Vento"; "Rosa Baiana"; "Roque Santeiro" e a minissérie "O Tempo e o Vento".

Morreu vítima de Diabetes e Complicações Coronárias.

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

Tom Jobim

ANTÔNIO CARLOS BRASILEIRO DE ALMEIDA JOBIM
(67 anos)
Cantor, Compositor, Maestro, Pianista, Arranjador e Violonista

☼ Rio de Janeiro, RJ (25/01/1927)
┼ Nova York, Estados Unidos (08/12/1994)

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim era filho de Jorge de Oliveira Jobim e de Nilza Brasileiro de Almeida, nascido na Tijuca, Rio de Janeiro, em 25/01/1927. Mudou-se para Ipanema em 1931 e lá viveu com os avós maternos, Mimi e Azor, os pais e sua única irmã, Helena Jobim.

Depois da morte prematura do pai, sua mãe casou-se com Celso Frota Pessoa, que lhe deu muito incentivo para a vida musical, chegando a lhe presentear com um piano. Em 1940, sua mãe fundou o Colégio Brasileiro de Almeida.

Tom Jobim iniciou seus estudos de música em 1941, com aulas de piano com o professor Hans Joachim Koellreuter. Estudou, ainda, com Lúcia Branco, Tomás Terán, Leo Peracchi e Alceu Bocchino. Cursou a Faculdade de Arquitetura, chegando a trabalhar em um escritório, por um curto período.

Em 1949, casou-se com Thereza Hermanny e, no ano seguinte, nasceu seu primeiro filho, Paulo Jobim, que se tornaria músico como o pai.

Em 1953, mudou-se para o apartamento 201 da Rua Nascimento Silva, 107, em Ipanema, endereço que viria a ser tema da música "Carta ao Tom 74", de Toquinho e Vinicius de Moraes.

Em 1957, nasceu Elizabeth Jobim, sua primeira filha, que se tornaria artista plástica e participaria da Banda Nova, grupo que o acompanhou nos últimos anos de sua carreira, atuando no coro feminino característico de seus últimos trabalhos.

Em 1962, mudou-se, com a família, para a casa da Rua Barão da Torre, em Ipanema. Seu primeiro neto, Daniel Jobim, nasceu em 1973. Tornou-se músico e, após a morte do avô, formou, ao lado do pai, Paulo Jobim, de Jaques e Paula Morelenbaum, o quarteto Jobim-Morelenbaum.

Em 1976, nasceu Dora, irmã de Daniel Jobim. Foi neste ano que Tom Jobim conheceu a fotógrafa Ana Beatriz Lontra, então com 19 anos, com quem saiu em lua-de-mel, em 1978, vindo a se casar, oficialmente, somente em 1986. Ana lhe deu mais dois filhos: João Francisco, em 1979, e Maria Luiza Helena, em 1987. Ana Beatriz Lontra também participou do coro feminino da Banda Nova, acompanhando o marido em shows e gravações, e lançou, em 1988, um livro de fotos sobre o maestro intitulado "Ensaio Poético".

Em 1998, morreu, aos 18 anos, João Francisco, seu primeiro filho com Ana Jobim, em conseqüência de um acidente de carro no Rio de Janeiro.


Carreira

No início de sua carreira, trabalhou como pianista em casas noturnas cariocas, como Drink, Bambu Bar, Arpège, Sacha's, Monte Carlo, Night And Day, Casablanca, Tasca e Alcazar. Muitas vezes revezava com Newton Mendonça de quem se tornou grande amigo e com quem iniciou uma bem sucedida parceria musical, que gerou canções como "Desafinado""Samba de Uma Nota Só", entre outras.

Em 1952 foi contratado pela Continental Discos, com a função de fazer transcrições de músicas para registro. Decidido a trocar a vida boêmia e noturna pela diurna, declarou:

"Resolvi mudar de vida, de repente. Para ser bicho diurno, arranjei emprego na Continental Discos. Levava a minha pastinha, com algumas partituras. Alguém cantava uma música, batendo na caixa de fósforo, e eu punha a melodia no papel."
(Jobim, Helena p. 85)
O primeiro registro fonográfico de uma composição de sua autoria ocorreu em 1953, quando sua canção "Incerteza" (Tom JobimNewton Mendonça) foi lançada pela gravadora Sinter, no disco de 78 rpm de Mauricy Moura. Nesse mesmo ano, Ernâni Filho gravou, também pela Sinter, "Pensando Em Você" e "Faz Uma Semana" (Tom Jobim e Juca B. Stockler). Em seguida, atuou como arranjador, auxiliado, no início, pelo maestro Radamés Gnattali.

Seus primeiros arranjos gravados pela Continental foram em discos de 78 rpm. O primeiro foi para a composição "Outra Vez", também de sua autoria, gravada por Dick Farney, em 1954. Fez arranjo, ainda para músicas gravadas por Dóris Monteiro, Nora Ney, Orlando Silva, Dalva de Oliveira, entre vários outros.

Seu primeiro sucesso foi "Tereza da Praia" (Tom Jobim e Billy Blanco), gravada em 1954 por Dick Farney e Lúcio Alves. Também nesse ano, lançou, com Billy Blanco, o LP "Sinfonia do Rio de Janeiro", pela Continental, com arranjos de Radamés Gnattali. Essa obra foi incluída, mais tarde, na trilha do filme "Esse Rio Que Eu Amo", de Carlos Hugo Christensen. Ainda em 1954, teve músicas gravadas por Nora Ney, Elizeth CardosoLúcio Alves, entre outros. A partir de então, suas músicas vêm sendo gravadas, ano após ano, por centenas de artistas nacionais e estrangeiros.



Com o prestígio cada vez maior, foi chamado para comandar, em São Paulo, o programa "Bom Tom", no qual recebia convidados como Lúcio AlvesSylvia Telles, entre outros.

Em 1956, foi apresentado a Vinicius de Moraes, que viria a se tornar seu parceiro mais importante. O encontro se deu através de Lúcio Rangel, no Bar Gouveia, em frente à Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro. Nessa ocasião, foi convidado por Vinicius de Moraes a musicar a peça "Orfeu da Conceição". O espetáculo estreou no dia 25/09/1956, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e, no mesmo ano, foi lançado o LP da peça. Ainda em 1956, começou a trabalhar na gravadora Odeon, como diretor artístico. Além de Vinicius de Moraes, teve outros parceiros importantes. Com Dolores Duran compôs "Se é Por Falta de Adeus", "Estrada do Sol" e "Por Causa de Você", um repertório pequeno, mas bastante expressivo na Música Popular Brasileira.

Em 1957, foi lançado, pela Odeon, o LP "Carícia", de Sylvia Telles, com o samba-canção "Foi a Noite" (Tom Jobim e Newton Mendonça). Nesse ano, recebeu, da prefeitura do Distrito Federal, o prêmio de Melhor Compositor.

Compôs, com Vinicius de Moraes, a canção "Chega de Saudade", que marcou o início da bossa nova e que foi lançada por Elizeth Cardoso, em 1958, no emblemático LP "Canção do Amor Demais", para o qual assinou os arranjos e a direção musical. Nesse disco, João Gilberto aparece pela primeira vez em gravação, tocando, no violão, a batida que caracterizaria a bossa nova - nas faixas "Chega de Saudade" e "Outra Vez". Também nesse ano, compôs a trilha sonora para o filme de Haroldo Costa "Pista de Grama", no qual apareceu tocando piano ao lado de João Gilberto, ao violão, e Elizeth Cardoso, interpretando a música "Eu Não Existo Sem Você", de sua parceria com Vinicius de Moraes. Ainda em 1958, Sylvia Telles gravou o LP "Amor de Gente Moça", contendo nove composições inéditas de sua autoria, e a soprano Lenita Bruno lançou o LP "Por Toda a Minha Vida", contendo canções de Tom JobimVinicius de Moraes. Também nesse ano, recebeu diversos prêmios como compositor, entre eles o Microfone de Ouro, da Radiolândia.

Compôs, em 1960, com Vinicius de Moraes, a pedido do então presidente Juscelino Kubitschek, "Brasília, Sinfonia da Alvorada" e, no ano seguinte, a trilha sonora para o filme "Porto das Caixas" (1962), de Paulo César Saraceni.

Ainda com Vinicius de Moraes, compôs, em 1962, uma das músicas mais gravadas em todo o mundo: "Garota de Ipanema". Nesse mesmo ano, realizou show no restaurante Au Bon Gourmet, em Copacabana, Rio de Janeiro, ao lado de Vinicius de Moraes, João Gilberto, Os Cariocas e dos músicos Otávio Bailly (contrabaixo) e Milton Banana (bateria). Nesse show, suas músicas "Só Danço Samba""Garota de Ipanema", ambas parceria com Vinicius de Moraes, e "Samba do Avião", entre outras, foram ouvidas pela primeira vez pelo público. Recebeu prêmio conferido por The National Academy of Recordings Arts And Sciences, na categoria Best Background Arrangement, pelo disco "João Gilberto". Ainda em 1962, viajou pela primeira vez aos Estados Unidos, onde participou, ao lado de outros artistas brasileiros, do Show da Bossa Nova, apresentado no Carnegie Hall de Nova York.



Lançou, nos Estados Unidos, os LPs "The Composer Of Desafinado Plays" (Verve, 1963), com arranjos de Claus Oggerman, e "The Wonderful World Of Antonio Carlos Jobim" (Warner Bros, 1964). Seu sucesso nos Estados Unidos foi tão grande que, ainda no início da década de 1960, teve uma versão instrumental de "Desafinado" gravada por Stan Getz e Charles Byrd, que chegou a vender um milhão de cópias.

Em 1964, foi para Los Angeles encontrar-se com Ray Gilbert, que faria as versões de suas músicas para o inglês.  Em visita ao Rio de Janeiro, o cantor de bossa nova norte-americano Paul Winter fez uma interessante revelação: Por conta do sucesso de suas músicas, Tom Jobim vinha sendo constantemente assediado por Frank Sinatra, que tentava convencê-lo a permitir a reedição de suas composições nos Estados Unidos.

Em 1965 lançou os LPs "Antônio Carlos Jobim" e "A Certain Mr. Jobim", pela Warner Bros, ambos com arranjos de Claus Ogerman.

Em 1967 gravou com Frank Sinatra o LP "Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim". Ainda nesse ano, compôs a trilha sonora para o filme "Garota de Ipanema", de Leon Hirszman. Também em 1967 recebeu indicação para o Grammy.

Em 1968 venceu o III Festival Internacional da Canção (FIC), realizado no Rio de Janeiro, com a música "Sabiá" (Tom Jobim e Chico Buarque), tirando o primeiro lugar na fase nacional e na fase internacional, sob vaias do público, que torcia pela canção "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", de Geraldo Vandré. Ainda nesse ano, logo depois de chegar de uma bem sucedida viagem aos Estados Unidos, gravou depoimento para o Museu da Imagem e do Som, coordenado pelo então diretor Ricardo Cravo Albin, auxiliado por Vinicius de Moraes, Dori Caymmi, Chico Buarque e Oscar Niemeyer.

Em 1969, compôs mais uma trilha para o cinema, desta vez para o filme "Os Aventureiros". A trilha foi gravada em Londres, com arranjos e regência de Eumir Deodato. Em seguida, assinou a trilha sonora dos filmes "Tempo de Mar", dirigido por Pedro de Moraes, filho de Vinicius de Moraes, e "A Casa Assassinada", de Paulo César Saraceni.

Em 1970, Tom Jobim lançou o LP "Stone Flower", com arranjos de Eumir Deodato, que também foi o arranjador do LP de Frank Sinatra, "Sinatra & Cia", lançado no ano seguinte, que continha cinco músicas de sua autoria.




Uma das canções mais representativas de sua trajetória como compositor é "Águas de Março", cuja primeira gravação saiu em um compacto encartado no semanário O Pasquim, em 1972. A música contaria depois com a célebre gravação que fez em dueto com Elis Regina, no disco "Elis & Tom", gravado em Los Angeles e lançado em 1974.

Recebeu, por três vezes, o prêmio da Broadcast Music Inc. (BMI), como Great National Popularity, com "The Girl From Ipanema", versão de "Garota de Ipanema", em 1970. "Meditation", versão de "Meditação", em 1974, e "Desafinado", em 1977.

Gravou, com Miúcha, em 1978, o LP "Miúcha & Antônio Carlos Jobim".

Sua composição "Luiza" foi tema de abertura da novela "Brilhante", da TV Globo, em 1981.

Ainda na década de 1980, compôs a trilha sonora dos filmes "Eu Te Amo", de Arnaldo Jabor, e "Gabriela", dirigido por Bruno Barreto. Com Chico Buarque, compôs a trilha do filme "Para Viver Um Grande Amor", de Miguel Faria. Recebeu o prêmio Shell na categoria Melhor Compositor do ano de 1982, na festa realizada na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro.

Em 1984, foi convidado pelo diretor Marco Altberg para fazer a trilha sonora do filme "Fonte da Saudade", baseado no romance "Trilogia do Assombro", de Helena Jobim. Com esta trilha, ganhou o Kikito de Melhor Música no Festival de Gramado. Nesse mesmo ano, fez a trilha para o filme "O Tempo e o Vento", baseado no romance homônimo de Érico Veríssimo. Ainda em 1984, formou a Banda Nova, grupo que o acompanharia em shows e gravações até o fim de sua vida. Ao lado de Paulo Jobim (violão), Danilo Caymmi (flauta e voz), Jaques Morelenbaum (violoncelo), Tião Neto (baixo), Paulo Braga (bateria) e do coro formado por Ana Jobim, Elizabeth Jobim, Paula Morelenbaum, Maucha Adnet e Simone Caymmi, realizou show no Carnegie Hall, em Nova York.

Em 1985, junto com a Banda Nova, apresentou-se, com João Gilberto, na abertura do Festival de Montreux, na Suíça. Nesse ano, ganhou o título de "Grand Commandeur Da Ordre Des Arts Et Des Lettres", concedido pelo governo francês, através de seu Ministério da Cultura.

Tom Jobim e Vinicius de Moraes no Catetinho
Em 1986, recebeu o prêmio Millionaired Songs, conferido pela Broadcast Music Inc. (BMI) aos autores de canções que foram ao ar mais de um milhão de vezes. Nesse mesmo ano, compôs a trilha sonora para o filme "Brasa Adormecida", dirigido por Djalma Limonji Batista. Ainda em 1986, compôs "Anos Dourados", que foi tema de abertura da minissérie homônima exibida pela TV Globo e que, posteriormente, ganhou letra de Chico Buarque. Também nesse ano, lançou com a Banda Nova, o LP "Passarim", pelo qual recebeu o primeiro Disco de Ouro de sua carreira e os Prêmios Sharp de Melhor Disco MPB e Melhor Música do ano.

Em 1987, participou do disco "Há Sempre um Nome de Mulher", álbum duplo dedicado à campanha do aleitamento materno e do qual se venderam 600.000 cópias apenas nas agências do Banco do Brasil. A gravação foi realizada em sua própria casa, tocando apenas ao piano a canção "Luiza", registro considerado um dos seus melhores momentos como cantor. No encarte do disco, o produtor Ricardo Cravo Albin escreveu:


"Tom é hoje uma coleção completa de boa parte do que ocorreu com a MPB de 1956 para cá."

Em 1990, tornou-se membro da Academia Nacional de Música Popular Americana. Foi ainda nomeado reitor e, depois, presidente do Conselho Diretor da Universidade Livre de Música, situada em São Paulo, e Doutor Honoris-Causa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mais tarde, recebeu o mesmo título da Universidade de Lisboa.

Foi homenageado pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira, em 1992, com o samba-enredo "Se Todos Fossem Iguais a Você", título da canção que fez em parceria com Vinicius de Moraes.

Tom Jobim gravou inúmeros programas para as TVs brasileiras e americanas, entre os quais o especial com Milton Nascimento, exibido, em 1993, pela TV Bandeirantes.

Em 1994, realizou mais uma apresentação no Carnegie Hall, desta vez ao lado do guitarrista Pat Metheny e do pianista Herbie Hancock, e lançou o último trabalho de sua carreira, o CD "Antônio Brasileiro", pelo qual recebeu os Prêmios Sharp de Melhor Disco Música Popular Brasileira e Melhor Música-Samba, com "Piano na Mangueira", composta em parceria com Chico Buarque. O CD foi, também, contemplado com o Prêmio Grammy, na categoria Best Latin Jazz Performance. Ainda em 1994, a prefeitura do Rio de Janeiro concedeu-lhe a Medalha Pedro Ernesto.



Morte

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim morreu no dia 08/12/1994, em Nova York. Ele teve uma parada cardíaca, depois de complicações pós-operatórias. Tom Jobim havia feito uma cirurgia para retirar dois tumores na bexiga, realizada no Hospital Mount Sinai. Ele sofreu um infarto antes de se submeter a uma angioplastia, que deixaria seu coração em condições de suportar uma operação de grande porte, como a para extirpar o câncer na bexiga.

Manuel Bandeira, Chico Buarque, Tom Jobim e Vinícius de Moraes
Legado

Em 1996, Helena Jobim lançou o livro "Um Homem Iluminado", uma biografia do irmão. No ano seguinte, Sérgio Cabral publicou "Antonio Carlos Jobim - Uma Biografia". O selo Revivendo, de Curitiba, PR, lançou o CD "Meus Primeiros Passos e Compassos", contendo as primeiras gravações de suas músicas.

Em 2000, foi lançada a caixa "Raros Compassos" (Revivendo), contendo três CDs com músicas do início de sua carreira, interpretadas por vários artistas. Nesse mesmo ano, foi lançado o CD "Tom Canta Vinicius", com a gravação ao vivo do show realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, em janeiro de 1990. A cantora Gal Costa lançou, ainda, um CD interpretando suas composições, projeto que idealizou quando o maestro ainda vivia.

Diversas homenagens póstumas foram realizadas, como a polêmica mudança do nome da Avenida Vieira Souto, situada em Ipanema, para Avenida Tom Jobim. Com isso se criaria a esquina Tom Jobim com Vinicius de Moraes, antiga Rua Montenegro, onde situava-se o Bar do Veloso, hoje Garota de Ipanema, muito frequentado por Tom JobimVinicius de Moraes, e onde nasceu a inspiração para compor "Garota de Ipanema". As placas chegaram a ser trocadas, mas a família Vieira Souto apelou para a justiça e a troca foi desfeita. Mais tarde, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro passou a se chamar Aeroporto Internacional Maestro Antônio Carlos Jobim, por pressão junto ao Congresso Nacional de uma comissão de notáveis, formada por Chico Buarque, Oscar Niemeyer, João Ubaldo Ribeiro, Antônio Cândido, Antônio Houaiss e Edu Lobo, criada e pessoalmente coordenada pelo crítico Ricardo Cravo Albin. Foi criado o Parque Tom Jobim, na Lagoa Rodrigo de Freitas e lançada a caixa "Tom Jobim - Inédito", contendo dois CDs.

Em 2000, foi lançada a edição de luxo do "Cancioneiro Jobim", contendo partituras de 42 de suas composições, textos biográficos, fotos e reproduções de manuscritos. Esgotada a primeira edição, a publicação ganhou novo formato, dividido em dois volumes, um contendo texto biográfico e imagens e o outro contendo as partituras.

Em 2001, foi lançado o "Cancioneiro Jobim - Obras Completas", reunindo partituras e letras de todas as músicas do maestro divididas em 5 volumes, com ilustração de Elizabeth Jobim. Nesse mesmo ano, foi inaugurado, com a exposição "Nas Trilhas do Tom", o Instituto Antonio Carlos Jobim, presidido por Paulo Jobim e dirigido por Ana Lontra Jobim, Elizabeth Jobim e Wanda Mangia Klabin, tornando acessível a músicos e pesquisadores a obra e o acervo particular do compositor.


Em 2003, foram lançados o CD e o DVD "Jobim Sinfônico", contendo suas peças orquestrais. O projeto foi idealizado e produzido por Mario Adnet e Paulo Jobim, registrando o espetáculo homônimo gravado em 2002, na Sala São Paulo, em São Paulo, com a Orquestra Sinfônica de São Paulo, sob a regência de Roberto Minczuk, assistente da Filarmônica de Nova York, e a participação de Milton Nascimento e 80 músicos. Ainda em 2003, chegou às livrarias o "Cancioneiro Vinicius de Moraes: Orfeu" (Jobim Music), songbook do espetáculo "Orfeu da Conceição", encenado em 1956 no Teatro Municipal, trazendo 14 partituras das canções compostas com Vinicius de Moraes para o musical, além de desenhos de Carlos Leão e Carlos Scliar, cartazes, críticas, capas de discos, textos de Sérgio Augusto, Susana de Moraes, Paulo Jobim e Cacá Diégues, uma edição assinada por Maria Lúcia Rangel dos textos do poeta sobre a criação da peça e a correspondência mantida com Vinicius de Moraes sobre a primeira adaptação da obra para o cinema, realizada por Marcel Camus, em 1959, com o título de "Orfeu Negro".

Em 2004, o crítico Ricardo Cravo Albin propôs à Associação Comercial do Rio de Janeiro que se promovesse junto ao Aeroporto Maestro Antônio Carlos Jobim um memorial a ele dedicado, por ocasião dos 10 anos de seu falecimento.

Entre os artistas estrangeiros que gravaram suas canções estão Frank Sinatra, Miles Davis, Stan Getz, Quincy Jones, Dizzie Gillespie, Charlie Byrd, Sara Vaughan, Clare Fischer, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Oscar Peterson, Joe Pass, Sting, entre outros.

Em 2004, foi lançado o CD "Antonio Carlos Jobim em Minas ao Vivo Piano e Voz", registro do recital apresentado pelo compositor, em 1981, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

Em 2005, "The Girl From Ipanema" histórica gravação de Astrud Gilberto, ao lado de João Gilberto, Stan Getz e do próprio compositor, realizada em 1963, foi escolhida como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade pela Biblioteca do Congresso Americano. Também em 2005, a Jobim Biscoito Fino relançou o álbum duplo "Tom Jobim Inédito". O disco, gravado em 1987 para a Odebrecht, com produção de Jairo Severiano e Vera Alencar, teve distribuição comercial em tiragem limitada, no final de 1995.

Tom Jobim e Elis Regina, 1974
Em 2006, foi lançado, também pela Jobim Biscoito Fino, o DVD "Tom Jobim ao Vivo em Montreal", registro do show gravado em 1986, no Festival Internacional de Jazz daquela cidade. Ao lado do compositor, os músicos Jaques Morelenbaum (violoncelo), Paulo Jobim (violão), Danilo Caymmi (flauta), Tião Neto (Contrabaixo), Paulo Braga (bateria), e do vocal de Paula Morelenbaum, Maucha Adnet, Simone Caymmi, Ana Jobim e Elizabeth Jobim. O DVD traz ainda uma entrevista concedida pelo compositor em sua casa, no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, em 1981, ao jornalista Roberto D'Ávila.

Em 2007, a gravadora Biscoito Fino lançou o CD "Tom Jobim ao Vivo em Montreal", contendo o áudio do DVD homônimo, lançado no ano anterior. No repertório, suas canções "Água de Beber", "Chega de Saudade", "A Felicidade" e "Garota de Ipanema", todas com Vinicius de Moraes, "Samba de Uma Nota Só" (Tom Jobim e Newton Mendonça), "Two Kites", "Wave", "Borzeguim", "Falando de Amor", "Gabriela", "Samba do Avião" e "Waters Of March".

Em 2007 foi lançado o DVD "A Casa do Tom - Mundo, Monde, Mondo", filme de Ana Jobim que conta a história de amor do compositor com a música, a família e a natureza. Narrado pela própria Ana Jobim, o documentário inclui falas, fotos, filmes caseiros e filmes profissionais, poemas, uma longa entrevista e uma trilha sonora composta de 24 músicas.

Em 2010, foi relançado o CD "Minha Alma Canta", com interpretações suas de músicas de outros compositores, gravadas ao lado de amigos como Edu Lobo, Chico Buarque e Gal Costa para alguns dos songbooks produzidos por Almir Chediak. Nesse mesmo ano, a remontagem do musical "Orfeu da Conceição", com trilha sonora de sua parceria com Vinicius de Moraes, estreou turnê nacional no Canecão, Rio de Janeiro, com direção geral de Aderbal Freire-Filho e direção musical de Jaques Morelenbaum e Jaime Alem, com elenco formado por Érico Brás, Wladimir Pinheiro, Jéssica Barbosa e Isabel Fillardis, coreografia de Carlinhos de Jesus e figurino de Kika Lopes.


Em 2011, o musical "Passarim - As Peripécias de um Sabiá Apaixonado Por Luiza", com direção e roteiro de Rony Guilherme, estreou no Teatro das Artes, no Rio de Janeiro, com canções de sua autoria, entre as quais "Eu Sei Que Vou Te Amar" (Tom JobimVinicius de Moraes), "Imagina" (Tom Jobim e Chico Buarque), "Brasil Nativo", "Borzeguim", "Passarim" e "Wave". Nesse mesmo ano, numa parceria do Instituto Cultural Cravo Albin com o selo Discobertas, foi lançado o box "100 Anos de Música Popular Brasileira", contendo 4 CDs duplos, com áudio restaurado por Marcelo Fróes da coleção de 8 LPs da série homônima produzida por Ricardo Cravo Albin, em 1975, com gravações raras dos programas radiofônicos "MPB 100 ao Vivo" realizadas no auditório da Rádio MEC, em 1974 e 1975. O compositor participou do volume 5 da caixa, com suas canções "Se é Por Falta de Adeus" (Tom Jobim e Dolores Duran), na voz de Dóris Monteiro, "Foi a Noite" (Tom Jobim e Marino Pinto), na voz de Lúcio Alves, "Desafinado" (Tom Jobim e Newton Mendonça), na voz de Alaíde Costa, e ainda com  as seguintes canções em parceria com Vinicius de Moraes: "Se Todos Fossem Iguais a Você", "Eu Sei Que Vou Te Amar" e "A Felicidade", todas na voz de Lúcio Alves, "Eu Não Existo Sem Você", na voz de Alaíde Costa, e "Garota de Ipanema", interpretada em dueto por Johnny Alf e Alaíde Costa.

Em 2012, estreou no Brasil o documentário "A Música Segundo Tom Jobim", de Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim, com roteiro de Nelson Pereira dos Santos e Miúcha, após passar pelos festivais de Nova York, Copenhague, Santa Maria Feira, em Portugal, e ainda pelo Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, considerado como o mais importante festival mundial do gênero. Nesse mesmo ano, foi lançado o livro "Histórias de Canções - Tom Jobim", de Wagner Homem e Luiz Roberto Oliveira (Leya Brasil). Pelo conjunto de sua obra, foi homenageado com o Lifetime Achievement Award do Grammy 2012, premiação pela primeira vez conferida a um artista brasileiro.

Em 2013, entrou no circuito cinematográfico o documentário "A Luz do Tom", de Nelson Pereira dos Santos, no qual o compositor tem sua vida narrada por vozes femininas. Nesse mesmo ano, foi o homenageado da 24ª edição do Prêmio da Música Brasileira. O evento contou com a participação de vários artistas, entre os quais Gal Costa, João Bosco, Ney Matogrosso e Leny Andrade, que interpretaram canções de sua autoria.

Em 2014, em comemoração aos 20 anos de sua morte, foi inaugurada uma estátua sua em tamanho real na orla da praia de Ipanema, próximo ao Arpoador, no Rio de Janeiro. A escultora Christina Motta afirmou que se baseou em uma antiga foto de Tom Jobim com o amigo Vinicius de Moraes para fazer a estátua, que demorou 4 meses para ficar pronta e foi encomendada pela Prefeitura do Rio de Janeiro. O evento contou com a participação do Sexteto Terra Brasilis, convidado pela família do músico.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB