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Ivani Ribeiro

CLEIDE FREITAS ALVES FERREIRA
(73 anos)
Autora de Novelas

* São Vicente, SP (20/02/1922)
* São Paulo, SP (17/07/1995)

Cleide Freitas Alves Ferreira, conhecida artisticamente como Ivani Ribeiro, nasceu no dia 20 de fevereiro de 1922, em São Vicente, São Paulo (São Vicente é um município da Microrregião de Santos, na Região Metropolitana da Baixada Santista). Formada na Escola Normal de Santos, mudou-se para São Paulo para cursar a faculdade de Filosofia. Foi casada com o radialista Dárcio Alves Ferreira, com quem teve dois filhos: Luís Carlos e Eduardo.

Começou sua carreira profissional aos 16 anos, na Rádio Educadora de São Paulo, interpretando canções folclóricas e sambas – alguns de sua própria autoria. Logo depois, alcançaria grande sucesso no rádio, sobretudo através de dois programas que criou, Teatrinho da Dona Chiquinha e As Mais Belas Cartas de Amor. Neste, inclusive, Ivani Ribeiro viveu sua primeira experiência como radioatriz.

Passou ainda pela Rádio Difusora, antes de se transferir com o marido para a Rádio Bandeirantes, onde começaria a adaptar peças, poemas e letras de canções para diversos programas, entre os quais o Teatro Romântico, Os Grandes Amores da História e A Canção Que Viveu. Contratada pela recém inaugurada TV Tupi, escreveu a série Os Eternos Apaixonados. Anos depois, em 1963, Ivani Ribeiro assinaria sua primeira telenovela diária, Corações em Conflito. Tratava-se da adaptação de uma das histórias de sucesso que apresentara no rádio.

No final da década de 1960, transferiu-se para a TV Excelsior, onde se destacaria como autora do horário das 19:30 hs. Por conta disso, chegou a escrever 13 novelas consecutivas, obtendo grande sucesso em todas. A Deusa Vencida (1965), por exemplo, consagraria a atriz estreante Regina Duarte.

Em 1970, de volta à TV Tupi, desta vez como principal autora do horário das 20:00 hs, Ivani Ribeiro escreveu outros três clássicos da teledramaturgia brasileira: Mulheres de Areia (1973), estrelada por Eva Wilma, A Viagem (1975) e O Profeta (1977). O sucesso obtido por suas tramas era tamanho – e o colapso financeiro da Tupi, também – que, no final da década de 1970, a emissora decidiria exibir, nos seus três horários de maior audiência, reprises de novelas assinadas por Ivani Ribeiro.


Entre 1980 e 1982, teve uma passagem pela TV Bandeirantes, onde escreveu Cavalo Amarelo, que contava com a participação da atriz e comediante Dercy Gonçalves, e assinou os remakes de A Deusa Vencida e Meu Pé de Laranja Lima. Esta, baseada no livro homônimo de José Mauro de Vasconcelos, teria ainda uma terceira versão, produzida pela TV Bandeirantes em 1998, assinada por Ana Maria Moretszohn.

Ivani Ribeiro estreou como autora da TV Globo em novembro de 1982, com Final Feliz. A trama, que seria a única inédita da autora na emissora, era estrelada por José Wilker, no papel do genioso Rodrigo, e Natália do Vale, como a impetuosa Débora, entre outros.

Em seguida, Ivani Ribeiro assinaria uma série de remakes e adaptações a partir de seus principais sucessos na TV Tupi e na TV Excelsior. Amor Com Amor Se Paga, por exemplo, exibida em 1984, resultou de uma fusão entre as tramas de Camomila e Bem-me-Quer, produzidas originalmente pela TV Tupi.


Em A Gata Comeu (1985) – remake de A Barba Azul, exibida em 1974 pela TV Tupi –, a autora contou com a colaboração de Marilu Saldanha. Ambientada no Rio de Janeiro, a comédia romântica trazia os encontros e desencontros de uma jovem rica e mimada, Jô Penteado, Christiane Torloni, e um professor viúvo, Fábio Coutinho, Nuno Leal Maia. A novela representou um marco na consolidação da comédia como gênero principal da faixa de horário das 19:00 hs.

Hipertensão (1986) é o caso de uma trama que Ivani Ribeiro atualizou, sem alterar a estrutura central da história. Originalmente apresentada como Nossa Filha Gabriela, exibida pela TV Tupi em 1971, a novela tinha como foco principal o mistério em torno da paternidade de Carina (Maria Zilda Bethlem). O rol de possíveis pais era composto por três personagens: Napoleão (Cláudio Corrêa e Castro), Candinho (Paulo Gracindo) e Romeu (Ary Fontoura).

O O Sexo dos Anjos (1989), adaptada de O Terceiro Pecado, exibida pela TV Excelsior em 1968, envolvia a discussão sobre morte, destino e amor. A novela foi estrelada por Diana (Bia Seidl), o Anjo da Morte, seu emissário Adriano (Felipe Camargo) e a jovem Isabela (Isabela Garcia).

O trabalho seguinte de Ivani Ribeiro foi, talvez, seu maior sucesso: Mulheres de Areia. Exibida pela primeira vez em 1973, na TV Tupi, a nova versão da novela – que teve a colaboração de Solange Castro Neves – narrava a vida das gêmeas Ruth e Raquel, vividas pela atriz Glória Pires. Foi levada ao ar em 1993, transformando-se num marco de audiência do horário das 18:00 hs. Outro destaque foi a interpretação do ator Marcos Frota, no papel do escultor Tonho da Lua.

No ano seguinte, a autora assinou o remake de outro grande sucesso da TV Tupi, A Viagem. Exibida originalmente em 1975, a novela era inspirada na doutrina espírita de Allan Kardec, e abordava diversos temas relacionados ao espiritismo, como a mediunidade e a reencarnação. A versão de 1994 foi protagonizada por Guilherme Fontes, no papel do mau-caráter Alexandre, Christiane Torloni, como Dinah, e Antônio Fagundes, interpretando o criminalista Otávio Jordão.

Em 1995, Ivani Ribeiro voltaria a dividir um trabalho com Solange Castro Neves, desta vez, um argumento. Com a morte de Ivani Ribeiro, em 17 de julho daquele ano, decidiu-se que Quem é Você?, em fase adiantada de produção, seria escrita por Solange Castro Neves, com a colaboração de Isa Duboc, Rosane Lima, Aimar Labaki e Nelson Nadotti. A partir do capítulo 25, porém, Lauro César Muniz assumiu a autoria da novela, que apresentou a relação das irmãs Maria Luísa (Elizabeth Savalla) e Beatriz (Cássia Kiss). As duas reagem de modo diferente à ausência do pai, Nelson (Francisco Cuoco).

Mais de 10 anos após a morte de Ivani Ribeiro, a TV Globo voltou a exibir uma trama da autora. Em 2006, estreou o remake de O Profeta, que fora levada ao ar pela primeira vez em 1977, na TV Tupi. A adaptação ficou a cargo de Thelma Guedes e Duca Rachid, sob a supervisão de Walcyr Carrasco. Na nova versão, o personagem vivido pela atriz Nicete Bruno era uma homenagem à falecida autora: seu nome, Cleide, fazia referência ao verdadeiro nome de Ivani Ribeiro.

Falecimento e Trabalhos Póstumos

Ivani Ribeiro morreu vítima de Insuficiência Renal, provocada pela Diabetes, em 17 de julho de 1995, aos 73 anos. Deixou prontos dois trabalhos: a última telenovela, Quem é Você?, exibida em 1996, que aborda a vida da terceira idade e a farsa dos sexos, reunindo veteranos há tempos afastados da televisão como Castro Gonzaga, Norma Geraldy, Alberto Perez, Ênio Santos e Vanda Lacerda, protagonizada por Cássia Kiss e Elizabeth Savalla (o roteiro, do qual ela escreveu apenas o argumento e que foi redigido pela sua colaboradora Solange Castro Neves, que escreveu apenas os vinte e quatro primeiros capítulos e foi substituída por Lauro César Muniz após sua transferência para a TV Record) e a minissérie O Sarau, em doze capítulos, baseada em obras do escritor Machado de Assis, projeto este que acabou por ser abortado.


Além desta, Ivani Ribeiro também escreveu o argumento de A Selvagem (remake de Alma Cigana, 1964) e O Machão, de Sérgio Jockyman, exibidas pela TV Tupi em 1971 e 1974, respectivamente. Esta última foi adaptada de A Indomável, de 1965, pela TV Excelsior e ganharia uma terceira adaptação em 2000 exibida pela TV Globo, cujo título agora era O Cravo e a Rosa, de Walcyr Carrasco, protagonizada por Adriana Esteves e Eduardo Moscovis (na primeira versão, foram interpretados por Aracy Cardoso e Édson França e na segunda adaptação, os papéis foram defendidos por Maria Isabel de Lizandra e Antônio Fagundes) - uma livre adaptação do clássico A Megera Domada, de William Shakespeare.

Escreveu também um roteiro para um filme com direção de Roberto Santos, Pantomina. Até a década de 80, Ivani Ribeiro havia adaptado exatos 2922 contos, média de um por dia, além de 1300 peças para rádio. Sem colaboradores ela escrevia dois capítulos de novela, o dobro do que uma equipe de quatro novelistas escreve hoje.

Ivani Ribeiro também foi a única autora a ter suas novelas reprisadas duas vezes na sessão Vale a Pena Ver de Novo: A Viagem, em 1997 e 2006, A Gata Comeu, em 1989 e 2001 e Mulheres de Areia em 1996 e 2011. Durante a segunda reprise de A Viagem, a gravadora Som Livre relançou no mercado a trilha sonora internacional da novela.

Em 1998 a autora e colaboradora de Ivani Ribeiro, Solange Castro Neves, apresentou uma sinopse de A Viagem 2, que seria uma continuação da novela exibida em 1994, mas desavenças entre diretores de emissora fizeram com que o projeto fosse abortado.

Ivani Ribeiro não temia a morte, mas reprovava a forma como os ocidentais a tratavam. Por isso, em suas 30 novelas, nunca escreveu cenas de enterro, que mostrassem o corpo dentro da urna. "Ela achava horrível mostrar a pessoa nessa situação", diz Solange Castro Neves. Ela "Respeitava a dignidade do morto". Solange fez de tudo para impedir que os fotógrafos registrassem o velório. "Era um desejo dela", desculpou-se, emocionada, no dia seguinte à cerimônia de cremação do corpo da escritora.

Na sexta-feira, 14, três dias antes de morrer, Ivani Ribeiro conversou pela última vez com Solange. No Hospital Sírio Libanês, onde estava internada há 25 dias, o assunto era trabalho. Falou com Solange sobre a minissérie O Sarau, que estava escrevendo, baseada na obra de Machado de Assis. Falava pausadamente, o corpo não mais acompanhava o raciocínio. Sofria de Insuficiência Renal provocada pela Diabetes. No início da noite, despediu-se, otimista, de Solange.

Ela me disse: "Semana que vem estou em casa e conversamos melhor."

Três dias depois, não resistiu a três paradas cardíacas. Morreu 20 dias depois do marido, o escritor Dácio Moreira Alves Ferreira, deixando dois filhos, Luís Carlos de 45 anos, e Eduardo de 40.


Abraham Medina

ABRAHAM MEDINA
(78 anos)
Empresário

* Belém, PA (16/12/1916)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/08/1995)

Foi um empresário brasileiro, judeu sefardita, que na década de 50 patrocinou programas de rádio e TV, lançando vedetes e atores. Era muito conhecido como produtor cultural na cidade do Rio de Janeiro, que sempre quis transformar num grande centro turístico que atraísse pessoas do mundo inteiro, através da realização de diversos eventos.

Nascido em Belém do Pará, mudou-se para o Rio de Janeiro aos dois anos. Aos dez anos trabalhava como técnico de pianos, profissão que aprendeu com o pai.

Seu começo empresarial foi com seu tio Samuel Garson, dono da Casa Garson, vendendo os rádios Capelinha que possuíam alto falante separado. Pouco depois abriu sua primeira loja Rei da Voz, na Avenida Gomes Freire, vendendo, consertando e reformando pianos, que era o instrumento da moda.

Rubem Medina e Abraham Medina
A trajetória de venda de eletrodomésticos em geral começou mais tarde, constituindo-se na maior rede de lojas do gênero do Rio de Janeiro, as lojas Rei da Voz. Naquele tempo, uma potência em recordes de vendas de discos, elétrofones ou eletrolas, e sendo uma das pioneiras na venda de geladeiras, artigos de luxo na época.

Nos anos 1950, com intuito de promover mais vendas de eletrodomésticos, Abraham Medina costumava associar uma de suas lojas para patrocinar o programa dominical na Rádio Nacional, do cantor Francisco Alves. Por esse auditório desfilavam vozes: Orlando Silva, Sílvio Caldas e outros. As lojas de Abraham Medina chamavam-se Rei da Voz em virtude da grande amizade que o unia a Francisco Alves, detentor do título de Rei da Voz.

Abraham Medina
é pai do também empresário Roberto Medina.

Fonte: Wikipédia

Dárcio Campos

DÁRCIO CAMPOS
(49 anos)
Ator, Cantor, Narrador e Apresentador

☼ Uberaba, MG (08/09/1945)
┼ (28/08/1995)

Dárcio Campos foi um ator, cantor, narrador e apresentador nascido em Uberaba, MG, no dia 08/09/1945.

Dárcio Campos  começou sua carreira na Rádio São Paulo, pertencente às Emissoras Unidas, como narrador de rádio-novelas.

Famoso por usar o bordão "Chanty", como forma carinhosa de se comunicar com os ouvintes, trabalhou na Rádio Record, onde comandava um programa com seu nome.

Também gravou músicas como cantor e foi apresentador de TV, passando pela TV Record, TV Gazeta e TV Bandeirantes. Foi diretor da Rádio Record e Rádio Atual.

Dárcio Campos  faleceu no dia 28/08/1995, aos 49 anos, vítima de AIDS.

Florestan Fernandes

FLORESTAN FERNANDES
(75 anos)
Sociólogo, Professor e Político

* São Paulo, SP (22/07/1920)
+ São Paulo, SP (10/08/1995)

Foi um sociólogo e político brasileiro. Por duas vezes foi Deputado Federal pelo Partido dos Trabalhadores.

Segundo seus próprios relatos, Florestan Fernandes enfrentou, ainda criança, enormes dificuldades para estudar. Filho de mãe solteira, não conheceu o pai. Começou a trabalhar, como auxiliar numa barbearia, aos seis anos. Também foi engraxate.

Estudou até o terceiro ano do primeiro grau. Só mais tarde, voltaria a estudar, fazendo curso de madureza, estimulado por frequentadores do Bar Bidu, no centro de São Paulo, onde trabalhava como garçom.

Em 1941, ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, formando-se em Ciências Sociais. Iniciou sua carreira docente em 1945, como assistente do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II.

Na Escola Livre de Sociologia e Política, obteve o título de mestre com a dissertação "A Organização Social dos Tupinambá". Em 1951, defendeu, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, a tese de doutoramento "A Função Social da Guerra na Sociedade Tupinambá", posteriormente consagrado como clássico da etnologia brasileira, que explora com maestria o método funcionalista.

Uma linha de trabalho característica de Florestan nos anos 50 foi o estudo das perspectivas teórico-metodológicas da sociologia. Seus ensaios mais importantes acerca da fundamentação da sociologia como ciência foram, posteriormente, reunidos no livro Fundamentos Empíricos da Explicação Sociológica.

Seu comprometimento intelectual com o desenvolvimento da ciência no Brasil, entendido como requisito básico para a inserção do país na civilização moderna, científica e tecnológica, situa sua atuação na Campanha de Defesa da Escola Pública, em prol do ensino público, laico e gratuito enquanto direito fundamental do cidadão do mundo moderno.

Durante o período, foi assistente catedrático, livre docente e professor titular na cadeira de Sociologia, substituindo o sociólogo e professor francês Roger Bastide em caráter interino até 1964, ano em que se efetivou na cátedra, com a tese "A Integração do Negro na Sociedade de Classes". Como o título da obra permite entrever, o período caracteriza-se pelo estudo da inserção da sociedade nacional na civilização moderna, em um programa de pesquisa voltado para o desenvolvimento de uma sociologia brasileira.

Nesse âmbito, orientou dezenas de dissertações e teses acerca dos processos de industrialização e mudança social no país e teorizou os dilemas do subdesenvolvimento capitalista. Inicialmente no bojo dos debates em torno das reformas de base e, posteriormente, após o golpe de Estado, nos termos da reforma universitária coordenada pelos militares, produziu diagnósticos substanciais sobre a situação educacional e a questão da universidade pública, identificando os obstáculos históricos e sociais ao desenvolvimento da ciência e da cultura na sociedade brasileira inserida na periferia do capitalismo monopolista.

Aposentado compulsoriamente pela Ditadura Militar em 1969, foi Visiting Scholar na Universidade de Columbia, professor titular na Universidade de Toronto e Visiting Professor na Universidade de Yale e, a partir de 1978, professor na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Em 1975, veio a público a obra A Revolução Burguesa no Brasil, que renova radicalmente concepções tradicionais e contemporâneas da burguesia e do desenvolvimento do capitalismo no país, em uma análise tecida com diferentes perspectivas teóricas da sociologia, que faz dialogar problemas formulados em tom Max Weber com interpretações alinhadas à dialética marxista.

No inicio de 1979, retornou a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, agora reformada, para um curso de férias sobre a experiência socialista em Cuba, a convite dos estudantes do Centro Acadêmico de Ciências Sociais.

Em suas análises sobre o socialismo, apropriou-se de variadas perspectivas do Marxismo clássico e moderno, forjando uma concepção teórico-prática que se diferencia a um só tempo do dogmatismo teórico e da prática de concessões da esquerda.

Em 1986 foi eleito Deputado Constituinte pelo Partido dos Trabalhadores, tendo atuação destacada em discussões nos debates sobre a educação pública e gratuita.

Em 1990, foi reeleito para a Câmara dos Deputados. Tendo colaborado com a Folha de São Paulo desde a década de 1940, passou, em junho de 1989, a ter uma coluna semanal nesse jornal.

O nome de Florestan Fernandes está obrigatoriamente associado à pesquisa sociológica no Brasil e na América Latina. Sociólogo e professor universitário, com mais de cinquenta obras publicadas, ele transformou o pensamento social no país e estabeleceu um novo estilo de investigação sociológica, marcado pelo rigor analítico e crítico, e um novo padrão de atuação intelectual.

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que foi orientado em seus trabalhos acadêmicos por Florestan, estabeleceu com ele forte relação afetiva, mantida até a morte do sociólogo.

Florestan, com graves problemas no fígado, em 1995, submeteu-se a um transplante de fígado mal sucedido na Hospital das Clínicas de São Paulo, realizado pelo professor Silvano Raia.

A causa da morte foi Embolia Gasosa Maciça (bolhas de ar no sangue), 6 dias após sofrer um transplante de fígado.


Sólon Salles

SÓLON HANSER SALLES
(71 anos)
Cantor

☼ Sorocaba, SP (05/12/1923)
┼ São Paulo, SP (15/01/1995)

Sólon Salles era filho de Antonio Marcelo de Salles e Rosa Hanser. Desde garoto foi ligado às artes. Logo aos três anos de idade, fazia acrobacias, trapézio e mágicas num circo da cidade. E ainda cantava pequenas músicas para agradar o público. Fazia sucesso, tão pequeno era. Começou logo a dedilhar um violãozinho de madeira, e mostrava mesmo que era artista.

Assim passou a primeira infância, mas aos 14 anos mudou-se com a família para a capital paulista e teve que trabalhar para ajudar em casa. Foi ser datilógrafo de um sindicato, embora seu pensamento estivesse sempre em arte.

Em 1943 apareceu na Rádio Cultura de São Paulo e foi aprovado em um teste. Nascia aí o profissional, pois assinou contrato como cantor. Nessa emissora, que era chamada de O Palácio do Rádio, pois possuía um grande auditório e os artistas se apresentavam em traje de gala, Sólon Salles cantou por vários anos. Cantava na "Novelinha Sertaneja" e ali fez sucesso, embora seu nome nem aparecesse.

Cantava marcando os personagens dos atores Laura Cardoso e Fernando Baleroni, que logo vieram a se casar e foram sucesso de mídia. Começaram a surgir cartas perguntando de quem era aquela voz tão melodiosa. Aí Sólon Salles ganhou seu programa musical e em seguida seu primeiro disco.

Em 1948 lançou "Segue Teu Caminho" (Mário Zan).


Da Rádio Cultura, Sólon Salles passou pela a Rádio Record, Rádio Bandeirantes, Rádio Excelsior e Rádio Nacional, e depois para a TV Paulista.

O tempo foi passando e o moço cantor fazendo sucesso e gravando discos. Cantava em todas as emissoras de rádio e televisão, mas principalmente na TV Record e TV Cultura.

Mas aí houve um fato trágico em sua vida. Ele que era casado e apaixonado por sua esposa Diva e veio a perdê-la. Isso muito o abateu. Ele passou a cantar menos, entristecido que estava. Era um casamento de 34 anos, do qual nasceram as duas filhas Regina Luzia e Teresinha de FátimaRegina Luzia falecera aos onze dias de vida, mas Sólon Salles seguira em frente, com o apoio de sua esposa. Já com o falecimento desta, ele começou a se afastar, entrando em depressão. Existe uma terceira pessoa de que Sólon Salles gostava muito e considerava como um filho. É Henrique Garutti, seu genro, casado com Teresinha de Fátima.

Deve-se frisar que foram mais de 40 anos de uma carreira belíssima, tendo Sólon Salles cantado, por exemplo, no Vale do Anhangabaú, na festa de comemoração dos quatrocentos anos da cidade de São Paulo. E também que ele foi um dos principais cantores da caravana artística que era organizada por Sílvio Santos, que se chamava "Caravana do Peru Que Fala".

Sólon Salles, um grande cantor paulista, veio a falecer em 15/01/1995. Deixou a filha Teresinha de Fátima e dois netos, Alexandra e Arthur Henrique. Deixou também muita saudade no coração de seus colegas e admiradores.

Marthus Mathias

MARTHUS MATHIAS DE FARIA
(67 anos)
Ator e Dublador

☼ Itajubá, MG (01/05/1927)
┼ Campo Grande, MS (10/01/1995)

Marthus Mathias foi um ator e dublador brasileiro que imortalizou a voz brasileira de Fred Flintstone (a primeira e a mais frequente), nascido em Itajubá, MG, no dia 01/05/1927.

Marthus Mathias começou sua carreira em 1951 como rádio-ator em São Paulo, na Rádio Record. Sua estréia foi em "A Cabana do Pai Tomás".

Na televisão, atua em "Corcunda de Notre Dame" e "Vestido de Noiva", transmitidos ao vivo na década de 1950. Participou ainda de telenovelas de grande sucesso como "A Muralha" (1968), "Jerônimo, o Herói do Sertão" (1972), "Vitoria Bonelli" (1972), "O Espantalho" (1977), entre outras.

Marthus Mathias fez uma pequena participação em "Uma Rosa Com Amor" (1972), interpretando um empregado do personagem Carlos (Gilberto Martinho), ex-marido da vilã Nara Paranhos de Vasconcellos (Yoná Magalhães).

Estreou no cinema em 1953 e atuou em mais de 70 filmes. Sua estréia foi no filme "Cais do Vício" e desenvolveu sólida carreira com destaque para o filme "Jeca Tatu" (1959), um dos muitos filmes que realizou com Mazzaropi, "O Outro Lado do Crime" (1979) e "Besame Mucho" (1987).

Quase sempre no papel de vilão, Marthus Mathias era um dos atores mais constantes do cinema brasileiro, tendo atuado no cinema da Boca do Lixo paulista na década de 80.

Como ator-dublador outra de suas vozes foi de chefe dos agentes da UNCLE, vivido pelo ator Leo G. Carroll.

A maior decepção que teve foi não ter sido escolhido para dublar Fred Flintstone no primeiro longa metragem de "Os Flintstones".

Marthus Mathias faleceu aos 67 anos em Campo Grande, MS, no dia 10/01/1995, vítima de um câncer hepático.

Fonte: Wikipédia

Felipe Carone

FELIPE CARONE
(74 anos)
Ator

☼ São Paulo, SP (25/07/1920)
┼ Rio de Janeiro, RJ (27/03/1995)

Felipe Carone foi um ator brasileiro nascido em São Paulo, SP, no dia 25/07/1920. Filho de família abastada, era pessoa de bastante educação e simpatia.

Estreou no cinema em 1958 em "Macumba na Alta" e sempre fez papéis cômicos, tendo se destacado em comédias leves como "Lua de Mel e Amendoim" (1971), "Os Mansos" (1973), "Uma Mulata Para Todos" (1975), "A Árvore dos Sexos" (1977), entre outros.

Estreou na televisão em 1963, na novela "Gente Como a Gente", da TV Record. No mesmo ano fez na mesma emissora "Marcados Pelo Amor" e "Renúncia".


Em 1965, passou para a TV Excelsior e participou de "Em Busca da Felicidade".

Em 1968 fez "Os Tigres" e "A Grande Mentira" na TV Excelsior.

Em 1970, Felipe Carone passou para a TV Globo e participou de inúmeras novelas de sucesso. Fez "A Cabana do Pai Tomás" (1969), "Pigmalião 70" (1970), "A Próxima Atração" (1970), "O Cafona" (1971), "Bandeira 2" (1971), "Uma Rosa Com Amor" (1972), "O Semideus" (1973), "Cuca Legal" (1975).

Em 1975 participou de uma novela na TV Tupi intitulada "Um Dia, o Amor", para depois voltar à TV Globo onde fez uma série enorme de grandes novelas: "O Pulo do Gato" (1978), "Pecado Rasgado" (1978), "Feijão Maravilha" (1979), "Chega Mais" (1980), "Plumas e Paetês" (1980), "Elas Por Elas" (1982), "Voltei Pra Você" (1983), "De Quina Pra Lua" (1985), "Vida Nova" (1988) e "Top Model" (1989).

Morte

Felipe Carone faleceu no dia 27/03/1995, aos 74 anos, no Rio de Janeiro, RJ, em uma clínica no bairro do Botafogo vítima de um câncer no esôfago.

Pouco antes de morrer, ele estava em cartaz no Rio de Janeiro com a peça "Além da Vida", baseada em livro de Chico Xavier.

Trabalhos

Telenovelas e Minisséries

  • 1963 - Gente Como a Gente
  • 1964 - João Pão ... Frei Manoel
  • 1964 - Marcados Pelo Amor ... Lucas
  • 1964 - Renúncia ... Manoel Justino
  • 1965 - Em Busca da Felicidade ... Mendonça
  • 1967 - Os Miseráveis
  • 1968 - Os Tigres
  • 1968 - A Grande Mentira ... André
  • 1969 - A Cabana do Pai Tomás ... Arquibaldo Morrison
  • 1970 - Pigmalião 70 ... Gino
  • 1970 - A Próxima Atração ... Jarbas
  • 1971 - O Cafona ... Jaírton Saca-Rolhas
  • 1971 - Bandeira 2 ... Jovelino Sabonete
  • 1972 - Uma Rosa com Amor ... Giovanni Petrone
  • 1973 - O Semideus ... Gildo Graça
  • 1975 - Cuca Legal ... José
  • 1975 - Um Dia, o Amor ... Zanata
  • 1978 - O Pulo do Gato ... Jorelli
  • 1978 - Pecado Rasgado ... Mariano
  • 1979 - Feijão Maravilha ... Formoso
  • 1980 - Chega Mais ... Srº Gomes
  • 1980 - Plumas e Paetês ... Clóvis
  • 1982 - Elas Por Elas ... Evilásio Cury
  • 1983 - Voltei Pra Você ... Neto
  • 1983 - Mário Fofoca ... Evilásio Cury
  • 1985 - De Quina Pra Lua ... Padre Antônio
  • 1988 - Vida Nova ... Giácomo
  • 1989 - Top Model ... Baby Donattio
  • 1990 - Fronteiras do Desconhecido ("Adelino, Uma Vida de Amor") ... Adelino
  • 1990 - Rainha da Sucata ... Advogado Marcelo
  • 1990 - Meu Bem, Meu Mal ... Benedito
  • 1993 - Mulheres de Areia ... Juiz


Cinema

  • 1958 - Macumba na Alta
  • 1959 - Moral em Concordata
  • 1969 - A Compadecida ... Padre
  • 1971 - Lua de Mel e Amendoim
  • 1972 - Um Marido Sem... É Como Um Jardim Sem Flores
  • 1972 - Os Mansos
  • 1973 - Obsessão
  • 1974 - Banana Mecânica
  • 1974 - O Roubo das Calcinhas
  • 1975 - Uma Mulata Para Todos
  • 1976 - E as Pílulas Falharam
  • 1976 - Guerra é Guerra
  • 1977 - A Árvore dos Sexos
  • 1987 - Johnny Love
  • 1988 - O Diabo na Cama

Maurício Tapajós

MAURÍCIO TAPAJÓS GOMES
(51 anos)
Cantor, Compositor, Produtor Musical e Instrumentista

* Rio de Janeiro, RJ (27/12/1943)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/04/1995)

Tornou-se popular com as canções "Mudando de Conversa", "Tô Voltando" e "Aparecida". Maurício Tapajós Gomes era filho do compositor e radialista Paulo Tapajós e irmão do também compositor Paulinho Tapajós e da cantora Dorinha Tapajós.

Sua primeira composição gravada foi "Carro de Boi" (com A.C. Brito), pelo conjunto Os Cariocas. Em 1967, "Mudando de Conversa" (Maurício Tapajós Hermínio Bello de Carvalho) obteve sucesso na interpretação de Dóris Monteiro.

Em 1966, assinou a direção musical e a trilha sonora, em parceria com Hermínio Bello de Carvalho e Antonio Carlos Brito (Cacaso), da ópera popular "João Amor e Maria", de autoria de Hermínio Bello de Carvalho. O musical foi encenado no Teatro Jovem, no Rio de Janeiro, por um elenco formado por Betty Faria, Fernando Lébeis, José Wilker, José Damasceno, Cecil Thiré e os integrantes do grupo vocal MPB-4, com direção de Kleber Santos e Nélson Xavier, e cenários de Marcos Flaksman. A trilha sonora do espetáculo, de sua parceria com Hermínio Bello de Carvalho, foi lançada em disco.

Maurício Tapajós teve diversas músicas gravadas na década de 70, incluindo o clássico anti-censura "Pesadelo" (Maurício TapajósPaulo César Pinheiro) e o hino da anistia "Tô Voltando".

Criou sua própria gravadora, Sociedade de Artistas e Compositores Independentes (Saci). Pela SACI lançou "Olha Aí" e o LP duplo "Aldir Blanc & Maurício Tapajós".

Foi fundador da Associação dos Músicos, Arranjadores e Regentes (AMAR) e presidente da entidade.

No ano de sua morte, foi realizado, no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, o show tributo "Amigos Lembram Maurício Tapajós", com a participação de Paulinho Tapajós, Mú Carvalho, Chico Buarques, Paulinho da Viola, Carlinhos Vergueiro, João Nogueira, Sérgio Ricardo, Cristina Buarque, Miúcha, Os Cariocas, O Trio, Cristóvão Bastos, Zezé Gonzaga, Célia Vaz, Alaíde Costa, Moacyr Luz, Marco Sacramento, Paulo Malaguti, Elza Maria e Amélia Rabelo, entre outros.

Maurício Tapajós faleceu aos 51 anos vítima de um ataque cardíaco em 21/04/1995. Ele já sofria de problemas do coração.

Amaral Netto

FIDÉLIS DOS SANTOS AMARAL NETTO
(74 anos)
Jornalista e Político

☼ Rio de Janeiro, RJ (28/05/1921)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/10/1995)

Fidélis dos Santos Amaral Netto, mais conhecido como Amaral Netto, foi um jornalista e político brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 28/05/1921. Ficou conhecido do grande público durante a década de 70 pelo programa na TV Globo, "Amaral Netto, o Repórter", onde, com equipamento sofisticado para a época, alcançava as mais longínquas regiões do país e divulgava as obras do Regime Militar.

Filho de Luciano Amaral e Heroína Sobral Amaral, após estudar em Niterói e Petrópolis ingressou no Colégio Pedro II e a seguir foi um dos alunos fundadores da Escola de Marinha Mercante. Ao desembarcar no Rio de Janeiro trabalhou no protocolo do Instituto Vital Brazil.

Iniciou a carreira jornalística no Correio da Noite e em 1949 fundou a Tribuna da Imprensa ao lado de Carlos Lacerda com quem combateu os governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.

Eleito Deputado Estadual pela UDN da Guanabara em 1960 e deputado federal em 1962, foi para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) tão logo o Regime militar de 1964 baixou o Ato Institucional Número Dois (AI-2) que instituiu o bipartidarismo.

Amaral Netto e Flávio Cavalcanti
Em 1964, ao fazer oposição à candidatura de Carlos Lacerda à Presidência da República, Amaral Netto não conseguiu conter o apelo popular a favor do político carioca, de acordo com artigo no jornal Tribuna da Imprensa de 09/11/1964:
"Por ironia do destino, o próprio deputado Amaral Netto, opositor da candidatura Carlos Lacerda à Presidência da República, foi o responsável por sua consagração, ao discursar anteontem, na sessão inaugural da Convenção Extraordinária da União Democrática Nacional (UDN), em meio a vaias estrepitosas e alguns aplausos. (...) Em um discurso tumultuado, Amaral Netto chegou a comparar Carlos Lacerda a Jânio Quadros - e quase não pôde permanecer na tribuna, ante a indignação popular - e provocou uma explosão de entusiasmo entre os convencionais, que aclamaram o candidato udenista à sucessão presidencial, mal terminara o deputado carioca seu discurso."
Reeleito em 1966, migrou para a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) no ano seguinte, sendo reeleito em 1970 e 1974 passou a representar o estado do Rio de Janeiro a partir de 15/03/1975. Data deste período o programa "Amaral Netto, o Repórter", na TV Globo, em que fez diversas reportagens nas regiões brasileiras, destacando obras do governo militar.

Membro do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1967, Amaral Netto atuava em dobradinha com Mário Covas, de quem veio a ser o maior adversário, na década de 80.

Derrotado ao buscar um novo mandato em 1978, ingressou no Partido Democrático Social (PDS) e foi reeleito em 1982, 1986 e 1990. Candidatou-se a prefeito do Rio de Janeiro pelo PDS nas eleições de 1992, mas foi derrotado.

Amaral Netto e Chucho Narvaez em "Amaral Netto, O Repórter"
Amaral Netto conquistou seu 8º mandato pelo Partido Progressista Reformador (PPR) em 1994, mas em razão de um acidente automobilístico licenciou-se do mandato.

Teve como principal bandeira em sua carreira política a defesa pela adoção da pena de morte no país. Ele apresentou uma emenda constitucional que propunha um plebiscito para implantar a pena de morte para sequestradores, ladrões e estupradores que assassinassem suas vítimas. O plebiscito, um instrumento mais direto de consulta popular, foi rejeitado pelos que se afirmavam democratas e contrários à pena capital. A ofensiva contrária revelou uma realidade pouco admitida por seus desafetos: A pena de morte teria grande chance de ser aprovada se fosse submetida a um plebiscito popular.

Amaral Netto foi um dos mais barulhentos porta-vozes da direita e defendia os governos militares com ardor.

Com cerca de 20 anos no vídeo, o repórter mostrou os tubarões em Fernando de Noronha e, numa de suas primeiras grandes reportagens-pesquisas, foi até o Xingu mostrar como vivem os Xavantes. Revelando ao público usos e costumes selvagens conservados durante dois mil anos, lançou um apelo em favor da doação de remédios e itens básicos para o auxílio aos Silvícolas.

Como repórter-historiador, Amaral Netto trazia à luz documentos, fatos e curiosidades da História do Brasil. Em sua passagem pela TV Tupi, costumava abrir o programa com perguntas como: Que nome tem o Brasil? De que cor são as letras da Bandeira Nacional? Que idade tinha Cabral quando descobriu o Brasil?

Morte

Amaral Netto faleceu no Rio de janeiro, RJ, no dia 17/10/1995, em consequência de um edema pulmonar agudo, caracterizado pelo acúmulo de líquido nos pulmões. Ele teve o edema durante a madrugada, não resistiu e morreu por volta de 15h00.

Amaral Netto estava internado havia 15 dias no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Nos últimos dez meses, foi internado várias vezes com sequelas de um acidente de carro. Ao falecer estava filiado ao Partido do Povo Brasileiro (PPB). Sua vaga foi ocupada pelo cantor Agnaldo Timóteo.

Fonte: Wikipédia

Ivon Curi

IVO JOSÉ CURI
(67 anos)
Cantor, Compositor e Ator

* Caxambu, MG (05/06/1928)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/06/1995)

Com 11 anos, Ivon Curi venceu um concurso de calouros em sua cidade. Começou a cantar profissionalmente na rádio local, na década de 40. Trabalhou no Laboratório Silva Araújo e foi vendedor de passagens da Panair.

Foi tentar a sorte no Rio de Janeiro, onde foi crooner da Orquestra Zacarias, do hotel Copacabana Palace. Em 1947 foi contratado pela Rádio Nacional e em seguida pela Tupi. Ivon começou cantando "La Vie em Rose" e "Pigalle" e, ao gravá-las, estourou nas paradas de sucesso.

Ficou bastante conhecido como intérprete de canções francesas, algumas de suas gravações mais populares eram "C'est Si Bon" e "La Vie En Rose". Na realidade, sua primeira gravação havia sido "O Adeus", de Dorival Caymmi, que não obteve êxito comercial. Em 1948, Ivon era o astro do programa "Ritmos da Panair", da Nacional. Na década de 50, foi eleito "O Rei do Rádio" e teve cinco de seus discos entre os dez mais vendidos do país, entre eles, "Me Leva" (com Carmélia Alves), "Farinhada", "João Bobo", "Feijão", "Tá Fartando Coisa em Mim", "Amendoim Torradinho" e "Xote das Meninas". Por essa época cantou ao lado dos maiores astros e estrelas da música brasileira.

Na década de 50 excursionou pelo Brasil e pela Europa, e desenvolveu suas aptidões para "one-man-show", cantando, contando piadas, histórias e fazendo mímica. Em 1951, Watson Macedo o levou para a Atlântida, onde participou dos filmes da fase áurea das chanchadas e transformou-se num popular humorista de rádio, cinema e televisão.

Ivon gostava de cantar fazendo trejeitos e criou um estilo todo pessoal, que ficava entre o irreverente e o bem-comportado. Embora lançado como cantor galã, de voz pastosa, Ivon participou da comédia "Aviso aos Navegantes" em 1951. Como o personagem era um tipo nobre, meio maneiroso, o público começou a fazer analogias, achando-o muito delicado. As fãs chegaram a escrever: "Sendo como você é, você não deveria ter aparecido no cinema, pois acabaram-se os meus sonhos".

Ivon chegou a sofrer um arranhão em sua carreira, com as gravações despencando nas vendas e contratos cancelados. Decidiu, então, encerrar a fase romântica e levou para o palco a imagem de homem alegre e piadista, lançando as cançonetas, mais interpretativas. Atuou também nos filmes "É Fogo na Roupa", ao lado de Ankito e Adelaide Chiozzo, em 1952, "Garotas e Sambas", "Adorável Inimigo?" e "Assim era a Atlântida" em 1975.

Em meados dos anos 60, teve início o movimento da Jovem Guarda e Ivon permaneceu nove anos sem conseguir gravar. Transformou-se em empresário da noite carioca, ao abrir o Sambão e Sinhá, restaurante-boate idealizado por ele e que tornou-se casa conceituada, onde frequentavam presidentes da República, ministros e embaixadores. Vendeu tudo em 1984 e passou a dedicar-se novamente à carreira artística. Fez 16 temporadas em Portugal, todas com estrondoso sucesso. Se apresentou em programas de televisão e gravou discos.

Falava fluentemente francês, inglês e espanhol e conheceu a Ásia, África, Europa e Américas. Famoso na "Escolinha do Professor Raimundo" com o personagem Galdêncio, o gaúcho da fronteira, sem a cabeleira característica. Sua peruca ficou tão popular que inspirou Renato Aragão no bordão "pelas perucas do Ivon Cury". Na Rede Globo, ele também partipou da novela "Feijão Maravilha", em 1979, interpretando o "Seu Rachid". Em 35 anos de carreira, lançou seu 27º disco em 1994, "Douce France", interpretando clássicos franceses.

Casado com Ivone Cury, deixou três filhos, Ivna, Ivana e Ivan.

Faleceu devido a Falência Múltipla dos Órgãos e Insuficiência Respiratória.

Filmografia

1948 - É com Esse Que Eu Vou
1950 - Aviso aos Navegantes ... Príncipe Suave Leão
1951 - Aí Vem o Barão ... Navalha
1952 - Barnabé, Tu És Meu
1952 - É Fogo na Roupa ... Juvenal
1954 - O Petróleo É Nosso
1956 - Vamos com Calma ... Príncipe Nico
1956 - Sai de Baixo
1956 - Guerra ao Samba ... Anastácio
1956 - Depois Eu Conto
1957 - Garotas e Samba
1957 - Maluco por Mulher
1957 - Com Jeito, Vai
1958 - Alegria de Viver
1959 - Garota Enxuta
1960 - Tudo Legal
1966 - Adoráveis Trapalhões
1967 - A Espiã Que Entrou em Fria
1975 - Assim Era a Atlântida
1979 - Feijão Maravilha ... Rachid
1982 - Chico Anysio Show
1986 - As Sete Vampiras ... Barão Von Pal
1990 - O Escorpião Escarlate
1991 - Escolinha do Professor Raimundo ... Seu Gaudêncio

Fonte: Wikipédia




Guido Brunini

GUIDO BRUNINI
(28 anos)
Ator e Cantor

☼ Piúma, ES (28/05/1966)
┼ Rio de Janeiro, RJ (20/02/1995)

Guido Brunini  foi um ator e cantor brasileiro nascido em Piuma, ES, no dia 28/05/1966.

Desde pequeno escutava com atenção Vicente Celestino, Carlos Galhardo e Dalva de Oliveira. Começou seus estudos de violão com 8 anos e aos 10 anos já tinha "O Ébrio" como uma de suas músicas favoritas.

Também cultivava outra paixão, o teatro. Chegou a trabalhar com Asdrubal Trouxe o Trombone, encenando peças em meados dos anos 80. Mas depois optou por pegar a mochila, o violão e viajar o mundo. Tocando bossa nova e samba pelas ruas, praças e bares de sete cidades da Europa, viu que o destino estava mesmo no Brasil.

Em fevereiro de 1992 voltou decidido a conquistar seu espaço. Montou um show com direção de Flávio Marinho e assinou contrato com a Polygram. Gravou um maxi single (compacto duplo) pela Polygram, contando com uma produção esmerada e sob direção de Liber Gadelha.


Guido Brunini participou de uma única novela, "Bambolê", em 1987.

Diagnosticado como soropositivo aos 24 anos, Guido Brunini não descansou enquanto não conseguiu gravar seu primeiro CD. Saiu da gravação direto para o hospital. Durante o show de lançamento, já estava muito doente, mas arranjou forças.
"Ele saía do palco e a febre vinha. Saía arrasado, mas na hora de cantar conseguia superar tudo."
(Liana Brunini, mãe de Guido Brunini)

Guido Brunini omitiu a doença com receio de que a gravadora deixasse de investir em sua iniciante carreira de cantor. Estava certo. Pronto no master, o CD "Guido Brunini" nunca foi lançado comercialmente pela PolyGram.

"Liguei para lá, chorei, pedi, mas só consegui que fizessem mil discos, que comprei e vendi para amigos." - contou Liana Brunini, a mãe do artista.

Guido Brunini faleceu no dia 20/02/1995, no Rio de Janeiro, RJ, aos 28 anos.

Em sua homenagem, a cidade de Piúma, no Espírito Santo, tem uma avenida com o seu nome.

Fonte: Wikipédia e Página Guido Brunini no Facebook

Ibrahim Sued

IBRAHIM SUED
(71 anos)
Jornalista e Colunista Social

* Rio de Janeiro, RJ (23/06/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (01/10/1995)

Filho de imigrantes árabes, nasceu em família muito pobre, no bairro do Botafogo. Cresceu na Tijuca e em Vila Isabel, e morou muitos anos em quartos de pensão em Copacabana. Foi aluno de escola pública, onde concluiu o antigo Curso Ginasial e, aos 17 anos de idade, empregou-se no comércio. Devido aos frequentes atrasos, abandonou esse emprego.

Iniciou a sua carreira na imprensa como repórter fotográfico em 1946, fazendo plantão nas redações das sete horas da noite às sete da manhã. Adquiriu reputação ao cobrir a visita do então comandante das tropas aliadas na Segunda Guerra Mundial, general Dwight D. Eisenhower, ao Brasil. Na ocasião, fez uma fotografia em que Otávio Mangabeira parecia beijar a mão de Dwight D. Eisenhower, utilizada pelos críticos que, à época, combatiam o que chamavam de "servilismo" brasileiro em relação aos Estados Unidos da América.

Ainda da década de 1940, foi companheiro de boemia de personalidades como Carlinhos Niemeyer, Sérgio Porto, Paulo Soledade e Heleno de Freitas, com quem fundou o Clube dos Cafajestes.

Trabalhou com Joel Silveira na revista Diretrizes. Começou a conhecer gente, frequentar festas e a piscina do Hotel Copacabana Palace. De pequenas notícias na seção "Vozes da Cidade", no recém-fundado Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda, passou a fazer a coluna "Zum-Zum", no A Vanguarda (1951).


Em 1954, passou a trabalhar no O Globo, onde permaneceu até falecer, em 1995. Ali se destacou, assinando uma coluna social que marcou época e influenciou jornalistas como Ancelmo Gois e Ricardo Boechat.

Causou polêmicas com as suas listas das "Dez mais": as dez mais belas mulheres, as dez mais elegantes e as dez melhores anfitriãs da sociedade carioca. A sua coluna passou a ser lida por todas as camadas sociais a partir do final da década de 1950, tendo passado a conviver com personalidades famosas no Brasil e no exterior.

Casou-se em 1958, num evento que tornou-se um dos maiores daquele ano. Nessa época, passou a manter um programa exclusivo pela antiga TV Rio, "Ibrahim Sued e Gente Bem", onde apresentava entrevistas, reportagens filmadas e comentários sobre a sociedade em geral.

Em comemoração aos 30 anos de sua coluna em O Globo, em junho de 1983 teve lugar uma memorável recepção no Copacabana Palace, onde compareceram personalidades como Marta Rocha, Roberto Marinho, Emílio Garrastazu Médici, Dulce Figueiredo e mais 1500 convidados que consumiram, entre outros, 600 garrafas de champanhe, 300 litros de vinho tinto francês, 120 quilos de camarão, 60 quilos de lagosta, 10 quilos de foie gras, 210 patos além de copiosa variedade de frutas e saladas. O evento contou ainda com uma queima de fogos de artifício e com o desfile de passistas de escolas de samba calçadão da Avenida Atlântica.


Em 1985 foi homenageado no Carnaval carioca pela Acadêmicos de Santa Cruz com o enredo "Ibrahim, De Leve Eu Chego Lá". Ainda na década de 1980, Ibrahim Sued foi a figura principal do casamento de sua filha Isabel Cristina, um dos maiores acontecimentos sociais à época, com quatro mil convidados.

Em 1993, deixou o jornalismo diário e passou a publicar apenas uma coluna dominical no O Globo. A Faculdade da Cidade do Rio de Janeiro lhe fez a outorga do Título de Professor Emérito do Curso de Jornalismo, em evento que contou com a presença da nata da sociedade, além de políticos, sambistas, músicos e intelectuais. Ao entregar-lhe a comenda, o professor Paulo Alonso, Diretor Acadêmico dessa instituição carioca, fez um discurso marcado pela emoção, lembrando momentos marcantes da vida do colunista. Paulo Alonso, que também atuava no jornal O Globo, falou da sua amizade com Ibrahim Sued e ainda da capacidade do "Turco", apelido de Ibrahim Sued, em lidar com dificuldades e vencê-las. Foi uma solenidade que ganhou o noticiário brasileiro.

Ibrahim Sued cunhou expressões que se tornaram marcantes como "De leve", "Sorry periferia", "Depois eu conto", "Bola Branca", "Bola Preta", "Ademã que eu vou em frente", "Os cães ladram e a caravana passa", "Olho vivo, que cavalo não desce escada", dentre outras.

Considerado como um homem elegante, contou certa vez que, no início da sua carreira tinha apenas um terno, que deixava todo dia debaixo do colchão de sua cama, para que não perdesse o vinco.

Morte

Ibrahim Sued morreu aos 71 anos, vítima de um infarto agudo do miocárdio, no domingo, 01/10/1995, no Rio de Janeiro, RJ.

O velório aconteceu na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, e o corpo foi levado no carro do Corpo de Bombeiros até o cemitério. Cerca de cem pessoas, entre parentes, amigos e socialites, acompanharam o enterro.

O caixão foi coberto com a medalha da Legion d'Honneur, que Ibrahim Sued recebeu da França, e com as bandeiras do Brasil e da Confraria do Garoto, que celebra a boêmia carioca e da qual Ibrahim Sued era membro honorário.

O corpo de Ibrahim Sued foi sepultado na segunda-feira, 02/10/1995, às 11:30 hs, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, no jazigo da família da primeira mulher, Glória Drummond de Sued. Ela ficou o tempo inteiro ao lado da filha Isabel e da última mulher do colunista, Simone Rodrigues.

Um cartaz lembrava uma expressão usada pelo colunista: "Ademã", um abrasileiramento do francês "À demain" (até amanhã), que Ibrahim Sued usava para se despedir dos amigos.

Em 2003 Ibrahim Sued  foi homenageado com uma estátua em frente ao Hotel Copacabana Palace.

Fonte: Wikipédia