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Cláudio Kano

CLÁUDIO MITSUHIRO KANO
(30 anos)
Jogador de Tênis de Mesa

* São Paulo, SP (18/12/1965)
+ São Paulo, SP (01/07/1996)

Cláudio Mitsuhiro Kano foi um jogador de tênis de mesa brasileiro de empunhadura caneta canhota.

Cláudio Kano deteve o recorde de 12 medalhas no Jogos Pan-americanos, marca só superada nas edições seguintes por Hugo Hoyama, seu companheiro de esporte, que possui 13 medalhas, e pelo nadador Gustavo Borges, que tem 17 medalhas. Ele também detém o terceiro maior número de medalhas de ouro do Brasil, com sete conquistas, duas a menos do que Hugo Hoyama e uma a menos que Gustavo Borges.

Cláudio Kano começou no esporte desde pequeno brincando em uma mesa dentro de casa com os pais, Dona Mitiko e Minoru em casa. Aos nove anos, seus pais procuraram um clube da colônia japonesa chamado Showa, localizado na zona Sul de São Paulo, onde ele e seu irmão Agnaldo praticavam vários esportes entre eles o tênis de mesa.

Desde pequeno Cláudio Kano mostrava habilidade na mesa, derrotando oponentes mais velhos do que ele. Na primeira vez que participou do Campeonato Intercolonial ficou em segundo lugar. Com isso, os técnicos do clube viram que não tinham muito a ensinar ao jovem habilidoso, e conversaram com seu pai, Srº Minoru para que ele procurasse algum clube com melhores condições de treinamento.

Cláudio Kano começou a treinar no Clube Hebraica, que tinha como técnicos Manoel Medina e Emiko Takatatsu, campeã brasileira na época. Lá conheceu o Mutsuo Kasahara, um ex-jogador japonês que trabalhava em uma multinacional japonesa e treinava em vários clubes. Na época Mutsuo Kasahara viu que o menino tinha potencial e convidou-o a treinar em São Bernardo do Campo que naquela época tinha como técnico Maurício Kobayashi, então técnico da seleção paulista.

Claudio Kano durante treino em janeiro de 1996, em preparação para a Olimpíada de Atlanta 
Morte

Faltavam apenas 18 dias para a abertura dos Jogos Olímpicos de Atlanta de 1996, quando o esporte brasileiro sofreu uma de suas maiores baixas. O mesa-tenista Cláudio Kano, que traçava planos de ficar entre os oito primeiros colocados de seu esporte na Olimpíada, foi vítima de acidente de trânsito na Marginal do Pinheiros. Fechado por um carro, ele bateu no guard-rail e morreu aos 30 anos. Cedo demais para quem ainda tinha muito a fazer pela modalidade.

Seria a terceira Olimpíada de Cláudio Kano, que por seis anos, de 1980 a 1986, treinou e defendeu São Bernardo, e já havia colocado o Brasil em destaque com dois sextos lugares em campeonatos mundiais, 1987 e 1989, seis títulos sul-americanos e, até então, o maior medalhista do país em Jogos Pan-Americanos, com 12 medalhas, marca que foi superada por Hugo Hoyama, no Pan do Rio de Janeiro, em 2007.


Principais Resultados

  • Seis vezes campeão sul-americano
  • Dois sextos lugares nos mundiais de 1987 e 1989
  • 1983 - Caracas - Recebeu duas medalhas de ouro (dupla masculina e por equipe), e uma de bronze (dupla mista)
  • 1987 - Indianápolis - Recebeu uma medalha de ouro (equipe); uma de prata (dupla masculina), e uma de bronze, (individual)
  • 1991 - Havana - Recebeu duas medalhas de ouro (dupla masculina e por equipe) e uma de prata (individual)
  • 1995 - Mar del Plata - Recebeu duas medalhas de ouro (dupla masculina e por equipe), e uma de prata (individual)

Participações em Olimpíadas

  • 1988 - Jogos Olímpicos de Seul
  • 1992 - Jogos Olímpicos de Barcelona

Fonte: Wikipédia

Rubem Biáfora

GERVÁSIO RUBEM BIÁFORA
(74 anos)
Cineasta, Roteirista, Produtor e Crítico de Cinema

* São Paulo, SP (1922)
+ São Paulo, SP (1996)

Gervásio Rubem Biáfora foi um cineasta e crítico de cinema brasileiro.

Aos 6 anos iniciou uma coleção de recortes de filmes, que iria formar um importante arquivo, doado em parte ao Curso de Cinema da Faculdade Armando Penteado. Aos 12 anos, mais de uma vez por semana, atravessava as linhas de trem em direção ao bairro do Brás, para ver os cartazes de cinema e fazer suas anotações.

Ingressou na imprensa em 1937. Crítico de cinema em atividade desde 1940, fez parte da primeira grande geração de críticos paulistanos, ao lado de Paulo Emílio Sales Gomes, Almeida Salles, B.J. Duarte, Afrânio Zuccolotto, Carlos Ortiz e Flávio Tambellini.

Escreveu para as publicações Platéia, O Dia, Revista Inteligência e Jornal de São Paulo. Fundou o Clube de Cinema de São Paulo em 1946, que mais tarde iria se transformar na Cinemateca Brasileira.

Em 1948 assumiu a coluna de cinema na Folha da Noite e empreendeu suas primeiras experiências em 16 mm. Em 1950, com José Júlio Spiewak, organizou o Grupo de Cinema Orson Welles.

Transferiu-se em 1953 para O Estado de S.Paulo, onde permaneceu por cerca de 30 anos (1982). Apoiou a tentativa do cinema industrial paulista e até algumas chanchadas cariocas. Inimigo ferrenho do Cinema Novo, apostou suas fichas na produção da Boca do Lixo.

Grande é o número de seus discípulos: Jacob Timoner, Walter George Durst, Walter Hugo Khouri, Carlos M. Motta, José Júlio Spiewak, Maurício Rittner, Alfredo Sternheim, Rubens Ewald Filho, Astolfo Araújo, Rubens Stoppa e Juan Bajon.

No período da Guerra Fria, foi acusado de americanófilo e de direitista com Antônio Moniz Viana, crítico do jornal carioca Correio da Manhã. Acusações injustas em função do domínio absoluto da produção americana na época, com mais de 300 filmes anuais, além de um competente sistema de distribuição internacional de seus produtos.

No ano de 1954 escreveu e dirigiu seriados de ficção científica e teleteatros na TV Record.

Em 1955 colaborou anonimamente no roteiro do longa "Sob o Céu da Bahia" de Ernesto Remani. Depois, nos estúdios da Vera Cruz, dirigiu o último filme da Brasil Filme, de produção de Flávio Tambellini, "Ravina", drama de época, com os protagonistas Eliane Lage e Mário Sérgio, duas estrelas remanescentes do estúdio paulista.

Em 1964, com o roteiro "O Monstro", tenta a realização de seu segundo longa.

Em 1966 fundou a Data Cinematográfica, quando dirigiu o curta colorido "Mário Gruber", retratando o pintor paulista. Produziu, escreveu e dirigiu "O Quarto", drama ambientado no centro da capital paulista, que mostra a triste vida cotidiana de pequeno funcionário de repartição pública.

Em 1970 é roteirista de "As Gatinhas", de Astolfo Araújo, que assina com o pseudônimo de Otto Leme. No ano seguinte também produziu "As Noites de Iemanjá", de Maurício Capovilla, e "Fora das Grades" de Astolfo Araújo. Foi o produtor, diretor e roteirista de "A Casa das Tentações", retrato da decadência da família tradicional.

Em 1978, colaborou outra vez, anonimamente, no roteiro do filme "Alucinada Pelo Desejo", único filme dirigido pelo seu ator predileto, Sérgio Hingst.

Rubem Biáfora morreu aos 74 anos vítima de um Acidente Cardiovascular.

Fonte: Enciclopédia do Cinema Brasileiro (Fernão Pessoa Ramos e Luiz Felipe Miranda - Pag. 58)

Quarentinha

WALDIR CARDOSO LEBRÊGO
(62 anos)
Jogador de Futebol

* Belém, PA (15/09/1933)
+ Rio de Janeiro, RJ (11/02/1996)

Waldir Cardoso Lebrêgo, o Quarentinha, foi um futebolista brasileiro. Até hoje, é o maior artilheiro da história do Botafogo, com 313 gols em 442 jogos. Tem a melhor média de gols da história da Seleção Brasileira: 1 gol por jogo (17 jogos e 17 gols).

Armando Nogueira assim o definiu:

"Quarentinha, eu o vi jogar muitas e muitas vezes. Era um chutador temível, um atacante de respeito, que fazia tremer os goleiros, fossem quem fossem. Tinha na canhota o que, então, se chamava um canhão. Chutava muito forte, principalmente, bola parada. Era de meter medo. Nos jogos Botafogo-Santos, era ele, de um lado, o Pepe, do outro. Ai de quem ficasse na barreira. Quarentinha nasceu no Pará, filho de um atacante que lhe herdou, intactos, o chute poderoso e o apelido. Não sei se o pai era tão tímido quanto o filho. Quarentinha jamais celebrou um gol, fosse dele ou de quem fosse. Disparava um morteiro, via a rede estufar, dava as costas e tornava ao centro do campo, desanimado como se tivesse perdido o gol."

Quarentinha chuta antes da chegada de Brito
Carreira

Filho do também jogador e ídolo do Paysandu, Luís Gonzaga Lebrêgo, o Quarenta, Quarentinha iniciou a carreira no clube do pai e com 16 anos já era titular do time. Se transferiu para o Vitória em 1953, onde foi campeão do Campeonato Baiano.

No ano seguinte, foi contratado pelo Botafogo. Lá tornou-se o maior artilheiro da história do clube, com 313 gols em 442 jogos. Ainda assim, para Quarentinha isso não era motivos para comemorações. O ponta-de-lança, com potente perna esquerda, nunca fazia festa para seus gols, o que irritava a torcida botafoguense. Dizia que não havia razão para festejos, pois ele estava apenas cumprindo com a obrigação, já que era pago para isso.

Jogando ao lado de Didi e Garrincha, fez história e foi o artilheiro do Campeonato Carioca por três edições seguidas: 1958, 1959 e 1960. Pela seleção brasileira marcou 17 gols em 17 jogos.

Jogou também em outros clubes do Rio de Janeiro, da Colômbia e no Clube Náutico Almirante Barroso, de Santa Catarina, antes de encerrar a carreira.

Quarentinha morreu vítima de Insuficiência Cardíaca aos 62 anos.


Títulos

  • 1953 - Campeão pelo Vitória (Baiano)
  • 1954 - Quadrangular Internacional do Rio de Janeiro
  • 1957 - Campeão pelo Botafogo (Carioca)
  • 1958 - Torneio João Teixeira de Carvalho
  • 1958 - Pentagonal Interclubes do México
  • 1960 - Torneio Internacional de Clubes da Colômbia
  • 1961 - Campeão pelo Botafogo (Carioca)
  • 1962 - Pentagonal Interclubes do México
  • 1962 - Campeão pelo Botafogo (Carioca)
  • 1962 - Campeão do Torneio Rio-São Paulo
  • 1963 - Campeão do Torneio de Paris
  • 1964 - Campeão do Torneio Rio-São Paulo
  • 1964 - Torneio Jubileu de Ouro da Bolívia
  • 1964 - Quadrangular Interclubes de Buenos Aires
  • 1964 - Torneio do Suriname


Fonte: Wikipédia

Alberto Ruschel

ALBERTO MANUEL MIRANDA RUSCHEL
(77 anos)
Ator, Diretor, Produtor e Roteirista

☼ Estrela, RS (21/02/1918)
┼ Rio de Janeiro, RJ (18/01/1996)

Alberto Ruschel nasceu na cidade de Estrela, no Rio Grande do Sul, no dia 21/02/1918, e foi ainda criança para Porto Alegre, onde ficou até o início da década de 40. Depois transferiu-se para o Rio de Janeiro. E ali começou sua carreira artística.

No Rio de Janeiro tornou-se cantor do conjunto Quitandinha Serenaders e fez sucesso, pois tinha voz bonita e possuía uma aparência bonita também. Foi através do amigo Grande Otelo que chegou ao cinema, estreando em 1947 no filme "Este Mundo É Um Pandeiro". Logo se tornou um galã da Atlântida, fazendo vários filmes com o diretor Watson Macedo.

Foi para São Paulo e participou do início da Companhia Vera Cruz, atuando como microfonista e técnico de som até estrear em 1951 em "Ângela", de Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida.

Em 1953 chegou a sua grande oportunidade e como o Teodoro de "O Cangaceiro", até hoje um dos maiores sucessos do cinema brasileiro, ele se transformou em um astro do cinema, inclusive internacional. Passou a escolher filmes de ação e rodou na Argentina, Estados Unidos e Espanha.

Atuou em mais de trinta filmes e chegou a dirigir um, "Pontal Da Solidão", em 1973. Foi um ator de cinema basicamente e sua única experiência na TV aconteceu em 1979, já no fim da carreira, quando participou de "O Todo-Poderoso" na TV Bandeirantes.

Quando morreu, em 1996, Alberto Ruschel, aos 77 anos, vivia no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. Ele se recuperava de uma cirurgia no coração quando teve uma hemorragia fatal do duodeno.

Cinema
(Ator)

  • 1981 - A Volta de Jerônimo
  • 1979 - Desejo Selvagem
  • 1979 - O Guarani
  • 1979 - Iracema, A Virgem dos Lábios de Mel
  • 1979 - Os Trombadinhas
  • 1975 - O Grande Rodeio
  • 1975 - Intimidade ... Pedro
  • 1974 - A Noiva da Noite
  • 1974 - Pontal da Solidão
  • 1970 - O Palácio dos Anjos
  • 1966 - Riacho do Sangue ... Ponciano
  • 1965 - Luta Nos Pampas
  • 1964 - Aconcagua
  • 1961 - A Morte Comanda o Cangaço ... Raimundo Vieira
  • 1958 - O Capanga
  • 1958 - Matemática Zero, Amor Dez
  • 1957 - Cara de Fogo
  • 1957 - Paixão de Gaúcho
  • 1956 - Ha Pasado Un Hombre
  • 1956 - El Puente Del Diablo
  • 1955 - Orgullo
  • 1955 - Três Garimpeiros ... Alberto Prado
  • 1953 - O Cangaceiro ... Teodoro
  • 1953 - Esquina da Ilusão ... Dante Rossi
  • 1952 - Apassionata ... Luiz Marcos
  • 1952 - Terra é Sempre Terra
  • 1951 - Aí Vem o Barão (Integrante do Quitandinha Serenaders)
  • 1951 - Ângela
  • 1950 - Não é Nada Disso (Quitandinha Serenaders)
  • 1948 - É Com Este Que Eu Vou (Quitandinha Serenaders)
  • 1948 - E o Mundo Se Diverte
  • 1947 - Não Me Digas Adeus (Quitandinha Serenaders) 
  • 1947 - Este Mundo é Um Pandeiro (Quitandinha Serenaders)

Cinema
(Produção Executiva - Creditado Como Alberto Miranda)

  • 1970 - A Arte de Amar Bem
  • 1970 - Cléo e Daniel
  • 1968 - O Homem Nu
  • 1966 - As Cariocas
  • 1966 - Três Histórias de Amor

Cinema
(Direção e Roteiro)

  • 1974 - Pontal da Solidão

Televisão
Ator

  • 1979 - O Todo-Poderoso

Fonte: Wikipédia

João do Vale

JOÃO BATISTA DO VALE
(62 anos)
Cantor e Compositor

* Pedreiras, MA (11/10/1934)
+ São Luís, MA (06/12/1996)

De origem humilde, João do Vale sempre gostou muito de música. Aos 13 anos se mudou para São Luís. Em 1964 estreou como cantor. Suas principais composições são "Carcará", em parceria com José Cândido e imortalizado na interpretação de Maria Bethânia, "Peba Na Pimenta", com Adelino Rivera, e "Pisa Na Fulô", com Silveira Júnior.

O quinto de oito irmãos ajudava em casa vendendo balas e doces feitos pela mãe. Frequentou a escola até o terceiro ano primário quando teve de interromper os estudos, não para trabalhar, para ceder lugar ao filho de um coletor recém-nomeado para trabalhar em Pedreiras.

Aos 12 anos, mudou-se com sua família para São Luís e aos 14 tomou a decisão de morar no Sudeste – sonhava com o Rio de Janeiro. Como seus pais não o deixariam partir, fugiu de trem para Teresina e arranjou emprego como ajudante de caminhão.

Chegou ao Rio de Janeiro, de carona, aos 17 anos e foi ser ajudante de pedreiro. João do Vale trabalhava e dormia na construção. A noite, percorria as rádios na esperança de se aproximar de algum artista. O primeiro a que teve acesso foi Zé Gonzaga, que, a princípio, não quis ouvir suas músicas, mas, depois, gostou muito delas e gravou "Cesário Pinto", que fez sucesso no Nordeste. Luiz Vieira foi o segundo que João do Vale procurou. Com ele, fez a música "Estrela Miúda" e Luiz Vieira conseguiu que Marlene gravasse a música.


Embora não tenha sido fácil, o início da carreira de João do Vale foi rápido. Ele chegou no Rio de Janeiro no final de 1950 e, já no ano seguinte, suas músicas começaram a ser gravadas. Em 1952, João do Vale foi pela primeira vez receber os seus direitos autorais e surpreendeu-se com a quantia: 200 cruzeiros. Uma fortuna para quem suava na construção por 5 cruzeiros mensais.

Além de Marlene, Luiz Vieira, Dolores Duran, Luiz Gonzaga e Maria Inês também gravaram músicas de João do Vale e fizeram sucesso.

Em 1954, João do Vale participou com figurante do filme "Mão Sangrenta", dirigido por Carlos Hugo Christensen. Conheceu Roberto Farias, na época assistente de direção, que, ao se transformar em diretor, convidou o compositor para musicar alguns de seus filmes, como "No Mundo Da Luz", de 1958. Em 1969, João do Vale compôs a trilha sonora do filme "Meu Nome É Lampião", de Mozael Silveira.

No Rio de Janeiro, João do Vale começou a se apresentar no ZiCartola, o bar de Cartola e Zica, onde compositores se reuniam para cantar. Fez sucesso e foi convidado para ali se apresentar às sextas-feiras.

O show do "Forró Forrado" foi criado especialmente para João do Vale pelo seu proprietário, Adolfo, seu amigo e admirador. Sem gravar discos, por causa da censura, e vendendo seus baiões para outros compositores, João do Vale passava por dificuldades financeiras. Preocupado com a situação do amigo, Adolfo criou o show "Forró Forrado".

No  ZiCartola, a carreira de João do Vale tomou novo impulso e ele passou a fazer sucesso novamente.

A partir de 1975, João do Vale começou a apresentar-se, com muito sucesso, em shows em circuitos universitários. Ainda em 1975, fez o show "Opinião", reapresentado após 10 anos da realização do primeiro. Alguns meses depois do segundo show "Opinião", João do Vale foi convidado para apresentar-se nos Estados Unidos.

Em 1976,  João do Vale preparou o show "E agora João?" e apresentou-se por todo o país, vendendo seus LPs e ganhando direitos autorais.

Em 1987, quando ia a Nova Iguaçu com uma amiga, João do Vale parou em um restaurante para almoçar e sentiu-se mal. Repentinamente, desabou direto no prato, vitimado por um Acidente Vascular Cerebral. Sua acompanhante ficou apavorada e saiu correndo, abandonando o local. João do Vale foi levado inconsciente para o Hospital da Posse de Nova Iguaçu. Sem documento e dinheiro pois sua carteira ficou na bolsa da acompanhante, foi deixado numa maca e negligentemente abandonado à própria sorte.

Após ficar sem atendimento adequado, teve convulsão e caiu da maca, batendo a cabeça no chão. Foi atendido por uma estagiária e, reconhecido, teve socorro.

João do Vale ficou internado por dois anos na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitaçã (ABBR), no bairro Jardim Botânico, para tratar da semi-paralisia do lado direito do seu seu corpo. Nesse período, seus amigos se movimentaram para organizar e promover shows em benefício do artista e sua família.

Em 1989, João do Vale recebeu alta e providenciou sua aposentadoria, passando a viver da pensão de cinco salários mínimos e de direitos autorais.

João do Vale ficou consciente, mas com grande lacunas na memória, cognição afetada e dificuldades na fala. Tinha o corpo semi-paralisado e a perna visivelmente atrofiada.

Em outubro de 1992, João do Vale foi homenageado em sua terra natal, com um show no Teatro da Praia Grande. Na ocasião, João do Vale revelou que sua intenção era se mudar para a cidade de Pedreiras a fim de passar o resto da sua vida na terra onde nascera. Voltou para Pedreiras, mudança fundamental para sua saúde. Ele não cansava de repetir o quanto se sentia bem em sua cidade natal.

Ao completar 60 anos, em 1993, João do Vale foi homenageado com um show no teatro que levava seu nome, o Espaço Cultural João do Vale, na Praia Grande, em São Luis. Uma semana após o show, ele apareceu, de surpresa, na estréia de Chico Buarque no Canecão, no Rio. Naquele mesmo final de ano, Chico Buarque começou a pensar no projeto de um disco-tributo para João do Vale, com venda a ser revertida para o artista e sua família.

O disco começou a ser gravado, pela BMG - Ariola, em 1994 e teve direção artística de Chico Buarque, Fagner e Sérgio de Carvalho. Vários artistas participaram das gravações com composições de João do Vale. O disco-tributo "João Batista Vale" recebeu, em 1995, o Prêmio Sharp de melhor disco de música regional.

No ano de 1996, a saúde de João do Vale ia oscilando, apresentando melhoras alternadas com algumas crises. Todos os dias, João do Vale jogava dominó em frente ao Sindicato dos Arrumadores, no centro de Pedreiras. Aos poucos, o estado de saúde do cantor e compositor foi piorando.

Morte

Em 22 de novembro daquele ano, a turma do dominó soube que   João do Vale não iria para o jogo, pois havia passado mal e resolveu ficar em casa. No final da tarde foi acometido por um novo Acidente Vascular Ccerebral. Apresentando um quadro grave de diabetes, hipertensão arterial e insuficiência renal, no dia 4 de dezembro, sofreu seu terceiro e fatal derrame, o que o levou ao coma.

No dia 06 de dezembro de 1996, sexta-feira, às 13:30 hs, vítima de Falência Múltipla dos Órgãos, morreu João Batista do Vale. A seu pedido, foi enterrado, em 8 dezembro, no modesto Cemitério São José, de Pedreiras. Mais de 5 mil pessoas acompanharam o cortejo fúnebre, ao som de "Pisa Na Fulô" e "Carcará", em arranjo para solo de saxofone de Sávio Araújo.

Bajado

EUCLÍDES FRANCISCO AMÂNCIO
(83 anos)
 Artista Plástico, Chargista, Letreirista, Cartazista e Pintor de Quadros e Murais 

* Maraial, PE (09/12/1912)
+ Olinda, PE (15/11/1996)

Euclides Francisco Amâncio, artista plástico, chargista, letreirista, cartazista, pintor de quadros e murais, conhecido mundialmente como Bajado, nasceu no dia 9 de dezembro de 1912, no município de Maraial, no Estado de Pernambuco.

O apelido Bajado surgiu na infância por causa de uma brincadeira, durante um jogo de bicho, seu passatempo preferido.

Bajado mudou-se para Catende, outro município pernambucano, ainda adolescente, indo trabalhar como ajudante e pintor de cartazes de filmes de faroeste, onde ficou até 1930.

Quatro anos depois, foi morar no Recife, onde arranjou um emprego como letreirista de cartazes e operador de máquina do Cine Olinda, função que exerceu até 1950.

Nas horas vagas pintava letreiros, fachadas e interiores de lojas comerciais, restaurantes e botequins, ornamentando-os com figuras ou compondo painéis e quadros.


O artista prestou uma grande homenagem ao bloco carnavalesco Donzelinhos dos Milagres que estava encerrando, para sempre, os seus festejos de carnaval, pintando na parede de sua sede os versos: "O mar que levou a praia, levou também Donzelinhos."

O gosto pela arte se manifestou quando Bajado retratou os clubes carnavalescos de Olinda, Pernambuco, Pitombeira dos Quatro Cantos, Elefante, O Homem da Meia-Noite, Cariri, Vassourinhas, assim como o frevo rasgado na Ribeira, Largo do Amparo, Varadouro, Praça do Carmo.

Em 1964, junto com alguns amigos de profissão, inaugurou o Movimento de Arte da Ribeira, em Olinda, onde passou a expor seus trabalhos.


Dentre uma mistura de cores e tintas, Bajado foi capaz de reproduzir inúmeras telas sobre a vida cotidiana, o sofrimento, as emoções e a cultura do povo pernambucano.

O artista possuía um temperamento calmo e brincalhão. Fluiu na arte, com a simplicidade de um homem humilde. Era considerado um artista primitivo, inserido no estilo da arte contemporânea. Sua tendência artística era a liberdade de estética, comum na arte moderna, e suas obras retratavam tanto os folguedos carnavalescos, como também reverenciavam políticos e personalidades ilustres da sociedade pernambucana: Agamenon Magalhães, o presidente Jânio Quadros, o general Teixeira Lott, entre outros.

Na década de 1970, um turista italiano, Giuseppe Baccaro, ao ver as suas pinturas e quadros a óleo expostos nas residências e estabelecimentos comerciais de Olinda, ficou impressionado diante do primitivismo artístico do pintor que assinava da seguinte maneira as suas obras: "Bajado um artista de Olinda". Contactando-o, lançou-se como divulgador e administrador dos seus trabalhos.

Bajado (Acervo: www.onordeste.com)
Em decorrência disso, alguns meses depois, começaram a aparecer as suas primeiras exposições e mostras no Recife, na Casa da Cultura, na Fundação Joaquim Nabuco, na Caixa Econômica Federal, no Lions Club, no Cabanga Iate Clube.

Novas oportunidades continuaram a surgir, desta vez para o artista expor em outras capitais brasileiras como o Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Vitória. Do exterior, Bajado recebeu vários convites para ir apresentar as suas obras. Neste sentido, iniciou pela França uma maratona artística, passando pela Itália, Espanha, Holanda e Tchecoslováquia, atual República Tcheca.

Em 1994, no limiar dos 80 anos, Bajado foi homenageado com uma mostra internacional na sede da Unesco, em Paris, com a participação de diversos artistas internacionais.

Contido, apesar da sua fama e do seu talento artístico, ele sempre viveu humildemente. Tinha como o maior prazer da vida a expressão da sua arte primitiva, a alegria do seu povo.


Bajado passou seus últimos dias assistindo filmes antigos na televisão e recordando as peripécias da sua mocidade. O artista plástico, faleceu em 1996, aos 83 anos de idade, em sua residência localizada na Rua do Amparo, nº 186, em Olinda, imóvel este que lhe foi doado por  Giuseppe Baccaro, o seu marchand italiano.

Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais e Machado, Regina Coeli Vieira. Bajado. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Acesso em: 13 out. 2012.
Indicação: Gilson Oliveira

Amaury Kruel

AMAURY KRUEL
(95 anos)
Militar

* Santa Maria, RS (11/04/1901)
+ Rio de Janeiro, RJ (23/08/1996)

Amauri Kruel nasceu no dia 11/04/1901, em Santa Maria, RS. Filho de José Carlos Kruel e de Ana Weber Kruel.

Formou-se em 1921 pela Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Em 1923, participou de manifestações em Santana do Livramento, RS, em apoio à Revolução Federalista, e em 1930 tomou parte, no Rio de Janeiro, da revolução que levou Getúlio Vargas no poder.

Em 1931, ingressou no curso da Escola do Estado-Maior, concluindo-o em 1933. Entre 1936 e 1937 comandou a Polícia Municipal do Rio de Janeiro. Integrante da Força Expedicionária Brasileira que lutou ao lado das forças aliadas na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Em 1949, fez um curso especial de informações e foi responsável por um inquérito sobre atividades comunistas no Exército.

Castello Branco e Amaury Kruel, amigos inseparáveis
Em fevereiro de 1954, foi um dos signatário do Manifesto dos Coronéis, documento que criticava a política econômica e protestava contra o aumento do salário mínimo em 100%, proposto pelo segundo Governo Vargas.

Chefe do Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP) em 1957, entre 1959 e 1961 foi assessor militar do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

Com a renúncia do presidente Jânio da Silva Quadros, em 25/08/1961, instalou-se no país uma grave crise provocada pelo veto dos ministros militares à posse do vice-presidente João Goulart, então em visita à China. Enquanto João Goulart iniciava sua viagem de volta, formou-se no Rio Grande do Sul, liderado pelo governador Leonel Brizola, um movimento em favor de sua posse. Amaury Kruel viajou do Rio de Janeiro para Porto Alegre, onde integrou a comitiva que em 01/09/1961 recebeu João Goulart.

No dia 02/09/1961, o Congresso aprovou a instituição do parlamentarismo no país, permitindo a posse de João Goulart no dia 07/09/1961. No dia 08/09/1961, Amaury Kruel foi nomeado chefe do Gabinete Militar da Presidência.

Tendo seus poderes diminuídos, João Goulart tentou, desde o início, antecipar o plebiscito previsto para princípios de 1965 que decidiria sobre o destino do regime parlamentarista. Depois de uma sucessão de crises politicas e mudanças de ministério, em setembro de 1962 a Câmara dos Deputados fixou a data do plebiscito em 06/01/1963. Em seguida Hermes Lima assumiu o cargo de primeiro-ministro e Amaury Kruel a pasta da Guerra. Na data marcada, foi realizada a consulta que decidiu pelo retorno ao presidencialismo. No dia 23/01/1963, João Goulart nomeou um novo ministério, mas Amaury Kruel foi mantido.


Em maio, Amaury Kruel puniu com 30 dias de prisão o sargento Gelci Rodrigues Correia, que jurara publicamente "defender a ordem em nossa pátria, mas não essa que está aí, que beneficia somente uns poucos privilegiados". No mês seguinte, foi afastado da pasta da Guerra em meio a mais uma reformulação ministerial. No final de 1963, assumiu o comando do II Exército, sediado em São Paulo.

No dia 13/03/1964, João Goulart pronunciou um inflamado discurso em prol das chamadas reformas de base para mais de cem mil pessoas em um grande comício realizado no Rio de Janeiro. A partir desse momento, a conspiração já em curso entre civis e militares para depor o presidente foi intensificada.

A adesão de Amaury Kruel ao Golpe de 1964 que destituiu o presidente e instaurou o regime militar no Brasil só se deu praticamente no momento em que este foi deflagrado, no dia 31/03/1964.

Em agosto de 1966, passou para a reserva e foi promovido a marechal. Foi ainda deputado federal pela Guanabara entre 1967 e 1971, na legenda do oposicionista Movimento Democrático Brasileiro (MDB), criado após a extinção dos partidos políticos pelo AI-2 (21/10/1965) e a instalação do bipartidarismo.

Foi casado em primeiras núpcias com Cândida Cezimbra Kruel, com quem teve um filho. Contraiu novas núpcias com Maria Helena Kruel.

Amaury Kruel faleceu no Rio de Janeiro no dia 23/08/1996.

Augusto Antunes

AUGUSTO TRAJANO DE AZEVEDO ANTUNES
(89 anos)
Empresário

* São Paulo, SP (29/09/1906)
+ Rio de Janeiro, RJ (06/08/1996)

Augusto Trajano de Azevedo Antunes nasceu em São Paulo em 29 de setembro de 1906, era filho de Gabriel Oscar de Azevedo Antunes e Maria da Conceição Pereira, foi casado com Sylvia Penteado e tiveram dois filhos, Beatriz e Augusto César.

Juscelino Kubitschek recebe das mãos do Dr. Augusto Antunes, uma placa alusiva ao primeiro embarque de manganês do Porto de Santana, ocorrido em 10/01/1957, transportado pelo navio Areti-XS – Baltimore, que havia chegado no dia 9 e saiu no dia seguinte, levando 9.050,05 toneladas. A cerimônia foi presenciada pelo Dr. Amilcar da Silva Pereira, que na época era o Governador do Amapá.

 Formou-se Engenheiro Civil Eletricista pela Escola Politécnica de São Paulo no ano de 1930, iniciando suas atividades profissionais na Secretaria de Viação e Obras do Estado. No ano de 1938 transferiu-se para o estado de Minas Gerais, dedicando-se à área de mineração e fundando em 1942 a empresa Indústria e Comércio de Minérios S/A (ICOMI), assumindo a Direção Técnica.

Decorria o ano de 1946, quando manteve os primeiros contatos com o governador do Território do Amapá, capitão Janary Gentil Nunes, interessado nas pesquisas minerais da região. Augusto Antunes visitou os locais onde foram localizadas as minas de manganês, acompanhado de Homero Charles Platon e Mário Cruz, levando quantidade expressiva de minério para exames laboratoriais.

Augusto Antunes e Janary Gentil Nunes
Em 6 de dezembro de 1947, representando o grupo ICOMI, assina na representação do Governo do Amapá, no Rio de Janeiro o contrato de exploração das minas de manganês da Serra do Navio estando presentes ao ato o governo do Amapá, ministros, deputados e senadores. O início das atividades da empresa no Amapá ocorreu em 1948, com a chegada da equipe técnica, composta de engenheiros americanos, holandeses e ingleses que espantaram a população por nada entender do que falavam ou o que queriam. Em 1949 começaram a chegar a Santana os navios carregados de ferragens e equipamentos. Em 15 de novembro de 1950 o Congresso Nacional referendou os termos do contrato de exploração do minério de manganês pela ICOMI.

Augusto Antunes acompanhou passo a passo a implantação dos trabalhos em Macapá, acompanhando o governador durante a inauguração da vila de Santana, do pier de desembarque, da estrada de ferro da vila de Serra do Navio, do primeiro embarque de minério e outros eventos importantes.

Ficou conhecido do povo amapaense pelo seu apoio à educação, saúde, transporte, lazer e segurança às populações residentes na área de atuação da empresa, começando de Santana até a Serra do Navio, transformando-se em um dos personagens importantes da história do Território do Amapá.

Sua morte ocorreu em 17 de setembro de 1996 e foi sentida por todos os pioneiros que assistiram à epopéia desse eminente paulista no Amapá.

Mário Palmério

MÁRIO DE ASCENÇÃO PALMÉRIO
(80 anos)
Professor, Político e Escritor

* Monte Carmelo, MG (01/03/1916)
+ Uberaba, MG (24/09/1996)

Filho de Francisco Palmério e de Maria da Glória Palmério, seu pai era engenheiro civil e advogado, homem de cultura e de largo prestígio em toda a região triangulina, exercendo, nos últimos anos de sua vida, o cargo de Juiz de Direito nas várias comarcas do estado, tendo falecido em Uberaba aos oitenta anos de idade. Mário Palmério fez seus estudos secundários no Colégio Diocesano de Uberaba e no Colégio Regina Pacis, de Araguari, licenciando-se em 1933.

Em 1935, matriculou-se na Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro, de onde se desligou, no ano seguinte, por motivos de saúde. Em 1936, ingressou no Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais, sendo designado para servir na sucursal de São Paulo.

Na capital paulista, iniciou-se no magistério secundário, como professor de matemática no Colégio Pan-Americano, estabelecimento de ensino então mantido pela Escola Paulista de Medicina. Passando a lecionar em outros estabelecimentos, pouco tempo depois Mário Palmério dedicava-se exclusivamente ao magistério.

Em 1939, matriculou-se na seção de Matemática da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, época em que passou a lecionar também no Colégio Universitário da Escola Politécnica, por nomeação do governo daquele Estado.

Seu destino seria, entretanto, realizar obra educacional de maiores proporções e, atraído pelo extraordinário progresso que alcançava Uberaba e toda a região triangulina, em virtude do desenvolvimento de sua pecuária de gado indiano, Mário Palmério deixou São Paulo para abrir naquela cidade mineira o Liceu do Triângulo Mineiro.

Em 1945, construiu imponente conjunto de edifícios, na cidade de Uberaba, para sede do Colégio do Triângulo Mineiro e da Escola Técnica de Comércio do Triângulo Mineiro, e visava já à criação da primeira escola superior a instalar-se na região. Em 1947, o governo federal autorizou o funcionamento da Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, fundada por Mário Palmério, primeiro passo para a transformação de Uberaba em cidade universitária.

No Triângulo Mineiro, Mário Palmério fundou, em 1950, a Faculdade de Direito e, em 1953, a Faculdade de Medicina. Por essa época exercia o mandato de deputado federal por Minas Gerais, tendo sido eleito em 1950 na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro. Suas atividades desdobraram-se assim em dois setores importantes, o educacional e o da representação parlamentar. Em ambos, seu trabalho foi produtivo.

Mário Palmério e Getúlio Vargas, no início da década de 1950
Na Câmara dos Deputados exerceu a vice-presidência da Comissão de Educação e Cultura durante todo o seu primeiro mandato (1950-1954). Reeleito em 1954, passou a integrar a Comissão de Orçamento e a Mesa da Câmara. Por indicação do presidente da Câmara dos Deputados, matriculou-se, em 1955, na Escola Superior de Guerra, onde concluiu o Curso Superior de Guerra. O exercício de seu mandato e suas outras atividades no Rio de Janeiro não impediram, entretanto, seu trabalho educacional em Uberaba, e Mário Palmério fundou, em 1956, a Escola de Engenharia do Triângulo Mineiro.

A exemplo de Graciliano Ramos, estréia na vida literária não propriamente tarde, mas a meio caminho: só aos 40 anos aparece seu primeiro livro, fruto quarentão de aventura intelectual cujo propósito era bem outro, isto é, a política. "Vila dos confins nasceu relatório, cresceu crônica e acabou romance...", segundo confessou o próprio autor.

Educador, político, literato, todo o trabalho nesses três largos campos de atividade ele realizou inspirado pelo amor à sua terra e à sua gente. A mesma inspiração levou-o a prosseguir, a tentar novas e fecundas iniciativas. Construiu em Uberaba a Cidade Universitária em terreno de área superior a 300 mil metros quadrados, e o Hospital Mário Palmério, da Associação de Combate ao Câncer do Brasil Central, maior nosocômio em todo o interior do Brasil.

Candidatando-se novamente, em 1958, Mário Palmério reelegeu-se, pela terceira vez - e agora com mais expressiva votação - deputado federal por Minas Gerais. Em setembro de 1962, desejoso de afastar-se das lides partidárias, foi nomeado pelo presidente João Goulart para o cargo de embaixador do Brasil junto ao governo do Paraguai. Assumiu o posto em 10 de outubro do mesmo ano.

Permaneceu nessa missão até abril de 1964. Sua passagem pelo Paraguai, na condição de embaixador do Brasil, foi marcada por intenso trabalho, destacando-se a reforma e reinstalação do edifício da embaixada, a conclusão das obras do Colégio Experimental - doado ao Paraguai pelo governo brasileiro - e da Ponte Internacional de Foz do Iguaçu, e a instalação em novo edifício, amplo e central, do Serviço de Expansão e Propaganda, Missão Cultural e Consulado. Dando ênfase às atividades culturais e artísticas, Mário Palmério integrou-se admiravelmente no seio da intelectualidade paraguaia, estreitando-se assim, mais ainda e de forma duradoura, os laços de compreensão e amizade entre os dois países.

De regresso ao Brasil, Mário Palmério reencetou suas atividades literárias. Isolando-se em fazenda de sua propriedade, no sertão sudoeste de Mato Grosso - Fazenda São José do Cangalha - escreveu Chapadão do Bugre, romance para o qual vinha colhendo, desde o êxito de Vila dos Confins, abundante material lingüístico e de costumes regionais, e que recebeu de toda crítica os mais rasgados elogios. Lançado em outubro de 1966, o romance teve inúmeras edições.

Durante vários anos viajou de barco pelo rio Amazonas e seus afluentes, levantando dados sobre a realidade física, social e cultural da região Amazônica. Em 1987 deixou de vez o Amazonas e voltou a morar em Uberaba, como presidente das Faculdades Integradas daquela cidade.

Em 1988, recebeu a Medalha do Mérito Santos-Dumont, conferida pelo Ministério da Aeronáutica. Neste mesmo ano, Mário Palmério cria a Universidade de Uberaba, que atualmente conta com quarenta cursos superiores.

A faculdade de Monte Carmelo, sua terra natal, leva o seu nome, como forma de homenageá-lo: Fundação Carmelitana Mário Palmério. Oferece diversos cursos (Administração, Pedagogia, Letras, Ciência Biológicas), e vem se destacando pela qualidade de ensino.

Mário Palmério era casado com Cecília Arantes Palmério. Teve dois filhos, Marcelo e Marília.

Academia Brasileira de Letras

Foi eleito para a cadeira 2 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Guimarães Rosa, em 4 de abril de 1968, e recebido em 22 de novembro de 1968 pelo acadêmico Cândido Mota Filho.

Fonte: Wikipédia

Eleazar de Carvalho

ELEAZAR DE CARVALHO
(84 anos)
Maestro

* Iguatu, CE (28/06/1912)
+ São Paulo, SP (12/09/1996)

Recebeu seus primeiros ensinamentos musicais na marinha, onde fez parte da Banda dos Fuzileiros Navais. Logo ingressou na Escola Nacional de Música formando-se com distinção em todas as matérias, inclusive canto e composição e foi nessa época que compôs duas óperas: O Descobrimento do Brasil e Tiradentes.

Fonte: Fundação Eleazar de Carvalho
Sua formação foi ministrada por Serge Koussevitzky, que por sua vez a recebeu diretamente de Piotr Ilitch Tchaikovsky. Doutorou-se em Música pela Washington University e humanística pela Hofstra University.

Importantes regentes como Zubin Mehta, Claudio Abbado, Seiji Ozawa, Gustav Meier e outros, receberam seus conhecimentos e entre seus alunos mais recentes estão Dante Anzolini, Hiroyuki Shimizu, Antony Princiotti, Lanfranco Marcelletti.

Foi professor de regência da Juilliard School e Yale University. Detentor do título de Diretor e Regente Emeritus da Sinfônica de Saint Louis, Professor Emeritus da Universidade de Yale e ganhador da Medalha Mahler por ter regido suas nove sinfonias.

O maestro Eleazar de Carvalho esteve à frente das maiores orquestras do mundo, Orquestra Sinfônica de Boston, Filarmônica de Viena, Filarmônica de Israel e todas as importantes orquestras da França, Bélgica e Itália. Em Paris fez sua estréia no Theatre Champs Elysées e por vários anos foi diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica de Saint Louis, Missouri.

Fonte: Fundação Eleazar de Carvalho
No Brasil foi diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra Sinfônica do Recife, Orquestra Sinfônica da Paraíba, e dede 1972 até sua morte foi diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

Trouxe para o Brasil o modelo do Festival de Tanglewood, onde foi professor de regência por dezessete anos, e o aplicou com sucesso no Festival de Inverno de Campos do Jordão, Gramado (RS), João Pessoa (PB) e Itu (SP).

Entre as homenagens in memoriam destacam-se a da Orquestra Sinfônica da Paraíba, Orquestra Filarmônica do Ceará, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro, Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, Festival de Inverno de Campos do Jordão "Dr. Luis Arrobas Martins", Festival de Artes de Itu, Governo do Estado de São Paulo e do Ministério da Educação e Cultura que instituiu o Prêmio Eleazar de Carvalho.

Estátua de Eleazar de Carvalho em Gramado, Rio Grande do Sul
Na década de 1950 Eleazar regeu todas as óperas de Carlos Gomes de memória, o que lhe valeu receber, pós-morte, o Prêmio Carlos Gomes em 1996 e 2001. A Universidade de Yale lhe prestou homenagem instituindo o Eleazar de Carvalho Scholarship, para alunos de regência.

O Festival Internacional de Música, por ele implantado no Brasil e promovido pela Fundação Eleazar de Carvalho, juntamente com o Governo do Estado do Ceará, já está em sua quinta edição.

A criação da Semana Eleazar de Carvalho como parte oficial das comemorações do estado de São Paulo, é um reconhecimento das autoridades pelos serviços prestados por ele à cultura brasileira.

Fonte: http://www.orquestra.ce.gov.br/ (Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho)

Torresmo

BRASIL JOSÉ CARLOS QUEIROLO
(78 anos)
Ator e Palhaço

* Espírito Santo do Pinhal, SP (04/04/1918)
+ São Paulo, SP (19/08/1996)


Torresmo nasceu no circo de seus pais e tios, o Circo Irmãos Queirolo, que excursionava pelo interior de São Paulo. Seu pai, José Carlos Queirolo (conhecido como palhaço Chicharrão — do espanhol Chicharrón, "torresmo") era uruguaio, e sua mãe, Graciana Cassano Queirolo, atriz, era argentina.

Na infância, era chamado de Chicharrãozinho. Estudou no Colégio Caetano de Campos e no Colégio Ipiranga. Viajou com o circo por todo o Brasil e em alguns outros países.

Foi também cantor de tangos e tocava saxofone e violino.

Estréia no Circo

Em 1943, a família se mudou para o Rio de Janeiro, e Torresmo foi trabalhar no Teatro Recreio, a convite de Jardel Jercolis. No ano seguinte, voltou a São Paulo e, em Ibirarema, se casou com Otília Piedade, com quem viveria por toda a vida. Desse casamento, vieram os filhos Gladismary e Brasil José Carlos, o futuro palhaço Pururuca. Nesse período, até 1949, trabalhou em rádios de Adamantina e Lucélia.

Depois, foi trabalhar no Circo Alcebíades, do pai do amigo Fuzarca, com quem fez dupla cômica e se apresentava antes da dupla principal: os palhaços Piolim e Arrelia.

A família Queirolo faria outros palhaços, como Chic-Chic, Otelo Queirolo e seus filhos.

Finalmente, a Televisão

Em 1950, Torresmo passou a morar no bairro do Mandaqui, na cidade de São Paulo. Era a época do início da televisão no Brasil, e Torresmo acreditou em seu sucesso. Apresentou-se no programa de Luiz Gonzaga, no Cine-Teatro Odeon, e seu talento foi reconhecido por um produtor da TV Tupi, Humberto Simões, na época famoso como ventríloco, que o levou ao diretor Cassiano Gabus Mendes.

Sua estréia na televisão foi no Dia das Crianças (12 de outubro) de 1950. Desde então, não saiu mais da TV, e trabalhou em programas infantis de todos as emissoras da época, incluindo Zás Trás na TV Paulista, apresentado por Márcia Cardeal. Trabalhou em outros programas: Calouros Mepacolan, Gurilândia, Recreio do Torresmo na TV Cultura, Torresmolândia na TV Excelsior, Tic-Tac e Pururuca na TV Bandeirantes, Gincana Kibon na TV Record e muitos outros, até 1964.

Em 1964, morreu seu parceiro, Albano (Fuzarca), e ele passou a se apresentar com seu filho Pururuca, então com apenas 15 anos.

O programa O Grande Circo, com Pururuca e mais os palhaços Chupeta, Chupetinha, Pimentinha e outros, ficou no ar de 1973 a 1982, na TV Bandeirantes, levando o mundo circense à televisão.

Em 1983, retirou-se para tratamento de saúde em Mairiporã, e Pururuca passou a cuidar de seu restaurante, na Serra da Cantareira.

Em 1987, Torresmo voltou à TV e passou a apresentar o Programa Bombril, ainda da TV Bandeirantes.

Torresmo trabalhou na televisão durante 30 anos, período em que gravou 80 discos infantis.

Seu bordão favorito era:

- Assim eu não aguento! (e a criançada respondia: - Agueeeeeentaaaaa!)

Reconhecimento

Torresmo foi condecorado com a Medalha Anchieta e recebeu um Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo, conferido pela câmara dos vereadores.

Em 1982, recebeu o título de Pinhalense Emérito da câmara municipal de Espírito Santo do Pinhal.

A TV Bandeirantes lhe daria o Troféu Bandeirantes.

Filmografia

  • 1981 - Partidas Dobradas
  • 1979 - O Todo-Poderoso
  • 1954 - Falcão Negro
  • As Aventuras de Berloque Kolmes
  • TV de Vanguarda


Fonte: Wikipédia