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Cláudio Villas-Bôas

Cláudio Villas-Bôas
(81 anos)
Humanista e Sertanista

* Botucatu, SP (08/12/1916)
+ São Paulo, SP (01/03/1998)

Cláudio Villas-Bôas nasceu em Botucatu, e, juntamente com os irmãos Orlando Villas-Bôas e Leonardo Villas-Bôas, criou o Parque Nacional do Xingu e a própria FUNAI. Os irmãos Villas-Bôas ficaram internacionalmente conhecidos depois de realizarem a chamada "Marcha Para o Oeste", quando contataram 21 aldeias indígenas em locais de difícil acesso, entre 1966 e 1968. A maioria dessas tribos ainda não tinha tido nenhum contato com o mundo civilizado.

Os últimos anos do sertanista Cláudio Villas-Bôas no Xingu foram marcados por longas conversas com líderes indígenas que habitam o norte do parque, sobre as ameaças que eles sofriam com a abertura de fazendas e estradas em torno da área demarcada. Nesses encontros o sertanista, angustiado, não cansava de aconselhar os índios a se unirem. "O inimigo de vocês não é outro grupo indígena, mas o homem branco", repetia Cláudio Villas-Bôas.

A preocupação do sertanista com a situação dos índios do Xingu aumentou quando o parque, criado em l958, foi cortado ao norte pela rodovia que iria ligar Brasília a Manaus, a BR-080. Traçada no papel, a estrada nunca foi concluída, mas deixou o Parque Nacional do Xingu vulnerável. Os índios xinguanos, até o início da década de 70, tinham poucos contatos com o mundo externo.


Os militares que dirigiram a FUNAI na década de 70 defendiam que o Parque Nacional do Xingu não podia continuar "como um zoológico onde os índios eram mantidos longe dos brancos para o deleite de fotógrafos e antropólogos". Cláudio Villas-Bôas e seu irmão Orlando Villas-Bôas, lutavam para que os índios xinguanos, mesmo encantados com as novidades que chegavam da cidade, não sucumbissem aos valores do chamado mundo civilizado.

A inauguração do primeiro trecho da BR-080, já dentro do parque, foi acompanhada pelo cacique Raoni e outros guerreiros da tribo, que pintados de preto não escondiam sua irritação. Na tentativa de melhorar o clima de constrangimento, o então presidente da FUNAI, general Bandeira de Mello, ofereceu a Raoni a oportunidade de fazer uma plástica para tirar o botoque que o cacique ainda hoje usa no lábio inferior. "Se eu quiser falo com o Cláudio", respondeu ríspido o chefe metutire.

Pouco antes de deixar o parque definitivamente, em 1976, Cláudio Villas-Bôas estava pessimista quanto ao futuro não só dos índios do Xingu.

"Quem viveu mais de 30 anos com os índios, como eu, sente que eles representam uma outra humanidade, com valores complexos que nós não conseguimos compreender", dizia o sertanista. Ele também repetia que o índio é sempre mais feliz antes de entrar em contato com o branco. Cláudio Villas-Bôas sabia do que estava falando. No início da década de 70, os irmãos Villas-Bôas chefiaram a expedição lançada pelo governo para entrar em contato com os índios Crenhacarore e dois anos depois mais da metade tinha morrido dizimada pelas doenças levadas pelos brancos.


Morte

O sertanista Cláudio Villas-Bôas morreu, na madrugada 01/03/1998, em São Paulo, vítima de Ataque Cardíaco fulminante, no apartamento no qual ele morava com o irmão Orlando Villas-Bôas, na zona oeste da cidade e foi sepultado no final da tarde, no Cemitério do Morumbi. Cláudio Villas-Bôas tinha 81 anos e, nos últimos meses, vinha apresentando problemas de saúde.


Eli Coimbra

ELIUMAR ANTÔNIO DE MACEDO COIMBRA
(56 anos)
Locutor Esportivo e Repórter

☼ (30/01/1942)
┼ São Paulo, SP (25/11/1998)

Nascido Eliumar Antônio de Macedo Coimbra, foi um narrador esportivo brasileiro, um dos maiores nomes da reportagem esportiva do Brasil, iniciou carreira na TV Tupi, passando também pela TV Manchete, SBT, TV Bandeirantes e TV Record.

Eli Coimbra foi atleta do Santos de Pelé nas categorias infantil, juvenil, júnior e aspirantes. Parou ao ingressar na Faculdade de Educação Física de Santos e iniciar sua vida profissional nas rádios da cidade litorânea, numa trajetória de 29 anos.

Em rádio atuou em Santos e em São Paulo, na Rádio Bandeirantes. Mesclando sobriedade com boa dose de humor, conquistou credibilidade e respeito no meio esportivo, entre jogadores, dirigentes e colegas de profissão.

Eli Coimbra e Silvio Luiz
Apaixonado por futebol, cunhou com o amigo Roberto Petri o termo "Dente de Leite", que virou categoria esportiva. O programa, da Tupi de São Paulo, "Futebol Dente de Leite", surgiu após o fracasso brasileiro na Copa de 1966 na Inglaterra, para estimular e revelar novos atletas, aliando esporte com a educação das crianças. Foi uma iniciativa pioneira e vanguardista que celebrizou as máximas "Craque de Bola, Craque na Escola" e "Bola no Pé, Livro na Mão". O "Projeto Dente de Leite", que revelou inúmeros jovens para o futebol brasileiro e mundial, como Falcão e Casagrande, só para citar dois exemplos.

Eli Coimbra marcou época com suas entrevistas bem humoradas e amistosas.

Em 1996, na TV Record, comandou o programa "Com a Bola Toda", exibido nas noites de domingo. Como cronista esportivo, cobriu cinco Copas do Mundo e quatro Olimpíadas.


Eli Coimbra trabalhou com grandes profissionais como Walter Abraão, Luciano do Valle, Flávio Prado, José Luiz Datena, Juarez Soares, Silvio Luiz, entre outros.

Eli Coimbra morreu na quarta-feira, 25/11/1998, em São Paulo, aos 56 anos. Ele havia sofrido um infarto no domingo à noite, 22/11/1998, depois de sentir-se mal em casa. Internado em um hospital da Unicor, Eli Coimbra teve duas paradas cardíacas, não reagiu bem a uma cirurgia de ponte de safena e faleceu por volta das 14h00min de quarta-feira. O corpo do jornalista foi velado na Câmara Municipal de São Paulo.

Eli Coimbra deixou a esposa Maria do Carmo Di Fiore Coimbra, quatro filhos, Ely Di Fiore Coimbra, Ivã Di Fiore Coimbra, Andréa Di Fiore Coimbra e Adriana Di Fiore Coimbra, e na ocasião, três netos, Lucas, Ely e Beatriz.

Maurício Tragtenberg

MAURÍCIO TRAGTENBERG
(69 anos)
Sociólogo e Professor

* Getúlio Vargas, RS (04/11/1929)
+ São Paulo, SP (17/11/1998)

Seus avós, imigrantes judeus, instalaram-se no interior do Rio Grande do Sul cultivando como unidade familiar uma agricultura de subsistência, e foi lá que Maurício Tragtenberg iniciou sua aprendizagem de português, espanhol, esperanto e russo, além das leituras de autores russos como Piotr Kropotkin, Mikhail Bakunin, Liev TolstóiMaurício Tragtenberg frequentou o grupo escolar, em Porto Alegre, mas não foi além da terceira série do primário.

Após a morte precoce do pai, transferiu-se com sua mãe para São Paulo, onde ainda jovem começou a trabalhar. Filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro / Partido Comunista do Brasil, mas foi expulso com base em um artigo que proibia ao militante contato direto ou indireto com trotskistas ou com a obra de Leon Trotsky, autor por ele lido e relido. Tornou-se dirigente do recém-fundado Partido Socialista Revolucionário (PSR), então seção brasileira da IV Internacional, fundada por Leon Trotsky, junto com inúmeros camaradas como Herminio Sacchetta, Febus Gikovate, Alberto da Rocha Barros, Vítor Azevedo, Patricia Galvão (Pagu), Florestan Fernandes, entre outros.

Trabalhou no Departamento das Águas de São Paulo, onde teve toda a sua experiência prática com a burocracia, posteriormente criticada em seu livro "Burocracia e Ideologia". Neste período frequentou a Biblioteca Municipal Mário de Andrade, onde lhe foi possível ler o que lhe interessasse e discutir assuntos diversos com um grupo de intelectuais que também frequentavam a biblioteca, entre eles Antônio Cândido de Mello e Souza, que o convenceu a prestar vestibular na Universidade de São Paulo.

Escreveu o ensaio "Planificação - Desafio Do Século XX", que seria posteriormente transformado em livro. Com a aceitação desse texto pela Universidade de São Paulo, habilitou-se a prestar o vestibular. Aprovado, começou a frequentar o curso de Ciências Sociais. Um ano depois prestou novamente vestibular, desta vez para o curso de História, que concluiu.

Hermínio Sacchetta e Maurício Tragtenberg (1956)
Durante a ditadura militar escreveu sua tese de doutorado em Política, também pela Universidade de São Paulo. Começou então a se dedicar à carreira de professor, lecionando na graduação e pós-graduação de universidades como Pontifícia Universidade Católica de São PauloUniversidade de São Paulo, Universidade Estadual de Campinas e Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV).

No meio acadêmico, Maurício Tragtenberg ficou conhecido como um autodidata, o que era apenas parcialmente verdadeiro, embora ele próprio costumasse alardear, provocativamente, o seu "primário incompleto". Preferia definir-se como um socialista libertário, ao contrário de "anarquista", e radical. Irreverente com relação aos símbolos e às artimanhas do poder autoritário, foi um intelectual independente e crítico em relação à burocracia acadêmica, que desprezava.

Fumante inveterado, suas classes eram frequentadas não só por alunos regulares mas também por numerosos ouvintes não matriculados, não só por seu espírito rebelde e senso de humor frequentemente sarcástico, mas sobretudo por sua profunda generosidade intelectual. A compulsão pela palavra escrita somada à facilidade de guardar nomes e citações, fizeram-no ser lembrado por um saber enciclopédico.

Para a professora Drª. Dóris Accioly e Silva, da Universidade Estadual Paulista de Marília, e coorganizadora da biografia de Maurício Tragtenberg, o vasto conhecimento do filósofo era presenciado em sala de aula. "Ele não era popular entre os alunos. Falava muito, citava bastante gente e não seguia ordem cronológica nas explicações."

Maurício Tragtenberg foi casado com a atriz Beatriz Tragtenberg e pai do compositor Lívio Tragtenberg.


Trabalhos Publicados

Maurício Tragtenberg deixou publicados pelo menos 8 livros e inúmeros artigos em jornais e revistas de grande circulação no país, abrangendo diversos assuntos como educação, política, sociologia, história e administração.

Escreveu por vários anos a coluna "No Batente" para o jornal Notícias Populares, um tabloide popular de São Paulo.

Sua obra completa que inclui livros, artigos, apresentações, prefácios e textos esparsos está sendo editada pela Editora UNESP, tendo sido publicados quatro volumes da coleção Maurício Tragtenberg - dirigida por Evaldo Amaro Vieira: "Administração, Poder E Ideologia", "Sobre Educação, Política E Sindicalismo", "Burocracia E Ideologia" e o mais recente "A Revolução Russa".

Teoria da Pedagogia Libertária

Através de uma crítica incisiva ao modelo pedagógico burocrático, Maurício Tragtenberg chegou à Teoria da Pedagogia Libertária, que se expressa pelo questionamento de toda e qualquer relação de poder estabelecida no processo educativo e das estruturas que proporcionam as condições para que essas relações se reproduzam no cotidiano das instituições escolares.

Em sua visão, a própria prática de ensino pedagógica-burocrática permite a dominação na medida em que reduz o aluno ao papel de mero receptáculo de conhecimento e fixa uma hierarquia rígida e burocrática na qual o principal interessado encontra-se numa posição submissa. E nessa ordem o professor é o símbolo vivo da dominação.

Maurício Tragtenberg criticou duramente a realidade das universidades, "a delinquência acadêmica", que a seu ver, acabam exprimindo uma "concepção capitalista do saber" através da busca desenfreada por titulações, publicações, pontos. Paga-se para apresentar trabalhos a si mesmo ou aos poucos amigos que se revezam entre falantes e ouvintes, não interessando o conteúdo e a qualidade do que se publica, mas sim quantos pontos vale; também não importa se alguém lerá o artigo; que seja de preferência uma publicação em algum país vizinho, pois as publicações internacionais valem mais pontos.

Em resposta a tudo isso, a pedagogia libertária propõe uma série de mudanças nas instituições de ensino, fundadas na:

  • Autogestão, gestão da educação pelos diretamente envolvidos no processo educacional e a "devolução do processo de aprendizagem às comunidades onde o indivíduo se desenvolve (bairro, local de trabalho)";
  • Autonomia do indivíduo, "o indivíduo não é um meio, é o fim em si mesmo. No universo das coisas (mercadorias) tudo tem um preço, porém só o homem tem uma dignidade"; negação total de prêmios ou punições;
  • Solidariedade, crítica permanente de todas as formas educativas que estimulam ou fundamentem-se na competição;
  • Crítica a todas as normas pedagógicas autoritárias.

Essa proposta pedagógica pressupõe ainda: educação gratuita para todos, superação da divisão dos professores em categorias; liberdade de organização para os trabalhadores da educação.


Obras

  • 1967 - Planificação: Desafio Do Século XX
  • 1974 - Burocracia e Ideologia
  • 1980 - Administração, Poder E Ideologia
  • 1988 - A Revolução Russa
  • 1999 - Memórias De Um Autodidata No Brasil
  • Escreveu a introdução do livro "Organismo Econômico da Revolução: A Autogestão Na Revolução Espanhola", de Diego Abad de Santillán

Fonte: Wikipédia

João Pacífico

JOÃO BAPTISTA DA SILVA
(89 anos)
Compositor

Cordeirópolis, SP (05/08/1909)
+  Guararema, SP (30/12/1998)

João Baptista da Silva, mais conhecido pelo apelido João Pacífico, foi um compositor de música caipira, autor de "Cabocla Tereza".

Nasceu no Núcleo Colonial de Cascalho, antiga Fazenda Cascalho, zona rural de Cordeiro, hoje Cordeirópolis. Filho de José Batista da Silva, maquinista de trem da Companhia Paulista de Estradas de Ferro  de Domingas, ajudante de cozinha da Fazenda Ibicaba, do Cel. Levy. Sua vida no campo foi curta, mudando-se para a cidade aos sete anos de idade. Revelou seu talento artístico já em criança, quando era comum vê-lo declamar poesias timidamente e cantar para colegas e professores.

Convidada para ser cozinheira na casa de um coletor, em Limeira, Dona Domingas levou o filho, que foi ser estafeta na coletoria.

Certo dia chegou à cidade uma companhia de teatro de revista. Como não tirava os olhos do instrumento, o baterista que era argentino, foi conversar com ele. Depois de muito insistir, acabou tendo algumas lições com o musico. Sua dedicação era tanta que logo foi tocar em uma banda que se apresentava no cinema local, durante exibição de filmes mudos. Alem da música outra paixão do menino João era escrever versos onde revelava sua alma cabocla.


Mudou-se para Campinas em 1919, quando sua mãe, foi trabalhar na casa de Ana Gomes, irmã do maestro Carlos Gomes, e ai passou a ter mais contato com os músicos da cidade grande. Em 1923 o jovem baterista entrou para a Orquestra Sinfônica de Campinas chegando a tocar a abertura de O Guarani de Carlos Gomes, no Teatro Dom Bosco.

Em homenagem a Campinas, escreveu o poema "Cidade de Campinas", musicado mais tarde por Raul Torres. Seu primeiro emprego foi ajudante de lava pratos no carro-restaurante da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, onde seu pai era maquinista.

Em 1924, aos 15 anos, foi para São Paulo, onde chegou no meio de uma Revolução de 1924. Foi trabalhar como estafeta em uma fábrica de tecidos. Em 1929, voltou para Campinas indo trabalhar como copeiro na casa do bispo da cidade, Dom Francisco de Barros Barreto.

O amigo Bimbim, filho do dono da Rádio Educadora de Campinas, levou-o um dia para cantar e declamar naquela rádio onde acabou sendo contratado e tornou-se presença constante na emissora ao lado dos violinistas João Nogueira e José Figueiredo. Logo depois voltou a trabalhar no trem e num belo dia o cozinheiro lhe disse para fazer um verso que ele entregaria ao escritor e poeta modernista Guilherme de Almeida, que estava a bordo, em viagem ao interior. O poeta leu e gostou, em seguida mandou entregar um cartão de visitas ao jovem João Pacífico e o mandou procurá-lo na Rádio Cruzeiro do Sul, em São Paulo, onde era diretor
Parceiro

Apesar da importante apresentação, teve de insistir muito para convencer o radialista e cantor Raul Torres a ler a letra da embolada "Seu João Nogueira", que lhe rendeu um contrato na rádio e um convite para parceiro com o próprio Raul Torres.

A música foi gravada na Odeon em 1934 e teve boa aceitação. Em janeiro de 1935 a gravadora lançou uma nova versão na interpretação de Raul Torres e Sua Embaixada, com a participação da cantora Aurora Miranda. O disco fez enorme sucesso e animou Raul Torres a continuar a parceria com aquele jovem compositor. Na época gravaram várias músicas entre elas "O Teu Retrato", "O Vizinho Me Contou", "Coroa de Estrelas" e "Foi no Romper da Aurora".

Em 1937, Raul Torres foi para a RCA Victor e levou com ele o cantor Serrinha que fazia a segunda voz na dupla e nesse mesmo ano gravaram "Chico Mulato", música que consagraria João Pacifico como um dos mais importantes compositores de sua época. Em seguida veio o grande clássico que atravessaria décadas: a história de amor "Cabocla Tereza", gravada por Raul Torres e Serrinha em 1940.

Anos depois, em 1982, o enredo de "Cabocla Tereza" acabou virando filme com o mesmo nome, dirigido e estrelado por Sebastião Pereira, com Zélia Martins no papel de Tereza e a participação especial de Jofre Soares.


Em 1954, ano de comemoração do IV Centenário de São Paulo, ao compor a marcha-hino "Treze Listas", baseado no poema "Nossa Bandeira" de Guilherme de Almeida, João Pacífico quis prestar uma homenagem a cidade que lhe acolheu e ao mesmo tempo agradecer ao poeta por seu apoio e amizade. Gravada pelo cantor Nelson Gonçalves a música fez enorme sucesso e João Pacífico teve a honra de receber das mãos de Guilherme de Almeida, presidente da comissão do IV Centenário de São Paulo a Medalha Anchieta.

Quando resolveu viver em São Paulo, João Pacífico logo tratou de arrumar um emprego, pois sabia que não poderia viver apenas com a música. Foi trabalhar na Sociedade Harmonia de Tênis, onde permaneceu por onze anos. Encarregado do vestiário, conheceu um dos diretores do Banco Italo-Belga, que lhe ofereceu trabalho na função de auxiliar de expedição. Educado e jeitoso para lidar com as pessoas, logo subiu de posto e foi ser continuo da diretoria, uma espécie de faz tudo, para atender especialmente ao presidente do banco, o belga John Verbist.

O patrão incentivou-o a tirar habilitação e alguns meses depois foi promovido a motorista de diretoria. Em seguida, foi servir a família do banqueiro para ser o conducteur de madame Renée Verbist. Foi com ela que João Pacífico aprendeu algumas palavras em francês e, até a velhice, sempre que perguntado se estava bem, respondia: fantastique, fantastique.

Ao se aposentar em 30 de abril de 1974, João Pacífico ganhou de presente do patrão o Chevrolet Bel Air, ano 1956, que ele havia conduzido durante anos.

Parceria

Em 1955, aos 46 anos e com pneumonia, conheceu Deolinda Rodella (Deda), filha de italianos, separada, que falava vários idiomas e trabalhava como tradutora numa empresa de telégrafos. Ela o acolheu em sua casa e passou a cuidar dele até que se restabelecesse. No inicio foram amigos apenas. Mas a amizade foi crescendo e transformou-se em amor para sempre.

Em 1958, nasceu o único filho do casal que recebeu o nome do pai: João Baptista da Silva, o Tuca. João e Deda se casaram em 1983, após 38 anos de convivência. Dois anos depois nasceu a neta Ana Carolina, filha de Tuca, que daria muitas alegrias a João Pacífico. Para tristeza de João, Deda faleceu em 1990.

O casal Federico Mogentale (Freddy) e Maria Antonia, de Guararema, SP, conviveu com João Pacífico durante os últimos anos de sua vida e foram os responsáveis pela sua volta ao interior. Apaixonados pela música, Freddy e Maria Antonia conheceram João Pacífico em 1981.

"Ele era uma mito para mim", conta Freddy, então um alto executivo de uma multinacional. A psicóloga, pianista e pintora Maria Antonia reforça essa admiração: "A gente cantava músicas dele havia muito tempo e conhecer João Pacífico pessoalmente era assim como conhecer Chico Buarque".


Com a morte de Deda em 1990, os atritos em família e a descoberta de uma doença grave, fizeram com que em 1995, João Pacífico aceitasse o convite para morar com Freddy e Maria Antonia no Sítio Pirangi, em Guararema, onde teve a possibilidade de passar seus últimos dias no campo, como ele desejava: tomando uma cachacinha na varanda, ouvindo modas de viola com os amigos ou brincando com os gansos à beira do lago.

João Pacífico morreu no dia 30 de dezembro de 1998, em Guararema, onde foi enterrado com a presença de poucos amigos que cantaram algumas de suas obras imortais.

Em Cordeirópolis, sua terra natal, por iniciativa de Vilma Peramezza, foi criada a "Casa de Cultura João Pacífico" em sua homenagem, enquanto a Camara Municipal, instituiu a "Medalha João Pacífico", que é dada a personalidades. Em Guararema, institui-se a "Semana João Pacífico", em homenagem ao "Poeta do Sertão".

Fonte:  Wikipédia

Geny Prado

GENY ALMEIDA PRADO
(78 anos)
Atriz

* São Manuel, SP (12/07/1919)
+ São Paulo, SP (17/04/1998)

Geny Prado foi uma atriz brasileira, célebre por seus papéis em filmes de Mazzaropi.

Geny Prado começou sua carreira no rádio, como atriz, na década de 40. Nesse veículo, conhece Amácio Mazzaropi, e os dois iniciam então uma parceria de sucesso também na televisão e no cinema. Com seu personagem Jeca, Mazzaropi se torna um dos artistas mais amados pelo público popular, e com Geny Prado como sua esposa, a mulher do Jeca, faz uma dobradinha inesquecível no cinema nacional.

Geny Prado constrói carreira de sucesso também em novelas, onde atua em quase trinta títulos, sobretudo na Rede Tupi. Sua estreia no cinema se dá em 1959, em Chofer de Praça, primeiro filme produzido por Mazzaropi e dirigido por Milton Amaral.

Com Mazzaropi, Geny Prado participou de inúmeros sucessos como Jeca Tatu, Tristeza do Jeca, Um Caipira em Bariloche, Jeca Contra o Capeta, O Jeca e a Freira, O Jeca e a Égua Milagrosa, entre outros.

Em 1985, o universo de seus filmes recebe uma deliciosa homenagem do cineasta André Klotzel em A Marvada Carne, um dos melhores filmes brasileiros, e que marcou a despedida da atriz das nossas telas.

Geny Prado morreu em 1998, aos 78 anos.

Filmografia
  • 1959 - Chofer de Praça
  • 1960 - Jeca Tatu
  • 1960 - As Aventuras de Pedro Malazartes
  • 1960 - Zé do Periquito
  • 1961 - Tristeza do Jeca
  • 1962 - O Vendedor de Linguiças
  • 1963 - Casinha Pequenina
  • 1964 - O Lamparina
  • 1965 - Meu Japão Brasileiro
  • 1968 - O Jeca e a Freira
  • 1969 - No Paraíso das Solteironas
  • 1969 - Golias Contra o Homem das Bolinhas
  • 1973 - Betão Ronca Ferro
  • 1973 - Um Caipira em Bariloche
  • 1976 - O Jeca Contra o Capeta
  • 1977 - Jecão... Um Fofoqueiro no Céu
  • 1978 - O Jeca e seu Filho Preto
  • 1979 - A Banda das Velhas Virgens
  • 1980 - O Jeca e a Égua Milagrosa
  • 1985 - A Marvada Carne

Fonte:  Wikipédia

Paulo Ubiratan

PAULO UBIRATAN FONTES GASPAR
(51 anos)
Diretor e Produtor

* Rio de Janeiro, RJ (14/01/1947)
+ Rio de Janeiro, RJ (29/03/1998)

Paulo Ubiratan Fontes Gaspar foi um diretor e produtor de telenovelas brasileiras da TV Globo. Foi casado com a atriz Natália do Vale e com a jornalista e ex-modelo Valéria Monteiro, com quem teve uma filha, Vitória.

Paulo Ubiratan começou a trabalhar na TV Globo em 1978, como assistente de direção nas novelas "O Pulo do Gato", de Bráulio Pedroso, e "Sinal de Alerta", de Dias Gomes, na qual também atuou como produtor. No ano seguinte, voltou a trabalhar com o autor Bráulio Pedroso, assinando a direção da comédia "Feijão Maravilha". A novela, que era estrelada por Lucélia Santos e Stepan Nercessian, prestava uma homenagem às chanchadas dos anos 50, com um elenco que reunia alguns dos principais nomes do humor brasileiro.

A partir da década de 80, Paulo Ubiratan se tornaria um dos principais diretores da TV Globo e dividiu com Roberto Talma a direção de duas novelas: "Água Viva" e "Coração Alado". A novela "Baila Comigo", de 1981, foi a primeira novela das oito dirigida por Paulo Ubiratan e Roberto Talma. A dupla contou com dois jovens assistentes. Ele marcou também a estréia do autor Manoel Carlos no seu horário.

Em 1982, ainda em parceira com Roberto Talma, Paulo Ubiratan dirigiu três novelas: "Sétimo Sentido", de Janete Clair, "Elas Por Elas", de Cassiano Gabus Mendes, que eternizou o personagem Mário Fofoca, vivido por Luis Gustavo, e "Final Feliz", primeira novela da consagrada autora Ivani Ribeiro na TV Globo. Antes de "Roque Santeiro", que teria uma das maiores audiências da história da emissora, dirigiu outras duas novelas, "Louco Amor", de Gilberto Braga, e "Transas e Caretas".

Em 1983, foi o produtor de outras duas tramas: "Guerra dos Sexos", de Silvio de Abreu, e "Eu Prometo", de  Janete Clair.

Em 1985, Paulo Ubiratan foi o responsável pela escalação do elenco que levaria às telas "Roque Santeiro", proibida pela censura dez anos antes. Seria também o diretor da novela, porém, no segundo mês, sofreu um ataque cardíaco e foi substituído por Gonzaga Blota.

Em 1988 produziu outro clássico da teledramaturgia brasileira, a novela "Vale Tudo", de Gilberto Braga.


A novela "Roda de Fogo", de Lauro César Muniz e Marcílio Moraes, que contava a história do romance entre um empresário corrupto e uma juíza federal, marcou a volta do diretor às tramas das oito. Ele voltaria a dirigir um grande sucesso do autor Lauro César Muniz em 1989, a novela "O Salvador da Pátria", que trazia Lima Duarte no papel do jardineiro Sassá Mutema e Maitê Proença como a Professora Clotilde.

Ainda em 1989, Paulo Ubiratan dirigiu "Tieta", adaptação do romance de Jorge Amado feita por Aguinaldo Silva. Em seguida, o diretor fez sua primeira, e única, incursão no gênero das minisséries. "Riacho Doce", teve as externas gravadas no arquipélago de Fernando de Noronha. No mesmo ano, dirigiu a novela "Meu Bem, Meu Mal", de Cassiano Gabus Mendes, que marcou a estréia do ator Fábio Assunção.

Após produzir "Felicidade", de Manoel Carlos, Paulo Ubiratan dirigiu uma de suas últimas tramas na faixa de horário das 20:00 hs, a novela "Pedra Sobre Pedra", de Aguinaldo Silva. A novela seguia a linha do realismo fantástico, reunindo diversos personagens marcantes, como Sérgio Cabeleira (Osmar Prado) e Jorge Tadeu (Fábio Júnior).


Em 1994, Paulo Ubiratan dirigiu os primeiros capítulos da novela "Tropicaliente". Em seguida, foi o responsável pela produção do remake de um clássico de Janete Clair, a novela "Irmãos Coragem" (1995). Exibida pela primeira vez em 1970, com Tarcísio Meira, Cláudio Marzo e Cláudio Cavalcanti no papel de João, Duda e Jerônimo Coragem, a nova versão, que fazia parte das comemorações pelos 30 anos da TV Globo, apresentou Marcos Palmeira, Marcos Winter e Ilya São Paulo nos respectivos papéis.

Em 1996, Paulo Ubiratan fez o dirigiu, em parceria com Gonzaga Blota, a mini-novela "O Fim do Mundo", escrita por Dias Gomes e Ferreira Gullar. Ainda em 1996, Paulo Ubiratan dirigiu "Anjo de Mim", de Walther Negrão.

Também dirigida por Paulo Ubiratan foi "A Indomada", de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, ambientada na cidade fictícia de Greenville. A novela apresentou novos personagens fantásticos, como a vilã Maria Altiva, interpretada por Eva Wilma, e o Deputado Pitágoras Mackenzie, vivido por Ary Fontoura.

No dia de sua morte, o episódio "Toma Que o Filme é Teu", do humorístico "Sai de Baixo", foi dedicado ao diretor.

Paulo Ubiratan morreu durante a realização da novela "Por Amor", no dia 29/03/1998, vítima de um ataque cardíaco, quando ia ao ar o capítulo de número 144.


Trabalhos
  • 1997 - Por Amor (Diretor de Núcleo)
  • 1997 - A Indomada (Diretor de Núcleo)
  • 1996 - Anjo de Mim (Diretor de Núcleo)
  • 1996 - O Fim do Mundo
  • 1994 - Tropicaliente
  • 1992 - Pedra Sobre Pedra
  • 1990 - Meu Bem, Meu Mal
  • 1990 - Riacho Doce
  • 1989 - Tieta
  • 1989 - O Salvador da Pátria
  • 1986 - Roda de Fogo (Diretor de Núcleo)
  • 1985 - Roque Santeiro
  • 1983 - Champagne
  • 1983 - Eu Prometo
  • 1983 - Guerra dos Sexos
  • 1983 - Louco Amor
  • 1982 - Final Feliz
  • 1982 - Elas Por Elas
  • 1982 - Sétimo Sentido
  • 1981 - Baila Comigo
  • 1980 - Coração Alado
  • 1980 - Água Viva
  • 1979 - Feijão Maravilha
  • 1978 - Sinal de Alerta


Fonte: Wikipédia

Barrerito

ÉLCIO NEVES BORGES
(55 anos)
Cantor e Compositor

* São Fidélis, RJ (22/10/1942)
+ Belo Horizonte, MG (12/08/1998)

Cantor e violeiro, Élcio Neves Borges nasceu em São Fidélis, no estado do Rio de Janeiro, em 1942. Fez parte da segunda formação do sertanejo Trio Parada Dura a partir de 1976, ao lado de Mangabinha e Creone.

Em 6 de setembro de 1982, o Trio Parada Dura sofreu um acidente de avião que deixou Barrerito paralítico e levou seu irmão Parrerito a assumir seu lugar.

A partir de 1988 Barrerito passou a cantar sozinho, tendo gravado diversos LP's. O primeiro foi "Onde Estão Os Meus Passos" pela gravadora Copacabana, com destaque para a faixa-título "Onde Estão os Meus Passos" (Carlos Randall, Barrerito e Nilza Carvalho). Ao que consta, o Barrerito gravou 8 LP's em carreira-solo pelos selos Copacabana e RGE.

Curiosidades

Barrerito ganhou quinze discos de ouro, sempre com a ajuda de sua companheira Nilza Carvalho com quem viveu até 1990. Paraplégico há dezesseis anos, Barrerito era muito vaidoso. Gostava de usar anéis e colares de ouro, além de cortes de cabelo inusitados.

Em 1991, foi detido após atirar para o alto, assustando um frentista que riu de sua aparência incomum.

Morreu vítima de Infarto.

Fonte: Wikipédia

Mozart Catão

MOZART CATÃO
(35 anos)
Alpinista

* Teresópolis, RJ (14/06/1962)
+ Monte Aconcágua, Argentina (03/02/1998)

Era formado em Educação Física e especialista em administração esportiva. Juntamente com Waldemar Niclevicz, foi o primeiro brasileiro a conquistar o Monte Everest, em 14/05/1995.

Mozart Catão começou cedo a demonstrar interesse pelo esporte. Aos 13 anos fazia caminhadas em montanha, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos e, aos 15 anos, já escalava em rocha. Em 1976, aos 14 anos, Mozart Catão ingressou no Centro Excursionista Serra dos Órgãos de Teresópolis, e a partir dali começou uma trajetória que o levaria a escalar os maiores e mais difíceis picos do mundo, tanto em expedições como em investidas solitárias, seguindo a melhor tradição dos grandes aventureiros.


Conquistas

Realizou inúmeras escaladas no Brasil e participou de diversas competições mundiais, principalmente nas montanhas da Cordilheira dos Andes (Argentina, Chile e Bolívia), dos Alpes (França e Itália), dos Apalaches e do Maciço Central do Alasca (Estados Unidos e Canadá), da Cordilheira do Cáucaso (Rússia e Geórgia), do Maciço Ellsworth (Antártica), da Cadeia do Leste Africano (Tanzânia) e do Himalaia (Nepal e Tibete).


Destaque no Guinness

O mesmo Monte Aconcágua que futuramente lhe privaria da vida já havia lhe trazido muitas alegrias. Em 1993, então com 15 anos de experiência em montanhismo e 5 anos de mountain bike, Mozart Catão igualou sozinho o recorde mundial de ciclismo em altitude, estabelecido anteriormente por 3 canadenses.

Na volta, por causa de 2 dedos da mão esquerda congelando, foi preciso descer rapidamente com a bike, nos trechos em que era possível pedalar. A bicicleta foi levada na mochila do cume do Monte Aconcágua até Nido de Condores (5600 msnm), a seguir pedalou até Plaza de Mulas (4200 msnm) e desceu mais 1500m, chegando finalmente à Puente del Inca (2700 msnm), onde tudo começou.

A aventura rendeu alguns sustos, como cruzar com uma patrulha de resgate em Cambio Pendente (5200 msnm) que trazia o corpo de um alpinista americano, cuja família havia pago US$ 10.000 para que o corpo fosse resgatado da montanha. Aquela temporada havia deixado um total de 4 mortos. Apesar das dificuldades causadas pelo clima após o fim da temporada, os dedos congelados e o nariz sangrando, Mozart Catão venceu o inferno de gelo, igualando o tão almejado recorde.


Tragédia na Face Sul do Aconcágua

Mozart Catão morreu ao tentar conquistar o Monte Aconcágua pela sua face sul, a mais perigosa, tendo sido arrebatado por uma avalanche.

A tragédia no Monte Aconcágua aconteceu seis dias depois deles terem saído do acampamento base, sendo dois já de espera pela melhora no tempo. Cinco anos após a morte dos alpinistas, foi lançado o livro "Montanha em Fúria", do jornalista Marcus Vinicius Gasques, que conversou com dois sobreviventes, amigos e parentes de Mozart Catão e alpinistas renomados. Além das entrevistas, Marcus Vinicius Gasques teve acesso a uma fita de vídeo gravada durante a expedição.

A Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concedeu-lhe post mortem a Medalha Tiradentes.

Fonte: Wikipédia

Lúcio Costa

LÚCIO MARÇAL FERREIRA RIBEIRO LIMA COSTA
(96 anos)
Aquiteto, Urbanista e Professor

* Toulon, França (27/02/1902)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/06/1998)

Pioneiro da arquitetura modernista no Brasil, ficou conhecido mundialmente pelo projeto do Plano Piloto de Brasília. Devido às atividades oficiais de seu pai, o almirante Joaquim Ribeiro da Costa, morou em diversos países, o que lhe rendeu uma formação pluralista. Estudou na Royal Grammar School em Newcastle, no Reino Unido, e no Collège National em Montreux, na Suíça.

Retornou ao Brasil em 1917 e, mais tarde, passou a frequentar o curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, que ainda aplicava um programa neoclássico de ensino. Apesar de praticar uma arquitetura neoclássica durante seus primeiros anos (defendendo em certos momentos uma arquitetura neocolonial), rompeu com essa formação historicista e passou a receber influências da obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.

Iniciou parceria com o arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, que construiu a primeira residência considerada moderna no Brasil.

Em 1930, nomeado Ministro da Educação e Saúde o jurista Francisco Campos, chamou para seu chefe de gabinete Rodrigo Melo Franco de Andrade de grande influência entre os modernistas de São Paulo e Rio de Janeiro. Por indicação deste, foi nomeado para dirigir a Escola Nacional de Belas Artes, o jovem arquiteto Lúcio Costa, com a missão de renovar o ensino das artes plásticas e implantar um curso de arquitetura moderna.

Alterações introduzidas por Lúcio Costa mudaram a estrutura e o espírito do salão anual. Apareceram pela primeira vez na velha escola, ao lado dos antigos frequentadores, artistas ligados à corrente moderna, na sua maioria vindos da capital paulista. A trigésima oitava Exposição Geral (1931), foi por isso chamada de Salão Revolucionário.

Entre os alunos da renovada escola de arquitetura estava o jovem Oscar Niemeyer.

Sabendo da importância de sua geração na mudança dos rumos culturais do país, Lúcio Costa convenceu Le Corbusier a vir ao Brasil em 1936 para uma série de conferências (enquanto colaborava no projeto da sede do recém-criado Ministério da Educação e da Saúde Pública). A arquitetura moderna do projeto ia ao encontro dos objetivos do Governo Vargas, ao passar ares de modernidade e progresso ao país. Lúcio Costa, embora convidado a projetar o edifício sozinho, preferiu dividir o projeto com uma equipe que incluía o seu antigo aluno Oscar Niemeyer e os seus sócios Carlos Leão, Ernani Vasconcellos, Jorge Machado Moreira e Affonso Eduardo Reidy.

Em 1939 foi co-autor do pavilhão brasileiro para a Feira Universal de Nova York juntamente com Oscar Niemeyer e Paul Lester Wiener.

Em 1957, ao ser lançado o concurso para a nova capital do país, Lúcio Costa enviou idéia para um anteprojeto, contrariando algumas normas do concurso. Apesar disso, venceu por quase unanimidade (apenas um jurado não votou nele), sofrendo diversas acusações dos concorrentes. Desenvolveu o Plano Piloto de Brasília e, como Oscar Niemeyer, passou a ser conhecido em todo o mundo como autor de grande parte dos prédios públicos.

O projeto de Lúcio Costa punha em prática os conceitos modernistas de cidade: o automóvel no topo da hierarquia viária, facilitando o deslocamento na cidade, os blocos de edifícios afastados, em pilotis sobre grandes áreas verdes. Ele também criou a Estação Rodoferroviária de Brasília.

Brasília possui diretrizes que remetem aos projetos de Le Corbusier na década de 1920 e ainda ao seu projeto para a cidade de Chandigarh, pela escala monumental dos edifícios governamentais. A cidade de Lúcio Costa também possui conceitos semelhantes aos dos estudos de Ludwig Karl Hilberseimer.


Após Brasília, recebeu convites para coordenar vários planos urbanísticos, no Brasil e no exterior.


Controvérsias

Em 1975 ele se recusou a assinar o ato de tombamento do Palácio Monroe, a sede anterior do Senado Brasileiro construída em 1906. A construção foi marcada para demolição para a construção da linha do metrô, porém devido às reclamações da sociedade, a companhia responsável pela obra modificou o trajeto. Mesmo assim isso de nada adiantou, devido à negação de tombamento, sendo prédio demolido logo em seguida.

Outra questão polêmica foi o favorecimento que Lúcio Costa deu à herança da colonização portuguesa acima de outras influências culturais brasilianas, com exceção apenas dos seus projetos modernistas. Devido a essa visão, arraigado também em preservacionistas mais jovens devido à influência de Lúcio Costa nas escolas de arquitetura do Brasil, muito da arquitetura dos séculos 19 e começo do 20, incluindo a alemã, japonesa e italiana, se perdeu para a renovação urbana dos anos 1960 e 1970 de Lúcio Costa.

Já em 1936, quando houve a competição para a construção do Ministério de Educação e Saúde, o vencedor foi um design eclético do arquiteto Archimedes Memoria. Lúcio Costa então fez uso de suas conexões políticas com o governo para modificar o resultado da competição e formar um novo projeto a partir de um grupo formado por ele mesmo e Le Corbusier, além de outros membros como os irmãos Roberto e Oscar Niemeyer. Ao longo dos anos houve muita discussão a respeito de quem teria sido o verdadeiro mentor do projeto, Lúcio Costa ou Le Corbusier.

Lúcio Costa faleceu no Rio de Janeiro, onde residiu a maior parte da vida. Deixou duas filhas, Maria Elisa Costa, arquiteta, e Helena.

Fonte: Wikipédia

Lourdes Mayer

MARIA DE LOURDES MAYER
(76 anos)
Atriz, Radialista e Dubladora

* Rio de Janeiro, RJ (13/03/1922)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/07/1998)

De família de artistas, era filha da atriz e radialista Luiza Nazareth e irmã das atrizes Alair Nazareth e Zilka Salaberry. Foi esposa do ator Rodolfo Mayer, com quem teve dois filhos, Ricardo e Rodolfo.

Foi uma das estrelas da Era de Ouro do radioteatro, na década de 1950. Chefiou o setor de elenco da TV Educativa. Trabalhou em telenovelas como Vale Tudo, Anos Rebeldes e Xica da Silva. Era chamada pelos amigos artistas de Anjo Bom.

Lourdes Mayer morreu, aos 76 anos, vítima de Enfisema Pulmonar.

Fonte: Wikipédia

Terry Winter

THOMAS WILLIAM STANDEN
(57 anos)
Cantor e Compositor

* São Paulo, SP (08/05/1941)
+ São Paulo, SP (22/09/1998)

Filho de pais ingleses, Charlie Standen e Tessie Standen, começou sua carreira artística participando de comédias na sua adolescência. Antes de se tornar profissional, foi professor de inglês. Um de seus alunos trabalhava na gravadora RCA Victor, o que facilitou a gravação do seu primeiro disco, um compacto simples, que continha as músicas: "Véspera Do Fim Do Mundo" e "Não Brinque Com Fogo", usando o seu verdadeiro nome Thomas Standen. Gravou, com o mesmo nome, vários compactos, inclusive uma das músicas que obteve bastante sucesso, "O Quente".


Começou a ser reconhecido quando mudou de nome para Terry Winter. Antes, tinha usado o nome artístico Tony Temple e não deu certo. Foi primeiro artista brasileiro a gravar em inglês. Depois, surgiram outros, como por exemplo: Dave MacLean (José Carlos Gonzales), os irmãos Ralf (Ralf Richardson da Silva) e Chrystian (José Pereira da Silva Neto), Morris Albert (Maurício Alberto Kaisermann), Uncle Jack, depois Mark Davis e atualmente Fábio Jr. (Fábio Correa Ayrosa Galvão), Tony Stevens (Jessé), Edward Cliff (Jean Carlo), dentre muitos outros. Também brasileiros gravando em inglês foram os grupos Trepidants, Pholhas, Lee Jackson e Light Reflections.

Em 1962, quando se lançou com "Running For Love" e recebeu a primeira enxurrada de críticas, defendeu-se:

"Esse pessoal não está com nada. Dizem que a gente tem que fazer música em português pra ser respeitado, mas Ary Barroso compunha tango com o pseudônimo de Juan Robledo e nunca ninguém disse nada."

Terry Winter também foi o primeiro a revelar ao público que era brasileiro. Isso aconteceu no "Programa Sílvio Santos".

O cantor usou outros pseudônimos. Dizia que, em razão de não obter sucesso, o público nem notava a troca constante de nomes.

Foi lançado na Rádio Record e TV Record através do cantor Nick Savoia, no programa que ele comandava, chamado "Entrevista Orniex Com Nick Savoia".

Terry Winter casou-se com Vicky, irmã adotiva de Nick Savoia. Anos depois, porém, divorciaram.

Com o nome verdadeiro, Tommy Standen fez várias composições para os cantores na década de 60, dentre os quais Nilton César ("Chamado Interurbano", "Ao Mundo Vou Contar", "Garota Caprichosa", "Turbilhão"), Wilson Miranda ("Eu Vou Chorar Por Você"), Vanusa ("Eu Vou Ser Eu"), Agnaldo Rayol ("Nosso Caminho No Mundo") e outros.

Teve afinidade maior com Ronnie Von, quem lhe ajudou muito no período crítico de sua vida e que gravou, dentre outras, "Igual A Peter Pan" e "Minha História". Em parceria com Fred Jorge fez "Pequeno Príncipe", "Soldadinho De Chumbo" e "Paraíso".

Gravou 6 álbuns e vários compactos, destacando-se os sucessos "Summer Holliday" (Seu maior hit), "You´ll Notice Me", "Mission To Carry", "Lovely Love" e "Our Love" (Em dueto com Sylvoa Massari), "Our Love Dream", dentre outros.

Terry Winter deixou de fazer sucesso como intérprete, mas ainda frequentou as paradas graças a mais uma metamorfose: como Chico Valente, assinou vários sucessos de música sertaneja moderna como "Sonho De Um Caminhoneiro", "Mãe De Leite" (ambas gravadas por Milionário & José Rico), "Convite De Casamento" (gravadas por Ataíde & Alexandre), "Meu Velho Amigo" (Tonico & Tinoco) e "Rei Do Gado" (tema de abertura da telenovela homônima da Rede Globo) compostas em parceria com Nil Bernardes, o mesmo Neil Bernard co-autor de "Summer Holiday" e outras.


Morte

Terry Winter sofria desde criança de bronquite asmática e durante a vida toda foi muitas vezes socorrido e cuidado por sua esposa Miriam.

Em 1998, andava muito ansioso e as crises voltaram a ficar freqüentes. Numa manhã de agosto de 1998 passou mal e com a demora na chegada do resgate, ele sofreu um derrame.

Por volta da 6:00 hs foi levado para o pronto socorro do Butantã, SP, e de lá foi transferido para Hospital do Jabaquara, onde ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva. As perspectivas de recuperação eram boas e o médico que o assistia garantiu que em dois meses ele estaria saindo do hospital. Terry Winter só permitiu a visita de seus familiares.

Após 32 dias de internação, contraiu inesperadamente uma pneumonia e veio a falecer em 22/09/1998, aos 57 anos. Foi sepultado em 23/09/1998 no Cemitério Campo Grande, no bairro de Interlagos.