Mostrando postagens com marcador 1999. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 1999. Mostrar todas as postagens

João do Pulo

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
(45 anos)
Atleta

* Pindamonhangaba, SP (28/05/1954)
+ São Paulo, SP (29/05/1999)

João Carlos de Oliveira, conhecido como João do Pulo, foi um atleta saltador brasileiro e ex-recordista mundial do salto triplo.

Em 1973, treinado pelo então professor da Universidade de São Paulo, Pedro Henrique de Toledo, conhecido como Pedrão, quebrou o recorde mundial júnior de salto triplo no Campeonato Sul-Americano de Atletismo com a marca de 14,75m.

Em 1975, dois anos depois, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México conquistou a medalha de ouro no salto em distância com a marca de 8,19m e em 15 de outubro, também a medalha de ouro no salto triplo, com a incrível marca de 17,89m, quebrando o recorde mundial desta modalidade em 45cm, e que pertencia ao soviético Viktor Saneyev.

Era o favorito a medalha de ouro no salto triplo nos Olimpíada de Montreal em 1976 mas com a marca de 16,90m foi superado pelo soviético Viktor Saneyev e pelo americano James Butts.

Em 1979, nos Jogos Pan-americanos de Porto Rico, João do Pulo tornou-se bicampeão tanto do salto triplo como do salto em distância.

Em 1980, novamente favorito a vencer o salto triplo na Olimpíada de Moscou, ficou uma vez mais com a medalha de bronze com a marca de 17,22m, superado respectivamente pelos soviéticos Jaak Uudmae que alcançou 17,35m e Viktor Saneyev com 17,24m.

Os fiscais anularam 3 de suas 6 tentativas, em que teria ultrapassado a marca de 17,50m. Um possível favorecimento da organização da prova aos atletas da casa é alvo de suspeitas e especulações até os dias de hoje. De quebra, João do Pulo foi tricampeão mundial no salto triplo em 1977, 1979 e 1981, em Roma, com 17,37m, vencendo Jaak Uudmae e o futuro recordista Willie Banks.

João do Pulo foi o principal ídolo do esporte dito amador brasileiro entre 1975 e 1981.

Seu recorde mundial somente foi batido quase dez anos depois pelo americano Willie Banks com  18,29m em Indianápolis em 16 de junho de 1985. Seu recorde brasileiro e sul-americano só foi batido vinte e dois anos depois por Jadel Gregório, com 17,90m, em Belém no dia 20 de maio de 2007, que coincidentemente também foi atleta do antigo técnico de João do Pulo.

Seu salto em distância com a marca de 8,36m, em 21/07/1979, no Meeting de Rieti, Itália, era recorde brasileiro e sul-americano até 1995, quando Douglas de Souza marcou 8,40m.


Principais Conquistas

Salto Triplo:

  • 1975 - Ouro nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México (17,89m)
  • 1976 - Bronze na Olimpíada de Montreal (16,90m)
  • 1977 - Ouro na Copa do Mundo de Dusseldorf, Alemanha (16.68m)
  • 1979 - Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Porto Rico (17,27m)
  • 1980 - Bronze na Olimpíada de Moscou (17,22m)
  • 1981 - Ouro na Copa do Mundo de Roma (17,37m)

Salto em Distância:

  • 1975 - Ouro nos Jogos Pan-Americanos do México (8,16m)
  • 1979 - Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Porto Rico (8,18m)

Acidente

João do Pulo teve a carreira de atleta brutalmente interrompida em 22 de dezembro de 1981, quando sofreu um grave acidente automobilístico. Sua perna direita teve que ser amputada e seu desempenho atlético ficou comprometido.

Após a recuperação, formou-se em Educação Física e entrou na vida política sendo eleito deputado estadual em São Paulo pelo Partido da Frente Liberal, em 1986, e reeleito em 1990. Não se reelegeu em 1994 e 1998.

Morte

João do Pulo morreu em 1999 devido a Cirrose Hepática e Infecção Generalizada, solitário , abandonado por parentes e amigos que se refestelavam às suas custas nos tempos de glória, com problemas financeiros e com o álcool.

No fim da vida, sua única fonte fixa de renda era o soldo de segundo tenente reformado do Exército Brasileiro. Chegou a ser preso por não pagar pensão alimentícia a um de seus dois filhos.

Foi homenageado pelos compositores Aldir Blanc e João Bosco com a canção "João Do Pulo".

Fonte: Wikipédia

Carolina Cardoso de Menezes

CAROLINA CARDOSO DE MENEZES CAVALCANTI
(83 anos)
Pianista e Compositora

* Rio de Janeiro, RJ (27/05/1916)
+ Rio de Janeiro, RJ (31/12/1999)

Carolina teve suas primeiras lições de piano com seus pais, Osvaldo Cardoso de Menezes e Dona Sinhá. A partir dos 13 anos, passou a estudar o instrumento com Zaíra Braga, aperfeiçoando-se posteriormente com os professores Gabriel de Almeida e Paulino Chaves. Teve também a oportunidade de conhecer Chiquinha Gonzaga, com quem teve algumas aulas.

Formou-se pelo Instituto Nacional de Música em teoria musical e solfejo, seguindo os estudos em harmonia com seu primo Newton Pádua.

Tornou-se famosa graças ao rádio, onde começou em 1930 e tocou como pianista contatada de várias emissoras, como a Rádio Tupi, Rádio Educadora e Rádio Mayrink Veiga. Nas rádios, acompanhava como instrumentista os mais célebres cantores da época ou como integrante de formações instrumentais ou orquestras.

Lançou também inúmeros discos solo. O primeiro em 1931, com composições de grandes artistas nacionais, além de suas próprias composições. Sua última gravação lançada comercialmente foi realizada em 1999.

Era especialista em choros e sambas, executando-os em arranjos considerados ousados e modernos para a época. Incorporou diversos ritmos, do foxtrot ao rock'n roll, apresentando-se até no ano de sua morte.

Pouco antes de morrer, revelou-se "desapontada" por não haver sido convidada para exibir-se na minissérie de TV Chiquinha Gonzaga, da Rede Globo.

Morreu de causas naturais em sua casa, no bairro do Méier, aos 83 anos, e foi seputada no Cemitério de São João Batista.

Discografia

  • 1997 - Preludiando (Accoustic CD)
  • 1989 - Fafá & Carolina - Fafá Lemos e Carolina Cardoso de Menezes (Eldorado LP)
  • 1986 - Os Pianeiros - Aloysio de Alencar, Carolina Cardoso de Menezes e Antônio Adolfo (LP)
  • 1961 - Carolina e o sucesso (Odeon LP)
  • 1960 - Carolina no Samba (Helium Discos LP)
  • 1958 - Covardia / Patrícia (Odeon 78)
  • 1958 - Tapete Mágico (Odeon LP)
  • 1957 - Despedida de Mangueira / Maria, Maria (Odeon 78)
  • 1957 - Samba no Rio / Brasil Rock (Odeon 78)
  • 1957 - Teleco Teco (Odeon LP)
  • 1956 - Se Acaso Você Chegasse / Atômico (Odeon 78)
  • 1956 - Lembrando o Carnaval I) / Lembrando o Carnaval II (Odeon 78)
  • 1956 - Linda Morena-Lourinha-Pastorinhas / Pierrô Apaixonado-Malmequer-Jardineira (Odeon 78)
  • 1955 - Pianista de Mafuá / Luva de Veludo (Odeon 78)
  • 1955 - Ai Que Saudades da Amélia / Maria Boa (Odeon 78)
  • 1955 - Um Yankee em Ipirapuera / Derrapando na Gávea (Odeon 78)
  • 1955 - Cabelos Brancos / Camisa Listrada (Odeon 78)
  • 1955 - Sucessos em Desfile nº 2 (Odeon LP)
  • 1955 - Lembrando Carmen Miranda (Odeon LP)
  • 1954 - Uma Farra em Campo Grande / Vem Cá Meu Amor (Odeon 78)
  • 1954 - Piano Maluco de Carolina / Coquetel nº 1 (Odeon 78)
  • 1954 - Seleção de Viras / Sinceridade (Odeon 78)
  • 1954 - Tenebroso (Sinter 78)
  • 1954 - Sucessos em Desfile nº 1 (Odeon LP)
  • 1953 - Fla-Flu / Rapadura (Odeon 78)
  • 1953 - Brejeiro / Escorregando (Sinter 78)
  • 1953 - Um Domingo no Jardim de Alah / Tenderly (Sinter 78)
  • 1952 - Nossa Amizade / Beijos de Amor (Sinter 78)
  • 1952 - No Crepúsculo / Ternamente (Sinter 78)
  • 1951 - Baionando / Expressinho (Sinter 78)
  • 1951 - Luar de Paquetá / Malandrinho (Sinter 78)
  • 1950 - Pombo Correio / Regressando (Sinter 78)
  • 1944 - Rato, Rato / Fala Bandolim (RCA Victor 78)
  • 1944 - Dor de um Coração / Os Patinadores (RCA Victor 78)
  • 1943 - Amor-Cielito Lindo / Jalousie (RCA Victor 78)
  • 1943 - Tico Tico no Fubá / Carinhoso (RCA Victor 78)
  • 1943 - Un Peu D'Amour / Amoreuse (RCA Victor 78)
  • 1943 - Amapola / Marai-la-ó (RCA Victor 78)
  • 1942 - Potpourri de Melodias / Eu Sou do Barulho (Odeon 78)
  • 1942 - Maria Elena / Amoroso (RCA Victor 78)
  • 1942 - Melodias de Franz Lehar / Tangerine (RCA Victor 78)
  • 1941 - Palpite Infeliz / Agora é Cinza (RCA Victor 78)
  • 1941 - Helena!...Helena!... / Aurora (Columbia 78)
  • 1939 - É Bom Para / Juro / Não Tenho Lágrimas / Tenha Pena de Mim (RCA Victor 78)
  • 1935 - Novidade / Caboclinha (Odeon 78)
  • 1934 - Comigo é Assim / Preludiando (Odeon 78)
  • 1933 - I Have Money / My Sweet Haven (Odeon 78)
  • 1931 - Good Bye / Eu Passo (Parlophon 78)
  • 1931 - Foi Um Sonho / Ela me Trata Bem (Parlophon 78)
  • 1931 - Comigo Mesma / Tempos Que Se Foram (Parlophon 78)

Fonte:  Wikipédia, Dicionário Cravo Albin da MPB e Miguel Sampaio

Milton Banana

MILTON BANANA
(64 anos)
Percussionista e Baterista

* Rio de Janeiro, RJ (23/04/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/05/1999)

Milton Banana é o músico que inventou o estilo de tocar Bossa Nova na bateria.

Um homem de gravação extremamente ocupado durante o primeiro período de Bossa Nova, ele gravou os históricos Chega de Saudade e Getz-Gilberto e gravou bastante com Tom Jobim e João Donato.

Ele também tocou pelas noites com Luíz Eça, Johnny Alf, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Baden Powell, Sérgio Mendes, Luíz Bonfá e Bola Sete, entre outros. Milton Banana começou a se interessar muito cedo pela música, especialmente a percussão, por ser um fã da Orquestra Tabajara.

Da esquerda para a direita: Tião Neto, Tom Jobim, Stan Getz, João e Milton Banana
 Músico autodidata, logo ele estaria tocando com várias bandas dançantes e em 1955, se juntou ao grupo de Waldir Calmon, na Boate de Arpège, Rio de Janeiro. Em 1956 ele uniu-se ao Luis Eça Trio, tocando na Boate Plaza. Em 1959, Milton Banana estreou em gravação participando do primeiro álbum de João Gilberto, Chega de Saudade.

Em 1962, ele participou no importante espetáculo "Encontro", produzido por Aluísio de Oliveira, junto com João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Os Cariocas, na Boate Au Bon Gourmet, no Rio de Janeiro.

Naquele mesmo ano, viajou para Buenos Aires com João Gilberto onde eles fizeram uma temporada na Boate 676. Em novembro, ele foi para Nova York participar do show de bossa nova no Carnegie Hall. Em 1963, tocou bateria no Getz-Gilberto e viajou com João Gilberto, João Donato (piano) e Tião Neto (baixo) pela Itália e França.


Voltando ao Brasil, ele formou o seu grupo, o Milton Banana Trio. Naquela época não era muito comum para um baterista conduzir seu próprio grupo. O trio que teve várias formações e gravou nove álbuns para Odeon e alguns a mais para a RCA Victor.

Alguns desses ábuns foram reeditados como cd's, como são os casos de "Balançando com o Milton Banana Trio", "Sambas de Bossa: Milton Banana", "Os Originais: Milton Banana Trio" e "Ao Meu Amigo Tom".

Fonte:  Clube de Jazz

Plínio Marcos

PLÍNIO MARCOS DE BARROS
(64 anos)
Escritor, Autor, Ator, Diretor e Jornalista

* Santos, SP (29/09/1935)
+ São Paulo, SP (29/11/1999)

Plínio Marcos foi um escritor brasileiro, autor de inúmeras peças de teatro, escritas principalmente na época da Ditadura Militar. Foi também ator, diretor e jornalista. Foi casado por 25 anos com a jornalista Vera Artaxo, falecida em julho de 2010.

De família modesta, Plínio Marcos não gostava de estudar e terminou apenas o curso primário. Foi funileiro, quis ser jogador de futebol, serviu na Aeronáutica e chegou a jogar na Portuguesa Santista. Mas foram as incursões ao mundo do circo, desde os 16 anos, que definiram seus caminhos. Atuou em rádio e também na televisão, em Santos.

Em 1958, por influência da escritora e jornalista Pagu, começou a se envolver com teatro amador em Santos. Nesse mesmo ano, impressionado pelo caso verídico de um jovem currado na cadeia, escreveu sua primeira peça teatral, Barrela. Por sua linguagem crua, ela permaneceria proibida durante 21 anos após a primeira apresentação.

Em 1960, com 25 anos, foi para São Paulo, onde inicialmente trabalhou como camelô. Depois, trabalhou em teatro, como ator onde apareceu no seriado Falcão Negro da TV Tupi de São Paulo, administrador e faz-tudo, em grupos como o Teatro de Arena, a companhia de Cacilda Becker e o teatro de Nydia Lícia.

A partir de 1963, produziu textos para a TV de Vanguarda, programa da TV Tupi, onde também atuou como técnico. No ano do Golpe Militar, fez o roteiro do espetáculo Nossa Gente, Nossa Música.

Em 1965, conseguiu encenar Reportagem de um Tempo Mau, colagem de textos de vários autores, e que ficou apenas um dia em cartaz.

Em 1968, participou como ator da telenovela Beto Rockfeller, vivendo o cômico motorista Vitório. O personagem seria repetido no cinema e também na telenovela de 1973, A Volta de Beto Rockfeller, com menor sucesso. Ainda nos anos 1970, Plínio Marcos voltaria a investir no teatro, chegado ele mesmo a vender os ingressos na entrada das casas de espetáculo. Ao fim da peça, como a de Jesus-Homem, ele subia ao palco e conversava pessoalmente com a plateia.

Na década de 1980, apesar da censura do governo, que visava principalmente aos artistas, Plínio Marcos viveu sem fazer concessões, sendo intensamente produtivo e sempre norteado pela cultura popular. Escreveu nos jornais Última Hora, Diário da Noite, Guaru News, Folha de São Paulo, Folha da Tarde, Diário do Povo, e também na revista Veja, além de colaborar com diversas publicações, como Opinião, O Pasquim, Versus, Placar e outras.

Depois do fim da censura, Plínio Marcos continuou a escrever romances e peças de teatro, tanto adulto como infantil. Tornou-se palestrante, chegando a fazer 150 palestras-shows por ano, vestido de preto, portando um bastão encimado por uma cruz e com aura mística de leitor de tarô.

Plínio Marcos foi traduzido, publicado e encenado em francês, espanhol, inglês e alemão. Estudado em teses de sociolinguística, semiologia, psicologia da religião, dramaturgia e filosofia, em universidades do Brasil e do exterior. Recebeu os principais prêmios nacionais em todas as atividades que abraçou em teatro, cinema, televisão e literatura, como ator, diretor, escritor e dramaturgo.

Morreu aos 64 anos na cidade de São Paulo, por falência múltipla dos órgãos em decorrência de um Derrame Cerebral.

Fonte:  Wikipédia

José Ricardo

JOSÉ ALVES TOBIAS
(60 anos)
Cantor e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (06/03/1939)
┼ Rio de Janeiro, RJ (11/05/1999)

José Ricardo foi um cantor brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 06/03/1939. Integrante da Jovem Guarda, destacou-se ainda pela ajuda aos velhos artistas.

Cantor e compositor, nascido no bairro da Tijuca, de descendência italiana por parte da mãe Mafalda, mudou-se aos 10 anos de idade para o IAPI - Penha, onde o pai, o Srº Philemon Tobias, ex-jogador campeão pelo São Cristóvão e marceneiro chefe da empresa do arquiteto Sérgio Rodrigues na construção de Brasília, recebera por sorteio um apartamento financiado.

Iniciou sua carreira artística ainda criança, apresentando-se no programa "Ritmos da Polícia Militar", na Rádio Guanabara. Sua avó materna, italiana, estimulava sua vocação. Posteriormente, apresentou-se em programa de calouros comandado por Isaac Zaltman, na Rádio Mauá. Começou a cantar na Rádio Guanabara, logo se apresentando em outras emissoras e sendo amparado por Cléber Figueiredo e Haroldo de Andrade.

Sua primeira gravação aconteceu num teste na RCA Victor, onde cantou um sucesso de Altemar Dutra"Tudo de Mim", em setembro de 1963. Neste ano, recebeu da Revista do Rádio o prêmio de Revelação do Ano.

Contratado pela RCA Victor, gravou em 1964, um compacto simples com a canção "Eu Que Amo Somente a Ti", versão de Aldacir Louro para a canção italiana "Io Che Amo Solo Te", de Sergio Endrigo. A gravação foi hit em programas de rádio como "Grande Parada Pastilhas Valda", apresentado por César de Alencar na Rádio Nacional.

Em 16/02/1965, foi lançado o LP "Eu que Amo Somente a Ti". Ainda em 1965 participou do LP "Rio de Janeiro 400 Anos", interpretando "Terra Carioca" e "Rio de Janeiro". Com o sucesso, participou de diversos programas no rádio e TV, apresentando-se por todo o país.


Na década de 1960, o programa "Encontro Com Os Brotos", apresentado por José Messias na Rádio Guanabara, permitiu-lhe ser um dos precursores da Jovem Guarda que, na mesma época a partir do programa na televisão, começava a estourar em São Paulo.

Foi contratado da TV Record e seu nome eternizou-se na música "Festa de Arromba" no trecho onde seu nome é citado: "Sérgio e José Ricardo esbarravam em mim...", e a carreira seguiu.

José Ricardo realizou centenas de gravações em mais de 60 compactos simples/duplos, LPs, CDs, coletâneas e regravações.

De voz possante, não limitou-se ao repertório romântico da Jovem Guarda, realizando diversas gravações para meio de ano e Carnaval. Realizou várias temporadas no exterior, principalmente em Portugal, onde chegou a ser homenageado pelo presidente Mário Soares e se apresentou nas principais casas de show.

Gravou disco em espanhol e teve seus discos distribuídos por toda América Latina.

A partir de 1991, lutou pela criação dos bailes populares da Cinelândia, buscando a revitalização do Carnaval carioca. O projeto abriu novo campo de trabalho para inúmeros artistas e é realizado até hoje. No Réveillon de 1998/1999, fez, na Praia de Copacabana, seu último grande show.

Além da atuação artística, sempre lutou para ajudar artistas em dificuldade. Foram vários colegas que auxiliou com sua personalidade solidária. A partir dos anos 1980, assumiu, como membros de sua família, as Irmãs BatistaLinda BatistaDircinha Batista e Odete Batista.

Morte

José Ricardo faleceu pouco depois de completar 60 anos de idade, no Rio de Janeiro, RJ, no dia 11/05/1999, vitima de um câncer no pâncreas.

Foi velado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e, quando o carro do Corpo de Bombeiros deixava a Cinelândia, foi acompanhado por uma pequena multidão que o aplaudia na saída do cortejo.

José Ricardo deixou um importante legado de solidariedade e amor ao próximo.

Por sua história e lição de vida, em 2000, seu filho Luiz Murillo Tobias e a atriz Nicette Bruno decidiram continuar suas ações beneficentes em prol da arte através da criação de uma entidade filantrópica. O resultado foi a criação da Fundação Sócio-Cultural José Ricardo (FUNJOR).


A entidade desenvolveu até 2011, quando houve a decisão de sua extinção, uma centena de ações sociais em prol de profissionais da arte e agregou diversos artistas, tais como Emilinha Borba, Nicette Bruno, Jerry Adriani, Agnaldo Timóteo, Marlene, Ellen de Lima, Suely Franco, Adelaide Chiozzo, Luiz Vieira, Gerdal dos Santos, José Messias, Claudia Telles, Ataulpho Alves Jr. e diversos outros artistas de diferentes áreas estilos e gerações.

Em 2012, no dia 10 de outubro, parte dos artistas e associados da Fundação decidem criar o Instituto FUNJOR para apoiar e preservar a memória artística brasileira, continuando o trabalho da antiga Fundação, bem como o legado do cantor José Ricardo.

Em pouco tempo, o Instituto FUNJOR agregou dezenas de pessoas e implementou ações sócio-culturais. Inclusive, a remasterização e distribuição gratuita limitada em 100 unidades do primeiro LP do cantor José Ricardo, "Eu Que Amo Somente a Ti", em 2015, quando a gravação completou 50 anos.

Fonte: Wikipédia

Dircinha Batista

DIRCE GRANDINO DE OLIVEIRA
(77 anos)
Atriz e Cantora

* São Paulo, SP (07/04/1922)
+ São Paulo, SP (18/06/1999)

Conhecida como Dircinha Batista, foi uma atriz e cantora brasileira. Era filha de Batista Júnior e irmã de Linda Batista.

Dircinha Batista foi uma cantora de enorme sucesso. Em mais de quarenta anos de carreira, ela gravou mais de trezentos discos em 78rpm, com muitos grandes sucessos, especialmente músicas carnavalescas. Trabalhou em dezesseis filmes.

Uma criança prodígio, Dircinha começou a se apresentar em festivais aos seis anos de idade. Ela começou a participar dos shows de seu pai no Rio de Janeiro e em São Paulo a partir daquele ano de 1928. Em 1930, aos oito anos, gravou seu primeiro disco, para a Columbia, com duas composições de Batista Júnior, Borboleta Azul e Dircinha.

Em 1931, ela se tornou um membro do programa de Francisco Alves na Rádio Cajuti, onde trabalhou até seus dez anos, então se mudou para o Rádio Clube do Brasil. Em 1933, ela gravou A Órfã e Anjo Enfermo, de Cândido das Neves, com acompanhamento do compositor ao violão, junto de Artur de Souza Nascimento.

Aos treze anos, participou do filme Alô, Alô, Brasil e, no ano seguinte, de Alô, Alô, Carnaval, ambos de Wallace Downey. Em 1936, gravou dois discos pela RCA Victor.

Em 1937, Benedito Lacerda convidou-a para gravar seu samba Não Chora, com ele como solista (com Darci de Oliveira). Depois da gravação, não sabendo o que usar no outro lado do disco, ele pediu a Antônio Nássara, que estava no estúdio, para dar a ela uma de suas canções. Antônio Nássara só tinha a primeira parte de uma marchinha, mas logo a finalizou e Dircinha Batista gravou seu primeiro grande sucesso, Periquitinho Verde, que estourou no Carnaval do ano seguinte.

Em 1938, Dircinha Batista trabalhou nos filmes Futebol em Família (J. Ruy), Bombonzinho e Banana da Terra, e, em Belo Horizonte, MG, recebeu a faixa de melhor cantora do governador Benedito Valadares. Gravou Tirolesa (Oswaldo Santiago e Paulo Barbosa), um dos grandes sucessos do Carnaval de 1939, e venceu um concurso promovido pelo jornal O Globo para escolher a cantora preferida da capital federal. No mesmo ano, Dircinha Batista teve muitos outros sucessos: Moleque Teimoso (Jorge Faraj e Roberto Martins), Era Só o Que Faltava (Oscar Lavado, Raul Longras e Zé Pretinho), Mamãe, Eu Vi Um Touro (Jorge Murad e Oswaldo Santiago).

Em 1940, teve sucesso no Carnaval com Katucha (Georges Moran e Oswaldo Santiago) e participou do filme Laranja da China. Dircinha Batista também teve sucesso com Upa, Upa, Nunca Mais (ambas de Ary Barroso), Acredite Quem Quiser (FrazãoAntônio Nássara) e Inimigo do Batente (Germano Augusto e Wilson Batista). No mesmo ano, assinou um contrato milionário com a Rádio Ipanema e fez sua primeira turnê internacional na Argentina.

Em 1941, participou do filme Entra na Farra e, três anos depois, de Abacaxi Azul. Em 1945, Dircinha Batista fez sucesso com Eu Quero é Sambar (Alberto Ribeiro e Peterpan). Em 1947, participou do filme Fogo na Canjica. Em 1948, foi coroada Rainha do Rádio. Em 1952, trabalhando na Rádio Nacional e no Rádio Clube, apresentou o programa Recepção no Rádio Clube, o qual era dedicado aos compositores populares brasileiros. Sua atuação neste programa lhe rendeu uma placa de prata na Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música e um troféu pela União Brasileira de Compositores.

Em 1953, atuou no teatro pela segunda e última vez, a primeira foi em 1952, e teve um de seus maiores sucessos com Se Eu Morresse Amanhã de Manhã (Antônio Maria). Em 1954, atuou no filme Carnaval em Caxias, e depois em Guerra ao Samba (1955), Tira a Mão Daí e Depois Eu Conto (1956), Metido a Bacana (1957), É de Chuá (1958) e Mulheres à Vista (1959).

No Carnaval de 1958, fez sucesso com Mamãe, Eu Levei Bomba (J. Júnior e Oldemar Magalhães). Em 1961, ela foi contratada pela TV Tupi. Ainda fez sucesso em 1964 com A Índia Vai Ter Neném (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira).

Desgostosa pela falta de memória nacional e abalada pela morte da mãe para de cantar na década de 1970.

No final dos anos 1980 é lançado o musical Somos Irmãs, estrelado por Nicete Bruno e Suely Franco, que conta a história de vida das cantoras.

Curiosidades

Dublou Dinah Shore na versão em português de Música, Maestro!, da Disney. A canção que ela canta no filme, Two Silhouettes (Charles Wolcott e Ray Gilbert), que, com a versão de Aloysio de Oliveira, ficou conhecida no Brasil como Dois Corações, foi lançada em disco pela Continental.

Foi a primeira, junto de Linda Batista, a gravar Abre Alas! de Chiquinha Gonzaga na íntegra. Até então, a música era conhecida apenas por retalhos e enxertos em outros discos. Nos anos 1980, conhece o cantor José Ricardo que ampara ela e as irmãs, Odete e Linda, acolhendo-as como membros de sua família.

Filmografia

  • 1967 - Carnaval Barra Limpa
  • 1966 - 007 e Meio No Carnaval
  • 1960 - O Viúvo Alegre
  • 1959 - Entrei de Gaiato
  • 1959 - Mulheres à Vista!
  • 1958 - É de Chuá
  • 1957 - Metido a Bacana
  • 1956 - Depois Eu Conto
  • 1956 - Tira a Mão Daí!
  • 1955 - Guerra ao Samba
  • 1953 - Carnaval em Caxias
  • 1952 - É Fogo na Roupa
  • 1952 - Está Com Tudo
  • 1949 - Carnaval no Fogo
  • 1949 - Eu Quero é Movimento
  • 1948 - Folias Cariocas
  • 1948 - Esta é Fina!
  • 1947 - Fogo na Canjica
  • 1945 - Não Adianta Chorar
  • 1944 - Abacaxi Azul
  • 1941 - Entra na Farra
  • 1940 - Laranja da China
  • 1939 - Onde Estás, Felicidade?
  • 1938 - Banana da Terra
  • 1938 - Futebol em Família
  • 1937 - Bombonzinho
  • 1936 - João Ninguém
  • 1936 - Alô, Alô Carnaval
  • 1935 - Alô, Alô Brasil

Fonte: Wikipédia

Bertha Homem de Mello

BERTHA CELESTE HOMEM DE MELLO
(97 anos)
Farmacêutica, Poetisa e Professora

* Pindamonhangaba, SP (21/03/1902)
+ Jacareí, SP (16/08/1999)

Foi uma poetisa, farmacêutica e professora, autora da letra em português da canção "Parabéns a Você", comumente cantada nos aniversários.

Única filha de casal de fazendeiros de Pindamonhangaba, Bertha formou-se em Farmácia. Casou-se e teve uma única filha, Lorice.

Tinha 40 anos de idade quando participou, junto a outros cinco mil candidatos, do concurso para a escolha da letra de Parabéns a Você, que compôs em apenas cinco minutos. Além deste concurso, que venceu usando o pseudônimo de Léa Guimarães, participava de diversos outros que ouvia pelo rádio, sendo vencedora diversas vezes - como na quadra feita para escolha do jingle de uma cera de polimento de pisos, que dizia: "Vou lhe contar um segredo / Que todos sabem de cor / Dá lustro até num rochedo / A supercera Record".

Dotourou-se em Letras, escrevendo poemas que foram mais tarde publicados no livro Devaneios. Aos 54 anos mudou-se para a cidade de Jacareí, onde lecionou por mais de 40 anos e em 12 de setembro de 1998 recebeu o título de cidadã honorária, mesmo data em que lançou seu livro. Além da canção mais conhecida, uma outra, intitulada Arraiá, foi gravada pelo cantor Rolando Boldrin.

Declarava ter se emocionado em várias ocasiões em que sua letra foi entoada, especialmente durante a festa do quarto centenário da cidade de São Paulo e durante visita do Papa João Paulo II em 1980, na cidade de Aparecida.

O Concurso

Em 1942, o compositor Almirante, insatisfeito com o fato de no Brasil a canção de aniversário ser cantada em inglês, idealizou um concurso na Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, para a criação em português da canção norte-americana Happy Birthday To You.

A escolha da canção vencedora coube à Academia Brasileira de Letras, com os Imortais Olegário Mariano, Cassiano Ricardo e Múcio Leão.

A canção de Bertha foi a vencedora por dois motivos principais: foi uma das únicas que trazia cada verso diferente (a maioria repetia a mesma frase) e pela beleza.

A letra original de Parabéns a Você:

"Parabéns a você,
nesta data querida,
muita felicidade,
muitos anos de vida."

Sobre ela, diversas vezes, a autora se irritava com os erros comumente cometidos pelas pessoas, que costumam entoar os versos como "parabéns pra você / nessa data querida / muitas felicidades..." Sobre os erros grifados ela acentuava que não era "pra você", e sim "a você"; "nesta data" e nunca "nessa" e, finalmente, o terceiro erro, repetia que "a felicidade é uma só" - singular e não plural.

Direitos Autorais

A compositora, apesar de ter direitos autorais pela execução da popular canção, nunca recebeu os valores devidos pela sua composição - que no Brasil equivalem a 8,3 por cento do montante arrecadado, sendo a música mais executada no país. Outros 8,3% são devidos ao compositor Jorge de Mello Gambier, que compusera em 1978 outra estrofe, e o restante aos detentores dos direitos da música, representados pela gravadora Warner.

Faleceu na  cidade de Jacareí aos 97 anos, vítima de Pneumonia.

No ano de 2009 a filha e herdeira de Bertha, Lorice, ingressou com uma ação a fim de receber os pagamentos que lhe são devidos.

Fonte: Wikipédia

Tico-Tico

JOSÉ CARLOS DE MORAES
(76 anos)
Jornalista, Radialista e Locutor

* Angatuba, SP (24/11/1922)
+ São Paulo, SP (15/09/1999)

Foi um dos primeiros repórteres da televisão brasileira.

José Carlos, ainda jovem, iniciou sua carreira de locutor montando o primeiro sistema de alto falantes da praça da matriz em Angatuba, depois seguiu a capital paulista onde formou-se em advogacacia pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco.

José Carlos de Morais tornou-se conhecido como sendo o repórter "em primeira mão". Trabalhou com Carlos Spera e Maurício Loureiro Gama, entre outros pioneiros da televisão. Seu pai, Cornélio Vieira de Morais durante a década de 30 foi prefeito de Angatuba. Sua mãe chamava-se Maria Zoraide e pelo lado materno, era neto de Cornélio Vieira de Camargo, conhecido político de Tatuí. Foi casado com Cidinha e tiveram 2 filhos. Um de seus irmãos foi secretário de justiça do prefeito de São Paulo na época de Jânio da Silva Quadros.

José Carlos conseguiu seu primeiro emprego na Agência Nacional. Foi também locutor de rádio. Seu sotaque "caipira" foi um primeiro entrave, mas Tico-Tico, já então com o codinome, conseguiu superá-lo.

Tico-Tico passou por vários jornais e emissoras de rádio. Esteve na Rádio Educadora Paulista, Rádio São Paulo, Rádio Panamericana, Rádio Record, Rádio Bandeirantes, Rádio Tupi. Fez reportagens marcantes, como entrevistas de campanhas eleitorais, posses de governadores e presidentes, nacionais e internacionais.

Tico-Tico entrevistou todos os Papas de sua época, assim como personalidades máximas, políticas do mundo inteiro. Foi capaz de colocar-se no paralama do carro do presidente americano Dwight D. Eisenhower, para entrevistá-lo. Também entrevistou Che Guevara, Fidel Castro, John Kennedy, e vários outros.

Esteve na União Soviética, ainda durante a Guerra Fria. Passou para a televisão e foi o primeiro a adptar um pequeno tape para agilizar as gravações. Com Maurício Loureiro Gama, iniciou os jornais verspertinos pela televisão. Fez, por vários anos, o jornal Edição Extra, na TV Tupi de São Paulo.

Faleceu em São Paulo em decorrência de uma Trombose Pulmonar. Tico-Tico está sepultado no Cemitério São Paulo, localizado na capital paulista.

Fonte: Wikipédia

Abreu Sodré

ROBERTO COSTA DE ABREU SODRÉ
(82 anos)
Advogado, Empresário e Político

* São Paulo, SP (21/06/1917)
+ São Paulo, SP (14/09/1999)

Abreu Sodré foi um advogado formado na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, empresário e político. O pai, Francisco Sodré, foi o segundo prefeito do município de Santa Cruz do Rio Pardo e o responsável pela chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana. Por conta disso, um dos distritos de Santa Cruz do Rio Pardo foi batizado como Sodrélia, em homenagem ao pai de Abreu Sodré.

Abreu Sodré foi um dos fundadores da União Democrática Nacional (UDN) em 1945 e posteriormente integrante da Aliança Renovadora Nacional (ARENA), a partir de 1966. Foi deputado estadual e governador do estado de São Paulo de 31/01/1967 a 15/03/1971, sendo eleito de maneira indireta.

O Governo Abreu Sodré

Abreu Sodré foi o primeiro governador a ser eleito indiretamente, para o período de 1967 a 1971, durante o período da Ditadura Militar Brasileira. Suas principais realizações foram nas seguintes áreas:
  • Energia Elétrica: Continuidade ao plano energético do Estado, implantando o "linhão" de Urubupungá em direção a São Paulo.
  • Transportes: A conclusão do primeiro trecho da Rodovia do Oeste, cujo nome foi mudado para Rodovia Castelo Branco, em homenagem ao presidente recém-falecido Humberto de Alencar Castelo Branco. Abreu Sodré também iniciou a construção da Rodovia dos Imigrantes, como alternativa à Via Anchieta, que já se encontrava em vias de saturação. Também iniciou as primeiras escavações para a construção do Metrô de São Paulo. Responsável pela aquisição dos primeiros Boeing 737 da aviação civil brasileira, dotando a Viação Aérea São Paulo (VASP) destes aviões, sendo então a pioneira em toda a América Latina.
  • Saneamento Básico: Criou a Companhia Metropolitana de Abastecimento (COMASP) - voltada à produção de água, e a Saneamento do Estado de São Paulo (SANESP) voltada ao tratamento dos esgotos. Empresas que posteriormente dariam origem à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) junto com outras empresas estatais. Nesse período, Abreu Sodré iniciou as obras de abastecimento de água do Sistema Cantareira, na zona norte de São Paulo.
  • Segurança Pública: Nesse período a então força de segurança do estado chamada Força Pública foi rebatizada de Polícia Militar. Além do nome, a instituição começou a receber instruções e aparato do exército, Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) e outras instituições vinculadas ao regime militar da época. Vem daí a truculência da Polícia Militar do Estado de São Paulo, em alguns casos com reflexos posteriores, como o Massacre do Carandiru, em 1992, e reflexos de menor monta que seguem até os dias atuais.
  • Educação e Cultura: Criação da Fundação Padre Anchieta e das emissoras TV Cultura e Rádio Cultura de São Paulo e também criou o Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS), autarquia estadual ligada a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, responsável pela Escola Técnica Estadual (ETEC) e a Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (FATEC), que oferecem ensino médio, técnico e tecnólogo superior de qualidade.
Presidente de Estatal, Ministro e Empresário

Em 1980 Abreu Sodré foi um dos fundadores do Partido Democrático Social (PDS), sucessor daAliança Renovadora Nacional (ARENA). Abreu Sodré também foi presidente da ELETROPAULO em 1982.

Na Nova República, Abreu Sodré foi Ministro das Relações Exteriores durante alguns anos do governo de José Sarney (1986-1990), tendo sido substituído no governo Fernando Collor por Francisco Rezek.

Nos seus últimos anos de vida, abandonou a vida pública, trabalhando como advogado e empresário.

Morte

Abreu Sodré estava internado desde o dia 10/09/1999, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para o tratamento de uma pneumonia, mas não resistiu e faleceu vítima de insuficiência respiratória.

O velório do ex-governador aconteceu no dia 15/09/1999 a partir das 9:00 hs, no Palácio dos Bandeirantes. O enterro aconteceu às 17:00 hs no Cemitério da Consolação.

Maria Aparecida Baxter

MARIA APARECIDA BAXTER
(80 anos)
Atriz

* Carmo do Parnaíba, MG (03/12/1918)
+ São Paulo, SP (12/09/1999)

Maria Aparecida Baxter nasceu em circo. Seus pais, seus avós, todos eram de circo. A mãe era a "Rainha do Copofone" (copos de cristal, de onde ela, ao tocá-los, tirava toda espécie de sons). Os nomes dos pais eram Floripes e José Pedro de Oliveira.

Com poucos meses já estava em cena. Embora tenha atingido outras esferas, como o teatro, o cinema e principalmente a televisão, a verdade é que jamais deixou a arte. Houve, porém, um tempo, em que a mãe, querendo que a filha estudasse, o circo ficou em São Paulo, e a garota no Colégio Santa Inês. Ali aprendeu de tudo, inclusive música e pintura. Mas ela voltou ao circo e apresentava-se no trapézio, no arame e nas pantomimas.

Foi numa dessas peças, que conheceu um "mocinho bonitinho", que viria a ser seu namorado, e com quem ficou casada mais de 61 anos. O nome dele é Jarbas Savala Baxter. Ele era ginasta e também galã das pecinhas. Constituiu família, teve três filhas, mas encantou-se com a televisão. Apresentou-se um dia à TV Paulista (hoje TV Globo) e foi aprovada como "extra".

Começou, logo em seguida, a fazer Quando Vovó Tinha 20 Anos, em que contava historinhas para as crianças. Começou fazendo a vovó e estava na época, com 40 anos.

Depois foi para a TV Record e ali foi escolhida pela Companhia União dos Refinadores para ser garota propaganda do Açucar União. Desbancou todas as jovens apresentadoras. Gostavam mais do tipo alegre e maternal de Aparecida Baxter.

E continuou sempre com sucesso. Poder-se-ia dizer que ela era a Xuxa Meneghel da época. Passou para novelas e fez Éramos Seis (1958).

Irrequieta que era, foi também para o teatro. O Teatro Brasileiro de Comédia a chamou e, numa das apresentações foi visitada no camarim por Café Filho, presidente da República da época.

Foi depois para a TV Cultura e para a TV Excelsior. Ali voltou a ter um programa só seu chamado Quem Quiser Que Conte Outra e o programa Tita Recebe, em que era mestre de cerimônias.

De pé: Geny Prado, Silvio Rocha, Jovelthy Archangelo, Sebastião Campos, Rodolfo Mayer, Thereza Campos, Fernando Baleroni, Geraldo Louzano e Jorge Pires
Sentados: Edmundo Lopes, Bubby, Silvana Lopes, Íris Bruzzi, Maria Aparecida Baxter, Arlete Montenegro e João José Pompeo
Seu grande sucesso, porém, aconteceu na novela Redenção, a mais longa novela de todos os tempos, montada pela TV Excelsior. Nela, Maria Aparecida Baxter fazia a fofoqueira Marocas. E ela, ainda que odiada, pois intrigava todo mundo, era também adorada pelos fãs que aguardavam sempre ansiosos a aparição de Marocas. Seu sucesso alcançou o Brasil inteiro e Aparecida Baxter viajou à toda parte, sendo sempre recebida com honras e homenagens.

Fez outras novelas, como por exemplo, Legião dos Esquecidos, Dom Camilo, isso já na TV Tupi, para onde se dirigiu.

Aparecida Baxter também montou uma escola de teatro, e encaminhou à cena vários artistas. Era sempre destemida e por isso mesmo, por vezes, foi fazer solicitações ao presidente da República, representando a classe artística.

Por 10 anos foi presidente da Comunidade Domitila de seu bairro em São Paulo. Para a comunidade conseguiu muita coisa, tais como: escola, ginásio, creche e hospital.

Maria Aparecida Baxter, sempre ao lado do marido, sempre irrequieta e feliz, dizia: "Agradeço a Deus, por tanto que me deu nesta vida. Mas ainda quero mais"

A atriz ficou conhecida também como a enfermeira que pedia silêncio nos cartazes colados nas paredes de hospitais.

Maria Aparecida Baxter faleceu em 12 de setembro de 1999, aos 80 anos.

Televisão

  • 1994 - Éramos Seis ... Madre Superiora
  • 1991 - Grande Pai ... Teresa
  • 1983 - Sombras do Passado
  • 1982 - A Leoa
  • 1981 - O Resto é Silêncio
  • 1981 - Os Imigrantes ... Giselda
  • 1979 - O Todo-Poderoso ... Aparecida
  • 1975 - Um Dia, o Amor ... Mariana
  • 1973 - Divinas e Maravilhosas ... Honorina
  • 1972 - Na Idade do Lobo
  • 1971 - Hospital
  • 1970 - Mais Forte Que o Ódio
  • 1969 - A Menina do Veleiro Azul
  • 1968 - Legião dos Esquecidos
  • 1966 - Redenção ... Dona Marocas
  • 1965 - O Caminho das Estrelas
  • 1965 - Ontem, Hoje e Sempre ... Marta
  • 1965 - A Indomável ... Violeta
  • 1964 - A Moça que Veio de Longe
  • 1958 - Anos de Ternura
  • 1958 - Aqueles Olhos
  • 1958 - Éramos Seis
  • 1957 - A Mansão dos Daltons

Cinema

  • 1979 - A Banda das Velhas Virgens
  • 1976 - Traídas Pelo Desejo
  • 1968 - Enquanto Houver Uma Esperança
  • 1967 - A Vida Quis Assim
  • 1957 - Cara de Fogo
  • 1957 - Rebelião em Vila Rica
  • 1955 - Carnaval em Lá Maior
  • 1954 - Mulher de Verdade

Fonte: Museu da TV e Wikipédia

Dom Hélder Câmara

HÉLDER PESSOA CÂMARA
(90 anos)
Bispo e Arcebispo

* Fortaleza, CE (07/02/1909)
+ Recife, PE (27/08/1999)

Foi um bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife. Foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante o regime militar brasileiro.

Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres e a não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais.

Foi o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz. Entretanto, foi acusado por seus opositores de ser conivente com o Marxismo, ideologia considerada, em geral, pela hierarquia católica, como sendo contrária aos princípios cristãos.

Origens

Décimo-primeiro filho de João Eduardo Torres Câmara Filho, jornalista, crítico teatral e funcionário de uma firma comercial e da professora primária Adelaide Pessoa Câmara. Desde cedo manifestou sua vocação para o sacerdócio.

Formação e Presbiterado

Ingressou no Seminário Diocesano de Fortaleza em 1923, o Seminário da Prainha, então sob direção dos padres lazaristas. Nesta instituição cursou o ginásio e concluiu os estudos de filosofia e teologia.

Foi ordenado padre no dia 15 de agosto de 1931, em Fortaleza, aos 22 anos de idade, com autorização especial da Santa Sé, por não possuir a idade mínima exigida. No mesmo ano, fundou a Legião Cearense do Trabalho e em 1933 a Sindicalização Operária Feminina Católica, que congregava as lavadeiras, passadeiras e empregadas domésticas.

Atuou na área da educação, participando de políticas governamentais do estado do Ceará na área da educação pública. Foi nomeado diretor do Departamento de Educação do Ceará. Para aprofundar seus estudos nesta área, foi transferido em 1936 para a cidade do Rio de Janeiro, então capital da república. Aí dedicou-se a atividades apostólicas. Foi diretor técnico do ensino da religião.

Neste período, sente-se atraído pela Ação Integralista Brasileira, que propunha o resgate dos valores de "Deus, Pátria e Família". Entretanto, afastou-se de qualquer compromisso político-partidário ao perceber as implicações ideológicas desta opção.

No Rio de Janeiro, teve como diretor espiritual o padre Leonel Franca, criador da primeira universidade católica do Brasil - a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. No período pós-guerra, fundou a Comissão Católica Nacional de Imigração, para apoio à imigração de refugiados.

Episcopado

Foi nomeado bispo auxiliar do Rio de Janeiro no dia 3 de março de 1952. Foi ordenado bispo, aos 43 anos de idade, no dia 20 de abril de 1952, pelas mãos de Dom Jaime de Barros Câmara, Dom Rosalvo Costa Rego e Dom Jorge Marcos de Oliveira.

Foi um grande promotor do colegiado dos bispos e da renovação da Igreja Católica, fortalecendo a dimensão do compromisso social. Em 1950, Dom Hélder entrou em contato com o monsenhor Giovanni Batista Montini, então subsecretário de estado do Vaticano e futuro Papa Paulo VI, que o apoiou e conseguiu a aprovação, em 1952, para a criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com sede no Palácio Arquiepiscopal do Rio de Janeiro.

Nesta instituição, exerceu a função de secretário geral até 1964. O mesmo monsenhor Montini apoiou a criação do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), fundada em 1955, com sede em Bogotá.

A fundação ocorreu na Primeira Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano realizada no Rio de Janeiro, tendo Dom Hélder como articulador. Ele viria a participar das conferências gerais do Conselho Episcopal Latino-Americano como delegado do episcopado brasileiro, até 1992.


Sua capacidade de articulação torna realidade o XXXVI Congresso Eucarístico Internacional, em 1955, no Rio de Janeiro, que contou com a presença de cardeais e bispos do mundo inteiro.

Em 1956, fundou a Cruzada São Sebastião, com a finalidade de dar moradia decente aos favelados. Desta primeira iniciativa, outros conjuntos habitacionais surgiram. Em 1959, fundou o Banco da Providência, cuja atuação se desenvolve no atendimento a pessoas que vivem em condições miseráveis.

Teve participação ativa no Concílio Ecumênico Vaticano II: foi eleito padre conciliar nas quatro sessões do concílio. Foi um dos propositores e signatários do Pacto das Catacumbas, um documento assinado por cerca de 40 padres conciliares no dia 16 de novembro de 1965, nas Catacumbas de Domitila, em Roma, durante o Concílio Vaticano II, depois de celebrarem juntos a Eucaristia. Este pacto teve forte influência na Teologia da Libertação.

Diante da conturbada situação socio-política nacional, a divergência de posições com cardeal Dom Jaime Câmara torna difícil sua permanência no Rio de Janeiro.

Arcebispo de Olinda e Recife

No dia 12 de março de 1964 foi designado para ser arcebispo de Olinda e Recife (Pernambuco), múnus que exerceu até 2 de abril de 1985. Instituiu um governo colegiado nesta diocese, organizada em setores pastorais. Criou o Movimento Encontro de Irmãos, o Banco da Providência e a Comissão de Justiça e Paz daquela diocese. Forteleceu as Comunidades Eclesiais de Base.

Estabeleceu uma clara resistência ao Regime Militar. Tornou-se líder contra o autoritarismo e pelos direitos humanos. Nâo hesitou em utilizar todos os meios de comunicação para denunciar a injustiça. Pregava no Brasil e no exterior uma fé cristã comprometida com os anseios dos empobrecidos. Foi perseguido pelos militares por sua atuação social e política, sendo acusado de comunismo. Foi chamado de Arcebispo Vermelho. Foi-lhe negado o acesso aos meios de comunicação social após a decretação do AI-5, sendo proibido inclusive qualquer referência a ele.

Desconhecido da opinião pública nacional, fez frequentes viagens ao exterior, onde divulgou amplamente suas idéias e denúncias de violações de direitos humanos no Brasil. Foi adepto e promotor do movimento de não-violência ativa.

Em 1984, ao completar 75 anos, apresentou sua renúncia. Em 15 de julho de 1985, passou o comando da Arquidiocese a Dom José Cardoso Sobrinho. Continuou a viver em Recife, nos fundos da Igreja das Fronteiras, onde vivia desde 1968.

Morreu vítima de Parada Respiratória aos 90 anos em Recife no dia 27 de Agosto de 1999.

Em fevereiro de 2008 foi encaminhado à Congregação Para a Causa dos Santos, no Vaticano, o pedido de beatificação de Dom Hélder pela Comissão Nacional de Presbíteros, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

O Regional Nordeste 2 da CNBB, a arquidiocese de Olinda e Recife, o Instituto Dom Hélder Câmara (IDHeC) e a Universidade Católica de Pernambuco promoveram a comemoração do centenário de Dom Hélder, que foi celebrado em 7 de fevereiro de 2009. O objetivo é manter viva a sua memória e a sua luta pela solidariedade e justiça social.

Títulos

Seu primeiro título veio em 1969, de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Saint Louis, Estados Unidos. Este mesmo título foi-lhe conferido por diversas universidades brasileiras e estrangeiras: Bélgica, Montreux, Alemanha, Países Baixos, Itália, Canadá e Estados Unidos, alcançando um total de 32 títulos.

Foi intitulado Cidadão Honorário de 28 cidades brasileiras e da cidade de São Nicolau na Montreux e Rocamadour, na França.

Recebeu o Prêmio Martin Luther King, nos Estados Unidos e o Prêmio Popular da Paz, na Noruega e diversos outros prêmios internacionais.

Foi indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz. Em 1970, o então Presidente da República Emílio Garrastazu Médici instruiu pessoalmente o embaixador brasileiro na Noruega para tentar impedir que este prêmio lhe fosse concedido.

Foi escolhido o brasileiro do século na categoria religião pela Revista IstoÉ.

Instituto Dom Hélder Câmara

O acervo histórico de Dom Hélder é mantido pelo Instituto Dom Hélder Câmara, em Recife.

Fonte: Wikipédia