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Lécio do Nascimento

LÉCIO DO NASCIMENTO
(56 anos)
Baterista

* Barra Mansa, RJ (04/11/1943)
+ Itabuna, BA (21/03/2000)

Lécio do Nascimento foi um dos fundadores do conjunto The Fevers e um dos melhores bateristas da Jovem Guarda.

No tempo em que a juventude dançava em salões de paróquia e misturava rum com Coca-Cola, Lécio do Nascimento era rei. Baterista fundador do grupo The Fevers, ele acompanhou os maiores nomes da Jovem Guarda por 27 anos, de 1964, quando fundou o grupo, até 1991, quando saiu devido ao agravamento do diabetes que o debilitava.

"O trabalho era muito puxado, ele não tinha condições de nos acompanhar", explicou Liebert Ferreira Pinto, baixista e um dos três membros originais ainda no sexteto.

Nascido em uma família de bateristas, o pai e dois irmãos, todos músicos, de Barra Mansa, no Estado do Rio de Janeiro, ele iniciou a carreira tocando em programas da Rádio Mauá. Juntou-se ao grupo, que em 1964 ainda chamava-se The Fenders, para substituir um baterista que estava doente.

"Ele veio quebrar um galho e nunca mais saiu", contou Liebert Ferreira Pinto. "Ele tinha uma pegada que todos adoravam naquele tempo", lembrou o amigo.

Após quatro décadas ligado à música, com 15 discos de ouro na parede, Lécio do Nascimento morreu na terça-feira,  21/03/2000, vítima de Insuficiência Hepática, em Itabuna, Bahia, aos 55 anos. Deixou a esposa e três filhos.


The Fevers

The Fevers é uma banda brasileira de rock e pop formada no Rio de Janeiro em 1964 e associada ao movimento da Jovem Guarda. Fez muito sucesso na segunda metade da década de 1960 e início da década de 1970, vindo se consagrar nos anos 1980 com as aberturas das novelas "Elas Por Elas" e "Guerra dos Sexos", da Rede Globo. O grupo continua em plena atividade até os dias de hoje.

Criada em 1964, a banda originalmente se chamava The Fenders e seus membros originais eram Almir Bezerra (vocais e guitarra), Liebert (contrabaixo), Lécio do Nascimento (bateria), Pedrinho (guitarra), Cleudir (teclados) e Jimmy Cruise (vocais).

Em 1965, Jimmy Cruise saiu do grupo e os membros remanescentes decidiram mudar o nome para The Fevers, foi quando entraram mais dois componentes, Miguel Plopschi em 1965 e Luiz Claudio em 1969.

Gravaram seus primeiros discos em 1965 e 1966 pela Philips, os compactos "Vamos Dançar o Letkiss" (versão de Letkiss), "Wooly Bully" (de Domingo Samudio, em versão) e "Não Vivo na Solidão". Em 1966 apareceram no filme "Na Onda do Iê-Iê-Iê".

Passando para a Odeon ainda em 1966, revelaram-se um dos mais importantes grupos vocais-instrumentais da Jovem Guarda. Fizeram, muitas vezes sem créditos nos discos, o acompanhamento instrumental de gravações de Eduardo Araújo ("O Bom"), Deny e Dino ("Coruja"), Erasmo Carlos (os LPs "O Tremendão" e "Você Me Acende"), Roberto Carlos (gravações como "Eu Te Darei o Céu" e "Eu Estou Apaixonado Por Você"), Golden Boys, Wilson Simonal ("Mamãe Passou Açúcar Em Mim"), Trio Esperança (LP "A Festa do Bolinha"), Jorge Ben (o LP "O Bidu / Silêncio no Brooklin") e o primeiro LP de Paulo Sérgio.

O grupo foi eleito melhor conjunto para bailes em 1968 e lançou um LP chamado "Os Reis do Baile". No ano de 1965, entrou na banda o saxofonista Miguel Plopschi, em 1969 o vocalista Luís Cláudio entrou para a banda cantando os grandes sucessos em inglês. Em 1975 entrou Augusto César, no ano seguinte Pedrinho saiu da banda. Em 1979, com a saída de Almir, a banda convidou Michael Sullivan que dividiu o vocal com Augusto César.

Em 1982 a música "Elas Por Elas" (Augusto César e Nelson Motta) entrou na abertura da novela da TV Globo colocando o grupo como um dos grandes vendedores de discos e de shows do país. Em 1983, outra abertura de novela, a música "Guerra dos Sexos" (Augusto César e Cláudio Rabello) trouxe um público mais jovem a conhecer o trabalho do grupo. O componente Miguel Plopschi se desligou da banda e assumiu a direção artística da gravadora BMG nessa época.

Em 1984, ao fazerem participação especial no LP da recém-criada banda infantil "Trem da Alegria", ajudaram a alçá-la ao estrelato, sendo parte fundamental na composição da lendária música "Uni Duni Tê", uma das melhores músicas infantis já criadas no Brasil. A voz é do vocalista Augusto César.

Em 1985, entrou Miguel Ângelo como tecladista da banda e Michael Sullivan saiu no ano seguinte. Em 1988, Augusto César gravou um disco solo e convidou o talentoso vocalista e guitarrista César Lemos que permaneceu 3 anos no grupo. Em 1988, foi a vez de Cleudir sair.

Na década de 1990, outra mudança na banda: saiu César Lemos e entrou o guitarrista Rama. Por problemas de saúde, saiu o baterista Lécio do Nascimento e entrou Darcy. Almir Bezerra retornou à banda depois de 12 anos.

Em 1994, Darcy deu lugar ao baterista Otávio. Com essa formação, The Fevers passou a década de 90 sem fazer músicas de sucesso, como se tivesse começado uma nova banda.

Em meados de 2000, Almir saiu novamente da banda e quem assumiu o vocal principal agora foi Luis Cláudio.

Indicação: Miguel Sampaio

Fábio Scorpion

FLÁVIO RUBENS GOMES DE OLIVEIRA
(35 anos)
Ator Pornográfico

* Rio de Janeiro, RJ (04/11/1969)
+ São Paulo, SP (23/11/2004)

Nascido Flávio Rubens Gomes de Oliveira, filho de um empresário da construção e de uma dona-de-casa "católica fervorosa", ele cresceu no Cosme Velho, bairro carioca de classe média, e dizia que não começou a atuar por necessidade, mas por gosto. "Adoro todo o processo, desde a seleção de atores até a produção, a direção e a escolha da capa".  Estudou no Colégio Santo Inácio e cursou Economia, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Começou a atuar em filmes pornográficos ao namorar a travesti Cristiane Lernon, que também atuava em filmes do gênero.

Tornou-se famoso no gênero pela sua fama de infalível e conseguir ereção a qualquer momento, mas o momento em que realmente saiu do anonimato para se tornar uma pessoa pública foi quando, no início da década de 90, apareceu assumindo sua esposa travesti no programa Documento Especial.

Nos mais de 400 filmes pornôs que já fez, o ator Fábio Scorpion, transou com quase 1.500 pessoas, entre mulheres e homens - sem contar suas parceiras na vida real. Em 2001, Scorpion era o ator que mais filmava no Brasil e, desde 1998, trabalhava como contratado exclusivo da multinacional Buttman, que tem sede em Los Angeles. Ele jurava que nunca precisou tomar gemada ou comer ovos de codorna para manter a ereção. "Isso tudo é lenda. É preciso ter tesão", dizia Fábio Scorpion, que adotou o pseudônimo em alusão ao seu signo, escorpião, que sendo ele "é muito sexual"

Fábio Scorpion atuou como ator pornô por dez anos até seu falecimento em 2004.


Morte

Assinado o contrato para fazer o quinquagésimo filme da série "Scorpion", Fábio Scorpion planejava terminar a série com chave de ouro: queria estar em plena forma para estrelar seu último filme. Sofrendo problemas de calvície, fez implante de cabelos para sanar o problema. Uma semana depois fez uma lipoaspiração no abdômen, mas logo veio a passar mal, pois era usuário de esteroides anabolizantes. Aproximando-se da data de gravar, pois suas férias estavam acabando, fez uma cirurgia para que fosse colocada uma prótese de silicone na panturrilha, onde sofreu um choque anafilático em decorrência da anestesia geral e faleceu. Como o ator havia assinado um termo de responsabilidade antes de fazer o procedimento cirúrgico, nenhuma culpa foi atribuída aos médicos que participaram da operação. Deixou esposa, a ex-atriz pornô Ísis Fischer.


Curiosidades

  • No Colégio Santo Inácio seu apelido era Égua, ou Carégua, devido à alta velocidade que alcançava em corridas.
  • Já desta época reclamava de suas panturrilhas, achando-as esbeltas demais. Seu cabelo também era objeto de auto-crítica, por ser "ruim".
  • Em "Colméia", um de seus filmes, o personagem de Fábio Scorpion e do também falecido ator Alexandre Jegue morrem assassinados.
  • O ator era produtor e diretor de uma série chamada "Scorpion", e planejava fazer cinquenta filmes. Morreu após fazer o quadragésimo nono e não conseguiu estrelar aquele que seria o último filme de sua marca. O filme foi lançado postumamente, com o título de "Scorpion 50 - O Mito".

Equivocadamente, tem sua morte atribuída a AIDS, muito em decorrência da morte de sua ex-namorada, a travesti Cristiane Lernon, que faleceu por causa da doença em 2003.


Alguns Filmes

  • Colméia
  • Scorpion (Série 1 a 50)
  • She-Male Road Trip 2
  • 2004 - All-Star Best Of Please!
  • 2003 - Bizarre Peroxide Tales
  • 2003 - House Of Whores
  • 2003 - Italian Sausage
  • 2003 - Italian Sausage 2
  • 2003 - Just Another Porn Movie 4
  • 2003 - Not Far From Heaven
  • 2003 - Search For The Ripe Peach
  • 2003 - Search For The Ripe Peach 2
  • 2000 - Buttman's Anal Divas
  • Buttman & Rocco's Brazilian Butt Fest
  • 1999 - Please 2
  • Men From Ipanema

Fonte: Wikipédia

Rosinha de Valença

MARIA ROSA CANELLAS
(62 anos)
Cantora, Compositora e Instrumentista

* Valença, RJ (30/07/1941)
+ Valença, RJ (10/06/2004)

O apelido, que adotou como nome artístico, lhe teria sido dado por Sérgio Porto que dizia que ela tocava por uma cidade inteira. Um gravíssimo problema de saúde a retirou do mundo artístico. Depois do fato, nunca mais apareceu publicamente.

Cantora, violonista, concertista e compositora brasileira nascida em Valença, no interior do Estado do Rio de Janeiro, um dos mais importantes nomes femininos da música popular brasileira e considerada uma das matrizes instrumentais da bossa nova. Ainda criança começou a se interessar por violão, assistindo aos ensaios do conjunto regional de seu irmão Roberto. Incentivada por esse irmão, começou a estudar o violão sozinha ouvindo músicas de rádio e, aos 12 anos, com técnica impressionante, já tocava na rádio da cidade e animava festas e bailes da região.

Em 1963 foi morar no Rio de Janeiro, abandonando os estudos para dedicar-se exclusivamente à carreira de instrumentista. Foi descoberta pelo jornalista Sérgio Porto, que a apresentou a Baden Powell e Aloysio de Oliveira, na boate Au Bon Gourmet.

Causou impacto quando apareceu, graças a força de seu toque e à qualidade de suas apresentações. Já com o codinome famoso, criado por Sérgio Porto, graças a sua cidade natal. Passou a tocar na boite Bottle's, onde ficou por oito meses, e gravou seu primeiro disco, "Apresentando Rosinha de Valença" (1963), pela Elenco, gravadora de Aloysio de Oliveira.

Destacou-se como excelente instrumentista, apresentando-se em programas de televisão como "O Fino da Bossa", ao lado de Baden Powell, mestre de seu estilo no instrumento. Sua atuação com Baden Powell foi fundamental para o rumo instrumental que a bossa nova veio a desenvolver.

Em 1964 viajou com Sérgio Mendes e excursionou pelos Estados Unidos com o grupo Brasil 65, e gravou dois discos. Seguiu depois para a Europa como solista de um grupo formado pelo Itamaraty para apresentar a Música Popular Brasileira no exterior, apresentando-se em 24 países europeus. Depois de sucessivas viagens e apresentações na URSS, Israel, Suíça, Itália, Portugal e países africanos, em 1970 voltou ao Brasil e engajou-se em movimentos de valorização da música instrumental brasileira. Trabalhou então com Martinho da Vila, participando de seus quatro LPs seguintes e realizou novas tournées no exterior.

De volta, em 1974, organizou uma banda que teve várias formações e contou com a participação de artistas como o pianista João Donato, o flautista Copinha e as cantoras Ivone Lara e Miúcha. Por sua atuação, ganhou um prêmio da Ordem dos Músicos do Brasil.

Nos anos seguintes apresentou-se em diversos shows, ao lado de sua banda ou sozinha, e acompanhando artistas. Gravou mais de uma dezena de LPs, editados no Brasil, Estados Unidos, Alemanha e França, em diversas marcas, entre as quais RCA, Odeon, Forma, Pacific Jazz e Barclay.


Últimos Anos

Infelizmente, em 1992, uma Parada Cardíaca provocou-lhe lesão cerebral e a deixou em estado vegetativo e foi levada de volta para Valença. Dois anos após entrar em coma, um grupo de artistas realizou um show beneficente no Canecão para ajudar a custear as despesas médicas da violonista.

Desde então, diversos shows-tributo foram organizados por amigos e familiares para ajudar a custear o tratamento. Os primeiros oito anos do coma passou na casa da irmã mais velha, Mariló e, após o falecimento desta, ficou aos cuidados de outra irmã, Maria das Graças, em um bairro humilde de Valença.

Após 12 anos em estado de coma, uma das mais destacadas instrumentistas da bossa nova foi internada no Hospital Escola Luiz Giosef Jannuzzi, onde veio a falecer no dia seguinte, no início da madrugada de quinta-feira, 10 de junho de 2004, aos 62 anos, vítima de Insuficiência Respiratória, em sua cidade natal, Valença, no sul do Estado do Rio de janeiro. Seu corpo foi enterrado no Cemitério Riachuelo, no centro de Valença.

Em 2002, em entrevista, a irmã da instrumentista contou que sofria muito em vê-la imobilizada, movendo apenas os olhos. Mas, ainda que a Justiça permitisse, descartou a possibilidade de apressar a morte de Rosinha por meio da eutanásia. 

Os parceiros de Rosinha, Maria Bethânia e Martinho da Vila, lamentaram a morte da violonista.


Discografia

  • 2004 - Namorando a Rosa
  • 1980 - Violões em Dois Estilos - Rosinha de Valença e Waltel Blanco
  • 1977 - Sivuca e Rosinha de Valença ao Vivo
  • 1976 - Cheiro de Mato
  • 1975 - Rosinha de Valença e Banda ao Vivo
  • 1973 - Rosinha de Valença
  • 1971 - Um Violão em Primeiro Plano
  • 1970 - Rosinha de Valença Apresenta Ipanema Beat
  • 1966 - Rosinha de Valença ao Vivo
  • 1965 - In Person At El Matador - Sergio Mendes Brasil' 65
  • 1965 - Brasil' 65 - Wanda de Sah Ffeaturing The Sergio Mendes Trio
  • 1963 - Apresentando Rosinha de Valença

Fonte: Wikipédia

Myriam Muniz

MYRIAM MUNIZ DE MELO
(73 anos)
Atriz, Diretora e Professora

+ São Paulo, SP (28/10/1931)
+ São Paulo, SP (18/12/2004)

Myriam Muniz de Melo foi uma atriz brasileira. Durante sua carreira, seu nome foi grafado de formas diferentes, dependendo da ocasião e do espetáculo: Myrian ou Mirian Muniz, Myriam ou Miriam Muniz. Na Escola de Arte Dramática, no final dos anos 50, havia adotado o nome de Miriam Melo. Ao estrear no teatro profissional em 1961, adotou o nome artístico de Myrian Muniz.

Descendente de portugueses e italianos, nasceu no bairro do Cambuci, em São Paulo. Seu pai, Agostinho Muniz de Melo, filho de José e de Albina Muniz de Melo, era natural de Ponta Delgada, nos Açores, onde nasceu em 1904. Sua mãe, Rosaria Ferri, era paulistana, nascida em 1911, filha dos imigrantes italianos, Gaetano Fierro e Maria Teresa Menchise, ele de Spinazzola, província de Bari, na Puglia (Apúlia, em português), e ela de Genzano di Lucania, província de Potenza, na Basilicata.

Casou-se em primeiras núpcias com o ator e diretor Sylvio Zilber. Separaram-se no final dos anos 70, depois de quase vinte anos de relacionamento. Casou-se pela segunda vez com Carlos Henrique D'Andretta (Cacá D'Andretta) e separaram-se depois de vinte anos de vida em comum, no final da década de 1990. É mãe de dois filhos: Marcelo de Melo Zilber, casado com Teresa Fogaça de Almeida, e Rodrigo de Melo Zilber, este falecido em 1986, aos dezoito anos.

Seu irmão, José Muniz de Melo, foi proprietário do restaurante Mamarana, na Rua Pará, 196, em Higienópolis, São Paulo, fundado por seus pais em 1961. O restaurante atualmente é dirigido por Adriana Muniz de Melo, filha de José, e lá encontra-se farto material fotográfico e jornalístico sobre a carreira de Myriam Muniz, com fotos sobre sua trajetória artística. No segundo andar do restaurante foi inaugurado em outubro de 2006 o Espaço Cultural Mamarana para leituras dramáticas e pequenas apresentações de teatro e música.

Formação

Antes de dedicar-se ao teatro estudou e praticou enfermagem no Hospital Samaritano, em São Paulo. Também estudou balé clássico, com Halina Biernacka, integrando o Corpo de Baile do Teatro Municipal de São Paulo. Decidindo-se a ser atriz, ingressou na Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD) em 1958, formando-se em 1961, quando a escola estava ainda sob direção de seu fundador, Drº Alfredo Mesquita, que foi seu professor, ao lado de nomes como Décio de Almeida Prado, Paulo Mendonça, Sábato Magaldi, Maria José de Carvalho, Haydée Bittencourt, Leila Coury, Chinita Ullmann, Mylène Pacheco.

Na Escola de Arte Dramática de São Paulo encenou textos de grandes autores do teatro mundial, como: "Ubu Rei", de Alfred Jarry, "A Tempestade", de William Shakespeare, "Os Persas", de Ésquilo, "As Preciosas Ridículas", de Molière, "O Defunto", de René de Obaldia (ganhou o Prêmio Chinita Ullmann, juntamente com Aracy Balabanian), "Bodas de Sangue", de Garcia Lorca, e textos de Pirandello, John Millington Synge e Maria Clara Machado. Garcia Lorca permaneceu como uma de suas grandes paixões na dramaturgia teatral.

Myriam Muniz e Ary Fontoura
Carreira Artística

Em sua carreira atuou no teatro como atriz e diretora, no cinema e na televisão como atriz, e foi professora de interpretação. Teve sua trajetória artística documentada em livro, organizado pela historiadora e pesquisadora Maria Thereza Vargas, livro esse para o qual Myriam Muniz fez importante depoimento.

No Teatro

Como Atriz:

  • Teatro Oficina: "José, do Parto à Sepultura", de Augusto Boal, direção de Antonio Abujamra (1961); no Oficina, ensaiou, mas não estreou, "Um Bonde Chamado Desejo", de Tennessee Williams; posteriormente fez produção de espetáculos dessa companhia, como "Os Inimigos", de Gorki.
  • Companhia Nydia Licia: "A Bruxinha Que Era Boa", de Maria Clara Machado, direção de Silnei Siqueira - segundo o diretor, esta é que foi a estréia de Myriam Muniz no teatro após formar-se na Escola de Arte Dramática; "As Lobas", de Frédéric Valmain, direção de Alice Pincherle (1962);
  • Companhia Dulcina de Moraes: "Tia Mame", de Jérome Lawrence e Robert E. Lee, direção de Dulcina de Moraes; e "Chuva", de John Colton e Clemence Randolph, inspirados em Somerset Maugham, direção de Dulcina de Moraes (1962); por "Tia Mame" ganhou o Prêmio Sacy de Melhor Atriz Coadjuvante. Dulcina de Moraes, Odilon de Azevedo e Conchita de Moraes, nessa temporada em São Paulo, apresentaram-se no Teatro Bela Vista, sob os auspícios da Companhia Nydia Licia.
  • Teatro Brasileiro de Comédia (TBC): "A Revolução dos Beatos", de Dias Gomes, direção de Flávio Rangel (1962); posteriormente, em 1964, ensaiou, mas não estreou, "Vereda da Salvação", de Jorge Andrade.
  • Teatro de Arena de São Paulo: "A Mandrágora", de Nicolau Maquiavel, direção de Augusto Boal (1963), "O Noviço", de Martins Penna, direção de Augusto Boal (1963), "Tartufo", de Molière, direção de Augusto Boal (1964), "O Inspetor Geral", de Gogol, direção de Augusto Boal (1966), "O Círculo de Giz Caucasiano", de Bertolt Brecht, direção de Augusto Boal (1967), "La Moschetta", de Angelo Beolco (Ruzzante), direção de Augusto Boal (1967) e "1ª Feira Paulista de Opinião", de vários autores, direção de Augusto Boal (1968). Para essa companhia, onde trabalhou ao lado de artistas como Gianfrancesco Guarnieri e Flávio Império, fez produção de outros espetáculos, como "O Melhor Juiz, o Rei", "O Filho do Cão", "Arena Conta Zumbi" e "Arena Conta Tiradentes". Por "O Noviço" ganhou o Prêmio Governador do Estado como Melhor Atriz.
  • Centro de Estudos Teatrais, dirigido por Cacilda Becker, Walmor Chagas e Maria Thereza Vargas: Leitura dramática de "Os Carecentes", de Eudynir Fraga (1967).
  • Grupo Vereda: "Tom Paine", de Paul Foster, direção de Ademar Guerra (1970).
  • Produção Independente: "Tudo de Novo", colagem musical, direção de Sylvio Zilber, ao lado de Marília Medalha, Gianfrancesco Guarnieri e Toquinho (1970).
  • Companhia Paulo Autran: "Assim é, Se Lhe Parece" (com o título de "Só Porque Você Quer"), de Pirandello, direção de Flávio Rangel; e "As Sabichonas", de Molière, direção de Silnei Siqueira (1971).
  • Produção Myriam Muniz e Sylvio Zilber: "Fala Baixo, Senão Eu Grito", de Leilah Assumpção, direção de Sylvio Zilber (1973).
  • Produção Mensagem Produções Artísticas: "Eva Perón", de Copi (1979), direção de Iacov Hillel (1979).
  • Grupo Isca de Polícia: "Às Próprias Custas", espetáculo musical com Itamar Assumpção (1983).
  • Produção Fundação Brasil Arte: "Pegando Fogo, Lá Fora", de Gianfrancesco Guarnieri, direção de Celso Nunes (1988).
  • Produção Tarô dos Ventos: "A História Acabou", de Fauzi Arap, direção do autor (1991).
  • Produção Sérgio Famá D'Antino e Marcos Caruso: "Porca Miséria", de Marcos Caruso e Jandira Martini (pelo papel de Miquelina foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro em São Paulo), direção de Gianni Ratto (1993).

Como Diretora:

  • 1971 - "Cândido, ou o Melhor dos Mundos", de Voltaire, direção e adaptação de Sylvio Zilber (Myriam fez a direção de atores)
  • 1975 - "Falso Brilhante", espetáculo musical com Elis Regina, grande sucesso de público e de crítica.
  • 1976 - "Dorotéia Vai à Guerra", de Carlos Alberto Ratton
  • "Torre de Babel", de Arrabal, direção de Luiz Carlos Ripper (Myriam fez assistência de direção)
  • 1978 - "Por Um Beijo", espetáculo musical com Célia
  • 1979 - "O Banquete", de Mário de Andrade, adaptação de José Rubens Siqueira
  • 1981 - "Sinal de Amor", espetáculo musical com Diana Pequeno
  • 1982 - "O Reino Jejua, Mas o Rei Nem Tanto", de José Antonio de Souza
  • 1982 - "Festa - Encontro de Gerações", espetáculo musical com Isaurinha Garcia, Itamar Assumpção, Nana Caymmi e Rosinha de Valença
  • 1984 - "O Exercício", de Lewis John Carlino
  • 1984 - "Fugaz", espetáculo musical com Itamar Assumpção, Denise Assumpção, Suzana Salles e Virginia Rosa
  • 1984 - "Boca Molhada, de Paixão Calada", de Leilah Assumpção
  • 1985 - "Saber Sobre Viver", espetáculo musical com Maricene Costa
  • 1985 - "Feito Brasileiro", espetáculo musical com Paulo Garfunkel e Jean Garfunkel, Beto Martins e Gil Allegro
  • 1985 - "Raices de América - Dulce América", espetáculo musical
  • 1985 - "Deu Bicudo no Algodão", espetáculo musical
  • 1985 - "No Caminho com Maiakovski", espetáculo de poesia
  • 1985 - "Marlui Miranda", espetáculo musical
  • 1987 - "Prazer em Conhecê-lo", espetáculo de música e poesia
  • 1987 - "A Grosso Modo", espetáculo teatral com textos de Obaldia e Molière
  • 1988 - "Dança da Meia-Lua", espetáculo de dança do Ballet Teatro Guaira, Myriam fez a coordenação cênica
  • 1994 - "O Empresário", de Mozart, adaptação de Madrigal Cantátimo, espetáculo musical

No Cinema

  • 1969 - "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade
  • 1970 - "Cléo e Daniel", de Roberto Freire
  • 1971 - "Pequena Ilha da Sicília", de Flávio Império, Renina Katz e Marlene Milan
  • 1977 - "Mar de Rosas", de Ana Carolina 
  • 1977 - "O Jogo da Vida", de Maurice Capovilla, pelo qual ganhou Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Gramado
  • 1982 - "O Homem do Pau Brasil", de Joaquim Pedro de Andrade
  • 1982 - "Das Tripas Coração", de Ana Carolina
  • 1997 - "Alô?", de Mara Mourão, como Maria.
  • 2000 - "Amélia", de Ana Carolina
  • 2004 - "Nina", seu último trabalho, pelo qual ganhou Prêmio de Melhor Atriz, póstumo, do Festival de Porto Alegre

Na Televisão

  • Anos 60 - "Florence Nightingale", onde estreou ao lado de Cleyde Yáconis e de Ziembinski (TV Record)
  • 1962 - "Gente Como a Gente", de Roberto Freire, direção de Ademar Guerra (TV Record)
  • 1969 - "Nino, o Italianinho", direção de Geraldo Vietri. Myriam fez grande sucesso popular com o personagem Dona Santa (TV Tupi)
  • 1969 - "A Sopa", de Dalton Trevisan, direção de Alfredo Mesquita (TV Cultura)
  • 1970 - "A Casa de Bernarda Alba", de Garcia Lorca, direção de Heloísa Castellar (TV Cultura)
  • 1971 - "A Fábrica", direção de Geraldo Vietri (TV Tupi)
  • 1996 - "Brava Gente", de Marcos Caruso e Jandira Martini, direção de Roberto Talma (SBT)
  • 1998 - "Dona Flor e Seus Dois Maridos", direção de Mauro Mendonça Filho (TV Globo)
  • 2001 - "Os Maias", de Maria Adelaide Amaral, onde interpretou a personagem Titi, de "A Relíquia" (TV Globo - A autora, na minissérie, juntou a história de "A Relíquia" à de "Os Maias")
  • 2004 - "Metamorphoses", de Mário Prata (TV Record).

Como Professora de Interpretação

  • Fundadora, juntamente com Sylvio Zilber, e professora de interpretação, do Teatro Escola Macunaíma, em 1974. A escola, instalada na antiga casa de Mário de Andrade, na Rua Lopes Chaves, bairro da Barra Funda, em São Paulo, teve uma fase de grande efervescência cultural, na época em que ambos a dirigiram, com diversos cursos de interpretação, leituras dramáticas e psicodramas (estes, a cargo do terapeuta, escritor e dramaturgo Roberto Freire).
  • Professora de interpretação da Escola de Arte Dramática da Escola de Comunicação e Artes, da Universidade de São Paulo, onde dirigiu diversos espetáculos com seus alunos (décadas de 1970 e 1980).
  • Fundadora, diretora e professora do Curso de Interpretação Teatral, onde trabalhou durante vinte anos, a partir de 1978. Esse curso, que Myriam manteve até 1999, teve como sede, durante muitos anos, a Sala Guiomar Novaes, da Funarte de São Paulo, na Alameda Nothmann. Seu método de trabalho, com depoimentos de alunos e ex-alunos, está documentado no livro sobre sua trajetória artística "Giramundo: O Percurso de Uma Atriz - Myriam Muniz", organizado em 1997 por Maria Thereza Vargas.

Homenagens

  • Em 20 de outubro de 2004, prestou depoimento no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, em São Paulo, parte integrante do ciclo de depoimentos sobre os 50 anos desse teatro. Coordenação da Cia. Livre, de Cibele Forjaz. O depoimento foi tomado pela atriz Isabel Teixeira. Encontra-se gravado em CD-ROM, na capa do qual Myriam aparece fotografada, homenagem da Cia. Livre a ela.
  • No primeiro aniversário de seu falecimento, foi lançado um DVD em sua homenagem pelas amigas Carmo Sodré, Muriel Matalon, Vânia Toledo, Angela Dória e Sandra Mantovani, responsável pela entrevista com Myriam que se vê no DVD, feita em 1999 no apartamento onde ela então morava, na Rua Rio de Janeiro, em Higienópolis, São Paulo.
  • Em 2006, a Funarte / Ministério da Cultura instituiu para todo o Brasil o "Prêmio de Teatro Myriam Muniz", estímulo e fomento à produção e à pesquisa de artes cênicas.
  • Em 2006, ainda, o SESC publicou o livro "Arena, Oficina, Anchieta e Outros Palcos", com prefácio de Lauro César Muniz, sendo um dos depoimentos o de Myriam, sobre sua trajetória artística.
  • Seu livro biográfico, "Giramundo: O Percurso de Uma Atriz - Myriam Muniz", organizado por Maria Thereza Vargas, ganhou o Prêmio Shell de Teatro, categoria especial, em 1998.
  • Sala Myriam Muniz - uma das salas do Teatro Ruth Escobar, em São Paulo.

Morte

Faleceu no dia 18 de dezembro de 2004, em seu apartamento na Rua Itambé, em Higienópolis. Dois dias antes, havia terminado um espetáculo sobre o musical "Arena Conta Zumbi", parte do ciclo de homenagens aos 50 anos de fundação do Teatro de Arena de São Paulo. Apresentara-se no palco do SESC Pinheiros, último palco onde pisou. Na noite do dia 18, preparava-se para ir a uma festa em comemoração a esse espetáculo quando sofreu um derrame cerebral em seu apartamento, provavelmente resultado de um enfisema pulmonar recente.

Fonte: Wikipédia

Fernando Sabino

FERNANDO TAVARES SABINO
(80 anos)
Escritor e Jornalista

* Belo Horizonte, MG (12/10/1923)
+ Rio de Janeiro, RJ (11/10/2004)

Durante a adolescência, foi locutor de programa de rádio Pila No Ar e começou a colaborar regularmente com artigos, crônicas e contos em revistas da cidade, conquistando prêmios em concursos.

No início da década de 1940, começou a cursar a Faculdade de Direito e ingressou no jornalismo como redator da Folha de Minas. O primeiro livro de contos, "Os Grilos Não Cantam Mais", foi publicado em 1941, no Rio de Janeiro, quando o autor tinha apenas dezoito anos, e sendo que alguns contos do livro foram escritos quando Fernando Sabino tinha apenas quatorze anos.

Tornou-se colaborador regular do jornal Correio da Manhã, onde conheceu Vinicius de Moraes, de quem se tornou amigo.

Esportista, bateu diversos recordes de nado de costas, sua especialidade, tornando-se campeão sul-americano dessas modalidade em 1939.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1944. Depois de se formar em Direito na Faculdade Federal do Rio de Janeiro em 1946, viajou com Vinicius de Moraes aos Estados Unidos, onde morou por dois anos em Nova York com sua primeira esposa Helena Sabino e a primogenita Eliana Sabino.


O Encontro Marcado, uma de suas obras mais conhecidas, foi lançada em 1956, ganhando edições até no exterior, além de ser adaptada para o teatro. Fernando Sabino decidiu, então, em 1957, viver exclusivamente como escritor e jornalista. Iniciou uma produção diária de crônicas para o Jornal do Brasil, escrevendo mensalmente também para a revista Senhor.

Em 1960, Fernando Sabino publicou o livro O Homem Nu, pela Editora do Autor, fundada por ele, Rubem Braga e Walter Acosta. Publicou, em 1962, "A Mulher do Vizinho", que recebeu o Prêmio Fernando Chinaglia, do Pen Club do Brasil.


Publicou O Grande Mentecapto em 1979, iniciado há mais de trinta anos. A obra, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de Literatura, e acabaria sendo adaptada para o cinema, com direção de Oswaldo Caldeira, em 1989, e também para o teatro. Em julho de 1999, recebeu da Academia Brasileira de Letras o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.

Faleceu em sua casa em Ipanema, zona sul no Rio de Janeiro, vítima de Trauma Abdominal Fechado no fígado, às vésperas do seu 81º aniversário. A pedido, o epitáfio é o seguinte: "Aqui Jaz Fernando Sabino, Que Nasceu Homem e Morreu Menino!"

Obra

  • 1941 - Os Grilos Não Cantam Mais (Contos)
  • 1944 - A Marca (Novela)
  • 1950 - A Cidade Vazia (Crônicas sobre Nova York)
  • 1952 - A Vida Real (Novelas)
  • 1956 - O Encontro Marcado (Romance)
  • 1960 - O Homem Nu (Crônicas)
  • 1962 - A Mulher Do Vizinho (Crônicas)
  • 1965 - A Companheira De Viagem (Crônicas)
  • 1967 - A Inglesa Deslumbrada (Crônicas)
  • 1975 - Gente (Crônica sobre personalidades com quem Fernando Sabino teve contato)
  • 1976 - Deixa o Alfredo Falar! (Crônicas)
  • 1977 - O Encontro Das Águas (Crônicas sobre uma viagem à cidade de Manaus, AM)
  • 1979 - O Grande Mentecapto (Romance)
  • 1980 - A Falta Que Ela Me Faz (Crônicas)
  • 1982 - O Menino No Espelho (Romance)
  • 1983 - O Gato Sou Eu (Crônicas)
  • 1984 - Macacos Me Mordam
  • 1984 - A Vitória Da Infância
  • 1985 - A Faca De Dois Gumes (Novelas)
  • 1987 - O Pintor Que Pintou o Sete
  • 1987 - Martini Seco
  • 1988 - O Tabuleiro Das Damas (Autobiografia literária)
  • 1989 - De Cabeça Para Baixo (Crônicas de viagens)
  • 1990 - A Volta Por Cima (Crônicas)
  • 1991 - Zélia, Uma Paixão (Biografia)
  • 1992 - O Bom Ladrão (Novela)
  • 1993 - Aqui Estamos Todos Nus
  • 1993 - Os Restos Mortais
  • 1994 - A Nudez Da Verdade
  • 1995 - Com a Graça de Deus
  • 1996 - O Outro Gume Da Faca (Novela)
  • 1997 - Um Corpo De Mulher
  • 1998 - O Homem Feito Novela (Originalmente publicada no volume A Vida Real)
  • 1998 - Amor de Capitu (Recriação literária)
  • 1998 - No Fim Dá Certo (Crônicas)
  • 1999 - A Chave Do Enigma
  • 1999 - O Galo Músico
  • 2000 - Cara Ou Coroa?
  • 2000 - Duas Novelas De Amor
  • 2001 - Livro Aberto - Páginas Soltas Ao Longo Do Tempo (Crônicas, entrevistas, fragmentos, etc)
  • 2001 - Cartas Perto Do Coração (Correspondência com Clarice Lispector)
  • 2001 - Os Caçadores De Mentira
  • 2002 - Cartas Na Mesa (Correspondência com Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino)

Fonte: Wikipédia

Celso Furtado

CELSO MONTEIRO FURTADO
(84 anos)
Economista e Professor

*  Pombal, PB (26/07/1920)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/11/2004)

Celso Furtado foi um economista e um dos mais destacados intelectuais do país ao longo do século XX. Suas idéias sobre o desenvolvimento e o subdesenvolvimento divergiram das doutrinas econômicas dominantes em sua época e estimularam a adoção de políticas intervencionistas sobre o funcionamento da economia.

Nascido no interior da Paraíba, na cidade de Pombal, alto sertão do estado, estudou no Lyceu Paraibano e no Ginásio Pernambucano do Recife. Mudou-se em 1939 para o Rio de Janeiro. No ano seguinte ingressou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tendo concluído o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais em 1944, mesmo ano em que foi convocado para integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB), servindo na Itália.

Em 1946, ingressou no curso de doutoramento em economia da Universidade de Paris-Sorbonne, concluído em 1948 com uma tese sobre a economia brasileira no período colonial. Nesta estadia em Paris conheceu sua primeira esposa, a química argentina Lucia Tosi. Retornou ao Brasil, trabalhando no Departamento Administrativo do Serviço Público e na Fundação Getúlio Vargas.

Em 1949, mudou-se para Santiago do Chile, onde nasceu seu primeiro filho, Mário Tosi Furtado. No Chile, integrou a recém-criada Comissão Econômica Para a América Latina (CEPAL), órgão das Organização das Nações Unidas. Sob a direção do economista argentino Raúl Prebisch, a CEPAL se tornaria naquele período um centro de debates sobre os aspectos teóricos e históricos do desenvolvimento.

Retornando ao Brasil, na década de 1950 Celso Furtado presidiu o Grupo Misto CEPAL-BNDES, que elaborou um estudo sobre a economia brasileira que serviria de base para o Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek. No ano de 1953 assumiu uma diretoria do BNDES, e no ano seguinte nasceu seu segundo filho, André Tosi Furtado. Mais tarde, foi convidado pelo professor Nicholas Kaldor ao King's College da Universidade de Cambridge, Inglaterra, onde escreveu Formação Econômica do Brasil, clássico da historiografia econômica brasileira.

Lula e Celso Furtado (Julho 2003)
Voltando ao Brasil, criou a pedido do presidente Juscelino Kubitschek, em 1959, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Formação Econômica do Brasil, a mais consagrada obra de Celso Furtado, foi publicada nesse ano, no mesmo período em que o autor ocupava o cargo de diretor do BNDES do governo de Juscelino Kubitschek. Celso Furtado já havia sido diretor da Divisão de Desenvolvimento da CEPAL por oito anos (de 1949 a 1957), fator que orientou a metodologia e os objetivos da obra. Isto é, Celso Furtado procurou descrever a evolução da economia brasileira, dentro do paradigma latino-americano, pela análise da estrutura produtiva de cada período histórico da sociedade brasileira (daí a famosa denominação "estruturalista" para o pensamento cepalino em geral), dando ênfase em conceitos analíticos especificamente cepalinos, tais como a visão da economia internacional baseada nas relações entre países centrais, industrializados, e países periféricos, agrícolas.

Em 1962, no governo João Goulart, foi nomeado o primeiro Ministro do Planejamento do Brasil, elaborando o Plano Trienal. Em 1963 retornou à superintendência da SUDENE, criando e implantando a política de incentivos fiscais para investimentos na região.

Com a edição do Ato Institucional nº 1 (AI-1), Celso Furtado foi incluído na primeira lista de cassados, perdendo seus direitos políticos por dez anos.

Em meados de abril de 1964 foi para Santiago do Chile, a convite do Instituto Latino-Americano Para Estudos de Desenvolvimento (ILDES), ligado à CEPAL. Em setembro do mesmo ano mudou-se para New Haven, nos Estados Unidos, assumindo o cargo de pesquisador graduado do Instituto de Estudos do Desenvolvimento da Universidade de Yale. No ano seguinte se mudou para a Paris, onde foi professor efetivo, por vinte anos, de Economia do Desenvolvimento e Economia Latino-Americana na Faculdade de Direito e Ciências Econômicas da Sorbonne, dedicando-se também a atividades de ensino e pesquisa nas universidades de Yale, American University e Columbia, nos Estados Unidos, e de Cambridge, na Inglaterra. Na década de 1970 viajou a diferentes países seja em missão das Organização das Nações Unidas, seja como conferencista ou professor-visitante, e dedicou-se intensamente à redação e publicação de livros. Nos meados dessa década, separou-se de sua primeira mulher.

Foi beneficiado pela anistia decretada em agosto de 1979. Com a Anistia, em 1979, retornou à militância política no Brasil, que passou a visitar com freqüência. Conciliou esta atividade com suas tarefas acadêmicas como diretor de pesquisas da École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris. Em 1978 casou-se com sua segunda esposa, a jornalista e tradutora Rosa Freire d'Aguiar, com quem conviveu até final de sua vida.

Em 1981 filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Em 1985 foi convidado a participar da Comissão do Plano de Ação do governo Tancredo Neves, e logo em seguida é nomeado Embaixador do Brasil junto à Comunidade Econômica Européia, mudando-se para Bruxelas. De 1986 a 1988 foi ministro da Cultura do governo José Sarney, quando criou a primeira legislação de incentivos fiscais à cultura. Nos anos seguintes, retomou a vida acadêmica e participou de diferentes comissões internacionais. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1997.

Faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de novembro de 2004.

No dia 25 de setembro de 2009 foi inaugurada a Biblioteca Celso Furtado contendo os 7542 livros que pertenceram ao autor.

O Subdesenvolvimento

Celso Furtado faz parte dos pensadores brasileiros que consideram o subdesenvolvimento como uma forma de organização social no interior do sistema capitalista, sendo contrário à idéia de que seja uma etapa para o desenvolvimento, como podem sugerir os termos de país "emergente" e "em desenvolvimento". Na verdade, o subdesenvolvimento é um processo estrutural específico e não uma fase pela qual tenham passado os países hoje considerados desenvolvidos.

Os países subdesenvolvidos tiveram, segundo Celso Furtado, um processo de industrialização indireto, ou seja, como consequência do desenvolvimento dos países industrializados. Este processo histórico específico do Brasil criou uma industrialização dependente dos países já desenvolvidos e, portanto, não poderia jamais ser superado sem uma forte intervenção estatal que redirecionasse o excedente, até então usado para o Consumo Conspícuo das classes altas, para o setor produtivo. Note-se que isto não significava uma transformação do sistema produtivo por completo, mas um redirecionamento da política econômica e social do país que levasse em conta o verdadeiro desenvolvimento social.

História do Brasil

Na tentativa de explicar as causas do subdesenvolvimento brasileiro, Celso Furtado analisou a história do país considerando o modelo centro-periferia, muito comum no pensamento econômico da CEPAL. Celso Furtado defendia que o Brasil era periferia em relação ao centro, composto por países europeus e pelos Estados Unidos, até o fim do Ciclo do Café. Por consequência, o dinamismo do país era desproporcionalmente dependente das condições econômicas do centro. Além desse desequilíbrio, o Brasil possuía uma lógica social e econômica própria na qual uma economia de subsistência e com muito baixa produtividade existia ao lado de uma economia altamente dinâmica voltada à exportação. A relação entre as duas caracterizou os diferentes ciclos do país: Ciclo da Cana-de-Açúcar, Ciclo do Ouro e Ciclo do Café. Esse último permitiu o início de um forte processo de industrialização no país. No entanto, por conta de sua posição de periferia e o desequilíbrio entre suas duas "economias" internas, o Brasil teve que constantemente enfrentar dois grandes problemas: inflação e desigualdade de renda.

Academia Brasileira de Letras

Foi eleito a 7 de agosto de 1997, como oitavo ocupante da cadeira 11, que tem por patrono Fagundes Varela, tomou posse a 31 de outubro deste mesmo ano, saudado pelo acadêmico Eduardo Portella.

Em seu discurso de posse, registrou:

"O fundador desta Cadeira número 11 foi um antepassado meu, Lúcio Furtado de Mendonça , de quem possivelmente herdei os pendores memorialísticos, o gosto mal sucedido pela ficção literária e uma irreprimível sensibilidade social. Esse socialista declarado empenhou-se na criação desta Academia e certamente a ele mais do que a ninguém devemos a existência desta nobre Instituição."

Fonte: Wikipédia

Mário Garófalo

MÁRIO MIGUEL NICOLA GARÓFALO
(84 anos)
Radialista e Jornalista

* Fortaleza, CE (16/06/1920)
+ Brasília, DF (27/09/2004)

Mario Miguel Nicola Garófalo, filho dos italianos José Garófalo e Inês Bisceglia Garófalo, nascido em Fortaleza, Ceará em 16/06/1920.

Jornalista profissional desde 1946, como repórter do jornal Correio da Noite no Rio de Janeiro e criador da rádio-reportagem, no Brasil, pela Emissora Continental, no Rio de Janeiro, em 1948.

Foi diretor do Observatório Astronômico, da Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, no Rio Janeiro, de 1957 à 1959. Membro da bancada de imprensa da Câmara dos Deputados de 1946 a 1970. Decano da Sala de Imprensa da Presidência da República desde 1946.

Em 1950 foi o primeiro e único rádio-repórter a acompanhar a primeira grande peregrinação brasileira com 1.500 passageiros a bordo do navio auxiliar de guerra Duque de Caxias de onde fazia transmissões diárias para o Brasil. Nessa mesma viagem, também transmitiu do cemitério militar brasileiro em Pistoia, Itália, a visita dos participantes da peregrinação brasileira à Roma.

Mário e o Papa João Paulo II
Em Roma transmitiu o encontro da peregrinação brasileira com S. S. o Papa Pio XII. Nessa mesma ocasião conseguiu fazer uma entrevista radiofônica com o mesmo Papa Pio XII.

No Congresso Internacional de Propaganda e Marketing realizado em New York em 1986, foi declarado numa das conferências pronunciadas naquele congresso pelo Srº Duailibe que o maior anúncio comercial radiofônico no rádio já feito, em todo mundo, foi feito pelo repórter Mario Garofalo em 31 de janeiro de 1951, quando transformou o presidente Getúlio Dorneles Vargas no dia de sua posse, em garoto-propaganda das Casas Gebara pela cadeia formada pela Agência Nacional, com todas as rádios do Brasil.

Convidado e intimado pelo presidente Juscelino Kubitschek, participou da Caravana de Integração Nacional, inaugurando a estrada de rodagem Belém–Brasília em janeiro 1960, prosseguindo até Porto Alegre, RS, atravessando o Brasil, pela primeira vez, do Norte ao Sul.

No dia 21 de abril de 1960, foi a primeira imagem e voz a sair de Brasília para o Brasil fazendo a transmissão da inauguração da nova capital do Brasil, pela TV Tupi Rio e Rádio Tupi, únicas emissoras naquela transmissão, através da mais extensa rede de microondas já feita no mundo.

Mário Garófalo e Juscelino Kubitschek
Foi diretor geral do Correio Braziliense e da TV Brasília de 1960 à 1965 e ajudou na criação e ensino do curso de astronomia na Universidade de Brasília de 1964 à 1969. Também foi editor do jornal Vanguarda de Brasília da Associação Comercial do Distrito Federal.

Mário Garófalo foi oficial de informações da Organização dos Estados Americanos (OEA) na década de 1970.

Como repórter conheceu quase todo o Brasil, além de outros países e recebeu o título de Pioneiro da Capital Federal no 19º aniversário de Brasília, em 1979.

Mário Garófalo é detentor de várias medalhas, placas de prata, diplomas, troféus e comendas de vários países. Foi fundador e diretor presidente da Brasília Super Rádio FM, que transmite em 89,9 MHz, há vários anos no ar.

Mario Garófalo e Lúcia Batista Garófalo
Recebeu em grande solenidade no Palácio do Planalto das mãos de sua excelência o presidente da República entre 27 personalidades brasileiras a comenda da Ordem do Mérito Cultural do Brasil, tendo sido o único do Distrito Federal, em novembro de 1999.

Era casado com Lúcia Batista Garófalo, segundo casamento, por 28 anos, e tem um filho, Mário Antonio, do primeiro casamento

Mário Garófalo faleceu em 27/09/2004 às 02:00 hs., no Hospital Santa Lúcia em Brasília vítima de Falência Múltipla dos Órgãos

Lélia Abramo

LÉLIA ABRAMO
(93 anos)
Atriz e Militante Política

☼ São Paulo, SP (08/02/1911)
┼ São Paulo, SP (09/04/2004)

Lélia Abramo foi uma importante atriz, sindicalista e militante política brasileira, nascida em São Paulo, SP, no dia 08/02/1911.

Filha dos imigrantes italianos, Afra Yole Scarmagnan, natural de Monselice e de Vicenzo Abramo, nascido em Torraca, Lélia Abramo viveu na Itália entre os anos de 1938 e 1950, tendo sofrido as privações da Segunda Guerra Mundial. Junto aos seus irmãos, o artista plástico Lívio AbramoBeatriz Abramo, os jornalistas Athos AbramoFúlvio Abramo e Cláudio Abramo.

Fez parte de uma família que teve grande presença na história brasileira, tanto na militância política como na arte. Sua mãe Afra Yole era filha de Bartolomeu Scarmagnan, militante anarco-sindicalista e organizador da Greve Geral de 1917 em São Paulo.

Participou dos primeiros momentos de fundação da Oposição de Esquerda no Brasil, sempre se assumindo como uma simpatizante do trotskismo junto com Mário Pedrosa.


Eduardo Maffei, militante comunista registra participação de Lélia Abramo na Frente Única Antifascista (FUA) trocando tiros com os integralistas na Praça da Sé, em 1934. Em suas memórias Lélia Abramo afirma ter apenas portado "pedaços de pau".

Lélia Abramo foi também militante e fundadora do Partido dos Trabalhadores (PT), tendo assinado a ata de fundação com Mário Pedrosa, Manuel da Conceição, Sérgio Buarque de Holanda, Moacir Gadotti e Apolônio de Carvalho.

Foi uma personalidade presente em diversos momentos da vida política brasileira, como as Diretas Já.

Participou de 27 telenovelas, 14 filmes e 23 peças de teatro, tendo convivido com grandes nomes do teatro paulista, como Gianni Ratto e Gianfrancesco Guarnieri , com quem estreou nos palcos em 1958 em "Eles Não Usam Black-Tie".

Na TV é lembrada pela matriarca Januária Brandão em "Pai Herói" (1979), Mama Vitória em "Pão Pão, Beijo Beijo" (1983) e Bibiana na minissérie "O Tempo e o Vento" (1985).


Sua militância política custou-lhe a carreira televisiva, pois passou a ser ignorada pela TV Globo, em razão de ter assumido a presidência do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do estado de São Paulo, a partir de 1978, tendo sido a primeira chapa de oposição a tornar-se vitoriosa dentro do período iniciado pela Ditadura Militar Brasileira de 1964.

Esta eleição ganhou as principais páginas dos jornais paulistas da época, apesar da intensa censura, tendo como seus companheiros de diretoria Renato Consorte, Dulce Muniz, Cláudio Mamberti, Robson Camargo, entre outros.

A editora da Fundação Perseu Abramo lançou sua autobiografia em 1997, intitulada "Vida e Arte - Memórias de Lélia Abramo".

Antonio Candido descreve Lélia Abramo:

"Nunca vergou a espinha, nunca sacrificou a consciência à conveniência e desde muito jovem se opôs à injustiça da sociedade. Que sempre rejeitou as vias sinuosas e preferiu perder empregos, arriscar a segurança, sofrer discriminações para poder dizer a verdade e agir com seus pontos de vista…"
(Prefácio Vida e Arte - Memórias de Lelia Abramo)

Lélia Abramo faleceu em São Paulo, SP, no dia 09/04/2004, aos 93 anos, vítima de uma embolia pulmonar.

Carreira

Teatro
  • 1958 - Eles Não Usam Black-Tie ... Romana
  • 1958 - A Mulher do Outro
  • 1959 - Gente Como a Gente
  • 1960 - Mãe Coragem e Seus Filhos
  • 1961 - Raízes
  • 1961 - Pintado de Alegre
  • 1961 - Oscar
  • 1961 - O Rinoceronte
  • 1962 - Yerma
  • 1962 - As Visões de Simone Machard
  • 1963 - Os Ossos do Barão
  • 1964 - Vereda da Salvação
  • 1965 - Os Espectros
  • 1968 - Lisístrata
  • 1968 - Agamenon
  • 1969 - Romeu e Julieta
  • 1975 - Ricardo III
  • 1977 - Pozzo em Esperando Godot
  • 1978 - Hospí(cio)tal
  • 1985 - A Mãe

Televisão
  • 1990 - A História de Ana Raio e Zé Trovão ... Lúcia
  • 1990 - Fronteiras do Desconhecido
  • 1986 - Mania de Querer ... Margô
  • 1985 - O Tempo e o Vento ... Bibiana
  • 1983 - Pão Pão, Beijo Beijo ... Mama Vitória
  • 1982 - Avenida Paulista ... Bebel
  • 1979 - Pai Herói ... Januária Brandão
  • 1976 - O Julgamento ... Felícia
  • 1975 - Um Dia, o Amor ... Lucinha
  • 1973 - Os Ossos do Barão ... Bianca Ghirotto
  • 1972 - Uma Rosa Com Amor ... Amália
  • 1972 - Na Idade do Lobo
  • 1971 - Nossa Filha Gabriela ... Donana
  • 1970 - O Meu Pé de Laranja Lima ... Estefânia
  • 1970 - As Bruxas ... Chiquinha
  • 1969 - Dez Vidas
  • 1968 - O Terceiro Pecado
  • 1967 - Paixão Proibida
  • 1966 - Redenção ... Carmela
  • 1966 - Calúnia ... Sarah
  • 1965 - Um Rosto Perdido ... Irmã Rosa
  • 1965 - Os Quatro Filhos
  • 1964 - Prisioneiro de um Sonho
  • 1964 - João Pão
  • 1963 - Gente Como a Gente
  • 1961 - A Muralha

Cinema
  • 1994 - Mil e Uma
  • 1992 - Manôushe
  • 1983 - Janete
  • 1981 - Eles Não Usam Black-Tie
  • 1979 - Maldita Coincidência
  • 1975 - Joanna Francesa
  • 1974 - O Comprador de Fazendas
  • 1970 - Beto Rockfeller
  • 1970 - Cleo e Daniel
  • 1968 - O Quarto
  • 1967 - O Caso dos Irmãos Naves
  • 1967 - O Anjo Assassino
  • 1964 - Vereda de Salvação
  • 1960 - Cidade Ameaçada

Prêmios

  • 1958 - Saci
  • 1958 - APCA
  • 1958 - Governador do Estado
  • 1958 - Círculo Independente de Críticos Teatrais do Rio de Janeiro
  • 1958 - Associação Brasileira de Críticos Teatrais
  • 1964 - Roquete Pinto
  • 1975 - Associação Paulista de Críticos de Arte
  • 1976 - Governador do Estado de Melhor Atriz

Fonte: Wikipédia