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Guilherme Corrêa

GUILHERME FLORES DA CUNHA CORRÊA
(75 anos)
Ator

* Quaraí, RS (29/10/1930)
+ Rio de Janeiro, RJ (02/02/2006)

Guilherme Corrêa desde cedo apaixonou-se por teatro. Estreou como amador em 1948, quando estudava no Colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre.

Em 1953, fez sua estréia profissional na na Cia Nicette Bruno e Paulo Goulart, na peça "Weekend", com direção de Antunes Filho, ganhando o Prêmio Governador do Estado de Ator Revelação.

Trabalhou no Teatro Brasileiro de Comédia Companhia Nydia Licia - Sergio Cardoso. Fez Teatro de Revista com Lilian Fernandes e Colé Santana.

No teatro viveu diversos sucessos como: "Marido Matriz e Filial e Lá", "Um Edifício Chamado 200", "Feira de Adultério", "Se", "Camas Redondas, Casais Quadrados", "O Analista de Bagé", "A Nonna", "Estrela Dalva", "Trair e Coçar é Só Começar" e "Violetas na Janela", adaptação do livro psicografado por Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, onde participou como diretor e ator por sete anos.

Na televisão, Guilherme Corrêa estreou no Teatro da Juventude, na TV Tupi. O programa se chamava "Grande Teatro Infantil". Participou também do "Grande Teatro Tupi", em peças importantes como "Anjos Sem Asas" e "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues. Participou ainda inúmeras vezes do Teatro Record.

Em 1955 ele conquistou sucesso com o peão gaúcho do programa "Feira de Sorocaba", da TV Record.

Na década de 70, Guilherme Corrêa participou de todas as emissoras de televisão. No SBT esteve nas produções "Cavalo Amarelo" e "Dulcinéia Vai à Guerra". Na TV Tupi ele fez parte do elenco de "A Viagem". Na TV Manchete participou do sucesso "Dona Beija". Na Rede Globo participou de várias novelas, como "Rei do Gado", "Por Amor" e "Suave Veneno". Um de seus últimos trabalhos foi como o Padre José da minissérie "Aquarela do Brasil" (2000).

Sua carreira extensa inclui também participações em filmes brasileiros, com destaque para sua participação em "Bem Dotado, o Homem de Itu".

Guilherme Corrêa morreu aos 75 anos, no Rio de Janeiro, vítima de um infarto agudo do miocárdio. Era casado com atriz Ana Rosa, com quem teve duas filhas e adotou outras duas.

Telê Santana

TELÊ SANTANA DA SILVA
(74 anos)
Jogador de Futebol e Técnico

* Itabirito, MG (26/07/1931)
+ Belo Horizonte, MG (21/04/2006)

Foi um dos mais importantes treinadores da história do futebol brasileiro. Após perder duas Copas do Mundo no comando da Seleção Brasileira de Futebol, amargou por muito tempo a fama de pé-frio. Mesmo assim, em pesquisa realizada pela revista esportiva Placar, nos idos dos anos 1990, foi eleito por jornalistas, jogadores e ex-atletas o maior treinador da história da Seleção Brasileira de Futebol.

A partir de 1990 até o início de 1995, comandou o São Paulo Futebol Clube, conquistando duas vezes a Taça Libertadores da América e o Mundial Interclubes.

É considerado o maior treinador são-paulino em todos os tempos e um dos idolos do clube, sendo apelidado pela torcida com a alcunha de Mestre Telê.

Como jogador, é ícone do Fluminense pela intensa dedicação que ofereceu ao seu clube do coração — que valeu-lhe o apelido Fio de Esperança - onde também começou a sua vitoriosa carreira de treinador de futebol.

Até hoje é o técnico que mais dirigiu o Atlético Mineiro em jogos oficiais.

Biografia

Esteve à frente da Seleção Brasileira de Futebol nas copas de 1982 e 1986.

Encerrou a carreira no São Paulo, depois de ter levado o time a suas maiores conquistas na primeira metade dos anos 1990.

Como jogador não chegou à Seleção Brasileira por concorrer com jogadores como Julinho Botelho e Mané Garrincha, nos anos 1950 e 1960.

Começou no Itabirense Esporte Clube, cuja sede situava-se próximo a sua casa, e depois jogou no América de São João del-Rei de onde saiu para jogar no Fluminense.

Fluminense

Pelo Fluminense iniciou sua carreira sendo campeão de juvenis em 1949 e 1950 e promovido para os profissionais em 1951. A partir daí despontou seu melhor futebol e conseguiu suas maiores conquistas como atleta. Foi um dos primeiros pontas no futebol brasileiro a voltar para marcar no meio.

A sua contratação pelo Fluminense se deu após fazer um teste contra o Bonsucesso e fazer cinco gols, referendada então pelo diretor de futebol do Fluminense daquela época, nada menos que outro ícone histórico deste clube, primeiro capitão e em 1930 o autor do primeiro gol da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, João Coelho Netto, o Preguinho.

Com a camisa do Fluminense jogou 557 partidas e marcou 162 gols, sendo o terceiro jogador que mais atuou pelo clube tricolor e seu terceiro maior artilheiro.

O Fio de Esperança

Quando Telê era jogador, tinha o apelido de Fio de Esperança, que recebeu após um concurso entre os torcedores promovido pelo jornalista Mário Filho, então diretor do Jornal dos Sports.

O concurso tinha surgido como idéia do dirigente tricolor Benício Ferreira. Na época, Telê tinha os apelidos pejorativos de Fiapo e Tarzan das Laranjeiras, em função de seu corpo franzino. O dirigente achava que o jogador merecia algo mais honroso e deu a idéia ao amigo Mário Filho, que criou o concurso com o tema "Dê um slogan para Telê Santana e ganhe 5 mil cruzeiros".

Ao seu final, mais de quatro mil sugestões tinham sido enviadas à redação do jornal. José Trajano conta que seu pai participou do concurso propondo o apelido A Bola. Três leitores acabaram empatados no primeiro lugar na votação final, com as alcunhas El Todas, Big Ben e Fio de Esperança. Foi a última que caiu no gosto dos torcedores tricolores.

Telê se transferiu do Fluminense para o Guarani por conta do presidente histórico do bugre, o carioca Jaime Silva, ser torcedor do clube carioca e ter influenciado os dirigentes cariocas a permitirem a sua transferência para Campinas.

Telê deu mais uma demonstração de amor ao Fluminense, quando já no final de sua carreira como jogador, atuando pelo Madureira marcou o único gol de sua equipe na derrota por 5 a 1 para o Fluminense. Embora aquele gol não tenha influenciado no resultado, Telê chorou ao final da partida por ter feito um gol em seu clube do coração.

Treinador

Com uma visão particular de futebol, formada nos muitos anos de trabalho no Fluminense, em que não acreditava em ganhar por ganhar ou ganhar a qualquer custo, era um intransigente defensor de um futebol diferenciado e disciplinador exigente, que exigia de seus comandados uma postura profissional dentro e fora dos campos. Foi este futebol que transformou Telê em Mestre, no comando do time do São Paulo que conquistou vários títulos no início da década de 1990. Ganhou um total de onze títulos, incluíndo um Campeonato Brasileiro, duas Libertadores da América e dois Campeonatos Mundiais.

Após encerrar a carreira como jogador, foi aproveitado como técnico e acabou marcando uma época de glórias e estigmas. Começou na categoria de juvenis (atual juniores) do Fluminense, sendo campeão carioca em 1968. Em 1969 foi promovido a técnico do time profissional, sendo campeão carioca e formando a base do time campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970.

Lá também brigou pelos direitos de seus jogadores, que eram obrigados a entrar e sair do clube pela porta dos fundos. Depois de uma reunião à noite com dirigentes, pediu que abrissem a porta dos fundos para ele. Responderam que ele não era jogador e podia sair pela entrada social, mas Telê recusou-se e pulou o muro, porque não achou ninguém para abrir a porta dos fundos. "Eu disse que também fui jogador e que o aviso servia para mim também", contou, anos mais tarde.

Curiosamente, o mesmo time do Fluminense disputou a final contra o Atlético Mineiro, na época dirigido por Telê, que seria Campeão Mineiro em 1970 e Campeão Brasileiro em 1971. Em 1973 passou pelo São Paulo, mas foi afastado ao entrar em conflito com os ídolos Paraná e Toninho Guerreiro.

Em 1977, dirigiu o histórico time do Grêmio, levando-o a recuperar a hegemonia do Campeonato Gaúcho após oito anos de domínio do Internacional. Após ganhar fama de bom treinador de clubes, com mais uma passagem marcante, agora pelo Palmeiras, em 1979, quando fez um time sem estrelas realizar belos jogos, foi contratado para ser técnico da Seleção Brasileira.

Como treinador da Seleção na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, encantou o mundo com um futebol bonito e envolvente, aclamado como o melhor da época. Reconhecendo que privilegiava a técnica, escalou uma esquadra com jogadores como Zico, Sócrates e Falcão entre outros grandes jogadores.

Nem assim sua seleção foi uma unanimidade, pois muitos - inclusive o humorista Jô Soares, que criou o bordão "Bota ponta, Telê!" - cobravam a presença de um ponta direita no time.

"Eu me aborrecia um pouco com isso", contou Telê mais de vinte anos depois. "O time buscava ocupar o espaço ali na direita. Se eu tivesse um grande ponta, como o Garrincha, é lógico que ele iria jogar. Comigo sempre jogam os melhores". Mesmo assim, não conseguiu o almejado título, deixando o comando da Seleção.

Retornou para a Copa do Mundo de 1986, no México, como grande esperança brasileira de levantar a taça. Desta vez, buscando valorizar a experiência, montou um time não tão vibrante, com jogadores remanescentes de 1982, alguns já em fim de carreira. Criticado anteriormente por não exigir muita disciplina dos jogadores, voltou mais vigilante, o que resultou no corte da principal revelação do time, o ponta-direita do Grêmio Renato Gaúcho, quando este chegou tarde à concentração, fato que levou o melhor amigo do jogador, o lateral Leandro, a pedir para também sair da equipe.

Perdeu a Copa invicto, em uma disputa de pênaltis contra a França. Telê então foi marcado com a pecha de pé-frio por parte da imprensa brasileira, reforçada até por uma capa da Revista Placar no ano seguinte, quando o Atlético Mineiro treinado por ele foi eliminado nas semi-finais da Copa União depois de passar invicto pela primeira fase.

Em maio de 1990, Telê assumiu o Palmeiras, na época da fase final do Campeonato Paulista, o Palmeiras foi eliminado terminando em quarto na classificação geral, e em segundo no seu grupo da fase final, atrás apenas do Novorizontino por causa de um empate com a Ferroviária em 0x0 no Palestra Itália ficando um ponto atrás do Novorizontino. Por causa disso, a torcida fez um grande quebra-quebra na sala de troféus do clube. Chega o Campeonato Brasileiro, e Telê se demite após uma derrota em casa para o Bahia por 2x1. Ele se demitiu também pelo fato de na época, o Palmeiras só ter conseguido apenas uma vitória no campeonato, contra o Internacional, vitória de 1x0 para o Palmeiras, gol de Betinho.

Chegou ao tricolor paulista em outubro de 1990 e encontrou um time que três meses antes tinha tido um desempenho pífio no Campeonato Paulista, com seu principal jogador, Raí, no banco e ocupando posição intermediária no Campeonato Brasileiro. O time recuperou-se a ponto de chegar à final, ficando com o vice-campeonato frente ao Corinthians, o que serviu para mais uma vez trazer à tona a fama de pé-frio. Mas com Telê, Raí e outros jogadores, como o lateral direito estreante Cafu, foram ganhando confiança e evoluíram, ajudando o São Paulo a conquistar o Campeonato Brasileiro de Futebol de 1991, enterrando de vez a fama de azarado.

Com o título paulista conquistado no mesmo ano, passou a ser o único técnico brasileiro a ter conquistado os quatro principais campeonatos estaduais do País (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul).

Títulos Como Jogador

Campeonato Carioca de Juvenis (1949 e 1950)
Campeonato Carioca (1951, 1959)
Copa Rio (Internacional) (1952)
Torneio Início (1954 e 1956)
Torneio Rio-São Paulo (1957, 1960)

Títulos Como Treinador

Campeonato Carioca de Juvenis(atual Juniores) (1968)
Taça Guanabara (1969, 1989)
Campeonato Carioca (1969)
Campeonato Mineiro (1970 e 1988)
Campeonato Gaúcho (1977)
Campeão Árabe (1983)
Copa do Rei Árabe (1984)
Copa do Golfo (1985)
Campeonato Brasileiro (1971 e 1991)
Campeonato Paulista (1991 e 1992)
Copa Libertadores da América (1992 e 1993)
Mundial Interclubes (1992 e 1993)
Recopa Sul-Americana (1993 e 1994)
Supercopa dos Campeões da Libertadores (1993)

Morte

Após sofrer uma Isquemia Cerebral em janeiro de 1996, teve que abandonar o futebol e viu a sua saúde debilitar-se bastante, com problemas na fala e na locomoção, entre outros. Apesar de debilitado, acreditava que poderia voltar a trabalhar e, nos dias de mau humor, culpava a família por "impedi-lo". No começo de 1997, chegou a fechar contrato para ser o técnico do Palmeiras, mas seus problemas de saúde impediram que ele assumisse o cargo.

No dia 21 de abril de 2006, depois de ficar por cerca de um mês internado devido a uma infecção intestinal, que desencadeou uma série de outras complicações, o Mestre Telê Santana faleceu em Belo Horizonte.

Fonte: Wikipédia

Aldemir Martins

ALDEMIR MARTINS
(83 anos)
Artista Plástico, Ilustrador, Pintor e Escultor

☼ Ingazeira, CE (08/11/1922)
┼ São Paulo, SP (05/02/2006)

Aldemir Martins foi um artista plástico brasileiro, ilustrador, pintor e escultor autodidata, de grande renome e fama no Brasil e no exterior, nascido em Ingazeira, CE, no dia 08/11/1922.

A natureza e a gente do Brasil são os temas mais freqüentes da obra do artista plástico cearense Aldemir Martins. Em seus desenhos, gravuras e quadros, vêem-se cangaceiros, galos, peixes, gatos, frutas e paisagens têm a marca registrada da brasilidade, nos traços fortes e nas cores vibrantes, em que se mesclam influências cubistas e fauvistas, resultando num estilo muito peculiar e original.

Desde menino, Aldemir dedicou-se ao desenho. No colégio militar, tornou-se monitor de desenho de sua classe e, no Exército, ao qual serviu entre 1941 e 1945, venceu um concurso das oficinas de material bélico, recebendo a curiosa patente de Cabo Pintor.

Ainda no início dos anos 1940, Aldemir Martins agitou os meios artísticos cearenses, criando com Mário Barata e Antônio Bandeira, entre outros, o Grupo Artys e a Sociedade de Artistas Plásticos (SCAP). Nessa época, fez sua primeira exposição, no 2º Salão de Pintura do Ceará e trabalhou como ilustrador em jornais de Fortaleza.


Ao dar baixa do serviço militar, em 1945, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde participou de uma coletiva do Salão Nacional de Belas Artes e começou a ganhar renome nacional. No ano seguinte, mudou-se para São Paulo e realizou sua primeira individual, na seção paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil.

A partir de 1947, estava nos principais salões de arte do país e recebeu vários prêmios.

Em 1949, fez um curso de história da arte com Pietro Maria Bardi e tornou-se monitor do Museu de Arte de São Paulo (MASP), onde também estudou gravura com Poty Lazzarotto e conheceu sua segunda mulher, Cora Pabst.

Após uma viagem ao Ceará, em 1951, Aldemir Martins decidiu retornar a São Paulo num caminhão Pau-de-Arara. Com essa experiência, iniciou uma série de desenhos de temática nordestina, que caracterizaria sua carreira.


Participou também de importantes mostras competitivas como as duas primeiras Bienais de São Paulo, sendo premiadas em ambas, e na Bienal Internacional de Veneza de 1956, na qual recebeu o Prêmio Internacional de Desenho, sua consagração definitiva.

Aldemir Martins viveu em Roma entre 1960 e 1961, mas depois retornou a São Paulo, onde permaneceu até o fim da vida.

Vale a pena ressaltar que, como artista, nunca se acomodou, não recusando a inovação, nem limitando sua obra, mas surpreendendo pela constante experimentação. Trabalhou sobre suportes diversos, como caixas de charuto, telas de linho, de juta e de tecidos variados.

Muitos de seus desenhos e pinturas foram reproduzidos em produtos industrias como pratos, bandejas, xícaras e embalagens. Além disso, foram usadas na abertura da telenovela "Gabriela, Cravo e Canela", baseada na obra de Jorge Amado.

Morte

Aldemir Martins faleceu no domingo, 05/02/2006, por volta das 19h30, aos 83 anos, vítima de um infarto em sua casa no bairro do Ibirapuera, em São Paulo, SP. Ele chegou a ser levado ao Hospital São Luís, onde morreu.

O corpo de Aldemir Martins foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo desde às 2h30 da madrugada de segunda-feira, 06/02/2006. O enterro aconteceu às 16hs, no Cemitério Campo Grande, em Santo Amaro, São Paulo, SP.

Segundo seu genro, "foi uma morte quase natural, de insuficiência cardíaca. Ele estava muito velhinho já e tinha sido internado várias vezes no ano passado".

Braguinha

CARLOS ALBERTO FERREIRA BRAGA
(99 anos)
Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (29/03/1907)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/12/2006)

Braguinha foi um compositor brasileiro, famoso pelas suas marchas de carnaval, conhecido também por João de Barro.

Braguinha estudava Arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes e resolveu adotar o pseudônimo de João de Barro, justamente um pássaro arquiteto, porque o pai não gostava de ver o nome da família circulando no ambiente da música popular, mal visto na época. Pseudônimo este que adotou quando integrou o Bando dos Tangarás, ao lado de Noel Rosa, Alvinho e Almirante.

Em 1931 resolveu deixar a Arquitetura e dedicar-se à composição.

No carnaval de 1933, conseguiu os primeiros grandes sucessos com as marchas "Moreninha da Praia" e "Trem Blindado", pouco antes do fim do Bando dos Tangarás, ambas interpretadas por Henrique Foréis Domingues, mais conhecido como Almirante, que se casou no ano seguinte com sua irmã Ilka.

Suas composições são conhecidas e cantadas por todos os brasileiros: "Pirata da Perna de Pau", "Chiquita Bacana", "Touradas de Madri", "A Saudade Mata a Gente", "Balancê", "As Pastorinhas", "Turma do Funil" e muitas outras.


Sua musicografia completa, inclusive com versões e músicas infantis, passa dos 420 títulos, uma das maiores e de mais sucessos de nossa música popular.

Em 1937, fez letra para uma das composições mais gravadas da música popular brasileira, o samba-choro "Carinhoso", feito por Pixinguinha vinte anos antes.

Lançado por Orlando Silva"Carinhoso" recebeu mais de cem gravações a partir de então, tais como Dalva de Oliveira, Isaura Garcia, Ângela Maria, Gilberto Alves, Elis Regina, João Bosco e outros.

Na década de 40, passou a fazer dublagens para produções cinematográficas realizadas por Walt Disney.

Os parceiros mais constantes foram Alberto Ribeiro, médico homeopata e grande amigo, Alcyr Pires Vermelho, Antônio Almeida e Jota Júnior.

Braguinha morreu aos 99 anos, em 24/12/2006, vítima de falência múltipla dos órgãos provocada por infecção generalizada.

Discografia

  • 1929 - Para Vancê / Coisas da Roça (Parlophon, 78)
  • 1929 - Desengano / Assombração (Parlophon, 78)
  • 1929 - Salada (Parlophon, 78)
  • 1930 - Não Quero Amor Nem Carinho (Parlophon, 78)
  • 1930 - Dona Antonha (Parlophon, 78)
  • 1930 - Minha Cabrocha / A Mulher e a Carroça (Parlophon, 78)
  • 1930 - Quebranto (Parlophon, 78)
  • 1931 - Mulata (Parlophon, 78)
  • 1931 - Cor de Prata / Nega (Parlophon, 78)
  • 1931 - Tu Juraste... Eu Jurei / Vou à Penha Rasgado (Parlophon, 78)
  • 1931 - Samba da Boa Vontade / Picilone (13.344 78)
  • 1932 - O Amor é Um Bichinho / Lua Cheia (Parlophon, 78)
  • 1972 - João de Barro (RCA Victor, LP)
  • 1983 - João de Barro e Coisas Nossas (Funarte, LP)
  • 1998 - Yes, Nós Temos Braguinha (Funarte / Atração, CD)
  • 199 - João de Barro (Braguinha)­ - Nasce Um Compositor (Revivendo, CD)
  • 2000 - João de Barro - A Música do Século, Por Seus Autores e Intérpretes (SESC São Paulo, CD)

Fonte: Wikipédia

Robertinho do Acordeon

JOSÉ CARLOS FERRAREZI
(66 anos)
Acordeonista

* Lucélia, SP (09/01/1939)
+ São Paulo, SP (03/01/2006)

Desde criança, ouvia música caipira nos alto-falantes das praças de Lucélia, SP, onde nasceu e se criou. Neto e sobrinho de músicos (seu avô regia no teatro Scala, e seu tio seria maestro em Guaraçaí), foi matriculado pelo pai na Escola de Música de Armando Patti em Valparaíso, para onde sua família mudara. Não se deu bem com os estudos formais, porém seus professores apostavam em seu talento e em seu "ouvido".

Aos 11 anos, integrou o trio: Palmeirinha, Lenço Verde e Zezinho - ele, o sanfoneiro -, cujo sucesso começou a interferir nos estudos, obrigando o pai a tirá-lo do trio.

Palmeirinha, anos depois, se consagraria como Tião Carreiro, da dupla Tião Carreiro & Pardinho.

Com a mudança da família para São Paulo, em 1951, Robertinho resolveu tentar a sorte em programas de calouros, e foram vários - o "Calouros Piratininga" na Rádio Piratininga, o "Clube Papai Noel" na Rádio Tupi, o "Peneira Rodhine" na Rádio Cultura, entre outros, sempre obtendo o primeiro lugar como instrumentista. No entanto, foi gongado no programa "A Hora do Pato", comandado por Manuel de Nóbrega na antiga Rádio Nacional, o que o fez desistir desse recurso e tentar se profissionalizar.

Robertinho do Acordeon faleceu em 03/01/2006 vítima de um câncer no pulmão.

Ibáñez Filho

IBÁÑEZ LIMA FILHO
(80 anos)
Ator, Diretor e Produtor de TV e Cinema

☼ Santana do Livramento, RS (10/09/1926)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/11/2006)

Ibáñez Lima Filho foi um ator, diretor e produtor de televisão e cinema brasileiro, nascido em Santana do Livramento, RS, no dia 10/09/1926.

Ibáñez Filho iniciou a carreira no filme "O Craque" (1953), de José Carlos Burle.

Em 1995, dirigido por Walter Avancini e Régis Cardoso, fez seu último trabalho, na telenovela "Tocaia Grande".

Ibáñez Filho foi durante alguns anos diretor do Teatro Vila Lobos, em Copacabana, Rio de Janeiro, e diretor de elenco da extinta TV Manchete, tendo participado da captação de novos talentos.

Ibáñez Filho foi casado com a atriz Aracy Cardoso.

Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, no dia 02/11/2006, aos 80 anos.

Carreira

Cinema

  • 1989 - Solidão, Uma Linda História De Amor
  • 1985 - Femmine In Fuga
  • 1983 - Estranho Jogo Do Sexo
  • 1982 - Escalada Da Violência
  • 1982 - Os Três Palhaços E O Menino
  • 1974 - A Viúva Virgem ... Furunga
  • 1966 - Cristo De Lama ... Bodegueiro
  • 1961 - Teus Olhos Castanhos (Roteirista, Produtor e Diretor)
  • 1959 - Depois Do Carnaval ... Gastão
  • 1954 - Destino Em Apuros
  • 1953 - O Craque

Televisão

  • 1995 - Tocaia Grande
  • Fronteiras Do Desconhecido
  • 1988 - O Primo Basílio
  • 1987 - Bambolê ... Flores
  • 1985 - O Tempo E O Vento ... Chico Pinto
  • 1974 - O Espigão

Fonte: Wikipédia

Dante de Oliveira

DANTE MARTINS DE OLIVEIRA
(54 anos)
Engenheiro e Político

* Cuiabá, MT (06/02/1952)
+ Cuiabá, MT (06/07/2006)

Natural do estado de Mato Grosso, ficou nacionalmente conhecido pela autoria de uma emenda constitucional que levou seu nome, propondo o restabelecimento das eleições diretas para presidente da república, num movimento que resultou na campanha das "Diretas Já".

Filho de Sebastião de Oliveira e Maria Benedita Martins de Oliveira, graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ainda na universidade militou no MR8 (Movimento Revolucionário Oito de Outubro) quando o referido movimento já havia optado pela via política ao invés da luta armada contra o Regime Militar de 1964 e a seguir ingressou no MDB. De volta ao seu estado disputou sua primeira eleição em 1976 quando perdeu a eleição para vereador em Cuiabá. Refeito do infortúnio foi eleito deputado estadual em 1978 e com a extinção do bipartidarismo filiou-se ao PMDB sendo eleito deputado federal em 1982 e nessa condição apresentou no ano seguinte uma emenda restabelecendo as eleições diretas para presidente que se realizariam em 15 de novembro de 1984.

Diretas Já

A ideia de apresentar uma emenda restaurando a eleição direta para Presidente da República não é uma atitude que se possa creditar exclusivamente a Dante de Oliveira, entretanto, sua iniciativa ganhou repercussão por ter sido a primeira a não ficar restrita às paredes do Congresso Nacional e ganhou as ruas num momento em que as manifestações pedindo a volta das eleições diretas se multiplicavam pelo país, a começar pelo município pernambucano de Abreu e Lima em 31 de março de 1983, e resultaria num movimento que dominaria a cena política nacional nos meses seguintes unificando as forças da sociedade civil, dos partidos de oposição e atraindo também os dissidentes governistas para o movimento "Diretas Já". Em 26 de novembro de 1983 os dez governadores de oposição subscreveram em São Paulo um manifesto pedindo o restabelecimento das eleições diretas para presidente. O primeiro "comício oficial" pró-diretas teve lugar em Curitiba dia 12 de janeiro de 1984 com a presença de trinta mil pessoas e foi seguido de outros como o realizado na Praça da Sé no dia do aniversário de 430 anos da capital paulista no qual compareceram duzentas mil pessoas.

Receoso quanto aos acontecimentos o governo João Figueiredo exerceu uma forte pressão sobre os parlamentares do PDS para que a emenda não fosse aprovada e segundo um relato de Dante de Oliveira o próprio Tancredo Neves chegou a afirmar que, diante da pressão governamental e da cúpula militar, a emenda não seria aprovada. Ainda assim a cúpula do movimento manteve a campanha nas ruas e às vésperas da votação uma pesquisa do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) apontava que 84% dos entrevistados apoiavam a Emenda Dante de Oliveira. Como último recurso a fim de barrar as diretas, o governo federal enviou ao parlamento a chamada "Emenda Figueiredo" a qual, dentre outras medidas, previa o restabelecimento das eleições diretas apenas em 1988, entretanto nada foi capaz de dissuadir a apreciação da emenda oposicionista que se realizaria em 25 de abril de 1984 e foi cercada de grande expectativa, algo frustrado pela não obtenção do quórum de dois terços dos votos necessários à sua aprovação, pois embora tenha obtido 298 votos favoráveis e apenas 25 votos em sentido contrário, a ausência de 112 deputados federais do PDS (dos quais bastariam apenas 22 votos para que a emenda fosse submetida ao crivo do Senado Federal) pôs fim ao movimento. Tal resultado, porém, acentuou as fissuras no partido governista e abriu o caminho para a vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985.

No Executivo

Encerrado o período militar os brasileiros foram frustrados pela morte de Tancredo Neves e assim a Presidência da República ficou nas mãos de José Sarney cujas medidas de remoção do "entulho autoritário" (leis restritivas que ainda vigiam) previam a realização de eleições diretas nas capitais dos estados, áreas de segurança nacional, instâncias hidrominerais municípios de territórios e municípios recém-criados em 15 de novembro de 1985 e nisso Dante de Oliveira foi eleito prefeito de Cuiabá pelo PMDB, cargo do qual se afastou entre 28 de maio de 1986 e 2 de junho de 1987 quando foi ministro da Reforma Agrária do governo Sarney, e desse modo a capital mato-grossense foi administrada pelo vice-prefeito Estevão Torquato da Silva.

Findo seu mandato, ingressou no PDT e foi candidato a deputado federal em 1990, não conseguindo se eleger. Essa derrota foi revertida em 1992, quando foi eleito para o seu segundo mandato como prefeito de Cuiabá, cargo ao qual renunciou em 1994, meses antes de ser eleito governador de Mato Grosso. Após divergências com sua legenda, ingressou no PSDB e foi reeleito governador em 1998 e, ao deixar o cargo em 2002, perdeu a eleição para senador.

Em 2006 tencionava disputar mais um mandato de deputado federal, mas antes disso veio a falecer em Cuiabá vítima de uma Pneumonia, num quadro agravado pelo Diabetes.

Após sua morte, recebeu várias homenagens, inclusive a Avenida dos Trabalhadores hoje se chama Avenida Governador Dante Martins de Oliveira.

Fonte: Wikipédia

Coronel Ubiratan

UBIRATAN GUIMARÃES
(63 anos)
Coronel da PM e Político

* São Paulo, SP (19/04/1943)
+ São Paulo, SP (09/09/2006)

Foi o responsável pela invasão da Polícia Militar de São Paulo ao Complexo Penitenciário do Carandiru, em 1992. O coronel foi morto em seu apartamento em São Paulo num crime ainda não esclarecido.

Uma briga entre membros de facções rivais no Pavilhão 9 que deveria terminar como mais um tumulto da Casa de Detenção, no complexo do Carandiru, zona norte de São Paulo, acabou se tornando uma rebelião subversiva. Uma intervenção policial, que a promotoria do caso classificou como "desastrosa e mal-preparada", comandada pelo Coronel Ubiratan resultou na morte de 111 detentos. O episódio ficou conhecido como Massacre do Carandiru como a mídia e as organizações dos direitos humanos classificaram.

O coronel foi acusado de homicídio e condenado, em junho de 2001, a 632 anos por 102 das 111 mortes (seis anos por cada homicídio e vinte anos por cinco tentativas de homicídio). No ano seguinte, foi eleito deputado estadual por São Paulo, após a sentença condenatória, durante o trâmite do recurso da setença de 2001. Por este motivo, o julgamento do recurso foi realizado pelo Órgão Especial do TJ, ou seja, pelos 25 desembargadores mais antigos do estado de São Paulo, em 15 de fevereiro de 2006. O Órgão reconheceu, por vinte votos a dois, que a sentença condenatória, proferida em julgamento pelo Tribunal do Júri, continha um equívoco. já que o coronel havia sido atingido e teve que ser hospitalizado durante a retomada do presídio. Essa revisão acabou absolvendo o réu.

Observou-se o paralelismo (simetria) entre as regras previstas na Constituição Federal e na Constituição do Estado de São Paulo e, por este motivo, o foro especial ao deputado estadual é considerado constitucional.

Vida Política

Transformado num nome conhecido do grande público após o massacre, Ubiratan entrou na política. Ele tomou posse como suplente de deputado estadual pelo PSD, por duas vezes: de janeiro de 1997 a abril de 1998 e de janeiro a março de 1999, sendo eleito posteriormente (com o número 14111) deputado estadual por São Paulo com 56.155 votos, em 2002.

Foi membro das CPIs do Crime Organizado e da Favela Naval. Estava em seu segundo mandato e era membro das Comissões de Segurança Pública e Administração Pública e presidia a Comissão de Assuntos Municipais. Considerado como uma figura importante na defesa da venda de armas aos cidadãos, no referendo sobre o desarmamento de 2005. Ubiratan também era visto por dirigentes de seu partido como grande "puxador" de votos para a bancada da bala.

Na Assembléia Legislativa de São Paulo, o coronel atuou em defesa da valorização do policial e seu discurso ganhou ainda mais força depois das ondas de ataques do crime organizado em São Paulo, orquestrados pelo Primeiro Comando da Capital.

No lugar do coronel, assumiu a suplente na chapa, Edir Sale, do PL, partido coligado ao PTB em São Paulo.

Morte

Por volta das 22h30min de 10 de setembro de 2006, um dos assessores de Ubiratan o encontrou morto, com um tiro, em seu apartamento nos Jardins, em São Paulo. Aparentemente não havia sinais de luta corporal no local, e a porta dos fundos estava apenas encostada.

O corpo do coronel estava deitado de barriga para cima, coberto apenas por uma toalha. O tiro acertou a parte debaixo do mamilo direito e saiu pelas costas.

Na madrugada do dia 11 de setembro, a perícia suspeitava que o crime teria ocorrido entre a noite de sábado e a madrugada de domingo. Na tarde do mesmo dia, a Polícia Civil já estimava que o crime teria ocorrido provavelmente na noite de sábado.

O corpo de Ubiratan foi enterrado na tarde do dia 11 de setembro, no Cemitério do Horto Florestal, na zona norte de São Paulo. O cortejo chegou ao cemitério por volta das 17h. Estava prevista a parada na capela, mas a família optou por cancelá-la porque o local não comportaria o número de pessoas que acompanhava a cerimônia.

No muro do prédio onde morava foi pichado "Aqui se faz, aqui se paga", com referência ao Massacre do Carandiru que o Coronel foi o comandante da operação.

Investigações

O homicídio está sendo investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), sob o comando do delegado Armando de Oliveira Costa Filho que ouviu em 11 de setembro cerca de dez depoimentos, entre eles o da então namorada de Ubiratan, a advogada Carla Cepollina, que disse informalmente que esteve com Ubiratan durante a manhã de sábado em uma hípica e que, depois, participaram de um evento político e seguiram para o apartamento do coronel. Ela teria dito também que, por volta das 18h, discutiram, após Ubiratan receber um telefonema. O depoimento formal de Cepollina deve ocorrer no dia seguinte.

Indícios

- A porta da sala estava trancada, mas a porta de serviço estava encostada. Lá a perícia retirou fragmentos de digitais para análise;

- O corpo foi encontrado no tapete da sala, de barriga para cima, enrolado em uma toalha. A carteira não foi levada;

- Havia dois copos contendo bebida alcóolica: um na cozinha; e o outro, no quarto;

- Havia uma mensagem de texto no celular do coronel, que foi recebida às 19h01 por uma pessoa chamada Renatinha;

- Foram recolhidas seis armas da coleção pessoal de Ubiratan. Familiares alegaram a falta de um revólver calibre 38, o mesmo da bala que matou o coronel.

111

O Coronel Ubiratan sempre esteve ligado ao número 111, mas sempre garantiu que o número nada tinha a ver com os 111 mortos do Massacre do Carandiru como ainda se acredita. O coronel defendia que 111 era o número do cavalo que montava nos seus tempos de Regimento de Cavalaria. Nas Eleições 2006, seu número era 14.111, por conta disso, o partido pretende "conservá-lo" como homenagem ao coronel. Coincidentemente, Ubiratan foi sepultado no nº 111 da Rua Luís Nunes, na zona norte da capital paulista.

Fonte: Wikipédia


Helder

HELDER FONTES DE OLIVEIRA
(27 anos)
Jogador de Futebol

☼ Rio de Janeiro, RJ (02/05/1979)
┼ Natal, RN (20/06/2006)

Helder Fontes de Oliveira foi um jogador brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 02/05/1979. Iniciou sua carreira nas categorias de base do Vasco da Gama, tornando-se profissional em 1999.

Foi emprestado ao Santa Cruz em 1999 e voltou ao Vasco no mesmo ano. Passou ainda pelo Avaí em 2001 e por Bangu, Santa Cruz novamente, Ceará e América de Natal.

Foi enquanto estava atuando pela equipe potiguar que veio a falecer. Helder foi encontrado morto em seu flat localizado em Natal, RN. O seu corpo foi encontrado pelo então companheiro de clube, Paulinho Kobayashi, por volta das 19h20, do dia 20/06/2006.

Na ocasião foi diagnosticado uma embolia pulmonar como causa do seu falecimento.

Aristeu Nogueira

ARISTEU NOGUEIRA CAMPOS
(91 anos)
Advogado e Político

☼ Irará, BA (21/01/1915)
┼ Irará, BA (17/05/2006)

Aristeu Nogueira foi um político comunista brasileiro, advogado, membro do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e um dos principais responsáveis pela reorganização do Partido Comunista na Bahia após o levante de 1935, assim como pela sua organização a nível nacional. Dedicou a vida à causa comunista partidária.

Aristeu Nogueira Campos nasceu em Irará, município a 150 km de Salvador, BA, descendente da aristocracia rural local, neto de Pedro Nogueira Portela e filho caçula de Elpídio Nogueira de Campos, primeiros administradores da cidade no século XIX. Sua mãe chamava-se Tereza de Jesus Nogueira e morreu quando o filho tinha apenas 8 anos.

Era uma família proprietária de terras, seu pai era além de comerciante, um político influente com ligações com o poder político da capital do Estado. O casal teve quatro filhos além de Aristeu, que foram, Alberto, Amadeu, Aristarco e Alzira Nogueira Campos.

Em 1929, Aristeu Nogueira muda-se para Salvador para continuar os estudos, fez o curso secundário no Colégio Ipiranga e posteriormente entrou para o curso de Direito na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, hoje Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA), formando-se em 1939.

Ingresso no Partido Comunista Brasileiro

Durante o curso de Direito, Aristeu Nogueira interessa-se pela política, envolvendo-se nas discussões das questões nacionais, ingressando, em 1938, no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Nas palavras do próprio Aristeu:

"Eu, como estudante de Direito, conheci a filosofia marxista, leninista através dos livros de Karl Marx, de Engels e também já com a União Soviética. Então achei que o marxismo leninista era a filosofia mais evoluída, mais desenvolvida e mais realista. Porque era baseada no materialismo dialético (...). Entrei no Partido em 1938 com o advento do Estado Novo, na Ditadura de Getúlio. E pela influência, pelo estudo mesmo do marxismo, eu fui procurando ver o que era a filosofia mais correta, que traduzia melhor o desenvolvimento da sociedade. Eu já tinha uma visão assim do comunismo... Não fui recrutado por ninguém, eu procurei o Partido."

Desde o ingresso de Aristeu Nogueira no Partido Comunista sua atuação foi contundente na organização partidária e liderança, chegando a ser citado em matéria do Jornal O Globo, como "um agente de Moscou na Bahia".

Sendo aconselhado por correligionários a desaparecer, voltou a sua cidade, Irará, onde assumiu o cargo de Delegado Censitário. Começou também a advogar e foi editor do jornal local. Já tinha tido uma experiência anterior com a imprensa, em Salvador, quando em fins de 1939, junto com João Falcão e Armênio Guedes abriu uma sociedade comercial que seria proprietária da Gráfica Modelo, com capital próprio e razão social de Nogueira & Falcão Ltda., registrada na Junta Comercial e sediada na Cidade Baixa. Esta gráfica passou a imprimir a revista Seiva, criada no ano anterior por João Falcão, Armênio Guedes e outros companheiros, com distribuição nacional e considerada a primeira revista do Partido Comunista Brasileiro.

Vida Privada e Militância

Em outubro de 1941, em Irará, Aristeu Nogueira casa-se com Odete de Almeida Campos, com quem teve 4 filhos: Vera Felicidade de Almeida Campos, Diógenes de Almeida Campos, Antonia Tereza de Almeida Campos, falecida com 9 meses de idade, e Mariana Campos Meira.

Após a II Guerra Mundial, em 1945, volta para Salvador onde fixa residência com esposa e filhos.

O Partido Comunista teve um breve período de legalidade (1945-1947) com Aristeu Nogueira como integrante do Comitê Estadual e Coordenador da Comissão de Finanças do Partido em Salvador.

Aristeu Nogueira não se intimida com a volta do Partido a ilegalidade em 1947, e continua suas atividades, principalmente na direção do jornal O Momento, jornal ligado ao Partido Comunista que ele chegou a financiar com a doação de toda a herança recebida após a morte de seu pai.

Foi preso algumas vezes, tendo sua casa invadida pela polícia que apreendia suas anotações e livros, obrigando-o a continuamente refazer sua biblioteca, constituída principalmente de livros marxistas, mas também de literatura e livros técnicos. Por ocasião dessas prisões e invasões domiciliares, sua esposa, Dona Odete, enterrava os livros mais raros para que não fossem levados pela polícia. Devido a tais invasões, a família mudava frequentemente de residência em Salvador. Sua casa sempre esteve aberta aos companheiros de Partido como um local de reuniões, discussões e hospedagem.

O Partido Comunista mantinha uma grande rede de informação constituída por oito jornais nos principais estados brasileiros: Tribuna Popular do Distrito Federal, Hoje de São Paulo, O Momento da Bahia (dirigido por Aristeu Nogueira), Folha do Povo de Pernambuco, O Democrata do Ceará, Tribuna Gaúcha do Rio Grande do Sul, O Estado de Goiás e Folha Capixaba do Espírito Santo.

Existia também uma agência de notícias própria, a Interpress, através da qual eram distribuídas as informações para publicações do Partido em todo território nacional inclusive alimentando pequenos jornais do interior que não eram ligados ao Partido Comunista. Aristeu Nogueira dava imenso valor a esta divulgação das idéias comunistas dirigida as massas, em outras palavras, a Imprensa Popular do Partido. Tinha plena consciência da importância do jornal na transformação do Partido Comunista em um Partido de massas, condição essencial à uma mudança real de mentalidades no país.

O Momento era no início, um semanário e foi o primeiro jornal comunista a circular legalmente no país (se baseava na experiência da revista Seiva), e por deliberação do Partido, fazia parte de sua organização: Aristeu Nogueira, João Falcão, mais tarde Mário Alves e outros colaboradores de edição. A sede do jornal foi várias vezes invadida pela polícia que também destruía o maquinário de tipografia.

A partir de março de 1946, O Momento passa a ser uma publicação diária. Com o Partido na ilegalidade a partir de 1947, vários colaboradores saem da Bahia mas Aristeu Nogueira continua na administração do jornal, contribuindo também com artigos.

Em 1957 separa-se da esposa e paralela a suas atividades no Partido Comunista, começa a trabalhar no Centro de Pesquisa e Estudos (CPE). Continua com todos os contatos e Coordenações dentro do Partido (Estadual e Nacional) e em 1960, Aristeu Nogueira já eleito membro do Comitê Central do Partido, passa a integrar a Direção Executiva junto a Luis Carlos Prestes, Giocondo Dias, Mário Alves, Carlos Marighella e outros.

Clandestinidade e Prisão

Aristeu Nogueira foi Deputado Estadual pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) em 1963, e em 1964 foi jogada uma bomba em sua residência em Salvador, destruindo parte da casa.

Com o Golpe Militar em abril de 1964, Aristeu Nogueira cai na clandestinidade, fugindo de Salvador para o Rio de Janeiro, utilizando-se de vários disfarces. No Rio de Janeiro, consegue a ligação com o Partido e desde então retoma a militância em completa clandestinidade, adotando o codinome de Antônio Cerqueira de Andrade. Foi um período de grande atuação sua, participando da organização do Partido Comunista Brasileiro em todo o pais, do Rio Grande do Sul ao Amazonas, apesar de concentrar-se nas demandas organizacionais do Rio de Janeiro e São Paulo onde atuava como responsável pela Secretaria de Organização do Comitê Regional. Nesta época, esteve também no Chile e na União Soviética.

Desde que ingressou no Partido Comunista, Aristeu Nogueira foi sempre "um homem típico da máquina partidária", um estudioso do marxismo-leninismo e um dos mais preparados quadros do Partido Comunista Brasileiro na Bahia. Com disciplina férrea aceitava tarefas e responsabilidades de vários níveis, prescindindo de atividades particulares para atender aos interesses do Partido. Era considerado um militante exemplar e impecável, organizando clandestinamente o Partido Comunista Brasileiro em vários Estados e consequentemente, acumulando processos nas costas, coisa que nunca o impediu de agir.

Foi braço direito de Giocondo DiasLuis Carlos Prestes, chegando a substituí-lo no posto de Secretário Geral do Partido. Viveu em Aparelhos no Rio de Janeiro, submetendo-se sem queixas a todas as restrições que isso implica como isolamento social, afastamento de familiares, mudanças de hábitos e gostos, pressões diárias, perseguições, dificuldades materiais de toda ordem, mudanças constantes de endereço, etc.

Em maio de 1975, com 60 anos, foi preso no Rio de Janeiro, levado para São Paulo, sendo barbaramente torturado. Os filhos recorreram a advogados e depois de 3 anos foi solto em regime semi-aberto.

Em 1979, Aristeu Nogueira voltou para Salvador, com identidade legalizada, recuperou a carteira de advogado junto a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e começou a trabalhar como advogado em escritório privado e no Tribunal de Contas do Estado da Bahia.

Casa-se pela segunda vez, com Tereza Cruz, volta a residir em Irará e continua seu trabalho partidário e na advocacia. Desenvolve também várias atividades culturais, inclusive a fundação da Casa da Cultura de Irará.

Aristeu Nogueira morreu aos 92 anos às 4h00 do dia 17/05/2006 em Irará, BA. O corpo do advogado foi velado no Sobrado dos Nogueiras, prédio histórico, construído por seu avô Pedro, e que já foi sede da prefeitura e da câmara legislativa do município.

Estudo, Trabalho e Atividade Partidária


  • Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Bahia, Salvador, 1935-1939.
  • Desenvolve atividade profissional como Delegado do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, Irará, 1940.
  • Foi Diretor do jornal O Momento, 1947-1957, em Salvador.
  • Foi funcionário da Fundação Centro de Pesquisa e Estudo-CPE, Salvador, 1957-1962.
  • Foi Inspetor de Almoxarifado do Tribunal de Contas do Estado da Bahia-TCE, 1962-1964.
  • Foi Técnico de Nível Superior, TCE, 1979-1985.
  • Advogou de 1940-1945.
  • Foi preso em 1975 e barbaramente torturado.
  • Foi anistiado em 1979, retornou à Bahia e advogou de 1978-2001, em Irará.
  • Mandato Eletivo Suplente de Deputado Estadual pelo Partido Socialista Brasileiro-PSB, 1963-1964, assumiu de 03/09/1963 a 13/12/1963, cassado em 19/10/1964.
  • Fundador e presidente da Casa da Cultura, e das Cooperativas e Sindicato Rural, Irará.
  • Atividade Partidária: Membro do Comitê Estadual do PCB - BA, 1945-1985 e do Comitê Central do PCB, 1960; Secretário do PCB, 1964; fundador do Partido PPS em Irará; Delegado municipal do Partido Popular Socialista-PPS, 1985-2006.

Fonte: Wikipédia

Miguel Reale

MIGUEL REALE
(95 anos)
Filósofo, Jurista, Professor, Poeta

* São Bento do Sapucaí, SP (06/11/1910)
+ São Paulo, SP (14/04/2006)

Filho do médico italiano Braz Reale e de Felicidade Chiarardia Reale, Miguel Reale ocupava a cadeira de número 14 da Academia Brasileira de Letras desde o dia 16/01/1975. Politicamente definia-se como liberal social.

Foi supervisor da comissão elaboradora do Código Civil brasileiro de 2002, cujo projeto foi posteriormente sancionado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, tornando-se a Lei n. 10.406/02, base do nosso novo Código Civil.

Miguel Reale formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo em 1934, ano em que publicou seu primeiro livro, "O Estado Moderno". Nessa ocasião, foi um dos dirigentes da Ação Integralista Brasileira.

Com sua tese "Fundamentos do Direito" (1940) lançou as bases de sua "Teoria Tridimensional do Direito", que se tornaria mundialmente conhecida. Em 1941 tornou-se catedrático de Filosofia do Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. No ano seguinte foi nomeado membro do "Conselho Administrativo do Estado", cargo que exerceu até 1944.

Em 1947 foi Secretário da Justiça do Estado de São Paulo, quando criou a primeira "Assessoria Técnico-Legislativa" do País, para racionalização dos serviços legislativos. Em 1949 assumiu a Reitoria da Universidade de São Paulo, instaurando os primeiros Institutos Oficiais de Ensino Superior no Interior do Estado. No mesmo ano fundou o Instituto Brasileiro de Filosofia.

Em 1951 chefiou a Delegação Brasileira junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra. Em 1953 publicou seu curso de Filosofia do Direito. No ano seguinte, fundou a Sociedade Interamericana de Filosofia, da qual foi duas vezes Presidente.

Paralelamente a ouras atividades, manteve sempre seu escritório de advocacia.

Em 1962, após intensa atividade no Partido Social Progressista, do qual foi vice-Presidente, foi novamente secretário da Justiça de São Paulo em 1964. Em 1969 foi nomeado pelo Presidente Arthur da Costa e Silva para a "Comissão de Alto Nível", incumbida de rever a Constituição de 1967.

De 1969 a 1973, novamente Reitor da Universidade de São Paulo, implantou a reforma universitária com a substituição das cátedras pelos Departamentos e deu definitiva organização aos campi da capital e do interior do Estado.

A bibliografia de Miguel Reale compreende obras de filosofia, filosofia jurídica, teoria geral do direito, teoria geral do Estado, além de monografias e estudos em quase todos os ramos do direito público e privado, e até poesia. Entre outras, podem-se destacar "Filosofia do Direito" (1953); "Pluralismo e Liberdade" (1963); "Teoria Tridimensional do Direito" (1968); "Experiência e Cultura" (1977); "A Filosofia na Obra de Machado de Assis" (1982); "De Tancredo a Collor" (1992); "Face Oculta de Euclides de Cunha" (1993) e "Paradigmas da Cultura Contemporânea" (1996).

É muito extensa a lista de títulos honoríficos bem como de medalhas e condeecorações que recebeu, tanto em nível nacional quanto internacional.

Miguel Reale era pai de três filhos, incluindo o também jurista Miguel Reale Jr., ex-ministro de Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso.

O jurista Miguel Reale, 95, morreu na madrugada de 14/04/2006 em São Paulo após sofrer um enfarte em sua residência, na região dos Jardins, na zona sul da cidade.

O velório foi realizado na casa da família e o enterro aconteceu às 16h no Cemitério São Paulo, na zona oeste.

Fonte: UOL Biografias e Folha OnLine