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Ted Boy Marino

MARIO MARINO
(72 anos)
Ator e Lutador de Luta Livre

* Fuscaldo Marina, Itália (18/10/1939)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/09/2012)

Ted Boy Marino nasceu em Fuscaldo Marina, na Calábria, província italiana. Foi para Buenos Aires em 1953, no porão de um navio, aos 12 anos de idade, com os pais e mais 5 irmãos. Trabalhava como sapateiro em Buenos Aires, mas aproveitava o tempo livre para treinar luta livre e praticar halterofilismo. Em 1962 já estava participando de programas de Telecatch nos canais 9 de Buenos Aires e 12 de Montevidéu.

Em 1965, Ted Boy Marino chegou ao Brasil. Pouco tempo depois, foi contratado como lutador de Telecatch pela TV Excelsior, onde fez grande sucesso. Nos ringues de luta-livre, ao lado de lutadores como Tigre Paraguaio, Electra, Alex e outros, derrotava vilões como Aquiles, Verdugo, Rasputim Barba Vermelha, El Chasques e Múmia.

Nessa época, também participou do programa "Os Adoráveis Trapalhões", pela mesma TV Excelsior. A diretoria da emissora mandou Wilton Franco fazer um programa com ele e mais o cantor Wanderley Cardoso, ídolo da juventude. Contudo, Wilton Franco precisava de alguém para segurar o texto e escolheu para isto o cantor Ivon Curi, além de escalar Renato Aragão, para fazer o público rir.

Daí surgiu o quarteto, cujo programa atingia entre 50 e 60 pontos de ibope. Em 1968 Renato Aragão e Ted Boy Marino estrelaram o filme "Dois na Lona", no qual Ted Boy Marino vive um lutador que disputa o campeonato brasileiro e enfrenta na final o sanguinário Lobo, vivido por Roberto Guilherme, que até hoje trabalha nos programas de Renato Aragão, sendo o papel mais comum o de Sargento Pincel.

Na TV Globo, Ted Boy Marino participou de quatro programas que apareciam quase que diariamente na telinha. De segunda a sexta tinha o "Sessão Zás Trás", na parte da tarde, onde apresentava desenhos animados. De segunda a sexta, antes do "Jornal Nacional", entrava a novelinha "Orion IV x Ted Boy Marino", onde o protagonista combatia vilões. Nas terças, era a vez do "Oh, Que Delícia de Show", um programa de variedades onde Ted Boy Marino apresentava cantores e números circenses em companhia da atriz Célia Biar. Já aos sábados era exibido o Telecatch, no horário nobre das 9 às 10 da noite e também aos domingos, em São Paulo, ao vivo.


A partir da década de 1980, com o declínio do gênero Telecatch, Ted Boy Marino atuou como coadjuvante no programa "Os Trapalhões", geralmente no papel de vilão, além de fazer pontas em programas humorísticos como a "Escolinha do Professor Raimundo". Também se apresentou em clubes e teatros do interior.

Aposentado, Ted Boy Marino morava no bairro do Leme, Rio de Janeiro, e podia ser visto frequentemente na orla, na altura do Restaurante Mariu's, com seus amigos do vôlei de praia.

Em entrevista recente, Ted Boy Marino disse detestar ver o esporte que praticava comparado com o MMA. "Na verdade, sou um grande aluno dos mexicanos da lucha libre. O que eles fazem é um esporte alegre, divertido, de circo. Como muitos deles, eu não consigo bater em moscas. Se elas vêm, eu só abano. Não sou como o Anderson Silva, que movimentou o Brasil todo com aquela luta agressiva", disse. "Aquilo é coisa para bandido, pô! É matar ou morrer, cheio de violência. Eles dão soco na cara, cotovelada, joelhada... O que é isso", afirmou.

Ted Boy Marino defendia a proibição das transmissões do UFC. "Ou exibir em horário bem tarde para evitar que crianças pudessem assistir". Decepcionado com a decadência do Telecatch no Brasil, Ted Boy Marino comparava a popularidade do esporte no México: "Lá se pratica mais luta livre do que futebol. Tenho muita saudade", confessou. 


Morte

Ted Boy Marino morreu no início da noite de quinta-feira, 27/09/2012, no Rio de Janeiro. Foi submetido a uma cirurgia de urgência no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de janeiro. Aos 72 anos, após cerca de nove horas de operação, Ted Boy Marino não resistiu a uma parada cardíaca e morreu. A informação foi confirmada pela família e pelo hospital. O ator-lutador deu entrada no setor de emergência do hospital durante a manhã com um quadro de trombose e foi encaminhado para o centro cirúrguco imediatamente.

Segundo um de seus filhos, Ted Boy Marino, o ex-lutador já estava sendo submetido a sessões de hemodiálise há três anos, o que enfraqueceu seu organismo. No fim da tarde de quarta-feira, ao chegar de sua última sessão, Ted Boy Marino teria sentido uma dormência nas pernas e não sentia uma delas. Ao ser levado para o hospital, os médicos constataram que houve um entupimento das artérias. Ele foi submetido a uma cirurgia, mas não resistiu.

"Ele era um cara muito debochado, estava feliz até seus últimos dias. Enfrentava a vida da melhor forma possível" - afirmou o filho.

Ted Boy Marino será velado na sexta-feira, 28/09/2012, a partir das 9:00 hs, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio.

Filmografia

  • 1983 - Os Três Palhaços e o Menino
  • 1982 - Os Paspalhões em Pinóquio 2000
  • 1967 - Dois na Lona


Félix

FÉLIX MIÉLI VENERANDO
(74 anos)
Goleiro e Técnico de Futebol

* São Paulo, SP (24/12/1937)
+ São Paulo, SP (24/08/2012)

Félix Miéli Venerando, mais conhecido como Félix, foi um ex-futebolista que atuava como goleiro e ex-treinador do futebol brasileiro. Foi campeão com a Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo de 1970.

Sua carreira começou bem cedo, nas divisões de base do Nacional Atlético Clube da capital paulista e, com apenas 15 anos de idade, profissionalizou-se no Clube Atlético Juventus da Mooca.

Félix ficou no Juventus até 1955, quando foi contratado pela Portuguesa no dia 23 de julho de 1955. Sua estreia só veio acontecer, no dia 26 de março de 1956, no Torneio Rio-São Paulo Internacional, pois Cabeção estava defendendo a seleção e Félix jogou na vitória de 2 a 1 contra o Newell's Old Boys, da Argentina.

Com a saída de  Cabeção em 1957, a Portuguesa contratou no ano seguinte o goleiro Carlos Alberto, que havia jogado no Vasco da Gama. Félix passou a treinar com os aspirantes e foi Campeão Paulista em 1957. Depois foi emprestado ao Nacional, da capital paulista.

Retornou à Portuguesa no final de 1960, a pedido do treinador Nena, e assim finalmente, vestiu a camisa número 1 da Lusa. Foi titular absoluto de 1961 até 1963.

Félix (Foto: Gazeta Press)
De 1964 até 1968, Félix passou a revezar com Orlando, que havia sido contratado junto ao São Cristóvão do Rio de Janeiro. Em 1964 a Portuguesa foi convidada para tomar parte nos eventos ligados à Feira Internacional de Nova York, e teve de enfrentar em Massachusetts, uma seleção local. O time da Portuguesa era respeitável, com Ivair (o príncipe) e Henrique Frade entre outros. O jogo estava tão fácil que, quando já estava 9 a 0, Orlando entrou no gol e Félix, em vez de deixar o campo, decidiu jogar no ataque. Após um cruzamento de Almir pela direita, Félix entrou na área e marcou o décimo gol. O jogo acabou 12 a 1.

Jogando pela Portuguesa, disputou quatro partidas pela Seleção Brasileira de Futebol. Estreou no Pacaembu, em 22 de novembro de 1965 (domingo à noite), defendendo a chamada "Seleção Azul" na vitória de 5 a 3 sobre a Hungria. Esta seleção era composta somente por jogadores paulistas, que neste dia jogou desta maneira: Félix, Carlos Alberto, Djalma Dias, Procópio e Edílson (Geraldino); Lima e Nair; Marcos, Prado, Coutinho, Servílio e Abel.

Félix também disputou a Copa Roca em Montevidéu, contra o Uruguai, entre 25 de junho e 1 de julho de 1967, em três empates (0x0, 2x2 e 1x1). A sua despedida pela  Portuguesa, aconteceu no dia 3 de março de 1968, quando enfrentou o São Paulo e empatou por 0x0. Foi vendido para o Fluminense do Rio de Janeiro, no dia 20 de julho de 1968, um dia antes do aniversário de 66 anos da equipe, por 150 mil cruzeiros.

Félix
Pela Seleção Brasileira de Futebol, Félix disputou 48 partidas, conquistando o bicampeonato da Copa Rio Branco em 1967 e 1968 e o tricampeonato mundial pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970. Nesta competição, Félix fez defesas importantes. No difícil jogo contra a Inglaterra na primeira fase, quando o jogo estava 0x0, aos 12 minutos do primeiro tempo, ele fez uma defesa difícil em cabeçada de Francis Lee à queima-roupa, e ainda sofreu falta no lance, pois ele deu rebote e o atacante inglês tentou pegar o rebote, mas acabou acertando seu rosto, o que valeu um cartão amarelo ao atacante inglês.

Nas semifinais, ele fez o que muitos consideram como a "defesa que valeu por um título". O Brasil vencia o Uruguai por 2x1, quando, aos 40 minutos do segundo tempo, uma bola levantada da esquerda por Cortes foi cabeceada por Cubilla, que ia para o canto esquerdo, à meia altura, e Félix voou para espalmar a bola, e na sequência, a zaga afastou o perigo. Foi a última chance uruguaia para levar o jogo para a prorrogação. Dois minutos depois, o Brasil faria o terceiro gol, através de Roberto Rivellino, e garantiria sua vaga na final diante da Itália.

Pelo Fluminense, Félix foi Campeão Carioca em 1969, 1971, 1973 e 1975, além de campeão da Taça de Prata em 1970, e de diversos outros torneios,tendo sido indicado para o tricolor por ninguém menos do que Telê Santana.

Félix (Foto: Agência O Dia)
Uma de suas defesas mais espetaculares, aconteceu na vitória do Fluminense sobre o Botafogo por 2x1, pela Taça Guanabara de 1975, no dia 21 de abril, quando o então atacante alvinegro Nílson Dias, matou a bola no peito na meia-lua da grande área, e de costas para o gol, deu uma bicicleta, com Félix saltando do meio do gol e encaixando a bola no ângulo direito, perante 109.705 espectadores pagantes, garantindo a vitória e a classificação do Tricolor para a final da Taça Guanabara contra o América, quando o Fluminense se sagraria campeão.

Félix jogou no Fluminense até 1976, quando resolveu encerrar sua carreira no dia 23 de janeiro, após o diagnóstico de uma calcificação de 7 cm no ombro direito.

No ano de 1982 Félix foi técnico do Avaí Futebol Clube de Florianópolis. Atuou como tal por 18 jogos obtendo 6 vitórias 4 empates e 8 derrotas pelo "Leão da Ilha da Magia".

O seu apelido era Papel devido a sua magreza e aos vôos espetaculares que dava para agarrar a bola (voava como um papel).

Depois que encerrou sua carreira futebolística, Félix foi diretor comercial de uma empresa cujo proprietário era seu genro, casado com Lígia, uma das três filhas. Atualmente coordenava uma escolinha de futebol comunitária, voltada para as crianças carentes, além de passar sua experiência dentro e fora dos gramados, em palestras para empresas e faculdades.

Em 2007, assumiu o cargo de diretor-técnico da Inter de Limeira, que disputou a Série A-2 do Campeonato Paulista, tendo passado antes em Categorias de Base de alguns clubes e ter se aposentado como preparador de goleiros do Fluminense ainda em 1977, onde ficou ainda até 1980.

Félix
Morte

Félix morreu no dia 24/08/2012. De acordo com um boletim médico divulgado, ele estava internado desde o dia 18/08/2012 por conta de uma doença pulmonar obstrutiva crônica agravada por pneumonia, que ocasionou diversas paradas cardiorrespiratórias e, consequentemente, o óbito. Ele tinha 74 anos de idade. O enterro aconteceu no sábado 25/08/2012 no Cemitério do Araçá, às 9:30 hs.

Títulos Fluminense

  • Campeonato Carioca: 1969, 1971, 1973, 1975 e 1976
  • Taça Guanabara: 1969, 1971 e 1975
  • Campeonato Brasileiro: 1970
  • Torneio Internacional de Verão do Rio de Janeiro: 1973
  • Torneio de Paris: 1976

Títulos Seleção Brasileira

  • Brasil x Uruguai -  Copa Rio Branco: 1967 e 1968
  • Copa do Mundo FIFA: 1970
  • Brasil x Argentina - Copa Roca: 1971

Prêmios

Em 1970, ganhou o Prêmio Belfort Duarte, que homenageava o jogador de futebol profissional que passasse dez anos sem sofrer uma expulsão, tendo jogado pelo menos 200 partidas nacionais ou internacionais.

Fonte: Wikipédia

João Lorêdo

JOÃO LUIZ RODRIGUES MAIA DE ALVARENGA LORÊDO
(81 anos)
Ator, Cantor, Diretor e Escritor

Campo Grande, RJ (04/07/1930)
+   Juiz de Fora, MG (24/01/2012)

João Lorêdo foi um cantor e ator brasileiro, irmão do humorista Jorge Lorêdo. Foi autor do livro "Era Uma Vez… a Televisão" (Editora Alegro, 2000), cujos primeiros capítulos foram publicados inicialmente na revista Amiga em 1995. Escreveu outros dois livros, que permanecem inéditos: "A Vida Escreveu Isto...", com prefácio de Jô Soares, e "É Assim Que Se Ri"

É filho do comerciante Etelvino e da dona de casa Luiza, que tiveram seis filhos; o mais velho, o humorista Jorge Lorêdo, também faria carreira na televisão, com o personagem Zé Bonitinho. Foi interno do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e chegou a dar aulas de português, geografia, matemática e história. Formou-se em psicologia.

Começou sua carreira artística como cantor, no Coro dos Apiacás, de Mme. Lucila Villa-Lobos, primeira esposa do maestro Villa-Lobos. Em seguida, por intermédio do ator Sadi Cabral, conseguiu um emprego de radioator na Rádio Mayrink Veiga. Em 1945, transferiu-se para a Rádio Nacional e, logo depois, para a Rádio Tupi. Aos 20 anos, publicou seu primeiro livro de poemas, "Tempestade". Teve uma breve incursão no mercado publicitário, como redator da agência Standard Propaganda.

Grande Otelo e João Lorêdo
Sua primeira experiência no teatro amador, ainda na década de 1950, foi como ator e diretor do grupo de atores da Moderna Associação Brasileira de Ensino (Mabe). Com o grupo, venceu um concurso promovido pelo programa Teatrinho Kibon, dirigido por Alcino Diniz na TV Tupi. Em seguida, começou a trabalhar como ator e diretor de atores na TV Tupi, onde assumiria, tempos depois, a função de diretor artístico e de produção. Em 1954, foi eleito melhor ator pela revista Radiolândia. Contratado pela TV Rio, também como diretor artístico e de produção, assinou o programa Variety.

Trabalhou durante 10 anos na TV Continental, ao lado do diretor Costa Lima. Na mesma época, acumulou o trabalho na emissora carioca com um emprego na TV Cultura de São Paulo, onde dirigiu programas com a apresentadora Tia Amélia e a cantora Stellinha Egg. Na capital paulista, passou também pela TV Paulista, dirigindo programas de humor, e foi um dos fundadores da primeira produtora independente de televisão no Brasil, a Videum Produções. Em seguida, assumiu a direção da Rádio Piratininga e, logo depois, ocupou o cargo de diretor de teledramaturgia da Rede Tupi.

João Loredo e seu irmão Jorge Lorêdo
João Lorêdo começou a trabalhar na TV Globo, convidado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, no final da década de 1960. Participou da criação do Fantástico, o Show da Vida, que estreou em agosto de 1973, e foi o primeiro a dirigir o programa. Trabalhou durante 12 anos na emissora, dirigindo atores como Grande Otelo, Dercy Gonçalves, Chico Anysio e Costinha, em programas de sucesso como Dercy Espectacular (1966) e Dercy de Verdade (1967), Alô Brasil, Aquele Abraço (1969), Linguinha x Mr. Yes (1969) e Chico em Quadrinhos (1972). Em 1971, por seu trabalho à frente do programa Faça Humor, Não Faça Guerra (1970), ganhou o Troféu Helena Silveira, o Antena de Ouro, entre outros.

Em 1973, dirigiu o programa Globo de Ouro, na época apresentado por artistas como Antonio Marcos, Vanusa, Jerry Adriani, Sandra Bréa, Wanderley Cardoso, Odair José e Murilo Néri.

Em 1976, foi o coordenador do programa Domingo Gente, que integrava uma faixa de programação chamada Bom Domingo, da qual também faziam parte: Esporte Espetacular (1973), Moacyr TV (1976) e 8 ou 800? (1976). Domingo Gente era produzido pela antiga Divisão de Reportagens Especiais da Rede Globo, que havia sido responsável por programas com perfis mais próximos do documentário, como Globo Repórter (1973) e O Mundo Em Guerra (1975).

Ainda nos anos 1970, trabalhou na TV Record e na TV Bandeirantes, onde dirigiu os programas do apresentador J. Silvestre. Também trabalhou na RTP, contratado para dirigir o programa de humor que marcou a volta do ator Raul Solnado à televisão portuguesa. Anos depois, voltou a trabalhar na TV Bandeirantes, como consultor artístico de seriados.

João Lorêdo e Jô Soares
Morte

João Lorêdo era cardíaco e diabético e passou por uma cirurgia no dia 10/01/2012, onde acabou amputando uma das pernas. Seu estado de saúde se agravou e ele teve um edema e uma pneumonia. João Lorêdo não resistiu e morreu na manhã do dia 24/01/2012 aos 81 anos. Foi sepultado em Juiz de Fora, no Cemitério Municipal.

Liu

LINCOLN PAULINO DA COSTA
(77 anos)
Cantor e Violeiro

☼ Itajobi, SP (07/08/1934)
┼ Ibiraci, MG (05/08/2012)

Lincoln Paulino da Costa, conhecido artisticamente por Liu, foi um cantor nascido em Itajobi, SP, no dia 07/08/1934. Junto com o irmão Walter Paulino da Costa, o Léu, formaram a dupla sertaneja Liu & Léu.

Membros de uma família tradicional de cantadores de nove irmãos, sendo duas mulheres, cresceram na lavoura de café e cereais, onde viveram parte de suas vidas e sempre participando de festas de catiras. Na dança da catira o grupo era formado pelas famílias Costa e VieiraLincoln, além de dançar catira, era romântico, gostava de declamar poesias e até de cantar músicas de Vicente Celestino.

Walter aos seis anos de idade subia numa cadeira para cantar com o irmão mais velho, o Benedito, e já fazia parte do time de catira. Com 16 anos fez dupla com um amigo e participavam de programas na rádio de Novo Horizonte e também em Catanduva. Nesta época a dupla chamava-se Sampaio & Nenê Cunha. Faziam shows pela região, e o Liu participava declamando poesias e fazendo humorismo.

O pai, Gabriel, já cansado, deixou a vida dura da lavoura indo para a cidade, e foi aí que os dois irmãos decidiram ir para a capital São Paulo para trabalhar numa metalúrgica, a Mercantil Suíça. Aguardando para assumirem o trabalho foram assistir a festa de aniversário do programa "Brasil Caboclo" na Rádio Bandeirantes, na Rua Paula Souza, programa de auditório que ia ao ar diariamente as 7 horas da manhã.

Liu & Léu
Neste programa, radialistas como BiguáZacharias Mourão Capitão Balduíno tomaram conhecimento que os dois visitantes eram irmãos de Zico & Zéca, e primos de Vieira & Vieirinha que já eram duplas famosas, então pediram para que os dois irmãos cantassem uma música.

Foi então que cantaram com instrumentos emprestados a música de Dino Franco e Sebastião Victor "Meu Ranchinho". De agrado geral, marcou-se ali mesmo a estréia para o dia 05/11/1957, no programa "Novidade Sertaneja" apresentado por Zacharias Mourão. Compraram uma viola e um violão e escolheram os nomes. O Lincoln já era apelidado por Liu e aí foi só acrescentar Léu para o Walter. Nascia ali a dupla Liu & Léu.

A dupla tornou-se conhecida pelos circenses através do rádio, e começaram a se apresentar em circos pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Mato Grosso, acompanhados durante um bom tempo pelo amigo e grande radialista Muibo Cury que se apresentava como humorista usando o nome de Nho Tião.

Em abril de 1959, convidados por Teddy Vieira diretor artístico da Chantecler, gravaram o primeiro 78 rotações com a moda de viola "Rei do Café" (Teddy Vieira e Carreirinho) e do outro lado "Carreiras de Cururu" (PiraciBiguá e Teddy Vieira).

Liu & Léu
Em junho de 1959, gravaram a toada "Boiadeiro Errante" (Teddy Vieira), música que se tornou um clássico, personalizando a dupla e mantendo-se em sucesso permanente, e na outra face do disco a música "Baile na Roça" (Teddy Vieira e Zico).

Com o término do compromisso na Rádio Bandeirantes, transferiram-se para a Rádio Nove de Julho participando semanalmente do programa "Prelúdio Sertanejo", que ia ao ar as seis horas da tarde com auditório, até o ano de 1962 período em que gravaram mais 6 discos de 78 rotações. Neste mesmo ano houve grandes mudanças, gravaram o primeiro LP intitulado "Nosso Rancho" pela gravadora Continental, e receberam o troféu pela música "Meu Ranchinho" (Dino Franco e Sebastião Vitor) de Melhor Música do Ano. Em seguida foram para a Rádio Nacional de São Paulo permanecendo lá durante muitos anos.

Liu & Léu participaram também do primeiro programa "Viola Minha Viola" na TV Cultura. Contratados pela Rádio Record participavam do Programa "Linha Sertaneja Classe A" e paralelamente apresentavam-se em programas de televisão.

Liu & Léu
Em 1978, Liu & Léu criam o selo Tocantins onde lançaram vários artistas, e a própria dupla, destacando neste período os sucessos: "Sementinha""Mãe de Carvão""O Ipê e o Prisioneiro""Jeitão de Caboclo""Ano 2000""Porta""Cadeia de Papel""Velho Pouso de Boiada""Prato do Dia""25 de Dezembro" e "Legítimo Doutor".

Ao todo somam-se 32 LPs pelas gravadoras Continental, Chantecler, RCA Victor, Copacabana e Tocantins, e 17 CDs em várias outras.

Ao longo da carreira permaneceram em destaque as músicas, "Rei do Café""Boiadeiro Errante""Adeus Minha Terra""Rainha do Paraná""Caminheiro""Dona Saudade""Onde Eu Moro""Buscando a Felicidade" e outros.

Em 2002 foi lançado o CD "Jeitão de Caboclo" pela gravadora Atração, que em 2003 recebeu a indicação para o Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Música Regional.


No ano de 2005 participaram, na casa de shows Olímpia, da gravação do DVD "100% Caipira" com a música "Jeitão de Caboclo".

Em 2008 gravaram mais um trabalho brilhante, em comemoração aos 50 anos de carreira da dupla.

Em 55 anos, Liu & Léu tiveram uma carreira brilhante, coroada de muito sucesso. Gravaram ao longo de sua carreira um total de 11 discos 78 rpm, 28 LPs, 02 CDs de lançamento e 15 CDs de coletânea.

Liu & Léu receberam de Dino Franco o slogan que define o real valor da dupla. São considerados "A Expressão Máxima da Música Sertaneja".

A dupla se desfez com o falecimento de Liu. Após a morte de seu parceiro na música, Léu passou a cantar com seu irmão Lourenço e o violeiro Joãozinho.

Morte

Lincoln Paulino da Costa, o Liu, faleceu dois dias antes de completar 78 anos, no domingo, 05/08/2012, aos 77 anos, em Ibiraci, MG, vítima de problemas pulmonares.

Ele já vinha apresentando problemas pulmonares há mais ou menos dois anos, e se encontrava afastado de suas atividades profissionais para tratamento.

O velório aconteceu no Velório Municipal de Itajobi, SP, e o sepultamento ocorreu às 15h00, no cemitério da cidade.

Discografia

  • 1962 - Nosso Rancho (Caboclo)
  • 1963 - Felicidade de Caboclo (Caboclo)
  • 1965 - Dona Saudade (Chantecler)
  • 1966 - Onde Eu Moro (Chantecler)
  • 1967 - A Coroa do Sucesso (Chantecler)
  • 1967 - Paulistas x Mineiros (Com Duo Guaraní) (Chantecler)
  • 1968 - Minhas Trovas (Chantecler)
  • 1969 - Perto do Coração (Chantecler)
  • 1969 - Rainha do Paraná (Chantecler)
  • 1970 - Liu & Léu (RCA Camden)
  • 1970 - Boiadeiro Errante (Disco Lar)
  • 1971 - Minha Terra (RCA Camden)
  • 1972 - Amarga Saudade (Tropicana)
  • 1972 - E Vamos Nós (Chantecler)
  • 1973 - O Menino da Porteira (Tropicana)
  • 1973 - Liu & Léu (Tropicana)
  • 1973 - Amanhecer na Minha Terra (Continental)
  • 1974 - Liu & Léu (Cartaz)
  • 1974 - Gente Que Eu Gosto (Continental)
  • 1975 - Porque Te Amo (Continental)
  • 1976 - Dona Saudade (Chantecler)
  • 1976 - Liu & Léu (Continental)
  • 1976 - Caboclo Abençoado (Beverly/AMC)
  • 1977 - Mulher da Minha Vida (Beverly/AMC)
  • 1977 - Caminheiro (Continental)
  • 1978 - Edição Limitada (Phonodisc)
  • 1979 - Os Grandes Sucessos (Chantecler)
  • 1980 - Sementinha (Tocantins)
  • 1980 - Seleção de Ouro (Tocantins)
  • 1981 - Adeus Minha Terra (Tocantins)
  • 1981 - Boiadeiro Errante (Chantecler)
  • 1983 - O Ipê Florido (Tocantins)
  • 1984 - Jeitão de Caipira (Tocantins)
  • 1986 - Cadeia de Papel (Tocantins)
  • 1989 - Mãe de Carvão (Tocantins)
  • 1994 - Som da Terra (Chantecler/Warner)
  • 1994 - Som da Terra - Segunda Edição (Chantecler/Warner)
  • 1996 - Ano 2000 (Tocantins)
  • 1997 - Tardes Morenas de Mato Grosso (Tocantins)
  • 1997 - O Rei do Gado (Tocantins)
  • 1997 - Raízes Sertanejas (EMI)
  • 1997 - Liu & Léo (Sabía)
  • 1997 - Luar do Sertão (RCA/BMG)
  • 1999 - Saudade da Minha Terra (Allegretto)
  • 2000 - Raízes da Música Sertaneja (Chantecler/Warner)
  • 2001 - Grandes Sucessos - Volume 01 (Movieplay)
  • 2001 - Grandes Sucessos - Volume 02 (Movieplay)
  • 2001 - Sucessos Que Sempre Marcam (Chantecler/Warner)
  • 2001 - O Ipê Florido (Tocantins)
  • 2002 - Adeus Minha Terra (Tocantins)
  • 2002 - Alma Sertaneja (EMI)
  • 2002 - Jeitão de Caboclo (Atração)
  • 2003 - O Dom De Ser Caipira (Com Zico & Zéca e As Galvão)
  • 2007 - 50 anos (Laser Records)
  • 2012 - Liu & Léu - 60 anos (Radar Records)
Fonte: Wikipédia

Sérgio Silva

SÉRGIO ROBERTO SILVA
(66 anos)
Ator e Cineasta

* Porto Alegre, RS (19/11/1945)
+ Porto Alegre, RS (15/08/2012)

Ainda estudante no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, descobriu sua vocação teatral ao atuar no "Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna. A partir de 1975, foi ator, e também produtor e cenógrafo, em 21 espetáculos de teatro apresentados em Porto Alegre, com destaque para o período em que trabalhou com o Teatro Vivo da diretora Irene Brietzke, em uma série de montagens a partir de textos de Bertolt Brecht.

Formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1970, lecionou literatura no Colégio Israelita por doze anos, depois foi professor de dramaturgia no Departamento de Arte Dramática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, até se aposentar em 2010.

Mas, como sempre declarou em entrevistas, "o cinema foi a sua diversão preferida desde os 6 ou 7 anos de idade". Em 1961, tornou-se sócio do Clube de Cinema de Porto Alegre, e alguns anos mais tarde foi chamado por seu presidente P. F. Gastal para escrever crítica de cinema no jornal Correio do Povo, e depois na Folha da Manhã e Folha da Tarde.

Como diretor e roteirista, realizou 21 filmes, sendo a maior parte deles curtas-metragens e vários realizados nas bitolas 16 mm e super-8. "Sem Tradição, Sem Família e Sem Propriedade", de 1968, é considerado um dos primeiros filmes em super-8 com intenção artística realizados no Brasil. "Adiós, América do Sul" em 1984 conquistou medalha de prata no Festival Internacional da Unica, em Saint-Nazaire, na França.

Marcos Palmeira, Vivianne Pasmanter e Sérgio Silva

Nos anos 1980 realizou curtas já em 35 mm, aproveitando a vigência da Lei do Curta e a possibilidade de trabalho com equipes mais profissionalizadas. Ainda assim, seu primeiro longa-metragem, dirigido em parceria com o amigo e sócio Tuio Becker, foi em 16 mm: "Heimweh / Nostalgia" (1990), crônica ficcional da vida de um imigrante alemão no Rio Grande do Sul, totalmente falado em alemão.

Seu primeiro longa em 35 mm, com lançamento comercial em cinemas do país, só veio após o Plano Collor e a chamada Retomada do Cinema Brasileiro: "Anahy de las Misiones" (1997) conta a história de uma mulher, interpretada por Araci Esteves, que, durante a Guerra dos Farrapos, percorre os campos de batalha, pilhando os mortos em companhia de seus quatro filhos.

Quando Sérgio Silva foi indicado para receber o Prêmio Joaquim Felizardo da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, em janeiro de 2010, o Conselho do Prêmio justificou sua escolha pela qualidade do filme "Anahy de las Misiones", considerado não apenas a melhor produção cinematográfica da história do cinema gaúcho como também a melhor entre todas aquelas que já se ocuparam da realidade sócio-cultural do Rio Grande do Sul em qualquer época.

Em 12/08/2012, o Festival de Gramado prestou homenagem a Sérgio Silva e sua obra cinematográfica, mas ele não pôde comparecer por problemas de saúde. Três dias depois, morreu em sua casa, em Porto Alegre, vítima de um Câncer de Pulmão.  O corpo do cineasta foi velado no Cemitério Ecumênico João 23, em Porto Alegre.

Filmografia Como Diretor

  • 2009 - Quase Um Tango...
  • 2003 - Noite de São João
  • 1997 - Anahy de las Misiones
  • 1994 - Frau Olga, Fräulein Frieda (Curta, inacabado)
  • 1993 - O Zeppelin Passou Por Aqui (Curta)
  • 1990 - Festa de Casamento (Curta)
  • 1990 - Heimweh / Nostalgia (Longa em 16 mm, co-dir. Tuio Becker)
  • 1984 - A Divina Pelotense (Curta em 16mm)
  • 1983 - Às Margens Plácidas (Curta em super-8)
  • 1982 - Adiós América do Sul (Curta em super-8, co-dir. Tuio Becker)
  • 1979 - Os Familiares (Curta em super-8)
  • 1969 - Não tem sentido (Curta em 16 mm)
  • 1969 - Scorpion (Curta em 16 mm, inacabado)
  • 1968 - Sem Tradição, Sem família e Sem Propriedade (Curta em super-8)

Filmografia Como Ator

  • 1995 - Delirio Erótico do Sr. Nelson Rodrigues
  • 1988 - Mahagonny
  • 1986 - A Boa Alma de Setsuan
  • 1985 - Delírio e Paixão do Sr. Nelson Rodrigues
  • 1984 - Champagne Para Mãe Tuda
  • 1982 - O Rei da Vela
  • 1981 - Happy End
  • 1979 - Antígona
  • 1975 - Boneca Teresa ou Canção de Amor e Morte de Gelsi e Valdinete
  • 1974 - Rodolfo Valentino
  • 1973 - A Ópera dos Três Vinténs

Fonte: Wikipédia

Altamiro Carrilho

ALTAMIRO AQUINO CARRILHO
(87 anos)
Compositor e Flautista

* Santo Antônio de Pádua, RJ (21/12/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (15/08/2012)

Altamiro Aquino Carrilho nasceu na cidade de Santo Antonio de Pádua, RJ, em 21 de dezembro de 1924. Por influência da família de sua mãe, aos cinco anos de idade brincava com uma flauta de bambu, feita por ele. Aos onze anos, já integrava a Banda Lira Árion, tocando tarol.

Em 1940 mudou-se com a família para Niterói, RJ, onde trabalhava como farmacêutico e à noite estudava música com o amigo e incentivador Joaquim Fernandes, flautista amador.

Altamiro  Carrilho não perdia nenhum programa dos grandes flautistas da época, Dante Santoro e Benedito Lacerda. Com uma flauta de segunda mão, inscreveu-se no programa de calouros de Ary Barroso, conquistando o primeiro lugar. Ainda muito moço, pela sua incrível facilidade de improvisar, com seu estilo muito pessoal e cheio de bossa, foi convidado a integrar conjuntos famosos como os de César Moreno, Canhoto e Rogério Guimarães.

Estreou em disco em 1943, participando da gravação de um 78 rpm de Moreira da Silva, na Odeon.

Em 1949, gravou o seu primeiro disco na Star, "Flauteando na Chacrinha".

Formou seu primeiro conjunto em 1950, para tocar na Rádio Guanabara, onde permaneceu até maio de 1951, quando foi convidado a integrar o Regional do Canhoto, substituindo Benedito Lacerda.


Em 1955, formou a Bandinha de Altamiro Carrilho, e gravou seu maxixe "Rio Antigo", que fez grande sucesso, chegando a vender 960.000 cópias em apenas seis meses. De 1956 a 1958 a bandinha ganhou grande prestígio e popularidade com seu programa "Em Tempo de Música", na TV Tupi.

Tornou-se conhecido internacionalmente na década de 60, quando se apresentou em diversos países, dentre eles: Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Egito, México, Estados Unidos e União Soviética.

"Um dos maiores e mais afinados solistas do mundo" foi o elogio que Altamiro Carrilho recebeu de Boris Trisno, quando esteve na União Soviética por três meses. O sucesso no exterior foi tanto que chegou a ficar um ano no México, onde fora passar uma temporada de apenas vinte dias. A partir da década de 70, tornou-se um dos flautistas mais requisitados, como solista e como acompanhante.

Em novembro de 1972 apresentou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro o "Concerto em Sol" de Mozart, sendo muito elogiado pela crítica especializada. Foi convidado pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre para participar de um programa de concertos onde, sob a regência do maestro Júlio Medaglia, executou o "Concerto Nº 2 em Ré Maior KV 314" de Mozart, tendo a idéia de colocar nas cadências pequenos trechos de músicas de grandes compositores populares brasileiros, tais como Pixinguinha e Ernesto Nazareth. Tal fato causou enorme impacto no público e principalmente nos membros da orquestra, sendo aplaudido de pé durante dez minutos.

Em 1987, Altamiro Carrilho acompanhou Elizeth Cardoso em sua tournée pelo Japão.


Seu disco "Clássicos em Choro" foi premiado com o Troféu Villa-Lobos, como melhor disco instrumental, tendo recebido também Disco de Ouro pelo seu trabalho "Clássicos em Choros Nº 2". Ganhou o Prêmio Sharp de 1997 como melhor CD instrumental, com o seu "Flauta Maravilhosa".

Recebeu em 1998, das mãos do então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, uma comenda especial, a Ordem do Mérito Cultural, em reconhecimento ao seu talento e sua incansável luta em prol da música brasileira. Ganhou também o Título de Cidadão Carioca concedido pela Câmara dos Deputados.

Em 2003, Altamiro Carrilho recebeu a comenda da Ordem do Mérito Cultural da Magistratura pelos serviços prestados à cultura brasileira.

Compositor de versatilidade extraordinária, compôs cerca de 200 músicas dos mais variados ritmos e estilos. Com 60 anos de carreira, tem mais de 100 gravações em discos, fitas e CDs.

Atualmente apresentava-se com seu conjunto de choro por diversas cidades brasileiras, em um show alegre e descontraído, em que contava algumas histórias da música popular brasileira, também incluindo em seu repertório arranjos de música clássica em ritmos brasileiros. Apresentava-se ainda, com orquestras sinfônicas por todo o território nacional e internacional, exercitando assim o seu lado erudito.

Foi um gênio vivo e um grande exemplo de perseverança, amor pelo instrumento e à música, dom de Deus, que lhe permitiu transmitir ao público: alegria e amor.

Morte

Altamiro Carrilho morreu na manhã  quarta-feira, 15/08/2012, aos 87 anos no Rio de Janeiro. Na segunda-feira, 13/08/2012, ele passou mal e foi levado para uma clínica particular em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital São Lucas, no Rio de Janeiro, Altamiro Carrilho esteve internado entre 7 e 24 de julho, tendo retornado para um atendimento no dia 27. No mesmo dia, retornou para sua casa. Seu quadro era de neoplasia pulmonar. Segundo a família, ele esteve internado durante muito tempo com problemas pulmonares, que o deixaram bastante debilitado.

Magro

ANTÔNIO JOSÉ WAGHABI FILHO
(68 anos)
Cantor, Instrumentista, Arranjador e Compositor.

*  Itaocara, RJ (14/11/1943) 
+  São Paulo, SP (08/08/2012)

Antônio José Waghabi Filho, mais conhecido como Magro, foi um cantor, vocalista e arranjador musical do grupo MPB-4, o qual integrava desde a sua formação.

O fascínio pela música desde criança fez com que Magro tivesse contato com vários instrumentos, como o piano, o violão, o tambor e a clarineta. Participou da Sociedade Musical Patápio Silva, famoso flautista brasileiro, também natural de Itaocara.

Iniciou seus estudos de piano com Pepita Machado, em sua cidade natal, onde fez parte, como segundo clarinetista, da banda de música Sociedade Musical Patápio Silva. Em 1959, mudou-se para Niterói, RJ. Estudou com Eumir Deodato e Guerra Peixe (teoria musical), Isaac Karabtchevsky (regência) e Vilma Graça (solfejo), além de ter recebido orientação na prática de arranjos instrumentais com o maestro Lindolpho Gaya.


Iniciou sua carreira profissional em 1960, como vibrafonista do conjunto de bailes Praia Grande, com o qual atuou durante dois anos.

Em 1963, fundou, juntamente com Milton Lima dos Santos Filho, Ruy Alexandre Faria e Aquiles Rique Reis, do grupo MPB-4, que ingressou no cenário artístico com o nome de Quarteto do CPC, alterado, no ano seguinte, para MPB-4, em função da extinção dos Centros Populares de Cultura.

Inicialmente atuando como vocalista, instrumentista e arranjador vocal, a partir do segundo LP do grupo passou a assinar, também, os arranjos instrumentais.

Os lançamentos dos primeiros LPs tiveram a direção musical do maestro Lindolpho Gaya. Posteriormente, Magro assume os arranjos das músicas produzidas nos próximos discos. Percebe-se que o grupo desenvolve técnicas vocais sofisticadas, especialmente no posicionamento das vozes em algumas músicas, como "Chão, Pó, Poeira", em que os quatro cantam em ordem inversa às posições vocais de cada um.

MPB-4
Paralelamente à sua atuação com o  MPB-4, foi responsável, também, por arranjos e orquestrações para discos de outros artistas, como Chico Buarque, "Chico Buarque de Holanda, Volume 2" e "Construção", Toquinho & Vinicius, Tunay e Simone, entre outros.

Entre seus trabalhos mais reconhecidos, destacam-se os arranjos vocais para as canções "Lamentos" (Pixinguinha e Vinicius de Moraes), com MPB-4, "Roda Viva" (Chico Buarque), classificada em 3º lugar no III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, e registrada em disco pelo compositor, "Cálice" (Gilberto Gil e Chico Buarque), com Chico Buarque, Milton Nascimento e MPB-4, e "Cio da Terra" (Chico Buarque e Milton Nascimento), com MPB-4 e Quarteto em Cy.

Como compositor, é preponderantemente letrista, exceção feita a "Parceria em Marcha Lenta", para a qual compôs a música sobre letra de Luiz Fernando Veríssimo.

Morte

Magro morreu aos 68 anos, na manhã de quarta-feira, 08/08/2012, em São Paulo, onde estava internado em decorrência de um  câncer de próstata que lutava há 10 anos, já diagnosticado com metástase. O cantor estava internado desde a sexta-feira, dia 03/08/2012. A informação foi confirmada no site oficial do grupo: "Com ele vai junto uma parte considerável do vocal brasileiro".

A última apresentação do compositor e instrumentista com o grupo foi no dia 08/06/2012. O velório acontecerá na Beneficência Portuguesa de São Paulo, no bairro de Paraíso, zona sul de São Paulo, e quinta-feira, dia 09/08/2012, o corpo será cremado no Cemitério da Vila Alpina, na zona leste.

Celso Blues Boy

CELSO RICARDO FURTADO DE CARVALHO
(56 anos)
Cantor, Compositor e Instrumentista

* Rio de Janeiro, RJ (05/01/1956)
+ Joinville, SC (06/08/2012)

Nascido no Rio de Janeiro, morou em Blumenau, Santa Catarina, dos 6 aos 14 anos.  Influenciado por B. B. King e Eric Clapton, é considerado um dos melhores guitarristas de blues do Brasil.

Começou a estudar guitarra com o pai, aos 14 anos de idade. Sua irmã, pianista, foi uma das primeiras pessoas para quem fez acompanhamento. Um de seus tios, grande conhecedor de rock e blues, foi quem o encaminhou para estes ritmos.

Tocou em vários grupos e bailes em Blumenau, onde a família havia se instalado. Logo, contudo, abandora a família e passou a viajar pelo país.


Aos 17 anos, já acompanhava Raul Seixas, com quem atuou na faixa "O Diabo é o Pai do Rock" e a dupla Sá e Guarabira.

Retirou seu nome Blues Boy de B. B. King, por quem tem grande admiração:

"Desde pequeno ouço B. B., que funciona para mim como um ponto de referência. Clapton, meu ídolo, entra como um ponto de equilíbrio e Hendrix como desabafo".

Aos 19 anos, em 1976, fundou o grupo de blues-hard rock Legião Estrangeira e a banda Aero Blues

A partir da década de 1980, lançou-se em carreira solo apresentando-se na boate carioca Appalloosa, na rua Barata Ribeiro, em Copacabana.


No início da década de 1980, um aluno seu insistiu para que gravasse uma fita-demo e a levou à Rádio Fluminense (A Maldita). Logo, a emissora pôs sua música no ar, tornando-a um grande sucesso. Por essa época, começavam os shows de rock no Circo Voador, na Lapa, centro do Rio de Janeiro e também os show produzidos por Nelson Motta, "Noites Cariocas", no Morro da Urca (Pão de Açúcar).

Sua primeira participação solo em gravação ocorreu em 1982, na coletânea lançada pela WEA "Rock Voador", somente com bandas que se apresentavam no Circo Voador do Rio de Janeiro.

Em 1984, participou da trilha sonora do filme Bete Balanço, também lançada em LP pela WEA. Neste mesmo ano, lançou pela gravadora Warner o disco "Som na Guitarra", do qual se destacaram as faixas "Blues Motel" e "Aumenta Que Isso Aí é Rock And Roll", sua composição mais conhecida. Ainda deste LP, outras músicas obtiveram relativo sucesso, entre as quais "Rock Fora da Lei" e "O Brilho da Noite", parceria com Geraldo D'arbilly.


No ano seguinte, ao lado de Barão Vermelho, Herman Torres, Robson Jorge e Lincoln Olivetti, Roupa Nova, José Renato, Fred Nascimento e Marisa Monte, entre outros, participou da trilha sonora do filme "Tropclip", na qual interpretou de sua autoria "Tempos Difíceis". O filme foi estrelado por Tânia Nardini, Marcos Frota, Ticiana Studart e Carlos Loffler.

No ano de 1986, foi convidado pela revista Rolling Stone para entrevistar B.B. King, que por essa época apresentava-se no Brasil. B.B. King emprestou-lhe sua famosa guitarra Lucille, convidando-o para visitá-lo em Indianápolis.

Para seu quarto disco, fez eleições diretas no Circo Voador, pelas quais o público escolheu o repertório. Ainda na década de 1990, lançou a grife Blues Boy (óculos escuros e paletas para guitarra e baixo).


Em 1996 transferiu-se para a cidade de Joinville, em Santa Catarina.

Em 1999, lançou o CD "Vagabundo Errante", na casa de espetáculos carioca Ballroom.

No ano de 2002, apresentou-se na Lona Cultural João Bosco, em Vista Alegre, subúrbio do Rio de Janeiro e na Lona Cultural Gilberto Gil, em Realengo, também no Rio de Janeiro.

Em 2003, apresentou-se no Hard Rock Café, no Rio de Janeiro.

No ano de 2007 fez show no Circo Voador gravando as faixas para o CD e DVD "Quem Foi Que Falou Que Acabou o Rock'n' Roll?", nos quais compilou seus maiores sucessos: "Blues Motel", "Fumando na Escuridão", "Marginal", "Aumenta Que Isso Aí é Rock'n' Roll" e "Tempos Difíceis", além da faixa inédita que dá nome ao disco. O DVD e CD foram lançados em show na casa carioca Canecão.

Morte

O cantor Celso Blues Boy morreu na manhã de segunda-feira, 06/08/2012, em Joinville, no norte de Santa Catarina vítima de um Câncer na Garganta. Segundo a central funerária de Joinville, o músico faleceu às 8:50 hs. O corpo já foi encaminhado para Blumenau para ser cremado.


Severino Araújo

SEVERINO ARAÚJO DE OLIVEIRA
(95 anos)
Compositor, Instrumentista e Maestro

* Limoeiro, PE (23/04/1917)
+ Rio de Janeiro, RJ (03/08/2012)

Severino Araújo de Oliveira  foi um músico, compositor, maestro, clarinetista e também regente da Orquestra Tabajara, que assumiu com 21 anos de idade.

Seu pai era professor de música e regente da banda local e a mãe fazia da música sua diversão predileta. Além dele, os irmãos também tornaram-se músicos, todos sendo integrantes mais tarde da Orquestra Tabajara. Manuel como trombonista, Plínio como baterista, José, mais tarde, conhecido como Zé Bodega, seria sax tenor e o mais novo, Jaime, seria o primeiro saxofone.

Um dos pioneiros na fusão de elementos do jazz e do choro na música brasileira, Severino Araújo começou a estudar música aos seis anos de idade, tendo aulas com o pai. Aos oito, tornou-se assistente do pai. Aos doze anos  já tocava clarinete e fez seu primeiro arranjo, para uma banda dirigida por seu pai, José Severino de Araújo, e aos dezesseis já escrevia sucessos de carnaval.

Em 1933, sua família mudou-se para o interior da Paraíba, indo residir na cidadezinha de Ingá, a mesma que inspirou o compositor Joubert de Carvalho a compor a célebre canção "Maringá", que daria nome posteriormente à cidade do norte do Paraná.

Aos 16 anos iniciou sua carreira artística fazendo arranjos para a banda da cidade de Ingá. E tocando clarinete, quando necessário. Sua fama como clarinetista se espalhou e em 1936 foi convidado para integrar como primeiro clarinetista a banda da Polícia de João Pessoa. Mudou-se então para a capital paraibana, onde durante um ano tocou na banda da Polícia.

Em 1937, o governo da Paraíba fez uma série de contratações para a recém-inaugurada PRI-4, a emissora oficial, inclusive uma orquestra inteira, a Orquestra Tabajara, que já existia animando diversos bailes na região. Nessa época, entretanto, vários de seus componentes tiveram de deixá-la, pois foram convocados para o serviço militar. O maestro Luna Freire teve então de contratar músicos no Recife e convidou Severino Araújo para juntar-se à mesma como primeiro clarinetista.

Em 1938, o regente e pianista Luna Freire faleceu repentinamente e a direção da rádio resolveu convidar Severino Araújo para assumir a orquestra. Impôs como condição para assumir a orquestra a contratação de mais um trombone, um saxofone e um trompete. Chamou então, os irmãos Manuel e Jaime, além de um ex-colega da banda da Polícia de João Pessoa. Até deixar a Paraíba, a orquestra era composta de três trompetes, três trombones e quatro saxofones, além do ritmo com quatro elementos. Mais tarde entrariam na orquestra seus dois outros irmãos.

Em 1943, foi convocado para o Exército, indo servir durante um ano, no 15º R.I. num lugar chamado Aldeia, no interior de Pernambuco. Nessa época, compôs seu famoso "Um Chorinho em Aldeia", que se tornaria seu primeiro sucesso popular.

Em 1944, recebeu, através do ex-colega Porfírio Costa, convites para trabalhar profissionalmente na capital do país. Os convites eram do Cassino Copacabana e da Rádio Tupi. Aceitou o convite da Rádio Tupi e embarcou para o Rio de Janeiro. Nesse período foi contratado pela Gravadora Continental onde gravou seus primeiros discos, ainda em outubro de 1944. No primeiro, dirigindo uma orquestra de estúdio, acompanhou o cantor Déo no frevo "Vou Pra Pernambuco" e no samba "Vaidade de Mulher". No segundo, apenas com orquestra, gravou os frevos "Chegou a Minha Vez" e "Pitiguary". No terceiro, fez o acompanhamento orquestral para o cantor Jorge Tavares no samba "Apareça Quem Disse" e no frevo "Regina".

Ainda em fins de 1944, apresentou na Rádio Tupi com a Orquestra Marajoara o choro "Chorinho em Aldeia", com magistral interpretação de clarinete. Essa transmissão ocorreu num domingo e foi gravada em acetato pela emissora. Já na segunda-feira inúmeros telefonemas pediam para que a rádio reprisasse a gravação.

Em 1945, obteve um grande sucesso e que se tornou um clássico da Música Popular Brasileira, o choro "Espinha de Bacalhau" de sua autoria gravado com a Orquestra Tabajara, que no mesmo ano chegou ao Rio de Janeiro também contratada pela Rádio Tupi.

Em 1946 gravou, entre outras, os choros "Brejeiro" (Ernesto Nazareth), "Sonoroso" (K-Ximbinho), "Molengo" (Severino Araújo) e a marcha "Cidade Maravilhosa" (André Filho), em ritmo de samba.

Em 1947, gravou, entre outras composições, os choros "Malicioso" (Geraldo Medeiros), "Um Chorinho Para Clarinete" (Severino Araújo), o frevo "A Mamata é Boa" (Jones Johnson) e o frevo-canção "Voando Pra Recife" (Jonas Cordeiro).

Em 1949, gravou com Claudionor Cruz no vocal o choro "Cintilante" (Claudionor Cruz e José de Freitas). Gravou ainda no mesmo ano, de Noel Rosa e Vadico o samba "Feitiço da Vila", além de diversos frevos, entre os quais "Januário no Frevo" (Jonas Cordeiro), "O Macobeba Vem Aí" (Levino Ferreira) e "Zé Carioca no Frevo" (Geraldo Medeiros).

Em 1951, gravou os frevos "Tá Esquentando" (Zumba), "Último Dia" (Levino Ferreira) e o frevo-canção "É Frevo, Meu Bem" (Capiba), com vocal de Carmélia Alves. No mesmo ano, apresentou-se com enorme sucesso juntamente com a orquestra americana de Tommy Dorsey nas festividades de inauguração da TV Tupi.

Em 1952, gravou de sua autoria os choros "Saxomaníaco", "Mirando-te", "Um chorinho em Cabo Frio" e o baião "Baião Pra maluco". No mesmo ano, viajou com sua orquestra para Paris acompanhado do vocalista Jamelão para fazer uma apresentação de carnaval. O sucesso foi tão grande que acabaram ficando um ano em Paris. 

Em 1954, gravou de Capiba, com vocal de Carmélia Alves, o frevo-canção "Vamos Pra Casa de Noca?", os frevos "Gracinha no Frevo" (Levino Ferreira) e "Centenário" (Geraldo Medeiros). Nesse ano, encerrou-se o contrato com a Tupi e a orquestra saiu em excursão pelos estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Retornaram ao Rio no meio do ano e em novembro partiu em nova excursão desta vez aos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Em 1955, saiu com sua orquestra em excursão a Montevidéu onde permaneceram por 40 dias. No mesmo ano, foram contratados pela Rádio Mayrink Veiga, onde a orquestra permaneceu por quatro anos. Nesse período gravou o LP "A Tabajara no Frevo", com uma coletânea de frevos. Ainda em 1955, foi escolhido pelo crítico Silvio Túlio Cardoso, através da coluna "Discos Populares" escrita por ele para o jornal O Globo, como o "regente da melhor orquestrar do ano", recebendo como prêmio um "disco de ouro" entregue em cerimônia no Golden Room do Copacabana Palace.

Em 1959, gravou o samba "A Felicidade" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes). Em 1961, gravou o LP "Recife 400 Anos", com diversas composições em homenagem à capital pernambucana, entre as quais "400 Anos de Glórias" de sua autoria, "Recife, Capital do Frevo" (Geraldo Medeiros), "Diabo Solto" (Levino Ferreira) e "Homenagem a Recife" (Geraldo Medeiros e F. Corrêa da Silva). No mesmo período, gravou o LP "12 Ritmos Brasileiros" no qual sua orquestra interpretou samba, baião, marchinha, toada, maxixe, marcha de rancho, capoeira, samba-canção, coro, maracatu, cateretê e frevo.

Em 1962, foi contratado com sua orquestra pela Rádio Nacional onde permaneceu por dois anos. Pouco depois assinou contrato com a TV Rio, com uma nova formação da orquestra, incluindo então os trompetes de Hamilton, Geraldo e Mozart, os trombones de Manuel Araújo, Edson Maciel, Zanata e Tião, os saxofones de Jaime Araújo, Odilon, Hélio Marinho, Jaime Ribeiro e Genaldo, e os percussionistas Oscar, Gabriel, Plínio, Chiquinho, Elias e Freitas.

Em 1967, lançou pela CBS o LP "A Tabajara No Hit Parade" com diversos sucessos daquele momento entre os quais "Eu Te Darei o Céu" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), "Namoradinha De Um Amigo Meu" ( Roberto Carlos), "O Chorão" (Luiz Keller e Edson Mello), entre outras, além de composições estrangeiras.

Em 1968, ao terminar o contrato com a TV Rio, resolveu aposentar-se após 35 anos de trabalho. Mas a aposentadoria não foi definitiva pois prosseguiu fazendo bailes e shows.

Em 1975, a Continental lançou o LP "Severino Araújo e Sua Orquestra Tabajara", fazendo um apanhado da carreira do maestro e de sua orquestra em 12 gravações. No mesmo ano, a Odeon lançou o LP "Severino Araújo e Orquestra Tabajara" dentro da série Depoimento em seu volume 1, trazendo regravações de antigos sucessos e novas gravações como "Se Não For Por Amor" (Benito di Paula), "Dente Por Dente" (Martinho da Vila) e "Fogo Sobre Terra" (Toquinho e Vinicius de Moraes).

Em 1976, apresentou-se com sua orquestra no espetáculo "Seis e Meia" no Teatro João Caetano no Rio de Janeiro. Em 1977, a Continental lançou o LP "A Tabajara de Severino Araújo" trazendo regravações de antigos sucessos, além de novas gravações como a do choro "Tico-Tico No Fubá" (Zequinha de Abreu).

Nos anos 80, apresentou-se com enorme sucesso com sua orquestra na "Domingueira Voadora", série de bailes dominicais realizados na casa de espetáculos Circo Voador na bairro da Lapa no Rio de Janeiro. Em 1991, lançou pela Fama o LP "Anos Dourados", onde estão presentes diversos clássicos das Big Bands dos anos 1930 e 1940.

A orquestra continuou com o maestro Severino Araújo à frente durante os anos 90 fazendo shows e realizando gravações num verdadeiro recorde de longevidade. Lançou mais de 100 discos entre 78rpm e LPs. O maestro teve sua biografia escrita pela jornalista Beatriz Coelho Silva. Em 1997, completou 80 anos de idade ainda à frente da Orquestra Tabajara.

Em 2000, regeu a Orquestra Tabajara no acompanhamento do cantor Jamelão no CD "Por Força Do Hábito". No mesmo ano, completou 60 anos à frente da Orquestra Tabajara revivendo a "Domingueira Voadora", então na Fundição Progresso, centro cultural no bairro da Lapa no Rio de Janeiro. Lançou também mais um CD da orquestra com músicas de Carlos Gomes e Chiquinha Gonzaga, entre outros.

Em 2003, no aniversário de 70 anos da Orquestra Tabajara regeu o baile de número 13.644 da orquestra. Em 2004, com a reabertura do Circo Voador voltou a reger a Orquestra Tabajara no tradiconal baile da "Domingueira Voadora". Em 2005, regeu a Orquestra Tabajara no show de fechamento da série "Orquestras Populares Brasileiras" no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.


Morte

Severino Araújo morreu no dia 3 de Agosto de 2012, aos 95 anos, vítima de Falência Múltipla dos Órgãos ocorrida em decorrência de uma Infecção Urinária. Diabético, ele estava internado desde 20 de julho no Hospital Ipanema Plus, na zona sul do Rio de Janeiro. O enterro ocorreu na tarde de sábado (04/08/2012) no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB