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Diva Tosca

TOSCA IZABEL QUERZÉ ROULIEN
(23 anos)
Atriz, Dançarina e Violinista

☼ Rio de Janeiro, RJ (04/12/1909)
┼ Hollywood - Los Angeles, Estados Unidos (27/09/1933)

Diva Tosca foi uma atriz e dançarina nascida na Rua Itapiru, no bairro de Catumbi, na cidade do Rio de Janeiro, em 04/12/1909. Era esposa do ator brasileiro Raul Roulien.

Aos 8 anos de idade, seus pais a enviaram para um colégio interno em Santiago, no Chile, para que ela tivesse uma educação primorosa. A menina, influenciada pelas freiras do colégio, sonhava em ser freira também, mas abandonou a ideia quando foi enviada para à Itália em 1921, aos 12 anos de idade, para morar com uns tios.

Lá, Tosca tomou aulas de piano e violino, e em 1926 ela mudou-se com eles para os Estados Unidos, onde passou a fazer aulas de dança na academia do famoso Ned Wayburn.

Em 1927, aos 17 anos de idade, ingressou no elenco do musical "Rose Marie" (1927), nos palcos da Broadway. Era um pequeno papel, mas em uma peça importante, que teve como espectadores as estrelas Gloria Swanson e Ala Nazimova, com quem Diva Tosca chegou a conversar nos bastidores.

Em 1927 ela retornou ao Brasil, e ingressou na companhia de Margarida Max, estreando nos palcos brasileiros na opereta "Flôrsinha" (1927). Depois foi contratada pelo português António Macedo, ingressando na sua Companhia de Bailados, que se apresentava no Theatro República.

Diva Tosca visitando a cantora Lydia Lindgreen, durante sua estada nos EUA - (The Decatur Herald, 13/12/1926)
Foi no República em que ela conheceu o ator Raul Roulien. Antiga criança prodígio dos palcos brasileiros do começo do século XX, Raul Roulien havia morado muitos anos em Buenos Aires, onde tornou-se astro dos palcos, trabalhando inclusive ao lado de Carlos Gardel.

De volta ao Brasil, Raul Roulien tornou-se um dos maiores galãs do teatro brasileiro, sendo o ídolo de muitas adolescentes da época. Ele contratou Diva Tosca para sua companhia, a Films Scenicos, que se apresentava nos palcos do Theatro Lyrico.

Com Raul Roulien, Diva Tosca atuou em peças de sucesso como "O Irresistível Roberto" (1930) e "O Perfume do Passado" (1930). Nos palcos, ela dançava, atuava, declamava e tocava violino, uma artista completa.

Diva Tosca sonhava em ser estrela de cinema e seu primeiro contato com a grande tela foi quando atuou em um comercial, ou reclame como chamavam na época, de um perfume, que era exibido antes das sessões no Cinema Serrador.

Em 1930 ela estreou no cinema atuando em "As Armas" (1930), dirigido por Octavio Gabus Mendes, pai de Cassiano Gabus Mendes, interpretando a doce e ingênua Rosa.

E. G. Moura e Diva Tosca em "As Armas"
Raul Roulien era um grande sucesso no Brasil, mas vendo que antigos colegas dos palcos portenhos, como Mona Maris, estavam fazendo sucesso em Hollywood, resolveu tentar a sorte na terra do cinema. Diva ToscaRaul Roulien namoravam, e ela o acompanhou na empreitada.

Eles se casaram em Nova York, no dia 06/07/1931, mas o casamento foi mantido em segredo, afinal um galã não podia decepcionar as fãs, sendo casado.

Raul Roulien estreou no cinema em "Eran Trece" (1931), uma versão em espanhol de um sucesso de Charlie Chan. Mas a Fox gostou do ator latino, e o contratou. Fizeram-no operar as orelhas, que eram proeminentes, e começaram a promovê-lo como "O novo Rudolph Valentino".

Ao lado de Janet Gaynor, a primeira vencedora do Oscar, Raul Roulien estrelou "Delicius" (1931), onde vivia Sacha, um personagem romanceado baseado no compositor George Gershwin. O filme fez muito sucesso, e Raul Roulien entrou para o primeiro time de Hollywood.

Foi Raul Roulien quem juntou a dupla Fred Astaire e Ginger Rogers pela primeira vez, em "Flying Down To Rio" (1933), e quem primeiro viu o talento da ainda Rita Cansino em "Piernas de Sieda" (1935). Ela mais tarde tornaria-se uma grande estrela, já chamada de Rita Hayworth. Ele também fez par romântico com a jovem Gloria Stuart em "It's Great To Be Alive" (1933). Anos mais tarde, Gloria Stuart voltaria aos holofotes como a Rose, idosa, em "Titanic" (1997).

Morte

Raul Roulien havia chegado lá, e Diva Tosca havia deixado a carreira temporariamente, para auxiliar o marido. O casal vivia feliz, enviando notícias para as revistas de cinema brasileiras, contando seu sonho americano realizado.

Porém, em 23/09/1933 o sonho acabou bruscamente. Raul Roulien e Diva Tosca saíam dos estúdios da Fox, quando um carro em alta velocidade avançou sobre eles, atingindo em cheio Diva Tosca, que acabou morrendo a caminho do hospital. O carro era dirigido por John Huston.

John Huston, que mais tarde tornaria-se cineasta, era então um ex figurante que iniciava na carreira como roteirista. Mas era filho de Walter Huston, um popular ator, muito influente em Hollywood.

John Huston estava bêbado, e meses antes, em fevereiro do mesmo ano, já havia atropelado a atriz Zita Johann, protagonista de "The Mummy" (1932). Zita Johann sobreviveu, mas ficou longos meses no hospital, o que prejudicou muito sua carreira.

Fred Astaire e Raul Roulien
Raul Roulien foi chamado pela Fox, que pediu para ele deixar o caso para lá. Como compensação, lhe ofereceram o papel principal em "The Garden Of Allah" (1936), um dos primeiros filmes coloridos feitos em Hollywod, e estrelado por Marlene Dietrich. Mas ele não aceitou o acordo, e o papel acabou indo para Charles Boyer.

Raul Roulien processou John Huston, pedindo uma indenização milionária. John Huston contou com a melhor equipe de advogados que Hollywood podia pagar, enquanto Raul Roulien, um brasileiro, lutou como podia. Raul Roulien venceu o processo, mas o juiz reduziu a indenização para apenas 5 mil dólares.

Por ter enfrentado o sistema, Raul Roulien teve sua carreira destruída em Hollywood. Ele então retornou ao Brasil, onde tornou-se um importante artista do cinema, teatro e televisão, falecendo no dia 08/09/2000, com quase 100 anos de  idade.

Diva Tosca foi sepultada no Grand View Memorial Park, Seção KA, Nível 6, Túmulo 70. O Grand View Memorial Park é um cemitério histórico localizado em Glendale, Califórnia, nos Estados Unidos.

Fonte: Memórias Cinematográficas e Find a Grave
Agradecimento Especial: Yuri S., por sua indicação biográfica e contribuição.
#famososquepartiram #divatosca

Roberto Rodrigues

ROBERTO RODRIGUES
(23 anos)
Desenhista, Ilustrador e Escultor

* Rio de Janeiro, RJ (1906)
+ Rio de Janeiro, RJ (29/12/1929)

Nascido no Rio de Janeiro em 1906, era filho do político e jornalista Mário Rodrigues, fundador dos jornais A Manhã e Crítica, irmão do também jornalista Mário Filho e do dramaturgo Nelson Rodrigues.

Exímio desenhista, trabalhou como ilustrador nos jornais da família e em outros jornais. Ingressou em 1923 na Escola Nacional de Belas Artes, onde conquistou algumas premiações, se destacando também pelas veementes críticas que fazia aos grandes pintores acadêmicos da época. Algumas mostras do artista foram organizadas após a sua morte: em 1930, no Liceu de Artes e Ofícios, Rio de Janeiro, em 1993 na Galeria A. S. Studio, São Paulo, e em 2000, no Conjunto Cultural da Caixa, Rio de Janeiro, e mais recentemente na Galeria Hermitage.

A Tragédia

Na tarde de 26/12/1929, a jornalista e escritora Sylvia Serafim Thibau, 28 anos, que colaborava em A Gazeta, de São Paulo, e nas revistas Fon-Fon e Selecta, do Rio de Janeiro, com o pseudônimo de Petite Source, casada e mãe de dois filhos pequenos, deu um tiro na barriga de Roberto Rodrigues de 23 anos, na redação do jornal Critica, de propriedade da família Rodrigues.

Naquele mesmo dia, a primeira página do jornal trazia uma reportagem difamatória sobre o desquite de Sylvia, cuja ilustração, assinada por Roberto Rodrigues, insinuava que ela traíra o marido. O desenho mostrava um médico, no caso, o Drº Manoel de Abreu, com quem Sylvia se tratava, alisando as coxas de uma mulher, Sylvia.

O desenhista não morreu imediatamente. Padeceu ainda por três dias. O atentado transformou-se em Tragédia Rodrigueana: três meses depois da morte de Roberto Rodrigues, o patriarca da família, Mário Rodrigues, que nunca se conformou com a perda do filho querido, morreu vítima de trombose cerebral. Cinco meses após a morte de Mário Rodrigues, Sylvia, responsabilizada pelos Rodrigues pelas duas mortes, foi julgada e absolvida, apesar da família ter feito uma das maiores, mais duras e ofensivas campanhas contra uma pessoa na imprensa carioca.

Dois meses depois, estourou a Revolução de 30, e o jornal Critica, defensor do regime que era derrubado, acabou sendo empastelado e nunca mais circulou. Era a desgraça completa da família Rodrigues. No entanto, o último capítulo desta dramática história ainda não estava escrito. Dois anos depois de ser absolvida, Sylvia se apaixonou pelo tenente-aviador Armando Menezes. Os dois tiveram um filho chamado Rohny.

Armando Menezes foi transferido para Curitiba e abandonou Sylvia. Logo em seguida, um juiz decretou a prisão de Sylvia porque ela foi acusada de falsificar documentos para estudar numa faculdade de direito.

Com medo de um novo escândalo, Sylvia fugiu para Curitiba atrás de Armando Menezes. Ela foi rejeitada pelo tenente e tentou o suicídio em um quarto de hotel. A polícia transferiu Sylvia para a enfermaria da casa de detenção em Niterói, Rio de Janeiro. Na madrugada de 27/04/1936, Sylvia suicidou-se ao lado de seu filho de três anos, que estava dormindo.

A morte de Roberto Rodrigues deixou marcas profundas num dos seus irmãos mais famosos, Nelson Rodrigues, considerado o maior dramaturgo brasileiro, que era apenas um jovem de 17 anos quando testemunhou a tragédia. É o próprio Nelson Rodrigues quem revela:

"E confesso: o meu teatro não seria como é, nem eu seria como sou, se eu não tivesse sofrido na carne e na alma, se não tivesse chorado até a última lágrima de paixão o assassinato de Roberto."

Por Roberto Rodrigues

"O meu primeiro desenho? Não me recordo. Talvez fosse o elefante que ninguém adivinhou. Não fui uma criança prodígio. Lembro-me que apostava um tostão com outros garotos para ver quem desenhava melhor. Sempre perdia…
Gostava de fazer rabiscos, criando um novo tipo de submarino ou canhão cujo mecanismo só eu entendia. Depois tive vontade de crescer para fazer a independência de um país qualquer. Do Canadá por exemplo.
A minha arte é sincera. Sou eu mesmo. Não tenho a preocupação de fazer blague, nem me interessam a gramática artística ou a cartilha social. Muita gente acha horrível o que faço. Pode ser. Não fosse a vida a minha inspiradora… Em todo caso sou moço, e é possível que um dia encontre a beleza das coisas feias.Tanto é belo um idílio romanesco como um crime bárbaro.
Vênus de Milo dá saudade das mulheres feias. Tudo depende do momento. Às vezes prefiro o necrotério, com as mães chorando, a Copacabana com as meninas bonitas e alegres. No resto, sou igual a qualquer mortal — tolero a vida por covardia. Creio que o artista moderno não pode ter a ingenuidade dos antigos. Antigamente, dormia-se bem e comia-se melhor.
O ar era mais puro e existia tranqüilidade de espírito. Hoje o artista trabalha torturado pelo trepidar alucinante das máquinas. Tem a maldade dos milhões de seres animalizados na luta pela vida. Quando eu era pequeno um senhor disse que o artista morria de fome. O castigo melhor é deixá-lo viver.A própria arte se encarrega de matá-lo, muito mais lenta e cruelmente. Não vês como a mãe tem pena do filho artista?
Se encontrares um artista na rua tira o chapéu. O trabalho mais insignificante dele equivale a tua vida inteira de esforço mental."

(Roberto Rodrigues)

Fonte: Wikipédia e Associação dos Magistrados Brasileiros

Dener

DENER AUGUSTO DE SOUSA
(23 anos)
Jogador de Futebol

* São Paulo, SP (02/04/1971)
+ Rio de Janeiro, RJ (18/04/1994)

Em 1982, aos onze anos, Dener entrou pela primeira vez no Estádio do Canindé para defender a equipe mirim da Portuguesa de Desportos. Quatro anos mais tarde, teve de abandonar o sonho de fazer carreira no futebol para ajudar a mãe com as despesas de casa.

Órfão de pai desde os oito anos, Dener e os irmãos tiveram de começar a trabalhar para ajudar no sustento da família. Ele estudava pela manhã, trabalhava à noite e jogava futebol por cachê na Vila Maria, pelo Colégio Olavo Bilac.

Em 1988 voltou a treinar nas categorias de base da Portuguesa de Desportos, após uma passagem frustrada de dois meses pelo São Paulo. O treinador Antônio Lopes, na época treinador da equipe sênior, promoveu o jogador à categoria mesma equipe, transformando-o em profissional. Dener treinava entre os sêniores e ainda jogava pelo juniores, e foi assim que levou a Portuguesa de Desportos ao primeiro título do clube na Copa São Paulo de Futebol Júnior em 1991, sendo no fim eleito o melhor jogador do campeonato.

Com apenas 20 anos o jogador teve a sua primeira oportunidade com a camisa da Seleção Brasileira e em 27/03/1991, contra a Seleção Argentina em Buenos Aires, fez a sua estréia.

Em 1993 Dener foi emprestado por seis meses ao Grêmio onde conquistou o seu primeiro título numa equipe profissional. No fim do empréstimo, o jogador retornou à Portuguesa de Desportos para disputar o Campeonato Brasileiro.

No ano seguinte o jogador foi novamente emprestado, agora para um clube carioca, o Vasco da Gama. Este seria o seu último clube até a sua prematura morte.


Morte Prematura

Na época em que estava no Rio de Janeiro, Dener sofreu um grave acidente que lhe tirou a vida. Ele voltava de São Paulo, onde havia se reunido com dirigentes da Portuguesa de Desportos e do Stuttgart, da Alemanha, para uma futura transferência, e passado o fim de semana com a família, quando o seu carro, dirigido pelo amigo Oto Gomes, perdeu a direção e chocou-se com uma árvore na Lagoa Rodrigo de Freitas.

O jovem jogador viajava dormindo no banco do carona do seu Mitsubishi Eclipse e foi sufocado pelo cinto de segurança, terminando tragicamente uma carreira promissora. Investigações posteriores descobriram que Dener deixou o banco inclinado demais, anulando a eficiência do cinto. Mesmo assim, a morte do jogador de futebol fez com que muitos jovens passassem a recusar o uso do dispositivo de segurança, que se tornaria obrigatório em 1998.


Após a Morte

Em homenagem ao jogador, no mesmo ano da sua morte, foi disputada a Copa Dener, torneio reunindo Cruzeiro, Atlético, ambos de Minas Gerais, Botafogo e Vasco, do Rio de Janeiro, Portuguesa e Santos, sendo que o Santos sagrou-se campeão ao vencer o Atlético Mineiro por 4x2.

Também em homenagem ao jogador, uma placa foi colocada no local do acidente e registra que ali Dener Augusto de Sousa perdeu a vida.

Dener deixou viúva e três filhos. Após sua morte, a família que tinha direito a parte do dinheiro do seguro do jogador foi surpreendida com a notícia de que o jogador não tinha um seguro pois o Vasco da Gama, clube responsável no contrato a tratar do seguro, não fez qualquer seguro em nome dele. A família reclamou na justiça os seus direitos e após dez anos de julgamento o tribunal decidiu em definitivo que o Vasco da Gama deveria pagar à família e à Portuguesa de Desportos quantia referente ao seguro. A Portuguesa recebeu a sua parte, porém a família do atleta precisou mover uma ação judicial contra o Vasco da Gama para receber o dinheiro, pois o clube não reconhecia Luciana Gabino como esposa legítima de Dener, pois, apesar de estar com o jogador desde os 18 anos e de ser a mãe dos seus filhos, não era oficialmente casada com ele. Após treze anos de disputas judiciais, o clube e a viúva de Dener chegaram a um acordo para o pagamento da dívida.

Dener, ao lado de Valdir, comemora seu último título

Títulos

Portuguesa
1991 - Copa São Paulo de Futebol Júnior

Grêmio
1993 - Campeonato Gaúcho de Futebol

Vasco da Gama
1994 - Campeonato Carioca de Futebol (Póstumo)

Fonte: Wikipédia