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Maria Castro

MARIA DE JESUS CASTRO
(92 anos)
Cantora e Compositora

☼ Itapeva, SP (1926)
┼ São Paulo, SP (23/01/2019)

Maria de Jesus Castro foi uma cantora nascida em Itapeva, no interior do Estado de São Paulo, em 1926. Ela era a primeira voz do Duo Irmãs Castro, um dos fenômenos da música sertaneja nas décadas de 40 e 50.

O pai das Irmãs Castro era engenheiro da ferrovia e por este motivo viviam de cidade em cidade. Numa dessas idas e vindas, conheceram aquele que mudaria a vida das duas e da música sertaneja, João Alves dos Santos, o famoso Nhô Pai, que lhes presenteou com a canção "Beijinho Doce" no ano de 1944.

A música foi gravada e as Irmãs Castro ganharam o Brasil de norte a sul, inclusive outros países da América do Sul, como o Paraguai.

Irmãs Castro

As Irmãs Castro começaram em 1938 na Rádio Clube de Bauru, onde venceram o concurso de calouros Descobrindo Astros do Futuro, cantando "O Que É Que A Baiana Tem" (Dorival Caymmi). Elas participaram do concurso escondidas dos pais e logo após o mesmo, continuaram cantando em inglês numa outra emissora de rádio local.

Em 1940, Maria de Jesus e Lourdes, com 14 e 12 anos de idade, respectivamente, mudaram-se para São Paulo, onde tiveram que enfrentar os famosos preconceitos por serem do sexo feminino e, além disso, menores de idade.

Mas foi em São Paulo que Nhô Pai, compositor de sucessos como "Beijinho Doce", viu as irmãs cantando e gostou do dueto perfeito de suas vozes. Pediu então autorização aos pais delas para poder ensinar a elas o gênero sertanejo. A partir daí as Irmãs Castro apresentavam-se em programas diversos, sempre acompanhadas pelo Nhô Pai e também pela mãe.

Então foram convidadas para cantar no Rio de Janeiro. Devido à idade, falsificaram as certidões de nascimento para poder cantar nos cassinos. Na cidade maravilhosa também cantaram em emissoras como Rádio Tupi, Rádio Globo e Rádio Mayrink Veiga.

De volta à São Paulo, passaram pelas Rádio Cultura, Rádio Tupi e Rádio Bandeirantes e foram contratadas com exclusividade pela Rádio Record.


O primeiro disco das Irmãs Castro foi gravado pela Continental em 1944 quando elas tinham 18 e 16 anos de idade respectivamente. Nesse 78 rpm, gravaram "Não Me Escrevas" e "Che Camba (Vem Cá)".

Em 1945, gravaram um novo disco 78 rpm contendo o valseado "Faz Um Ano" e o corrido "Beijinho Doce", um clássico da música caipira, que foi o maior sucesso das Irmãs Castro e que as transformou rapidamente em estrelas.

A música caipira não era o estilo preferido das Irmãs Castro. Elas preferiam outros estilos de música brasileira. O convite para a carreira sertaneja, no entanto, partiu de Nhô Pai que viu nelas o potencial e elas acabaram aceitando.

Em 1947, gravaram a guarânia "Noites do Paraguai" (S. Aguayo), com versão de Ariovaldo Pires, uma das muitas versões de canções paraguaias e mexicanas que a dupla gravou. No mesmo disco estava o rasqueado "Siriema" (Nhô Pai e Mário Zan), outro de seus grandes sucessos.

Com o sucesso que estavam obtendo, passaram a receber vários convites. Apresentaram-se em circos e rádios por todo o Brasil. Cantaram também em diversos países da América Latina, tais como Paraguai, Uruguai e Argentina.


No Paraguai, elas foram para se apresentar por uma semana no Teatro Vitória, o maior de Asunción, mas acabaram permanecendo um mês por lá. A apresentação das Irmãs Castro foi transferida então para o Teatro Municipal de Asunción, já que o conjunto vocal americano The Platers tinha uma apresentação programada no Teatro Vitória. As Irmãs Castro acabaram roubando a platéia do The Platters, pois o conjunto americano, além de ter tido que aguardar a transferência das Irmãs Castro para o outro teatro, ainda tiveram no show lotação abaixo da esperada, enquanto as Irmãs Castro se apresentavam com mais platéia no Teatro Municipal. No Paraguai fizeram sucesso principalmente com "Che Yara Porã Tupy" (Ariovaldo Pires e Riellinho"Che China Mi" (Antônio Cardoso e Ariovaldo Pires).

De retorno ao Brasil, vieram em avião cedido pelo governo do Paraguai.

Em 1974, lançaram um LP pela Chantecler, quando regravaram antigos sucessos como "Beijinho Doce", além de outras músicas, como "Pelejo Pra Te Deixar" (Biá e Gauchito).

Em 1984, participaram do programa "Viola Minha Viola", na TV Cultura de São Paulo.

A dupla se desfez em 1985, porém as Irmãs Castro compõem um capítulo muito importante na história da música caipira raiz, pois, além delas terem sido a primeira dupla feminina a gravar música caipira, também foram as pioneiras no ritmo corrido, o mesmo ritmo de "Beijinho Doce".

Lourdes faleceu aos 83 anos de idade, em 30/08/2011, vítima de um infarto agudo do miocárdio.

Morte

Maria Castro faleceu na quarta-feira, 23/01/2019, em São Paulo, SP, aos 92 anos.

Fonte: Sertanejo Bão
Indicação: Miguel Sampaio
#famososquepartiram #mariacastro #irmascastro

Caio Junqueira

CAIO DE LIMA TORRES JUNQUEIRA
(42 anos)
Ator

☼ Rio de Janeiro, RJ (20/11/1976)
┼ Rio de Janeiro, RJ (23/01/2019)

Caio de Lima Torres Junqueira, mais conhecido por Caio Junqueira, foi um ator brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 20/11/1976. Era filho do ator Fábio Junqueira, falecido em 20/11/2008,  e irmão do ator Jonas Torres, conhecido como o Bacana da série "Armação Ilimitada" (1985/1988).

Aos 9 anos, Caio deu os primeiros passos na carreira artística na série "Tamanho Família" (1985/1986), da extinta Rede Manchete.

O gosto pela profissão revelado na infância se consolidou na adolescência quando o ator estreou na TV Globo, em 1990. Neste ano, fez dois trabalhos na emissora: A minissérie "Desejo" e a novela "Barriga De Aluguel".

Em 1994 fez sua segunda novela, "A Viagem", seguida pelas séries "Engraçadinha" (1995), "Hilda Furacão" (1998) e "Chiquinha Gonzaga" (1999).

Em 2010 interpretou seu primeiro protagonista na telenovela "Ribeirão do Tempo".

Em 1985, aos nove anos de idade, Caio estreava na TV Manchete ao lado de grandes nomes como Diogo Vilela, Guilherme Osty e Zezé Polessa no programa humorístico "Tamanho Família". Logo, foi para a TV Globo, para participar, ao lado do meio-irmão Jonas Torres, da série "Armação Ilimitada". Desde então, formou um extenso currículo na TV, nos palcos e, sobretudo, no cinema.


Também na TV Globo, fez "Desejo" (1990), "Barriga De Aluguel" (1990), "A Viagem" (1994), "Engraçadinha... Seus Amores E Seus Pecados" (1995), "Malhação" (1998), "Hilda Furacão" (1998), "Chiquinha Gonzaga" (1999), "Aquarela Do Brasil" (2000), "Um Anjo Caiu Do Céu" (2001), "O Quinto Dos Infernos" (2002), "O Clone" (2001) e "Um Só Coração" (2004).

Participou também de episódios em seriados como "A Vida Como Ela É" (1996), "Brava Gente" (2000) e "Sexo Frágil" (2003).

Em 2004 ganhou destaque ao integrar o remake da novela "A Escrava Isaura", onde interpretou o abolicionista Geraldo, melhor amigo do protagonista e que tentava salvar das visões racistas a mimada Malvina.

Na Record TV, protagonizou "Ribeirão Do Tempo" (2010) e atuou em obras bíblicas como "José do Egito" (2013) e "Milagres de Jesus" (2014).

Em seu currículo, Caio Junqueira conta com cerca de 10 curtas-metragens e 15 longas, que incluem, entre outros, "Zuzu Angel" (2006), "Abril Despedaçado" (2001), "Quase Nada" (2000), "For All - O Trampolim da Vitória" (1997), e os indicados ao Oscar "Central do Brasil" (1998) e "O Que É Isso, Companheiro?" (1997).


Nessa lista, ainda sobra espaço para o prêmio de ator revelação no Festival de Gramado de 1997, pelo filme "Buena Sorte" (1996). Mas, sem dúvida, o trabalho de maior expressão e projeção aconteceu com sua participação no filme "Tropa de Elite" (2007), no qual interpretou o aspirante Neto Gouveia, um dos personagens centrais do filme. O filme, que criou grande polêmica e frequentou a mídia mesmo antes de sua estreia, trouxe Caio Junqueira de volta à televisão.

Em 2007, o ator fez uma participação especial na novela "Paraíso Tropical" e o personagem principal do programa "Linha Direta Justiça", interpretando o Cabo Anselmo. Em seguida foi escalado para a novela "Desejo Proibido", onde viveu o engenheiro Gaspar.

Em 2008, Caio Junqueira sobe aos palcos, ao lado de Wagner Moura e grande elenco, vivendo Horácio em uma nova montagem da peça "Hamlet", de William Shakespeare. Também em 2008, o ator inicia as gravações da série de TV "A Lei E O Crime", que foi ao ar no primeiro semestre de 2009.

Em 2010, interpretou seu papel de maior destaque, o atrapalhado Joca, protagonista de "Ribeirão do Tempo".

Em 2018, Caio Junqueira participou da série "O Mecanismo" onde interpretou o papel de Ricky, esposo de Shayenne.

Morte

Na quarta-feira, 16/01/2019, Caio Junqueira dirigia sozinho pelo Aterro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro, em direção ao centro da cidade, em alta velocidade, quando perdeu o controle do carro, que subiu o meio-fio, bateu numa árvore e capotou. Caio Junqueira foi levado ao Hospital Miguel Couto em estado grave.

Caio Junqueira faleceu às 5h50 de quarta-feira, 23/01/2019, aos 42 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória.

Carreira

Televisão
  • 1985 - Tamanho Família ... Apinajé
  • 1986 - Tamanho Família ... Apinajé
  • 1988 - Grupo Escolacho ... Juca
  • 1990 - Desejo ... Quindinho
  • 1990 - Barriga De Aluguel ... Tiago Paranhos (Tatau)
  • 1994 - Confissões De Adolescente ... José Roberto (Kill)
  • 1994 - A Viagem ... Pedro Bala
  • 1995 - Engraçadinha ... Leleco
  • 1996 - Você Decide ... Heitor (Episódio: "O Pátrio Poder")
  • 1996 - Você Decide ... Tico (Episódio: "Testemunha De Acusação")
  • 1996 - Você Decide ... Wallace (Episódio: O Filho Da Mãe)
  • 1996 - A Vida Como Ela É ... Eusébio (Episódio: "O Delicado")
  • 1998 - Hilda Furacão ... Demétrio
  • 1998 - Malhação ... Flávio Vianna (Pururuca)
  • 1998 - Você Decide ... Diogo (Episódio: "Ligeiramente Grávida")
  • 1998 - Você Decide ... Carlinhos (Episódio: "A Primeira Vez De Carlinhos")
  • 1998 - Você Decide ... Mateus (Episódio: "O Lobisomem")
  • 1999 - Chiquinha Gonzaga ... João Gualberto Gonzaga do Amaral
  • 2000 - Brava Gente ... Adroaldo (Episódio: "Enquanto A Noite Não Chega")
  • 2000 - Aquarela Do Brasil ... Paulo
  • 2001 - Um Anjo Caiu Do Céu ... Adolfo Braga e Nunes (Adolfinho)
  • 2001 - O Clone ... Pedrinho (Episódio: "11/12/2001")
  • 2002 - O Quinto Dos Infernos ... Diogo
  • 2003 - Sexo Frágil ... Ricardinho (Episódio: "A Fonte da Juventude")
  • 2004 - Um Só Coração ... Oswald de Andrade Filho (Nonê)
  • 2004 - A Escrava Isaura ... Geraldo Villela
  • 2007 - Paraíso Tropical ... Romeu
  • 2007 - Desejo Proibido ... Drº Gaspar Martins
  • 2007 - Linha Direta Justiça ... Cabo Anselmo
  • 2009 - A Lei E O Crime ... Homero Dias
  • 2010 - Ribeirão Do Tempo ... João Carlos Pelago (Joca)
  • 2013 - José do Egito ... Simeão
  • 2014 - Milagres De Jesus ... Pedro Simão
  • 2015 - Conselho Tutelar ... Robson
  • 2016 - 1 Contra Todos ... Detetive Jonas Cerqueira
  • 2018 - O Mecanismo ... Henrique Villa Verde (Ricky)

Cinema
  • 1997 - For All - O Trampolim Da Vitória ... Miguel
  • 1997 - O Que É Isso, Companheiro? ... Julio
  • 1998 - Central do Brasil ... Moisés
  • 1999 - Gêmeas
  • 2000 - Quase Nada ... Ernane
  • 2001 - Abril Despedaçado ... Inácio
  • 2002 - Seja O Que Deus Quiser! ... Nando
  • 2002 - Viva Sapato! ... Jobson
  • 2003 - Apolônio Brasil, Campeão Da Alegria ... Young Apolônio Brasil
  • 2006 - Zuzu Angel ... Alberto
  • 2007 - Tropa De Elite ... Neto Gouveia
  • 2016 - Milagres De Jesus - O Filme ... Pedro

Teatro
  • 2005 - Os Justos
  • 2008 - Hamlet

Fonte: Wikipédia e R7
#FamososQuePartiram #CaioJunqueira

Luiz Vergílio

LUIZ ALGACIR VERGÍLIO DA SILVA
(36 anos)
Mesatenista Paraolímpico

* Curitiba, PR (23/03/1973)
+ Curitiba, PR (23/01/2010)

Luiz Vergílio participou de quatro jogos paraolímpicos: Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008.

Em 1988, na cidade de Foz do Iguaçu, sofreu uma queda após subir em uma árvore e como conseqüência deste acidente, perde os movimentos da perna. No início da década de 1990 a amiga Maria Luiza Passos convida Vergílio a participar de competições especiais a atletas com deficiência, e assim começa a treinar o tênis de mesa, competindo na classe 3 (cinco são as classes existentes, sendo divididas por grau de limitação física).

Sua primeira competição é em 1992, no V Campeonato Brasileiro de Tênis de Mesa, realizado na cidade de Recife. Nesta competição ganhou três medalhas de prata. No ano seguinte ganha a medalha de ouro na mesma competição realizada na cidade de São Paulo.

Em 1995 fez sua primeira competição internacional, quando viaja par a Inglaterra para participar do Stoke Mandeville Games. Nesta competição fica em 5° e 6° lugar em três categorias.

Sua primeira Paraolimpíada é em Atlanta, 1996, e de lá trás um resultado significativo, ficando em 9° na modalidade individual. Mas é nos jogos de Pequim, 2008, seu melhor resultado e até então a melhor conquista do Brasil e demais países do continente americano. Luiz Algacir ganhou a medalha de prata nas duplas em Pequim ao lado do também paranaense Welder Camargo Knaf.

Morte

Em 2008, alguns meses antes da sua maior conquista, Luiz Vergílio fez uma operação para conter um câncer localizado no cóccix. Em julho de 2009 teve que ser hospitalizado pelo mesmo problema. Esta doença, já sem controle, vitimou o mesatenista na manhã de sábado, dia 23 de janeiro de 2010 em sua cidade natal, aos 36 anos e dez meses.

Fonte: Wikipédia

Washington

WASHINGTON LUIZ DE PAULA
(57 anos)
Jogador de Futebol

* Bauru, SP (23/01/1953)
+ Bauru, SP (15/02/2010)

Washington foi revelado na década de 1960, ao disputar o Torneio de Cannes, na França, pela Seleção Brasileira Juvenil, e dali ficou conhecido como "O Novo Pelé". Apelido que mais tarde lhe atrapalharia, devido as várias cobranças e comparações que sofreriria ao longo de sua carreira.

Atuou no Noroeste , Guarani, Corinthians, Goiás, Marcílio Dias, Ferroviária, Vitória e Rio Branco (MG).

Também defendeu a Seleção Olímpica do Brasil nos Jogos Olímpicos de Verão de 1972, em Munique.

Pressionado a escolher entre uma das duas seleções, acabou optando pela Olímpica. Mas em Munique, os brasileiros não passaram da primeira fase. A partir daí, nunca mais foi convocado para a seleção principal.

Washington tem um filho Everton Luiz de Paulo, que também atua profissionalmente, só que, diferentemente do pai, é defensor.

Até a data do seu falecimento, o ex-jogador desempenhava a função de organizador de futebol da Associação Luso Brasileira de Bauru (ALBB).

Após uma semana internado acometido de insuficiência renal, em 15 de Fevereiro de 2010 falece no Hospital de Base em Bauru, no interior de São Paulo.

Fonte: Wikipédia

Rubens Corrêa

RUBENS ALVES CORRÊA
(64 anos)
Ator e Diretor de Teatro

* Aquidauana, MS (23/01/1931)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/01/1996)

O ator e diretor Rubens Corrêa construiu o Teatro Ipanema onde, tendo Ivan de Albuquerque como parceiro e sócio, desempenhou a maior parte dos papéis de sua carreira, sempre interpretando personagens fortes e que procuravam refletir as questões da arte e da sociedade contemporâneas.

Formou-se como ator em O Tablado em 1958, cursando, também, direção na Escola de Dulcina de Morais, na Fundação Brasileira de Teatro - FBT, ao lado de Ivan de Albuquerque, Yan Michalski e Cláudio Corrêa e Castro.

Associa-se a Ivan, com quem funda o Teatro do Rio onde, em 1959, estréia profissionalmente como ator e diretor e realiza em média três espetáculos por ano. É dirigido por Ziembinski em "Espectros" de Henrik Ibsen e "O Círculo Vicioso" de Somerset Maugham, ambos de 1961.

Tem a primeira consagração em "A Escada", de Jorge Andrade, que lhe rende Prêmio Moliére de melhor ator, em 1963. No ano seguinte, seu desempenho no monólogo "Diário de um Louco" de Nikolai Gogol, salva a companhia de uma iminente falência - sendo reprisado sempre que há crise financeira.

Entre 1964 e 1968, Rubens e Ivan se dedicam à construção de sua sede própria. Em 1967, atua em São Paulo, em "Marat-Sade", de Peter Weiss, direção de Ademar Guerra, como o Marquês de Sade, Prêmio Governador do Estado como melhor ator. Já no Teatro Ipanema, em "O Assalto", de José Vicente, dirigido por Fauzi Arap, destaca-se recebendo os prêmios Estácio de Sá e Golfinho de Ouro de melhor ator.

Em "O Arquiteto e o Imperador da Assíria", de Fernando Arrabal, em 1970, traz uma dimensão libertária, em que o primitivo e o ritual se expressam na visceralidade das ações do corpo, e ele foi preparado por Klauss Vianna. "Hoje É Dia de Rock", também de José Vicente, lhe permite criar o maior sucesso da companhia, além de render-lhe o Prêmio Molière de melhor diretor de 1971.

Suas elogiadas encenações do início da década de 70, "A China é Azul", de José Wilker, em 1972 e "Ensaio Selvagem" de José Vicente, em 1974, se caracterizam pela sofisticação plástica da linguagem e colocam em cena uma sucessão de imagens - não só visuais, como também sonoras - de apelo sensorial.

A partir de 1977, passa a trabalhar exclusivamente como ator, protagonizando todas as peças da companhia. É premiado com o Molière de melhor ator, como Molina, em "O Beijo da Mulher Aranha", de Manuel Puig, em 1981.

Em "Artaud!", coletânea de textos de Antonin Artaud, em 1986, faz um monólogo marcado pela entrega, ficando em cartaz por mais de três anos. Em 1993, com "O Futuro Dura Muito Tempo", de Louis Althusser, adaptação e direção de Márcio Vianna, tem sua última representativa atuação, ganhando o Prêmio Shell de melhor ator.

Estudioso em particular da obra de Jung (colabora, durante anos, com a doutora Nise da Silveira, no Museu do Inconsciente), extrai desse conhecimento parte da peculiaridade de seu estilo de interpretação. As personagens levam à cena o temperamento do ator expresso na sonoridade das palavras e no desenho dos gestos, imprimindo uma performance ao mesmo tempo estilizada e emotiva.

O crítico Yan Michalski, estabelecendo o perfil artístico do ator, analisa: "Figura singular, e uma das mais unanimemente admiradas dos palcos brasileiros, Rubens Corrêa é um ator diferente: talvez o último - e o único da sua geração - remanescente da estirpe dos monstros sagrados, em função da aura de magia e de sagrado que cerca a sua presença cênica e o seu conceito do ofício de ator. Mas um monstro sagrado visceralmente moderno, familiarizado com todos os desdobramentos da arte teatral na atualidade, e sempre pronto a transformar cada trabalho novo num mergulho no desconhecido. Por outro lado, um trabalhador fanático, que até hoje não passa um dia sem afiar o seu instrumental de voz e de corpo e aprofundar o seu estudo do teatro e do mundo. (...) Seu forte são as personagens de estatura acima da média dos homens comuns: os grandes loucos, os grandes desesperados, os grandes lúcidos ou místicos".

Rubens Corrêa morreu em 1996, vítima de AIDS.

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam