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Tônia Carrero

MARIA ANTONIETA PORTOCARRERO THEDIM
(95 anos)
Atriz

☼ Rio de Janeiro, RJ (23/08/1922)
┼ Rio de Janeiro, RJ (03/03/2018)

Tônia Carrero, nome artístico de Maria Antonieta Portocarrero Thedim, foi uma atriz brasileira de cinema, teatro e televisão, nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 23/08/1922.

Nascida e criada na Zona Sul do Rio de Janeiro, Maria Antonieta de Farias Portocarrero, seu nome de solteira, era filha do general Hermenegildo Portocarrero e de Zilda de Farias Portocarrero. Também era descendente do marechal Hermenegildo de Albuquerque Porto Carrero, Barão de Forte de Coimbra.

Apesar de graduada em Educação Física, a formação de Tônia Carrero como atriz foi obtida em cursos de teatro em Paris. Antes de partir para a França, fez um pequeno papel no filme "Querida Susana". Foi a estrela da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, tendo atuado em diversos filmes.

Seu primeiro casamento durou de 1940 a 1950 com o artista plástico Carlos Arthur Thiré, com quem teve um único filho, o ator Cecil Thiré.


De 1951 a 1962, foi casada com o ator e diretor italiano Adolfo Celi. Seu terceiro e último casamento foi de 1964 a 1977, com o engenheiro César Thedim, de quem assinava o sobrenome. Após o último matrimônio, manteve outros relacionamentos, mas não quis mais casar-se.

A estreia em teatro foi no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em São Paulo, com a peça "Um Deus Dormiu Lá Em Casa", onde teve como parceiro o ator Paulo Autran. Após a passagem pelo Teatro Brasileiro de Comédia, formou com seu marido à época, o italiano Adolfo Celi, e com o amigo Paulo Autran, a Companhia Tônia-Celi-Autran (CTCA), que nos anos 1950 e 1960 revolucionou a cena do teatro brasileiro ao constituir um repertório com peças de autores clássicos, como Shakespeare e Carlo Goldoni, e de vanguarda, como Sartre.

Na televisão, um dos seus personagens mais marcantes foi a sofisticada e encantadora Stella Fraga Simpson em "Água Viva" (1980), de Gilberto Braga. Tônia Carrero viria a trabalhar novamente com o autor, em 1983, na novela "Louco Amor", dessa vez interpretando a não menos charmosa e chique Mouriel.

Tanto em "Água Viva" como em "Louco Amor", Tônia Carrero perdeu o papel de vilã para Beatriz Segall e Tereza Rachel, respectivamente. Mesmo assim os dois personagens que interpretou foram um sucesso.


Tônia Carrero era mãe do ator Cecil Thiré, e avó dos atores Miguel Thiré, Luísa Thiré e Carlos Thiré.

Cécil Thiré, em entrevista ao jornal Extra declarou, pela primeira vez, sobre o real estado de saúde da mãe. Segundo ele, Tônia Carrero sofria de uma doença chamada de hidrocefalia oculta. Sem dar mais detalhes, Cécil Thiré contou que o quadro de Tônia Carrero era estável mas que, devido a doença, não se comunicava mais nem conseguia andar normalmente. Vivia em seu apartamento no Leblon, cercada de familiares e sempre recebia visitas de amigos próximos.

Tônia Carrero participou de 54 peças, 19 filmes e 15 novelas ao longo de sua carreira. Sua última novela foi "Senhora do Destino" (2004), na qual fez uma participação especial. No cinema, sua última aparição foi em "Chega de Saudade" (2008).

Homenageada do Prêmio Shell de 2008, ela atuou no teatro pela última vez em 2007, em "Um Barco Para o Sonho", peça produzida pelo filho Cécil Thiré e dirigida pelo neto Carlos Thiré.

Morte

Tônia Carrero faleceu aos 95 anos, no sábado, 03/03/2018, pouco depois das 22h00, em uma clínica no Rio de Janeiro, vítima de uma parada cardíaca enquanto realizava um procedimento cirúrgico para tratar de uma úlcera no sacro.

Havia alguns anos, sua saúde estava debilitada por conta de uma hidrocefalia oculta, doença que a acometeu já idosa e que a impedia de falar e se locomover.

Tônia Carrero começou a ser velada na tarde de domingo, 04/12/2018, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O velório, programado para ter oito horas de duração, foi até as 22h00.

Cecil Thiré, filho único da atriz, chegou ao velório por volta das 15h00. Também prestaram as últimas homenagens, os netos, bisnetos e amigos da TV e do teatro.

O corpo chegou ao teatro por volta de 13h20. Antes da cerimônia ser aberta ao público, somente a família teve acesso ao interior do prédio. Os portões do prédio foram abertos por volta das 14h15 e um dos primeiros amigos a chegar foi o ator Ney Latorraca.

O corpo de Tônia Carrero será cremado em cerimônia restrita para a família no início da tarde de segunda-feira, 05/03/2018.

Carreira

Cinema
  • 1947 - Querida Susana
  • 1949 - Caminhos do Sul
  • 1950 - Quando a Noite Acaba
  • 1952 - Apassionata Sílvia
  • 1952 - Tico-Tico no Fubá ... Branca
  • 1954 - É Proibido Beijar ... June
  • 1955 - Mãos Sangrentas ... Cantora
  • 1961 - Alias Gardelito ... Pilar
  • 1962 - Copacabana Palace
  • 1962 - Esse Rio Que Eu Amo
  • 1962 - Sócio de Alcova
  • 1969 - Tempo de Violência ... Marta
  • 1976 - Gordos e Magros ... Helena
  • 1987 - Sonhos de Menina Moça ... Yolanda
  • 1988 - A Bela Palomera ... Mãe de Orestes
  • 1988 - Fogo e Paixão
  • 1990 - O Gato de Botas Extraterrestre ... Avó
  • 2005 - Vinicius ... Ela Mesma
  • 2008 - Chega de Saudade ... Alice


Televisão
  • 1952/1960 - Grande Teatro Tupi ... Vários Personagens
  • 1966 - A Mulher Que Amou Demais ... Míriam Porto
  • 1969 - Sangue do Meu Sangue ... Pola Renon
  • 1970 - A Próxima Atração ... Maria da Glória
  • 1970 - Pigmalião 70 ... Cristina Melo de Guimarães Cerdeira
  • 1971 - O Cafona ... Beatriz
  • 1972 - Uma Rosa com Amor ... Roberta Vermont
  • 1972 - O Primeiro Amor ... Maria do Carmo
  • 1979 - Cara a Cara
  • 1980 - Água-Viva ... Stella Fraga Simpson
  • 1981 - O Amor é Nosso ... Gilda
  • 1983 - Louco Amor ... Mouriel
  • 1987 - Sassaricando ... Rebeca
  • 1989 - Kananga do Japão ... Letícia Viana
  • 1993 - Cupido Electrónico ... Dona Nenette
  • 1995 - Sangue do Meu Sangue ... Cecile Renon
  • 2000 - Esplendor ... Mimi Melody
  • 2004 - Um Só Coração ... Ela própria (Participação especial em um capítulo)
  • 2004 - Senhora do Destino ... Madame Berthe Legrand

Teatro
  • 1949 - Um Deus Dormiu Lá em Casa
  • 1950 - Amanhã, Se Não Chover
  • 1953 - Uma Certa Cabana
  • 1954 - Uma Mulher do Outro Mundo
  • 1954 - Cândida
  • 1956 - Otelo
  • 1956 - A Viúva Astuciosa
  • 1956 - Entre Quatro Paredes
  • 1958 - Calúnia
  • 1960 - Calúnia
  • 1960 - Seis Personagens à Procura de um Autor
  • 1962 - Tiro e Queda
  • 1964 - Qualquer Quarta-Feira
  • 1965 - A Dama do Maxim's
  • 1968 - Navalha na Carne
  • 1971 - Casa de Bonecas
  • 1976 - Doce Pássaro da Juventude
  • 1978 - Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?
  • 1984 - A Amante Inglesa
  • 1984 - A Divina Sarah
  • 1986 - Quartett
  • 1999 - Um Equilíbrio Delicado
  • 2003 - A Visita da Velha Senhora
  • 2005 - Chega de História
  • 2007 - Um Barco Para O Sonho

Fonte: Wikipédia
Indicação: Valmir Bonvenuto
#FamososQuePartiram #ToniaCarrero

Vicente Celestino

ANTÔNIO VICENTE FILIPE CELESTINO
(73 anos)
Cantor, Compositor, Instrumentista e Ator

* Rio de Janeiro, RJ (12/09/1894)
+ São Paulo, SP (23/08/1968)

Vicente Celestino foi um dos mais importantes cantores brasileiros do século XX.

Nasceu no bairro de Santa Teresa, filho de italianos da Calábria. Dos seis homens (eram onze irmãos), cinco dedicaram-se ao canto e um ao teatro. Desde os 8 anos, por causa de sua origem humilde, Vicente Celestino teve de trabalhar: sapateiro, vendedor de peixe, jornaleiro e, já rapaz, chefe de seção numa indústria de calçados.

Começou cantando para conhecidos e era fã de Enrico Caruso. Antes do teatro cantava muito em festas, serenatas e chopes-cantantes. Estreou profissionalmente cantando a valsa "Flor do Mal" no Teatro São José e fez muito sucesso. Esta música também entrou no seu primeiro disco vendendo milhares de cópias em 1916 na Odeon.


Em 1920 montou uma companhia de operetas, mas sem nunca deixar o carnavalesco de lado, emplacando sucessos como "Urubu Subiu". Rapidamente, depois de oportunidade no teatro, alcançou renome. Formou companhias de revistas e operetas com atrizes-cantoras, primeiro com Laís Areda e depois com Carmen Dora.

As excursões pelo Brasil renderam-lhe muito dinheiro e só fizeram aumentar sua popularidade. Nos anos 20, reinava absoluto como ídolo da canção. Na década de 30 começou a demonstrar seus dotes como compositor resultando em clássicas de seu reportório, como "O Ébrio", sua música mais lembrada até hoje, inclusive transformada em filme por sua esposa.

Vicente Celestino teve uma das mais longas carreiras entre os cantores brasileiros. Quando morreu, às vésperas dos 74 anos, no Hotel Normandie, em São Paulo, estava de saída para um show com Caetano Veloso e Gilberto Gil, na famosa gafieira Pérola Negra, que seria gravado para um programa de televisão.

Na fase mecânica de gravação, fez cerca de 28 discos com 52 canções. Com a gravação elétrica, em 1927, sentiu uma certa inaptidão quanto ao rendimento técnico, logo superada. Aí recomeçaria os sucessos cantados em todo o Brasil.

Vicente Celestino e Gilda de Abreu
Em 1935 foi contratado pela RCA Victor, praticamente daí sua única gravadora até falecer. No total, gravou em 78 RPM cerca de 137 discos com 265 músicas, mais dez compactos e 31 LPs, nestes também incluídas reedições dos 78 RPM.

Vicente Celestino, que tocava violão e piano, foi o compositor inspirado de muitas das suas criações. Duas delas dariam o tema, mais tarde, para dois filmes de enorme público: "O Ébrio" (1946) e "Coração Materno" (1951). Neles Vicente Celestino foi dirigido por sua mulher Gilda de Abreu, cantora, escritora, atriz e cineasta.

Vicente Celestino passaria incólume por todas as fases e modismos, mesmo quando, no final dos anos 50, fiel ao seu estilo, gravou "Conceição", "Creio Em Ti" e "Se Todos Fossem Iguais a Você". Seu eterno arrebatamento, paixão e inigualável voz de tenor, fizeram com que o povo o elegesse como "A Voz Orgulho do Brasil".

Nunca saiu do Brasil e manteve sua voz grave que era marca registrada independente do estilo musical que estava executando. Teve suas músicas regravadas por grandes nomes, como Caetano Veloso, Marisa Monte e Mutantes.

Cena do filme "O Ébrio"
Morte

No dia 23/08/1968, após o jantar, Vicente Celestino subiu para o quarto do Hotel Normandie, em São Paulo. Segundo Gilda de Abreu, sua esposa, ele estava feliz e cantara com entusiasmo: "Abri o peito como havia muito tempo não o fazia. Até os músicos me aplaudiram!". A então viúva narra o último momento de Vicente Celestino, segundo suas memórias:

Abriu a janela, procurando respirar o ar gelado que entrava, mas que não o aliviava [...]. Agarrado a mim, ele disse então a frase que nunca esquecerei:

- Gilda... estou morrendo...

E estava mesmo. Atirando-se de costas sobre a cama, murmurou:

- Meu Deus, mate-me! Mate-me, meu Deus!

Nelson Rodrigues

NELSON FALCÃO RODRIGUES
(68 anos)
Dramaturgo, Jornalista e Escritor

* Recife, PE (23/08/1912)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/12/1980)

"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou e sempre fui um anjo pornográfico."
(Nelson Rodrigues)

Nascido na capital pernambucana e quinto de quatorze irmãos, Nelson Rodrigues mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança, onde viveria por toda sua vida. Seu pai, o ex-deputado federal e jornalista Mário Rodrigues, perseguido politicamente, resolveu estabelecer-se na então capital federal em julho de 1916, empregando-se no jornal Correio da Manhã, de propriedade de Edmundo Bittencourt.

Segundo o próprio Nelson Rodrigues em suas memórias, seu grande laboratório e inspiração foi a infância vivida na Zona Norte da cidade. Dos anos passados numa casa simples na Rua Alegre, 135, atual Rua Almirante João Cândido Brasil, no bairro de Aldeia Campista, saíram para suas crônicas e peças teatrais as situações provocadas pela moral vigente na classe média dos primeiros anos do século XX e suas tensões morais e materiais.

Sua infância foi marcada por este clima e pela personalidade do garoto Nelson Rodrigues. Retraído, era um leitor compulsivo de livros românticos do século XIX. Nesta época ocorreu também para Nelson Rodrigues a descoberta do futebol, uma paixão que conservaria por toda a vida e que lhe marcaria o estilo literário.

Na década de 1920, Mário Rodrigues fundou o jornal A Manhã, após romper com Edmundo Bittencourt. Seria no jornal do pai que Nelson Rodrigues começaria sua carreira jornalística, na seção de polícia, com apenas 13 anos de idade. Os relatos de crimes passionais e pactos de morte entre casais apaixonados incendiavam a imaginação do adolescente romântico, que utilizaria muitas das histórias reais que cobria em suas crônicas futuras. Neste período a família Rodrigues conseguiria atingir uma situação financeira confortável, mudando-se para o bairro de Copacabana, então um arrabalde luxuoso da orla carioca.

Apesar da bonança, Mário Rodrigues perderia o controle acionário de A Manhã para o sócio. Mas, em 1928, com o providencial auxílio financeiro do vice-presidente Fernando de Melo VianaMário Rodrigues fundou o diário Crítica.

Como cronista esportivo, Nelson Rodrigues escreveu textos antológicos sobre o Fluminense Football Club, clube para o qual torcia fervorosamente. A maioria dos textos eram publicados no Jornal dos Sports. Junto com seu irmão, o jornalista Mário Filho, Nelson Rodrigues foi fundamental para que os Fla-Flu tivessem conquistado o prestígio que conquistaram e se tornassem grandes clássicos do futebol brasileiro. Nelson Rodrigues criava e evocava personagens fictícios como Gravatinha e Sobrenatural de Almeida para elaborar textos a respeito dos acontecimentos esportivos relacionados ao clube do coração.

Adolescência e Juventude

Nelson Rodrigues seguiu os seus irmãos MíltonMário Filho e Roberto Rodrigues integrando a redação do novo jornal. Ali continuou a escrever na página de polícia, enquanto Mário Filho cuidava dos esportes e Roberto Rodrigues, um talentoso desenhista, fazia as ilustrações. Crítica era um sucesso de vendas, misturando uma cobertura política apaixonada com o relato sensacionalista de crimes. Mas o jornal existiria por pouco tempo.

Em 26/12/1929, a primeira página de Crítica trouxe o relato da separação do casal Sylvia Serafim e João Thibau Jr. ilustrada por Roberto Rodrigues e assinada pelo repórter Orestes Barbosa, e a matéria provocou uma tragédia. Sylvia Serafim, a esposa que se desquitara do marido e cujo nome fora exposto na reportagem invadiu a redação de Crítica e atirou em Roberto Rodrigues com uma arma comprada naquele dia. Nelson Rodrigues testemunhou o crime e a agonia do irmão, que morreu dias depois.

Mário Rodrigues, deprimido com a perda do filho, faleceu poucos meses depois. Sylvia Serafim, apoiada pelas sufragistas e por boa parte da imprensa concorrente de Crítica, foi absolvida do crime. Finalmente, durante a Revolução de 30, a gráfica e a redação de Crítica foram empastelados e o jornal deixou de existir. Sem seu chefe e sem fonte de sustento, a família Rodrigues mergulhou em decadência financeira.

Foram anos de fome e dificuldades para todos. Pouco afinados com o novo regime, os Rodrigues demorariam anos para se recuperarem dos prejuízos causados pela tuberculose.

Ajudado por Mário Filho, amigo de Roberto Marinho, Nelson Rodrigues passa a trabalhar no jornal O Globo, sem salário. Apenas em 1932 é que Nelson Rodrigues seria efetivado como repórter no jornal. Pouco tempo depois, Nelson Rodrigues descobriu-se tuberculoso. Para tratar-se, retirou-se do Rio de Janeiro e passou longas temporadas em um sanatório na cidade de Campos do Jordão. Seu tratamento foi custeado por Roberto Marinho, que conquistou a gratidão de Nelson Rodrigues pelo resto de sua vida. Recuperado, Nelson Rodrigues voltou ao Rio de Janeiro e assumiu a seção cultural de O Globo, fazendo a crítica de ópera.

Em 1940 casou-se com Elza Bretanha, sua colega de redação.

A partir da década de 1940, Nelson Rodrigues dividiu-se entre o emprego em O Globo e a elaboração de peças teatrais.

Em 1941 escreveu "A Mulher Sem Pecado", que estreou sem sucesso. Pouco tempo depois assinou a revolucionária "Vestido de Noiva", peça dirigida por Zbigniew Ziembinski e que estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro com estrondoso sucesso.

O teatrólogo Nelson Rodrigues seria o criador de uma sintaxe toda particular e inédita nos palcos brasileiros. Seus personagens trouxeram para a ribalta expressões tipicamente cariocas e gírias da época, como "batata!" e "você é cacete, mesmo!".

"Vestido de Noiva" é considerada até hoje como o marco inicial do moderno teatro brasileiro.

Maturidade

Em 1945 abandonou O Globo e passou a trabalhar nos Diários Associados. Em O Jornal, um dos veículos de propriedade de Assis Chateaubriand, começou a escrever seu primeiro folhetim, "Meu Destino é Pecar", assinado pelo pseudônimo Susana Flag. O sucesso do folhetim alavancou as vendas de O Jornal e estimulou Nelson Rodrigues a escrever sua terceira peça, "Álbum de Família".

Em fevereiro de 1946, o texto da peça foi submetido à Censura Federal e proibido. "Álbum de Família" só seria liberada em 1965.

Em abril de 1948 estreou "Anjo Negro", peça que possibilitou a Nelson Rodrigues adquirir uma casa no bairro do Andaraí, e em 1949 ele lançou "Doroteia".

Em 1950 passou a trabalhar no jornal de Samuel Wainer, o Última Hora. No jornal, Nelson Rodrigues começou a escrever as crônicas de "A Vida Como Ela É", seu maior sucesso jornalístico.

Na década seguinte, Nelson Rodrigues passou a trabalhar na recém-fundada TV Globo, participando da bancada da "Grande Resenha Esportiva Facit", a primeira mesa-redonda sobre futebol da televisão brasileira e, em 1967, passou a publicar suas memórias no mesmo jornal Correio da Manhã onde seu pai trabalhou cinquenta anos antes.

O Fim

Nos anos 70, consagrado como jornalista e teatrólogo, a saúde de Nelson Rodrigues começou a decair, por causa de problemas gastroenterológicos e cardíacos de que era portador. O período coincidiu com os anos da Ditadura Militar, que Nelson Rodrigues sempre apoiou. Entretanto, seu filho Nelson Rodrigues Filho tornou-se guerrilheiro e se passou para a clandestinidade. Neste período também aconteceu o fim de seu casamento com Elza Bretanha e o início do relacionamento com Lúcia Cruz Lima, com quem teria uma filha, Daniela, nascida com problemas mentais. Depois do término do relacionamento com Lúcia, Nelson Rodrigues ainda manteria um rápido casamento com sua secretária Helena Maria, antes de reatar seu casamento com Elza Bretanha.

Nelson Rodrigues faleceu numa manhã de domingo, 21/12/1980, aos 68 anos de idade, vítima de complicações cardíacas e respiratórias. Foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

No fim da tarde daquele mesmo dia ele faria treze pontos na Loteria Esportiva, num "bolão" com seu irmão Augusto e alguns amigos de O Globo.

Dois meses depois, Elza Bretanha atendia ao pedido do marido - de, ainda em vida, gravar o seu nome ao lado do dele na lápide de seu túmulo, sob a inscrição: "Unidos para além da vida e da morte. E é só".

Fonte: Wikipédia