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Olavo de Carvalho

OLAVO LUIZ PIMENTEL DE CARVALHO
(74 anos)
Jornalista, Escritor, Ensaísta, Polemista, Influenciador Digital, Ideólogo, Astrólogo e Filósofo

☼ Campinas, SP (29/04/1947)
┼ Richmond, Estados Unidos (24/01/2022)

Olavo Luiz Pimentel de Carvalho foi um jornalista, ensaísta, polemista, influenciador digital, ideólogo, astrólogo e filósofo autoproclamado, nascido em Campinas, SP, no dia 29/04/1947. Era considerado um representante do conservadorismo no Brasil, tendo também expressiva influência na extrema-direita brasileira.

Autor profícuo, escreveu mais de 40 livros, mais de 44 cursos, dezenas de milhares de páginas em apostilas e artigos, protagonizou um filme e, durante 14 anos, ministrou semanalmente seu Curso Online de Filosofia, o COF - contabilizando mais de 570 aulas.

Suas ideias ganharam protagonismo no debate público, pautando assuntos como conservadorismo, religião, filosofia e política. Segundo ele mesmo, seus cursos são os únicos realmente formadores de profissionais de alto nível no país, superiores às graduações de humanas nas universidades.

Chamado de Pai da Direita no Brasil, rejeitou tal título. Ciente de que fez muito pela direita no país, acredita que a democracia envolve o rodízio dos poderes e que a esquerda pretende ter a hegemonia governando.

Olavo de Carvalho continuou ensinando como podia até seu último dia. Como passatempo, costumava atirar usando uma arma austríaca de caça dos anos 60, Steyr-Mannlicher, além de assistir filmes e séries na Amazon.

Polemista por estilo, sua forma de atuação pública virou capa de praticamente todos os jornais do país, prova inconteste de que, tanto para os seus alunos quanto para seus opositores, Olavo de Carvalho estava ingresso nos cânones da filosofia Brasileira. Mas como tudo começou?

Estudos Independentes

Olavo de Carvalho tornou-se autodidata bem jovem, buscou o conhecimento por conta própria. Não se viu dependente do conteúdo escolar passado pelos professores regulares das instituições.

Aprendeu sozinho na companhia dos livros e também por meio de conversas com outros intelectuais brasileiros com quem teve contato.

Aos 2 anos de idade, saiu de Campinas, SP. Na cidade de São Paulo, morou no bairro do Glicério, perto da Praça da Sé.

Seu pai, Luiz Gonzaga de Carvalho, separou-se de sua esposa quando Olavo tinha aproximadamente 8 anos. Quando morreu, Olavo era ainda adolescente. Sua mãe, Nicéa Pimentel de Carvalho, era uma pobre operária da indústria gráfica. Faleceu aos 99 anos, após uma queda no banheiro seguida de fratura.

Olavo de Carvalho não era filho único, tinha também um irmão e juntos cuidaram da mãe. Tanto ela quanto o pai foram referenciados como sendo muito bons, pessoas excelentes.

Mesmo criado na pobreza e em um bairro com semi-analfabetos, Olavo de Carvalho já se dedicava à alta literatura aos 14 anos de idade, com a qual, por exemplo, já tinha lido a obra completa de Dostoievski.

Ele se recordava de se recusar a ler alguns autores brasileiros indicados no colégio, porque já estava lendo Goethe, autor que descobriu a partir da leitura de "Os Sofrimentos Do Jovem Werther".

Autonomamente, formou seu gosto literário por meio da grande literatura mundial. Sendo apenas um adolescente, já tinha lido Dante, Tolstoy, Shakespeare e tantos outros.

Como queria estudar assuntos mais profundos, deixou a escola, onde os professores, segundo afirmou, sequer acompanhavam seu nível. Abandonou o colégio na 4ª série ginasial, equivalente à oitava série do ensino fundamental.

O Envolvimento de Olavo Com o Comunismo

Em 1966, com apenas 19 anos, filiou-se ao Partido Comunista, devido ao seu interesse precoce por política.

Em 1968, aos 21, abandonou sua filiação ao comunismo. Durante o Regime Militar, foi opositor. Percebeu por que o socialismo não funcionava somente quando adulto.

Olavo de Carvalho estima que o primeiro livro marxista que leu foi uma antologia organizada por um francês, uma coletânea de vários autores. Na época, não ficou muito impressionado. Apenas mais tarde se interessou, quando cooptado por uma organização de esquerda, que era uma dissidência do partido comunista.

Esta organização mais tarde se tornaria a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Foi nesse meio que ele conheceu grandes nomes da esquerda, como José Dirceu e Rui Falcão.

Olavo de Carvalho passou um tempo morando na Casa do Estudante, imóvel inaugurado em 1947 para abrigar os estudantes universitários de baixa renda da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Ele não estudava Direito, mas por estar franqueado pela organização política, por interesse partidário, conseguiu a vaga. Até mesmo José Dirceu morava nessa casa, ainda que fosse aluno da Pontifícia Universidade Católica (PUC), também por privilégio da organização que integrava.

Primeiros Trabalhos Jornalísticos

Olavo de Carvalho começou a sua carreira como jornalista na empresa Folha da Manhã S/A aos 17 anos. Posteriormente, conseguiu o melhor emprego de jornalismo em São Paulo na época, no Jornal da Tarde.

Foi ensaísta e colunista de diversos veículos: Folha de São Paulo, Bravo!, Planeta, Primeira Leitura, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Globo, Época, Zero Hora e Diário do Comércio. Participou também de jornais como A Gazeta e Estado de São Paulo.

Em seus primeiros anos como jornalista, como tinha uma visão de mundo alinhada à esquerda, desenvolveu-se rapidamente. Olavo de Carvalho foi repórter, copydesk, redator, roteirista e até foi credenciado no Palácio do Governo.

Trabalhou em jornais dessa forma entre os seus 17 e 30 anos de idade.

Ainda na década de 70, Olavo de Carvalho desistiu dos empregos no jornalismo e começou a trabalhar como freelancer. O que o levou a perder o interesse não foi nenhuma razão política, mas sim a má conduta moral das pessoas desses ambientes.

Ser freelancer na época era algo tão raro, que ele foi entrevistado para explicar como era isso. Na verdade, os motivos eram práticos. Ele fazia seus próprios horários e ganhava mais do que o dobro que a média dos jornalistas ganhava.

Durante a década de 80, trabalhou para várias revistas, como Nova, Quatro Rodas, Cláudia, dentre outras. Eram revistas de administração pública e privada, de economia, política e temas variados. Em entrevistas, Olavo de Carvalho relatava que aceitava o trabalho que aparecia. Foi, inclusive, freelancer da Abril e O Globo.

Mudanças e Trajetória de Vida

Olavo de Carvalho se mudou para o Rio de Janeiro na década de 90. Este foi um período fundamental em sua vida.

Sua trajetória pública começou quando publicou o artigo "Bandidos e Letrados", partes 1 e 2, no Jornal do Brasil, na seção de Opinião, abalando o meio intelectual brasileiro.

O primeiro curso de filosofia ministrado por Olavo de Carvalho fora de São Paulo foi no Rio de Janeiro. Ministrou também os cursos de História da Filosofia e Pensamento e atualidade em Aristóteles a Casa de Cultura Laura Alvim.

A maioria dos cursos foram organizados por Stella Caymmi, assistente pessoal do filósofo à época. Posteriormente, os cursos dados na Casa de Cultura Laura Alvim foram publicados em livros.

No Centro Educacional da Lagoa (Celtec), Olavo de Carvalho lançou "A Nova Era" e a "Revolução Cultural" pelo IAL e Stella Caymmi Editora. Houve palestra para um auditório lotado, iniciando uma trajetória de sucesso em Ciência Política.

As análises feitas nesse dia, mostraram-se certeiras nas décadas seguintes.

Olavo de Carvalho também se destacou a frente da Editora da Cidade ao editar e prefaciar um importante livro com ensaios de Otto Maria Carpeaux. Por essa mesma editora, lançou seu grande sucesso "O Imbecil Coletivo". Após essa obra, iniciou-se a derrocada da hegemonia gramciana implantada no Brasil desde os anos 60, tal qual ele a denunciou.

É importante também recordar que, em 1997, a Editora da Cidade em parceria com a Topbooks, de José Mario Pereira, dividiram um stand. A programação cultural foi rica, muito concorrida e tornou-se modelo para as bienais seguintes.

Além desses detalhes, nas terras cariocas, Olavo de Carvalho publicou seu outro sucesso "O Jardim das Aflições", pela editora Diadorim. Esse é considerado seu livro mais importante.

Olavo de Carvalho frequentou cursos de filosofia na Pontifícia Universidade Católica (PUC) com professores notáveis. Chegou a fazer o curso por três anos, mas não o completou. Estudou por um ano com o Padre Stanislavs Ladusãns no Conjunto de Pesquisas Filosóficas, COMPEFIL, no alto da Gavea. Não fez outros cursos na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

No Rio de Janeiro, residiu em Copacabana e em Santa Cruz de Serra. Depois, mudou-se para o bairro Laranjeiras. Sendo muito pobre, residia em um edifício chamado de favelão. Ao lembrar desse período, ele considera que foi feliz. No Rio de Janeiro, ainda havia intelectuais de verdade, como Josué Montello, Herberto Sales, Paulo Francis, Carlos Heitor Cony e Bruno Tolentino.

Conheceu também Antônio Olinto, intelectual e escritor brasileiro com livros traduzidos em 38 línguas.

Olavo de Carvalho os conheceu e teve seus livros lidos e apreciados por eles. Ao se recordar disso, considera essa admiração mais valiosa que qualquer apreciação vinda da grande mídia.

Rememorando sua trajetória de vida, diz que sua vida editorial começou de fato no Rio de Janeiro. Nessa época, ele já era chamado de polemista. Antes ele não emitia opinião, mas começou a falar de pessoas que nunca tinham sido criticadas, o que impactou a opinião pública.

Em 1999, saiu do Rio de Janeiro e se mudou para a Romênia, país em efervescência cultural, a convite do embaixador e ex-ministro da cultura, Jerônimo Moscardo. Ao voltar da Romênia, estava muito pobre.

Foi quando Rogério Marinho, irmão do Roberto Marinho, lhe concedeu uma coluna no jornal O Globo. Mas quando Rogério Marinho morreu, Olavo de Carvalho perdeu seu emprego, pois nenhum dos outros jornalistas o queria lá.

Também viveu por um tempo no Paraná, onde se dedicou mais intensamente ao ensino. Disse que lá encontrou os melhores estudantes, o que lhe foi um grande estímulo. Ficou por volta de um ano e meio com cursos praticamente todos os dias.

Em 2002, Olavo de Carvalho criou o website Mídia Sem Máscara (MSM), com o intuito de combater o viés de esquerda que via na grande mídia brasileira. É também o criador do programa de rádio pela internet chamado True Outspeak.

Olavo de Carvalho Nos Estados Unidos

Em 2005, Olavo de Carvalho passou a morar nos Estados Unidos porque recebeu a proposta de ser correspondente internacional do Diário do Comércio, jornal da Associação Comercial de São Paulo. Não tinha planos de voltar a viver permanentemente no Brasil, uma vez que sua vida com filhos e netos estava constituída lá.

Esteve novamente no Brasil por questões de saúde, mas terminou seus dias no interior da Virgínia. Escolheu esse lugar porque gostou da beleza da região, do espírito dos moradores.

O professor também confessou que já estava cansado do Brasil. Preferiu a mudança pensando na liberdade que tinha para escrever sobre o que queria.

Entre 2005 e 2011 escreveu um conjunto de textos que foi reunido na coleção "Cartas de Um Terráqueo ao Planeta Brasil", em 10 volumes.

Mesmo morando nos Estados Unidos, pretendia continuar os trabalhos para O Globo, mas foi demitido. A ideia do curso de filosofia online sistemático veio de seu assessor e aluno, Silvio Grimaldo. Quando ministrou seu curso, esperava aproximadamente 100 alunos, mas alcançou mais de 5.000.

Ao tentar regularizar sua situação fora do Brasil, ele ganhou o visto de pessoas com realizações excepcionais em artes, letras, ciências, etc. Possuindo "extraordinary ability", o maior reconhecimento que um escritor brasileiro já recebeu desde o início do país, pôde residir legalmente nos Estados Unidos.

Assim, passou a viver do Diário de Comércio e dos cursos.
"A maior recompensa do meu trabalho é: Eu ver a inteligência dos meus alunos despertando!"
(Olavo de Carvalho)

De toda a sua trajetória de vida e suas obras, o que mais se recorda do professor Olavo de Carvalho foi o período em que ele se envolveu com astrologia, tópico usado para desmerecer seus trabalhos.

Por volta dos seus 30 anos, o assunto polêmico e popular da época era a astrologia. Mas como isso entrou na vida do professor Olavo de Carvalho?

Havia um psicólogo argentino em São Paulo, criado na Suíça, gênio da psicologia clínica, que chamou Olavo de Carvalho para assistir seu curso e redigi-lo. O tema era astrologia e, como não havia entendido, Olavo de Carvalho recebeu do doutor uma série de livros sobre astrologia para estudar.

Foi assim que seu interesse pelo assunto começou. Seus estudos de astrocaracterologia e alquimia estendiam-se às análises de conjuntura política, passando pela psicologia, gnoseologia e religião.

Como astrólogo, colaborou no primeiro curso de extensão universitária em astrologia para estudantes de psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1979, quando tinha 32 anos.

Ele estudou as correntes em alta na época e, por isso, recebeu muita atenção da mídia, como a TV Manchete, por exemplo. Após estudar bastante, tornou-se um dos grandes nomes em astrologia no país. Mas percebendo que o assunto era difícil e que não havia conclusão sobre o tema, resolveu deixá-lo de lado.

O público se interessava pelas temáticas de astrologia e alquimia, estudo de esoterismo, deixando de lado os aspectos teórico e científico da astrologia.

Hoje, a parte científica e complexa desses estudos não é do interesse do jornalismo. Tudo que o professor Olavo de Carvalho estudou sobre astrologia é usado apenas para manchar sua reputação, sendo constantemente depreciado como um charlatão, majoritariamente por pessoas que não leram seus livros nem conhecem a abrangência do tema sobre o qual falam.

Reputação e Polêmicas

Olavo de Carvalho é um dos maiores nomes da política, cultura e ensino em filosofia. É o maior polemista brasileiro, graças às suas provocações e acusações à mídia no poder dos maiores veículos informativos do país.

Embora possua um vastíssimo trabalho de longo prazo, é constantemente ignorado e atacado a partir, principalmente, de suas manifestações no Facebook.

Olavo de Carvalho usava o Facebook como uma espécie de diário. Assim, ele explicava que dava aos seus alunos o exemplo de um filósofo filosofando diariamente sobre suas impressões diárias.

Ele enfatizava que o pensamento não é distinto da vida, já que muitos vivem de uma maneira diferente em relação ao que falam e defendem filosofias de vida nunca postas em prática.

Costumeiramente, quando ele é mencionado, o tom é de deboche, sarcasmo ou acusações. Apenas suas postagens curtas e polêmicas recebem destaque fora de contexto.

Falando de si, Olavo de Carvalho considerava possuir uma história parecida com a de Ronaldo Alves, um amigo nascido no Morro da Rocinha, que costumava dizer:
"Eu sofri mais discriminação na favela por ler livros do que fora dela por ser preto!"
Analogamente, Olavo de Carvalho afirmava que ler livros era ser considerado louco. Dizia ter experimentado, desde o tempo na escola, a estranheza de ser um leitor assíduo e ávido perto dos que não buscavam se formar bem.

A reputação de Olavo de Carvalho é constantemente atacada por ele ter se envolvido com astrologia e por ser considerado um forte conselheiro do presidente Jair Bolsonaro.

Olavo de Carvalho rejeitava qualquer vínculo com a presidência de Bolsonaro, pois falou com ele pouquíssimas vezes e, inclusive, recusou o cargo de ministro da educação.

Sua vida familiar também já foi exposta. Em setembro de 2017, sua filha escreveu uma carta o acusando, mas os outros 7 filhos foram contra as difamações da irmã. Segundo Olavo de Carvalho, aparentemente ela fez isso por não ter sido mencionada em seu filme.

Olavo de Carvalho se considerava um escritor independente, sem vinculação a partidos ou grupos políticos. Além de independente, ele não se considerava um ideólogo, mas sim um analista da realidade. A diferença é que um ideólogo força a realidade dentro de um escopo de ideias que ele quer que sejam reais. O analista, por sua vez, analisa os fatos e diz o que vê.

Olavo de Carvalho e Jair Bolsonaro
Sobre o presidente Bolsonaro, considerava que é um homem sincero, que fala aquilo que vê e que é necessário para o Brasil. Sugeriu pessoas que considerava intelectuais para alguns cargos e alguns se concretizaram.  

Por outro lado, em Lula, via uma pessoa que se tornou cínica, mentirosa. Olavo de Carvalho foi o primeiro a denunciar concretamente os motivos que tornaram o PT um partido criminoso. Fez isso ao revelar a existência do Foro de São Paulo.

Ele não se afirmava como um ideólogo de direita e dizia que qualquer influência sua foi somente um subproduto de seu trabalho.

Em seus cursos, livros e artigos não ensinava "direitismo". Ele se preocupava em criar intelectos, não partidos.

De acordo com Olavo de Carvalho, não havia partido, revista, jornal diário, estação de rádio ou universidade conservadora no Brasil. Isso significava que o povo, majoritariamente conservador e cristão, não tinha representação.

Ele explicava que a esquerda entendia que isso era a democracia. Essa é a razão para que Olavo de Carvalho afirmasse que o problema não era a esquerdização, mas a exclusão das alternativas. Isso o motivou a escrever "O Imbecil Coletivo", 1996.

Os imbecis eram, para Olavo de Carvalho, aqueles que se persuadiam uns aos outros sem serem confrontados.

Olavo de Carvalho perdeu todos os seus empregos na mídia por causa de suas opiniões. Por esse livro, tornou-se a persona non grata, na Academia Brasileira de Letras, pois criticou o processo de imbecilização nas universidades e o constrangimento ideológico que sofriam aqueles que não se adequavam às pautas da esquerda.

Olavo de Carvalho não concluiu seu curso de filosofia na universidade. No entanto, sempre estudou, principalmente filosofia, psicologia e religião. Quando trabalhava assiduamente como jornalista, tinha apenas um registro profissional.

A falta de um diploma e a dependência de uma validação de uma universidade reconhecida tornou-se motivo para seus opositores negarem que ele fosse um filósofo. Outros o rotulavam como filósofo autoproclamado ou pseudofilósofo.

Seus alunos, porém, estavam prontos a atestar que Olavo de Carvalho era um filósofo no sentido genuíno da palavra. Como exemplo, citam que os grandes filósofos da humanidade, principalmente os gregos, não tinham diploma algum, simplesmente faziam filosofia com suas vidas. Para eles, determinante é ter um pensamento filosófico próprio, procurar a verdade a qualquer custo com sinceridade, sem medo do que se pode encontrar na investigação. Sem diploma algum, Olavo de Carvalho possui uma vasta obra filosófica com suas análises, reflexões e pensamentos.

Assim, ele dava a conhecer ao grande público o que pensava sobre a realidade política, econômica e cultural do dia a dia brasileiro.
"O filósofo busca a explicação do real segundo sua própria exigência de veracidade e segundo o nível alcançado por seus antecessores!"
O trabalho real de um filósofo é a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa. Trata-se de uma necessidade e uma busca incessante por alcançar a unidade do conhecimento.

Obras

Como escritor, seu primeiro livro é de 1980, intitulado "A Imagem do Homem na Astrologia".

Olavo de Carvalho é autor de uma vastíssima obra, destacando-se os livros "A Nova Era e a Revolução Cultural", "O Jardim Das Aflições", "O Imbecil Coletivo", "Aristóteles em Nova Perspectiva", "A Dialética Simbólica", "O Futuro do Pensamento Brasileiro", "A Filosofia e Seu Inverso", "O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota"; a tradução comentada "Como Vencer Um Debate Sem Precisar Ter Razão", de Arthur Schopenhauer; a edição do debate com o cientista político russo Alexandre Dugin e "Os EUA e a Nova Ordem Mundial".

Olavo de Carvalho se atribuía o feito de ter quebrado a hegemonia da esquerda com suas publicações e com os alunos que formou. Desde o começo dos anos 90, ele já analisava o debate dos intelectuais.

Foi ele que revelou as estratégias de dominação da cultura para a implantação do socialismo em seu livro "Nova Era e a Revolução Cultural", em 1994. Ele previu a vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) e o que fariam. O PT não estava disposto a suportar o rodízio no poder. Olavo de Carvalho já havia dito isso.
"Minha trajetória de vida são os livros que escrevi, eu não faço outra coisa além de escrever e ensinar!"
Ele explicava que houve uma esquerdização da mídia, universidades e show business. Há 20 anos, disse que o primeiro candidato com discurso conservador venceria, o que aconteceu com o Bolsonaro.

Falando sobre sua obra, "Jardim das Aflições", que está entre as mais conhecidas, disse:
"Meu propósito não é mudar o rumo da história, mas atestar que nem todos estavam dormindo enquanto a história mudava de rumo!"
Em "O Imbecil Coletivo", previu também a hegemonia que a esquerda tomaria na política brasileira e documentou o processo de decadência intelectual que estava acontecendo no Brasil.

Nas entrevistas que concedeu, costumava ressaltar que antes de algo ser vivido na prática, tudo começava com ideias em pequenos grupos.

Seu livro "O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota", 2013, tornou-se um fenômeno de vendas instantâneo. Mesmo sendo um livro compendioso, de 615 páginas, a obra figurou em todas as listas dos mais vendidos da Internet, desde a semana de lançamento.

Morte

Olavo de Carvalho faleceu na segunda-feira, 24/01/2022, aos 74 anos, na região de Richmond, na Virgínia, Estados Unidos, deixando sua esposa, a filósofa Roxane de Carvalho, oito filhos e 18 netos.

A família de Olavo de Carvalho divulgou uma nota em redes sociais sobre sua morte, oito dias após ser diagnosticado com Covid-19. Ele estava internado num hospital em Richmond, na Virgínia, Estados Unidos. Embora a causa da morte não tenha sido divulgada junto da nota, sua filha Heloísa afirmou que ela se deveu à Covid-19.

Por outro lado, Ahmed Youssif El Tassa, médico de Olavo de Carvalho, disse que o motivo do falecimento teria sido Insuficiência Respiratória Aguda associada a Pneumonia Bacteriana.

Olavo de Carvalho negava a existência da pandemia, chegando a afirmar, em 2020, que o coronavírus era "a mais vasta manipulação de opinião pública que já aconteceu na história humana". Era também crítico da vacinação, da proteção pessoal com a utilização de máscara e do lockdown.

Após a sua morte, políticos de extrema-direita, como o presidente da República Jair Bolsonaro e seus filhos, lamentaram o ocorrido. Ministros, ex-ministros e parlamentares do mesmo espectro político também se manifestaram. O Governo Federal ainda emitiu uma nota de pesar, manifestando condolências e Jair Bolsonaro decretou luto oficial de um dia após a confirmação oficial da morte.

Olavo de Carvalho foi sepultado no cemitério Saint Joseph em Petersburg no dia 26/01/2022. A seu funeral, estiveram presentes familiares, o ex-chanceler Ernesto Araújo, o embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Nestor Forster e o blogueiro Allan dos Santos.

Obras

Autor
  • 1980 - A Imagem do Homem na Astrologia
  • 1983 - O Crime da Madre Agnes ou A Confusão Entre Espiritualidade e Psiquismo
  • 1983 - Questões de Simbolismo Astrológico
  • 1983 - Universalidade e Abstração e Outros Estudos
  • 1985 - Astros e Símbolos
  • 1986 - Astrologia e Religião
  • 1986 - Fronteiras da Tradição
  • 1992 - Símbolos e Mitos no Filme "O Silêncio dos Inocentes"
  • 1993 - Os Gêneros Literários: Seus Fundamentos Metafísicos
  • 1993 - O Caráter Cforma Pura da Personalidade
  • 1994 - A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci
  • 1994 - Uma Filosofia Aristotélica da Cultura
  • 1995 - O Jardim das Aflições: De Epicuro à Ressurreição de César - Ensaio Sobre o Materialismo e a Religião Civil
  • 1996 - Aristóteles Em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos
  • 1996 - O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras
  • 1998 - O Futuro do Pensamento Brasileiro. Estudos Sobre o Nosso Lugar no Mundo
  • 1998 - O Imbecil Coletivo II: A Longa Marcha da Vaca Para o Brejo e Logo Atrás Dela, os Filhos da PUC
  • 1998 - O Exército na História do Brasil (4 Volumes)
  • 2002-2006 - Coleção História Essencial da Filosofia
  • 2006 - A Dialética Simbólica - Ensaios Reunidos
  • 2011 - Maquiavel ou A Confusão Demoníaca
  • 2012 - A filosofia e Seu Inverso
  • 2012 - Os EUA e a Nova Ordem Mundial (Co-autor Alexandre Dugin)
  • 2013 - Visões de Descartes Entre o Gênio Mal e o Espírito da Verdade
  • 2013 - O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota
  • 2013 - Apoteose da Vigarice - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume I)
  • 2014 - O Mundo Como Jamais Funcionou - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume II)
  • 2014 - A Fórmula Para Enlouquecer o Mundo - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume III)
  • 2015 - A Inversão Revolucionária em Ação - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume IV)
  • 2016 - O Império Mundial da Burla - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume V)
  • 2016 - O Dever de Insultar - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume VI)
  • 2017 - Breve Retrato do Brasil - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume VII)
  • 2018 - Os Histéricos no Poder - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume VIII)

Flávio Bolsonaro e Olavo de Carvalho
Prêmios

  • 1999 - Medalha do Pacificador
  • 2000 - Ordem Nacional do Mérito da Romênia
  • 2001 - Medalha do Mérito Santos-Dumont
  • 2012 - Medalha Tiradentes
  • 2019 - Ordem do Rio Branco no grau de Grã-Cruz (Essa é a mais alta homenagem diplomática conferida pelo Governo brasileiro, apenas para pessoas físicas, jurídicas, corporações militares ou instituições civis, nacionais ou estrangeiras pelos seus serviços ou méritos excepcionais)

#FamososQuePartiram #OlavodeCarvalho

Theresa Amayo

THERESA GUICARD AMAYO BRASINI
(88 anos)
Atriz

☼ Belém, PA (13/07/1933)
┼ Rio de Janeiro, RJ (24/01/2022)

Theresa Guichard Amayo Brasini, conhecida como Theresa Amayo, foi uma atriz nascida em Belém, PA, no dia 13/07/1933.

Theresa Amayo começou a trabalhar como artista no Rio de Janeiro, em 1950, com passagens pelo cinema e televisão. Participou de "O Diamante", filme de Anselmo Duarte, em 1955, e "Fuzileiro do Amor", de Mazzaropi, em 1957.

Na televisão, Theresa Amayo foi uma das primeiras atrizes contratadas pela TV Tupi, estrelando o Teatro Universal e no Teatrinho Trol, da TV Tupi do Rio de Janeiro.

Na TV Globo, foi destaque em "O Rei dos Ciganos" (1966), "A Rainha Louca" (1967), "Sangue e Areia" (1968), "Passos dos Ventos" (1968), "A Última Valsa" (1969) e "Pecado Capital" (1975).


Segundo a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, Theresa Amayo chegou a gravar cenas para a atual novela das 21h00, "Um Lugar ao Sol", no ano passado, mas as complicações do câncer a impediram de continuar no elenco.

Na vida pessoal, Theresa Amayo também passou por uma tragédia familiar, já que perdeu a filha Lys Amayo, o genro Antônio D'avila e o neto Gianluca, que foram vítimas do tsunami na Tailândia, em 2004, que deixou mais de 220 mil mortos.

Theresa Amayo era viúva do teatrólogo e ator Mário Brasini. Com um currículo extenso de várias produções em teatro e na televisão, ganhou recentemente um troféu Celebridades do Ano, do evento Clube das Celebridades de Copacabana, em que foi homenageada.

De 2009 a 2014, integrou o elenco do programa humorístico da TV Globo, Zorra Total, em que interpretou vários personagens.

Morte

Theresa Amayo faleceu na madrugada, por volta de 4h30, de segunda-feira, 24/01/2022, aos 88 anos, em sua casa em Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro, RJ, vítima de um câncer renal.

Ela enfrentava uma batalha contra um câncer no rim desde 2021, segundo o jornal O Globo. A doença, embora silenciosa, em fases iniciais, pode dar sinais de alerta durante sua evolução.

As informações foram confirmadas nas redes sociais da atriz:
"É com profunda tristeza que informamos o falecimento de nossa querida amiga, a atriz Theresa Amayo, aos 88 anos, ocorrido nessa madrugada por volta das 4:30h da manhã em sua residência em Laranjeiras, após perder uma batalha contra o câncer!"
(Equipe de Theresa Amayo)

Carreira

Televisão
  • 1953 - Histórias do Teatro Universal
  • 1954 - As Quatro Irmãs ... Meg
  • 1955 - Maria Cristina ... Maria Cristina
  • 1956 - Teatrinho Trol
  • 1956 - Grande Teatro Tupi
  • 1956 - Teatro Moinho de Ouro
  • 1957 - Estúdio A
  • 1958 - Histórias da Vovó Neve
  • 1958 - Sétimo Céu
  • 1959 - Trágica Mentira
  • 1959 - Orfeu da Conceição ... Eurídice
  • 1960 - Minha Mulher é Um Anjo
  • 1963 - Teatro de Equipe
  • 1964 - Teatro de Equipe
  • 1964 - Teatro de Comédia
  • 1964 - Clube dos Morcegos
  • 1966 - Senhora
  • 1967 - O Rei dos Ciganos ... Svetlana
  • 1967 - O Porto dos Sete Destinos
  • 1967 - A Rainha Louca ... Maria de las Merces Moreno
  • 1967 - Sangue e Areia ... Pilar de Alarcon
  • 1967 - Almas em Conflito
  • 1968 - Passo dos Ventos ... Lien
  • 1969 - A Última Valsa ... Condessa Yolanda de Izzendorf
  • 1970 - E Nós, Aonde Vamos? ... Alice
  • 1975 - Pecado Capital ... Vitória
  • 1975 - Caso Especial ... Laura (Episódio: "Férias Sem Volta")
  • 1975 - Roque Santeiro ... Mocinha (Versão Censurada)
  • 1977 - O Espantalho ... Tônia
  • 1977 - Caso Especial (Episódio: "Férias Sem Volta")
  • 1978 - Gina ... Mirtes
  • 1980 - Caso Especial ... Cássia (Episódio: "'Romeu e Julieta")
  • 1981 - Carga Pesada
  • 1985 - Caso Verdade (Episódio: "Renascer")
  • 1985 - Caso Verdade (Episódio: "Amor Aos 40")
  • 1985 - Caso Verdade (Episódio: "Cartas Marcadas")
  • 1985 - Caso Verdade (Episódio: "O Amor Acontece na Vida")
  • 1986 - Tudo ou Nada ... Gigi Bourbon
  • 1987 - Carmen ... Rosimar
  • 1991 - O Portador ... Laurita
  • 1992 - Você Decide (Episódio: "Águas Passadas")
  • 1994 - Memorial de Maria Moura ... Joaninha
  • 2000 - Você Decide ... Marta (Episódio: "Hipocondríaca")
  • 2004 - Senhora do Destino ... Dona Marlene
  • 2009 - Malhação ID ... Araci
  • 2009 - Zorra Total
  • 2010 - Zorra Total
  • 2010 - As Cariocas ... Dona Zeni (Episódio: "A Noiva do Catete")
  • 2011 - Zorra Total
  • 2012 - Zorra Total
  • 2012 - As Brasileiras ... Helena (Episódio: "A Desastrada de Salvador")
  • 2013 - Flor do Caribe ... Rosa
  • 2013 - Pé na Cova ... Cliente da F.U.I (Episódio: "Ladrão Que Rouba Ladrão")
  • 2013 - Zorra Total
  • 2014 - Zorra Total
  • 2015 - Verdades Secretas ... Socialite (Participação Especial)
  • 2015 - Além do Tempo ... Adélia
  • 2016 - A Regra do Jogo ... Dona Terezinha (Participação Especial)
  • 2017 - Os Homens São de Marte ... Dona Tereza (Episódio: "Fases da Separação")
  • 2019 - Topíssima ... Sula Bartolomei
  • 2020 - A Dona da Banca ... Inês (Episódio: "Pra Mim Você Morreu")

Cinema
  • 1952 - Perdidos de Amor
  • 1953 - Santa de um Louco
  • 1954 - O Diamante
  • 1955 - Fuzileiro do Amor ... Maria
  • 1958 - Na Corda Bamba ... Luiza
  • 1958 - O Barbeiro Que Se Vira ... Lili
  • 1959 - O Camelô da Rua Larga ... Nancy
  • 1960 - Eu Sou o Tal
  • 1991 - A Viagem de Volta ... Ela Mesma
  • 2014 - S.O.S. Mulheres ao Mar ... Sônia
  • 2014 - Não Pare na Pista ... Dona Lilisa
  • 2015 - Sorria, Você Esta Sendo Filmado - O Filme ... Vizinha I
  • 2017 - Doidas e Santas ... Vizinha
  • 2019 - Sai de Baixo - O Filme ... Leonor Fróes
  • 2019 - Dulcina ... Ela Mesma

Teatro
  • Irene (De Pedro Bloch)
  • As Bruxas Já Foram Meninas (Cia. Cesar Borba)
  • A Cegonha Se Diverte (Cia. Artista Unidos)
  • Um Cravo Na Lapela (Cia. Artistas Unidos)
  • Mulheres Feias (Cia. Artistas Unidos)
  • Daqui Não Saio (Cia. Artistas Unidos)
  • É do Amor Que Se Trata (Cia. Artistas Unidos)
  • Pindura Saia (Cia. Graça Mello)
  • Três Em Lua De Mel (Cia. André Villon - Floriano Faisal)
  • Irma la Douce (Cia. Antônio de Cabo)
  • Pepsi - Adultério Adulterado (Teatro Santa Rosa)
  • Um Raio De Sol (Cia. Teatro Permanente de Brasília)
  • Divórcio (Cia. Teatro Permanente de Brasília)
  • O Noviço (Cia. Teatro Permanente de Brasília)
  • O Rapto Das Cebolinhas (Cia. Teatro Permanente de Brasília)
  • Seis Personagens à Procura De Autor (Cia. Tônia Carreiro)
  • As Inocentes Do Leblon (Cia. Antonio de Cabo)
  • A Teia De Aranha (Cia. Antonio de Cabo)
  • Um Vizinho Em Nossas Vidas (Cia. Amayo - Brasini)
  • Aqui e Agora (Cia. Jorge Ayer)
  • Pequenos Burgueses (Teatro Vivo / Etty Fraser & Chico Martins)
  • A Guerra Mais Ou Menos Santa (Inauguração Teatro Princesa Isabel)
  • A Moratória (De Jorge Andrade)
  • Liberdade Para As Borboletas (De Gershe, substituindo Débora Duarte)
  • A Moratória (De Jorge Andrade)
  • A Vida É Uma Ópera
  • A Garota Do Biquini Vermelho (De Artur Xexeo)
  • As Eruditas (De Molière - Cia. Limite 151)
  • Theresè Raquin (Cia.Limite 151)
  • Tricotando

Rádio
  • A Juventude Cria (Programa realizado pelos alunos do Colégio Pedro II - Rádio MEC)
  • Terra Brasileira (Programa do Ministério da Fazenda - Rádio MEC)
  • França Eterna (Programa da Embaixada Francesa - Rádio MEC)
  • Doce França (Programa da Embaixada Francesa - Rádio MEC)
  • Novela das 18:00 Horas (Rádio Guanabara)
  • O Mundo Em Suas Mãos (Rádio Mayrink Veiga)

Prêmios e Indicações
  • 2019 - Festival de Brasília - Mostra BRB de Cinema ... Melhor Atriz "Dulcina" (Venceu)

Livros Publicados
  • Theresa Amayo - Ficção e Realidade

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #TheresaAmayo

Ibsen Pinheiro

IBSEN VALLS PINHEIRO
(84 anos)
Jornalista, Advogado e Político

☼ São Borja, RS, (05/07/1935)
┼ Porto Alegre, RS (24/01/2020)

Ibsen Valls Pinheiro foi um jornalista, advogado e político, nascido em São Borja, RS, no dia 05/07/1935. 

Ibsen Pinheiro era filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), foi promotor de justiça e procurador de justiça. Foi deputado estadual no Rio Grande do Sul e presidente da Câmara dos Deputados durante o processo de impeachment de Fernando Collor de Mello.

Filho de Ricardo Pinheiro Bermudes e Lilia Valls Pinheiro. Formou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) na década de 1960.

Na política começou em 1976, quando foi eleito vereador da cidade de Porto Alegre e, em 1978, deputado estadual, sempre pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). A carreira como deputado federal pelo Rio Grande do Sul começou em 1982.

Em 1986 foi eleito deputado constituinte e, de fevereiro de 1991 a fevereiro de 1992, foi o presidente da Câmara dos Deputados, tendo conduzido o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello.


Em 1994, teve seu mandato cassado após ser acusado de enriquecimento ilícito e irregularidades fiscais pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou as irregularidades no Orçamento da União, acusado pela revista Veja de participar do Escândalo dos Anões do Orçamento, um esquema de desvio de verbas, e condenado a ficar afastado da vida pública por oito anos.

Em 2000, o Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou o processo em que era acusado de sonegação fiscal.

Na primeira eleição em que concorreu após a retomada de seus direitos políticos, em 2002, concorreu a deputado federal, mas não se elegeu. Porém, em 2004, retornou à política, elegendo-se vereador de Porto Alegre, tendo sido o candidato mais votado naquela eleição.

Em 2006, foi eleito novamente deputado federal. Aliado do governo Lula, votou a favor da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), mas bateu de frente com os interesses do Presidente ao enviar em 2009 a Emenda Ibsen Pinheiro, que retirou royalties do petróleo dos Estados produtores, para divisão igual entre os Estados brasileiros.

Ibsen Pinheiro foi um dos deputados estaduais que se posicionaram contra o impeachment de Dilma Rousseff.

Ibsen Pinheiro também fez parte do conselho deliberativo do Sport Club Internacional e era procurador de Justiça aposentado.

Morte

Ibsen Pinheiro faleceu na sexta-feira, 24/01/2020, aos 84 anos, em Porto Alegre, RS, vítima de uma parada cardiorrespiratória.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #IbsenPinheiro

Mário Fava

GIUSEPPE MÁRIO FAVA
(93 anos)
Mecânico

☼ Bariri, SP (24/01/1907)
┼ Rio de Janeiro, RJ (10/01/2000)

Giuseppe Mário Fava foi um mecânico brasileiro nascido em Bariri, SP, em 1907, filho de imigrantes italianos.

Habilidoso mecânico, em 1928, viveu grande aventura integrando durante 10 anos a equipe da Expedição Brasileira para a construção da estrada que interligaria as três Américas: a Carretera Panamericana.

Após retornar ao Brasil, como homenagem pelo grande feito, uma via pública no Rio de Janeiro recebeu o nome de sua cidade natal: a Rua Bariri.

Seu conhecimento como mecânico foi ponto determinante para o sucesso da viagem.

Ajudou a abrir a estrada Belém-Brasília e a fundar várias cidades no estado de Goiás. Na década de 50, pilotando um trator de esteira, iniciou a terraplanagem de Brasília. Na década de 60, foi o pioneiro no ramo de recauchutagem de pneus na cidade de Paranavaí, no Paraná.

Esta espetacular história foi contada em dois livros: "Eu Não Sabia Que Era Tão Longe", do escritor Baririense Osni Ferrari e "O Brasil Através das Três Américas", do escritor Beto Braga.

Os três aventureiros: Giuseppe Mário Fava (à esquerda), Leônidas Borges de Oliveira (ao centro) e Francisco Lopes da Cruz (à direita)
Carretera Panamericana
A Viagem Que Pretendia Unir As Américas

Em 1928, pilotando um Ford Modelo T, o popular Ford Bigode, e uma caminhonete, 3 homens saíram do Brasil rumo aos Estados Unidos. Inspirados pelo sonho do pan-americanismo, queriam provar que era possível unir as Américas nem que fosse por meio de uma rodovia.

Saíram do Brasil rumo aos Estados Unidos para cruzar 15 países e percorrer 28 mil km. Seu sonho era unir as três Américas ao rasgar uma estrada entre elas. A missão logo se mostraria muito mais dura, sofrida e perigosa do que eles podiam imaginar.

Ainda em território brasileiro, estavam perdidos havia dias no Pantanal Matogrossense, uma onça atacou 3 cães que caminhavam ao lado daquele estranho objeto sobre rodas. O mecânico Mario Fava, um dos integrantes do trio de aventureiros, atirou no animal. Mesmo ferido, o felino saltou sobre ele e o derrubou. Seu amigo Francisco, com o auxílio de um dos 5 índios que os ajudavam a sair da mata, cravou um facão no crânio do bicho. Atordoada, a onça agora era presa fácil para os cães, que a mataram e comeram. Essa foi só uma das muitas aventuras da comitiva.

A ideia da rodovia surgiu em 1923, na 5ª Conferência Internacional dos Estados Americanos, no Chile. Passados 5 anos da reunião, porém, o projeto ainda era considerado impossível. O tenente do Exército Leônidas Borges de Oliveira decidiu provar que era viável, sim, a construção da Carretera Panamericana, como seria chamada a futura obra. Para ajudá-lo, convidou o oficial da Aeronáutica Francisco Lopes da Cruz, amigo que sabia tudo de engenharia. Quando a dupla passou pela região de Pederneiras, SP, o mecânico Mário Fava, que sonhava conhecer os Estados Unidos, ofereceu-se para acompanhá-los.

A façanha é contada pelo historiador Beto Braga no livro "O Brasil Através das Três Américas". Ele soube do episódio em 1998, quando morava na Bolívia e conheceu o filho do comandante Oliveira, que lhe mostrou anotações feitas pelo pai. "Foram 8 anos de pesquisas para o livro", diz o autor.

Mario Fava, Passaporte
A expedição teve apoio financeiro do presidente Washington Luís e patrocínio do jornal O Globo, que doou o carro ao grupo. Batizado de Brasil, o Ford T saiu do Rio de Janeiro no dia 16/04/1928, aplaudido por uma multidão.

Em São Paulo, os expedicionários ganharam um reforço: a caminhonete Modelo T, presenteada pelo Jornal do Commercio. O automóvel recebeu o apelido de São Paulo. O primeiro contratempo viria em Bauru, SP: O dinheiro, fotos, documentos e a ata da viagem foram roubados. No Mato Grosso, deram de cara com a tal onça-pintada. Quase um ano depois da partida, alcançaram a fronteira paraguaia. Dos 2652 km percorridos até lá, mais da metade era de trilhas e picadas.

O Paraguai vivia um momento de forte tensão com a Bolívia. Havia uma disputa pela região do Chaco que se estendia desde a época colonial. A fronteira entre os dois países passava por ali e não era bem definida. A descoberta de gás e petróleo na Bolívia resultaria, 4 anos depois, na guerra mais sangrenta da América no século 20, a Guerra do Chaco. Mesmo no centro desse furacão, o presidente paraguaio, José Guggiari, encontrou-se com os brasileiros e os declarou hóspedes de honra.

Recepções com pompa e circunstância, aliás, se repetiram em muitos lugares. Eram acolhidos com festa por autoridades e moradores. Muitos ajudavam na tarefa de abrir caminhos - alguns por vontade própria e outros recrutados pelos Exércitos locais. No Peru, o trio encarou um obstáculo colossal: a cordilheira dos Andes. Lá, Mário Fava mostrou ser um sujeito de sorte, pois escapou duas vezes da morte. No dia 21/10/1929, São Paulo caiu num abismo e ele só sobreviveu porque o automóvel, na queda, ficou preso em uma árvore. Oito dias depois, enquanto a Bolsa de Nova York despencava, o carro Brasil também ia precipício abaixo. E o mecânico escapou por pouco outra vez.

Beto Braga considera Mário Fava o grande herói da expedição. Graças a seus conhecimentos, mantinha os carros funcionando mesmo na base do improviso. Na Bolívia, por falta de álcool (combustível do Ford T), o carro foi abastecido com uma bebida indígena feita de milho. Na Colômbia, encheram os pneus desgastados com capim - o que provocou outro acidente que quase esmagou Mário Fava. O "Intrépido Mecânico", como era chamado pela imprensa, também tinha talento de conquistador e teria se envolvido com inúmeras mulheres durante a jornada.

Carteira de Habilitação de Mario Fava emitida pela delegacia de polícia de Pederneiras em 1927.
Enquanto o grupo passava pelo Equador, recebeu a notícia de que Getúlio Vargas assumira o poder, com a Revolução de 1930. No Panamá, os carros foram desmontados para cruzar os rios. Os viajantes viram, espantados, índios loiros de olhos azuis (homens albinos da tribo dos cunas), encontraram a delegação olímpica brasileira a caminho de Los Angeles e souberam que, no Brasil, São Paulo tentava derrubar Getúlio Vargas e promulgar uma nova Constituição, era a Revolução Constitucionalista de 1932.

Na Nicarágua, o grupo se encontrou com o guerrilheiro Augusto Sandino. O líder popular pretendia derrotar a ditadura da família Somoza. Mas havia firmado um acordo com o governo e entregara grande parte de suas armas. Vítima de uma armadilha, foi executado. Os brasileiros tiraram a última foto do revolucionário, dois dias antes de sua morte.

Já durante a passagem pelo México, o comandante Oliveira se apaixonou pela médica Maria Buenaventura Gonzáles, que seria sua companheira por toda a vida. Enquanto isso, em 1935, o Movimento Comunista, liderado por Luís Carlos Prestes, ganhava força no Brasil. Mas não o suficiente para derrubar Getúlio Vargas.

A ditadura se instaurava no Brasil à medida que os expedicionários cruzavam os Estados Unidos. Lá, o grupo se encontrou com Henry Ford, que quis (mas não conseguiu) comprar os valentes carros Brasil e São Paulo para tê-los no acervo do museu de sua fábrica.

Em Cleveland, os brasileiros precisaram de uma autorização especial para dirigir, que foi assinada por Eliot Ness, o agente que prendeu Al Capone.

Em Washington, foram recebidos por Franklin Roosevelt. O presidente americano entregou uma carta de reconhecimento da nação à expedição. Durante os quase dois anos que passaram nos Estados Unidos, a intenção do grupo era persuadir governo e empresários a investir 100 milhões de dólares na construção da rodovia. Calculava-se que todo o trajeto da Carretera Panamericana custaria em torno de 500 milhões de dólares e os governos de cada país bancariam boa parte dos custos.

Convite de Mario Fava para a sessão do dia 24/11/1937 do Congresso dos Estados Unidos
Dez anos depois da saída do Brasil, os carros e o grupo voltaram de navio para casa. Reuniram-se com Getúlio Vargas, que lhes homenageou dando o nome da terra natal de cada integrante a ruas do Rio de Janeiro (Bariri, Descalvado e Florianópolis).

Leônidas foi nomeado cônsul privativo do Brasil na Bolívia e ocupou o cargo por mais de 20 anos. Mário Fava, um tempo depois, rumou para o norte, abrindo a estrada Belém-Brasília. O Ford Brasil está hoje no Museu dos Transportes, em São Paulo, e o São Paulo apodrece nos arredores do Museu do Ipiranga. Ainda que com trechos improvisados, já existe uma Carretera ligando o norte ao sul do continente, do Alasca à Patagônia, no sul do Chile. O primeiro país a concluir a obra foi o México, em 1950. O trecho da estrada que deveria ser construído no Brasil até hoje não saiu do papel.
"A intenção da expedição em unir as três Américas, como uma só nação, o verdadeiro espírito do pan-americanismo, antecede o Mercosul e outros acordos. A façanha dos expedicionários, mesmo valorizada na época, virando notícia de capa nos jornais, ficou no esquecimento!"
(Beto Braga)

Um ano depois de lançar "O Brasil Através das Três Américas", o escritor Beto Braga também refez o caminho da expedição pelas Três Américas com a mulher, Márcia, e os dois filhos, Caio e Renato. Em vez de calhambeques, a família viajou numa caminhonete Ford Excursion XLT munida de GPS e câmera GoPro. Os quatro saíram de Bauru, no interior de São Paulo, em 16/04/2011 - no aniversário de 83 anos da expedição - e passaram um ano na estrada. Entre 16/04/2011 e 20/04/2012, atravessaram 20 países, de Ushuaia, na Argentina, a Prudhoe Bay, no Alasca.
"Acrescentamos cinco países ao caminho original. Entre eles, o Chile pela importância da Carretera Panamericana no desenvolvimento do país; a Venezuela, que estava prevista no projeto inicial e foi um importante ramal a ser conectado na rodovia principal; e a República Dominicana, pelo convite do Instituto Panamericano de Geografia e História, órgão oficial da Organização dos Estados Americanos (OEA), para fazer a abertura da reunião do Conselho Diretivo em novembro de 2011."
83 anos depois, ainda há trechos que se mantêm como os descritos pelos expedicionários. Na região do Rio Atrato, da selva de Urabá e de El Darién, na divisa entre Colômbia e Panamá, ainda não foi construída a Carretera Panamericana.
"A principal diferença entre as nossas viagens é que eles fizeram história, e eu simplesmente tento resgatá-la!"
Convite de Mario Fava para visitar a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos no dia 20/12/1937
Resumo da Carretera Panamericana

Brasil

Ao som da Banda Marcial e do burburinho da multidão em frente à sede do jornal O Globo, no Rio de Janeiro, o tenente Oliveira, o engenheiro Lopes da Cruz e o mecânico Mario Fava partem em um Ford T no dia 16/04/1928 para descobrir, percorrer e projetar uma estrada que ligaria as Américas. A Expedição Brasileira de Estudos da Carretera Panamericana é recebida em Petrópolis pelo presidente Washington Luís. Em São Paulo, ganham uma caminhonete modelo T. No dia 02/02/1929, eles chegam ao último ponto do Brasil na rota, em Ponta Porã, PR.

Paraguai

Floresta no nordeste: Uma tempestade arranca do chão o rancho onde dormiam. Depois de 2 meses viajando dentro da mata, chegam a Villa Rica, cansados, barbudos, com infecção intestinal e febre.

Argentina

As rodovias eram boas e o país vivia uma expansão econômica, o que tornava a ligação entre Buenos Aires e a Carretera conveniente. São recebidos por ministros e têm 3 meses de tranquilidade.

Bolívia

Deslumbram-se com a Cordilheira dos Andes e com os animais da região. Veem de perto lhamas, vicunhas, alpacas e o gigante condor. Com a ajuda de cães que acompanham a excursão, caçam coelhos para comer.

Peru

Tablachaca: Mário Fava escapa por pouco de um acidente grave. Chegam doentes a Andahuailas. Após uma longa convalescença, seguem rumo à cordilheira. Levam 4 meses para atravessá-la.

Equador

Azuay: No dia 19/10/1930, desgovernado, o Ford Brasil rola 100m ribanceira abaixo. Mário Fava fica preso nas ferragens. O cachorro Tudor, que acompanhava o grupo, morre no acidente.

Colômbia

Picadas de insetos formam grandes feridas. Em Cali, o solo dos Andes destrói os pneus, que são enchidos com capim. Na selva de Urabá, os carros cruzam os rios desmontados.

Panamá

Colón: A expedição visita o canal do Panamá. Cidade do Panamá: O presidente, Ricardo Javané, fica impressionado com o fato de o grupo ter conseguido atravessar de carro a selva de Urabá, um feito inédito.

Nicarágua

Manágua: O líder guerrilheiro Augusto Sandino recebe a expedição na capital. Ele havia fechado um acordo de paz com o governo, mas foi vítima de uma armação em 21/02/1934 e morreu metralhado.

Honduras

Em apenas 8 dias, percorrem o trecho hondurenho, 187 km, que faria parte da futura Carretera Panamericana.

Guatemala

Cidade da Guatemala: Os carros são consertados e ganham pneus novos. O presidente, Jorge Ubico, lhes dá uma grande quantia em dinheiro.

México

Huixtla: São obrigados a atravessar rios sem pontes. Em San Jerônimo, Oliveira quase morre por causa de uma infecção intestinal. Na cordilheira do Oaxaca, o trajeto é aberto à custa de força física.

Estados Unidos

Austin: Apresentam o projeto ao prefeito e ao governador. Detroit: Henry Ford faz questão de conhecer os aventureiros e oferece um bom dinheiro para ter os carros Brasil e São Paulo no museu de sua fábrica. Oliveira, Mário Fava e Cruz recusam e seguem viagem. Washington, DC: Franklin Roosevelt reconhece a expedição em carta.

Mario Fava, 1925
Mário Fava Ganha Museu Com Seu Nome

Uma revista com o inventor Thomas Edison na capa foi o que fez o jovem Giuseppe Mário Fava querer ir para os Estados Unidos há quase um século. E a decidir, aos 21 anos, juntar-se à expedição automobilística, em junho de 1928. Quando Leônidas Borges de Oliveira e Francisco Lopes da Cruz lhe contaram que o plano era chegar até Nova York, o paulista de Bariri apaixonado por mecânica e eletricidade não teve dúvidas: Juntou suas roupas e as poucas ferramentas que tinha e se apresentou como o mecânico da aventura.

"Acredito que nem ele sabia, no início da viagem, a dimensão que teria seu feito. Esta é uma história que deve ser conhecida, reconhecida e lembrada por todo o Brasil, a América e, principalmente, pelos baririenses", diz Dinorá de Azevedo Lima Musegante, diretora de Educação, Cultura e Esporte da Prefeitura Municipal de Bariri, município na região de Jaú, a 330 quilômetros de São Paulo.

A cidade natal do mecânico, filho de imigrantes italianos, abriu em 13/12/2008 o Centro Educacional, Cultural e de Exposições Mário Fava, reinaugurado em 15/06/2016, após uma reforma. Segundo Dinorá, o espaço promove exposições, palestras, cursos, espetáculos de teatro, dança e música, além de exibição de filmes, formaturas e outros eventos.

O acervo é restrito: "Temos algumas fotos e cópias de cartas da expedição que foram impressas e organizadas numa exposição aberta à população. Mário Fava é um herói baririense e brasileiro, cujo feito é de grande importância para todo o continente americano", explica a diretora. Para a ex-prefeita Deolinda Marino, é preciso que cada baririense conheça a história de Mário Fava e reconheça, com orgulho, sua contribuição para os povos das três Américas. "Foi uma história de coragem, ousadia e perseverança, em busca de um ideal."

Até dar nome ao centro cultural, porém, o mecânico era um ilustre desconhecido na cidade. Além de ter saído jovem dali e passado dez anos na viagem do Rio de Janeiro a Nova York, depois de voltar ao Brasil ele retornou pouco à terra natal.

"Ele voltou a Bariri em junho de 1939 para visitar a família e depois sumiu pelo interior do Brasil", conta o escritor e engenheiro civil Osni Ferrari, autor do livro "Eu Não Sabia Que Era Tão Longe" (City Gráfica, 2011, 270 páginas), que resgata a epopeia americana.

Nascido em Bariri, Osni Ferrari conta que seu interesse pela história surgiu no começo de 2006, quando, assistindo a uma reportagem do Jornal Nacional, na TV Globo, ouviu o nome de sua cidade natal num trecho da Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião, de Francis Hime, Geraldo Carneiro e Paulo Cesar Pinheiro. Descobriu que se referia à rua do campo do time do Olaria e que o nome havia sido dado pelo presidente Getúlio Vargas em homenagem a um baririense que havia feito uma viagem histórica muitas décadas atrás.

O escritor-engenheiro lembra que um amigo professor de história já havia lhe falado sobre a aventura, mas teve dificuldade em encontrar mais informações. Até que, pela internet, chegou até o também escritor Beto Braga, que lhe deu mais detalhes sobre Mário Fava e os outros expedicionários.

Em seu livro, inspirado no filme Titanic, Osni Ferrari mistura registros históricos a diálogos de ficção. Hoje morador de Hortolândia, também no interior paulista, ele conta que mantém forte ligação com Bariri e já deu várias palestras sobre Mário Fava em escolas da cidade. "Para que a história de Mário Fava não morra de novo, é preciso contá-la às crianças", ensina. Osni Ferrari também planeja fazer uma segunda edição do livro com detalhes sobre a construção da estrada.

Ele ressalta, no entanto, que a história daquele que ficou conhecido como o "Intrépido Mecânico" por seus conhecimentos, habilidades e criatividade para se safar de dificuldades foi além da Expedição Pan-Americana.
"Ele foi um aventureiro que participou da construção de Brasília. Braço direito do engenheiro Bernardo Sayão, ligou o trator que simbolicamente deu início à terraplenagem da construção da nova capital do Brasil. Também ajudou a fazer a Estrada Belém-Brasília e a fundar cidades no interior de Goiás, como Ceres. Anos mais tarde, montou uma empresa de recauchutagem de pneus em Paranavaí, no norte do Paraná."
Quando Beto Braga o encontrou, em março de 1998, Mário Fava havia arrendado a empresa e vivia de uma pequena renda. Morava com o irmão em uma casa boa, mas pobre de mobília.

Ao retornar ao Brasil, acompanhou Bernardo Sayão na Marcha para o Oeste, desbravando e participando na fundação de cidades no interior de Goiás, inclusive Brasília, a nova Capital Federal e a abertura da Rodovia Belém-Brasília.

Após a morte acidental de Bernardo Sayão, Mário Fava participou da abertura pioneira do Norte do Paraná, instalando-se em Paranavaí, onde veio a falecer, solteiro e sem filhos, em 09 de janeiro de 2000, às vésperas de completar 93 anos de idade.

Mario Fava, 1932
Morte

Mário Fava faleceu no dia 10/01/2000, aos 93 anos, durante uma visita a parentes no Rio de Janeiro, RJ.
"Muita gente achava que Mário Fava era um velho louco pelas histórias que contava. Disse numa ocasião a seu médico que tinha conhecido o presidente americano Franklin Roosevelt e ele não acreditou. Ninguém acreditava"
(Beto Braga)

Fonte: Jornal CandeiaGuia do Estudante e Estadão
#FamososQuePartiram #MarioFava

Mano Júnior

MANOEL PINHEIRO DE OLIVEIRA JÚNIOR
(29 anos)
Cantor

☼ Ceilândia, DF (1979)
┼ Ceilândia, DF (24/01/2008)

Mano Júnior foi um cantor brasileiro de música sertaneja. Ficou conhecido em 1999, quando apareceu no programa "Domingão do Faustão" com um cartaz pedindo uma oportunidade para apresentar suas músicas na televisão. Mano Júnior era de uma família de músicos, ele cantava música sertaneja, mas, atualmente, trabalhava na Administração da Ceilândia.

Mano Júnior conseguiu emplacar o sucesso "Jura" em rádios de todo o Brasil e assinou contrato com a gravadora Continental, lançando dois álbuns pela gravadora. No retorno ao programa "Domingão do Faustão", fez um dueto com o cantor Leonardo e com a cantora Carla Visi.


Mano Júnior foi encontrado morto na tarde de quinta-feira, 24/01/2008, aos 29 anos, em um quarto do Hotel Manchester, na Cidade Satélite de Ceilândia, cidade próxima a Brasília. De acordo com a polícia, não havia sinais de agressão e, aparentemente, a morte foi natural.

Segundo a família, Manoel Pinheiro estava desaparecido há um dia. "Ele saiu de casa por volta do meio-dia, mas não falou para onde ia. Todo mundo pensou que ele iria trabalhar. Passou o tempo, ele não chegou em casa e todos ficaram desesperados", conta o irmão do cantor.

O delegado Adval de Matos disse que não encontrou nenhum vestígio de violência.

"A porta estava trancada pelo lado de dentro e a chave estava no trinco. A janela estava fechada. O quadro não apresentava nenhuma violência, nenhum sinal de homicídio e sim de morte natural."

Fonte: Wikipédia e G1