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Walter Franco

WALTER ROSCIANO FRANCO
(74 anos)
Cantor, Compositor e Instrumentista

☼ São Paulo, SP (06/01/1945)
┼ São Paulo, SP (24/10/2019)

Walter Rosciano Franco, mais conhecido por Walter Franco, foi um cantor e compositor nascido em São Paulo, SP, no dia 06/01/1945.

Walter Franco era filho do poeta e político Cid Franco. Formou-se pela Escola de Arte Dramática (EAD) e lá começou a carreira de músico, compondo trilhas para espetáculos teatrais como "O Contador de Fazendas", dirigido por Dulcina de Moraes e "Os Olhos Vazados", dirigido por Emílio de Biasi.

Fez a trilha sonora de várias peças, entre as quais "Caminho Que Fazem Darro e Genil Até o Mar", de Renata Pallottini, "A Caixa de Areia", de Edward Albee, e o clássico grego "As Bacantes", de Ésquilo.

Seu primeiro disco foi um compacto simples com a música "No Fundo do Poço", tema da novela "O Hospital" (1971), da TV Tupi.


Em 1973, lançou o LP "Ou Não", com arranjos de Rogério Duprat, provocando estranhamento ao misturar elementos pop e ritmos nordestinos com referências eruditas que extrapolavam o plano musical para se manifestarem também nas letras, bastante influenciadas pelo concretismo.

Walter Franco participou dos seguintes festivais, geralmente provocando polêmica com suas letras e canções pouco convencionais:
  • I Festival Universitário da TV Tupi (SP), com "Não Se Queima Um Sonho", interpretada por Geraldo Vandré;
  • II Festival Universitário da TV Tupi (SP), com "Sol De Vidro", defendida por Eneida e classificada em terceiro lugar;
  • III Festival Universitário da TV Tupi (SP), com "Animal Sentimental" e "Pátio Dos Loucos";
  • VII Festival Internacional da Canção, realizado pela TV Globo, em 1972, com "Cabeça", que recebeu um prêmio especial;
  • Festival Abertura, em 1973, com a música "Muito Tudo", na TV Globo, que ficou em terceiro lugar e tinha arranjo de Júlio Medaglia;
  • Festival da TV Tupi, com "Canalha";
  • MPB Shell, com "Serra do luar".


Em 1974, Chico Buarque, no disco "Sinal Fechado", gravou sua canção "Me Deixe Mudo". Ainda na década de 70, lançou os LPs "Revolver" (1975) e "Respire Fundo" (1978).

Na década de 80, lançou os LPs "Vela Aberta" e "Walter Franco" (1982), atuou como compositor de jingles e destacou-se com sua canção "Seja Feita a Vontade do Povo" (1984), durante a campanha das "Diretas Já!".

O disco "Ou Não", considerado o seu melhor trabalho, foi reeditado em CD, em 1994, pela mesma gravadora que lançou o LP.

Em 1997, Walter Franco excursionou pelo Brasil com o show "Não Violência", no qual apresentou uma série de novas composições como "Quem Puxa Aos Seus Não Degenera", "Na Ponta Da Língua", "É Natureza Criando Natureza", "Nasça", esta em parceria com o ex-Titã Arnaldo Antunes, "Sargento Pimenta", em homenagem a John Lennon, e "Totem", baseada em poema de José Carlos Costa Neto.

Em 2000, participou do Festival da Música Brasileira, na TV Globo, com a canção "Zen" (Walter Franco e Cristina Villaboim).


Lançou, em 2001, o CD "Tutano", contendo suas composições "Zen", "Gema Do Novo" e "Acerto Com A Natureza", todas em parceria com Cristina Villaboim, "Nasça" (Walter Franco e Arnaldo Antunes), "Totem" (Walter Franco e José Carlos Costa Neto), "Quem Puxa Aos Seus Não Degenera", "Na Ponta da Língua", "Ai, Essa Mulher", "Intradução", "Senha do Motim", "Cabeça", "Distâncias" e "Muito Tudo", além da faixa-título.

Em 2003, apresentou-se no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), dentro da série "Transgressores".

Walter Franco tem pelo menos cinco músicas bem conhecidas do grande público: a própria "Cabeça", "Seja Feita a Vontade do Povo", "Coração Tranquilo", "Respire Fundo" e "Vela Aberta", sendo a última executada até hoje em programas radiofônicos de flash-back.

Outro sucesso de Walter Franco é "Serra do Luar", com um refrão marcante: "Viver é afinar o instrumento / De dentro pra fora / De fora pra dentro".

Walter Franco já foi regravado por artistas como Leila Pinheiro, Oswaldo Montenegro e Chico Buarque, além de bandas de rock como Ira!, Camisa de Vênus, Pato Fu e Titãs.

Walter Franco era vice-presidente da Associação Brasileira de Música e Artes (ABRAMUS), sociedade de recolhimento de direitos autorais filiada ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD).

Morte

Walter Franco faleceu na madrugada de quinta-feira, 24/10/2019, em São Paulo, SP, aos 74 anos. Ele estava internado desde o começo do mês de outubro após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O velório foi realizado na Funeral Home, em São Paulo e logo seguida o corpo foi levado para cerimônia de cremação no Crematório de Vila Alpina. 

Discografia

  • 1971 - "Tema do Hospital" (Compacto simples)
  • 1973 - Ou Não
  • 1975 - Revolver
  • 1978 - Respire Fundo
  • 1979 - Vela Aberta
  • 1982 - Walter Franco
  • 2001 - Tutano

Indicação: Miguel Sampaio e Jairo Borges Cunha Júnior

Francisco Nagem

FRANCISCO NAGEM TORRES
(78 anos)
Ator e Produtor

☼ Rio de Janeiro, RJ (18/09/1939)
┼ Rio de Janeiro, RJ (24/10/2017)

Francisco Nagem foi um ator brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 18/09/1939.

Francisco Nagem iniciou a carreira no teatro e seu maior sucesso nos palcos foi na peça "Os Veranistas" em 1978 ao lado de Ítalo Rossi.

No cinema, atuou em único filme, a comédia "O Barão Otelo no Barato dos Bilhões" (1971), estrelada por Grande Otelo e Dina Sfat. O filme também contava com uma participação especial do jogador Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.

Na televisão atuou em "Verão Vermelho" (1969), "Vejo a Lua No Céu" (1976), "Escalada" (1975), "Sitio do Pica Pau Amarelo" (1977), "Louco Amor" (1983), "Sassaricando" (1987), "Memorial de Maria Moura" (1994), dentre outros.

Seu último trabalho na televisão foi na novela "Paraíso Tropical", exibida em 2007.

Francisco Nagem com a esposa Helenice publicada nas redes sociais por uma das filhas do casal.
Seu papel mais marcante na televisão foi como Seu Elias Turco, dono de uma venda e conhecido por ser sovina, na série de TV "Sítio do Pica Pau Amarelo", produzido pela TV Globo em parceria com a TVE e exibido entre 1977 e 1986. Francisco Nagem entrou na série em 1978, substituindo o ator Germano Filho, que fazia o personagem inicialmente.

Descendente de libaneses, Francisco Nagem foi um dos fundadores do Teatro de Arena Elza Osborne, conhecido também como Lona Cultural Elza Osborne, a primeira do Rio de Janeiro.

Francisco Nagem foi casado com Helenice Mendonça Martins Nagem desde 1970, e tinha duas filhas: Lariane Soraia e Lidiane Suelem.

Uma das últimas aparições de Francisco Nagem na televisão aconteceu em em março de 2016, no programa "Domingo Show", da TV Record, que promoveu o reencontro de atores do "Sítio do Pica Pau Amarelo". Francisco Nagem, ao apresentador Geraldo Luis, lamentou o fim do programa: "Quando terminou, foi a morte de um sonho da gente!".

Morte

Francisco Nagem faleceu por volta de 11h30 de terça-feira, 24/10/2017, aos 78 anos, em sua casa no Rio de Janeiro, RJ.

O velório aconteceu na terça-feira, 24/10/2017, na Lona Cultural Elza Osborne, teatro de arena do qual Francisco Nagem era um dos diretores, localizado no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde o ator morava. A família não divulgou a causa de sua morte.

O ator vinha sofrendo problemas de saúde e estava perdendo peso rapidamente. Helenice, sua esposa, disse que ele passou mal em casa e falou "Estou morrendo!", pouco antes de falecer.

O local de seu sepultamento não foi divulgado.

Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #FranciscoNagem

Sidney Cipriano

SIDNEY CIPRIANO
(46 anos)
Cantor

☼ São Paulo, (24/10/1964)
┼ Sorocaba, SP (01/02/2011)

Sidney Cipriano foi um cantor nascido em São Paulo, SP, no dia 24/10/1964. Ele era vocalista do Fat Family, grupo musical formado por irmãos que se destacam pela potência das vozes. Após partir para carreira solo passou a ser conhecido por Sidney Sinay.

Sidney Cipriano apareceu na mídia em 1998, ao lado dos irmãos, no grupo Fat Family, que se destacava pelo estilo musical e tom de voz de seus integrantes. A banda fez vários sucessos, principalmente no final da década de 90 e início dos anos 2000.

Participou dos primeiros discos de sua banda de origem, que foram gravados e lançados entre 1998 e 2004. Nesta época, ainda ao lado dos irmãos, se apresentava como Sidney Cipriano.

Sidney Cipriano deixou o Fat Family em 2005, quando o grupo se tornou Gospel.

Curiosamente, ele partiu para carreira solo, também no meio Gospel, mas, se apresentando agora com o nome artístico de Sidney Sinay.

Em 2007 lançou seu primeiro e único disco solo, intitulado "Sidney Sinay Um Novo Homem". O disco, que possui 13 faixas, tem como destaque as canções: "Pra Adorar", "Deus da Provisão", "Cristo Vive", "Sonda-me" e "Coração de Adorador".

Morte

Sidney Cipriano faleceu na noite de terça-feira, 01/02/2011, aos 45 anos, no Hospital Regional de Sorocaba, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele estava internado desde o dia 07/01/2011. A assessoria do hospital informou que ele teve uma parada cardiorrespiratória.

Fat Family

Fat Family teve sua origem na cidade de Sorocaba, SP, formado inicialmente pelos irmãos SidneyCelinhoCelinhaSimoneSuzettiKátia e Deise CiprianoSuely (ex-enfermeira padrão) entrou no grupo a partir do segundo álbum da banda no ano de 1999.

Inspirados por cantores norte americanos como Whitney HoustonChaka KhanAretha FranklinJames Brown, e a tradicional música gospel americana, o grupo atraiu notoriedade rapidamente no Brasil e no mundo.

Fat Family atraiu a atenção do Brasil no final da década de 90, mais precisamente em 1998. Em programas de televisão os irmãos de peso integrantes do grupo (fato que dá nome a banda), começaram a se apresentar inspirados em grupos vocais norte-americanos do estilo gospel.

O grupo também ficou conhecido pela sua "coreografia do pescoço", que todos os fãs tentavam imitar, mas o julgavam difícil. Além do integrante Celinho ensinar para o público como se fazia o pescoço em vários programas. Mas vozes sincronizadas, agudas e graves com bastante nitidez, é o que mais se destacava.

O primeiro sucesso do grupo foi "Jeito Sexy", versão de "Shy Guy" de Diana King, canção do primeiro álbum, "Fat Family", lançado em 1998. Este álbum vendeu cerca de 250 mil cópias. Em 1998, a canção "Onde Foi Que Eu Errei?", foi o tema da personagem da atriz Cláudia Jimenez na novela "Torre de Babel", da TV Globo. No Natal daquele mesmo ano, o grupo fez uma participação especial no seriado "Sai de Baixo", onde cantaram a música "Noite Feliz".

Em 1999 foi a vez da canção "Gulosa" que foi o tema de abertura da novela "Andando Nas Nuvens", também da TV Globo. No mesmo ano o grupo recebeu a mais nova integrante, Suely, formando assim um octeto, lançaram o segundo CD, intitulado "Fat Festa". Os sucessos deste álbum ficaram por conta das canções "Eu Não Vou""Madrugada""Fat Family", versão de "We Are Family", composta por Nile Rodgers para o grupo Sister Sledge, e a regravação a capela de "Oh Happy Day".

No fim do ano foi a vez do grupo estrear nas telonas juntamente com a apresentadora Xuxa Meneghel no filme dela, chamado "Xuxa Requebra". No filme, eles interpretaram os Fat Capangas, que foram contratados pela personagem de Elke Maravilha, que era a antagonista. No final do filme, o grupo cantou a canção "Chegou a Festa", do CD "Fat Festa". Com roupas brancas e posicionados como um coral, foram regidos pela mãe deles, Nelita Cipriano.

Em 2001, o grupo lançou o terceiro álbum pela gravadora EMI Music, intitulado "Pra Onde For, Me Leve". A regravação da faixa "Fim de Tarde", que foi o grande sucesso da cantora Cláudia Telles, também obteve êxito nas rádios. Outros singles foram: "Pra Onde For, Me Leve""Sem Parar""Noite de Setembro", versão de "September" de Earth, Wind And Fire, e "Pudera", gravado primeiramente por Tim Maia. Este foi o último trabalho do grupo pela gravadora EMI.

Em 2003, o grupo lançou o quarto CD, intitulado "Fat Family", pela gravadora Sum Records. Este álbum do grupo trouxe uma grande variedade de estilos, entre eles o MPB e o Gospel. O álbum inteiro foi feito de regravações de grandes sucessos nacionais e internacionais e entre eles estão: "Lilás", de Djavan"Amor de Índio", de Milton Nascimento "Força Estranha" de Caetano Veloso.

As regravações gospel foram "Joyful, Joyful", gravada originalmente para o filme "Mudança de Hábito 2""Poor Pilgrim Of Sorrow""O Homem de Nazareth" e "Deus é o Amor", essa em especial, recebeu também uma versão remixada no mesmo álbum.

Conversão ao Cristianismo

Fat Family se converteu ao Cristianismo em 2003, na sua própria casa, por intermédio de Deise Cipriano, a irmã caçula. Por onde o Fat Family passa, em igrejas de todo o Brasil, Deise Cipriano conta como foi a conversão de sua família. Ela conta que foi em um culto na casa do lutador de vale-tudo, Vitor Belfort, amigo da família. Lá ela se converteu ao Cristianismo, e logo depois os outros membros da família também se converteram.

Cirurgias de Redução do Estômago

Em 2005, Sônia, empresária do grupo e irmã, fez a cirurgia de redução do estômago.

Em 01/02/2005, os integrantes CelinhoSuzetti e Kátia se submeteram à cirurgia de redução do estômago. Eles eliminaram juntos 177 kg.

Em 2007, a integrante Simone, também se submeteu a mesma cirurgia feita pelos irmãos SôniaCelinhoSuzetti e Kátia.

Saídas do Grupo e Carreiras Solo

Partindo para carreira solo no gênero gospel, deixaram o grupo em 2006: Sidney Cipriano, que adotou o nome artístico de Sidney Sinay e Celinha Batista.

Sidney Cipriano gravou um CD gospel em 2007 intitulado "Sidney Sinay: Um Novo Homem"Celinha Batista já tem três CDs gravados: "Tua Palavra" (2011), "Um Novo Tempo" (2013) e "Teu Espírito" (2015). Atualmente, usa o nome Célia Soul.

Suely Cipriano deixou o Fat Family em 2016, mas não seguiu carreira solo.

Fonte: Wikipédia

Dolores Duran

ADILÉIA SILVA DA ROCHA
(29 anos)
Cantora e Compositora

* Rio de Janeiro, RJ (07/06/1930)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/10/1959)

Dolores Duran nasceu numa vila na Rua do Propósito, no Centro do Rio de Janeiro, onde morou por alguns anos. Teve uma infância pobre e não conheceu o pai. Se mudou para um cortiço no bairro da Piedade, subúrbio carioca, com a mãe, o padrasto e as irmãs Denise, Solange e Leila. Desde criança gostava de cantar e sonhava em ser cantora famosa. Aos 8 anos de idade contraiu a febre reumática que quase a levou a morte, e que deixou como sequela um sopro cardíaco gravíssimo. Por pouco ela não resiste, para desespero de sua mãe.

Aos 12 anos de idade, influenciada pelos amigos, resolveu, com a permissão da mãe, se inscrever num concurso de cantores, mas ela tinha dúvidas se iria se sair bem. Surpreendentemente, ela cantou muito bem, como uma profissional e conquistou o primeiro prêmio no programa "Calouros Em Desfile", de Ary Barroso. As apresentações no programa tornaram-se frequentes, fixando-a na carreira artística.

Quando tinha 12 anos, teve que abandonar os estudos, parando no ensino primário, para ajudar a mãe com despesas de casa. Arranjou um emprego e passou a trabalhar como atriz nas rádio Cruzeiro do Sul, nos programas da Tupi e no teatro, além de cantar em programas de TV. Mas todos esses empregos eram temporários, o que não garantiam dinheiro certo.


Tentou terminar os estudos, ingressando no ginásio, pagando uma escola, mas como o dinheiro era pouco e as mensalidades da escola estavam atrasadas, ela foi expulsa do colégio. Como ela tinha que se dedicar muito a música e ao teatro, decidiu de vez parar de estudar. Sua mãe não gostou desta atitude e mesmo muito discutirem, a mãe, a contra gosto, tentou aceitar a vocação de cantora da filha. Sua mãe dizia que artistas também estudavam e que a fama acabaria um dia. Adiléia tinha uma personalidade muito forte e não levava desaforos para casa, respondia a quem quer que fosse, sabia se defender bem.

No final dos anos 40, ela conheceu um casal rico e influente: Lauro e Heloísa Paes de Andrade, que já a tinham ouvido cantar. Eles passaram a ajudá-la a se tornar realmente uma cantora e a levavam em diversos lugares chiques e reconhecidos, frequentado por famosos.

Lauro passou a chamá-la de Dolores Duran, por ser um nome fino na época. Esse nome é espanhol e dramático que significa Dores. Ele é muito forte e traz uma carga de dor e sofrimento intenso, e o sobrenome Duran, que quer dizer durante, sempre, intensifica ainda mais, como se não tivesse fim essa dor.

Sem nunca ter estudado línguas, aprendeu sozinha a cantar em inglês, francês, italiano, espanhol e até em esperanto. Ella Fitzgerald durante sua passagem pelo Rio de Janeiro, nos anos 1950, foi à boate Baccarat especialmente para ouvir Dolores Duran e entusiasmou-se com a sua interpretação para "My Funny Valentine" - a melhor que já ouvira, declarou Ella Fitzgerald.


O jornalista Antônio Maria foi um dos melhores amigos da cantora, e escrevia publicações sobre ela.

Suas músicas se tornaram estrondoso sucesso. Eram dramáticas, belas e românticas, e expressavam os sentimentos mais puros de um coração. Prova disso é que Antônio Maria publicou: "Dolores Duran falou de sentimentos como ninguém, em todas as línguas. Seu idioma era o amor!"

Cantava em diversas boates no Rio de Janeiro. Sua fama se espalhou e ela foi contratada pela Rádio Nacional, que na época só escolhia os melhores cantores. Era a rádio mais disputada. Ela jamais estudou canto e música, sua voz não precisava de correção através de aulas. Parecia mesmo que ela nasceu para cantar. Nessa época seu padrasto morreu e sua família enfrentou grandes dificuldades.

Passou a cantar músicas internacionais no programa "Pescando Estrelas", onde só havia cantoras jovens e conceituadas. Lá ela conheceu e se tornou melhor amiga da cantora da Rádio Guanabara e da Rádio Nacional, Julie Joy.

Dolores Duran teve muitos namorados. O primeiro que teve foi um garçom da boate Vogue. O apelido dele era Serra Negra e namoraram por poucos meses. Ele pediu para voltar, mas como ela era mulher de uma palavra só, não voltou. Viu que não deu certo na primeira vez, na segunda sairia brigas novamente.

Depois dele namorou por 6 meses Billy Blanco, de quem também gravou músicas, já que ele também era compositor. Nessa época compôs junto com Tom Jobim o samba "O Negócio é Amar", que fez grande sucesso. Nara Leão interpretou a canção.


Nesse período já estava famosa, distribuía autógrafos pela rua, onde ia a entrevistavam e tiravam fotos suas. Gostava de futebol e frequentava o Maracanã, onde assistiu a Copa de 1950. Também ia muito nas praias e cinemas.

A década de 1950 se iniciou marcante para Dolores Duran, que passou a cantar nas sofisticadas boates do Hotel Glória.

Em 1951, conheceu um músico do Acre, tocador de acordeão, chamado João Donato. Eles se encontravam em frente ao Hotel Glória todas as noites. Dolores DuranJoão Donato e Julie Joy eram grandes amigos, sempre saíam juntos e passeavam. Só não se casaram devido à oposição da família do rapaz e do preconceito da sociedade. João Donato tinha 17 anos, enquanto Dolores Duran tinha 21 anos, e uma mulher mais velha não era bem vista com um homem mais novo. Ela lutou muito para tê-lo ao seu lado, mas ele preferiu ouvir sua família. O namoro chegou ao fim quando João Donato foi morar no México. João Donato e Dolores Duran não aguentavam mais brigas e cobranças de suas famílias. Isso a fez sofrer, mas ela superou e seu sucesso na música aumentou.

A estreia de Dolores Duran em disco foi em 1952, chamado "Músicas Para o Carnaval", gravando dois sambas para o carnaval do ano seguinte: "Que Bom Será" (Alice Chaves, Salvador Miceli e Paulo Marquez) e "Já Não Interessa" (Domício Costa e Roberto Faissal).

Em 1953, gravou "Outono" (Billy Blanco), e "Lama" (Paulo Marquez e Alice Chaves). Dois anos depois, vieram as músicas "Canção Da Volta" (Antônio Maria e Ismael Neto), "Bom Querer Bem" (Fernando Lobo), "Praça Mauá" (Billy Blanco) e "Carioca" (Antônio Maria e Ismael Neto).


Muitas vezes, nas madrugadas, ela criava suas letras na mesa dos bares, bebendo e fumando, ouvindo músicas de bolero, salsa e samba. Se inspirava em seus casos amorosos e na sua vida em geral, suas alegrias, tristezas, dores, anseios e mágoas, para compor suas inesquecíveis letras.

Em 1955 foi vítima de um infarto, tendo passado trinta dias internada no Hospital Miguel Couto. Dolores Duran resolveu não seguir as restrições que os médicos lhe determinaram, agravando os problemas cardíacos que trazia desde a infância, problemas que só se agravaram com o tempo, pois abusava do cigarro (fumava mais de três carteiras por dia) e da bebida, principalmente a vodca e o whisky. Com isso, a depressão passou a marcar sua vida. Mesmo famosa e amada por milhares de fãs se sentia triste, um vazio lhe tomava conta e com isso, buscava refúgio na bebida e no cigarro.

Nesse mesmo ano, conheceu o cantor e compositor Macedo Neto, de quem gravou diversos sambas. Os dois se conheceram nos estúdios da gravadora Copacabana e rapidamente foram morar juntos. Antes de se casarem no papel, porém, Dolores Duran engravidou e passou por uma gravidez tubária (gravidez de alto risco que acarreta esterilidade materna e perda do feto), interrompendo seu sonho de ser mãe, o que arruinou sua vida e a levou a piora do vício em cigarro e bebidas.

Um fato que a marcou foi que após ter perdido seu filho, ter entrado em depressão e resolvido se casar oficialmente com Macedo Neto, ele proibiu de sua mãe comparecer ao casamento deles, por a mãe dela ser negra, fato que a deixou perplexa e enfurecida. A única que foi ao seu casamento foi a irmã Denise, pois sua mãe e suas outras irmãs não conseguiram ir tamanha ofensa. Dolores Duran só se casou para não se sentir tão só, pois nunca perdoou o marido por não ter deixado sua mãe ir ao seu casório.

Em 1958, após muitas discussões e brigas violentas, desquitou-se de Macedo Neto e passou meses na Europa cantando e se apresentando com seu conjunto musical, fazendo muito sucesso. Lá encontrou e viveu novos e intensos amores.


Em 1956, fez sucesso com a música "Filha De Chico Brito" (Chico Anysio). No ano seguinte, um jovem compositor apresentou a Dolores Duran uma composição dele e de Vinicius de Moraes. Tratava-se de Antônio Carlos Jobim em início da carreira. Em três minutos, Dolores Duran pegou um lápis e compôs a letra da música "Por Causa De Você"Vinicius de Moraes ficou encantado com a letra e gentilmente cedeu o espaço a Dolores Duran. Foi revelado, a partir daí, o talento dela para a composição e grandes sucessos, como "Estrada Do Sol", "Idéias Erradas", "Minha Toada""A Noite Do Meu Bem", entre outras.

Cantou no Uruguai, na União Soviética e na China, na companhia de músicos brasileiros, mas por desentendimento dela com o grupo, mudou de planos e realizou seu grande sonho, viajando da China sozinha para Paris. Ficou um bom tempo passeando e conhecendo as maravilhas da cidade-luz, a bela e encantadora Paris.

De volta ao Brasil algum tempo depois, pegou para criar uma recém-nascida, pobre e negra, a quem deu nome de Maria Fernanda da Rocha Macedo, que foi registrada por Macedo Neto, mesmo estando ele separado de Dolores Duran e a menina não ter com ele qualquer parentesco.

A mãe biológica de Maria Fernanda era viúva e havia falecido após o parto pois não aguentou a emoção de ter perdido o marido, padrasto da menina, que foi uma das vítimas da pior tragédia em trens suburbanos do Rio de Janeiro. A criança iria ficar com a empregada de Dolores Duran, amiga da mãe da criança, mas por ela ser muito pobre, acabou entregando a neném para Dolores, que se encantou perdidamente pela criança e deu todo amor e carinho possíveis. Passeava com a menina e lhe deu tudo de bom que o dinheiro e o amor podiam proporcionar.

A partir daí, durante os dois últimos anos de vida, compôs algumas das mais marcantes músicas da MPB, como "Castigo""Olha o Tempo Passando", entre tantas outras.


Morte

Na madrugada de 23/10/1959, depois de um show na boate Little Club, a cantora saiu com seu último namorado, chamado Nonato Pinheiro e com seus amigos para uma festa no Clube da Aeronáutica. Ao sair da festa, resolveram fechar a noite bebendo e ouvindo músicas no Kit Club.

A cantora chegou em casa às 07:00 hs do dia 24/10/1959. Brincou e beijou muito a filha, já com 3 anos, na banheira. Em seguida, passou os últimos cuidados à empregada Rita"Não me acorde. Estou cansada. Vou dormir até morrer!", disse brincando. No quarto, sofreu um infarto fulminante - que, à época, foi associado a uma dose excessiva de barbitúricos, cigarros e álcool.

A morte prematura de Dolores Duran, aos 29 anos, interrompeu uma trajetória vivida intensamente. A amiga Marisa Gata Mansa levou os últimos versos de Dolores Duran para Ribamar musicá-los. Carlos Lyra fez o mesmo sobre os versos inéditos. O ex-marido criou a filha adotiva deles.

Samba-Canção

Dolores Duran foi um grande expoente, como cantora e compositora, do gênero samba-canção, surgido na década de 1930. Além dela, destacam-se nesse gênero Maysa Matarazzo, Nora Ney, Dalva de Oliveira e Ângela Maria.

O gênero samba-canção, pode ser comparado ao bolero pela exaltação do amor-romântico ou pelo sofrimento por um amor não realizado. O samba-canção antecedeu o movimento da bossa nova, surgido ao final da década de 1950. Mas este último, um amálgama do jazz norte-americano com o samba do Rio de Janeiro, representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações, que substituíram o drama pessoal e as melodias melancólicas.

Discografia

  • 1955 - Dolores Duran Viaja
  • 1957 - Dolores Duran Canta Para Você Dançar
  • 1958 - Dolores Duran Canta Para Você Dançar Nº 2
  • 1959 - Êsse Norte é Minha Sorte

Fonte: Wikipédia