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Telma Lipp

RICARDO FRANCO
(42 anos)
Modelo, Atriz, Jurada e Transexual

☼ São Paulo, SP (1962)
┼ São Paulo, SP (24/12/2004)

Deodoro Ricardo Nascimento, mais conhecido por Thelma Lipp, foi uma modelo, atriz e transformista nascida em São Paulo, SP, em 1962.

Sucesso nos anos 80 e 90, Telma Lipp foi jurada do quadro "Eles e Elas", do Clube do Bolinha, e atuou em diversas peças de teatro, filmes, além de posar nua em revistas eróticas masculinas, como a Playboy.

Apesar de não ser uma mulher cisgênera, Telma Lipp foi, no auge de sua beleza, considerada uma musa, ao lado de Xuxa, Luiza Brunet e Roberta Close, tendo sido portanto uma das belezas mais celebradas do Brasil.

Desde criança Telma Lipp já era fisicamente muito feminina e sempre contou com o apoio da família, tanto que seu nome social, Telma, foi dado por sua própria mãe.

Aos 16 anos, ela já causava admiração e fascínio por sua beleza e feminilidade, mesmo sem o uso de hormônios artificiais.


Foi no começo da década de 80 que Telma Lipp surgiu como uma resposta paulistana à transexual carioca Roberta Close, então em evidência na mídia. Ambas chegaram a disputar, durante toda a década, capas de revistas de todo o Brasil. Roberta Close fazia o tipo "mulher fatal", enquanto Telma Lipp o tipo "garotinha", ambas contudo de belezas extraordinárias. A surpreendente beleza abriu-lhe portas, trouxe fama, admiração, amigos e tudo aquilo que um rosto e um corpo belos, acompanhados de inteligência, podiam trazer.

No teatro, Telma Lipp atuou em "Terezinha de Jesus" e "Filhas da Mãe", ambas de Ronaldo Ciambroni, além de "Mil e Uma Noites". Na televisão, Telma Lipp foi jurada efetiva do quadro "Eles & Elas" do Clube do Bolinha na TV Bandeirantes. Fez também participações em vários programas de entretenimento, como o Programa da Hebe.

A fama a catapultou para o filme "Dores de Amor", de Pierre-Alain Meier e Matthias Kälin, e a tornou personagem de inspiração de "Thelma", de Pierre-Alain Meier. Por causa desse filme, foi convidada a participar do Festival de Locarno, Suíça, na avant-première do filme "Thelma".

Na mídia impressa, foi capa da Playboy e da Transex, bem como apareceu em entrevistas e editoriais de O Estado de S. Paulo, Contigo!, Close, Nova Cosmopolitan (editoriais), WE inglesa. Telma Lipp participou ainda de diversas campanhas publicitárias para a mídia brasileira.

Fenômeno Drag Queen e Síndrome

Após brilhar em toda década de 80, Telma Lipp se viu nocauteada pelo fenômeno Drag Queen da década de 90. Foi quando o ostracismo bateu à sua porta. Sem trabalho e sem dinheiro ela buscou a prostituição. Sua vida já não tinha o mesmo glamour de seu tempo de celebridade do mundo artístico.

Concomitantemente, ela começou a sofrer de síndrome do pânico, enclausurando-se durante cinco anos em seu apartamento a maior parte do tempo. Para fugir da síndrome, Telma Lipp buscou as drogas, o que agravou ainda mais seus problemas.

Auxiliada pelo Programa Para Dependentes Químicos do Coronel Ferrarini, no final da década de 90, em São Paulo, ela conseguiu vencer o vício, onde se tornou então uma porta-voz na luta para a recuperação de drogados.

Teve então um breve momento de retomada da carreira, ao fazer algumas peças e teatro e televisão, o que lhe trouxe de volta um pouco de confiança e auto-estima.

Breve Retorno e Recaída

Em 1987, os cineastas suíços Pierre-Alain Meier e Matthias Källin vieram ao Brasil para filmar "Dores de Amor", filme-documentário sobre a vida das travestis brasileiras em São Paulo. Participaram do filme várias travestis, tanto as que já eram da cena artística como as que faziam prostituição.

Durante a produção, o diretor Pierre-Alain não resistiu a beleza e feminilidade de Telma Lipp e se apaixonou. Contudo, não houve reciprocidade por parte dela. Mesmo assim, pouco tempo depois, o cineasta faria o filme "Thelma", ambientado na Grécia, que conta a história de um homem comum que se apaixona por uma transexual. A produção foi lançada mundialmente em 2001.

Em 2001, Telma Lipp foi convidada a fazer parte do casting do filme "Carandiru", de Hector Babenco, no qual faria o papel de uma travesti presidiária de nome Lady Di. Entretanto, apesar de ter participado dos ensaios com os outros atores e de ter feito laboratório por meses, sua indicação foi preterida por motivos de marketing. Em seu lugar, entrou o ator Rodrigo Santoro.

Esse foi um golpe duro para Telma Lipp, que já estava fragilizada e tentando se recuperar. Contudo, o fato de ser transgênero tornou sua vida muito difícil.

Já inveteradamente viciada em drogas, sobretudo o crack e a cocaína, em agosto de 2003 ela foi internada em uma clínica de recuperação para dependentes químicos em Atibaia, interior de São Paulo, onde permaneceu até fevereiro de 2004.

Volta ao Anonimato e Morte

Após se recuperar, decidiu que não queria mais uma vida de agitação e flashes. Cortou os cabelos e foi para a mesa de cirurgia para retirar as próteses de silicone. Decidiu se mudar com a família para o Jaçanã, bairro paulistano onde passou sua infância.

Vivendo pacatamente, fazia planos para a nova vida, quando, repentinamente, na manhã de 09/11/2004 acordou com o lado esquerdo do corpo paralisado. Era uma neurotoxoplasmose, doença degenerativa que, com o tempo, paralisa órgãos do corpo.

Foi internada durante um mês e voltou para casa, mas faleceu vítima de insuficiência pulmonar em decorrência da neurotoxoplasmose, no dia 24/12/2004, na véspera de Natal.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Yuri S.

Braguinha

CARLOS ALBERTO FERREIRA BRAGA
(99 anos)
Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (29/03/1907)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/12/2006)

Braguinha foi um compositor brasileiro, famoso pelas suas marchas de carnaval, conhecido também por João de Barro.

Braguinha estudava Arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes e resolveu adotar o pseudônimo de João de Barro, justamente um pássaro arquiteto, porque o pai não gostava de ver o nome da família circulando no ambiente da música popular, mal visto na época. Pseudônimo este que adotou quando integrou o Bando dos Tangarás, ao lado de Noel Rosa, Alvinho e Almirante.

Em 1931 resolveu deixar a Arquitetura e dedicar-se à composição.

No carnaval de 1933, conseguiu os primeiros grandes sucessos com as marchas "Moreninha da Praia" e "Trem Blindado", pouco antes do fim do Bando dos Tangarás, ambas interpretadas por Henrique Foréis Domingues, mais conhecido como Almirante, que se casou no ano seguinte com sua irmã Ilka.

Suas composições são conhecidas e cantadas por todos os brasileiros: "Pirata da Perna de Pau", "Chiquita Bacana", "Touradas de Madri", "A Saudade Mata a Gente", "Balancê", "As Pastorinhas", "Turma do Funil" e muitas outras.


Sua musicografia completa, inclusive com versões e músicas infantis, passa dos 420 títulos, uma das maiores e de mais sucessos de nossa música popular.

Em 1937, fez letra para uma das composições mais gravadas da música popular brasileira, o samba-choro "Carinhoso", feito por Pixinguinha vinte anos antes.

Lançado por Orlando Silva"Carinhoso" recebeu mais de cem gravações a partir de então, tais como Dalva de Oliveira, Isaura Garcia, Ângela Maria, Gilberto Alves, Elis Regina, João Bosco e outros.

Na década de 40, passou a fazer dublagens para produções cinematográficas realizadas por Walt Disney.

Os parceiros mais constantes foram Alberto Ribeiro, médico homeopata e grande amigo, Alcyr Pires Vermelho, Antônio Almeida e Jota Júnior.

Braguinha morreu aos 99 anos, em 24/12/2006, vítima de falência múltipla dos órgãos provocada por infecção generalizada.

Discografia

  • 1929 - Para Vancê / Coisas da Roça (Parlophon, 78)
  • 1929 - Desengano / Assombração (Parlophon, 78)
  • 1929 - Salada (Parlophon, 78)
  • 1930 - Não Quero Amor Nem Carinho (Parlophon, 78)
  • 1930 - Dona Antonha (Parlophon, 78)
  • 1930 - Minha Cabrocha / A Mulher e a Carroça (Parlophon, 78)
  • 1930 - Quebranto (Parlophon, 78)
  • 1931 - Mulata (Parlophon, 78)
  • 1931 - Cor de Prata / Nega (Parlophon, 78)
  • 1931 - Tu Juraste... Eu Jurei / Vou à Penha Rasgado (Parlophon, 78)
  • 1931 - Samba da Boa Vontade / Picilone (13.344 78)
  • 1932 - O Amor é Um Bichinho / Lua Cheia (Parlophon, 78)
  • 1972 - João de Barro (RCA Victor, LP)
  • 1983 - João de Barro e Coisas Nossas (Funarte, LP)
  • 1998 - Yes, Nós Temos Braguinha (Funarte / Atração, CD)
  • 199 - João de Barro (Braguinha)­ - Nasce Um Compositor (Revivendo, CD)
  • 2000 - João de Barro - A Música do Século, Por Seus Autores e Intérpretes (SESC São Paulo, CD)

Fonte: Wikipédia

Douglas Barcellos

DOUGLAS DE SOUZA
(33 anos)
Modelo e Ator

* Rio de Janeiro, RJ (05/03/1975)
+ Cascais, Portugal (24/12/2008)

Ele morava com a mulher em Los Angeles, Estados Unidos, e procurou fazer carreira no país a partir de trabalhos na TV. Antes, foi modelo, tendo desfilado em Milão, New York e Paris.

Em dezembro de 2008, foi enviado a Portugal pelo empresário, junto com outros atores brasileiros, como Felipe Camargo e Camila Alves, casada com Diogo Boni, filho do ex-vice-presidente da TV Globo, para rodar o filme "The Passionist". Douglas Barcellos também atuou no filme "Cinturão Vermelho", ao lado de Rodrigo Santoro e Alice Braga.

O ator, que também trabalhava como modelo, trabalhou na série "Criminal Minds" e foi Adonis na produção "Tres" (2007). Participou ainda do reality show "America's Next Top Model". Também fez uma ponta no filme "Ele Não Está Tão a Fim de Você", estrelado por Jennifer Connelly e Jennifer Aniston. "The Passionist" foi o primeiro filme em que fez papel de protagonista.

Douglas Barcellos foi encontrado morto no dia dia 24/12/2008, em uma área rochosa próximo ao Farol de Santa Maria, em Cascais, região situada a 30 minutos de Lisboa, Portugal. O corpo dele apresentava marcas no pescoço.

A morte do ator ficou envolvida em mistério. O taxista que levou Douglas Barcellos de Lisboa ao hotel onde estava hospedado em Carcavelos, Cascais, teria brigado com o brasileiro por causa do valor cobrado pela corrida.


Apesar de discordar do valor, ele teria chegado a um consenso com o motorista. Deixou a identidade como garantia e solicitou ao gerente do hotel que descontasse a quantia de seu cartão de crédito, pois não possuía o valor em dinheiro naquele momento. O gerente não concordou e o taxista, irritado, prestou queixa na polícia munido da documentação do ator.

A Polícia Judiciária de Cascais quis identificar, também, o amigo que, segundo o taxista, Douglas Barcellos procurava na noite em que morreu, antes de ir para o hotel.

O ator teria enviado um e-mail para um amigo dias antes de morrer, em que ressalta:

"Se algo acontecer comigo, isso é coisa do Enzo!"

Enzo era seu empresário. Ao jornal português Correio da Manhã, o agente negou qualquer ameaça e disse ter ficado triste com a morte de Douglas Barcellos.

Um laudo divulgado pela polícia de Portugal concluiu que o ator morreu vítima de afogamento e que foram detectados sinais traumáticos de violência.

Fonte: Wikipédia

Orestes Quércia

ORESTES QUÉRCIA
(72 anos)
Político, Administrador e Advogado

* Pedregulho, SP (18/08/1938)
+ São Paulo, SP (24/12/2010)

Orestes Quércia mudou-se ainda jovem com a sua família para Campinas, onde se formou em jornalismo. Era também advogado e administrador de empresas formado em 1962 pela Pontifícia Universidade Católica.

Foi casado com Alaíde Barbosa Ulson desde os anos 1980, com quem teve quatro filhos.

Filho de Otávio Quércia e Isaura Roque Quércia, Orestes Quércia morou em Pedregulho e a seguir em Campinas para onde mudou acompanhando a família e lá foi eleito vice-presidente do grêmio estudantil da Escola Normal Livre. Nessa, época que ingressou como repórter do Diário do Povo e foi aprovado no vestibular da Faculdade de Direito da Universidade Católica de Campinas, onde foi diretor do jornal do Centro Acadêmico 16 de Abril e fundou a Universidade de Cultura Popular, ligada à Universidade Católica de Campinas.

Foi locutor de 1959 a 1963 na Rádio Cultura e na Rádio Brasil. Trabalhou no Jornal de Campinas e na sucursal do Última Hora. A seguir presidiu a Associação Campinense de Imprensa e trabalhou no Departamento de Estradas de Rodagem como assistente de produção.

Orestes Quércia iniciou sua carreira política ao ser eleito vereador em Campinas pelo Partido Libertador (PL) em 1962. Extinto o pluripartidarismo optou pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) sendo eleito deputado estadual em 1966 e prefeito de Campinas em 1968. Em relação à sua administração o Dicionário Histórico e Bibliográfico Brasileiro (DHBB) da Fundação Getúlio Vargas destaca o seguinte:

"Em sua gestão desenvolveu trabalhos através de planejamento coordenado com a Universidade Estadual de Campinas. Foi autor do projeto de avenidas expressas, pavimentou ruas e avenidas, aperfeiçoou o saneamento com a construção da terceira estação de tratamento de água e a elaboração do plano diretor de esgotos, urbanizou o parque Taquaral — na época o maior centro turístico do estado —, construiu o palácio dos Esportes e instalou praças de esportes nos bairros mais populosos. Criou ainda novos núcleos de habitação popular e a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas."

Após eleger seu sucessor em 1972 passou a organizar diretórios do Movimento Democrático Brasileiro pelo interior paulista e disputou a convenção do partido como candidato ao Senado Federal vencendo a disputa com Lino de Matos e Samir Achôa.

Em 1974, foi eleito senador derrotando Carvalho Pinto que disputava a reeleição pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e era apontado como favorito. Na tribuna foi crítico da política econômica do governo Ernesto Geisel e em 1977 foi noticiada a ocorrência de casos de corrupção quando de sua passagem pela prefeitura de Campinas, porém tais afirmações não foram comprovadas. Com o retorno ao pluripartidarismo ingressou no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em 1980 e declarou-se candidato à sucessão do governador Paulo Maluf em fevereiro de 1981, posição que manteria até que um acordo de última hora o fez candidato a vice-governador na chapa de Franco Montoro.

Em 1982 foi eleito vice-governador de São Paulo, mas ao contrário da imagem de unidade partidária apresentada durante a campanha, foi adversário constante de políticos peemedebistas ligados ao governador, não conseguindo, porém impedir a nomeação do deputado federal Mário Covas como prefeito de São Paulo em 1983 e a eleição do senador Fernando Henrique Cardoso à presidência do diretório estadual do PMDB naquele mesmo ano.

Foi adepto das Diretas Já e da campanha vitoriosa de Tancredo Neves rumo à presidência em 1985, ano em que se casou com a médica Alaíde Cristina Barbosa Ulson. Nesse ponto estava em curso sua candidatura a governador em 1986.

Após a vitória do ex-presidente Jânio Quadros sobre Fernando Henrique Cardoso em novembro daquele de 1986, Orestes Quércia viu aumentar seu controle sobre o PMDB num movimento denominado de "quercismo" que garantiu sua indicação como candidato a governador apesar das dissidências internas. Candidato numa eleição inicialmente polarizada entre o deputado Paulo Maluf e o empresário Antônio Ermírio de Morais e ainda contava com a participação do deputado Eduardo Suplicy, iniciou o embate com índices baixos nas pesquisas de opinião, entretanto manteve sua candidatura e afinal sagrou-se vitorioso. Seu governo foi responsável pela privatização da Viação Aérea São Paulo (VASP) em 1990, ano em que elegeu Luiz Antônio Fleury Filho como seu sucessor.

Governo do Estado

Em 1987 Orestes Quércia criou a Secretaria do Menor uma atitude pioneira e anterior à promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente promulgado em nível federal em 1990. Tirou menores carentes e abandonados das ruas e empregou-os como aprendizes em empresas estatais, como a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP).

Na área dos transportes realizou investimentos na duplicação de rodovias como a Anhangüera e a Dom Pedro I e na reforma de estradas vicinais. A seguir ampliou a linha leste-oeste do metrô, inaugurando as estações Barra Funda, Marechal Deodoro, e a extensão leste da Vila Matilde até Corinthians-Itaquera. Também deu início às obras do ramal Paulista do metrô, das estações Paraíso à Consolação.

No setor de saneamento básico, em 1988, através da SABESP, colocou em operação a Estação de Tratamento de Esgotos de Barueri, aumentando de 5% para 25% o índice de tratamento dos esgotos na Região Metropolitana.

Em 1990, concluiu as obras da SABESP de produção e tratamento de água da Estação de Tratamento de Taiaçupeba, localizada na Represa de Taiaçupeba, em Mogi das Cruzes, melhorando o abastecimento de água da região leste de Grande São Paulo.

Na segurança pública, inventou o Rádio Patrulhamento Padrão, uma iniciativa de aproximar a polícia da comunidade. Construiu sem abertura de licitação o polêmico Memorial da América Latina localizado na Barra Funda, cujo projeto foi de Oscar Niemeyer. Estima-se que tenha custado aos cofres públicos cerca de 74 milhões de dólares, quinze vezes mais que o previsto inicialmente.

Como defensor do municipalismo, desenvolveu ações de fortalecimento do interior, como a regionalização da produção.

Em 16 de setembro de 1988, o então secretário estadual da Indústria e Comércio, Otávio Ceccato, pediu demissão após tentar subornar um delegado da Polícia Federal com US$ 1 milhão para não ser indiciado no Escândalo Banespa/Cecatto, onde o banco perdeu cerca de US$ 55 milhões em operações financeiras.

O governo de Orestes Quércia também sofreu acusações de adquirir sem licitação equipamentos israelenses para as universidades estaduais e polícias civil e militar num valor de US$ 310 milhões, onde o estado perdeu um valor estimado em US$ 40 milhões.

Em julho de 1990 foram iniciadas as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Campinas que custou cerca de US$ 50 milhões.

Seu predomínio junto ao PMDB e sua defesa em favor dos cinco anos de mandato para o presidente José Sarney levou seus adversários internos a deixar a legenda e fundarem o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em 24 de junho de 1988. Nesse mesmo ano perdeu as eleições municipais em São Paulo e Campinas. Apesar do revés teve seu nome cogitado para disputar as eleições presidenciais em 1989, entretanto a candidatura escolhida pelo partido foi a de Ulysses Guimarães.

Ao fim do mandato Orestes Quércia obtinha bons índices de aprovação junto à população paulista e conseguiu eleger o seu sucessor, Luiz Antônio Fleury Filho, que até pouco tempo antes era o semi-desconhecido secretário de Segurança Pública do governo de Orestes Quércia.

Mas as inúmeras denúncias de corrupção relativas à gestão de Orestes Quércia que surgiram posteriormente, insatisfatório mandato desempenhado por Fleury e o esvaziamento de algumas medidas tomadas em seu antigo cargo acabaram por comprometer a sua imagem de forma aparentemente irremediável. Sobre as denúncias de corrupção, a mais célebre foi a de má gestão do Banco do Estado de São Paulo (BANESPA).

Presidente do PMDB

Orestes Quércia foi um dos fundadores do PMDB, tendo-o presidido entre 24 de março de 1991 e 26 de abril de 1993 ao renunciar da presidência ante as sucessivas denúncias de corrupção e o refluir de seu apoio político. Em seu período como presidente do partido fez oposição do governo Fernando Collor, apoiando inclusive o processo de impeachment, viu morrer Ulysses Guimarães e apoiou o regime presidencialista no plebiscito de 21 de abril de 1993. Ao deixar o comando da legenda foi substituído interinamente pelo senador José Fogaça e depois por Luiz Henrique da Silveira.

Em 1994 enfrentou a oposição de partidários que apoiavam o governo Itamar Franco e venceu Roberto Requião na convenção que apontou o candidato do PMDB à presidência da República numa campanha marcada pelo discurso em favor do nacionalismo, municipalismo e por críticas ao Plano Real. Ao final terminou a disputa em quarto lugar tendo sido superado até por Enéas Carneiro do Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA).

Foi presidente do diretório do PMDB de São Paulo, de 2001 a 2003. Reeleito em 2006, foi agraciado mais uma vez como presidente do PMDB paulista em 13 de dezembro de 2009 ao ser eleito pela 4ª vez o presidente na chapa Unidade do PMDB derrotando o deputado federal Francisco Rossi (chapa Candidatura Própria Já) com 597 votos contra 73 (88% dos votos contra 12%) em convenção partidária ocorrida na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP).

Candidaturas

Desde que Orestes Quércia deixou o governo de São Paulo em 1991, não conseguiu vencer nenhuma outra disputa eleitoral. Foi o candidato do PMDB à presidência da República em 1994, ao governo estadual em 1998/2006 e ao Senado Federal em 2002. Ia ser candidato novamente ao Senado em 2010, mas renunciou à candidatura devido ao tratamento de câncer de próstata.

Orestes Quércia foi o 4° colocado das eleições de 1994 com 2.773.793 votos (4,4% dos válidos), tendo ficado atrás do vitorioso Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que obteve 34.377.198 votos (54,3% dos válidos), de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o 2º colocado com 17.126.291 votos (27% dos válidos) e de Enéas Ferreira Carneiro (PRONA), o 3º colocado com 4.672.026 votos (7,4% dos válidos).

Foi o 5º colocado no 1º turno das eleições de 1998 com 714.097 votos (4,30% dos válidos), atrás do 1º colocado Paulo Maluf (PPB), que obteve 5.351.026 votos (32,21% dos válidos), do então governador Mário Covas (PSDB), o 2º colocado com 3.813.186 votos (22,95% dos válidos), da então deputada federal Marta Suplicy (PT), a 3ª colocada com 3.738.750 votos (22,51% dos válidos) e de Francisco Rossi (PDT), o 4º colocado com 2.843.515 votos (17,12% dos válidos).

Foi o 3º colocado nas eleições de 2002 com 5.550.803 votos (15,8% dos válidos), atrás do então deputado federal petista Aloízio Mercadante, eleito senador na 1ª colocação com 10.491.345 votos (29,9% dos válidos) e do senador pefelista Romeu Tuma, re-eleito na 2ª colocação com 7.278.185 votos (20,7% dos válidos).

Foi o 3º colocado nas eleições de 2006 com 977.695 votos (4,57% dos válidos), atrás do vitorioso José Serra (PSDB), que obteve 12.381.038 votos (57,93% dos válidos) e do senador petista Aloízio Mercadante, que obteve 6.771.582 votos (31,68% dos válidos).

Eleições 2010

Após ter apoiado a vitoriosa campanha de Gilberto Kassab do Democratas (DEM) à prefeitura de São Paulo em 2008, Orestes Quércia foi procurado por diversos líderes políticos para apoio nas eleições de 2010. De acordo com notícia publicada na Folha Online, o PSDB fechou parcerias com o PMDB de São Paulo presidido por Orestes Quércia pelo apoio a José Serra, Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes. Os petistas, por outro lado, contam com a movimentação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para segurar o PMDB como vice na chapa governista.

Para fortalecer o PMDB em São Paulo, Orestes Quércia percorreu diversas regiões do interior paulista para unir as lideranças partidárias para o pleito de 2010. Mas, devido a um câncer na próstata, deixou a candidatura ao Senado por São Paulo em 6 de setembro de 2010 para tratar a doença.

Como Empresário

Orestes Quércia atuou nos ramos imobiliário e das comunicações. Foi proprietário do Grupo Sol Panamby, que detém controle da Rádio Nova Brasil FM, do jornal financeiro DCI, de duas emissoras regionais, a TVB Campinas (Afiliada a Rede Record) e a TVB Santos (Afiliada a Rede Bandeirantes), do Shopping Jaraguá e de várias fazendas. Seu patrimônio foi avaliado em mais de R$117 milhões.

Morte

Orestes Quércia morreu na véspera de Natal de 2010, aos 72 anos, vítima de câncer na próstata, de acordo com o Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Ele havia tratado a doença em 1990, mas o tumor reincidiu, levando-o a desistir da candidatura ao Senado. Segundo o assessor de Orestes Quércia, o velório foi realizado no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, a partir das 14:00 hs. O enterro foi marcado para o dia 25 de dezembro, às 9:00 hs, no Cemitério do Morumbi.

Fonte: Wikipédia

Altair Lima

ALTAIR LIMA
(66 anos)

Ator

* Barretos, SP (08/07/1936)
+ Angatuba, SP (24/12/2002)

Altair Lima foi um ator brasileiro. Em 1969, produziu e atuou no musical "Hair". Teve papéis de destaque em várias novelas da TV Tupi, TV Excelsior, TV Record e TV Bandeirantes, como "A Viagem" (1976), "A Deusa Vencida" (1965), "O Tempo e o Vento" (1967), "Os Imigrantes" (1981) e "Gaivotas" (1979). Na TV Globo, atuou em "Corrida do Ouro" (1974) de Gilberto Braga.

No cinema, trabalhou em filmes como "Xica da Silva" (1976), "Um Intruso no Paraíso" (1973), "Fruto do Amor" (1981), "O Segredo da Múmia" (1982), "Bicho de Sete Cabeças" (2001) e "Narradores de Javé" (2003).

Em 1996, voltou à TV na novela da TV Manchete "Xica da Silva". Consagrou-se no papel do asqueroso Jacobino, sendo inclusive indicado para prêmio de Melhor Ator.

Altair Lima, Isabel Ribeiro e os filhos Luis Paulo de dois anos e José Clóvis de oito meses
Depois do sucesso estrondoso de "Xica da Silva", participou das novelas "Mandacaru" (1997), também na TV Manchete e em seguida foi para a TV Record onde fez "Louca Paixão" (1999) e "Roda da Vida" (2001).

O último trabalho de Altair Lima foi na peça "Hamlet - Mensageiro da Agonia", que estava então em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso.

Altair Lima tinha 43 anos de profissão e foi vencedor do Prêmio Roquette Pinto pela interpretação e produção do musical "Hair", na sua primeira versão em 1969.

Foi casado duas vezes, a primeira com a atriz Maria Célia Camargo e a segunda com a também já falecida atriz Isabel Ribeiro, com quem teve dois filhos.

O ator morreu em seu sítio em Angatuba, no interior de São Paulo, vítima de um ataque cardíaco fulminante.

Novelas e Minisséries

  • 2001 - Roda da Vida ... Joaquim
  • 1999 - Louca Paixão ... Jacinto Leão
  • 1997 - Mandacaru ... Desidério
  • 1996 - Xica da Silva ... Capitão do Mato Jacobino da Silva
  • 1988 - Chapadão do Bugre ... Tonho Inácio
  • 1983 - Parabéns Pra Você ... Tito
  • 1981 - Os Imigrantes ... Antonio Hernández
  • 1980 - A Deusa Vencida ... Lineu
  • 1979 - Gaivotas ... Alberto
  • 1976 - Xica da Silva ... Intendente
  • 1975 - A Viagem ... César Jordão
  • 1974 - Corrida do Ouro ... João Paulo
  • 1972 - O Leopardo ... Vito de Almeida
  • 1971 - Hospital
  • 1969 - Algemas de Ouro ... Cláudio
  • 1968 - A Última Testemunha ... Maurício
  • 1967 - O Anjo Assassino ... Arthur
  • 1967 - O Grande Segredo
  • 1967 - O Morro dos Ventos Uivantes ... Heathcliff
  • 1967 - O Tempo e o Vento
  • 1966 - Ninguém Crê Em Mim ... Otávio
  • 1965 - A Grande Viagem ... Henrique
  • 1965 - A Deusa Vencida ... Lineu
  • 1965 - Ainda Resta uma Esperança ... Guilherme
  • 1965 - Eu Quero Você ... Gabriel
  • 1964 - Uma Sombra Em Minha Vida
  • 1964 - A Gata ... Rodrigo
  • 1964 - Melodia Fatal
  • 1963 - As Chaves do Reino

Cinema

  • 2003 - Narradores de Javé ... Galdério
  • 2001 - Bicho de Sete Cabeças ... Drº Cintra
  • 1982 - O Segredo da Múmia
  • 1981 - Fruto do Amor
  • 1973 - Um Intruso No Paraíso

Teatro

  • 1969 - Hair
  • 1972 - Jesus Cristo Superstar

Fonte: Wikipédia

João Baptista Figueiredo

JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO
(81 anos)
Geógrafo, Militar e Presidente do Brasil

* Rio de Janeiro, RJ (15/01/1918)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/12/1999)

João Baptista de Oliveira Figueiredo foi um geógrafo, político e militar brasileiro, tendo sido 30º Presidente do Brasil de 1979 a 1985 e o último presidente do período da Ditadura Militar.

Nascido na Rua Sá Freire no bairro Imperial de São Cristóvão no Rio de Janeiro, era filho do general Euclides Figueiredo, comandante da Revolução Constitucionalista de 1932. Figueiredo estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar do Realengo, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e na Escola Superior de Guerra.

Ingressou na carreira política ao ser nomeado Secretário Geral do Conselho de Segurança Nacional do governo do Presidente Jânio Quadros e, em 1964, foi integrante do movimento que culminou com o Golpe Militar de 1964, que depôs o então presidente João Goulart, e deu início ao Regime Militar no Brasil.

Comandou e chefiou várias companhias militares durante os primórdios do Regime Militar, como a agência do Serviço Nacional de Informações (SNI) no Rio de Janeiro de 1964 a 1966. Exerceu o comando da Força Pública de São Paulo de 1966 a 1967, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas de 1967 a 1969 e foi Chefe do Estado-Maior do III Exército em 1969.

Apontado pelo Presidente Ernesto Geisel, concorreu para presidente na eleição de 1978 pelo Aliança Renovadora Nacional (ARENA), na chapa com Aureliano Chaves para vice-presidente. Seus adversários eram o general Euler Bentes Monteiro para presidente na chapa com Paulo Brossard, ambos do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Foi eleito pelo Colégio Eleitoral com 355 votos (61,1%), contra 226 dados a Euler Bentes Monteiro (38,9%).

Figueiredo no desfile de 7 de setembro
Ao fundo, Aureliano Chaves (vice-presidente) e João Leitão de Abreu (ministro da Casa Civil)
Brasília, 1984
Seu mandato foi marcado pela continuação da abertura política iniciada no governo de Ernesto Geisel, e pouco após assumir, houve a concessão de uma anistia ampla geral e irrestrita aos políticos cassados com base em atos institucionais. Em 1980, extinguiu-se o bipartidarismo instaurado. A partir disto, foi criado o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) como sucessor do MDB, e o Partido Democrático Social (PDS) como sucessor da ARENA, além de outros novos partidos. Figueiredo, assim, virou filiado ao PDS.

A 22 de setembro de 1981 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada de Portugal. Em 1982, engendrou-se uma reforma eleitoral para assegurar a situação maioria nas eleições de 1982 onde se defrontariam os governistas do PDS e quatro legendas de oposição. Contudo, durante o seu governo ocorreram vários atentados terroristas, atribuídos a setores da direita e militares da Linha Dura. Sua gestão ficou marcada pela grave crise econômica que assolou o mundo, com as altas taxas de juros internacionais, pelo segundo choque do petróleo em 1979, a disparada da inflação, que passou de 45% ao mês para 230% ao longo de seis anos, e com a dívida externa crescente no Brasil, que pela primeira vez rompeu a marca dos 100 bilhões de dólares, o que levou o governo a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1982. Neste ano, houve a criação do estado de Rondônia.

Figueiredo foi o presidente que, até sua despedida, governou por mais tempo, depois de Getúlio Vargas.

O ex-presidente faleceu no Rio de Janeiro, em 24 de dezembro de 1999 vítima de insuficiência renal e insuficiência cardíaca. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.

Figueiredo e Ernesto Geisel dias antes da posse de Figueiredo em Brasília - 1979
Vida Antes da Presidência

Aos onze anos de idade João Figueiredo iniciou sua carreira militar obtendo o primeiro lugar no concurso para o Colégio Militar de Porto Alegre transferindo-se a seguir para o Colégio Militar do Rio de Janeiro ingressando por fim na Escola Militar do Realengo onde optou pela Cavalaria. Aos quarenta anos trabalhou ao lado de Golbery do Couto e Silva no Estado-Maior do Exército e durante o curto governo de Jânio Quadros chefiou o Serviço Federal de Informações e foi secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional.

Iniciado o Regime Militar de 1964 foi lotado na agência fluminense do Serviço Nacional de Informações. Em 1969 foi promovido a General de Brigada e comandou o Estado-Maior do III Exército pouco antes de ser nomeado chefe do Gabinete Militar no governo Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). Com a posse de Ernesto Geisel foi nomeado ministro-chefe do Serviço Nacional de Informações, cargo do qual se afastou para se candidatar a Presidência da República.

Viveu no exílio na Argentina entre 1932 e 1934 pois seu pai comandara a Revolução Constitucionalista de 1932, no Vale do Paraíba no estado de São Paulo.

Casou-se com  Dulce Maria de Guimarães Castro (Dulce Figueiredo) em 1942.

Presidência da República

Apontado pelo presidente Ernesto Geisel como seu sucessor em 31 de dezembro de 1977, Figueiredo foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral em 15 de outubro de 1978 como candidato da ARENA com o resultado de 355 votos contra 266 dados ao general Euler Bentes Monteiro do MDB. Vitorioso, prometeu a "mão estendida em conciliação" jurando fazer "deste país uma democracia".

No plano político concedeu anistia ampla geral e irrestrita aos políticos cassados com base em atos institucionais, permitindo o retorno ao Brasil dos exilados pelo Regime Militar. Logo após extinguiu o bipartidarismo e engendrou uma reforma eleitoral para assegurar à situação maioria nas eleições de 1982 onde se defrontariam os governistas do PDS e quatro legendas de oposição. Apurados os votos os adversários do regime obtiveram dez governos estaduais sendo nove do PMDB e um do PDT num equilíbrio inédito de forças desde 1965.

Embora tenha conquistado doze governos estaduais e tenha eleito a maior bancada no Senado Federal e na Câmara dos Deputados e conseguido o maior número de prefeitos e vereadores, a vitória do governo se deu em face de um conjunto de regras eleitorais talhadas para favorecer o pedessismo: proibição de coligações partidárias (forçando a incorporação do PP ao PMDB), voto vinculado (o eleitor só poderia votar em candidatos de um mesmo partido) e as sublegendas (nas eleições para senador e prefeito cada partido poderia lançar até três nomes). Ademais os eleitores das capitais dos estados e de municípios considerados áreas de segurança nacional e estâncias hidrominerais não puderam eleger seus prefeitos, o que só ocorreria em 1985. Também os eleitores de Rondônia ficaram privados de eleger seu governador pelo voto direto, situação remediada apenas em 1986.

Após as eleições o governo ensaiou em maio de 1983 uma tênue aliança com os parlamentares do PTB para reaver a maioria na Câmara, entretanto uma série de fissuras na bancada governista fez com que o Congresso Nacional rejeitasse em outubro o decreto 2.045 numa atitude inédita desde o início do regime militar. No mês seguinte o PT realizou em São Paulo a primeira manifestação em favor das eleições diretas para presidente. No início do ano seguinte houve em todo o país uma intensa mobilização popular em favor do tema num movimento denominado Diretas Já.

Os Atentados e a Abertura

Contudo, durante o seu governo ocorreram vários atentados terroristas, atribuídos a setores da direita e militares da Linha Dura. Em janeiro de 1980, ocorreu uma onda de ataques e, nos meses seguintes, são registrados 25 atentados, sem vítimas, em sua maioria explosões de bombas em bancas de jornais que vendiam periódicos de esquerda, da chamada imprensa alternativa. A situação se agravou com a detonação, em 27 e 28 de agosto, de cartas-bombas enviadas ao vereador do Rio de Janeiro Antônio Carlos de Carvalho, do PMDB, e a Eduardo Seabra Fagundes, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em consequência desses atentados, o jornalista José Ribamar de Freitas, chefe de gabinete do vereador, ficou gravemente ferido e dona Lyda Monteiro da Silva, secretária da Ordem dos Advogados do Brasil, faleceu. Imediatamente, os presidentes de todos os partidos reuniram-se no Congresso para manifestar solidariedade à luta contra o terrorismo.

O mais notório atentado, porém, aconteceu no Riocentro, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, na noite de 30 de abril de 1981, quando duas bombas explodiram durante um show de música popular promovido pelo Centro Brasil Democrático (Cebrade), em comemoração ao Dia do Trabalho. No local havia cerca de 20 mil pessoas, a maioria delas jovens. Não se sabe se por acidente ou imperícia, uma das explosões ocorreu num carro particular que manobrava no estacionamento, matando um dos ocupantes, o sargento Guilherme Pereira do Rosário, e ferindo gravemente o motorista, capitão Wilson Luís Chaves Machado, ambos do DOI-CODI do I Exército. A imprensa e a opinião pública se convenceram de que as vítimas eram os próprios terroristas, mas o general Gentil Marcondes, comandante do I Exército, divulgou a versão de que ambos cumpriam "missão de rotina" e determinou que o sepultamento do sargento fosse com honras militares.

O atentado provocou uma crise política, que acabou sendo solucionada à base de mútuas concessões. Não houve punição ostensiva aos militares integrantes da Linha Dura e o I Exército pôde fazer seu próprio inquérito, "concluindo" que os dois militares haviam sido "vítimas de uma armadilha ardilosamente colocada no carro do capitão". O governo negou conhecimento da operação no Riocentro, mas, em compensação, não ocorreu a partir daí nenhum outro atentado terrorista significativo. Tal solução, entretanto, não agradou a todos os membros do governo. No dia 6 de agosto, em decorrência da não-punição dos autores do atentado, o general Golbery do Couto e Silva, tido como o principal articulador do processo de distensão política, pediu demissão da chefia do Gabinete Civil, cargo que ocupava desde o início do governo de  Ernesto Geisel, alegando "divergências irreconciliáveis".

Figueiredo atribuía os atentados aos "bolsões radicais porém sinceros", ou seja, militares Linha Dura que não queriam que a abertura política de Figueiredo fosse em frente, por medo de revanchismo, caso a oposição chegasse ao poder.

Economia

Como presidente, discursou de forma marcante na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, criticando os altos juros impostos pelos países desenvolvidos.

Sua gestão ficou marcada pela grave crise econômica que assolou o Brasil e o mundo, com as altas taxas de juros internacionais, pelo segundo choque do petróleo em 1979, a disparada da inflação que passou de 45% ao mês para 230% ao longo de seis anos, e com a dívida externa crescente no Brasil que pela primeira vez rompeu a marca dos 100 bilhões de dólares, o que levou o governo a recorrer ao Fundo Monetário Internacional em 1982.

No entanto, em seu último ano de governo o país havia conseguido sair da recessão e o Produto Interno Bruto (PIB) atingido um crescimento superior a 7%. As contas externas também encontraram relativo equilíbrio ao final de seu governo, com uma explosão das exportações e aumento da independência nacional do mercado externo, especialmente na área do petróleo.

Implementou, também, o programa de incentivo à agricultura, que tinha como slogan "Plante que o João Garante". Esse programa foi criado por Antônio Delfim Neto, então Ministro do Planejamento, e seu vice José Flávio Pécora. Muitos pequenos agricultores quebraram por causa dos incentivos, que visavam modernizar a agricultura brasileira.

A agricultura, porém, foi realmente modernizada, e o programa é grande responsável pelo Brasil, atualmente, ser um dos maiores e melhores exportadores agrícolas do mundo. O preço dos alimentos como feijão, arroz (alimentos básicos), baixou consideravelmente, antes muito caros para a população mais humilde.

Aconteceu em 1981, uma grande seca no Nordeste do Brasil, acontecendo saques a armazéns pelos flagelados, e foram criadas frentes de trabalho para gerar renda para as vítimas da seca.

Também foi autor do maior programa de habitação da história do Brasil, construindo quase 3 milhões de casas populares - mais do que a soma de toda a história do  Banco Nacional de Habitação (BNH, que posteriormente foi incorporado à caixa econômica) implantada pelo então Ministro do Interior Mario Andreazza.

Figueiredo com Tancredo Neves, governador de Minas Gerais - Uberlândia, Minas Gerais - 1984
Sucessão Presidencial

Em mensagem de fim de ano transmitida por cadeia nacional de rádio e televisão ao final de 1983, Figueiredo comunicou sua renúncia ao posto de coordenador da sucessão presidencial devolvendo tal prerrogativa ao PDS. Saudada como uma vitória pelos defensores de uma candidatura civil, tal atitude evidenciava, na verdade, a ausência de consenso nas fileiras partidárias quanto ao nome a ser escolhido dada a profusão de nomes tanto de origem militar (Costa Cavalcanti, Otávio Medeiros, Mário Andreazza) quanto civil (Paulo Maluf, Aureliano Chaves, Marco Maciel, Hélio Beltrão). Paralelo à efervescência de nomes no campo governista, a oposição preferiu se empenhar pelo retorno das eleições diretas para presidente na campanha das Diretas Já.

Contudo, mesmo fissurada, a ação política do governo foi eficiente: impediu, por falta de quórum, a aprovação da emenda de Dante de Oliveira, que propunha o retorno das eleições diretas do presidente da república, na Câmara dos Deputados. Isto impediu a apreciação da emeda pelo Senado Federal. Mesmo apoiada por 298 votos favoráveis e apenas 25 contrários, a ausência de 112 parlamentares impediu que se chegassem aos dois terços válidos à continuidade da proposição. Compelida a se readaptar ao novo cenário político, a oposição logo articulou a candidatura do governador mineiro Tancredo Neves à sucessão de Figueiredo. Seu companheiro de chapa foi o senador José Sarney que se filiou ao PMDB em agosto de 1984 como egresso da Frente Liberal, grupo de dissidentes do PDS que cerrou fileiras ao lado dos antigos rivais políticos, em especial após a derrota de Mário Andreazza na convenção nacional do partido que escolheu Paulo Maluf como candidato presidencial do governo.
Figueiredo com Tancredo Neves, Brasília - 1984

Apoiado em um espectro político que agregava tanto oposicionistas de primeira hora como uma crescente leva de dissidentes e mesmo o apoio dos prescritos partidos comunistas, Tancredo Neves se apresentou como candidato em comícios realizados pelo país e terminou por ser eleito Presidente da República em 15 de janeiro de 1985 por 480 votos contra 180 dados a Paulo Maluf e 26 abstenções. O vitorioso, porém, não chegou a governar pois foi internado na véspera da posse devido a um problema de saúde que o obrigou a se submeter a sete cirurgias, porém, a despeito das tratativas, Tancredo Neves faleceu em 21 de abril daquele ano.

Foi sucedido na presidência por José Sarney (seu antigo desafeto de partido), vice de Tancredo Neves, eleito indiretamente pelo Congresso Nacional que, embora fosse candidato da oposição, havia recebido apoio até do ex-presidente Ernesto Geisel, com quem se encontrara três vezes.

Figueiredo não quis entregar a faixa presidencial a José Sarney na cerimônia de posse em 15 de março de 1985, pois o considerava um "impostor", vice de um presidente que nunca havia assumido.

Depois de seu governo, afastou-se definitivamente da vida política. Ficou célebre a sua "Declaração de Despedida", dada ao jornalista Alexandre Garcia para a extinta TV Manchete:

"Bom, o povo, o povão que poderá me escutar, será talvez os 70% de brasileiros que estão apoiando o Tancredo. Então desejo que eles tenham razão, que o doutor Tancredo consiga fazer um bom governo para eles. E que me esqueçam."

Foi o presidente do ciclo do Regime Militar com maior tempo de mandato: seis anos, sendo também o quarto mandatário com mais tempo à frente da Presidência da República, atrás somente de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso (oito anos) e de Getúlio Vargas (dezoito anos).

Figueiredo, Brasília - 1979
Principais Realizações

  • Anistia aos punidos pelo AI-5 e perdão aos crimes de abuso de poder, tortura e assassinato cometidos por órgãos de segurança.
  • Extinção do bipartidarismo, o que dividiu a oposição entre os novos partidos criados e manteve a união dos arenistas, agora no PDS, que garantiram dessa forma a presidência da Câmara.
  • Garantiu o processo de abertura política, iniciado por Geisel, que resultou no fim do regime militar.
  • Estabeleceu o reajuste semestral do salário.
  • No seu governo foi criado o programa Grande Carajás.
  • Criação do Estado de Rondônia.
  • Amplo programa de reforma agrária no norte do Brasil.

Figueiredo na primeira reunião ministerial, Brasília - 1979
Extinção da TV Tupi

Em julho de 1980, Figueiredo assinou o decreto que extinguia a TV Tupi, a primeira emissora de televisão da América Latina. Sete emissoras foram lacradas. As emissoras de São Paulo e do Rio de Janeiro estavam com dívidas. As emissoras de Belo Horizonte (TV Itacolomi), Recife (TV Rádio Clube de Pernambuco), Fortaleza (TV Ceará Tupi), Porto Alegre (TV Piratini) e Belém (TV Marajoara) estavam saudáveis, mas também foram fechadas. Cerca de um ano depois, Sílvio Santos obteve a concessão para utilizar os canais da  TV Tupi São Paulo, TV Piratini e TV Marajoara.

Frases

Durante e depois de seu mandato, João Figueiredo ficou conhecido pela extrema franqueza das suas declarações. Eis algumas delas:
  • Sobre a abertura política: "Se alguém for contra, eu prendo e arrebento"
  • Na posse como presidente: "Vou fazer deste país uma democracia"
  • Sobre o exercício do poder: "Prefiro cheiro de cavalo do que cheiro de povo"
  • Sobre a realidade econômica do país: "Sei que o Brasil é um país essencialmente agrícola. Viram, não sou tão ignorante quanto dizem"
  • Sobre as peculiaridades do Rio Grande do Sul: "Durante muito tempo o gaúcho foi gigolô de vaca"
  • Em resposta a um menino que perguntou o que faria se recebesse salário mínimo: "A única solução é dar um tiro no coco"
  • Em resposta aos estudantes que o insultavam durante visita a Florianópolis, em Santa Catarina: "Minha mãe não está em pauta"
  • Sobre os rumores de um golpe contra Tancredo Neves: "O que sei é que no dia da posse vou embora de Brasília levando apenas minhas mulheres". Diante do espanto, a primeira-dama Dulce Figueiredo esclareceu: "É assim que ele se refere aos cavalos"
  • Em resposta ao jornalista André Luiz Azevedo, quando perguntado se o Ato Institucional nº 5 (AI-5) faria aniversário: "AI-5? Quem é esse menino?"
  • Em resposta à jornalista Leila Cordeiro, quando perguntado se seria candidato ao governo do Rio de Janeiro: "Tenho juízo, não sou maluco"
  • Sobre a militância política da classe artística: "Uma coisa que nunca entendi é porque todo artista, esse tal de Caetano Veloso por exemplo, tem de ser dessa tal de esquerda"
  • No final do seu mandato de presidente, em entrevista ao jornalista Alexandre Garcia, da TV Manchete: "Eu quero que me esqueçam"

Fonte: Wikipédia
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