Mostrando postagens com marcador 25. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 25. Mostrar todas as postagens

Eliane de Grammont

ELIANE APARECIDA DE GRAMMONT
(25 anos)
Cantora e Compositora

☼ São Paulo, SP (10/08/1955)
┼ São Paulo, SP (30/03/1981)

Eliane Aparecida de Grammont, foi uma cantora e compositora, nascida em São Paulo, SP, no dia 10/08/1955, tornada célebre por ter sido vítima de feminicídio por parte de seu ex-marido Lindomar Castilho, crime este que marcou a história do país como parte da campanha de combate à violência contra a mulher.

Eliane de Grammont era filha da compositora Elena de Grammont, e seus irmãos na maioria seguiram a carreira jornalística e no rádio, caso de sua irmã Helena de Grammont, jornalista da TV Globo. Seu pai morreu de miocardiopatia, doença que também vitimou dois de seus irmãos.

Em 1977 Eliane conheceu na gravadora RCA Victor o cantor de boleros Lindomar Castilho, que então experimentava um grande sucesso popular, havendo vendido em um de seus LPs mais de 800 mil cópias - número bastante expressivo para a época. Começaram um namoro e após dois anos se casaram, em 1979.


A família de Eliane foi contra a união, mas ela contrariou os parentes para unir-se ao cantor. Também insistiu em que o casamento se desse pela separação de bens, para deixar claro que não estava com ele em razão de seu sucesso e fortuna. Lindomar Castilho exigiu que ela parasse de cantar.

Durante o breve relacionamento o casal teve uma filha e, diante do abuso de álcool pelo cantor, dado a crises violentas de ciúme, episódios de agressão, separações e reconciliações, culminou com o desquite após pouco mais de um ano de casamento, em 1980.

Seis meses depois do fim do casamento ela ainda tentou uma reconciliação, mas Lindomar Castilho exigiu que ela assinasse um documento contendo dez compromissos, entre os quais pedir perdão à empregada que há anos trabalhava para ele e que fora motivo de brigas do casal.

Eliane havia descoberto que também era portadora a miocardiopatia que matara seus familiares, e ainda assim tentou retomar a carreira como cantora. Foi então que recebeu o convite de Carlos Randall para se apresentar no Café Belle Époque, e com ele passou a ter um romance.

O Crime

Eliane de Grammont, que interrompeu a carreira com o nascimento da filha, estava há cerca de um ano separada de Lindomar Castilho e se apresentava num bar em São Paulo quando o cantor a alvejou com vários tiros, atingindo ainda o músico que a acompanhava, o violonista Carlos Roberto da Silva, conhecido pelo nome artístico de Carlos Randall, ferido no abdome. Carlos Randall era primo de Lindomar Castilho, que o levou para São Paulo em 1974.

Lindomar Castilho desconfiava do envolvimento amoroso de Carlos Randall com sua ex-mulher, situação que foi agravada quando este também se separou da mulher. Após o crime, Lindomar Castilho tentou fugir mas foi detido e espancado por populares, que o amarraram até a chegada da polícia. Ferida mortalmente, Eliane chegou a ser levada a um pronto-socorro, mas chegou sem vida.

No momento em que fora assassinada Eliane cantava a música de Chico Buarque, "João e Maria", justamente no momento dos versos que diziam "Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim".

Durante o julgamento a defesa de Lindomar Castilho explorou alegações de que a vítima era uma mãe que não cumpria com as suas obrigações, além de ser uma mulher infiel e de conduta reprovável. Durante o tempo em que durou, mulheres protestavam diante do tribunal pelo direito à vida, e aos poucos, homens foram se juntando para provocá-las, sob o argumento de um "direito" de matar em casos de "defesa da honra" masculina.

Através de eufemismos então em voga, seu advogado Waldir Troncoso Perez arguiu que o réu agiu tomado por "violenta emoção". Na época, tais crimes eram justificados com escusas como passionalidade, perda da paz ou "legítima defesa da honra". Atuou na assistência de acusação o então presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcio Thomaz Bastos e cinco dos sete jurados votaram pela condenação.

Contexto Histórico e Cultural

Ainda em liberdade, Lindomar Castilho respondeu ao júri em 1984 e mulheres se manifestaram diante do fórum. No segundo dia do julgamento muitos homens foram levados até lá (segundo relatos, contratados para tal) e passaram a jogar ovos nas manifestantes e a gritar-lhes palavras como "mulher que bota chifre tem que virar sanduíche".

No contexto social da época a impunidade era gritante. Na época a canção de Sidney Magal pregava: "Se te agarro com outro / Eu te mato / Te mando algumas flores / E depois escapo".

Mesmo condenado Lindomar Castilho recorreu livre.

Na época o adultério era considerado um crime pelo Código Penal Brasileiro vigente, e tramitava ainda no Congresso um projeto que excluía esse tipo delituoso.

Impacto Cultural e Defesa da Mulher

O crime, onde Lindomar Castilho alegava ter sido traído pela mulher, ganhou grande repercussão no Brasil, não somente por envolver nomes bastante conhecidos da música popular da época, como também por ter a imprensa assumido, então, importante papel na mudança da visão social dos chamados "crimes passionais", recebendo da mídia ampla cobertura.

Depois de uma missa em homenagem a Eliane de Grammont, celebrada na Igreja da Consolação no dia 04/04/1981, mais de mil mulheres vestidas de preto marcharam em protesto contra a violência masculina, com palavras de ordem como "Quem ama não mata!", até o Cemitério do Araçá.

Diversas instituições de luta pelos direitos da mulher surgiram em razão dos protestos contra esse feminicídio. Uma delas foi o "Grupo Masculino de Apoio à Luta das Mulheres", integrado por diversos intelectuais e que lançou então um "Manifesto Contra a Barbárie".

O cartunista Henfil, que apresentava um quadro chamado "TV Homem" no programa diário de televisão TV Mulher, publicava uma seção na revista ISTOÉ onde escrevia cartas à sua mãe e comentava fatos da semana. Na edição de 08/04/1981, ao comentar o fato de que policiais haviam vestido um assaltante de mulher e o fizeram assim desfilar pelas ruas, como humilhação, escreveu ironicamente:
"Por que é que vestir um homem de mulher é humilhar, é desmoralizar? Por que ser mulher é a coisa mais humilhante e desmoralizada que tem? Pior que ser cachorro, pato ou galinha? (...) Pois. É por isso que um (dois, três, mil) Lindomar Castilho tem o legítimo direito de matar a Eliane de Grammont. Ah, ele é apenas misericordioso. Quis livrar a Eliane da humilhação, da desmoralização de ser... uma mulher."
Em novembro de 1982, respondendo em liberdade pelo crime, Lindomar Castilho foi impedido por centenas de mulheres de se apresentar num show em Goiânia, com a distribuição de um panfleto que trazia uma foto dele com a esposa e a filha Liliane e os dizeres: "Eliane Gramont(sic) não vai cantar hoje. Ela está morta!".

Homenagens

Na capital paulista, no bairro da Barra Funda, foi dado o nome Eliane Aparecida de Grammont a uma de suas ruas já em dezembro de 1981.

Eliane de Grammont também é nome de rua na cidade Londrina, no Paraná.

Em São Paulo existe a Casa Eliane de Grammont, instituição Estatal destinada a dar apoio psicossocial e jurídico a mulheres em situação de violência de gênero, mantida pela prefeitura de São Paulo.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #ElianedeGrammont

Marcelo

MARCELO AUGUSTO MATHIAS DA SILVA
(25 anos)
Jogador de Futebol

☼ Juiz de Fora, MG (26/08/1991)
┼ La Unión, Colômbia (28/11/2016)

Marcelo Augusto Mathias da Silva, mais conhecido como Marcelo, foi um jogador de futebol brasileiro que atuou como zagueiro, nascido em Juiz de Fora, MG, no dia 26/08/1991.

Aos 19 anos, Marcelo viu a fome de perto quando jogava nas categorias de base do Macaé Esporte Futebol Clube e ouvia promessas não cumpridas dos dirigentes. Certa vez, segundo ele, ficou sem janta e precisou caminhar na praia para passar o tempo até o café da manhã. Descobriu por terceiros que seria dispensado do clube, assim como todos os outros jogadores dos juniores.

Com uma pubalgia, se desiludiu e decidiu abandonar o futebol. De volta a sua cidade, Juiz de Fora, Marcelo, precisou trabalhar um tempo como marceneiro. Mas Paulo, seu pai, não se conformava em ver o filho desistir do sonho e o convenceu a aceitar um convite do Volta Redonda Futebol Clube para conversar.
"Ele arrumou um carro de um amigo e me levou. Chegamos lá, eu não acreditava muito no que me prometiam. Estava desiludido, parecia tudo muito fácil do jeito que falavam. Não queria mais sofrer. Ele se sentou atrás de uma caçamba de entulho, me chamou e disse que eu deveria aceitar. Que Deus havia me colocado naquele caminho. Começou a chorar. Não tive como recusar. Fiquei e hoje sou muito grato ao Volta Redonda"
Volta Redonda

Marcelo foi contratado pelo Volta Redonda antes do início da Copa Rio de 2013 e foi um dos principais responsáveis pela defesa titular do Volta Redonda não levar gols durante dez jogos seguidos na competição. Nesta competição, Marcelo esteve presente em 14 dos 16 jogos do Volta Redonda e a equipe sofreu apenas cinco gols na Copa Rio nas partidas em que ele atuou.

No ano seguinte se destacou no Campeonato Carioca de 2014. O defensor jogou em 14 dos 15 jogos do Volta Redonda, que teve a sexta melhor defesa da competição, com 19 gols sofridos, e fez um gol.

Suas boas atuações chamaram a atenção do Fluminense. O Volta Redonda não fez boa campanha, terminando na 11ª colocação, mas o zagueiro chamou a atenção em pelo menos três jogos contra equipes grandes e outras partidas do torneio, mostrando segurança, poder de antecipação e eficiência no jogo aéreo, após boas partidas contra Flamengo, Vasco da Gama e Botafogo, quando deu um belo chapéu no centroavante Ferreyra.

No total, Marcelo atuou em 28 jogos com a camisa do Volta Redonda, fez um gol, levou seis cartões amarelos e nos jogos em que esteve em campo, a equipe sofreu 23 gols.

Cianorte

Marcelo deixou o Volta Redonda tendo parte dos direitos econômicos adquirida por investidores e foi vinculado ao Cianorte, do Paraná. O valor pago ao clube da Cidade do Aço girou na casa de R$ 500 mil.

Flamengo

O Flamengo encaminhou a contratação de Marcelo, que foi chamado de "Novo Dedé", em 17/04/2014. A contratação, por empréstimo, com opção de compra, foi finalizada em 23/04/2014, onde Marcelo foi novamente chamado de "Novo Dedé". Foi apresentado oficialmente com a camisa rubro-negra em 26/04/2014, junto com o atacante Arthur.
"É um motivo de alegria vestir a camisa do Flamengo. É o sonho de qualquer atleta. Cheguei com o intuito de vencer e ajudar o clube em qualquer situação. Pretendo fazer o meu melhor, o Flamengo merece. Lutei bastante para estar aqui. Se cheguei aqui, acredito que estou preparado. Vou buscar o meu espaço, correr pelas pontas, respeitar meus companheiros e fazer o melhor para o Flamengo!"
Foi regularizado em 30/04/2014 e realizou sua estreia pelo Rubro-Negro no clássico contra o Botafogo no Maracanã, jogando como titular. Estava fazendo uma boa partida quando, perto do fim do jogo, ele acabou cometendo um erro em que perdeu a bola e quase resultou no gol de empate do Botafogo, mas o Flamengo venceu o rival por 1x0.

Em seu quinto jogo com a camisa do Flamengo, ele entrou pela primeira vez na Seleção da Rodada do Campeonato Brasileiro, feita pelo GloboEsporte.com, após fazer uma grande partida contra o Coritiba, ajudando a equipe a conquistar a primeira vitória fora de casa.

No dia 31/08/2014, no jogo contra o Vitória, no Barradão, seu oitavo jogo pelo clube, ele marcou, de cabeça, o seu primeiro gol com a camisa rubro-negra, após cobrança de escanteio batida pelo Everton. Por conta de sua atuação, ele entrou novamente na Seleção da Rodada do site GloboEsporte.com.

Marcelo terminou o primeiro turno o brasileirão com a melhor média entre os zagueiros, no Troféu Armando Nogueira, do SporTV.

Também ficou marcado por protagonizar uma entrevista polêmica, onde afirmava que tinha a "total dúvida" que o time estava de parabéns, pois o Flamengo havia vencido o jogo com sobras.

Chapecoense

Após não renovar com o Flamengo, Marcelo foi anunciado como reforço da Chapecoense para a temporada de 2016.

Morte

Marcelo faleceu aos 25 anos vítima de um acidente aéreo. Ele foi uma das vítimas fatais da queda do Voo 2933 da Lamia, no dia 28/11/2016. A aeronave transportava a equipe da Chapecoense para Medellín, onde disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana de 2016.

Além da equipe da Chapecoense, a aeronave também levava 21 jornalistas brasileiros que cobririam a partida contra o Atlético Nacional, comissão técnica, diretoria, convidados e a tripulação da aeronave.

Títulos

Flamengo
  • 2015 - Torneio Super Series

Chapecoense
  • 2016 - Campeonato Catarinense
  • 2016 - Copa Sul-Americana

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #Marcelo

Bento Hinoto

ALBERTO HINOTO
(25 anos)
Guitarrista

☼ Itaquaquecetuba, SP (07/08/1970)
┼ Serra da Cantareira, SP (02/03/1996)

Alberto Hinoto, conhecido por Bento Hinoto, foi o guitarrista brasileiro nascido em Itaquaquecetuba, SP, no dia 07/08/1970. Era guitarrista da banda Mamonas Assassinas.

Além da música, algumas de suas características eram seu cabelo rastafári e sua paixão pelo Palmeiras. Conheceu Sérgio Reoli, pelo seu irmão Maurício que descobriu que Sérgio Reoli era baterista e o apresentou para o irmão Bento Hinoto.

Entre outras homenagens, sua cidade natal deu seu nome à antiga Estrada de Santa Isabel, a SP-56, que liga Itaquequecetuba a Igaratá.

Em 2011 foi a vez da Cidade de Guarulhos prestar sua homenagem alterando o nome da Rua dos Japoneses para Rua Alberto Hinoto "Bento", endereço a qual Bento Hinoto adquiriu um apartamento para sua família antes do acidente.

Morte

No dia 02/03/1996, enquanto voltavam de um show em Brasília, o jatinho Learjet em que viajavam, modelo 25D prefixo PT-LSD, chocou-se contra a Serra da Cantareira, numa tentativa de arremetida, matando todos que estavam no avião.

O sepultamento aconteceu no dia 04/03/1996 no cemitério Parque das Primaveras, em Guarulhos, SP, e foi acompanhado por mais de 65 mil fãs. Em algumas escolas, não houve aula por motivo de luto. O sepultamento também foi transmitido na televisão, com canais interrompendo sua programação normal.

O Acidente

A aeronave havia sido fretada com a finalidade de efetuar o transporte do grupo musical para um show no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e estava sob o comando do piloto Jorge Luiz Martins, 30 anos de idade, e do co-piloto Alberto Yoshiumi Takeda, 24 anos de idade.

No dia 01/03/1996, transportou esse grupo de Caxias do Sul, RS, para Piracicaba, SP, onde chegou às 15h45.

No dia 02/03/1996, com a mesma tripulação e 7 passageiros, decolou de Piracicaba, SP, às 07h10, com destino a Guarulhos, SP, onde pousou às 7h36. A tripulação permaneceu nas instalações do aeroporto, onde, às 11h02, apresentou um plano de voo para Brasília, DF, estimando a decolagem para as 15h00.

Após duas mensagens de atraso, decolaram às 16h41. O pouso em Brasília, ocorreu às 17h52. A decolagem de Brasília, de regresso a Guarulhos, ocorreu às 21h58. O voo, no nível Flight Level (FL) 410, transcorreu sem anormalidade. Na descida, cruzando o FL 230, a aeronave de prefixo PT-LSD chamou o Controle São Paulo, de quem passou a receber vetoração por radar para a aproximação final do procedimento Charlie 2, ILS da pista 09R do Aeroporto de Guarulhos (SBGR).

A aeronave apresentou tendência de deriva à esquerda, o que obrigou o Controle São Paulo (APP-SP) a determinar novas provas para possibilitar a interceptação do localizador (Final do procedimento). A interceptação ocorreu no bloqueio do marcador externo e fora dos parâmetros de uma aproximação estabilizada.

Sem estabilizar na aproximação final, a aeronave prosseguiu até atingir um ponto desviado lateralmente para a esquerda da pista, com velocidade de 205 nós a 800 pés acima do terreno, quando arremeteu. A arremetida foi executada em contato com a torre, tendo a aeronave informado que estava em condições visuais e em curva pela esquerda, para interceptar a perna do vento. A torre orientou a aeronave para informar ingressando na perna do vento no setor sul. A aeronave informou setor norte. Na perna do vento, a aeronave confirmou à Torre estar em condições visuais. Após algumas chamadas da Torre, a aeronave respondeu e foi orientada a retornar ao contato com o Controle São Paulo (APP-SP) para coordenação do seu tráfego com outros dois tráfegos em aproximação IFR.

O PT-LSD chamou o Controle São Paulo (APP-SP), o qual solicitou informar suas condições no setor. O PT-LSD confirmou estar visual no setor e solicitou "perna base alongando", sendo então orientado a manter a perna do vento, aguardando a passagem de outra aeronave em aproximação por instrumento. No prolongamento da perna do vento, no setor Norte, às 23h16, o PT-LSD chocou-se com obstáculos a 3.300 pés (1006 metros), no ponto de coordenadas 23º25'52"S 046º35'58"W. Em consequência do impacto, a aeronave foi destruída e todos os ocupantes faleceram no local.

O velório dos integrantes da banda Mamonas Assassinas ocorreu no ginásio Paschoal Thomeu, em Guarulhos, SP. Além dos cinco músicos, foram velados os corpos do segurança Sergio Saturnino Porto e o ajudante de palco Isaac Souto, que também morreram no acidente. Os caixões, perfilados, estavam lacrados, por causa da mutilação dos corpos, e cobertos por bandeiras do Brasil e de Guarulhos.
Conclusões Sobre o Acidente

Uma operação equivocada do piloto Jorge Luiz Martins é a versão do Departamento de Aviação Civil (DAC) para explicar o acidente com o jatinho que causou a morte dos cinco integrantes do grupo. A 10 km do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o piloto repetia, a pedido da torre de controle, o procedimento de aterrissagem. No entanto, em vez de fazer uma curva para a direita, onde fica a Rodovia Dutra, virou o avião para a esquerda, chocando-se com a Serra da Cantareira.

Mamonas e Os Aviões

Os Mamonas Assassinas sempre tiveram uma certa relação com aviões.

  • Quando adolescente, Samuel Reoli costumava desenhar aviões.
  • No final dos anos 80, Sérgio ReoliBento Hinoto e Samuel Reoli formaram a banda Ponte Aérea, que depois se tornaria Utopia.
  • Todos os integrantes do grupo moravam perto do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
  • No disco homônimo do grupo Mamonas Assassinas, há um agradecimento a Santos Dumont "Por ter inventado o avião, senão a gente ainda tava indo mixar o disco a pé!" (o disco foi gravado e produzido nos Estados Unidos).
  • Um trecho da música "1406" cita um avião: "Você não sabe como parte um coração / Ver seu filhinho chorando querendo ter um avião!".
  • Em um vídeo, Júlio Rasec e Dinho cantam a música "Donna", de Ritchie Valens. Durante uma entrevista ao Top 20 MTV, à época comandado pela apresentadora Cuca LazzarottoDinho afirmou que os Mamonas Assassinas não lançariam um segundo disco: "Vamos fazer um show no interior e nós vamos de monomotor, você já ouviu falar em La Bamba?".
  • Em algumas oportunidades o vocalista chegou a assumir o lugar do piloto durante as viagens do grupo. As brincadeiras com um possível acidente era constante, e diversas brincadeiras com a morte foram registradas.
  • Em uma entrevista dada em 1996, Sérgio Reoli disse: "O avião em que costumávamos viajar caiu em Brusque, Santa Catarina, em novembro. Morreram três pessoas. Falha humana. O cara que vendeu as camisetas da banda em Porto Seguro, Bahia, bateu com o carro depois do show e também embarcou".
  • No dia 02/03/1996, no próprio dia do acidente, Júlio Rasec disse a um amigo cabeleireiro que havia sonhando com um acidente de avião. O depoimento foi gravado e teve muita repercussão na época

Fonte: Wikipédia

Celso Marques

CELSO MARQUES FIGUEIRAS
(25 anos)

Ator

* Barra do Piraí, RJ (18/09/1942)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/09/1968)

Na década de 60, destacou-se como um jovem ator que geralmente fazia o papel de vilão nas telenovelas da autora Glória Magadan. Celso chegou a cursar educação física, carreira que chegou a tentar conciliar com a de ator. Mas ele teve que optar por uma das profissões, afinal o preconceito era grande. Mas o amor pela profissão de atuar falou mais alto e ele ingressa no teatro fazendo peças românticas e de revista.

Quem assistiu as telenovelas feitas por Glória Magadan nos anos 60, certamente se lembrará deste jovem ator.

Começou no teatro no início dos anos 60. Trabalhou no filme Sangue na Madrugada de 1964. Se essa fita ainda existir, será talvez o único registro audiovisual de Celso, pois as telenovelas nas quais participou não existem mais. Ele fez apenas quatro, todas na TV Globo e escritas por Magadan: A Rainha Louca e O Homem Proibido de 1967, O Santo Mestiço e A Gata de Vison de 1968.

No cinema trabalhou em “Sangue na Madrugada” de Jacy Campos em 1964. Na televisão participou dos primórdios da Globo em novelas como “A Rainha Louca”, de 1967, “ Demian, o Justiceiro” (O Homem Proibido) e “O Santo Mestiço”, de 1968, todas escritas por Magadan.

Estava firmando sua carreira na TV quando morre de forma prematura e trágica. Nas primeiras horas do dia 16/09/1968, Marques dirigia seu automóvel acompanhado de dois amigos. Quando cruzou a Av. Rio Branco com a Rua da Assembléia, no centro do Rio de Janeiro, seu carro chocou-se violentamente com um ônibus. A colisão foi tão forte que o veículo do ator foi jogado de encontro a uma árvore, arrancando-a. Celso chegou a ser levado com vida para o hospital Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos, vindo a falecer dois dias antes de completar 26 anos.

Seu enterro parou Barra do Piraí.

Quando morreu, Marques atuava na novela “A Gata de Vison”, também de Glória Magadan, vivendo o vilão "Comprido".

Fonte: Wikipédia

Evaldo Braga

EVALDO BRAGA
(25 anos)
Cantor e Compositor

☼ Campo dos Goytacazes, RJ (28/09/1947)
┼ Três Rios, RJ (31/01/1973)

Evaldo Braga foi um cantor e compositor nascido em Campos dos Goytacazes, RJ, no dia 26/05/1945.

Nos 25 anos em que viveu, o cantor percorreu uma trajetória bastante peculiar, marcada pela tragédia pessoal e pela aclamação popular. Conviveu de forma intensa com a tristeza e a alegria, a sarjeta e a glória, tudo percorrido na velocidade de um cometa.

Evaldo Braga passou a infância no antigo Serviço de Amparo ao Menor (SAM). Existe um boato segundo o qual Evaldo Braga, ainda bebê, teria sido jogado pela mãe biológica numa lata de lixo. Entretanto, esse boato foi veementemente desmentido pelo irmão de Evaldo Braga, o músico e cabeleireiro Antônio C. Braga, em depoimento num documentário realizado por Armando B. Mendes Filho em 1997, intitulado "Evaldo Braga - O Ídolo Negro", que está disponível no site Youtube em três partes (Parte 1, Parte 2 e Parte 3). O esclarecedor depoimento de Antônio C. Braga aparece na parte 2 do documentário, exatamente a 1 minuto e 52 segundos.

Passados os dias de infância no Serviço de Amparo ao Menor (SAM), o jovem Evaldo Braga, assim como tantos outros lá internados naqueles tempos, saiu a procurar uma maneira de ganhar a vida, e também como tantos outros jovens negros como ele pelas cidades brasileiras, passou a trabalhar como engraxate.


Passava os dias engraxando sapatos na Rua Mayrink Veiga, perto da famosa Praça Mauá, rua onde ficava a não menos famosa Rádio Mayrink Veiga, e ali acabou por fazer contato com os artistas daquela rádio e pouco a pouco foi acalentando o desejo de se tornar cantor.

Foi quando conheceu o produtor e compositor Osmar Navarro, que gostou de sua voz e da maneira dele pronunciar bem cada palavra, e o apresentou ao produtor Jairo Pires da gravadora Polydor, que andava procurando um cantor que fizesse frente à Nilton César, contratado de outra gravadora.

Evaldo Braga lançou seu primeiro disco em 1971 e logo se tornou um sucesso com a música "A Cruz Que Carrego" (Isaías Souza), com uma carga dramática e autobiográfica incrível, em versos como "Sinto a cruz que carrego bastante pesada, já não existe esperança no amor que morreu / a solidão e amargura / sempre me marcaram" que imediatamente podem ser remetidos a todo seu drama.

O fato é que essa composição caiu logo no gosto popular e mesmo que a crítica especializada da época não desse muita importância a ele, nem ao menos se dando ao trabalho de avaliar seus dotes vocais e muito menos querendo travar qualquer contato com as músicas que cantava, seu sucesso aumentou, e em 1972, ele lançou "O Ídolo Negro - Volume 2".


Esse seu segundo LP que contou com os arranjos dos maestros Waltel Branco e Perucci, e apresentou novamente uma ambiguidade temática que tanto podia levar a ilações quanto a um relacionamento amoroso desfeito, logicamente a interpretação mais imediata, como remeter também a sua biografia.

Evaldo Braga faleceu com apenas dois discos gravados. Um terceiro foi lançado no ano de sua morte, mas era na realidade, uma coletânea.

Em 2022, 49 anos após seu falecimento, a Música Popular Brasileira passou por transformações avassaladoras, algumas das quais já se processavam quando de sua morte. Com isso teria ele caído no esquecimento? Não, pelo contrário, seu mito manteve-se vivo na memória popular mesmo que nenhuma estação de televisão se dê ao trabalho de apresentar qualquer especial sobre sua vida e carreira.

Em condições normais, ele teria caído no esquecimento, mas, no entanto, mesmo no ano de 2022, depois de 49 anos, seu túmulo é visitado por romarias de fãs no dia de finados, seus discos continuam a ser adquiridos e podem ser encontrados com facilidade nos locais que cultuam a chamada música brega.


Em levantamento recente feito no site Dicionário Cravo Albin da MPB chegou-se a conclusão que seu nome era o mais pesquisado entre todos os quase sete mil verbetes ali catalogados.

Como explicar esse fenômeno de um artista que a crítica esqueceu como apenas mais um representante da música brega, que para muitos cultores da chamada Música Popular Brasileira com letras maiúsculas e garrafais, nem ao menos mereceria uma nota de roda-pé?

Talvez essa explicação ou busca de compreensão não passe apenas pela análise formal de suas gravações, seja daquelas músicas compostas por ele ou daquelas que outros para ele compuseram, mesmo que elas falem muito, por um lado, dele mesmo, numa talvez involuntária autobiografia musical, ou sirvam como trilha sonora de amores baratos e desfeitos na permanente solidão das cidades. Por mais que se buscasse dissecá-las musicalmente nota por nota, ainda assim, haveria quem lhes negasse maior valor exatamente pelo que elas têm de mais valoroso, o gosto e a dicção popular, que muitos até por preconceito logo identificam com som de cabarés. Embora seja certo que o que parece um insulto é na verdade a constatação do quanto as músicas por ele compostas ou gravadas estão entranhadas na musicalidade e na alma popular, e tocam sim nos cabarés onde o amor custa pouco (ou muito dependendo do ponto de vista) e a humanidade exercita de forma explicita suas emoções da maneira mais exacerbada possível.


E não é isso exatamente o que a música brega-romântica faz? Exacerba os sentimentos e lhes dá uma vestimenta que condiz com a alma desbragada de nosso povo, por mais que dizer isso possa parecer tatear no espaço vazio. O fato é que esse derramamento que os intelectuais e membros da elite execram, o povo abraça, e o mais é motivo de discussão, mas que não pode levar a conclusões definitivas sobre o melhor e o pior.

Seja como for, 49 anos depois de sua morte, Evaldo Braga é mais e mais um enigma como pessoa, como artista e como representante artístico dessa face dita bastarda da música popular, execrada e desqualificada pela maioria dos críticos, que é a música brega.

No entanto, a questão aqui não é exatamente discutir o lugar da música brega na Música Popular Brasileira, mas sim, chamar a atenção para o Ídolo Negro, Evaldo Braga, mesmo sem chegar a conclusões sobre ele e seu sucesso, mas muito mais para homenageá-lo e lançar um pouco de luz sobre esse raro cantor negro cuja carreira, que tinha tudo para ser das mais brilhantes da música popular, foi bruscamente cortada por um golpe da sorte numa curva qualquer de uma estrada brasileira.

Morte

Evaldo Braga faleceu na quarta-feira, 31/01/1973, aos 25 anos, vítima de um acidente automobilístico na BR-03, Rio-Bahia, em um Wolkswagem TL, após tentativa de ultrapassagem forçada segundo populares.

Importante ressaltar que no momento do acidente, Evaldo Braga não dirigia o carro, e sim seu motorista.

Seu túmulo é um dos mais visitados pelos fãs no feriado de Finados no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

Discografia

  • 1973 - Evaldo Braga (Polydor)
  • 1972 - O Ídolo Negro Vol. 2 (Polydor)
  • 1972 - O Ídolo Negro (Polydor)

Extras
  • 1987 - Eu Ainda Amo Vocês (Polydor)
  • 1972 - Mis Canciones En Castellano (Polydor)

Tributos
  • 1973 - Os Garotos da Praia Interpretam o Inesquecível Evaldo Braga (Som / Copacabana)

Coletâneas
  • 2001 - Sem Limite - Evaldo Braga (Universal Music)
  • 1999 - Millennium - 20 Músicas do Século XX - Evaldo Braga (Universal Music)
  • 1983 - O Inesquecível Evaldo Braga (Elenco / Opus) 
  • 1981 - A Voz de Evaldo Braga (Polyfar / Philips)
  • 1977 - Série Autógrafo de Sucessos - Evaldo Braga (Polyfar / Philips)
  • 1975 - O Imortal (Polyfar / Philips)
  • N/D - Minha História - Evaldo Braga (Polygram)

Compactos / Singles
  • 1969 - Dois Bobos / Não Importa (RCA Victor)
  • 1971 - Só Quero / Por Uma Vez Mais (Polydor)
  • 1972 - Nunca Mais, Nunca Mais / Meu Deus / A Cruz Que Carrego / Eu Desta Vez Vou Te Esquecer (Polydor)
  • 1972 - Todas As Noites / Nunca Mais, Nunca Mais (Polydor)
  • 1972 - O Ídolo Negro Vol. 2 (Polydor)

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #EvaldoBraga