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Marília Mendonça

MARÍLIA DIAS MENDONÇA
(26 anos)
Cantora, Compositora e Instrumentista

☼ Cristianópolis, GO (22/07/1995)
┼ Piedade de Caratinga, MG (05/11/2021)

Marília Dias Mendonça foi uma cantora, compositora e instrumentista nascida em Cristianópolis, GO, no dia 22/07/1995, considerada um dos nomes de maior repercussão e influência na música nacional nas décadas de 2010 e 2020.

Nascida em Cristianópolis, GO e criada em Goiânia, GO, teve seu primeiro contato com a música através da igreja e começou a compor quando tinha 12 anos de idade, passando a escrever músicas para vários cantores, como as canções "Minha Herança", gravada por João Neto & Frederico, "Muito Gelo, Pouco Whisky" gravada por Wesley Safadão, "Até Você Voltar", "Cuida Bem Dela" e "Flor e o Beija-Flor" gravadas por Henrique & Juliano, "Ser Humano ou um Anjo" gravada por Matheus & Kauan, "Calma" gravada por Jorge & Mateus e "É Com Ela Que Eu Estou" gravada por Cristiano Araújo.

Marília Mendonça se lançou como cantora em janeiro de 2014, através do seu primeiro EP homônimo.

Em junho de 2015, foi lançado a canção "Impasse", primeiro single da cantora que contou com a participação da dupla Henrique & Juliano.


Em março de 2016, lançou seu primeiro álbum intitulado "Marília Mendonça: Ao Vivo" que contou como singles as músicas "Sentimento Louco" e "Infiel" e a participação da dupla Henrique & Juliano. Em outubro de 2016, foi lançado um EP acústico ao vivo nomeado "Agora é Que São Elas", com faixas de sucesso anteriores e tendo como single unicamente a canção "Eu Sei de Cor". O seu primeiro DVD homônimo em 2016, lhe concedeu certificado de tripla platina pelas 240 mil cópias vendidas. A canção "Infiel", incluída no álbum, tornou-se uma das músicas mais tocadas no Brasil e recebeu certificado de disco de diamante triplo, fazendo Marília Mendonça ganhar visibilidade nacional.

Em janeiro de 2017 lançou outro EP homônimo com quatro faixas inéditas. Em março foi lançado seu segundo álbum intitulado "Realidade" que recebeu uma indicação ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja, e teve como singles "Amante Não Tem Lar" e "De Quem é a Culpa", contando novamente com a participação da dupla Henrique & Juliano. Em novembro, lançou o single "Transplante" em parceria com dupla Bruno & Marrone. Em julho, Marília Mendonça conquistou o posto de artista brasileira mais ouvida no YouTube, ficando em 13º lugar no ranking mundial.

Em fevereiro de 2019, foi lançado o primeiro volume do seu terceiro DVD, intitulado "Todos Os Cantos", um projeto roteirizado com shows gravados pela cantora em todas as capitais do Brasil, que teve como singles as músicas "Ciumeira", "Bem Pior Que Eu", "Todo Mundo Vai Sofrer" e "Supera". O álbum recebeu uma certificação de tripla platina pelas 240 mil cópias vendidas e rendeu à intérprete seu primeiro prêmio Grammy Latino, vencido na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja. Em março, foi divulgado pelo serviço de streaming Spotify, que Marília Mendonça ocupava o primeiro lugar no TOP 10 das mulheres mais ouvidas do Brasil na plataforma. Em maio, foi lançado o segundo volume do álbum "Todos os Cantos". O terceiro volume do DVD foi lançado em agosto.

Vida Pessoal

Em março de 2015, Marília Mendonça começou a namorar o empresário Yugnir Ângelo, de quem ficou noiva em dezembro de 2016. O relacionamento chegou ao fim em agosto de 2017, revelando que estava muito jovem para um relacionamento tão sério.

Após manter relacionamentos casuais, em maio de 2019, a intérprete assumiu estar em um relacionamento sério há cinco meses com o também músico Murillo Huff. Em junho, confirmou estar grávida, dando a luz ao seu filho Léo, nascido prematuro de oito meses, no dia 16/12/2019, em Goiânia, GO, através de parto normal.

Em julho de 2020, Marília Mendonça anunciou a separação de Murillo Huff. Poucos meses depois, o casal reatou.

Durante o intervalo de sua live "Lado B", na noite de 08/08/2020, Marília Mendonça mencionou uma boate gay de Goiânia chamada Diesel, onde um dos músicos de sua banda teria beijado "a mulher mais bonita da vida dele", segundo ela. Além disso, outros integrantes da banda deram risadas e fizeram comentários implícitos, dando a entender que o rapaz teria ficado com uma mulher transsexual. Os comentários da cantora tiveram uma repercussão negativa nas redes sociais e levantaram a hashtag #MaríliaTransfóbica no Twitter. No dia 10/08/2020, Marília Mendonça se pronunciou no Twitter e admitiu o erro, onde pediu perdão pelas piadas e reconheceu que seu erro era injustificável.

Morte

No dia 05/11/2021, Marília Mendonça embarcou em um táxi aéreo, em Goiânia, junto de seu produtor Henrique Ribeiro e de seu tio e também assessor Abicieli Silveira Dias Filho, com destino a Caratinga, no interior de Minas Gerais, onde faria uma apresentação.

O avião que transportava Marília Mendonça, um bimotor Beech Aircraft fabricado em 1984 que segundo a Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC), estava em situação regular e possuía autorização para realizar serviço de táxi aéreo, caiu em Piedade de Caratinga, cidade vizinha a Caratinga, após atingir um cabo de uma torre de distribuição de energia da empresa Cemig, a poucos quilômetros do aeroporto em que faria o pouso.

Por volta das 16h30, a assessora de Marília Mendonça chegou a comunicar à imprensa que ela e todos que estavam no avião já teriam sido resgatados e estavam bem. Cerca de uma hora depois, a morte de Marília Mendonça e dos demais tripulantes, incluindo o piloto e o copiloto da aeronave, foi confirmada em nota oficial.

Entre as mortes no acidente estão:

Marília Mendonça, cantora, de 26 anos;
Henrique Ribeiro, produtor de Marília Mendonça, de 32 anos;
Abicieli Silveira Dias Filho, tio e assessor de Marília Mendonça, de 43 anos;
Geraldo Martins de Medeiros Júnior, piloto do avião, de 56 anos;
Tarciso Pessoa Viana, co-piloto do avião, de 37 anos.

Investigações

As investigações deverão ser realizadas pela Policia Civil e pela Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC). Sobre dados preliminares, o avião com matricula PT-ONJ estava em dia e com registro ativo. O avião e o piloto estavam autorizados para realizar o serviço de taxi aéreo. Piloto e co-piloto eram considerados experientes e as condições de voo na hora do acidente eram favoráveis. No local era possível sentir um forte odor de combustível, revelando que provavelmente o avião estava abastecido na hora da queda.

Em 05/11/2021, a Companhia Energética de Minas Gerais emitiu uma nota afirmando que a aeronave havia atingido um cabo de uma torre de distribuição, em Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, antes de atingir o solo. Informações preliminares de pilotos que sobrevoavam a área no mesmo momento da queda corroboram o ocorrido, tendo testemunhado o momento em que o bimotor atingiu os fios de alta tensão.

Discografia

Álbuns Solo
  • 2016 - Marília Mendonça: Ao Vivo
  • 2017 - Realidade
  • 2019 - Todos os Cantos
  • 2021 - Nosso Amor Envelheceu (2021)
Álbuns Colaborativos
  • 2016 - Agora é Que São Elas (Com Maiara & Maraisa)
  • 2018 - Agora é Que São Elas 2 (Com Maiara & Maraisa)
  • 2020 - Patroas (Com Maiara & Maraisa)

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #MaríliaMendonça

Camilla de Castro

CAMILLA DE CASTRO
(26 anos)
Atriz, Modelo e Transexual

☼ Santo André, SP (20/04/1979)
┼ São Paulo, SP (26/07/2005)

Camila de Castro foi uma atriz pornô, transexual e modelo nascida em Santo André, SP, no dia 20/04/. Camila de Castro foi um raro caso de celebridade nacional que conseguiu transcender às questões de gênero, pornografia, sexo e raça, chegando a ter um quadro fixo no programa SuperPop, da RedeTV!.

Camila de Castro era natural de Santo André, SP, onde morou com as tias até os 19 anos.

Em 1998, após transferir-se para São Paulo, recorreu à prostituição para sobreviver, como a maioria das travestis e mulheres transexuais.

Em 2000 iniciou na carreira de filmes pornográficos. Devido à sua beleza se destacou e em menos de quatro anos de carreira foi capa de pelo menos 10 filmes e apareceu em mais de 20 cenas das produtoras Evil Angel, Angel Elegant e Robert Hill Releasing, atuando com Patricia Araújo, Natasha Dumont, Julio Vidal, entre outras estrelas do cinema pornográfico brasileiro.


Em 2004, conversou com a produção do programa Superpop da RedeTV! - que era acostumado a levar pautas (nem sempre positivas) sobre a população trans - e foi chamada para um reality show amoroso. O quadro visava encontrar um namorado para Camilla, que teria que escolher com qual ela gostaria de se casar. 

Camilla frisava que não escolheria ninguém apenas para "ficar bem na TV" e dispensava sobretudo aqueles que não queriam mostrar o rosto ou que demonstravam não estarem confiantes o suficiente para assumi-la publicamente. Ela falava em casamento, mesmo, de véu e grinalda, enquanto a TV encarava tudo como um show. 

O quadro ainda estava rolando e Camilla tinha uma gravação agendada para a próxima semana quando ocorreu o suicídio. Na época, o então diretor Marcelo Nascimento declarou que a jovem estava bastante deprimida e que algumas sugestões do que teria levado o suicídio era o amor por um rapaz que não a assumia publicamente.

No dia da morte, o programa foi todo sobre Camilla. Um tanto sensacionalista, Luciana Gimenez questionava no ar se era mesmo suicídio, um acidente ou assassinato, enquanto a repórter exibia o sangue em frente ao hotel. Especularam que ela seria soropositiva - o que nunca foi confirmado - e que se prostituía - como se ninguém soubesse.

A Carta de Camilla de Castro

A seguir está a carta escrita por Camilla de Castro quatro meses antes de seu suicídio. Foi publicada em seu blog. Era uma entrevista para Alex Jungle:
"Camilla de Castro - 05/03/2005
Alex Jungle! O que vou expor agora é algo íntimo e pessoal, uma lembrança toda minha, mas que acredito poder trazer mais luz para este espaço (ou não)???
Era uma vez a Camilla.
Camilla tinha saído, aos 19 anos, do teto protetor de suas tias em Santo André e se mudado em definitivo para São Paulo, aonde já cultivara algumas amizades, fruto de suas voltinhas pela noite da cidade (mas os motivos pelos quais deixei a casa de minhas tias e os primórdios de minha carreira na prostituição são coisas que contarei em outra ocasião).
Camilla teve a sorte de ter o primeiro mês de flat, aonde veio a morar, pagos por sua tia. Como já tinha algum conhecimento, passou a trabalhar no telefone durante o dia e à noite na porta do Hotel Grants, celeiro de muitas belezas passadas, presentes e futuras no meio transexual.
E Camilla, que apesar de sentir pela primeira vez a delícia da liberdade de morar sozinha, e de poder contar com o apoio de algumas amigas, começou a desejar, já que tinha atingido o ápice de sua transformação, que tivera início aos 16 anos e que podia se sentir à vontade mesmo entre as mais bonitas de sua "espécie", um algo mais em sua vida: Um namorado.
Dos 16 aos 19 anos, além de não poder contar com a comodidade de namorar em casa, eu me contentei em dar uns amassos em uns e outros quando de minhas saídas pelas boates da moda - coisa que sempre gostei. Mas ela queria, e muito, um alguém. Chegava a sonhar acordada com isso.
Camilla conheceu, então, na porta do hotel uma linda travesti (que não vou dizer quem é) e as duas desenvolveram uma bela amizade. A colega acabara de voltar da Europa, para onde já fora diversas vezes, sempre vitoriosa. Ela e Camilla conversavam sobre os mais diversos assuntos: música, família, trabalho, etc.
Quando, porém, questionada sobre namoros por Camlla, a colega sempre soltava escrachos para ela.
Mas a colega era mais velha, e portanto mais experiente.
Os comentários da colega eram assim: Que eu (Camilla) deveria me mancar e juntar logo o máximo de dinheiro que conseguisse dos homens, já que quem está na chuva..., que não existe amor para as travestis, a não ser o da família (em poucos casos), que os homens nos viam (as travestis) como privadas humanas, onde descarregavam seus desejos mais "loucos" sem sequer olhar para trás depois. E lançou para Camilla um olhar de ironia por perceber que ela estava interessada nas "Coisas do Amor".
Camilla, jovem e inexperiente que era e que nunca havia tido problemas para arranjar namoradinhos (ainda que fossem de uma noite só) e que já esquecera as humilhações da escola, pensou: Essa maluca não quer é me ver feliz! Mas ficou com aquilo na cabeça e pensava em como podia aquela coisa linda que era sua colega ser tão azeda nesse ponto, apesar de linda e rica!
Pois apesar de não ser 100% feminina, ou seja, apesar de não enganar a todos 24 horas por dia, ela era dona de uma beleza quase sobrenatural... de parar o comércio, de virar o pescoço de qualquer marmanjão. Pouco depois, por obra pura do acaso - ou seria destino? - Camilla conheceu um rapaz que a levou para seu apartamento, a título de atração pura e simples, vinda de ambas as partes.
Conheceram-se na rua, beijaram-se e na mesma noite fizeram um sexo alucinado. Surpreendentemente, depois que tudo acabou, ele se mostrou interessado em continuar na casa dela, aonde conversaram até o amanhecer, quando ele saiu para ir trabalhar.
Ele havia se mostrado muito boa pessoa durante o tempo em que ficaram conversando e disse que nunca tinha experimentado nada como aquilo, e que não esperava ser tão bom conhecer um travesti.
Camilla chamou-o à razão e disse que não era nenhum bicho de 7 cabeças... E o dia passou.
À noite, ele, que havia pedido seu telefone, ligou, perguntando se poderiam se ver de novo. Mas ela estava "ocupada", coisa que ele deve ter entendido porque ela não lhe escondera que fazia programas. Marcaram para o outro dia, uma sexta-feira, no apartamento dela. E repetiram a dose , que foi ainda melhor, com descobertas e êxtases para os dois. E nesse clima gostoso, ele acabou ficando lá o fim de semana todo. E na segunda-feira, depois de tudo, ele foi trabalhar com a roupa de sexta. E ligou para ela durante a tarde toda, talvez por carinho ou até ciúmes dos clientes dela. E à noite estava de novo ao lado dela, mas o tom de sua visita já não era mais tão carnal. Perguntou a ela de sua infância, de sua família, de como tinha acabado por fazer programas.
E ela lhe contou tudo. Abriu sua alma para ele. E ele tinha sido o primeiro...
E ela se sentiu no direito de perguntar sobre a vida dele também. Coisas que ele respondeu com o maior prazer, que morava com os pais, que estudava e trabalhava, que era solteiro e não estava com ninguém. Mais uma semana se passou e a proximidade entre o rapaz e ela aumentou, com ele dormindo em sua casa quase todo o dia, ligando toda hora. E Camilla até negligenciou um pouco sua vida para ficar mais com ele. E ela se deixou conquistar por ele, pela presença dele, pela educação dele. E ele não se cansava de elogiá-la, de dizer que ela era a pessoa mais linda que ele já tinha visto, enfim, coisas de quem está apaixonado!
Mas quando, agora, ele ia para o trabalho de manhãzinha, Camilla ficava perdida, encanada, encucada, desajeitada, encurralada, pois um problema começava a se insinuar, lentamente, como uma serpente, como uma nuvem, como uma árvore da maldição: Se eles tivessem que sair juntos, como seria? Se ele tivesse que apresentá-la aos amigos, como seria? À família... E se alguém percebesse, em pleno shopping, que ela não era exatamente uma mulher, como seria? E se ela tivesse de apresentá-lo à suas tias, seria assim tão normal?
Essas eram as dúvidas que atormentavam a cabeça de Camilla e lhe tiravam o prazer de revê-lo durante a noite.
Mas ela também percebia (pois sou ariana pura) que algo nele também estava mudando. Que ele passou a se conter segurando-se para não dar vazão a seu desejo de literalmente assumi-la e mandar tudo para o inferno!
A semente da dúvida fora plantada nela, assim como nele.
E de repente eles eram Adão e Eva, em versão anos 2000, expulsos de seu paraíso particular. Pois se ela era obrigada a namorar escondido dentro de casa, com um homem que se ajoelhava a seus pés e lhe fazia juras de amor eterno, mas que não tinha coragem de ir com ela até a padaria da esquina, ele também deveria estar se amaldiçoando, com o coração dividido entre a razão e o coração.
Sim, pois existem entre os que amam as travestis pessoas sinceras, que não lhes fazem falsas promessas ou querem adestrá-las para satisfazerem seus caprichos, sem enxergarem seu lado pessoa...
Enfim, nesses quase 3 meses em que Camilla suportou ter de ver sua beleza toda relegada à um plano de sonho, visto que era impossível conciliar o preço de sua origem sexual a uma vida de dia a dia, e se ele já não aguentava mais a certeza de não ser corajoso o suficiente para pegar seu sonho pelas mãos e arrastá-lo consigo para a luz do dia, ela preferiu mandá-lo embora. Mandá-lo de volta para o universo que ele conhecia. Que era seguro para ele. Que haviam lhe ensinado ser assim.
Ele pediu mais um tempo, que ela se deu o direito de negar. Estava cansada. E as lágrimas dele não a fizeram mudar, pois ela sabia que ele não seguraria o tranco, que é para poucos, quase nenhum.
Alex Jungle! A Camilla dessa história sou eu.
A Camilla deusa.
A Camilla Alice.
A Camilla desenganada com a vida, que aprendeu de um modo cru que deve ser "Amada e Adorada" em segredo. No escuro da rua... No quarto do hotel barato... Que seu lugar é no reino do Faz de Conta, aonde deve-se estar sempre alegre! Sempre rir!
Mas se por muito tempo a Camilla exibia um olhar sem emoção alguma, um olhar de Medusa que congelava até quem a elogiava, é porque há coisas que não se esquecem, que não se explicam.
E foi ali, naquele ponto, que a Camilla, que antes fazia seus programas sem muitos questionamentos interiores e até por farra, pois não é que eu necessite tanto, percebeu que fazia o que o esquema de sua escolha queria, e não o que eu queria. Que eu já não era mais dona de meu nariz, da minha vida. Mesmo com toda a minha beleza. Mesmo com toda a educação que tive, minhas tias, o escambau.
E decidi virar poeira... Fazer o que "vim para fazer"... E se toda minha educação era vã, para que ser educada então?
Me isolei de tudo e todos. Mas fui mudando... entendendo... Aprendendo a gostar de mim mais um pouco, sacando que não importa como eu vivo. Atrás da cara linda na revista existe algo real, que eu não sou um sonho perfeito, mas que tem um fim, que minhas amigas de verdade e família conhecem e amam! E hoje posso dizer que é preferível sair com 100 homens por noite, que te tratem como um sonho por 1 hora - sempre com educação do que querer fazer parte da vida real de um deles. Porque quem está pagando sabe o que quer, só não sabe ao certo como chegar lá. Já aquele que te tira do eixo, acaba virando um problemão...
Quem é certo? Quem está errado? Quem aqui está se escondendo do que, e porque?
Alex! Contei essa história sem medo de ser vista como a Cinderela de 2004, mas com a certeza de que terá algum proveito. Precisava exorcizar esse demônio.
Não pensem porém alguns incautos que estou ainda derrotada e vencida, à mercê de qualquer tentativa de gozada de graça com a Camilla de Castro travestida de "namorico"!
Como creio que pode agora perceber, não sou nenhuma iludida!
Agradeço ainda a enorme quantidade de e-mails que recebi, além de inúmeras ligações, não só de clientes, mas de amigos também. Espero que esse relato seja usado para o bem, e que não se dê margem para comentários estúpidos.
Grata pela compreensão, 
Camilla de Castro"

Morte

Camilla de Castro faleceu no dia 26/07/2005, aos 26 anos, ao saltar nua do 7º andar de um prédio no centro de São Paulo.

Noticiado como suicídio, o caso chocou a comunidade transexual, uma vez que a jovem era sucesso na televisão, estava no auge da carreira, era considerada uma das mais belas travestis do país, e colocou em debate a difícil vida amorosa de uma travesti.

Fonte: Wikipédia e Facebook
#FamososQuePartiram #CamilladeCastro

Claudinho

CLÁUDIO RODRIGUES DE MATTOS
(26 anos)
Cantor e Compositor

☼ São Gonçalo, RJ (14/11/1975)
┼ Seropédica, RJ (13/07/2002)


Claudinho, nome artístico de Cláudio Rodrigues de Mattos foi um cantor e compositor brasileiro nascido em São Gonçalo, RJ, no dia 14/11/1975.

Cláudio Rodrigues de Mattos conheceu Claucirlei Jovêncio de Souza, o Buchecha, na infância em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. A dupla se tornou conhecida em 1995, com o "Rap do Salgueiro", que resultou em um contrato com a gravadora Universal Music.

O álbum "Claudinho & Buchecha", de 1996, vendeu mais de 1 milhão de cópias.

Em 1997, os cantores passaram uma noite presos, em Itajaí, Santa Catarina. Eles desistiram de fazer um show e foram acusados de estelionato. O próximo álbum, "A Forma", do mesmo ano, vendeu 1,2 milhão de cópias. Ainda em 1997, a dupla ganhou o prêmio de Artista Revelação, no Video Music Brasil, da MTV.

Processo

No dia 19/04/2011 a justiça de São Paulo condenou a concessionária Nova Dutra a indenizar a viúva de Claudinho em razão do que culminou em sua morte. O juiz Daniel Toscano, da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, estipulou uma indenização de R$ 13.460,39 pelos danos causados ao veículo, uma pensão mensal de R$ 2.051,23 até a autora completar 70 anos e R$ 500 mil pelo dano moral sofrido.

"Se somos obrigados a pagar pedágios semelhantes aos cobrados em países desenvolvidos, que sejamos contemplados, em contrapartida, com rodovias de países desenvolvidos. Consignando ainda que a ré administra a rodovia há mais de uma década, tendo tempo suficiente para erigir as obras protetivas."
(Juiz Daniel Toscano na decisão)

Morte

Claudinho morreu num acidente automobilístico na Rodovia Presidente Dutra, na descida da Serra das Araras, altura de Seropédica, Rio de Janeiro, no início da madrugada de sábado, 13/07/2002. O sepultamento ocorreu no domingo, 14/07/2002, no cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de janeiro, às 16h00.

O Golf placa LAZ-4665, em que Claudinho viajava, derrapou e bateu em uma árvore. Chovia muito na hora do acidente e Claudinho morreu na hora.

Ferido, Ivan Manzieli, que dirigia o veículo, foi levado em estado grave para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. O cantor e sua equipe de produção, que estavam numa van, voltavam de um show realizado em Lorena, SP. Parte da equipe decidiu parar em uma lanchonete, na estrada, para fazer um lanche e Claudinho decidiu seguir viagem com Ivan Manzieli.

O DJ Tralha, que dirigia o carro antes do acidente, resolveu ficar na lanchonete e continuar a viagem na van da equipe. Ele disse que encontrou o carro acidentado na estrada cerca de dez minutos depois. O cantor Buchecha foi levado para casa sob efeitos de sedativos.

Após a perícia no local do acidente, o corpo foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML) de Nova Iguaçu.

Discografia
  • 1996 - Claudinho & Buchecha
  • 1997 - A Forma
  • 1998 - Só Love
  • 1999 - Claudinho & Buchecha - Ao Vivo
  • 2000 - Destino
  • 2002 - Vamos Dançar

Fonte: Wikipédia

Sérgio Reoli

SÉRGIO REIS DE OLIVEIRA
(26 anos)
Baterista

☼ Guarulhos, SP (30/09/1969)
┼ Serra da Cantareira, SP (02/03/1996)

Sérgio Reoli foi um baterista brasileiro nascido em Guarulhos, SP, no dia 30/09/1969. Foi o baterista da banda Mamonas Assassinas.

Sérgio Reoli era o mais velho dos descendentes do grupo sertanejo Irmãos Oliveira. Ele era um dos maiores piadistas do grupo ouvia Red Hot Chilli Peppers, Rush, Barão Vermelho, Titãs e Os Paralamas do Sucesso.

Era irmão de Samuel Reoli, o baixista da banda. O nome Reoli vem das sílabas inicias de Reis Oliveira, sobrenome dos dois irmãos.

Morte

No dia 02/03/1996, enquanto voltavam de um show em Brasília, o jatinho Learjet em que viajavam, modelo 25D prefixo PT-LSD, chocou-se contra a Serra da Cantareira, numa tentativa de arremetida, matando todos que estavam no avião.

O sepultamento aconteceu no dia 04/03/1996 no cemitério Parque das Primaveras, em Guarulhos, SP, e foi acompanhado por mais de 65 mil fãs. Em algumas escolas, não houve aula por motivo de luto. O sepultamento também foi transmitido na televisão, com canais interrompendo sua programação normal.

O Acidente

A aeronave havia sido fretada com a finalidade de efetuar o transporte do grupo musical para um show no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e estava sob o comando do piloto Jorge Luiz Martins, 30 anos de idade, e do co-piloto Alberto Yoshiumi Takeda, 24 anos de idade.

No dia 01/03/1996, transportou esse grupo de Caxias do Sul, RS, para Piracicaba, SP, onde chegou às 15h45.

No dia 02/03/1996, com a mesma tripulação e 7 passageiros, decolou de Piracicaba, SP, às 07h10, com destino a Guarulhos, SP, onde pousou às 7h36. A tripulação permaneceu nas instalações do aeroporto, onde, às 11h02, apresentou um plano de voo para Brasília, DF, estimando a decolagem para as 15h00.

Após duas mensagens de atraso, decolaram às 16h41. O pouso em Brasília, ocorreu às 17h52. A decolagem de Brasília, de regresso a Guarulhos, ocorreu às 21h58. O voo, no nível Flight Level (FL) 410, transcorreu sem anormalidade. Na descida, cruzando o FL 230, a aeronave de prefixo PT-LSD chamou o Controle São Paulo, de quem passou a receber vetoração por radar para a aproximação final do procedimento Charlie 2, ILS da pista 09R do Aeroporto de Guarulhos (SBGR).

A aeronave apresentou tendência de deriva à esquerda, o que obrigou o Controle São Paulo (APP-SP) a determinar novas provas para possibilitar a interceptação do localizador (Final do procedimento). A interceptação ocorreu no bloqueio do marcador externo e fora dos parâmetros de uma aproximação estabilizada.

Sem estabilizar na aproximação final, a aeronave prosseguiu até atingir um ponto desviado lateralmente para a esquerda da pista, com velocidade de 205 nós a 800 pés acima do terreno, quando arremeteu. A arremetida foi executada em contato com a torre, tendo a aeronave informado que estava em condições visuais e em curva pela esquerda, para interceptar a perna do vento. A torre orientou a aeronave para informar ingressando na perna do vento no setor sul. A aeronave informou setor norte. Na perna do vento, a aeronave confirmou à Torre estar em condições visuais. Após algumas chamadas da Torre, a aeronave respondeu e foi orientada a retornar ao contato com o Controle São Paulo (APP-SP) para coordenação do seu tráfego com outros dois tráfegos em aproximação IFR.

O PT-LSD chamou o Controle São Paulo (APP-SP), o qual solicitou informar suas condições no setor. O PT-LSD confirmou estar visual no setor e solicitou "perna base alongando", sendo então orientado a manter a perna do vento, aguardando a passagem de outra aeronave em aproximação por instrumento. No prolongamento da perna do vento, no setor Norte, às 23h16, o PT-LSD chocou-se com obstáculos a 3.300 pés (1006 metros), no ponto de coordenadas 23º25'52"S 046º35'58"W. Em consequência do impacto, a aeronave foi destruída e todos os ocupantes faleceram no local.

O velório dos integrantes da banda Mamonas Assassinas ocorreu no ginásio Paschoal Thomeu, em Guarulhos, SP. Além dos cinco músicos, foram velados os corpos do segurança Sergio Saturnino Porto e o ajudante de palco Isaac Souto, que também morreram no acidente. Os caixões, perfilados, estavam lacrados, por causa da mutilação dos corpos, e cobertos por bandeiras do Brasil e de Guarulhos.
Conclusões Sobre o Acidente

Uma operação equivocada do piloto Jorge Luiz Martins é a versão do Departamento de Aviação Civil (DAC) para explicar o acidente com o jatinho que causou a morte dos cinco integrantes do grupo. A 10 km do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o piloto repetia, a pedido da torre de controle, o procedimento de aterrissagem. No entanto, em vez de fazer uma curva para a direita, onde fica a Rodovia Dutra, virou o avião para a esquerda, chocando-se com a Serra da Cantareira.

Mamonas e Os Aviões

Os Mamonas Assassinas sempre tiveram uma certa relação com aviões.


  • Quando adolescente, Samuel Reoli costumava desenhar aviões.
  • No final dos anos 80, Sérgio ReoliBento Hinoto e Samuel Reoli formaram a banda Ponte Aérea, que depois se tornaria Utopia.
  • Todos os integrantes do grupo moravam perto do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
  • No disco homônimo do grupo Mamonas Assassinas, há um agradecimento a Santos Dumont "Por ter inventado o avião, senão a gente ainda tava indo mixar o disco a pé!" (o disco foi gravado e produzido nos Estados Unidos).
  • Um trecho da música "1406" cita um avião: "Você não sabe como parte um coração / Ver seu filhinho chorando querendo ter um avião!".
  • Em um vídeo, Júlio Rasec e Dinho cantam a música "Donna", de Ritchie Valens. Durante uma entrevista ao Top 20 MTV, à época comandado pela apresentadora Cuca LazzarottoDinho afirmou que os Mamonas Assassinas não lançariam um segundo disco: "Vamos fazer um show no interior e nós vamos de monomotor, você já ouviu falar em La Bamba?".
  • Em algumas oportunidades o vocalista chegou a assumir o lugar do piloto durante as viagens do grupo. As brincadeiras com um possível acidente era constante, e diversas brincadeiras com a morte foram registradas.
  • Em uma entrevista dada em 1996, Sérgio Reoli disse: "O avião em que costumávamos viajar caiu em Brusque, Santa Catarina, em novembro. Morreram três pessoas. Falha humana. O cara que vendeu as camisetas da banda em Porto Seguro, Bahia, bateu com o carro depois do show e também embarcou".
  • No dia 02/03/1996, no próprio dia do acidente, Júlio Rasec disse a um amigo cabeleireiro que havia sonhando com um acidente de avião. O depoimento foi gravado e teve muita repercussão na época

Fonte: Wikipédia

Fred

FREDERICO DA COSTA PINHEIRO
(26 anos)
Jogador de Futebol

* Rio de Janeiro, RJ (12/07/1983)
+ Cabo Frio, RJ (08/05/2010)

Foi um jogador de futebol que atuava como volante.

Fred iniciou nas categorias de base do CFZ-RJ. Passou por Cabofriense, Paysandu, Duque de Caxias, Resende, Bangu, América-RJ e por último Mesquita.

Recebeu o apelido de Mr. Segundona pois conquistou o tricampeonato da Segunda Divisão Carioca, 2007 pelo Resende, 2008 pelo Bangu e 2009 pelo América.

Morte

Fred estava disputando uma partida entre o seu time o Mesquita e a Cabofriense, válida pela sexta rodada da Segunda Divisão do Campeonato Carioca de 2010 quando, aos 30 minutos do primeiro tempo, caiu subitamente no gramado do Estádio Alair Corrêa aonde acontecia a partida. O médico do Mesquita o atendeu imediatamente e o encaminho para o hospital, aonde Fred já chegou sem vida.

A partida que estava sendo disputada foi suspensa e remarcada pela federação, que decretou três dias de luto oficial.

Fonte: Wikipédia

Pedro Luís de Orléans e Bragança

PEDRO LUÍS MARIA JOSÉ MIGUEL GABRIEL RAFAEL GONZAGA DE ORLÉANS E BRAGANÇA E LIGNE
(26 anos)
Administrador de Empresas e Consultor Financeiro,
Príncipe do Brasil e Príncipe de Orléans e Bragança

☼ Rio de Janeiro, RJ (12/01/1983)
┼ Oceano Atlântico, (01/06/2009)

Dom Pedro era o filho mais velho de Dom Antônio João de Orléans e Bragança, príncipe do Brasil, e de Dona Christine de Ligne, princesa de Ligne, e descendente direto de Dona Isabel I, e do Conde d'Eu. Era o quarto na linha de sucessão ao trono do Brasil.

Juventude

Nasceu em 12/01/1983 no Rio de Janeiro, sendo seus tios mais velhos, Dom Luís e Dom Bertrand, celibatários, e após seus próprio pai, era esperado que Dom Pedro viesse a se tornar em seu devido momento o Chefe da Casa Imperial do Brasil e herdeiro da extinta coroa brasileira. Era descendente não apenas dos imperadores brasileiros, mas também dos demais monarcas europeus e colateralmente de Maurício de Nassau, famoso governante holandês do Nordeste brasileiro durante o período colonial.

Com apenas dez anos de idade, era visto ao lado do pai na campanha pela restauração da monarquia durante o Plebiscito de 1993. Os próprios Dom Luís e Dom Bertrand reconheciam que Dom Pedro seria uma melhor opção como futuro imperador caso a opção pela monarquia fosse a mais votada pelos brasileiros, o que acabou não ocorrendo. 6.840.551 brasileiros, ou 13% dos votos válidos, votaram a favor da Monarquia Parlamentarista.

Sendo membro do "Ramo de Vassouras", não tinha direito aos proveitos do Laudêmio de Petrópolis, ao contrário de outro ramo de descendentes da Princesa Isabel que não fazem parte da Família Imperial, e vivia confortavelmente, mas "sem grandes luxos". Não possuía carro e andava de ônibus para se locomover pelo Rio de Janeiro. A respeito de sua condição como príncipe de um trono há muito extinto e da responsabilidade inerente afirmou:

"A gente carrega esse fardo e precisa dar exemplo."

A partir de 1999 tornou-se presidente de honra da Juventude Monárquica e detinha para si os títulos de Grã-Cruz das Imperiais Ordens de Pedro Primeiro e da Rosa.

Pedro Luiz com sua tia Dona Maria Thereza
Vida Adulta

Pedro formou-se em administração de empresas pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) no Rio de Janeiro e realizou uma pós-graduação em economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Desde 2005, vivia no Luxemburgo, onde trabalhava no Banco Paribas, um dos maiores bancos da Europa, e realizava consultoria financeira em algumas empresas. Também buscava encontrar uma potencial noiva que fizesse parte da realeza, visto que era obrigado a tanto por ser príncipe brasileiro e futuro Chefe da Casa Imperial do Brasil. A respeito de sua vida, declarou em entrevista:

"É normal. Somos cidadãos como os outros, temos que trabalhar para viver."

Era considerado pela maior parte dos monarquistas brasileiros como depositante de "todas as suas esperanças e aspirações" graças ao "vigor da juventude e a seriedade de seu caráter". A seu respeito, Dom Duarte, Duque de Bragança e herdeiro da extinta coroa portuguesa, afirmou:

"É uma pessoa muito inteligente. Tenho as melhores referências dele."

Acidente Aéreo

O príncipe estava retornando para Luxemburgo, onde morava, após visitar a família no Rio de Janeiro, quando desapareceu no acidente aéreo do voo Air France 447, no dia 31/05/2009. Dias mais tarde, seu corpo foi recolhido do mar pela Marinha do Brasil e sua identidade confirmada pelo IML de Recife.

Foi sepultado em 06/07/2009, no jazigo da família, no município de Vassouras, onde também está sepultado seu avô, Dom Pedro Henrique de Orléans e Bragança, ex-chefe da casa imperial do Brasil.

Devido a sua morte, seu irmão Rafael Antônio Maria de Orléans e Bragança o sucede na linhagem dinástica brasileira, visto este ser o quinto membro da linhagem imperial.

Fonte: Wikipédia

Noel Rosa

NOEL DE MEDEIROS ROSA
(26 anos)
Cantor, Compositor, Violonista e Bandolinista

* Rio de Janeiro, RJ (11/12/1910)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/05/1937)

Noel Rosa nasceu de um parto muito difícil para sua mãe, em que o uso do fórceps pelo médico causou-lhe um afundamento da mandíbula que o marcou pela vida toda. Criado no bairro carioca de Vila Isabel, primeiro filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros RosaNoel Rosa era de família de classe média, tendo estudado no tradicional Colégio São Bento.

Adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música - e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja.

Noel Rosa foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás, ao lado de Braguinha (João de Barro), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.


Em 1929, Noel Rosa arriscou as suas primeiras composições, "Minha Viola" e "Toada do Céu", ambas gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de "Com Que Roupa?", um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Essa música ele se inspirou quando ia sair com os amigos, a mãe não deixou e escondeu suas roupas, ele, com pressa perguntou: "Com que roupa eu vou?".

Noel Rosa revelou-se um talentoso cronista do cotidiano, com uma sequência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica. Orestes Barbosa, exímio poeta da canção, seu parceiro em Positivismo, o considerava o "Rei das Letras".

Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida.

Noel Rosa não era bonito. O corpo franzino e o queixo afundado durante o parto à base de fórceps não ofereciam nenhum atrativo para os olhares femininos. O jeito, então, era compensar a falta de dotes físicos com a sedução das palavras. E assim, o "Poeta da Vila" se transformou em um grande sedutor. Lançava a sua lábia nos cabarés da Lapa ou nos botequins de Vila Isabel para colecionar namoradas em meio à boemia.

Ele conquistou, por exemplo, a extrovertida Fina e a tímida Clara praticamente ao mesmo tempo e não abriu mão de nenhuma delas. Fina trabalhava como operária numa fábrica de tecidos de Vila Isabel e foi presenteada com um dos clássicos de Noel Rosa: "Três Apitos"

"Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você...
Mas você não sabe
Que enquanto você faz pano
Faço junto ao piano
Estes versos pra você..."

A atriz e diretora de teatro Cybele Giannini é autora de um musical em homenagem a Noel Rosa. Ao mergulhar na pesquisa sobre a vida e a obra do poeta, Cybele Giannini também não resistiu aos seus encantos. Ela tenta explicar esse fascínio que Noel Rosa despertava nas mulheres:

"Ele era inteligente, uma pessoa simpática, carismático. Ele fazia samba como quem toma água, então, ele fazia música para uma, fazia música para outra, cantava. Quando elas reclamavam porque ele demorava para chegar, porque isso e aquilo, ele acabava dizendo que elas tinham razão e elas acabavam sem reação. E elas não podiam falar mais nada porque ele vinha com toda aquela lábia: 'você está certa, desculpas, eu não vou fazer mais'. Ele conquistava mesmo. Eu sou apaixonada pelo Noel desde mocinha. Eu digo sempre que, se ele fosse vivo, eu seria mais uma na rede dele."
Lindaura e Noel Rosa

Mas de tanto se engraçar com as beldades de Vila Isabel, Noel Rosa acabou arrumando encrenca. O namoro com Lindaura, funcionária de uma lavanderia do bairro, foi parar na delegacia. A moça tinha 17 anos. A mãe dela não gostou de saber das escapulidas da filha com o compositor boêmio e acusou Noel Rosa de sedução de menor. Debaixo de muita pressão, não houve outra escolha para ele senão se casar com Lindaura à força no ano de 1934.

Porém, a grande musa inspiradora da curta vida do poeta era Juracy, uma dançarina de cabaré da Lapa. Mais conhecida como Ceci, ela arrebatou o coração de Noel Rosa e ganhou várias músicas de presente, como, por exemplo, "Vejo Amanhecer", "Pra Que Mentir", "Último Desejo" e "Dama do Cabaré".

Ceci teve outros namorados durante o romance com Noel Rosa. Inclusive, manteve um caso com o também cantor e compositor Mário Lago. O jornalista João Máximo chegou a entrevistá-la para escrever a biografia de Noel Rosa e sustenta que o "Poeta da Vila" foi, de fato, o grande amor da "Dama do Cabaré".

Juracy 'Ceci', aos 16 anos

"Ceci era uma pessoa adorável. É preciso que a gente entenda o que era ser, em 1934, uma dançarina de cabaré. Ela não era uma prostituta que estava ali para vender amor. A dançarina de cabaré estava ali para agradar o cliente dançando e o fazendo consumir. O cabaré tinha regras fixas, não havia nenhuma semelhança com pensão de mulheres, com zona, com rendez-vous ou coisa parecida. Lá dentro, nenhum tipo de contato mais íntimo era possível nem permitido. Mas, se depois dali você quisesse sair com a moça para algum lugar, isso, evidentemente, o chefão do cabaré não proibia. A Ceci era esse tipo de moça, que namorava eventualmente um cliente ou outro."

Noel Rosa também foi protagonista de uma curiosa polêmica travada através de canções com seu rival Wilson Batista. Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel Rosa como "Feitiço da Vila" e "Palpite Infeliz".

Esta rivalidade é um fato marcante presente em todos os livros, filmes e peças teatrais sobre Noel Rosa. Essa briga, em forma de música, que ele teve com o sambista Wilson Batista, outro boêmio e assíduo frequentador dos cabarés da Lapa, onde fazia uma espécie de apologia à malandragem.


Apesar de alguns de seus melhores amigos serem malandros e desocupados, Noel Rosa ficou incomodado especialmente com uma música de Wilson Batista: "Lenço no Pescoço".

Meu chapéu do lado, tamanco arrastando
Lenço no pescoço, navalha no bolso
Eu passo gingando, provoco e desafio
Eu tenho orgulho em ser tão vadio...

Era 1934 e Noel Rosa iniciou a polêmica ao responder Wilson Batista com a música "Rapaz Folgado".

Deixa de arrastar o teu tamanco
Pois tamanco nunca foi sandália
E tira do pescoço o lenço branco
Compra sapato e gravata
Joga fora esta navalha que te atrapalha...

Wilson Batista decidiu comprar a briga e, no mesmo ano, fez "Conversa Fiada" e "Mocinho da Vila". Nessas músicas, Wilson Batista chama Noel Rosa de "otário" e o aconselha a deixar os malandros em paz. Ele também questiona os versos de "Feitiço da Vila" ao afirmar que o bairro de Vila Isabel não tinha tradição no samba.

Foi aí que, em 1935, o "Poeta da Vila" tentou encerrar a polêmica com uma obra-prima: "Palpite Infeliz".

Quem é você que não sabe o que diz?
Meu Deus do céu, que palpite infeliz!
Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira,
Oswaldo Cruz e Matriz
Que sempre souberam muito bem
Que a Vila Não quer abafar ninguém,
Só quer mostrar que faz samba também...

No entanto, Wilson Batista resolveu pegar pesado, mexendo com o defeito físico no rosto que tanto incomodava Noel Rosa. A música intitulada "Frankenstein da Vila".

Boa impressão nunca se tem
quando se encontra um certo alguém
que até parece um Frankenstein
Mas, como diz o rifão:
por uma cara feia perde-se um bom coração
Entre os feios, és o primeiro da fila
todos o reconhecem lá na Vila
Essa indireta é contigo
e depois não diga que eu não sei o que digo
Sou teu amigo


Noel Rosa ficou envergonhado de ser chamado publicamente de feio e ser comparado a Frankenstein. Ele se retraiu por alguns dias, mas logo se recuperou do golpe. Para encerrar a briga definitivamente, ele aproveitou a melodia de um samba recente de Wilson Batista, chamado "Terra de Cego", e compôs a música "Deixa de Ser Convencida", única parceria assinada pelos dois brigões, que, no entanto, não chegou a fazer muito sucesso.

Esquecido o rico duelo musical com Wilson Batista, Noel Rosa apontou a sua veia criativa para os outros temas que o circundavam na década de 1930.

Noel Rosa passou os anos seguintes travando uma batalha contra a tuberculose. A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre voltava para o samba, a bebida e o cigarro, nas noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes.

Mudou-se com a esposa para Belo Horizonte, lá, Lindaura engravidou, mas sofreu um aborto, e não pôde mais ter filhos, por isso Noel Rosa não foi pai.

Da capital mineira, escreveu ao seu médico, Drº Graça Melo:

Já apresento melhoras pois levanto muito cedo,
e deitar às nove horas para mim é um brinquedo.
A injeção me tortura e muito medo me mete,
mas minha temperatura não passa de trinta e sete!
Creio que fiz muito mal em desprezar o cigarro,
pois não há material para o exame de escarro!

Trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais, recaindo sempre na boêmia.

De volta ao Rio de Janeiro, jurou estar curado.

Noel Rosa morreu subitamente em consequência de um Colapso Cardíaco, quando na rua Theodoro da Silva nº 382, o compositor encontrava-se em companhia de sua progenitora, esposa e alguns amigos palestrando recostado no leito, já tuberculoso. Deixou Lindaura viúva e não foi pai de nenhum filho. Lindaura e dona Martha cuidaram dele até o fim.

Fonte: WikipédiaCâmara dos Deputados (Notícias - Rádio)