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Daniel Azulay

DANIEL AZULAY
(72 anos)
Artista Plástico, Desenhista, Cartunista, Compositor, Educador, Apresentador de Televisão e Escritor

☼ Rio de Janeiro, RJ (30/05/1947)
┼ Rio de Janeiro, RJ (27/03/2020)

Daniel Azulay foi um artista plástico, educador com vasta e diversificada atuação na Imprensa e na televisão como desenhista, compositor, autor de livros infantojuvenis e videogames interativos, criador da Turma do Lambe-Lambe, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 30/05/1947.

Em 1968, criou a tira de jornal "Capitão Cipó", publicada no jornal Correio da Manhã.

Desenhista autodidata, Daniel Azulay formou-se em direito pela Universidade Cândido Mendes em 1969.

Daniel Azulay foi um dos criadores da vinheta de abertura do Jornal Nacional de 1972-1974. No final dos anos 70 apresentou um dos quadros do programa infantil "Pirlimpimpim", que era transmitido pelas emissoras educativas como a TV Cultura e a TVE. Entre outros, também fazia parte do programa, com bastante popularidade, o quadro "Mãos Mágicas".

Em 1975, lançou a "Turma do Lambe-Lambe", sendo precursor em 1976 apresentando durante dez anos seguidos, programas de televisão educativos e inteligentes para o público infantil.


Premiado na Grécia, em 1975, na exposição internacional de caricaturas em Atenas com sua charge contra o autoritarismo e o fascismo, charge esta, que só foi publicada no Brasil 10 anos depois em um livro do professor Darcy Ribeiro "Aos Trancos e Barrancos" (Capítulo - O Golpe de 64), devido a força da representação contra todo tipo de opressão, sua publicação foi impedida na época pelo então governo militar.

A "Turma do Lambe-Lambe" era formada por um grupo de personagens infantis criado por Daniel Azulay: o sábio Professor Pirajá; a galinha cozinheira, Xicória; a sonhadora Ritinha; o tagarela e o grande mágico Pipa; o tímido Piparote; a arteira Damiana; o malabarista Tristinho e a vaquinha vaidosa e metida a cantora, Gilda.

Entre os quadros que encantavam a garotada estava o que ensinava a desenhar e a fazer dobraduras (Origami), e confecção de brinquedos feitos com materiais reciclados, sendo o pioneiro neste tipo de trabalho, incentivando a imaginação infantil e se preocupando também com a reciclagem destes materiais para a preservação da nossa natureza.


Muitos artistas se apresentaram no programa como Barão Vermelho, Roupa Nova, Olívia Hime e Moraes Moreira. No encerramento do programa, Daniel Azulay se despedia da criançada dizendo: "Fiu, algodão doce pra vocês!".

Daniel Azulay influenciou de forma construtiva a geração dos anos 1980 que aprendeu com ele a desenhar, construir brinquedos com a sucata doméstica, e a importância da reciclagem e sustentabilidade em defesa do meio ambiente.

Isso tudo resultou em sucesso para a "Turma do Lambe-Lambe" na forma de livros, produtos licenciados, shows de teatro e discos musicais, e para Daniel Azulay, que acumulou prêmios nacionais e internacionais.

Com suas roupas de moleque traquina, sorriso simpático e voz aguda, Daniel Azulay era o meninão que agradava aos pais e cativava a meninada como se fosse o amigo mais velho dos pequenos.

No início dos anos 1980, foi para a TV Bandeirantes e continuou até 1992 divertindo as crianças em esquetes que incluíam atores vestidos como os personagens.


As revistas em quadrinhos foram publicadas no Brasil pela editora Abril, entre 1982 a 1984. Foram 20 edições. É interessante notar que, como não era Daniel Azulay quem desenhava as HQs do gibi - em todas as 20 edições lançadas - e a equipe do Estúdio de Quadrinhos da Editora Abril assumira a arte, alguns personagens coadjuvantes se pareciam com os figurantes que costumavam fazer pontas nas histórias da Disney produzidas no Brasil.

O humor ingênuo das HQs, bem ao gosto de seu público-alvo, certamente não despertava o interesse dos adultos, na época. No entanto, passados quase 30 anos de sua chegada às bancas, ganhou um gosto de saudade capaz de fazer qualquer marmanjo escancarar um largo sorriso de reverência aos bons tempos de infância.

Dedicou-se ainda a produção independente de televisão e de home-vídeos para toda América Latina. Sua versão da estória de Chapeuzinho Vermelho, foi exibido no Disney Channel de Miami e foi presenteado pelo próprio Daniel Azulay à princesa Anne da Inglaterra em 1987.


Daniel Azulay viajou pelo oriente médio e teve os seus cartuns publicados nos Estados Unidos, sendo o primeiro artista brasileiro admitido no National Cartoonists Society. Convidado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, desenhou selos, carimbos e aerogramas de Natal, divulgando a imagem do Brasil no exterior, ilustrou a produção gráfica e artística para os congressos da American Society Of Travel Agents (ASTA) realizados pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR).

Personalidade do Ano Internacional da Criança, foi convidado pelo governo americano para representar o Brasil no International Symposium Of Books And Broadcasting For Children. Promoveu o Prêmio de Literatura Infantil na Dinamarca sendo ainda recebido pelas crianças dinamarquesas que traziam a bandeira brasileira na Legoland em Billund.

Em 2000, recebeu o prêmio Voluntário do Ano, na categoria artista.

"Sempre encarei meu trabalho de forma lúdica e solidária para com os menos favorecidos: os que não têm o que comer, os que não sabem o que é auto-estima e perderam a fé na vida. Recuperar o interesse dessas pessoas para uma atividade construtiva e de capacitação profissional através da arte é mais do que gratificante!"
(Disse Daniel Azulay na época do prêmio)


O esforço que realizava com um programa dedicado às crianças, era complementado com o trabalho voluntário que prestava para as Aldeias SOS, instituição que assiste a população carente no Brasil e no exterior.

Daniel Azulay também realizou trabalhos e campanhas sociais para a United Nations Children's Fund (UNICEF); Campanha Ação Contra a Fome (Betinho IBase); McDonald`s (McDia Feliz); Movimento Sorrio; Fundação S. Martinho; Hospital Miguel Couto; Hemorio; Hospital do Câncer/ INCA e Instituto Padre Severino.

Desenvolveu seu projeto de Oficina de Desenho e se lançou na produção de micros e vídeo-games em um evento pioneiro na América Latina. Como pintor realizou exposições com obras adquiridas por vários colecionadores e empresas.

O trabalho de Daniel Azulay teve como prioridade o incentivo da criatividade das nossas crianças, a eterna preocupação com a preservação da natureza e o sonho de patriotismo com a criação de personagens genuinamente brasileiros. Consolidou a expansão de várias unidades do curso no Rio de Janeiro da sua Oficina de Desenho Daniel Azulay.


A Oficina de Desenho Daniel Azulay procura incentivar a expressão criativa através da arte de desenhar. O método desenvolvido por Daniel Azulay busca motivar os alunos, utilizando um espaço bonito, alegre e colorido, especialmente criado com esse objetivo.

Durante as aulas, as crianças embarcam numa viagem de aventura, passando por vários cenários que acendem a imaginação, de forma espontânea. Segundo Daniel Azulay, a assimilação dos temas estimula o processo de criação através do Alfabeto Visual (Trabalhado no 1º ano do curso).

Trabalhando de forma lúdica e passo a passo, a auto-confiança e a criatividade dos alunos vão sendo desenvolvidas, bem como as noções de disciplina, responsabilidade e pontualidade.


Utilizando gravações em vídeo, Daniel Azulay apresentava os temas de cada lição. Presente na sala de aula, por sua vez, a Amiga Desenhista (Facilitadora) orientava, desenhava, estimulava, esclarecia dúvidas e brincava com as crianças. Ela as ensinava também a utilizar corretamente os exclusivos Banco de Idéias e Folha do Jardineiro.

Oficina de Desenho Daniel Azulay procurava motivar através da diversão e tinha como objetivo desenvolver os lados criativo, cognitivo, psíquico, emocional, motor e cultural dos alunos.

Em 2009, ensinou desenho em vídeos para o site UOL, fez especiais pro Canal Futura e chegou a participar da TV Rá-Tim-Bum.

Em 2013, lançou o site Diboo (www.diboo.com.br), um curso de desenho online para crianças.

Daniel Azulay e a Turma do Lambe-Lambe na TVE do Rio
Personagens da Turma do Lambe-Lambe

  • Damiana: Muito alegre, intrometida e arteira. Especialista em provocar confusões, está sempre inventando uma maneira diferente de fazer as coisas. É capaz de fazer o impossível para ajudar os outros.
  • Pita: Alegre, vivo e tagarela. Quer ser um grande mágico, mas não tem o menor jeito. Adora meter o nariz onde não é chamado, por essa razão vive se metendo em confusões.
  • Gilda: Vaidosa e sentimental, é a cantora da Turma do Lambe- Lambe cujo talento exercita nos seus banhos de banheira. Como dona de casa é muito desastrada e péssima cozinheira. Compra tudo o que vê nos anúncios de televisão e adora andar na moda, sem se dar conta da cafonice de suas roupas esquisitas.
  • Piparote: O mais tímido da turma. Sonha em ser um domador de leões, mas tem pavor de cachorros. Pita é o seu grande companheiro de travessuras.
  • Prof. Pirajá: O sábio que conhece diversas ciências e a linguagem dos animais. Habilidoso engenheiro, transformou uma árvore da Floresta Amazônica em seu refúgio particular, e num laboratório de pesquisas científicas. É também defensor da Ecologia.
  • Ritinha: Tem sonhos de ter um negócio próprio. Vive dando asas a sua imaginação de empresária e comerciante. Muito gulosa, adora sorvetes, doces, etc…
  • Tristinho: Malabarista do Circo Lambe-Lambe. O astro do picadeiro, é trapezista, tratador de animais, equilibrista e grande companheiro de todos na turma.
  • Xicória: Uma galinha simpática e ótima cozinheira. Mora na árvore do Prof. Pirajá, onde é sua secretária, servindo, às vezes, de cobaia em suas pesquisas.


Morte

Daniel Azulay faleceu na tarde de sexta-feira, 27/03/2020, aos 72 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima no Coronavírus. Daniel Azulay estava internado havia duas semanas no CTI da Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele lutava contra uma leucemia e estava internada tratando da mesma quando contraiu o Covid-19. 

Exposições e Eventos Internacionais

  • 1968 - Montreal Exhibition, Canadá;
  • 1969 - 33° Salon International d’Humoristes - Bruxelas, Bélgica;
  • 1970 - Recebeu menção honrosa em exposição no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ) com seus primeiros trabalhos gráficos em caleidoscópios de acrílico no Salão da Bússola;
  • 1970 - Participou de exibição no Salone lnternazionale dei Comics - Lucca, Itália;
  • 1973 - Produziu o álbum "Jerusalém/Desenhos de Humor", resultado de sua viagem a Israel;
  • 1974 - Expôs desenhos de Jerusalém na Galeria lpanema, no Rio de Janeiro e no Gabinete de Artes Gráficas em São Paulo;
  • 1975 - Agraciado com o 1º lugar na lnternational Cartoon Exhibition Athens - Atenas, Grécia e teve seu desenho publicado na capa do catálogo da exposição;
  • 1977 - Produziu cartões, aerogramas e selos comemorativos para os Correios;
  • 1977 - Ilustrou cartazes do Congresso da ASIA realizados pela Embratur;
  • 1979 - Representou o Brasil, a convite dos Estados Unidos no lnternational Symposium Of Books And Broadcasting for Chilldren;
  • 1989 - Exposição organizada pelo Consulado Britânico no Hotel Rio Palace, no Rio de Janeiro. A exposição contou com a presença da Princesa Anne.

#FamososQuePartiram #DanielAzulay

Robertino Braga

ROBERTINO BRAGA
(83 anos)
Relojoeiro

* (27/03/1896)
+ (27/01/1980)

Robertino Braga foi responsável pela primeira apresentação de Roberto Carlos na Rádio Nacional. O pai de Zunga viajava muito, para comprar peças para relógios, já que era relojoeiro. Durante uma dessas viagens ao Rio de Janeiro, ele levou Roberto Carlos com ele. O futuro cantor ficou maravilhado com os estúdios da Rádio Nacional.

Ainda nos anos 50, ele levou o filho em outra viagem ao Rio de Janeiro, onde Zunga se apresentou, no programa "Papel Carbono", de Renato Murce, que lançou gente como Ângela Maria e Luiz Gonzaga. Além disso, foi Robertino Braga quem presenteou Roberto Carlos com o seu primeiro violão. Ele sempre dizia que andava com a foto de Roberto Carlos na carteira, e chegou a participar do programa "Jovem Guarda", apenas sorrindo, ao lado do filho, com o qual adorava pescar.

Roberto Carlos não poupou homenagens a seu pai Robertino Braga. Ele sempre disse que seu pai o incentivava a crescer na vida, e mostrava o verdadeiro valor do trabalho. Era um homem muito brincalhão e adorava contar histórias. E em 1979, um ano depois da homenagem à mãe, através da música "Lady Laura", Roberto Carlos compôs em parceria com o amigo Erasmo Carlos, a canção "Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo".

Com letra extremamente comovente, a música é capaz de comover qualquer um que a escute. E comoveu seu Robertino Braga, que, um mês depois de ter ouvido a música pela primeira vez, faleceu, em decorrência de um Enfisema Pulmonar, complicado por problemas cardíacos.

"Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo" foi lançada em dezembro de 1979, no disco "Roberto Carlos 1979".

Na tarde de 27/01/1980, Robertino Braga, que estava internado havia alguns dias no Centro Médico Bambina, em Botafogo, Rio de Janeiro, faleceu, aos 83 anos. Roberto Carlos recebeu a notícia da morte pelo rádio de seu iate, Lady Laura II, onde estava relaxando. Ele desembarcou, e correu para o hospital.

O país inteiro sofreu com Roberto Carlos. No enterro, no Cemitério São João Batista, Zona Sul do Rio de Janeiro, ele nem conseguiu acompanhar o caixão, por causa da grande quantidade de fãs que estava no local.

Robertino Braga é hoje o nome de uma rua em Cachoeiro de Itapemirim.

Em 1971, seu Robertino Braga participou de uma reportagem especial sobre o filho, na revista "Cartaz Especial", onde falou sobre várias coisas até então desconhecidas dos fãs de seu filho.

O pai de Roberto Carlos era um homem muito alegre, estava sempre sorrindo. A maior parte de seu tempo ele passava em São Paulo, na casa de Norma, sua filha. Adorava fazer compras no mercado, assistir à televisão e jogar cartas. Baralhos ele tinha aos montes: uma das primeiras preocupações de Roberto Carlos quando viajava era comprar um de presente. E ele tinha baralhos de quase todos os lugares do mundo.

Sua vida era muito pacata e os únicos passeios que dava eram com as netas, filhas de Norma. Falava muito e empolgava-se com facilidade, principalmente quando o assunto era Roberto Carlos. Os programas sofisticados de Robertino Braga aconteciam somente quando o filho fazia temporadas.

Uma das coisas que contava com mais orgulho era a história do primeiro violão de Roberto Carlos, dado por ele:

- Saímos um dia e, no Largo da Carioca, entramos numa loja de instrumentos musicais e compramos o violão mais caro. Zunga tinha 17 anos e um ouvido muito especial. Deu um trabalhão, porque experimentou todos os violões, até escolher aquele que queria. Foi com esse violão que compôs seus primeiros sucessos. Hoje ele está rachado, mas mesmo assim, quando Roberto visita a mãe, de vez em quando dedilha um pouquinho.

- Desde pequeno, gostava de música, mais estudar, que é bom, nada. Vivia fazendo travessuras. Eu quase não o via, mas à noite, quando chegava em casa, tinha um relatório de suas artes.

- Ele levava a bicicleta do irmão para o alto de um barranco e eu falava pra Laura: o dia que o Roberto cair, o pé vai fazer as vezes do joelho. E foi dito e feito. Também era fácil adivinhar: ele era pequenininho e o pé não alcançava os pedais.

- Ele sempre foi apaixonado por doce. De vez em quando sumia e nós ficávamos malucos de procurar, até que voltava pra casa com cara de anjinho. Mas um dia o mistério foi desvendado: ele tinha um amiguinho lá perto, cuja mãe adorava fazer doces. Depois, quando ele sumia, nem nos preocupávamos mais: era só ir até a casa do menino para encontrar o Roberto se empanturrando.

- Depois começou a ficar mais independente e, com oito anos, já saia para pescar com o Edinho e Francisco, seus amiguinhos. Uma vez, junto com o Edinho, comprou umas tábuas numa serraria perto de casa e fez um bote. Mas quando o colocaram no Rio Itapemirim, o bote encheu d'água e afundou. Acho que foi uma das maiores caras de decepção que vi nele.

- Quando Roberto errava, eu era muito severo com ele. Dava broncas, me esquentava. Mas Laura sempre o salvava de levar umas palmadinhas. Roberto sempre gostou de carros. Fazia aqueles carrinhos formados por uma tábua, 4 rodinhas e uma espécie de volante. Saia correndo pelas ruas que não eram calçadas e chegava em casa todo sujo de terra.

- A fisionomia de Roberto mudou muito. Ele tinha o rosto mais redondo, gordinho, e era um moreno muito bonito. Agora ele não está tão bonito assim. Também pudera, essa mania de regime, não sei pra quê, que ele tem hoje, abate qualquer um.

- Mas o regime vai embora quando ele vê gelatina. E capaz de comer uma tigela toda, do tanto que gosta.

- Desde cedo aprendeu a assobiar. Foi o primeiro instrumento que ele tocou. Mas depois começou a aprender violino, violão e bongô, além dos 4 anos de piano.

Hoje, seu Robertino está aposentado. E não tem vergonha de dizer que Roberto Carlos lhe dá uma mesada da três mil cruzeiros.

- Eu não pedi nada. Mas Roberto, desde que começou a ganhar dinheiro, não quis que eu trabalhasse mais. Mas não é só a mim que ajuda todos os parentes mais chegados recebem alguma coisa dele. E esse coração mole já o fez ser muito explorado: no princípio, quando ainda não sabia direito o valor do dinheiro, várias pessoas aproximaram-se dele para tentar levar alguma coisa.

E conseguiram. E isso não era difícil: bastava ter ou não capacidade de comovê-lo. Isso, sem falar nos parentes que apareciam, como que por encanto, gente de quem nunca tínhamos ouvido falar. Pediam casa, carro e até uma chatice para serem artistas de cinema.

- A fase mais violenta foi a da Jovem Guarda Agora, o número diminuiu muito. Mas de vez em quando temos o prazer de conhecer gente nova da família. E como a nossa é grande...

- Lá no Rio, até hoje Laura não tem sossego. Todos os dias, muitas pessoas batem na porta para pedir coisas. Ela nem atende mais e faz de conta que não está...

Fonte: Blog Roberto Carlos Braga e RC Braga Flogão

Piolim

ABELARDO PINTO
(76 anos)
Palhaço

* Ribeirão Preto, SP (27/03/1897)
+ São Paulo, SP (04/09/1973)

Seu pai Galdino Pinto, circense brasileiro, nasceu no interior do estado de São Paulo, de pais fazendeiros. Estudou na cidade de Rezende no Rio de Janeiro, e foi nesta cidade, durante um espetáculo circense que assistiu, que se apaixonou por uma atriz. O resultado é que acabou por ir embora com o circo, tornando-se mais tarde ele próprio um homem de circo. Tornou-se proprietário do Circo Americano, onde teve início sua dinastia.

A dinastia Galdino Pinto tem como seu membro mais ilustre seu filho Abelardo Pinto, o famoso Palhaço Piolim. Nasceu em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo em 27 de março de 1897.

Abelardo Pinto viveu sua infância dentro do circo, envolvido nas mais diferentes atividades. Seu treinamento teve início desde muito cedo, e aprendeu as modalidades de ciclista, saltador, casaca de ferro, acrobata e contorcionista, tendo se destacado nesta última enquanto criança. Aos oitos anos de idade apresentava-se no circo de seu pai como "o menor contorcionista do mundo". Mesmo obtendo sucesso, o menino Abelardo não gostava de suas exibições, como revela mais tarde em seu depoimento ao Museu da Imagem e do Som: "Com oito anos fazia um contorcionismo primário, que só criança pode fazer".

Em entrevista dada ao Jornal Folha de São Paulo em 1957, diz:

"Não fui como os outros meninos, que entravam no circo por baixo do pano. Nasci dentro dele e levava uma vida que causava inveja aos outros garotos. Eu, do meu lado, tinha inveja deles. Eles tinham uma casa, tinham seus brinquedos comuns e podiam ir diariamente à escola. Eu começava a freqüentar um colégio e o circo se transferia. Lá ficava eu sem escola".

Revela ainda ao mesmo jornal que seu sonho era ser engenheiro, queria construir casas, pontes, estradas e castelos. Construiu apenas castelos de sonhos de muita gente. "Sou, de qualquer maneira, um engenheiro e estou feliz com isso".

O circo Americano estava sem seu principal numero: o palhaço havia ido embora. Então. O Sr. Galdino Pinto foi a São Paulo com o intuito de tentar conseguir um substituto. O filho Abelardo, diante dessa situação, resolveu assumir a profissão de palhaço e sobre essa decisão revela mais tarde – "Pensei: se ele fez, eu também posso fazer palhaçadas".

A partir deste momento, o Circo Americano adquire um artista que seria, mais tarde, aclamado como "O Imperador do Riso".

O "Palhaço Piolim" – apelido dado por uns artistas espanhóis que, ao verem o pequeno trabalhador Abelardo, diziam que ele parecia um "piolim" (barbante muito fino) – surgiu em 1918. Uma outra versão da história, contada pelo Jornal Folha de São Paulo, diz que o apelido foi devido a um favor que Abelardo fez ao um cômico e músico violinista espanhol que se apresentou com ele em um espetáculo beneficente da Cruz Vermelha: a corda do violino do espanhol quebrou-se em cena e Abelardo correu para o camarim e trocou a corda quebrada, substituindo-a por uma de seu próprio violino.

O dia de seu nascimento foi escolhido para a data comemorativa do Dia do Circo no Brasil. Foi pai da atriz Ana Ariel, falecida em 2004.

Fonte: http://www.iar.unicamp.br/docentes/luizmonteiro/piolim.htm e Wikipédia

Borges de Barros

FILETO BORGES DE BARROS
(87 anos)
Humorista e Dublador

* Corumbá, MS (27/03/1920)
+ São Paulo, SP (12/12/2007)

Filho do alfaiate Leobino Borges de Barros, que morreu quando Borges de Barros nasceu, e Teresa de Jesus Lívio. Ele e seus cinco irmãos foram criados pela mãe e tiveram uma infância pobre. De Corumbá mudaram-se para Campo Grande, e Borges de Barros estudou em colégio de padres, tendo no padre João Crippa o seu guia espiritual.

Aos doze anos ele já era professor de catecismo e nunca pensou em ser artista. Depois, já em São Paulo, estudou no Instituto de Ciências e Letras, de Alfredo Pucca, e conheceu vários garotos que estavam se encaminhando para o rádio.

Borges de Barros, porém, foi trabalhar como guarda-livros, pois precisava ajudar no sustento da casa. Apesar das dificuldades, conseguia dar conta sozinho de tudo. Foi convidado para participar de uma festividade de fim de ano do Instituto de Ciências e Letras, e perceberam que ele tinha talento. E assim foi encaminhado para a Rádio Difusora de São Paulo. Depois que passou a trabalhar no estúdio de gravação da Standard Propaganda, onde passou a ganhar muito dinheiro e sempre deixava seus ganhos com sua mãe.



A partir daí a vida de Borges de Barros deslanchou. E sua principal característica, que logo foi notada, foi a capacidade de fazer várias vozes diferentes. A partir daí começou também a dublar, e quando veio a lei que obrigava que os filmes estrangeiros fossem dublados para passarem na televisão, ele acabou sendo beneficiado. Dublou personagens famosos, mas o principal deles foi: Drº Smith, em "Perdidos No Espaço", seriado que fez sucesso por muitos anos na televisão, e até hoje é muito reprisado.

Embora procurasse fazer personagens sérios, sempre o escalavam para comédias. Conheceu Manuel de Nóbrega na TV Paulista, onde trabalhava desde 1951. Foi um ator muito versátil, pois fez vários papéis na televisão e sua voz era a mais variável possível. Manuel de Nóbrega o escolheu para fazer a "Praça Da Alegria", no papel de mendigo milionário que fazia críticas políticas. O seu bordão "Caro colega!" pegou no Brasil inteiro. A parceira com Manuel de Nóbrega durou 25 anos.

Borges de Barros faleceu no dia 12/12/2007, aos 84 anos de idade, após alguns dias de internação. Ele teve uma parada cardíaca durante uma sessão de hemodiálise.

Seu último trabalho foi no humorístico "A Praça é Nossa" do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).


Dublagens

  • Moe Howard, em "Os Três Patetas"
  • Zeke / Leão Covarde (Bert Lahr), em "O Mágico de Oz"
  • Doutor Smith, em "Perdidos no Espaço"
  • Pinguim, em "Batman" (Seriado dos anos 1960 com Adam West)
  • O profeta Edin, em "Jaspion"
  • 2ª voz do Drº Escaravelho em "Os 6 Biônicos"
  • Mestre do Haduko, em "Street Fighter II Victory"
  • O trapalhão Gaata e a Shima (Episódios 17 a 20 e 27 a 52), em "Changeman"
  • Barak, em "Flashman"
  • Earthquake no desenho "Samurai Shodown"
  • Gigars, em "Os Cavaleiros do Zodíaco"
  • Capitão Lord, no filme "Titanic"
  • Pilaf, na primeira dublagem de "Dragon Ball"
  • O pai de Peter Griffin em "Family Guy"
  • Vários personagens secundários em "Pica-Pau"
  • O Velho Major (Peter Ustinov) em "A Revolução dos Bichos"
  • Um dos piratas no filme do "Bob Esponja"
  • Pontas em "Esquadrão Classe A"
  • Diversos convidados na série "A Feiticeira", além do personagem Maurice nas duas últimas temporadas
  • O Papai Noel na dublagem de 1993 do filme "O Estranho Mundo de Jack"

TV, Cinema e Teatro

  • Praça da Alegria (TV Globo e TV Record)
  • Os Adolescentes (TV Bandeirantes)
  • Os Gigantes (TV Globo)
  • Malu Mulher (TV Globo)
  • A Praça é Nossa (SBT)
  • Chiquititas (SBT)
  • O Velho, o Menino e o Burro (SBT)
  • Se Meu Dólar Falasse (Cinema)
  • A Infidelidade ao Alcance de Todos (Teatro)
  • Oh! Calcutá (Teatro)

Fonte: Wikipédia

Renato Russo

RENATO MANFREDINI JÚNIOR
(36 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (27/03/1960)
+ Rio de Janeiro, RJ (11/10/1996)

Renato Manfredini Júnior, mais conhecido pelo nome artístico Renato Russo, foi um cantor e compositor brasileiro, famoso por ter sido o vocalista e fundador da banda de rock Legião Urbana. Antes da fundação do grupo que o tornou conhecido mundialmente, Renato Russo integrou o grupo musical Aborto Elétrico, do qual saiu devido às constantes brigas que havia entre ele e o baterista Fê Lemos.

Homossexual assumido, Renato Russo morreu devido as complicações causadas pela AIDS em 11 de outubro de 1996, à época com 36 anos. Amigos do cantor afirmam que o mesmo contraiu a doença após se envolver com um rapaz que conhecera em Nova York, portador da doença, em 1989.

Legião Urbana
Como integrante da Legião Urbana, Renato Russo lançou oito álbuns de estúdio, cinco álbuns ao vivo, alguns lançados postumamente, e diversos singles, escritos em sua maioria pelo próprio Renato. Gravou ainda três discos solo e cantou ao lado de Robert Evangelista, Herbert Vianna, Adriana Calcanhoto, Cássia Eller, Paulo Ricardo, Erasmo Carlos, Leila Pinheiro, Laura Pausini, Biquini Cavadão, 14 Bis e Plebe Rude. Em 2010 foi lançado o disco "Duetos".

Infância

Até os seis anos de idade Renato Russo viveu no Rio de Janeiro junto com sua família. Começou a estudar cedo no Colégio Olavo Bilac, na Ilha do Governador, zona norte da cidade. Nessa época teria escrito uma bela redação chamada "Casa Velha, Em Ruínas…", disponível logo abaixo na íntegra.


Em 1967, mudou-se com sua família para Nova York pois seu pai, funcionário do Banco do Brasil, fora transferido para a agência do banco na cidade, mais especificamente para Forest Hills, no distrito do Queens. Foi quando Renato Russo foi introduzido a língua e a cultura norte-americanas. Em 1969 a família voltou para o Brasil, indo Renato Russo  morar na casa de seu tio Sávio na Ilha do Governador, Rio de Janeiro.

Adolescência

Em 1973 a família trocou o Rio de Janeiro por Brasília, passando a morar na Asa Sul. Em 1975, aos quinze anos, Renato Russo começou a atravessar uma das fases mais difíceis e curiosas de sua vida quando fora diagnosticado como portador da epifisiólise, uma doença óssea. Ao saber do resultado, os médicos submeteram-no a uma cirurgia para implantação de três pinos de platina na bacia. Renato Russo sofreu duramente a enfermidade, tendo que ficar seis meses na cama, quase sem movimentos. Durante o período de tratamento teria se dedicado quase que integralmente a ouvir música, iniciando sua extensa coleção de discos dos mais variados estilos. Em entrevista, teria alegado que este período fora determinante na formação de sua musicalidade.

Aborto Elétrico
Carreira

Sua primeira banda foi o Aborto Elétrico, ao lado dos irmãos Felipe Lemos, Fê Lemos, (bateria) e Flávio Lemos (baixo elétrico), e do sul-africano André Pretorius (guitarra). O grupo durou quatro anos, de 1978 a 1982, terminando por brigas entre Fê Lemos e Renato Russo. O Aborto Elétrico foi a semente que deu origem à Legião Urbana e ao Capital Inicial, formado por Fê Lemos, Flávio Lemos, junto ao guitarrista Loro Jones e ao vocalista Dinho Ouro-Preto.

Após o fim do Aborto Elétrico, Renato Russo começou a compor e se apresentar sozinho, tornando-se o Trovador Solitário. A fase solo durou poucos meses, até que o cantor se juntou a Marcelo Bonfá, baterista do grupo Dado e o Reino Animal, Eduardo Paraná, guitarrista conhecido como Kadu Lambach e Paulo Guimarães, tecladista, conhecido como Paulo Paulista, formando a Legião Urbana, tendo Renato Russo como vocalista e baixista.

Suas principais influencias eram as bandas de post punk que surgiram na epoca, especificamente, Renato Russo se espelhava no trabalho de Robert Smith, vocalista do The Cure e especialmente Morrissey que era vocalista da banda The Smiths.

Após os primeiros shows, Eduardo Paraná e Paulo Paulista saíram da Legião Urbana. A vaga de guitarrista é assumida por Ico-Ouro Preto, irmão de Dinho Ouro-Preto, que fica até o início de 1983. Seu lugar é assumido definitivamente por Dado Villa-Lobos, que criou a banda Dado e o Reino Animal com Marcelo Bonfá, Dinho Ouro-Preto, Loro Jones e o tecladista Pedro Thompson. A entrada de Dado Villa-Lobos consagrou a formação clássica da banda.

À frente da Legião Urbana, que contou com o baixista Renato Rocha entre 1984 e 1989, Renato Russo atingiu o auge de sua carreira como músico, criando uma relação com os fãs que chegava a ser messiânica onde alguns adoravam o cantor como se fosse um deus. Os mesmos fãs chegavam a fazer um trocadilho com o nome da banda: Religião Urbana/Legião Urbana. Renato Russo desconsiderava este trocadilho e sempre negou ser messiânico.

Morte

Renato Russo, que se declarava católico que fazia seu próprio catolicismo, faleceu no dia 11 de outubro de 1996, às 01:15 hs, pesando apenas 45 kg, em consequência de complicações causadas pela AIDS. Ele era soropositivo desde 1989, mas jamais revelou publicamente sua doença. Deixou um filho, o produtor cultural Giuliano Manfredini, na época com apenas 7 anos de idade. O corpo de Renato Russo foi cremado e suas cinzas foram lançadas sobre o jardim do sítio de Roberto Burle Marx.

No dia 22 de outubro de 1996, onze dias após a morte do cantor, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, ao lado do empresário Rafael Borges, anunciaram o fim das atividades do grupo. Estima-se que a banda tenha vendido cerca de 20 milhões de discos no país durante a vida de Renato Russo.

Livros

Durante sua carreira teve quatro livros publicados e, após sua morte, outros quatro livros foram lançados. Em junho de 2009, foi lançada a biografia "Renato Russo: O Filho da Revolução", do jornalista Carlos Marcelo Carvalho. A obra é contextualizada desde o período de infância de Renato Russo, passando pela sua juventude - com acontecimentos políticos históricos da época forte de opressão da Ditadura Militar como pano de fundo - e culminando com o seu amadurecimento como homem, poeta, artista e músico.

Fonte: Wikipédia
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