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João Gurgel

JOÃO AUGUSTO CONRADO DO AMARAL GURGEL
(82 anos)
Engenheiro e Empresário

* Franca, SP (26/03/1926)
+ Rio Claro, SP (30/01/2009)

Foi um engenheiro e industrial brasileiro do ramo automobilístico. Ele montou em 1969 a fábrica Gurgel, com a proposta de produzir veículos 100% nacionais.

Sonhando Com o Carro Nacional

Desde sua juventude, sonhava em fazer um carro brasileiro, tanto que em sua formatura da Escola Politécnica de São Paulo, apresentou um pequeno veículo de dois cilindros, batizado Tião. Como projeto pedido foi um guindaste, quase é reprovado. Ouviu então de seu professor: "Carro não se fabrica, Gurgel, se compra".

Pós-graduado nos Estados Unidos, trabalhou na Buick Motor Corporation e na General Motors Truck and Coach Corporation.

O Empresário

Em 1958, criou a Moplast Moldagem de Plásticos e começou a desenvolver projetos próprios, tornando-se fornecedor de luminosos para diversas empresas brasileiras.

Com o sonho em mente, fundou em 1969 na cidade de Rio Claro a Gurgel Motores S/A: a indústria mais brasileira de todos os tempos.

Sua carreira foi marcada pela busca do desenvolvimento de tecnologias automotivas nacionais, utilizando capital igualmente nacional. Característica marcante nos veículos fabricados por sua empresa eram as suas carrocerias de fibra de vidro.

A partir de 1972 passou a dedicar-se à produção de veículos especiais. Após 1975 começaram a ser produzidos os primeiros veículos utilitários tipo fora de estrada da marca Gurgel, marca que em 1981 lançou o primeiro veículo elétrico da América Latina, o Itaipu E-500. Idealizador do primeiro e até hoje, único carro genuinamente brasileiro: o BR-800.

Polêmicas e o Fim do Sonho

Era contrário ao uso do álcool de cana-de-açúcar como combustível. Ainda assim, produziu alguns (poucos) carros com motor a álcool. Na grande maioria os veículos da sua marca eram movidos a gasolina. Segundo ele a terra deve produzir alimentos e não combustíveis.

A Gurgel acabou fechando as portas no final de 1994, por questões financeiras e derrotada pelas grandes multinacionais.

Em abril de 2004, o empresário Paulo Emílio Freire Lemos adquiriu a marca Gurgel. O registro desta encontrava-se expirado no INPI desde 2003. Para tornar-se seu proprietário desembolsou o valor de R$ 850,00. A família Gurgel não foi consultada e por isso decidiu mover uma ação judicial contra o empresário. A Atual Gurgel nada tem a ver com a antiga fabrica de automoveis e trata-se de uma importadora que hoje tem em linha um triciclo rural e uma empilhadeira.

Morte

Sofrendo do mal de Alzheimer havia oito anos, João Gurgel morreu no dia 30 de janeiro de 2009, aos 82 anos, na sua casa, na cidade de Rio Claro (São Paulo).

Fonte: Wikipédia

Jaime Costa

JAIME RODRIGUES COSTA
(69 anos)
Ator, Diretor, Produtor e Dublador

☼ Rio de Janeiro, RJ (27/12/1897)
┼ Rio de Janeiro, RJ (30/01/1967)

Jaime Rodrigues Costa, mais conhecido como Jaime Costa, foi um ator nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 27/12/1897. Foi um dos atores mais importantes da história do teatro nacional. Lançou quase 200 originais de autores brasileiros e introduziu Luigi Pirandello, Eugene O'Neill e Arthur Miller nos palcos nacionais, além de ter lançado mais de 100 autores nacionais originais.

Jaime Costa era filho de Affonso Rodrigues Costa e Julia Bentim Costa.

Seu trabalho mais notável foi em "A Morte do Caixeiro Viajante" (1951), de Arthur Miller, onde interpretava Willy Loman, o protagonista. Jaime Costa também atuou no cinema e na televisão.

Começou a carreira como cantor e ator de teatro musical. Montou a Companhia de Operetas, ao lado de Leopoldo Fróes, que se apresentava sempre no Teatro Recreio. Depois conheceu o autor Oduvaldo Vianna e ingressou na Companhia de Comédias do Teatro Trianon, quando fez, em 1923, a peça "A Última Ilusão".

Essa foi uma época em que as peças eram encomendadas a autores, mas eram modificadas e adaptadas ao elenco e depois o dono da companhia as levava para todos os cantos do país. O teatro então mambembava, como se dizia. Em menos de 2 anos, por exemplo, Jaime Costa atuou no Teatro Trianon em mais de 20 peças. Mas depois, com sua própria companhia, nos finais dos anos 1930, ele atuou no Teatro Glória, do Rio de Janeiro, por mais de uma década.


Jaime Costa
fez representações memoráveis, como Dom João VI em "Carlota Joaquina", Willy Lornan em "A Morte do Caixeiro Viajante", que ficou muito tempo em cartaz e lhe deu Medalha de Ouro como melhor Ator, e "Deus Lhe Pague".

Jaime Costa ganhou três Medalhas de Ouro da Associação Brasileira dos Críticos Teatrais Independentes e da Associação Paulista dos Críticos Teatrais.

No cinema, Jaime Costa esteve presente em trinta filmes. O primeiro deles foi "Gigolete" (1924). Depois destacou-se, entre outros, em "A Voz do Carnaval" (1933), "Favela dos Meus Amores" (1935), "Alô Alô Carnaval" (1936), "Céu Azul" (1941), "Toda a Vida em Quinze Minutos" (1954), "Malandros em Quarta Dimensão" (1954), "Quem Matou Anabela?" (1956), "A Pensão da Dona Estela" (1956), "Osso, Amor e Papagaios" (1957), "O Pão Que o Diabo Amassou" (1958), "Matemática Zero, Amor Dez" (1960), "Amor Para Três" (1960), "A Viúva Valentina" (1960), "Os Dois Ladrões" (1960), "Mulheres Cheguei" (1961), "O Viúvo Alegre" (1961), "Vagabundos da Society" (1962) e "Crônica da Cidade Amada" (1965).

Na televisão, porém, a atuação de Jaime Costa foi bem pequena. O trabalho em que ele mais se salientou foi a novela "Rua da Matriz" (1965), na TV Globo.

Morte

Jaime Costa, após fazer a apresentação da peça "Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come",  sentiu-se mal e veio a falecer vítima de um infarto, na segunda-feira, 30/01/1967, aos 69 anos, no Rio de Janeiro, RJ.

Carreira

Cinema
  • 1924 - Gigolete ... Álvaro
  • 1933 - A Voz do Carnaval
  • 1935 - Favela dos Meus Amores ... Srº Palmeira
  • 1936 - Alô, Alô Carnaval ... Empresário
  • 1936 - Cidade Mulher ... Empresário Teatral
  • 1937 - O Grito da Mocidade
  • 1937 - O Samba da Vida ... Pedro Paulo
  • 1939 - Futebol em Família ... Professor Leônidas Jau
  • 1941 - Céu Azul ... Artur Fernandes
  • 1944 - Tristezas Não Pagam Dívidas ... Benevides
  • 1952 - Alvorada de Glória
  • 1954 - Toda a Vida em Quinze Minutos ... Passageiro
  • 1954 - Malandros em Quarta Dimensão ... Venício
  • 1956 - A Pensão de Dona Estela ... Nhonhô
  • 1956 - Quem Matou Anabela?
  • 1957 - Osso, Amor e Papagaios ... Prefeito Coronel Bentes
  • 1958 - O Pão Que o Diabo Amassou
  • 1958 - Macumba na Alta ... Doutor
  • 1958 - Matemática Zero, Amor Dez ... Professor de Física
  • 1959 - Garota Enxuta ... Presidente Falcão
  • 1959 - Mulheres Cheguei ... César Mercante
  • 1960 - Amor Para Três ... Delegado Almeida
  • 1960 - A Viúva Valentina ... Drº Saraiva
  • 1960 - Os Dois Ladrões ... Panariço
  • 1960 - Quanto Mais Samba Melhor
  • 1960 - Tudo Legal ... Drº Galileu
  • 1961 - O Viúvo Alegre ... Embaixador Nikolaiev
  • 1962 - Bom Mesmo é Carnaval ... Ambrósio
  • 1962 - Vagabundos no Society ... Vagabundo
  • 1964 - Crônica da Cidade Amada

Televisão
  • 1952 - Grande Teatro Monções: Monsieur Brotonneau
  • 1953 - Grande Teatro Monções: A Morte do Caixeiro Viajante
  • 1955 - Grande Teatro Tupi: A Ceia dos Cardeais
  • 1956 - Grande Teatro Três Leões TV Tupi: A Morte do Caixeiro Viajante (Ator e Diretor)
  • 1956 - Grande Teatro Três Leões TV Tupi: A Santa Madre (Ator e Diretor)
  • 1956 - Grande Teatro Três Leões TV Tupi: Filomena Marturano (Ator e Diretor)
  • 1956 - Grande Teatro Três Leões TV Tupi: O Grande Marido (Ator e Diretor)
  • 1958 - TV de Comédia Tupi: Carlota Joaquina
  • 1959 - TV de Comédia Tupi: Acontece Que Sou Baiano
  • 1965 - 4 no Teatro TV Globo: As Duas Faces da Moeda ... O Anjo
  • 1965 - Musicalíssima TV Globo
  • 1965 - Um Rosto de Mulher
  • 1965 - Rua da Matriz
  • 1965 - Paixão de Outono

Rádio
  • 1960 - Rádio Mayrink Veiga: Radio-Teatro
  • 1964 - Rádio Mayrink Veiga: Programa Grande Teatro de Gala
  • 1965 - Rádio Mayrink Veiga: Programa Grande Teatro de Gala

Teatro
  • 1924 - Os Águias ... Oscar
  • 1926 - A Mulher de César (Produção)
  • 1926 - O Homem das Cinco e Meia (Produção)
  • 1928 - Monumental Espectaculo
  • 1930 - Berenice (Ator e Produtor)
  • 1931 - Berenice (Ator e Produtor)
  • 1931 - Papoulas Rubras (Ator e Produtor)
  • 1932 - Andaime
  • 1934 - Canto Sem Palavras
  • 1934 - Sexo
  • 1935 - Divino Perfume
  • 1935 - Histórias de Carlitos ... Sebastião
  • 1935 - O Grande Banqueiro
  • 1937 - Anna Christie ... Foguista (Ator e Produtor)
  • 1937 - Assim... Não é Pecado ... Ventura  (Ator e Produtor)
  • 1937 - O Gosto da Vida (Ator e Produtor)
  • 1937 - O Hóspede do Quarto Nº 2 (Ator e Produtor)
  • 1937 - Uma Loura Oxigenada (Ator e Produtor)
  • 1938 - O Homem Que Nasceu Duas Vezes (Ator e Produtor)
  • 1938 - Tinoco ... Tinoco (Ator e Produtor)
  • 1939 - A Flor da Família (Ator e Produtor)
  • 1939 - Fora da Vida (Ator e Produtor)
  • 1941 - A Cigana Me Enganou (Ator e Produtor)
  • 1941 - A Flor da Família (Ator e Produtor)
  • 1941 - A Pensão de Dona Estela (Ator e Produtor)
  • 1941 - Carlota Joaquina (Ator e Produtor)
  • 1941 - Crepúsculo (Ator e Produtor)
  • 1941 - Maridos de Segunda Mão (Ator e Produtor)
  • 1941 - Médico à Força (Ator e Produtor)
  • 1941 - Mulher Infernal (Ator e Produtor)
  • 1941 - Nossa Gente é Assim (Ator e Produtor)
  • 1941 - O Chalaça (Ator e Produtor)
  • 1941 - O Hóspede de Quarto Número 02
  • 1941 - O Morro Começa Ali (Ator e Produtor)
  • 1941 - Sansão (Ator e Produtor)
  • 1941 - Se a Sociedade Soubesse (Ator e Produtor)
  • 1942 - A Família Lero-Lero (Ator e Produtor)
  • 1942 - Emboscada Nazista (Ator e Produtor)
  • 1943 - A Família Lero-Lero (Ator e Produtor)
  • 1943 - Emboscada Nazista (Ator e Produtor)
  • 1944 - Acontece Que Eu Sou Baiano (Ator e Produtor)
  • 1944 - As Filhas de Candinha (Ator e Produtor)
  • 1944 - O Maluco da Avenida (Ator e Produtor)
  • 1944 - Segredo de Família ... Boaventura (Ator e Produtor)
  • 1944 - Vila Rica ... Padre Ferreira (Ator e Produtor)
  • 1945 - Grande Marido ... Clarimundo (Ator e Produtor)
  • 1945 - O Costa do Castelo ... Simplício Costa (Ator e Produtor)
  • 1945 - O Meu Nome é Doutor ... Doutor (Ator e Produtor)
  • 1945 - Patrocínio (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1946 - O 13º Mandamento (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1946 - Onde Está Minha Família? (Ator e Produtor)
  • 1946 - Venha a Nós... (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1951 - A Morte do Caixeiro Viajante ... Willy Loman (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1951 - A Sorte Vem de Cima (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1951 - Falta um Zero Nessa História (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1951 - Papá Lebonard ... Papá Lebonard (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1951 - Tenório ... Tenório (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1952 - As Conquistas de Napoleão (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1952 - Dominó ... Dionísio (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1952 - Filomena, Qual é o Meu? (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1952 - Monsieur Brotonneau ... Monsieur Brotonneau (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1952 - O Chifre de Ouro (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1953 - A Pensão de Dona Estela ... Nhonhô (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1953 - A Santa Madre (Ator e Produtor)
  • 1953 - Bomba da Paz
  • 1954 - Os Cinco Fugitivos do Juízo Final (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1954/1955 - A Ceia dos Cardeais
  • 1955 - Poeira de Estrelas
  • 1955 - Privilégio Paulino  (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1956 - Carlota Joaquina ... Dom João VI (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1956 - Copacabana S.A. / Papai é o Maior ... Papai  (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1956 - Eu Arranjo Tudo ... Bernardo (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1956 - Filomena Marturano (Ator, Diretor e Produtor)
  • 1957 - Doutor Sem Canudo (Ator e Produtor)
  • 1957 - O Comício (Ator e Produtor)
  • 1958 - Copacabana S.A. (Ator e Produtor)
  • 1958 - O Comício (Ator e Produtor)
  • 1959 - A Beata Maria do Egito
  • 1959 - As Três Irmãs
  • 1959 - Dom João Tenório
  • 1960 - As Três Irmãs
  • 1960 - Dom João Tenório
  • 1961 - O Dono da Casa ... O Dono da Casa (Ator e Produtor)
  • 1965 - Santa Joana
  • 1966 - Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come ... Coronel Honorato
  • 1967 - Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come ... Coronel Honorato

Dublagem
  • 1960/1965 - Estúdio de Dublagem Cinecastro, RJ (Cinema / Televisão)

Fonte: Wikipédia

Herivelto Martins

HERIVELTO DE OLIVEIRA MARTINS
(80 anos)
Cantor, Compositor, Músico e Ator


* Rodeio, RJ (Atual Engenheiro Paulo de Frontim) (30/01/1912)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/09/1992)

Filho do agente ferroviário Félix Bueno Martins e da costureira e doceira Dona Carlota, nascido no distrito de Rodeio, em Engenheiro Paulo de Frontin, Herivelto Martins, aos três anos de idade, já se apresentava de casaca, declamando versos em eventos organizados por seu pai.

Em 1916, a família mudou-se para Barra do Piraí, onde "seu" Félix fundou a Sociedade Dramática Dançante Carnavalesca Florescente de Barra do Piraí, que além de bailes, criava e dirigia espetáculos teatrais. Ele organizou, ainda, o grupo Pastorinhas de Barra do Piraí, que se apresentava no Natal, com Herivelto vestido de Papai Noel.

As atividades artísticas do pai motivaram o pequeno Herivelto a criar o seu próprio grupo teatral, com seus irmãos Hedelacy, Hedenir e Holdira e algumas meninos da vizinhança. Aos 9 anos de idade, compôs a paródia Quero Uma Mulher Bem Nua (Quiero una mujer desnuda) e o samba Nunca Mais, que não foi gravado.

Aos 10 anos aprendeu música na Sociedade Musical União dos Artistas, de Barra do Piraí, onde tocou bombardino, pistom, e caixa, até a idade de 19 anos, mas apresentava preferência pelo violão e cavaquinho, que já "arranhava". Entre 1922 e 1931, participou como músico da banda da Sociedade Musical União dos Artistas de Barra do Piraí.

Os problemas financeiros eram constantes, assim como as discussões domésticas. Herivelto e seus irmãos ajudavam, vendendo os doces que sua mãe fazia. A família acabou falindo e perdendo a casa, para pagamento de dívidas da Sociedade fundada por "Seu" Félix. Aos 12 anos de idade, Herivelto foi ser caixeiro em uma loja de móveis, emprego que o pai lhe arranjou.

Em 1925, com apenas 13 anos, Herivelto conheceu os artistas circenses Zeca Lima e Colosso, que passavam pela cidade, e com eles formou um trio e seguiu para Juparanã, onde apresentaram um grandioso espetáculo. Durante um ano, o trio apresentou-se pelo interior do Rio de Janeiro, até que, procurados pela Polícia, Colosso e Zeca Lima foram presos em Vassouras e o delegado mandou Herivelto para casa.

Em 1930, com a promoção de "Seu" Félix, a família foi morar no Brás, a Rua Saião Lobato, em São Paulo e se empregou em um botequim, onde ganhou o apelido de Carioca.

Após mais uma discussão com o pai, aos 18 anos de idade e com apenas 1 conto e 200 réis no bolso, Herivelto partiu para o Rio de Janeiro, com o desejo de tentar uma carreira artística. Ele passou a dividir o aluguel de um pequeno quarto com seu irmão, Hedelacy, e mais seis rapazes, quatro deles mortos na Revolução de 32. Para sobreviver, teve de vender o relógio Roskoff "Estrada de Ferro", presente de seu padrinho.

No Rio de Janeiro, Herivelto foi palhaço de circo, vendedor, ajudante de contabilidade e, aos sábados, fazia barbas na barbearia onde o irmão Hedelacy trabalhava. Com o dinheiro da gorjeta, garantia o "Feijão à Camões" (prato fundo com feijão preto e uma colher de arroz no meio), do Bar de "Seu" Machado", da semana.

Foi no Bar de "Seu" Machado que Herivelto recebeu o convite de "Seu" Licínio, para gerenciar sua barbearia no Morro de São Carlos. Era sua oportunidade de conhecer os grandes sambistas que ali moravam. Foi no São Carlos onde Herivelto conheceu o compositor José Luís da Costa - Príncipe Pretinho - que lhe apresentou a J.B. de Carvalho, do Conjunto Tupi, amigo do dono da gravadora RCA Victor.

Em 1932, Herivelto Martins, através de uma parceria com J.B. de Carvalho, conseguiu lançar, pela RCA Victor, sua composição Da Cor do Meu Violão, homenagem a uma namorada que teve no bairro do Carvão, em Barra do Piraí, que seu pai insistia em dizer que era escura demais para ele. A marchinha fez grande sucesso no carnaval daquele ano, o que levou Herivelto a integrar o coro do Conjunto Tupi como ritmista. Ele inovou ao fazer breques durante as gravações, quando isso não era permitido, e por essa e outras iniciativas, Mister Evans, diretor geral da RCA Victor, o promoveu a diretor do coro.

Em 1933, Herivelto teve mais duas músicas gravadas: O Terço do Zé Faustino, com Euclides J. Moreira, pelo Conjunto Tupi, e O Enterro da Filomena, pelo Conjunto RCA.

Em uma época em que o samba ainda não havia descido o morro e ganhado a cidade, Herivelto criou várias músicas para homenagear a Estação Primeira de Mangueira, entre elas: Saudosa Mangueira e Lá em Mangueira.

Em 1986, Herivelto Martins foi homenageado pela escola de samba Unidos da Ponte, com o enredo Tá na hora do samba, que fala mais alto, que fala primeiro, o homenageado participou do desfile.

Faleceu devido a uma Embolia pulmonar.

Hoje, a par de inúmeras gravações e orquestrações internacionais, suas inesquecíveis composições têm em seu filho Pery Ribeiro um de seus maiores intérpretes.


A Dupla Preto e Branco


Em 1932, Herivelto Martins conheceu Francisco Sena, seu colega no Conjunto Tupi, e com ele começou a ensaiar algumas canções, entre as quais a música Preto e Branco. No ano seguinte, o Teatro Odeon estava em busca de um grupo que pudesse se apresentar nos intervalos das sessões. O Conjunto Tupi se apresentou e não foi aprovado. A convite de Vicente Marzulo, Herivelto e Francisco fizeram o teste, em dueto, chamando a atenção de todos. Foram contratados. o nome da Dupla, O Preto e O Branco, foi dado por Marzulo. Herivelto passou a compor para a dupla.

Em 1934, Herivelto gravou, com Francisco Sena, o primeiro disco da Dupla Preto e Branco, lançado pela Odeon, contendo os sambas Quatro Horas, com Sena, e Preto e Branco, de sua autoria. Compôs, em parceria com Francisco Sena, as marchas A Vida é Boa, gravada por Carlos Galhardo e Vamos Soltar Balão, gravada pela Dupla. Gravou, ainda, Como é Belo, de Gastão Viana e Pereira Filho.

Em 1935, a Dupla Preto e Branco gravou as marchas Bronzeada, de Moisés Friedman e Pedro Paraguassu, Passado, presente, futuro, de sua autoria, Um pouquinho só e Bela morena, ambas de Príncipe Pretinho, e fez algumas apresentações na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, mas o sucesso foi interrompido com a morte de Francisco Sena.

Herivelto passou a atuar sozinho, até ser contratado pelo Teatro Pátria, de Pascoal Segreto, no Largo da Cancela, em São Cristóvão, onde criou o palhaço caipira Zé Catinga, que fez muito sucesso, principalmente com as crianças. No ano seguinte, um amigo de infância de Herivelto lhe apresentou seu irmão, o cantor e compositor Nilo Chagas, com quem formou a nova Dupla Preto e Branco, por ter gostado da voz de Nilo.

Em 1937, a Dupla Preto e Branco gravou, junto com Dalva de Oliveira, o batuque Itaquari e a marcha Ceci e Peri, ambas do Príncipe Pretinho. O disco foi um sucesso, rendendo várias apresentações nas Rádios. Foi César Ladeira, em seu programa na Rádio Mayrink Veiga, que pela primeira vez anunciou o Trio de Ouro.


Os Casamentos


No início da década de 30, Herivelto conheceu Maria Aparecida Pereira de Mello, sua primeira mulher, com quem teve os filhos Hélcio Pereira Martins e Hélio Pereira Martins. A convivência durou, aproximadamente, cinco anos. Separaram-se por Maria não aguentar mais as bebedeiras e traições de Herivelto.

Em 1935, no Cine Pátria, Herivelto conheceu Dalva de Oliveira e passaram a cantar em dueto. Iniciaram um namoro e, no ano seguinte, iniciaram uma convivência conjugal, oficializada em 1939 num ritual de umbanda, que gerou os filhos Pery Ribeiro e Ubiratan de Oliveira Martins. A União durou até 1947, quando as constantes brigas e traições da parte dele deram fim ao casamento. Mesmo casado, passava as noites fora de casa, bêbado e com prostitutas. Em 1949, após a separação oficial do casal e o final da primeira formação do Trio de Ouro, Herivelto e Dalva iniciaram uma discussão, inclusive através das composições que gravaram, bastante explorada pelos jornais e revistas da época. Depois de uma pequena turne na Venezuela, Herivelto sai de casa, logo depois, tira de Dalva a guarda dos filhos, e os manda para um internato. Passa a publicar em todos os jornais que Dalva é prostituta e promove orgias dentro de casa, o que a levou a fazer as canções "de guerra" um para o outro.

Em 1946, Herivelto passou a namorar a Aeromoça Lurdes Nura Torelly, uma mulher desquitada que tem um filho do 1º casamento. Ela é rica e é prima do Barão de Itararé, e em 1952, passaram a viver juntos, tendo oficializado a união em 1978. Herivelto e Lurdes geraram os filhos: Fernando José (já falecido), a atriz Yaçanã Martins e Herivelto Filho, além dele criar o filho de Lurdes como seu. O casamento durou 44 anos, até a morte de Lurdes, em 1990. A única esposa que mais respeitou e não traiu foi Lurdes. Foi muito feliz com Lurdes, que era doce e calma, Dalva era intensa e explosiva.

Fonte: Wikipédia

Carlos Alexandre

PEDRO SOARES BEZERRA
(31 anos)

Cantor

☼ Nova Cruz, RN (01/06/1957)
┼ São José do Campestre, RN (30/01/1989)

Pedro Soares Bezerra, conhecido como Carlos Alexandre, foi um cantor nascido em Nova Cruz, RN, no dia 01/06/1957.

Filho de Gennaro Bezera Martins e Antonieta Feconstinny Bezerra, a carreira de Carlos Alexandre começou em 1975, quando ainda utilizando o nome artístico de Pedrinho, teve sua primeira música gravada. O radialista Carlos Alberto de Sousa levou-o para a gravadora RGE onde gravou um compacto simples, com as canções "Arma de Vingança" e "Canção do Paralítico", que teve vendagem de 100.000 cópias, sucedido pelo grande sucesso "Feiticeira", com 250.000 cópias.

Ele veio da Cidade da Esperança, bairro localizado na Zona Oeste de Natal, no Rio Grande do Norte, e foi o primeiro conjunto habitacional da cidade, construído na década de 1960, pelo então Governador Aluízio Alves. Como o próprio nome guarda em seu significado, surgia um aglomerado populacional que trazia consigo a fé, o desejo do lar, até pelo fato de ser uma experiência pioneira do modelo de moradia para a população de baixa renda. Naquele momento Natal recebia de presente o primeiro conjunto habitacional da América Latina. Conjunto que abrigou e ainda acolhe nomes que fizeram e a continuam construindo a trajetória da capital potiguar. Entre eles estava Pedro Soares Bezerra, nome pouco conhecido do grande público, já que na vida artística ele era conhecido como Carlos Alexandre.

Ídolo popular, ninguém poderia representar melhor o bairro. Carlos Alexandre era o retrato das pessoas de Cidade da Esperança. Humilde, simples, mesmo depois que alcançou o sucesso e passou a ter remunerações mais expressivas, não trocou Natal pelo Sudeste, centro da arte e cultura do país, muito menos deixou o bairro que o recebeu quando ele saiu do município paraibano de Jacaraú, onde morava com a família que o adotou aos 2 anos de idade.

Durante 10 anos, Carlos Alexandre morou na Cidade da Esperança, somente nos três últimos anos de vida fixou residência no Jardim América e depois na Zona Norte.

O Sucesso

Carlos Alexandre alcançou o sucesso aos 21 anos, e talvez tenha sido um dos norte-rio-grandenses que mais brilhou na música nacional. Deixou 200 composições gravadas em três compactos e 14 LPs, sendo que dois LPs e quatro CDs foram uma homenagem póstuma feita pela gravadora RGE.

Com esses trabalhos ganhou 15 discos de ouro e um de platina. Para se ter uma idéia da dimensão de seu sucesso, a viúva do cantor, Maria Solange de Melo Bezerra até hoje, sobrevive com os recursos provenientes dos direitos autorais que ainda recebe.
"A música dele ainda é tocada e regravada. Em todo o Brasil se escuta Carlos Alexandre. Recebo direitos autorais até de rádios de Portugal."
(Maria Solange de Melo Bezerra)

Solange foi sua companheira durante toda a sua carreira e também a sua maior incentivadora. Eles se conheceram em 1976, quando Carlos Alexandre, aos 19 anos, foi para Natal fazer uma cirurgia e não mais voltou para Jacaraú. Ficou morando e trabalhando com os irmãos de criação que eram comerciantes.
"A casa do irmão dele ficava na rua da casa da minha mãe, na Cidade da Esperança. Ele trabalhava como vendedor na padaria de um dos irmãos. Nessa época já gostava de cantar. Seus ídolos eram Elvis Presley, Roberto Carlos e Evaldo Braga. A noite ele ia para frente da minha casa e ficava cantando e tocando violão. Juntava muita gente!"
(Maria Solange de Melo Bezerra)


Nessa época ele já estava interessado em namorá-la, mas Solange tinha um outro namorado.
"Até que na virada do ano de 1976 para 1977 meu namorado não apareceu. No dia 1º de janeiro ele me disse que havia feito a música "Arma de Vingança" para mim e nós começamos a namorar."
Ela conta que aos poucos foi modificando as roupas, o cabelo e o jeito do namorado, com o intuito de levá-lo até a casa do então radialista Carlos Alberto de Sousa.
"Aquele era um ano de campanha, Carlos Alberto ia ser candidato a vereador e gostava de ajudar muito aos pobres. Na primeira vez que fomos até a casa dele, Carlos Alexandre ficou nervoso. Insisti e fomos novamente até a Rádio Cabugi, onde Carlos Alberto tinha um programa. Lá ele cantou Canção de um paralítico e 'Arma de Vingança'. Carlos Alberto adorou e na hora já fizeram um trato, no qual Carlos Alexandre cantaria na campanha e se ele ganhasse, Carlos Alberto se comprometia a levar todos os artistas que o ajudaram para gravar um disco em São Paulo."
Até então ele era conhecido como Pedrinho, e passou a utilizar o nome artístico de Carlos Alexandre por sugestão de Solange.
"Eu tinha um afilhado com esse nome e achava lindo. Fiz a sugestão e ele gostou!"
A campanha foi vitoriosa e o trato foi cumprido. Em janeiro de 1978 Carlos Alexandre junto com Gilliard, Edson Oliveira, e outros artistas, embarcaram para São Paulo para gravar seus discos pela gravadora RGE.


Carlos Alexandre
gravou um compacto que vendeu 100 mil cópias. O cantor foi então chamado pela RGE para gravar seu primeiro LP ainda em 1978, "Feiticeira", que o consagrou vendendo 250 mil cópias. Esse disco também foi gravado em castelhano.


Carlos Alexandre viajou o país com seus sucessos, "Feiticeira", "A Ciganinha", "Vá Pra Cadeia", entre tantos outros. Em algumas viagens, Solange, que casou-se com o artista em fevereiro de 1978, o acompanhava.
"Ia sempre quando ele ia gravar. Ele vinha para Natal para gastar o que ganhava fora. Dizia que Natal era a sua cidade, o lugar para descanso e para lazer!"
Para Solange o cantor era uma pessoa simples, amável, não guardava mágoa de ninguém e tinha muitos amigos. Ela ainda conta que o artista era um pouco namorador, mas logo justifica a atitude do marido: "Também bonito e gostoso como era".

Além de companheira, Solange ainda era a responsável por confeccionar as roupas de seus shows. Juntos eles tiveram três filhos: Germina de Melo Bezerra, através do nome da filha ele homenageou a sua mãe de criação, Carlos Alexandre de Melo Bezerra e Carlos Adriano de Melo Bezerra. O filho do meio, que é conhecido como Carlos Alexandre Júnior, está seguindo os passos do pai fazendo diversos shows pelo interior do Nordeste.

O Acidente

Carlos Alexandre faleceu na segunda-feira, 30/01/1989, aos 31 anos, vítima de um acidente de carro entre São José de Campestre e Tangará, quando voltava de um show em Pesqueira, PE.

O velório ocorreu no ginásio de esportes de Cidade da Esperança e o sepultamento, que reuniu milhares de fãs, foi no Cemitério de Bom Pastor, no dia 31/01/1989.

Segundo matérias publicadas na época, ele foi sepultado ao som da multidão cantando "Feiticeira".
"Até hoje sinto muito a falta dele. Ainda guardo a camiseta suada que ele vestia antes de viajar. As últimas palavras que disse a ele foram: "Leve um pedaço do coração e deixe um pedaço do seu!" 
(Recorda sua esposa Solange)

Discografia
  • 1978 - Feiticeira Vol. 01
  • 1979 - A Ciganinha Vol. 02
  • 1980 - Já Troquei Por Outra Vol. 03
  • 1981 - Mulher De Muitos Vol. 04
  • 1982 - Revelação De Um Sonho Vol. 05
  • 1983 - Cartão Postal Aqui Estou Vol. 06
  • 1984 - Vem Ver Como Eu Estou Vol. 07
  • 1985 - Final De Semana Vol. 08
  • 1986 - Gato e Sapato Vol. 09
  • 1987 - Nosso Quarto e Testemunha Vol. 10
  • 1988 - Sei Sei Vol. 11
  • 1989 - Eternamente Vol. 12
  • 1993 - Carlos Alexandre - Especial
  • 1998 - 20 Super Sucessos Vol. 1
  • 1998 - 20 Super Sucessos Vol. 2
  • 2000 - Coleção Pérolas
  • 2001 - Recorda O Irmão
  • S/D - Carlos Alexandre - Grandes Sucessos
  • S/D - Carlos Alexandre - Último Show

Fonte: Wikipédia
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