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Miúcha

HELOÍSA MARIA BUARQUE DE HOLANDA
(81 anos)
Cantora e Compositora

☼ Rio de Janeiro, RJ (30/11/1937)
┼ Rio de Janeiro, RJ (27/12/2018)

Heloísa Maria Buarque de Holanda, mais conhecida como Miúcha, foi uma cantora e compositora nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 30/11/1937.

Filha de Sérgio Buarque de Holanda, historiador e jornalista brasileiro, e de Maria Amélia Cesário Alvim, pintora e pianista. É também irmã do cantor e compositor Chico Buarque e das também cantoras Ana de Holanda e Cristina Buarque. É mãe da cantora Bebel Gilberto, fruto de seu casamento com o compositor João Gilberto e tia da atriz Silvia Buarque, também e ex-cunhada da atriz Marieta Severo.

Miúcha nasceu no Rio de Janeiro, mas sua família mudou-se para São Paulo quando ela tinha apenas 8 anos. Ainda criança formou um conjunto vocal com seus irmãos, incluindo Chico Buarque. Sua casa era frequentada por Vinicius de Moraes e outros compositores.

Nos anos 1960, ganhou do governo francês uma bolsa de estudo em História da Arte. Matriculou-se na Sorbonne e na École du Louvre. Nessa época, viajou pela Itália e Grécia com dois amigos e o violão, tocando pelas cidades por onde passava. A experiência resultou em uma apresentação no bar La Candelaria, em Saint Germain, onde atuava Violeta Parra, que convidou João Gilberto para ouvir a cantora brasileira que interpretava bossa nova. Pouco tempo depois, mudou-se para Nova York e casou-se com João Gilberto, com quem teve a filha Bebel Gilberto, que se tornaria também cantora.

Tom Jobim, Miúcha, Vinícius de Moraes e Toquinho
Iniciou sua carreira artística em 1975, onde fez sua primeira gravação profissional como cantora participando do disco "The Best Of Two Worlds", de João Gilberto e Stan Getz, lançado em Nova York. Ainda nesse ano, atuou no Newport Jazz Festival, apresentou-se em shows com Stan Getz e gravou a faixa "Boto" no LP "Urubu", de Tom Jobim

Após este lançamento, Miúcha tornou-se parceira de Tom Jobim em dois discos, de 1977 e 1979, e fez parte do espetáculo organizado por Aloysio de Oliveira junto com Vinicius de MoraesTom Jobim e Toquinho. O espetáculo ficou em cartaz durante um ano no Canecão, Rio de Janeiro, seguiu para apresentações internacionais na América do Sul e na Europa, e deu origem a gravação "Tom, Vinícius, Toquinho e Miúcha Gravado Ao Vivo No Canecão" (1977).

Em 1977, gravou, com Tom Jobim, o álbum "Miúcha e Antônio Carlos Jobim", com destaque para as faixas "Maninha", composta especialmente para ela pelo irmão Chico Buarque, "Pela Luz Dos Olhos Teus" (Vinicius de Moraes) e "Vai Levando" (Chico Buarque e Caetano Veloso).

Em 1979, gravou, com Tom Jobim, o LP "Miúcha & Tom Jobim", contendo, entre outras, "Triste Alegria" (Miúcha), "Falando De Amor" (Tom Jobim) e "Dinheiro Em Penca" (Tom Jobim e Cacaso). O disco contou com a participação de Ron Carter e com arranjos de Claus Ogerman.

Chico Buarque e Miúcha
Em 1980, lançou o LP "Miúcha", que contou com arranjos de João Donato e com a participação de sua filha Bebel Gilberto, na faixa "Joujoux Et Balangandans" (Lamartine Babo), e também de João Gilberto (violão), nas faixas "All Of Me" (Gerald Marks e Seymour Simons) e "O Que É, O Que É" (Bororó e Evagrio Lopes). Constam, ainda, do repertório duas músicas de sua autoria: "Todo Amor" e "Segura A Coisa", essa última hino do bloco de mesmo nome do Carnaval de Olinda, mais tarde regravada pela cantora com a Banda do Maestro Duda.

Em 1989, apresentou-se, com o compositor João de Barro (Braguinha) e o conjunto Coisas Nossas, no musical "Yes, Nós Temos Braguinha", criado e dirigido por Ricardo Cravo Albin. O espetáculo foi montado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, para a entrega do Prêmio Shell de 1989 a Braguinha, e percorreu todo o Brasil. Nesse mesmo ano, gravou mais um LP intitulado "Miúcha", que contou com a participação especial de Pablo Milanés e Sua Banda, em gravação realizada em Cuba. Registrou no disco quatro parcerias de Guinga e Paulo César Pinheiro, "Chorando As Mágoas", "Por Gratidão", "Non Sense" e "Porto de Araújo", além de "Para Viver", versão de sua autoria para a canção "Para Vivir" (Pablo Milanés), entre outras músicas. Ainda em 1989, o jornal francês Le Monde incluiu dois de seus discos entre os sete melhores de música brasileira do ano.

Em 1999, lançou o CD "Rosa Amarela", com arranjos de Maurício Carrilho e J. Moraes, registrando as canções "Cabrochinha" (Paulo César Pinheiro e Maurício Carrilho), "João E Maria" (Chico Buarque e Sivuca), "De Você Eu Gosto" (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira), "A Mesma Rosa Amarela" (Carlos Pena Filho e Capiba), "Doce De Coco" (Hermínio Bello de Carvalho e Jacob do Bandolim), "Pressentimento" (Élton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho), "Santo Amaro" (Luiz Claudio Ramos, Franklin da Flauta e Aldir Blanc), "Assentamento" (Chico Buarque), "Por Causa Desta Cabocla" (Ary Barroso e Luiz Peixoto), "Choro Bandido" (Chico Buarque e Edu Lobo), "Valsa De Uma Cidade" (Ismael Netto e Antônio Maria), "Só O Tempo" (Paulinho da Viola) e "Querelas Do Brasil" (Aldir Blanc e Maurício Tapajós).O disco foi lançado inicialmente no Japão, após shows realizados pela cantora nesse país, e, em seguida, no Brasil, pela BMG Brasil.


Em 2002, lançou o CD "Miúcha.compositores", com produção musical de José Milton e arranjos de João Donato, Francis Hime, Cristóvão Bastos, Leandro Braga, Eduardo Souto Neto e Hélvius Vilela. Constam do repertório do disco as canções "Pode Ir" (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), o samba-canção "Quando A Lembrança Não Vem" (Música de João Donato e letra de Tom Jobim), "Canção Inédita" (Edu Lobo e Chico Buarque), que inclui uma citação a Tchaikovsky feita pelas cordas de Cristóvão Bastos, "Fox e Trote" (Guinga e Nei Lopes), "Tomara" (NovelliMaurício Tapajós e Paulo César Pinheiro), "Cor De Cinza" (Noel Rosa), "E Daí" (Miguel Gustavo), "Solidão" (Tom Jobim e Alcides Gonçalves), "Lembre-se" (Moacir SantosVinicius de Moraes), "Refém Da solidão" (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), "Vento" (Cristóvão Bastos e Abel Silva), "A Dor A Mais" (Fancis Hime e Vinicius de Moraes), faixa que inclui uma citação a "Medo De Amar" (Vinicius de Moraes), e "Você, Você" (Guinga e Chico Buarque), faixa que contou com a participação de Guinga, ao violão, e "Tempo De Amar" (Miúcha e João Donato). Ainda em 2002, trabalhou na produção de um documentário de Nelson Pereira dos Santos sobre seu pai, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda.

Em 2003, sua gravação com Tom Jobim da música "Pela Luz Dos Olhos Teus", lançada em 1977 no disco "Miúcha e Antônio Carlos Jobim", foi tema de abertura da novela "Mulheres Apaixonadas" da TV Globo. Nesse mesmo ano, lançou o CD "Miúcha Canta Vinicius & Vinicius - Música e Letra", contendo exclusivamente obras nas quais Vinicius de Moraes é autor da música e da letra: "Tomara", "Ai Quem Me Dera", "Saudades Do Brasil Em Portugal", "Medo De Amar", "Serenata Do Adeus", "Valsa De Eurídice", "Teleco Teco", "Tempo Será", "Pela Luz Dos Olhos Teus", "Encontro À Tarde", "Canção De Nós Dois""Cem Por Cento", "Georgiana" e "Quem For Mulher Que Me Siga". Eduardo Souto Neto, Cristóvão Bastos, Helvius Vilela e Leandro Braga assinaram os arranjos do disco, que contou com a participação de Chico Buarque, Bebel Gilberto, Zeca Pagodinho, Daniel Jobim, Toquinho e Yamandú Costa, entre outros artistas.


Lançou, em 2007, o CD "Outros Sonhos", dedicado a Tom Jobim, Chico BuarqueVinicius de Moraes. No repertório, "Uma Palavra" (Chico Buarque), "Outros Sonhos" (Chico Buarque), "Você Vai Ver" (Tom Jobim), "Chansong" (Tom Jobim), "Fotografia" (Tom Jobim), "Eu Te Amo / Dis-moi Comment" (Tom Jobim e Chico Buarque), "Anos Dourados" (Tom Jobim e Chico Buarque), "Quando Tu Passas Por Mim" (Vinicius de Moraes e Antônio Maria), "Amei Tanto / Pra Que Chorar" (Baden Powell e Vinicius de Moraes), "Desalento" (Chico BuarqueVinicius de Moraes), "Gente Humilde" (Garoto, Chico BuarqueVinicius de Moraes), "Olha Maria" (Tom Jobim, Chico BuarqueVinicius de Moraes) e "Todo O Sentimento" (Cristóvão Bastos e Chico Buarque). Também nesse ano, foi co-roteirista de um documentário sobre Antônio Carlos Jobim, dirigido por Nelson Pereira dos Santos.

Em 2008, lançou o disco "Miúcha Com Vinicius / Tom / João". Como parte da coleção da Sony "Bossa Nova 50 Anos", o CD trouxe a voz da cantora em interpretações de clássicos de Vinicius de MoraesTom Jobim e João Gilberto como "Samba Do Avião", "Águas De Março", "Falando De Amor", "Minha Namorada", "Triste Alegria" e "Izaura".

Em 2015, saiu pela Biscoito Fino, "Miúcha Ao Vivo No Paço Imperial", resultado da gravação de um show realizado em 2000, no Rio de Janeiro. Acompanhada pelo pianista Cristovão Bastos e também na companhia de Guinga e Francis Hime, cantou "Na Batucada Da Vida", "Pra Que Mentir", "Carta Ao Tom", "O Amor Em Paz", "Pela Luz Dos Olhos Teus", "Falando De Amor", "Maninha", "João e Maria", "Chansong", "Querida", "Anos Dourados", "Todo O Sentimento", "Resposta Ao Tempo", "Catavento E Girassol", "Valsa Rancho", "Pressentimento", "Deixa / Tem Dó".

Morte

Miúcha faleceu às 17h30 de quinta-feira, 27/12/2018, aos 81 anos, vítima de parada respiratória, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, RJ, onde se tratava de um câncer de pulmão.

O sepultamento ocorreu na sexta-feira, 28/12/2018, no Cemitério São João Batista, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Discografia

  • 1976 - The Best Of Two Worlds - Stan Getz e João Gilberto
  • 1977 - Miúcha & Antônio Carlos Jobim
  • 1977 - Tom/Vinicius/Toquinho/Miúcha - Gravado Ao vivo No Canecão
  • 1977 - Os Saltimbancos
  • 1979 - Miúcha & Tom Jobim
  • 1979 - Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Toquinho e Miúcha - Musicalmente Ao vivo Na Itália
  • 1980 - Miucha
  • 1989 - Miúcha
  • 1999 - Vivendo Vinicius Ao Vivo - Baden Powell, Carlos Lyra, Miúcha e Toquinho
  • 1999 - Rosa Amarela
  • 2002 - Miúcha.compositores
  • 2003 - Miúcha Canta Vinicius & Vinicius - Música e Letra
  • 2007 - Miúcha Outros Sonhos
  • 2008 - Miúcha Com Vinícius / Tom / João
  • 2015 - Miúcha Ao Vivo No Paço Imperial

Fonte: Wikipédia e Dicionário Cravo Albin da MPB
#FamososQuePartiram #Miúcha

Ana Maria Nascimento e Silva

ANA MARIA NASCIMENTO E SILVA
(65 anos)
Atriz e Produtora

☼ Rio de Janeiro, RJ (12/04/1952)
┼ Rio de Janeiro, RJ (30/11/2017)

Ana Maria Nascimento e Silva foi uma atriz brasileira nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 12/04/1952.

De atriz de cinema, televisão e teatro, Ana Maria Nascimento e Silva passou para a produção cinematográfica. Filha do grego Harry Anastassiadi, ex-presidente da Fox Film para a América Latina, formou-se em História da Arte e acumulou vários cursos de extensão na Europa.

Estreou no cinema em "Paraíso No Inferno" (1977), longa dirigido pelo ator Joel Barcelos. A partir de então, atuou em uma série de filmes do cinema brasileiro, como "Ladrões De Cinema" (1977), de Fernando Coni Campos, "A Força De Xangô" (1977), de Iberê Cavalcanti, "Os Trombadinhas" (1979), de Anselmo Duarte, "Sonho De Verão" (1990), de Paulo Sérgio Almeida, e "A Terceira Margem Do Rio" (1993), de Nelson Pereira dos Santos, e até internacional, como a produção portuguesa "Eternidade".


A partir de "Anchieta, José do Brasil" (1977), iniciou uma sólida relação com o diretor Paulo César Saraceni, com quem se casou. Para ele, produziu "Ao Sul Do Meu Corpo" (1981), "Natal Da Portela" (1988), "Bahia De Todos Os Sambas" (1996), "O Viajante" (1999) e o documentário "Banda de Ipanema - Folia de Albino" (2002).

Na década de 1990, foi apresentadora do programa "Deles E Delas", da CNT.

Em 2001 foi secretária de cultura da cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e em 2002 idealizou o Paracine - Festival de Cinema de Paraty.

Recentemente, trabalhou como atriz, em 2003, no filme "O General", o primeiro filme de longa-metragem de Fábio Carvalho, e fez a telenovela "Jamais Te Esquecerei", no SBT.

Ana Maria foi casada com o cineasta Paulo César Saraceni até a morte do mesmo, no dia 14/04/2012, no qual tiveram dois filhos e duas netas.

Morte

Ana Maria Nascimento e Silva faleceu aos 65 anos, na noite de quinta-feira, 30/11/2017, em decorrência de complicações geradas por um câncer de mama.

O velório ocorreu no sábado, no Memorial do Carmo, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde a artista foi cremada.

Milton Gonçalves e Ana Maria Nascimento e Silva
Carreira

Televisão
  • 2003 - Jamais Te Esquecerei ... Irene Camargo
  • 1997 - Zazá ... Hilda
  • 1995 - Engraçadinha... Seus Amores E Seus Pecados ... Drª Bruma
  • 1994 - Quatro Por Quatro ... Dora
  • 1990 - Araponga ... Celene
  • 1990 - Gente Fina ... Rita
  • 1989 - O Cometa ... Clara
  • 1989 - O Salvador Da Pátria ... Verônica
  • 1986 - Tudo Ou Nada ... Tereza Buganville
  • 1985 - Jogo do Amor ... Marlene
  • 1982 - Quem Ama Não Mata ... Sandra Vergueiro
  • 1979 - Cara A Cara ... Tatiana
  • 1977 - Nina ... Iracema

Cinema
  • 2011 - O Gerente
  • 2003 - O General
  • 1999 - O Viajante ... Anita
  • 1998 - Bocage, O Triunfo Do Amor ... Érato, a musa do poeta
  • 1995 - Eternidade ... Elisabeth
  • 1994 - A Terceira Margem Do Rio
  • 1990 - Sonho De Verão
  • 1988 - Natal Da Portela
  • 1987 - Brasa Adormecida ... Tia Eneida
  • 1982 - Ao Sul Do Meu Corpo ... Helena
  • 1981 - A Mulher Sensual ... Atriz de Cinema
  • 1980 - Asa Branca: Um Sonho Brasileiro
  • 1979 - Os Trombadinhas ... Arlete
  • 1978 - O Bem Dotado - O Homem De Itu ... Volga
  • 1978 - Desejo Violento ... Tânia
  • 1978 - A Força Do Sexo ... Laura
  • 1977 - Paraíso No Inferno ... Riza
  • 1977 - A Força Do Xangô ... Matilde de Obá
  • 1977 - Ladrões De Cinema ... Membro da Equipe Americana
  • 1976 - Marcados Para Viver

Indicação: José ClementinoMiguel Sampaio
#FamososQuePartiram #AnaMariaNascimentoeSilva

Leonardo

JADER MORECI TEIXEIRA
(71 anos)
Cantor e Compositor

* Bagé, RS (30/11/1938)
+ Viamão, RS (07/03/2010)

Foi um músico, cantor e compositor brasileiro de música regional gaúcha.

Em 1957, aos 19 anos de idade, muda-se para Porto Alegre. Antes da carreira musical, Leonardo trabalhou como palhaço de circo, com o nome de "Zé Sabugo". Adotou o nome artístico quando compôs dupla com Leonir Marques (que até então, apresentava-se com seu nome verdadeiro, Deroí Marques). Na década de 1960, foi um dos integrantes do grupo Os Três Xirus, com o qual gravou 12 discos e participou das primeiras edições da Califórnia da Canção Nativa, de Uruguaiana.

Em 1974, Leonardo deixou do grupo para trabalhar como produtor de discos, lançando artistas como Gaúcho da Fronteira. Em 1978, compõe a canção Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, com a qual foi premiado no festival Ciranda Musical Teuto-riograndense, de Taquara, no mesmo ano. Em 1982, conquistou o troféu Calhandra de Ouro da Califórnia da Canção Nativa, com a canção Tertúlia.

Desde abril de 2003, Leonardo apresentava aos domingos um programa de música nativista na Rádio Guaíba, chamado "Província de São Pedro". Entre seus maiores sucessos estão Céu, Sol, Sul, Terra e Cor (eleita música-símbolo do Rio Grande do Sul por voto popular), Viva a Bombacha, Tertúlia e Batismo de Sal.

Faleceu em 7 de março de 2010, em Viamão, após internação com complicações renais.

Fonte: Wikipédia

Augusto César Vannucci

AUGUSTO CÉSAR VANUCCI
(58 anos)
Ator, Diretor e Produtor de TV

* Uberaba, MG (11/01/1934)
+ Rio de Janeiro, RJ (30/11/1992)

Com dez anos de idade ele já cantava em uma sorveteria. Com 17 anos muda-se para o Rio de Janeiro e trabalha como cantor nas rádios e de crooner nas orquestras.

Sua carreira de ator começa no teatro Jardel, em 1954. Fez parte da Companhia de Teatro César Ladeira-Renata Fronzi.

Logo em seguida, Vannucci estreou no cinema, no filme "Colégio De Brotos" (1956).

Usando o nome artístico de Augusto César, participou de vários filmes como "Alegria de Viver", "Zé do Periquito", "O Quinto Poder" e "Rio, Verão e Amor".

Na televisão, em 1964, dirigiu musicais e, em 1965 participou da fundação da TV Globo, onde estreou comandando o humorístico "TV1", com Agildo Ribeiro. Tornou-se um dos principais diretores da emissora, lá permanecendo até 1978.

Augusto César Vannucci foi o responsável pela concepção e direção dos grandes musicais da emissora como "Globo de Ouro", "Alô Brasil, Aquele Abraço" e "Fantástico".

Em 1988, se transferiu para a Rede Bandeirantes e, logo depois, para a TV Manchete, retornando à Globo em 1990.

Espiritualista, dirigiu vários programas voltados ao terna como "Terceira Visão" na Bandeirantes e "Fronteiras do Desconhecido" na Manchete.

Foi casado com a comediante Sonia Mamede e com a cantora Vanusa, com quem teve o filho Rafael Vanucci.

Morreu aos 58 anos de idade, de Isquemia Cerebral, e seu último trabalho na TV foi a direção do "Criança Esperança" no dia 12 de outubro de 1992. Ele também dirigiu 19 especiais de fim de ano do cantor Roberto Carlos na Globo.

Diana Morel

DIANA MOREL
(64 anos)
Atriz, Dubladora e Vedete


☼ Rio de Janeiro, RJ (30/11/1934)
┼ Rio de Janeiro, RJ (18/12/1998)

Diana Morel começou a ser vedete ainda com 15 anos, nos espetáculos de Carlos Machadoem sua revista musical. Sofrendo a oposição de sua família, a jovem chegou a ameaçar se jogar do alto de um prédio, caso seus pais não a permitissem ser vedete. Com o corpo perfeito, muito charme e um rosto bonito, Diana Morel se tornaria rapidamente uma das Certinhas do Lalau, a famosa lista de beldades de Stanislaw Ponte Preta.

Depois do Teatro de Revista, Diana Morel ingressou na Companhia Teatral Maria Della Costa, onde atuou ao lado da própria e de Paulo Autran, Tonia CarreroZiembinski, e fez alguns filmes como "A Carne é o Diabo", "É Pra Casar?" e "Meus Amores no Rio"Ainda com Maria Della Costa, Diana Morel participou da adaptação para o cinema de "Moral em Concordata", um grande sucesso nos palcos.

Chegou à TV em 1967, participando das primeiras novelas da TV Globo como "A Rainha Louca" (1967), "Demian, o Justiceiro" (1967) e "A Grande Mentira" (1968). Participou, também, da linha de shows e humorísticos da emissora do final da década de 60.

Na década de 60, foi homenageada por um programa da TV Tupi, que remontava sua trajetória, tendo a atriz Elisângela, como Diana Morel adolescente.

Nos anos 70 participou da novela "Tempo de Viver" (1972) na TV Rio e depois, de volta à TV Globo, fez "Supermanoela" (1974), "Dancin' Days" (1978), "A Gata Comeu" (1985) e "Gente Fina" (1990).

No cinema estrelou "Trabalhou Bem, Genival" (1955), em outras chanchadas, e, uma participação em "Moral em Concordata" (1959), ao lado de Odete Lara.

Com uma voz perfeita, Diana Morel se transformou em uma dubladora das mais requisitadas. Dublou algumas atrizes famosas de cinema como Greta Garbo e Jeanne Moreau. É sua a voz de Ingrid Bergman no filme "Casablanca".

Sua última participação na TV Globo foi em outubro de 1992, no programa "Os Trapalhões"

Morte

Diana Morel morreu na sexta-feira, 18/12/1998, no Rio de Janeiro, em seu apartamento, no Leme, Zona Sul, vítima de um infarto. O corpo de Diana Morel foi velado e enterrado na sexta-feira no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, zona norte do Rio de Janeiro.


Trabalhos

Cinema
  • 1959 - Moral em Concordata
  • 1958 - Meus Amores no Rio
  • 1955 - Trabalhou Bem, Genival

Televisão
  • 1990 - Gente Fina (Globo) ... Zenaide
  • 1986 - Selva de Pedra (Globo) ... Ex Vedete
  • 1985 - A Gata Comeu (Globo) ... Dona Ofélia
  • 1978 - Sítio do Picapau Amarelo (Globo) ... Pasifae, rainha de Creta - Episódio "O Minotauro"
  • 1978 - Dancin' Days (Globo) ... Anita
  • 1975 - Senhora (Globo) ... Santa
  • 1974 - Supermanoela (Globo) ... Tereza
  • 1972 - Jerônimo, o Herói do Sertão (Tupi) ... Débora
  • 1972 - Tempo de Viver (Tupi)
  • 1969 - Enquanto Houver Estrelas (Tupi) ... Estela
  • 1969 - O Retrato de Laura (Tupi) ... Laura
  • 1968 - A Grande Mentira (Globo) ... Beatriz
  • 1967 - O Homem Proibido (Globo) ... Amal
  • 1967 - A Rainha Louca (Globo) ... Rosário

Dublagem
  • As atrizes Greta Garbo, Bette Davis e Ingrid Bergman;
  • Rainha Nemone na série animada "Tarzan" (Estúdios Filmation);
  • Mulher-Maravilha na 1ª temporada de "Superamigos" (1973);
  • Angie Dickinson em "Policewoman";
  • Participações em "Columbo" e "Ilha da Fantasia";
  • Maria Mercedes (Seu último trabalho na dublagem)


Fonte: Wikipédia e UOL

Cartola

ANGENOR DE OLIVEIRA
(72 anos)
Cantor, Compositor, Poeta e Violonista


☼ Rio de Janeiro, RJ (11/10/1908)
┼ Rio de Janeiro, RJ (30/11/1980)

Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, foi um cantor, compositor, poeta e violonista brasileiro.

Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, Cartola nasceu no bairro do Catete, mas passou a infância no bairro de Laranjeiras. Criou o Bloco dos Arengueiros, cujo núcleo em 1928 fundou a Estação Primeira de Mangueira. Após muitos anos desaparecido do cenário musical carioca, foi reencontrado em 1956 e voltou a cantar, indo a programas de rádio e compondo novos sambas para serem gravados. A partir daí, o compositor foi redescoberto por uma nova safra de intérpretes.

Em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos solo e sua carreira tomou impulso de novo com o sucesso de seus LPs, fazendo shows por diversas cidades brasileiras e mantendo o ritmo de trabalho até o final de sua vida, em 1980.

Do Catete Para a Mangueira

Angenor de Oliveira nasceu em 1908 na cidade do Rio de Janeiro. Era o mais velho dos oito filhos do casal Sebastião Joaquim de Oliveira e Aída Gomes de Oliveira. Apesar de ter recebido o nome de Agenor, foi registrado como Angenor - fato que só viria a descobrir muitos anos mais tarde, ao tratar dos papéis para seu casamento com Dona Zica na década de 60. Para não ter que providenciar a mudança do nome em cartório, a partir de então passou a assinar oficialmente seu nome como Angenor de Oliveira.

Sua família materna era de Campos dos Goytacazes, RJ, e seus antepassados foram escravos do primeiro Barão de Carapebus, proprietário do Solar do Beco. Nesse local nasceu seu avô materno Luís Cipriano Gomes, famoso cozinheiro, que trabalhou em Macaé, RJ, na Fazenda da Bertioga, propriedade da aristocrata Dona Julia Nogueira da Gama e Gavinho, até ser aliciado por Dona Anita Peçanha, prima da última esposa do futuro presidente do Brasil, Nilo Peçanha. O avô de Cartola foi então levado para o Rio de Janeiro, chegando a servi-la no Palácio do Catete.

Cartola nasceu no bairro carioca do Catete, onde também passou parte de sua infância. Quando tinha oito anos, sua família se mudou para as Laranjeiras, onde ele se tornou torcedor do time do bairro, o Fluminense. Nas Laranjeiras, entrou em contato com os ranchos carnavalescos "União da Aliança" e "Arrepiados" - neste último tocava cavaquinho, instrumento musical que lhe tinha sido dado pelo pai quando tinha somente 8 ou 9 anos de idade, o que também fazia nos desfiles do Dia de Reis, em que suas irmãs saíam em grupos de "Pastorinhas".

Era tão entusiasmado pelo "Arrepiados" que, mais tarde, ao participar da fundação da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, sugeriu que as cores desse rancho, o verde e o rosa, fossem as mesmas da nascente agremiação, que seria um símbolo dos mais reverenciados no mundo do samba. Por outro lado, Carlos Cachaça disse que tinha existido no Morro da Mangueira um antigo rancho chamado Caçadores da Floresta, cujas cores eram exatamente o verde e o rosa.

Em 1919, movidos por dificuldades financeiras, os Oliveira foram para o Morro da Mangueira, então uma pequena e nascente favela com menos de cinquenta barracos. Logo, outro morador da Mangueira, Carlos Cachaça, seis anos mais velho que Cartola, se tornaria, além de amigo por toda a vida, o seu parceiro mais constante em dezenas de sambas.

Quando tinha 15 anos, abandonou os estudos (tinha concluído apenas o quarto ano primário) para trabalhar, ao mesmo tempo em que se inclinava para a vida boêmia. Na adolescência, trabalhou como aprendiz de tipógrafo, mas logo se transformou em pedreiro. Foi enquanto trabalhava nas obras de construção que ele ganharia o apelido com que se tornaria reconhecido como um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira. Para que o cimento não lhe caísse sobre os cabelos, resolveu passar a usar um chapéu-coco, que os colegas diziam parecer mais uma cartolinha, e assim, começou a ser chamado de "Cartola".

Cartola tinha 17 anos quando sua mãe morreu. Pouco depois, após conflitos crescentes com o pai, inimigo da malandragem, acabou expulso de casa. Levou então por algum tempo uma vida de vadio, bebendo e namorando, frequentando zonas de prostituição e contraindo doenças venéreas, perambulando pelas noites e dormindo em trens de subúrbio. Esses hábitos o levaram a se enfraquecer fisicamente, adoecido e mal-alimentado, na cama de um pequeno barraco.

Uma vizinha do seu barraco chamada Deolinda, uma mulher gorda, forte e boa, sete anos mais velha, casada e com uma filha de dois anos, passou a cuidar e a gostar dele. Os dois acabaram se envolvendo. Tinha na época apenas 18 anos e estava morando sozinho. Decidiram viver juntos e Deolinda deixou o marido, levando a filha, que o compositor criaria como sua.

O Surgimento do Sambista

O barraco dividido por Cartola e Deolinda era habitado por mais gente, todos sustentados pela dona de casa, que lavava e cozinhava para fora. Sob seu teto e de Deolinda, Noel Rosa foi se abrigar algumas vezes, à procura de um refúgio tranqüilo. Cartola exercia a atividade de pedreiro apenas esporadicamente, preferindo assumir o ofício de compositor e violonista nos bares e tendas locais. À época, já se firmava como um dos maiores criadores do morro, ao lado do grande amigo Carlos Cachaça e Gradim.

Com estes e outros compositores, Cartola integrava uma turma de brigões e arruaceiros que, não por acaso, formaram o "Bloco dos Arengueiros", em 1925, para brincar o carnaval. Esse bloco seria o embrião da Estação Primeira de Mangueira. A ampliação e fusão do bloco com outros existentes no morro gerou, em 28/04/1928, a segunda escola de samba carioca e uma das mais tradicionais da história do carnaval da cidade. Cartola, um dos seus sete fundadores, também assumiu a função de diretor de harmonia da escola, em que permaneceu até fins da década de 30.

O nome "Estação Primeira" foi escolhido porque, contando a partir da Central do Brasil, o Morro de Mangueira ficava na primeira estação de trem de um lugar em que havia samba. Cartola compôs "Chega de Demanda", o primeiro samba escolhido para o desfile e que só seria gravado pelo compositor em 1974, para o disco "História das Escolas de Samba: Mangueira".

No início da década de 30, Cartola se tornou conhecido fora da Mangueira, quando foi procurado por Mário Reis, através de um estafeta chamado Clóvis Miguelão, que subira o morro para comprar uma música. O sambista vendeu os direitos de gravação do samba "Que Infeliz Sorte", que acabou sendo lançado por Francisco Alves, pois não se adaptava à voz de Mário Reis. Assinava então Agenor de Oliveira. Vendeu outros sambas a Francisco Alves, o maior ídolo da música brasileira na época, cedendo apenas os direitos sobre a vendagem de discos. Neste comércio, que serviu para projetá-lo entre os sambistas na cidade, Cartola conservava a autoria e não dava parceria a ninguém.

"O rapaz foi lá e disse: 'Cartola, vem cá. O Mário Reis tá aí, queria comprar um samba teu'. 'O quê? Comprar samba? Você tá maluco, rapaz? (...) Eu não vou vender coisa nenhuma!' (...) Ele disse: 'Quanto é que você quer pelo samba?'. Eu virei pro cara, no cantinho, disse assim: 'Vou pedir 50 mil réis'. 'O quê, rapaz? Pede 500.' (...) Com muito medo, pedi 500 contos. 'Não, dou 300. Tá bom?' Eu disse assim: 'Bom, me dá esses 300 mesmo'. Mas com muito medo (...) Mas botou meu nome direitinho, legal (...). Ele comprou, mas não deu para a voz dele. Então gravou Chico, Francisco Alves."
(Cartola, sobre o samba "Que Infeliz Sorte", Almanaque da Folha)

Em 1932, Francisco Alves e Mário Reis gravaram outro samba seu, "Perdão, Meu Bem". Também remonta àquela época a amizade e a parceria que Cartola estabeleceu com Noel Rosa. Com o "Poeta de Vila Isabel", compôs "Tenho Um Novo Amor", interpretada por Carmen Miranda, "Não Faz, Amor" e "Qual Foi o Mal Que Eu Te Fiz", interpretadas por Francisco Alves. Ainda naquele ano, Sílvio Caldas lançou "Na Floresta", de autoria de Cartola, do próprio Sílvio Caldas e ainda a primeira composição em parceria com Carlos Cachaça. Também em 1932, a Mangueira foi campeã do desfile promovido pelo jornal O Mundo Esportivo com o samba "Pudesse Meu Ideal", sua primeira parceria com Carlos Cachaça.

Em 1933 Cartola viu pela primeira vez um samba seu se tornar sucesso comercial: "Divina Dama", novamente na voz de Francisco Alves. Arnaldo Amaral gravou "Fita Meus Olhos" (Cartola e B. Vasquez), canção que encerrava o breve ciclo inicial de gravações de composições suas. A partir dali, o sambista passou a compor exclusivamente para a sua escola no morro, marginalizando-se do círculo artístico e de produção discográfica da cidade.

Em 1935 novamente a Mangueira teve premiado no desfile um samba de Cartola, "Não Quero Mais", feito com Carlos Cachaça e Zé da Zilda, que foi gravado, em 1936, por Aracy de Almeida e regravado, em 1973, por Paulinho da Viola, com o título alterado para "Não Quero Mais Amar A Ninguém".

Em 1940 Cartola foi convidado pelo maestro e compositor erudito Heitor Villa-Lobos, seu admirador, a formar um grupo de sambistas, entre eles, Donga, Pixinguinha, João da Baiana, para fazer algumas gravações de Música Popular Brasileira para outro maestro mundialmente famoso, o norte-americano Leopold Stokowski (que percorria a América Latina recolhendo músicas nativas), realizadas a bordo do navio Uruguai, ancorado no pier da Praça Mauá, no Rio de Janeiro.

Dos sambas que Cartola gravou a bordo do navio, "Quem Me Vê Sorrindo", composto com Carlos Cachaça, saiu em um dos quatro discos de 78 RPM lançados comercialmente apenas nos Estados Unidos pela gravadora Columbia. Além da sua primeira gravação, foi registrado nesse álbum o Coro da Mangueira com as vozes de Dona Neuma e de suas irmãs, a clarineta de Luís Americano, emboladas de Jararaca & Ratinho, a flauta de Pixinguinha, além das participações de Donga e João da Baiana e um arranjo de Villa-Lobos para o tema indígena "Canidé Joune".

Popular, Cartola também atuou como cantor na rádio, apresentando músicas suas e de outros compositores. Ainda em 1940 criou com Paulo da Portela o programa "A Voz do Morro", na Rádio Cruzeiro do Sul, no qual apresentavam sambas inéditos, cujos títulos deviam ser dados pelos ouvintes. Assim, o programa premiava o ouvinte que tivesse sugerido o título escolhido para o samba.

Em 1941 formou, junto com Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres, o Conjunto Carioca, que durante um mês realizou apresentações em um programa da Rádio Cosmos, da cidade de São Paulo.

Em 1942 "Não Posso Viver Sem Ela" (Cartola e Alcebíades Barcellos) foi lançada no famoso disco "Ai Que Saudades da Amélia", de Ataulfo Alves.

"Gosto de fazer samba de dor de cotovelo, falando de mulher, de amor, de Deus, porque é isso que acho importante e acaba se tornando uma coisa importante"
(Cartola, comentando sua obra, Almanaque da Folha)

Tempos Difíceis

Nos anos seguintes, Cartola participou pouco no cenário musical. Entre suas poucas atuações artísticas, o sambista apareceu como corista da gravação de alguns cantores na Colúmbia e chegou a se apresentar com um grupo de morro no Cassino Atlântico.

Com a nova direção da Estação Primeira de Mangueira antipática a Cartola, o sambista viu seu samba ser desqualificado pelo júri que julgou as músicas concorrentes ao enredo que representaria a escola de samba no carnaval de 1947. Para piorar, ele contraiu meningite, ficando três dias em estado de coma e um ano andando de muleta. Com vergonha da condição de doente, acabou se mudando para Nilópolis. Foi cuidado por Deolinda, mas pouco depois assistiu à morte da mulher, vitimada por um ataque cardíaco. Com a morte de Deolinda, Cartola deixou o Morro da Mangueira.

Por um período de cerca de sete anos, andou desaparecido dos seus conhecidos. Fora do ambiente musical, muitos pensavam até que tivesse morrido. Chegou-se a compor sambas em sua homenagem.

Em 1948 a Mangueira sagrou-se campeã do carnaval do Rio de Janeiro com seu samba-enredo "Vale do São Francisco" (CartolaCarlos Cachaça).

Cartola vivia um período difícil em sua vida. Sem mais a atenção de Deolinda e o prestígio no morro da Mangueira, o sambista morava em uma favela no bairro do Caju, com uma mulher chamada Donária.

Cartola conseguiu trabalhos modestos, como o de lavador de carros e vigia de edifícios. Mas a entrada em cena de uma nova, e definitiva, mulher em sua vida alterou o seu destino. Quando Eusébia Silva do Nascimento, mais conhecida como Zica, o encontrou, o sambista estava em um estado lastimável, entregue à bebida, desdentado e sobrevivendo de biscates, sem contar ainda um problema no nariz, que tinha se tornado demasiadamente grande, devido a uma afecção denominada rinofima. Apesar disso, Zica, antiga admiradora de Cartola, se apaixonou por ele, conquistando-o.

Zica o levou de volta ao morro da Mangueira, onde o casal se instalou em uma casa na subida do morro, perto da quadra da escola de samba e próximo da casa de Carlos Cachaça e Menina, irmã de Zica. Com ZicaCartola viveria até o fim de seus dias, sem, no entanto, deixar filhos.

Mesmo sumido, Cartola ainda foi lembrado em 1952, quando Gilberto Alves gravou o samba-canção "Sim" (Cartola e Oswaldo Martins).

Dona Zica e Cartola
Os Bons Tempos do Zicartola

Em 1957, Cartola trabalhava como vigia e lavador dos carros dos moradores de um edifício em Ipanema. Nessa função, foi identificado em uma madrugada pelo jornalista Sérgio Porto, conhecido como Stanislaw Ponte Preta, sobrinho do crítico musical Lúcio Rangel, que havia dado ao sambista, anos antes, o apelido de "Divino Cartola". Ao ver o compositor magro e maltrapilho em um macacão molhado, Stanislaw Ponte Preta decidiu ajudá-lo, começando por divulgar a redescoberta, que fizera, do sambista. Àquela altura, Cartola era dado como desaparecido ou mesmo morto por muitos de seus conhecidos e admiradores. O reencontro com o jornalista foi definitivo para a retomada de sua carreira como músico e compositor.

A promoção rendeu algumas apresentações na Rádio Mayrink Veiga e em restaurantes, além de matérias em jornais e revistas. Sérgio Porto também arranjou para o sambista, por meio do cronista e pesquisador Jota Efegê, um emprego de contínuo no jornal Diário Carioca em 1958 e, no ano seguinte, no Ministério da Indústria e Comércio.

Em 1958 foram gravados seus sambas "Grande Deus" e "Festa da Penha", respectivamente por Jamelão e Ari Cordovil.

Em 1960 Nuno Veloso gravou "Vale do São Francisco", parceria com Carlos Cachaça.

No início da década de 60, Cartola se tornou zelador da Associação das Escolas de Samba, localizada em um velho casarão no centro do Rio de Janeiro, que se tornou um ponto de encontro de sambistas de toda a cidade. Além das rodas de samba no local, Zica, uma exímia cozinheira, passou a servir uma sopa aos participantes. Estimulado por amigos, CartolaZica resolveram aplicar a fórmula música-comida em um sobrado da Rua da Carioca, também na zona central da cidade, em 1963. A iniciativa contou com o apoio financeiro de empreendedores considerados "mangueirenses de coração", como o empresário Renato Augustini.

O Zicartola se tornou um marco na história da Música Popular Brasileira no início das década de 60. Além da boa cozinha administrada por Zica, Cartola fazia as vezes de mestre de cerimônias, propiciando o encontro entre sambistas do morro e compositores e músicos de classe média, especialmente ligados à Bossa Nova, além de poetas-letristas como Hermínio Bello de Carvalho e jornalistas musicais como Sérgio Cabral. Velhos bambas, como Nelson Cavaquinho e Zé Keti, se juntavam a novos talentos, como Elton Medeiros e Paulinho da Viola. Além da presença constante de alguns dos melhores representantes do samba de morro, diferentes gerações de cantoras se encontravam ali, como Elizeth Cardoso e Nara Leão.

No Zicartola, desafiado pelo amigo Renato Agostini, Cartola compôs com Elton Medeiros em cerca de 30 minutos o samba "O Sol Nascerá", que se tornaria um de seus grandes clássicos. A mesma facilidade para compor experimentaria em "Alvorada" um samba feito a seis mãos. Compusera com Carlos Cachaça a primeira parte de um samba que decidiram mostrar a Hermínio Bello de Carvalho, que escreveu então os versos da segunda parte, que ele musicou na hora.

Moda no Rio de Janeiro, o Zicartola inaugurou um gênero de casa noturna que viria a se propagar nas décadas seguintes. Apesar disso, o bar durou pouco e, mal-administrado, fechou as portas após dois anos de existência, pois seu dono definitivamente não tinha tino comercial. Em 1974, um bar chamado Zicartola foi aberto no bairro paulistano de Vila Formosa.

Ainda em 1964, CartolaZica se casaram oficialmente, às vésperas do casamento, ele compôs "Nós Dois" para ela, e o sambista atuou no filme "Ganga Zumba" de Carlos Diegues, no papel de um escravo. Ele já havia atuado discretamente em "Orfeu Negro" e ainda participaria de "Os Marginais". O samba "O Sol Nascerá" foi gravado por Isaura Garcia.

Em 1965 foi lançado o álbum com gravações do "Show Opinião", no ano anterior, realizado entre Zé KetiJoão do Vale e Nara Leão, e esta incluiu "O Sol Nascerá" (Cartola e Elton Medeiros) no repertório do LP. Esta gravação tornou Cartola, assim como outros sambistas de seu círculo, conhecidos pelo público de classe média da época, projetando-os profissionalmente. Em consequência do prestígio que ganhou, Cartola chegou a ter seu nariz retocado pelo célebre cirurgião plástico Ivo Pitanguy. Pery Ribeiro e Bossa Três também regravam "O Sol Nascerá".

Ainda em 1965 Cartola iniciou a construção de uma casa, na cor verde e rosa, ao pé do morro da Mangueira, em terreno doado pelo então Estado da Guanabara. Naquele mesmo ano e no seguinte fez participação em dois discos de Elizeth Cardoso, que gravou o samba "Sim" (CartolaOswaldo Martins e Leny Andrade).

Ainda em 1966 gravou com Clementina de Jesus seu samba "Fiz Por Você o Que Pude".

Em 1968 participou em duas faixas do LP "Fala, Mangueira", que reuniu, além dele, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça, Clementina de Jesus e Odete Amaral. Também naquele ano, Cartola gravou com Odete Amaral "Tempos Idos" (Cartola Carlos Cachaça) e Cyro Monteiro gravou "Tive Sim".

A Glória Na Velhice

Em 1970 Cartola protagonizou uma série de apresentações promovidas pela União Nacional dos Estudantes (UNE), intituladas "Cartola Convida", na Praia do Flamengo, onde recebia grandes nomes do samba. Também naquele ano, a Abril Cultural lançou um volume dedicado à sua obra na série "História da Música Popular Brasileira", no qual o sambista interpretou "Preconceito", de sua autoria.

Em 1972 Paulinho da Viola gravou "Acontece" e Clara Nunes gravou "Alvorada", com Carlos Cachaça e Hermínio Bello de Carvalho.

Em 1973 Elza Soares gravou "Festa da Vinda"  (Cartola e Nuno Veloso).

Mas a consagração definitiva viria somente em 1974, alguns meses antes de completar 66 anos, quando o sambista finalmente gravou seu primeiro disco solo. Cartola, lançado em uma iniciativa do pesquisador musical, produtor de discos e publicitário Marcus Pereira. O disco, que recebeu vários prêmios e foi considerado um dos melhores daquele ano, reunia uma coleção de obras-primas de Cartola e uma equipe de instrumentistas de primeira linha no acompanhamento. O sambista interpretou "Acontece", "Tive Sim" e "Amor Proibido", canções de autoria própria, "Disfarça e Chora" e "Corra e Olhe o Céu" (Cartola e Dalmo Casteli), "Sim" (Cartola e Oswaldo Martins), "O Sol Nascerá" (Cartola e Elton de Medeiros), "Alvorada" (CartolaCarlos Cachaça e Hermínio Bello de Carvalho), "Festa da Vinda" (Cartola e Nuno Veloso), "Quem Me Vê Sorrindo" (Cartola e Carlos Cachaça) e "Ordenes e Farei" (Cartola e Aluizio).

Também em 1974 a mesma gravadora Marcus Pereira lançou o LP "História das Escolas de Samba: Mangueira", no qual Cartola interpretou algumas faixas. Pouco depois, durante uma entrevista ao radialista e produtor Luiz Carlos Saroldi, em um programa especial para a Rádio Jornal do Brasil, apresentou dois sambas ainda inéditos: "As Rosas Não Falam" e "O Mundo é Um Moinho". Ainda naquele ano, o sambista participou do programa radiofônico "MPB - 100 Ao Vivo". Os programas foram editados em 8 LPs com o mesmo título e em um dos álbuns ocupou todo um lado, deferência só concedida a dois outros convidados, Luiz Gonzaga e Paulinho da Viola, e se apresentou no bairro carioca de Botafogo, em que atuou ao lado da cantora Rosana Tapajós e do flautista Altamiro Carrilho. Gal Costa regravou "Acontece".

Logo depois, em 1976, a mesma gravadora lançou o segundo LP, também intitulado "Cartola". O sucesso do álbum foi puxado por uma de suas mais famosas criações, "As Rosas Não Falam", incluída na trilha sonora de uma novela da TV Globo. Ainda em seu segundo disco, Cartola interpretou suas composições "Minha", "Sala de Recepção", "Aconteceu", "Sei Chorar", "Cordas de Aço" e "Ensaboa". Gravou também as canções "Preciso Me Encontrar" (Candeia), "Senhora Tentação" (Silas de Oliveira) e "Pranto de Poeta" (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito). Também nesse ano, Clementina de Jesus gravou "Garças Pardas" (Cartola e Zé da Zilda).

A grande popularidade obtida pelo samba levou Cartola a uma divulgação inédita de seu trabalho. Realizou seu primeiro show individual, no Teatro da Galeria, no bairro do Catete, acompanhado pelo Conjunto Galo Preto. O show foi um sucesso de público e se estendeu por quatro meses em várias partes do país.

Em 1977 o sambista dividiu com um novo parceiro, Roberto Nascimento, uma turnê por palcos do SESC, no interior de São Paulo. Em meio ao grande sucesso, Cartola voltou a desfilar pela Mangueira, após 28 anos de ausência no desfile de carnaval. O seu samba "Tive, Sim" foi defendido por Cyro Monteiro na I Bienal do Samba, promovida pela TV Record, e terminou classificado em quinto lugar no concurso. Também foi convidado pela Prefeitura de Curitiba para integrar o júri do desfile das escolas de samba locais, onde, pela primeira e única vez, julgou um desfile das escolas.

Ainda em 1977 a cantora Beth Carvalho gravou com sucesso "O Mundo é Um Moinho". Em junho de 1977 a TV Globo apresentou o programa "Brasil Especial" número 19, dedicado exclusivamente a Cartola, e que obteve grande êxito. Em setembro de 1977, o sambista participou, acompanhado por João Nogueira, do "Projeto Pixinguinha", no Rio de Janeiro, e depois em uma excursão pelas principais cidades brasileiras. O sucesso do espetáculo os levou a excursionar por São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

Em outubro de 1977, a gravadora RCA Victor lançou "Verde Que Te Quero Rosa", seu terceiro disco solo, com igual sucesso de crítica. Um dos grandes destaques do álbum foi "Autonomia", com arranjo do maestro Radamés Gnattali. Desse LP fazem parte o samba-canção "Autonomia", além de "Nós Dois", composta especialmente para o casamento com Zica, em 1964. Recriou "Escurinha", samba do mangueirense Geraldo Pereira, falecido prematuramente em consequência de uma briga com Madame Satã. Estão presentes ainda os sambas "Desfigurado", "Grande Deus", "Que é Feito de Você" e "Desta Vez Eu Vou", todos de sua autoria, "Fita Meus Olhos" (Cartola e Osvaldo Vasques) e "A Canção Que Chegou" (Cartola e Nuno Veloso).

Cartola e Nelson Cavaquinho
Últimas Homenagens

Em 1978, quase aos 70 anos, se transferiu da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, buscando um pouco mais de tranquilidade, na tentativa de continuar compondo, mas sempre voltava para visitar os amigos no morro onde crescera e se tornara famoso. A residência de Cartola e Zica em Mangueira era muito frequentada por músicos e jornalistas, o que levou o casal a procurar um pouco de sossego. Era finalmente a primeira casa própria do artista, o máximo que ele conseguiu com o sucesso obtido no final da vida. Em frente à sua porta, foi inaugurada em seguida uma praça apropriadamente batizada de "As Rosas Não Falam".

Naquele mesmo ano, estreou seu segundo show individual: "Acontece", outro sucesso. E em novembro, por ocasião de seu septuagésimo aniversário, recebeu uma grande homenagem na quadra da Mangueira. O sambista, no entanto, já estava doente. Diagnosticado seu mal, câncer na tireoide, foi operado em 1978.

Ainda em 1978 o sambista gravou com Eliana Pittman o samba "Meu Amigo Cartola" (Roberto Nascimento) e, com Odete Amaral, o samba "Tempos Idos" (Cartola e Carlos Cachaça). Waldir Azevedo, João Maria de Abreu, Joel Nascimento e Fagner regravaram "As Rosas Não Falam". Elizeth Cardoso regravou "Acontece"Odete Amaral, "Alvorada". Durante a apresentação no Ópera Cabaré, em São Paulo, no mês de dezembro, o concerto foi gravado ao vivo, por iniciativa de J.C. Botezelli, responsável pelo primeiro disco de Cartola. Esse registro ao vivo só sairia em LP após a morte do compositor.

Em 1979 foi lançado "Cartola - 70 Anos", seu quarto LP, no qual interpretou seus sambas "Feriado na Roça", "Fim de Estrada", "Enquanto Deus Consentir", "Dê-me Graças, Senhora", "Evite Meu Amor", "Bem Feito" e "Ao Amanhecer", além de "O Inverno do Meu Tempo" e "A Cor da Esperança" (Cartola e Roberto Nascimento), "Ciência e Arte" e "Silêncio de um Cipreste" (CartolaCarlos Cachaça), "Senões" (Cartola e Nuno Veloso) e "Mesma Estória" (Cartola e Elton Medeiros).

Nelson Gonçalves e Emílio Santiago, em 1979, regravaram "As Rosas Não Falam". Em fins de 1979 Cartola participou de um programa na Rádio Eldorado, da cidade de São Paulo, no qual contou um pouco de sua vida e cantou músicas que andava fazendo. Essa entrevista foi posteriormente lançada em LP, na década de 80, com o nome "Cartola - Documento Inédito".

Em 1980, a cantora Beth Carvalho regravou "As Rosas Não Falam" e "Consideração", parceria com Heitor dos Prazeres. Com Nelson Cavaquinho, compôs apenas "Devia Ser Condenada", gravada pelo parceiro na década de 80.

A carreira de Cartola não iria longe. Ele sabia que sua doença era grave, mas manteve segredo sobre ela todo o tempo. Para todos dizia que tinha uma úlcera.

"Quando for enterrado, quero que Waldemiro toque o bumbo!"
(Cartola, manifestando a sua família um desejo uma semana antes de sua morte, Almanaque da Folha)

Três dias antes de morrer, recebeu de Carlos Drummond de Andrade sua última homenagem em vida. O poeta lhe dedicou uma comovente crônica, publicada pelo Jornal do Brasil.

Morte

Cartola morreria de vítima de câncer em 30/11/1980, aos 72 anos de idade. O corpo foi velado na quadra da Estação Primeira de Mangueira, onde passaram as mais diversas presenças do mundo da música como Clara Nunes, AlcioneEmílio Santiago, Chico Buarque, João Nogueira, Dona Ivone Lara, Nelson Sargento, Jamelão, Roberto Ribeiro, Clementina de Jesus, Martinho da Vila, Gal Costa, Simone, Elizeth Cardoso, Paulo Cesar Pinheiro, Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Gonzaguinha, entre muitos outros.

Seu corpo foi sepultado no Cemitério do Caju. Dona Zica viu o corpo do seu grande amor pela última vez, abraçada com Clara Nunes, que era amiga e uma das "queridinhas" do poeta. Atendendo a seu pedido, no dia 01/12/1980, data de seu funeral, Waldemiro, ritmista da Mangueira, que havia aprendido com ele a encourar seu instrumento, marcou o ritmo para o coro de "As Rosas Não Falam", cantada por uma pequena multidão de sambistas, amigos, políticos e intelectuais, presentes em sua despedida. Em seu caixão a bandeira do time do seu coração, o Fluminense.

Após a Morte

Durante os anos seguintes, viriam homenagens póstumas, discos e biografias que o confirmariam como um dos maiores nomes da música popular brasileira. Em 1981, Artur Oliveira concluiria o samba "Vem", que Cartola deixara inacabado, e seu livro escrito juntamente com Marília Trindade Barboza, a biografia "Cartola, Os Tempos Idos" seria lançado pela Funarte, em 1983.

Em 1982 foi lançado um disco póstumo do sambista, "Ao Vivo", gravação de um espetáculo realizado no final de 1978, em São Paulo.

Em 1984, também pela Funarte, sairia o LP "Cartola, Entre Amigos".

Em 1988, para comemorar o octagésimo aniversário de seu nascimento, a gravadora Som Livre lançou o songbook "Cartola - Bate Outra Vez...", que trazia Caetano Veloso, Gal Costa, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Luiz Melodia, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Nelson Gonçalves, Paulo Ricardo e Cazuza. E a cantora Leny Andrade apareceu com "Cartola - 80 Anos". Marisa Monte viria a incluir em seu repertório o lundu "Ensaboa", composto em 1975 e gravado pelo compositor em seu segundo LP.

A cantora Cláudia Telles, filha de Sylvia Telles, um dos ícones da Bossa Nova, lançaria em 1995 um álbum-tributo com composições de Cartola e Nelson Cavaquinho.

Em 1998, Elton Medeiros e Nelson Sargento gravaram o álbum "Só Cartola"Elton Medeiros também se apresentou com a cantora Márcia no espetáculo "Cartola 90 Anos", que resultaria em um álbum lançado pelo SESC de São Paulo. Naquele mesmo ano, o grupo Arranco, ex-Arranco de Varsóvia, lançou o álbum "Samba de Cartola".

Em 2001, a RCA Victor relançou em CD o disco "Verde Que Te Quero Rosa". Naquele mesmo ano, foi fundado o Centro Cultural Cartola, tendo por base a obra do compositor.

Em 2002, o cantor Ney Matogrosso lançou o álbum "Cartola", com repertório todo dedicado ao compositor da Mangueira.

Em 2003, a neta de Cartola descobriu uma pasta com vários letras inéditas que teriam de ser musicadas. Ainda naquele ano, Beth Carvalho lançou o álbum "Beth Carvalho Canta Cartola".

Em 2004, o espetáculo "Obrigado Cartola", de Sandra Louzada, com direção de Vicente Maiolino, estreou no Centro Cultural Banco do Brasil. O musical contava a vida do compositor e apresentava sambas clássicos. Naquele mesmo ano, foi lançado pela Editora Moderna o livro "Cartola", de Mônica Ramalho.

Em 2007, foi lançado o filme "Cartola - Música Para Os Olhos", com direção de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda.

Em 2008, esquecido no ano de seu centenário pela Estação Primeira de Mangueira que ajudou a fundar, foi, no entanto homenageado pela Paraíso do Tuiuti com o enredo "Cartola, Teu Cenário é Uma Beleza", que ajudou a escola de São Cristóvão a subir para o grupo de Acesso A.

Dentro das comemorações pelo seu centenário, foi lançado pelo selo Biscoito Fino "Viva Cartola - 100 Anos", que incluiu gravações lançadas em outros discos e que continha uma única faixa inédita, "Basta de Clamares Inocência", gravada por Martinália.

Obras

Discografia Oficial

  • 1974 - Cartola
  • 1976 - Cartola
  • 1977 - Verde Que Te Quero Rosa
  • 1978 - Cartola 70 Anos
  • 1982 - Cartola - Ao Vivo
  • 1982 - Cartola - Documento Inédito

Participações

  • 1942 - Native Brazilian Music (Leopold Stokowski)
  • 1967 - A Enluarada Elizeth (Elizeth Cardoso)
  • 1968 - Fala Mangueira! (Odete Amaral, Cartola, Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça)
  • 1970 - História da Música Popular Brasileira (Cartola e Nelson Cavaquinho)
  • 1974 - História das Escolas de Samba: Mangueira (Vários Artistas)
  • 1975 - MPB - 100 Ao Vivo (Vários Artistas)
  • 1980 - E Vamos à Luta (Alcione)
  • 1993 - No Tom da Mangueira (Tom Jobim e Velha Guarda da Mangueira)

Não-Oficiais

  • 1977 - Cartola (Este disco faz parte da coleção Nova História da Música Popular Brasileira vem acompanhado de fascículo, fotos, ilustração de Elifas Andreatoe as letras das músicas)
  • 1980 - Adeus, Mestre Cartola
  • 1982 - Cartola - História da MPB
  • 1999 - O Sol Nascerá
  • 2001 - A Música Brasileira Deste Século Por Seus Autores e Intérpretes

Homenagens e Tributos

  • 1984 - Cartola, Entre Amigos (Vários Artistas)
  • 1987 - Cartola - 80 Anos (Leny Andrade)
  • 1988 - Cartola - Bate Outra Vez... (Vários Artistas)
  • 1995 - Claudia Telles Interpreta Nelson Cavaquinho e Cartola
  • 1998 - Sambas de Cartola (Grupo Arranco)
  • 1998 - Só Cartola (Elton Medeiros e Nelson Sargento)
  • 1998 - Cartola - 90 Anos (Elton Medeiros e Márcia)
  • 2002 - Cartola (Ney Matogrosso)
  • 2003 - Beth Carvalho Canta Cartola (Beth Carvalho)
  • 2008 - Viva Cartola! 100 Anos (Vários Artistas)

Coletânea

  • 2005 - Maxximum: Cartola


DVD

  • 2007 - MPB Especial 1974

Filmografia

  • 1958 - Orfeu Negro (Participação Especial)
  • 1963 - Ganga Zumba
  • 1968 - Os Marginais (Participação Especial)
  • 2006 - Cartola - Música Para Os Olhos (Cine Biografia)

Bibliografia

  • 1997 - Cartola: Os Tempos Idos (Arthur L. de Oliveira Filho e Marília Trindade Barbosa da Silva)
  • 2003 - Cartola: Os Tempos Idos (Arthur L. de Oliveira Filho e Marília Trindade Barbosa da Silva)
  • Cartola: Semente de Amor Sei Que Sou, Desde Nascença (Arley Pereira)

Fonte: Wikipédia