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Ângela Diniz

ÂNGELA DINIZ
(32 anos)
Socialite

* Belo Horizonte, MG (10/11/1944)
+ Búzios, RJ (30/12/1976)

Foi uma socialite brasileira da década de 70, assassinada em uma casa na Praia dos Ossos, Búzios estado do Rio de Janeiro pelo seu companheiro, Doca Street (Raul Fernando do Amaral Street). O crime foi amplamente divulgado em jornais e televisão.

A vida de Ângela Diniz foi transformada em filme dirigido por Roberto Farias, tendo Deborah Secco no papel principal.

O livro Mea Culpa, editado em 2006, escrito pelo assassino confesso, trata com profundidade a ocorrência. "A Pantera de Minas", como era tratada a biografada nas colunas sociais da época, foi morta por disparos de uma pistola Beretta.

O Assassinato

Na tarde de 30 de dezembro de 1976, após uma briga, Doca Street mata com quatro tiros a socialite Ângela Diniz, 32, chamada de "A Pantera de Minas", com quem vivia havia três meses, após ter deixado a mulher Adelita Escarpa e o filho Luís Felipe, então com 3 anos.

"Me lembro de estar com a arma na mão e de armar a arma, mas não me lembro de dar os tiros", afirma, sobre a pistola Bereta 7.65 usada para cometer o crime na casa de praia de Ângela, em Búzios.

O Julgamento

Doca foi condenado a dois anos com sursis no primeiro julgamento, em 1979, baseado em uma tese de legítima defesa da honra do criminalista Evandro Lins e Silva.

"Se eu fosse o juiz me condenaria. Mas eu tinha um advogado que era o máximo", diz Doca.

Grupos feministas protestaram contra a pena branda e o julgamento foi anulado. De volta ao tribunal em novembro de 1981, Doca foi condenado a 15 anos de detenção.

O Arrependimento

"Sou arrependido, com uma grande dor, isso veio no minuto seguinte. Esse negócio de matar por amor é uma besteira. Foi uma briga que acabou com uma pessoa morta. Não tive a intenção...", diz Doca. "Penso em Ângela todos os dias, com tristeza. Tenho muita pena de ter a feito a mãe dela sofrer tanto", completa ele, que nunca mais teve contato algum com a família de Ângela.

César Cals

CÉSAR CALS DE OLIVEIRA FILHO
(64 anos)
Militar, Professor, Engenheiro, Empresário e Político

* Fortaleza, CE (30/12/1926)
+ Fortaleza, CE (10/03/1991)

Filho de César Cals de Oliveira e Hilza Diogo de Oliveira. Ingressou na Escola Militar do Realengo em 1943 formado-se em Engenharia Militar pela Academia Militar das Agulhas Negras e em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, voltou a Fortaleza e foi oficial de infantaria do 23º Batalhão de Caçadores, instrutor da Escola Preparatória e adjunto da chefia do Serviço de Obras da 10ª Região Militar.

Trabalhou do departamento de energia da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, foi diretor do Departamento de Energia Elétrica do Piauí, diretor e conselheiro das Centrais Elétricas Brasileiras, presidente da Companhia Nordeste de Eletrificação e das Centrais Elétricas do Maranhão. Coronel reformado do Exército e professor de engenharia, foi conselheiro da Escola de Administração da Universidade Federal de Pernambuco.

Em 1970 foi escolhido governador do Ceará pelo presidente Emílio Garrastazu Médici e para assumir o cargo deixou a presidência da Companhia Hidrelétrica de Boa Esperança.

Retornou à ribalta política ao ser referendado senador biônico pela ARENA em 1978, porém passou a maior parte de seu mandato como Ministro das Minas e Energia do governo João Figueiredo, o que ocasionou a convocação do suplente. Em seu interregno como ministro houve o deslanche do Programa Nacional do Álcool inclusive com a construção do primeiro carro a álcool no país.

Ao lado de Virgílio Távora e Adauto Bezerra formou um triunvirato de coronéis que dominou a política cearense durante o Regime Militar de 1964, transferindo-se para o PDS em 1980.

Disputou sua primeira eleição direta em 1986 quando foi candidato a reeleição ao Senado Federal, mas perdeu a disputa. É pai do político César Cals Neto.

Faleceu vítima de ataque cardíaco.

Fonte: Wikipédia

Norma Geraldy

IONE SARTINI
(95 anos)
Atriz

* Uberaba, MG (30/12/1907)
+ Rio de Janeiro, RJ (02/12/2003)

Norma Geraldy, nome artístico de Ione Sartini, nasceu em Uberaba, em 21 de dezembro, mas o pai só a registrou no dia 30 do mesmo mês.

Quando criança, os olhos azuis da pequena Ione brilhavam toda vez que o pai, o relojoeiro italiano Dante Sartini, e os quatro irmãos se desfaziam de suas velhas meias de malha colorida. Era com aquele material que a menina confeccionava suas bonecas de pano, seus únicos brinquedos na década de 20. "Se quisesse uma boneca de porcelana, tinha que torcer para alguém trazer da Europa porque, no Brasil, não existia", lembra. Na escola, ela se destacava não só pelas notas altas como por sua performance nas peças de teatro. Com o tempo, descobriu sua vocação para a carreira artística e passou a ter aulas de canto e piano, instrumento que ela tocou até o final da vida no apartamento em que morava, em Copacabana, a um quarteirão da praia, onde costumava caminhar diariamente.

Da infância em Uberaba ela se recorda das viagens de trem para Araminas, onde moravam os tios. O maior passatempo da menina era ver o trem chegar à estação, com os vagões repletos de gente, bois, cavalos, cana e o que mais fosse preciso trazer para a população local. Quando a Primeira Guerra Mundial estourou, em 1914, ela viu a gripe espanhola invadir sua casa e contagiar os irmãos. "Ajudei a cuidar deles sem contrair a doença", recordava-se, orgulhosa de nunca ter tido problemas sérios de saúde.

O talento para representar e cantar só foi descoberto quando a atriz chegou ao Rio de Janeiro, em 1932, e passou a percorrer várias rádios em busca de emprego. Nesta época, já havia se separado do primeiro marido, o bancário Urquiza de Carvalho, pai de seu único filho, Israel. Ela se lembra bem da primeira vez em que foi à Rádio Mayrink Veiga. "Recebi um grande elogio da Carmem Miranda, que ficou encantada ao me ver tocar piano", conta ela. Carmem tornou-se uma de suas melhores amigas. "Era sempre convidada para festas em sua casa e foi lá que eu vi, pela primeira vez, uma cama de casal redonda", diverte-se. A morte de Carmem Miranda, em 1955, a deixou abalada.

Na ocasião, já usava o nome artístico de Norma Geraldy, escolhido pelo diretor de teatro Olavo de Barros em homenagem ao poeta francês Paul Geraldy. Norma pediu dispensa do Programa César de Alencar, na Rádio Nacional, para ir ao enterro.

Um ano antes, em 1954, fez o mesmo na morte do então presidente Getúlio Vargas. "Getúlio era amigo do meu segundo marido, o Procópio Ferreira, e freqüentava a minha casa", conta.

No Rio, o primeiro emprego de Norma foi na Rádio Clube do Brasil, onde cantava operetas e fazia teatro. Para trabalhar, matriculou o filho num colégio interno e só o via nos finais de semana. Anos depois, ingressou na Companhia de Teatro de Dulcina de Moraes, de onde só saiu em 1936, quando passou a ser a atriz principal da Companhia Teatral de Procópio Ferreira, com quem dividiu o palco em 75 peças durante os dez anos de casamento. "Procópio se apaixonou por mim e chegou a pagar uma multa de 60 mil contos de réis para me contratar", conta Norma, que trocou a companhia de Dulcina pela do marido antes do término do contrato. Com o ator, ela não teve filhos, mas tornou-se madrasta da também atriz Bibi Ferreira. Hoje, Norma tem dois netos - a designer Angela de Carvalho e o guitarrista Celso Blues Boy - e três bisnetas.

Norma Geraldy também brilhou na música. Gostava tanto de cantar que viajou para o Pará e para a Venezuela, em plena Segunda Guerra Mundial, para entreter os soldados. Em 1953, através de concurso, ela ingressou no Coral do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde ficou por 30 anos. No início da década de 50, costumava nadar à noite na praia de Copacabana. "Eu chegava do Municipal por volta das 20h, vestia meu maiô e ia para a praia", diz. "Certa vez, encontrei com o Sílvio Caldas dentro d'água e nadamos juntos."

Somente aos 72 anos Norma Geraldy entrou para a tevê. Sua primeira novela foi "Te Contei?" em 1979, na Rede Globo. Mas seu grande sucesso veio em seguida, com a Tia Mena, de "O Jogo da Vida". Foi nos anos 80 que ela virou funcionária da emissora. Participou do seriado "Mulher", depois de atuar em "Sol de Verão", "Vereda Tropical", "A Gata Comeu", "O Salvador da Pátria" e "Por Amor".

Na ditadura militar, ela escapou de um tiroteio na Avenida Rio Branco, onde passeava com o filho. "Corremos para o antigo Café Nice e nos escondemos debaixo das mesas", recorda a atriz.

Na TV Globo atuou em 25 produções entre humorísticos e minisséries. Seu último trabalho foi em "A Casa das Sete Mulheres".

Norma Geraldy faleceu de Complicações Cardíacas. A atriz faria 96 anos naquele mês. Além da carreira, ela também se dedicava à defesa dos direitos da mulher e dos idosos.