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Maurício Sherman

MAURÍCIO SHERMAN NIZENBAUM
(88 anos)
Ator, Produtor e Diretor de Televisão

☼ Niterói, RJ (31/01/1931)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/10/2019)

Maurício Sherman Nizenbaum foi um diretor de televisão nascido em Niterói, RJ, no dia 31/01/1931.

Filho de um casal de judeus poloneses, fez o primário no Externato Volta e completou o ginásio no Colégio Bittencourt Silva. Formou-se em direito na Universidade Federal Fluminense, no final dos anos 1940.

Aos 13 anos, já participava de peças amadoras apresentadas em um Clube da Colônia Judaica, em Niterói. Em uma dessas ocasiões, foi convidado pelo radialista Hélio Tys para trabalhar como ator na Rádio Mauá, onde estreou em uma representação de "O Corcunda de Notre Dame". A partir daí, participou do grupo Jerusa Camões, no Teatro da Juventude Universitária, atuando em diversos espetáculos ao lado de atores como Gisela Camões, Vanda Lacerda, Nathália Timberg, Fernando Pamplona e Alberto Perez.

Em 1949, foi convidado a trabalhar na Rádio Guanabara pelo ator Paulo Renato, diretor da emissora. Trabalhou ao lado de Chico Anysio, Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg, Jaime Barcelos, Fernando Torres e Elizeth Cardoso.

Nos anos 50, foi responsável pela dublagem em português de alguns clássicos da Disney. Começou com a dublagem da primeira voz de Pinóquio em "Pinóquio", dublagem do Rei Estevão de "A Bela Adormecida" e outros mais.

Maurício Sherman no comando do programa "Faça Humor, Não Faça Guerra"
Em 1951, substituiu Paulo Renato na peça "Massacre", de Emmanoel Roblès, do repertório da Companhia de Graça Mello. A peça obteve grande sucesso, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, garantindo-lhe o prêmio de ator revelação. Naquele mesmo ano, iniciou sua trajetória na televisão, quando participou de uma representação da "Paixão de Cristo" na TV Tupi.

Maurício Sherman transferiu-se para a TV Paulista, canal 5 de São Paulo, em 1952. Na emissora, representou clássicos do teatro e da literatura, como "Rei Lear" e "Hamlet", de William Shakespeare, e "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa. Nessa época, a TV Paulista, propriedade do deputado Ortiz Monteiro e dirigida pelo italiano Ruggero Jacobi, funcionava no sexto andar de um edifício residencial  na Rua da Consolação.

Em 1954, passou a trabalhar na TV Tupi do Rio de Janeiro, onde permaneceu por dez anos. Durante este período, atuou no "Sítio do Pica-Pau Amarelo", nas "Fábulas Animadas" com Júlio Gouvêa e dirigiu um teleteatro com Heloísa Helena.

Em 1961, foi responsável pela direção da primeira versão televisiva de "Gabriela, Cravo e Canela", baseada no livro de Jorge Amado e transmitida pela TV Tupi. A novela foi a primeira da televisão brasileira a ser gravada em videotape.

Maurício Sherman e Haroldo Barbosa em 1965
Depois de uma breve experiência na TV Excelsior, Maurício Sherman foi convidado por Mauro Salles para trabalhar na TV Globo, em agosto de 1965. Seu primeiro trabalho na emissora foi a direção do "Espetáculo Tonelux", programa apresentado por Marília Pêra, Gracindo Jr., Riva Blanche e Paulo Araújo. O musical era gravado ao vivo no auditório da Globo, com a presença de cantores da Jovem Guarda e uma orquestra sinfônica regida por Isaac Karabtchevsky.

Em 1966, dirigiu os programas humorísticos "Riso Sinal Aberto" e "Bairro Feliz". Nesse período, contribuiu para a entrada na TV Globo dos redatores de humor Max Nunes e Haroldo Barbosa.

Maurício Sherman deixou a TV Globo em 1968, quando o programa que então dirigia, "Noite de Gala", passou a ser exibido na TV Excelsior. Neste mesmo ano, foi convidado a comandar uma equipe de criação na TV Tupi, composta por Armando Costa, Oduvaldo Vianna Filho e Paulo Pontes.

Maurício Sherman permaneceu na TV Tupi até 1972, quando retornou à TV Globo para dirigir o humorístico "Faça Humor, Não Faça Guerra", com Jô Soares, Renato Corte Real, Luis Carlos Miéle, Paulo Silvino, Sandra Bréa, entre outros.

Maurício Sherman participou da equipe de criação do "Fantástico", em 1973, e foi um dos diretores do programa por três anos. Dirigiu também o "Moacyr Franco Show" até 1977, quando saiu novamente da emissora para assumir a direção artística da linha de shows da TV Tupi de São Paulo. Retornou à Globo em 1981 e dirigiu "Chico Anysio Show" e "Os Trapalhões" por dois anos.

Mauricio Sherman e Xuxa
Em 1983, após uma breve passagem pela TV Bandeirantes, onde dirigiu apresentadores como J. Silvestre até 1984, Maurício Sherman aceitou o convite de Adolpho Bloch para dirigir a programação da recém-inaugurada TV Manchete. Na TV Manchete foi um dos mais prestigiados diretores, tendo dirigido a primeira edição do "Clube da Criança", escalando a então modelo Xuxa Meneghel como apresentadora, e descobrindo Angélica, então ainda uma menina de onze anos. Foi também o responsável pela criação do programa "Bar Academia" e da minissérie "Marquesa de Santos".

Maurício Sherman voltou à TV Globo em 1988, como diretor executivo da Central Globo de Produção. Nos 12 anos seguintes, desempenhou várias funções: foi diretor de núcleo do horário das 18 horas; diretor do musical "Globo de Ouro"; diretor artístico do "Fantástico"; diretor do departamento de Projetos Especiais e diretor da área de controle de qualidade.

Além disso, trabalhou nos anos 1980 como comentarista da Rádio Bandeirantes, onde eram transmitidos diversos jogos do campeonato brasileiro de futebol. Também foi supervisor artístico da Rede Bandeirantes, tendo dirigido apresentadores como J. Silvestre até 1984 quando foi para a Rede Manchete.

Maurício Sherman trabalhou como diretor artístico do programa infantil dos anos 90 "TV Colosso".

Mauricio Sherman e Chico Anysio
De 1989 a 1991, esteve à frente de "Os Trapalhões", programa apresentado por Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum e Zacarias. No dia 28/07/1991, dirigiu o especial comemorativo de 25 anos dos comediantes, com 25 horas de duração e a participação de todo o elenco da TV Globo.

Em 1991 e 1992, Maurício Sherman dirigiu as vinhetas com a mensagem de final de ano da TV Globo. Foi premiado pelas vinhetas da mensagem "Tente e invente, faça um 92 diferente", em que atores, jornalistas, comediantes e apresentadores apareciam mostrando talentos até então desconhecidos do público.

Em 1994, quando atuou como supervisor do "Vídeo Show", Maurício Sherman foi responsável pela transformação da atração em um programa diário.

Em 2001, foi diretor do "Domingão do Faustão".

Em 2009, Maurício Sherman dirigiu o especial de fim de ano "Chico e Amigos". No navio "Ventos Anysios", Chico Anysio interpretou personagens que marcaram sua carreira e homenageou a "Escolinha do Professor Raimundo", que completava 57 anos. Outra edição do especial "Chico e Amigos" foi exibida em janeiro de 2011.

Dirigiu de 1999 a 2015 o humorístico "Zorra Total", um de seus últimos trabalhos na televisão.

No teatro, Maurício Sherman dirigiu vários espetáculos importantes, com destaque para "A Pequena Notável" (1972), estrelado por Marília Pêra, no papel de Carmen Miranda, e "Evita" (1983), estrelado pela cantora Cláudia e os atores Mauro Mendonça e Carlos Augusto Strazzer

Morte

Maurício Sherman faleceu na quinta-feira, 17/10/2019, aos 88 anos no Rio de Janeiro, RJ. Ele foi vítima de complicações de uma doença renal crônica e estava em sua casa, no bairro de Ipanema, na Zona Sul da cidade, quando faleceu.

Indicação: Miguel Sampaio e Jairo Borges Cunha Júnior

Nildo Parente

NILDO PARENTE
(74 anos)
Ator

* Fortaleza, CE (1936)
+ Rio de Janeiro, RJ (31/01/2011)

Nascido em Fortaleza em 1934, o ator Nildo Parente estreou no cinema, no filme "O Homem que Comprou o Mundo" (1968), de Eduardo Coutinho.

Em seguida, Nildo Parente fez o papel principal de "Azyllo Muito Louco" (1969), de Nelson Pereira dos Santos, com quem voltou a filmar em "Quem é Beta?" (1972), "Tenda dos Milagres" (1977) e "Memórias do Cárcere" (1983).

Tem seu principal período de atuação na década de 70, quando, em papéis de diferentes importâncias e sob a direção de cineastas diversos, fez mais de 20 filmes, como: "Anjos e Demônios" (1970), de Carlos Hugo Christensen, "São Bernardo" (1972), de Leon Hirszman, "Os Condenados" (1973), de Zelito Viana, e "Coronel Delmiro Gouvêa" (1977), de Geraldo Sarno.

Nos anos 1980 e no começo dos 1990, fez mais de dez filmes, entre eles: "Luz del Fuego" (1981), de David Neves, "Rio Babilônia" (1982), de Neville D'Almeida, "O Beijo da Mulher-Aranha" (1984), de Hector Babenco, e "Natal da Portela" (1988), de Paulo Cezar Saraceni.

Na retomada do cinema brasileiro atuou em "Bela Donna" (1998), de Fábio Barreto, "Seja o que Deus Quiser" (2002), de Murilo Salles, e "Inesquecível", de Paulo Sérgio Almeida.

Suas principais montagens teatrais foram “Hoje é Dia de Rock” de Rubens Correia, “Francisco de Assis” de Ciro Barcellos e “Ai Ai Brasil” de Sergio Brito.

Nildo fez parte do elenco do Grande Teatro Tupi, onde encenou aproximadamente 20 peças do programa, de 1958 a 1963.

Na televisão, trabalhou em diversas novelas, como "Água Viva", “América”, “Senhora do Destino” e “Celebridade”. Em 2007, Nildo Parente participou da novela "Paraíso Tropical".

Em 2008, após participar do espetáculo "As Eruditas", Nildo voltou aos palcos, desta vez ao lado de Francisco Cuoco e grande elenco, com a peça "Circuncisão em Nova York". O ator também esteve na TV, em uma participação especial nos últimos capítulos da novela "Amor e Intrigas", na Record.

Ainda em 2008, o ator esteve no curta "Depois de Tudo", uma Co-produção da ONG Cinema Nosso com a Universidade Federal Fluminense (UFF); e pode ser visto também no longa "Meu Nome é Dindi".

Em 2009, Nildo Parente apareceu em uma participação especial na série "A Lei e o Crime", da Record. No mesmo ano, o ator se apresenta no teatro com o espetáculo "Medida por Medida".

O ator, em 2010, esteve no longa metragem "Chico Xavier" dirigido por Daniel Filho.

Nildo Parente faleceu no dia 31 de janeiro de 2011, aos 74 anos de idade, em razão de um AVC. O ator estava interrnado há cerca de um mês no Hospital Silvestre, no Rio de Janeiro. O velório foi realizado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, onde o ator será enterrado.

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

Arthur Costa Filho

ARTHUR COSTA FILHO
(76 anos)

Ator e Dublador

* Rio de Janeiro, RJ (09/06/1927)
+ Rio de Janeiro, RJ (31/01/2003)

Arthur Costa Filho foi um ator e dublador brasileiro, nascido no Rio de Janeiro.

Iniciou sua carreira no rádio, como rádio-ator de novelas na era de ouro da Rádio Nacional, na década de 40.

Logo depois, Arthur estreou no cinema, fazendo pequenos papeis em chanchadas, gênero bastante comum no cinema brasileiro na época. Nas décadas de 70 e 80, o ator esteve em dois filmes do cineasta Bruno Barreto: "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976) e "Romance da Empregada" (1988). Fez também "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976), "A Filha de Madame Betina" (1973) e "O Grande Gozador" (1972).

Na televisão, Arthur Costa Filho participou de novelas, minisséries e programas na Rede Globo e na TV Tupi. Estreou em novelas de televisão já veterano, em 1970, no clássico de Janete Clair, "Irmãos Coragem"A partir daí, fez uma novela atrás da outra, intercaladas por pequenas participações em filmes nacionais.

Participou de novelas de sucesso da TV Globo como "Carinhoso" (1973), "Estúpido Cupido" (1976), "O Casarão" (1976), "Sinal de Alerta" (1978), "Ciranda de Pedra" (1981), "Jogo da Vida" (1981), "Paraíso" (1982), "Roque Santeiro" (1985) e "Cambalacho" (1986).

Arthur Costa Filho também participou do humorístico "A Escolinha do Professor Raimundo", a partir de 1990 interpretando o personagem Natanael, e de episódios do programa "Você Decide". Ele também fez uma participação na minissérie "Chiquinha Gonzaga" (1999).

Atuou, também, nas minisséries "Engraçadinha ... Seus Amores e Seus Pecados" (1995) e "Anos Dourados" (1986) e no especial "O Crime de Zé Bigorna" (1974).


No teatro, participou da bem sucedida peça "Filumena Marturano", protagonizada pela grande atriz Yara Amaral, sua colega de elenco na minissérie "Anos Dourados" (1986), atuando também ao lado do ator José Wilker, entre outros.

Dono de uma belíssima voz, Arthur Costa Filho fez também carreira como dublador. Na dublagem começou no início dos anos de 1960 na CineCastro. Também trabalhou muito na empresa Dublasom Guanabara. Nos anos de 1970 na empresa Technisom fez a voz do Doutor Zaius na famosa serie "O Planeta dos Macacos", também fazia a voz do ator e comediante W.C. Fields em alguns filmes.

Seus trabalhos como ator na televisão e no cinema lhe absorveram muito deixando pouco tempo para a dublagem, mais volta e meia fazia algum trabalho como dublador. Era chamado de vez em quando pela Disney para dublar em longas metragens como "Aladdin e Os 40 Ladrões" aonde fez o Sultão, e em "Mulan" aonde fez o Imperador.

Não disponibilizava muito de tempo para dublar personagens fixos, então ou fazia longas metragens ou personagens secundários em series e filmes.

Há uma certa confusão na internet que fazem com sua voz e a do ex-dublador Amaury Gutemberg, filho de Amaury Costa, creditando o nome de Gutemberg em muitas de suas produções, sendo muitas delas realizadas nos de 1960, quando Gutemberg ainda era jovem e não participava da dublagem. Amaury Gutemberg teve um breve momento na dublagem por volta dos anos de 1980, ficando não mais que 2 anos na profissão e se afastando da mesma.

Arthur Costa Filho tinha um problema de nascença na coluna, que o impedia de de virar o pescoço, e mesmo com essa limitação foi um grande ator, dublador e radioator, mostrando que as limitações não eram problema pra quem vivia pelo o que gostava, um exemplo para todos.

Ele dublou até o fim da vida intercalando o seu trabalho como ator e o seu trabalho como dublador.

Faleceu no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, em 31/01/2003, aos 75 anos, vítima de um infarto. Ele foi enterrado no Cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro.




Televisão

  • 1961 - As Aventuras de Eva
  • 1970 - Irmãos Coragem ... Gentil Palhares
  • 1971 - O Homem Que Deve Morrer ... Padre
  • 1972 - História de Subúrbio
  • 1972 - Sombra de Suspeita
  • 1972 - Bicho do Mato
  • 1972 - A Patota
  • 1973 - Carinhoso ... Ramon
  • 1974 - O Crime do Zé Bigorna ... Padre Afonso
  • 1976 - Estúpido Cupido ... Padre Guido
  • 1976 - O Casarão ... Arturo
  • 1977 - À Sombra dos Laranjais ... José Motta
  • 1978 - Sinal de Alerta ... Souza
  • 1978 - Sítio do Pica-Pau Amarelo: O Minotauro ... Dédalo
  • 1979 - Feijão Maravilha ... Diretor do Clube
  • 1981 - Jogo da Vida ... Ulisses
  • 1981 - Ciranda de Pedra ... Manoel
  • 1982 - Paraíso ... Alfredo
  • 1983 - Alice & Alice ... Funcionário da Imobiliária
  • 1985 - Um Sonho a Mais ... Santana
  • 1985 - Roque Santeiro ... Drº Cipó
  • 1986 - Anos Dourados ... Olegário
  • 1986 - Cambalacho ... Juiz
  • 1990 - Escolinha do Professor Raimundo ... Natanael
  • 1994 - Você Decide (Mãe Solteira)
  • 1995 - Você Decide (O Corno Convicto)
  • 1995 - Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados
  • 1999 - Chiquinha Gonzaga

Cinema

  • 1945 - Cem Garotas e Um Capote ... Como Arthur Costa
  • 1949 - Vendaval Maravilhoso ... Leite Ribeiro
  • 1959 - Aí Vem os Cadetes
  • 1970 - O Enterro da Cafetina
  • 1972 - O Grande Gozador
  • 1973 - A Filha de Madame Bettina
  • 1976 - Dona Flor e Seus Dois Maridos ... Carlinhos
  • 1987 - Romance da Empregada

Teatro

  • 1988 - Filumena Marturano


Fonte: Wikipédia e A Casa da Dublagem

Evaldo Braga

EVALDO BRAGA
(25 anos)
Cantor e Compositor

☼ Campo dos Goytacazes, RJ (28/09/1947)
┼ Três Rios, RJ (31/01/1973)

Evaldo Braga foi um cantor e compositor nascido em Campos dos Goytacazes, RJ, no dia 26/05/1945.

Nos 25 anos em que viveu, o cantor percorreu uma trajetória bastante peculiar, marcada pela tragédia pessoal e pela aclamação popular. Conviveu de forma intensa com a tristeza e a alegria, a sarjeta e a glória, tudo percorrido na velocidade de um cometa.

Evaldo Braga passou a infância no antigo Serviço de Amparo ao Menor (SAM). Existe um boato segundo o qual Evaldo Braga, ainda bebê, teria sido jogado pela mãe biológica numa lata de lixo. Entretanto, esse boato foi veementemente desmentido pelo irmão de Evaldo Braga, o músico e cabeleireiro Antônio C. Braga, em depoimento num documentário realizado por Armando B. Mendes Filho em 1997, intitulado "Evaldo Braga - O Ídolo Negro", que está disponível no site Youtube em três partes (Parte 1, Parte 2 e Parte 3). O esclarecedor depoimento de Antônio C. Braga aparece na parte 2 do documentário, exatamente a 1 minuto e 52 segundos.

Passados os dias de infância no Serviço de Amparo ao Menor (SAM), o jovem Evaldo Braga, assim como tantos outros lá internados naqueles tempos, saiu a procurar uma maneira de ganhar a vida, e também como tantos outros jovens negros como ele pelas cidades brasileiras, passou a trabalhar como engraxate.


Passava os dias engraxando sapatos na Rua Mayrink Veiga, perto da famosa Praça Mauá, rua onde ficava a não menos famosa Rádio Mayrink Veiga, e ali acabou por fazer contato com os artistas daquela rádio e pouco a pouco foi acalentando o desejo de se tornar cantor.

Foi quando conheceu o produtor e compositor Osmar Navarro, que gostou de sua voz e da maneira dele pronunciar bem cada palavra, e o apresentou ao produtor Jairo Pires da gravadora Polydor, que andava procurando um cantor que fizesse frente à Nilton César, contratado de outra gravadora.

Evaldo Braga lançou seu primeiro disco em 1971 e logo se tornou um sucesso com a música "A Cruz Que Carrego" (Isaías Souza), com uma carga dramática e autobiográfica incrível, em versos como "Sinto a cruz que carrego bastante pesada, já não existe esperança no amor que morreu / a solidão e amargura / sempre me marcaram" que imediatamente podem ser remetidos a todo seu drama.

O fato é que essa composição caiu logo no gosto popular e mesmo que a crítica especializada da época não desse muita importância a ele, nem ao menos se dando ao trabalho de avaliar seus dotes vocais e muito menos querendo travar qualquer contato com as músicas que cantava, seu sucesso aumentou, e em 1972, ele lançou "O Ídolo Negro - Volume 2".


Esse seu segundo LP que contou com os arranjos dos maestros Waltel Branco e Perucci, e apresentou novamente uma ambiguidade temática que tanto podia levar a ilações quanto a um relacionamento amoroso desfeito, logicamente a interpretação mais imediata, como remeter também a sua biografia.

Evaldo Braga faleceu com apenas dois discos gravados. Um terceiro foi lançado no ano de sua morte, mas era na realidade, uma coletânea.

Em 2022, 49 anos após seu falecimento, a Música Popular Brasileira passou por transformações avassaladoras, algumas das quais já se processavam quando de sua morte. Com isso teria ele caído no esquecimento? Não, pelo contrário, seu mito manteve-se vivo na memória popular mesmo que nenhuma estação de televisão se dê ao trabalho de apresentar qualquer especial sobre sua vida e carreira.

Em condições normais, ele teria caído no esquecimento, mas, no entanto, mesmo no ano de 2022, depois de 49 anos, seu túmulo é visitado por romarias de fãs no dia de finados, seus discos continuam a ser adquiridos e podem ser encontrados com facilidade nos locais que cultuam a chamada música brega.


Em levantamento recente feito no site Dicionário Cravo Albin da MPB chegou-se a conclusão que seu nome era o mais pesquisado entre todos os quase sete mil verbetes ali catalogados.

Como explicar esse fenômeno de um artista que a crítica esqueceu como apenas mais um representante da música brega, que para muitos cultores da chamada Música Popular Brasileira com letras maiúsculas e garrafais, nem ao menos mereceria uma nota de roda-pé?

Talvez essa explicação ou busca de compreensão não passe apenas pela análise formal de suas gravações, seja daquelas músicas compostas por ele ou daquelas que outros para ele compuseram, mesmo que elas falem muito, por um lado, dele mesmo, numa talvez involuntária autobiografia musical, ou sirvam como trilha sonora de amores baratos e desfeitos na permanente solidão das cidades. Por mais que se buscasse dissecá-las musicalmente nota por nota, ainda assim, haveria quem lhes negasse maior valor exatamente pelo que elas têm de mais valoroso, o gosto e a dicção popular, que muitos até por preconceito logo identificam com som de cabarés. Embora seja certo que o que parece um insulto é na verdade a constatação do quanto as músicas por ele compostas ou gravadas estão entranhadas na musicalidade e na alma popular, e tocam sim nos cabarés onde o amor custa pouco (ou muito dependendo do ponto de vista) e a humanidade exercita de forma explicita suas emoções da maneira mais exacerbada possível.


E não é isso exatamente o que a música brega-romântica faz? Exacerba os sentimentos e lhes dá uma vestimenta que condiz com a alma desbragada de nosso povo, por mais que dizer isso possa parecer tatear no espaço vazio. O fato é que esse derramamento que os intelectuais e membros da elite execram, o povo abraça, e o mais é motivo de discussão, mas que não pode levar a conclusões definitivas sobre o melhor e o pior.

Seja como for, 49 anos depois de sua morte, Evaldo Braga é mais e mais um enigma como pessoa, como artista e como representante artístico dessa face dita bastarda da música popular, execrada e desqualificada pela maioria dos críticos, que é a música brega.

No entanto, a questão aqui não é exatamente discutir o lugar da música brega na Música Popular Brasileira, mas sim, chamar a atenção para o Ídolo Negro, Evaldo Braga, mesmo sem chegar a conclusões sobre ele e seu sucesso, mas muito mais para homenageá-lo e lançar um pouco de luz sobre esse raro cantor negro cuja carreira, que tinha tudo para ser das mais brilhantes da música popular, foi bruscamente cortada por um golpe da sorte numa curva qualquer de uma estrada brasileira.

Morte

Evaldo Braga faleceu na quarta-feira, 31/01/1973, aos 25 anos, vítima de um acidente automobilístico na BR-03, Rio-Bahia, em um Wolkswagem TL, após tentativa de ultrapassagem forçada segundo populares.

Importante ressaltar que no momento do acidente, Evaldo Braga não dirigia o carro, e sim seu motorista.

Seu túmulo é um dos mais visitados pelos fãs no feriado de Finados no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

Discografia

  • 1973 - Evaldo Braga (Polydor)
  • 1972 - O Ídolo Negro Vol. 2 (Polydor)
  • 1972 - O Ídolo Negro (Polydor)

Extras
  • 1987 - Eu Ainda Amo Vocês (Polydor)
  • 1972 - Mis Canciones En Castellano (Polydor)

Tributos
  • 1973 - Os Garotos da Praia Interpretam o Inesquecível Evaldo Braga (Som / Copacabana)

Coletâneas
  • 2001 - Sem Limite - Evaldo Braga (Universal Music)
  • 1999 - Millennium - 20 Músicas do Século XX - Evaldo Braga (Universal Music)
  • 1983 - O Inesquecível Evaldo Braga (Elenco / Opus) 
  • 1981 - A Voz de Evaldo Braga (Polyfar / Philips)
  • 1977 - Série Autógrafo de Sucessos - Evaldo Braga (Polyfar / Philips)
  • 1975 - O Imortal (Polyfar / Philips)
  • N/D - Minha História - Evaldo Braga (Polygram)

Compactos / Singles
  • 1969 - Dois Bobos / Não Importa (RCA Victor)
  • 1971 - Só Quero / Por Uma Vez Mais (Polydor)
  • 1972 - Nunca Mais, Nunca Mais / Meu Deus / A Cruz Que Carrego / Eu Desta Vez Vou Te Esquecer (Polydor)
  • 1972 - Todas As Noites / Nunca Mais, Nunca Mais (Polydor)
  • 1972 - O Ídolo Negro Vol. 2 (Polydor)

Fonte: Wikipédia
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