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Graciete Santana

GRACIETE MOREIRA CARNEIRO SANTANA
(40 anos)
Atleta

☼ Serra Preta, BA (12/10/1980)
┼ Feira de Santana, BA (16/09/2021)

Graciete Moreira Carneiro Santana foi uma fundista olímpica, nascida em Serra Preta, BA, no dia 12/10/1980.

Graciete Santana representou o Cruzeiro nas competições e estava registrada na Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) pela Associação de Atletismo Simõesfilhense (AASF).

Graciete Santana representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 na maratona feminina do atletismo.

Começou a praticar corrida de rua como parte de tratamento de bulimia. Atingiu o índice olímpico, em 2016, ao terminar a Maratona de Sevilha, na Espanha, em 14º lugar, com o tempo de 2:38:33.

Graciete Santana tinha vitórias nas maratonas de Londrina e Florianópolis.

Nos Jogos Olímpicos finalizou a maratona em 128º lugar, com o tempo de 3:09:15.

Nos 25 km, a atleta tinha duas marcas entre as dez melhores de sua carreira, de 1h32min11, em 2014, e de 1h32min53, em 2013, ambas obtidas em Aracaju, SE. Sua melhor marca na meia maratona era 1h18min55, na Meia Maratona Internacional da Bahia, em 2015.

Morte

Graciete Moreira faleceu na quinta-feira, 16/09/2021, aos 40 anos, em Feira de Santana, BA, vítima de câncer.

Graciete Santana foi diagnosticada com melanoma severo e vinha passando por tratamento contra o câncer, mas não resistiu. A informação foi confirmada por Joelson Moreira Carneiro, irmão de Graciete.

Fonte: Wikipédia e UOL
#FamososQuePartiram #GracieteSantana

Léo Neves

LEONARDO NEVES
(40 anos)
Surfista

☼ Rio de Janeiro, RJ (29/10/1979)
┼ Saquarema, RJ (24/11/2019)

Leonardo Neves, mais conhecido como Léo Neves, foi um surfista profissional nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 29/10/1079.

Ex-surfista de trem, Leonardo Neves surfava profissionalmente desde 1998, tendo se sagrado bicampeão do SuperSurf (Campeonato Nacional Brasileiro) nos anos de 2002 e 2003, embora não tenha tido sucesso semelhante em competições internacionais nesse período.

Em 2006, Leonardo Neves teve seu melhor ano na carreira internacional, conquistando o 14º lugar no World Men's Qualifying Series (WQS), o que lhe garantiu uma vaga para a elite do surfe, o WCT, na temporada de 2007.

Bicampeão brasileiro e tricampeão carioca, Leonardo Neves ainda trabalhava com o esporte mas, sem apoio, ele não focou mais em competição, mas em passar sua experiência como treinador para a nova geração de surfistas de Saquarema, onde vivia na época.

Morte

Leonardo Neves faleceu na tarde de domingo, 24/11/2019, aos 40 anos, enquanto disputava a etapa final da Tríplice Coroa Saquarema na praia de Itaúna, em Saquarema, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Leonardo Neves sofreu um mal súbito na água, por volta de 12h00, e faleceu antes de chegar a um hospital, em Bacaxá.

Informações locais indicam que houve uma demora no resgate e atendimento de Leonardo Neves.

Leonardo Neves foi velado por amigos, familiares e fãs na manhã de segunda-feira, 25/11/2019, na sede da Associação de Surfe de Saquarema, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

Sapão

JEFFERSON FERNANDES LUIZ
(40 anos)
Cantor

☼ Rio de Janeiro, RJ (12/11/1978)
┼ Rio de Janeiro, RJ (19/04/2019)

Jefferson Fernandes Luiz, conhecido como Sapão e anteriormente como MC Sapão, foi um cantor de funk, nascido no Rio de Janeiro em 12/11/1978.

Um dos expoente do funk carioca, Sapão se diferenciou de muitos MCs do funk carioca por conta de seu vocal melódico, com influências do soul. Nascido e criado na comunidade da Nova Brasília, no Complexo do Alemão, ele adotou como nome artístico o apelido Sapão, que possuía desde a infância por conta dos olhos arregalados.

Aos 18 anos passou oito meses preso sob a alegação de associação ao tráfico de drogas, mas logo depois absolvido por não existir provas contra ele. Na prisão, compôs a música "Eu Sei Cantar", para a mãe, prometendo que ia usar seu dom, a partir dali, para fazer o bem. A partir deste momento iniciou a sua carreira.

Mais tarde, o nome de Sapão, mais uma vez, foi mencionado em páginas policiais: Peritos da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) confirmaram que a voz encontrada em um "Proibidão" pertencia a Sapão. Isso ocorreu em 2006.


Sua primeira aparição na televisão foi através do programa "Domingo Legal", na ocasião Gugu Liberato contou sua história e desfez todo o mal-entendido sobre sua prisão.

Em 2005, Sapão lançou o seu primeiro grande sucesso, "Diretoria", que foi executada a exaustão nas principais emissoras de rádio segmentadas em funk, do Rio de Janeiro, e que o fez participar de diversos bailes no Rio de Janeiro.

Em 2006, gravou o álbum "Tô Tranquilão" pela gravadora Indie Records, do qual se destacou a faixa-título, que acabou se tornando o seu maior hit. Ainda em 2006, integrou a coletânea "Funk Mix", organizada por DJ Marlboro para a gravadora Som Livre, interpretando a faixa "Boladão - Grito De Um Guerreiro", de sua autoria. Com esta mesma música, participou também da coletânea "Elite do Funk".

Em 2013, Sapão, perdeu 40 quilos com alimentação regrada e exercícios, conseguiu se manter mais magro. Ele tinha sérios problemas com a oscilação de pressão arterial nessa época.


Em 2014, Sapão gravou o single "Vou Desafiar Você" e o lançou no dia 02/12/2014. O single foi um sucesso conquistando mais de 30 milhões de visualizações no site Youtube.

Sapão gravou a música original "Rei do Baile" em 2012 e na versão de 2015, contou com a participação de Mr. Catra e do MC Guimê.

Ao gravar o videoclipe de "Rei do Baile", Sapão mobilizou uma equipe com mais de 130 pessoas. MC Marcelly, conhecida pelo sucesso "Bigode Grosso", participou das filmagens como uma garçonete da festa. Para contar a história do gangster ostentação, a produção do clipe contou com a participação de 80 figurantes entre homens e mulheres e uma equipe com aproximadamente 130 pessoas incluindo maquiadores, produtores, técnicos operacionais entre outros, justificando o valor do orçamento de R$ 200 mil.

Sapão era uma das atrações confirmadas do show "Funk Orquestra", no Palco Sunset do Rock in Rio 2019.

Entre os seus sucessos estão "Mocinho e Bandido", com a dupla sertaneja João Neto & Frederico"Deixa Ela Dançar""Vou Desafiar Você""Rei Do Baile", com MC Guimê e Mr. Catra, e "Tô Tranquilão", este último o seu maior hit.

Morte

Sapão faleceu na tarde de sexta-feira, 19/04/2019, aos 40 anos. Ele estava internado desde o dia 10/04/2019, com um quadro de pneumonia, no Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Porém, ele havia sido transferido, na quinta-feira, 18/04/2019, do Hospital Municipal Rocha Faria para o Hospital dos Servidores do Estado, na CTI Coronariana, para um atendimento específico.

A causa da morte, segundo laudo do médico Marcelo Rodrigo de Souza, foi choque séptico, pneumonia e insuficiência cardíaca, conforme informou a assessoria do artista.

Segundo o boletim enviado pela assessoria de imprensa de Sapão na tarde de quinta-feira, 18/04/2019, o estado dele era estável, porém grave. No dia anterior, o cantor apresentava o quadro de saúde grave e instável. A nota informava ainda que os quatro filhos do cantor não podiam visitar o pai na UTI.

Sapão deixou quatro filhos: Pedro, de 15 anos, Kevin, de 12, Odara, de 10, e Brisa, de 7. Apenas a mulher, Alessandra Fernandes, estava em contato com o artista, dando suporte ao marido. Sapão estava sem plano de saúde quando teve de ser internado.

Discografia

Álbuns
  • Tô Tranqüilão
  • Funk Mix (Coletânea com vários artistas)
  • Caldeirão do Funk 2 (Coletânea com vários artistas)
  • Sapão - Sapão Original 

Singles
  • Tô Tranquilão
  • Mocinho e Bandido (Participação João Neto & Frederico)
  • Vou Desafiar Você
  • Rei do Baile (Participação MC Guimê e Mr. Catra)
  • Diretoria

Carola Scarpa

ANA CAROLINA RORATO DE OLIVEIRA
(40 anos)
Socialite e Atriz

☼ São Paulo, SP (24/08/1971)
┼ São Paulo, SP (25/02/2011)

Ana Carolina Rorato de Oliveira, mais conhecida por Carola Scarpa, foi uma socialite e atriz brasileira nascida em São Paulo, SP, no dia 24/08/1971.

Ana Carolina foi casada com Chiquinho Scarpa e entre 2002 e 2003 participou do programa "Casa dos Artistas 2" e "Casa dos Artistas 3", do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).

Ana Carolina auto-intitulava-se atriz e cantora. Era filha do diretor de televisão Carlos Augusto Oliveira, sobrinha do executivo de televisão Boni e da ex-governadora gaúcha Yeda Crusius.

Em 1989 trabalhou como coadjuvante na telenovela "Cortina de Vidro", dirigida pelo pai no SBT. Mudou-se em seguida para os Estados Unidos e mais tarde para Israel com um segurança, com quem teve um filho. Em sua passagem pelos Estados Unidos teria mantido um relacionamento com o mafioso John Gotti Junior, embora ela confirmasse apenas tê-lo conhecido.


Ana Carolina ficou conhecida no Brasil quando participou da "Casa dos Artistas" no SBT, onde teve diversos atritos com os outros participantes, principalmente com a participante Syang.

Casou com o até então playboy Chiquinho Scarpa. O relacionamento durou nove meses e acabou em 1999, segundo ela, porque o marido era gay. As revelações foram feitas por Ana Carolina em programas de televisão de grande audiência, como o "Programa do Ratinho".

A festa de casamento dos dois foi um evento que contou com ampla cobertura e divulgação em dois telões, todo ele custeado por patrocinadores. Desde a separação foi levantada a suspeita de que, além de "alpinista social"Ana Carolina também fosse garota de programa de luxo, boato que seria confirmado por haver aparecido, semi oculta pela imagem fora de foco, em um programa televisivo sobre turismo sexual na cidade de Natal, RN, em 2009.

Morte

Inicialmente atribuída à anorexia, sua morte foi atestada como decorrente da insuficiência múltipla de órgãos, diabete e insuficiência renal crônica.

Ana Carolina havia sido internada no Hospital Santa Paula, apresentando um quadro de parada cardíaca, no dia 23/02/2011. Foi ali ressuscitada mas não se recuperou, vindo a falecer dois dias depois, no dia 25/02/2011, aos 40 anos de idade.

Fonte: Wikipédia

Thales Pan Chacon

THALES PAN CHACON
(40 anos)
Ator, Bailarino e Coreógrafo

* São Paulo, SP (23/11/1956)
+ São Paulo, SP (02/10/1997)

Estudou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, mas não terminou o curso, que abandonou em 1978. Nessa época, já se dedicava ao teatro.

Foi para a Bélgica, onde foi aluno de Maurice Béjart. Na volta, Thales Pan Chacon participou de "A Chorus Line", dirigido por Walter Clark.

No teatro, Thales Pan Chacon trabalhou ainda no musical "Gardel, uma Lembrança" (1987) e protagonizou "Theatro Musical Brazileiro" (1995). Ainda no palco, atuou em "Trilogia da Louca", "O Drácula", "Descalços no Parque", "Gilda - Um Projeto de Vida", "No Coração do Brasil" e "Fedra", na qual foi responsável também pela coreografia da peça.


Teve reconhecimento profissional do grande público ao atuar ao lado de Fernanda Torres no filme "Eu Sei Que Vou Te Amar".

A popularidade o levou às novelas, principalmente da Rede Globo.

Em 1993, foi internado com quadro grave de pneumonia, mas se restabeleceu e voltou a trabalhar após algum tempo. Seu último trabalho foi no filme "La Serva Padrona", da diretora, amiga e ex-esposa Carla Camurati, que também o tinha dirigido em "Carlota Joaquina - Princesa do Brazil" e no curta "A Mulher Fatal Encontra O Homem Ideal".

Faleceu aos 41 anos, vítima do vírus da AIDS, quando estava ensaiando a ópera "La Serva Padrona". O corpo do ator foi enterrado no Cemitério da Paz, no Morumbi.

Foi casado com a atriz e diretora Carla Camurati por seis anos.

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

Clara Nunes

CLARA FRANCISCA GONÇALVES PINHEIRO
(40 anos)
Cantora

☼ Caetanópolis, MG (12/08/1942)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/04/1983)

Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida como Clara Nunes, foi uma cantora nascida em Caetanópolis, MG, no dia 12/08/1942, considerada uma das maiores intérpretes do país.

Pesquisadora da Música Popular Brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, Clara também viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, ela se converteu à umbanda. Clara seria uma das cantoras que mais gravaria canções dos compositores da Portela, sua escola do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos.

Caçula dos sete filhos do casal Manuel Ferreira de Araújo e Amélia Gonçalves Nunes, Clara nasceu no interior de Minas Gerais, no distrito de Cedro - à época pertencente ao município de Paraopeba e depois esse distrito virou cidade e foi emancipado com o nome de Caetanópolis, onde viveu até os 16 anos.

Marceneiro na fábrica de tecidos Cedro & Cachoeira, o pai de Clara era conhecido como Mané Serrador e também era violeiro e participante das festas de Folia de Reis. Mas Manuel morreu em 1944 e, pouco depois, Clara ficaria também órfã de mãe e acabaria sendo criada por sua irmã Maria Gonçalves, a Dindinha, e o irmão José, conhecido como Zé Chilau. Naquela época, Clara participava de aulas de catecismo na matriz da Cruzada Eucarística. Lá também cantava ladainhas em latim no coro da igreja.

Segundo as suas próprias palavras, cresceu ouvindo Carmen Costa, Angela Maria e, principalmente, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio.

Em 1952, ainda menina, Clara venceu seu primeiro concurso de canto organizado em sua cidade, interpretando "Recuerdos de Ypacaraí". Como prêmio, ganhou um vestido azul. Aos 14 anos, ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira, a mesma para o qual seu pai trabalhou.

Teve que se mudar para Belo Horizonte, indo morar com a irmã Vicentina e o irmão Joaquim, por causa do assassinato de um namorado, cometido em 1957 por seu irmão Zé Chilau. Em Belo Horizonte, Clara trabalhou como tecelã durante o dia e fez o curso normal à noite.

Aos finais de semana, participava dos ensaios do Coral Renascença, na igreja do bairro onde morava. Naquela época, conheceu o violonista Jadir Ambrósio, conhecido por ter composto o hino do Cruzeiro. Admirado com a voz da jovem de 16 anos, Jadir Ambrósio levou Clara a vários programas de rádio, como "Degraus da Fama", no qual ela se apresentou com o nome de Clara Francisca.

Mudança de Nome

No início da década de 1960, Clara conheceu também Aurino Araújo, irmão de Eduardo Araújo, que a levou para conhecer muitos artistas. Aurino também seria seu namorado durante dez anos. Por influência do produtor musical Cid Carvalho, mudou o nome para Clara Nunes, usando o sobrenome da mãe. Quando solteira se chamava Clara Francisca Gonçalves de Araújo, depois de casada que adotou o sobrenome Pinheiro.

Em 1960, já com o nome de Clara Nunes e ainda como tecelã, ela venceu a etapa mineira do concurso A Voz de Ouro ABC, com a música "Serenata do Adeus" (Vinicius de Moraes), gravada anteriormente por Elizeth Cardoso. Na final nacional do concurso realizada em São Paulo, Clara Nunes obteve o terceiro lugar com a canção "Só Adeus" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia).

A partir daí, Clara Nunes começou a cantar na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. Durante três anos seguidos foi considerada a melhor cantora de Minas Gerais. Ela também passou a se apresentar como crooner em clubes e boates na capital mineira e chegou a trabalhar com o então baixista Milton Nascimento, àquela altura conhecido como Bituca.

Naquela época, fez sua primeira apresentação na televisão, no programa de Hebe Camargo em Belo Horizonte.

Em 1963, Clara Nunes ganhou um programa exclusivo na TV Itacolomi, chamado "Clara Nunes Apresenta" e exibido por um ano e meio. No programa se apresentavam artistas de reconhecimento nacional, entre os quais Altemar DutraAngela Maria.

Clara Nunes morou em Belo Horizonte até 1965, quando se mudou para o Rio de Janeiro, passando a viver no bairro de Copacabana.

Os Primeiros Discos

Já no Rio de Janeiro, Clara Nunes se apresentava em vários programas de televisão, como "José Messias", "Chacrinha", "Almoço Com as Estrelas" e "Programa de Jair do Taumaturgo". Antes de aderir ao samba, Clara Nunes cantava especialmente boleros. Além de emissoras de rádios e televisão, ela também percorreu escolas de samba, clubes e casas noturnas nos subúrbios cariocas.

Ainda em 1965, ela passou por um teste como cantora na gravadora Odeon, onde registrou pela primeira vez a sua voz em um LP. O disco foi lançado pela Rádio Inconfidência, onde Clara Nunes trabalhou quando morava em Belo Horizonte, e contava com a participação de outros artistas, todos da Odeon.

Em 1966, Clara Nunes foi contratada por esta gravadora, a primeira e a única em toda a sua vida. Nesse mesmo ano, foi lançado o primeiro LP oficial da cantora, "A Voz Adorável de Clara Nunes". Por insistência da gravadora para que ela interpretasse músicas românticas, Clara  Nunes apresentou neste álbum um repertório de boleros e sambas-canções, mas o LP foi um fracasso comercial.

Em 1968, Clara Nunes gravou "Você Passa e Eu Acho Graça", seu segundo disco na carreira e o primeiro onde cantaria sambas. A faixa-título de Ataulfo Alves e Carlos Imperial foi seu primeiro grande sucesso radiofônico.

Em 1969, a Odeon lançou "A Beleza Que Canta", LP no qual a cantora interpretou "Casinha Pequena", uma canção de domínio público. Ainda em 1969, Clara Nunes ganhou o primeiro lugar no I Festival da Canção Jovem de Três Rios com a música "Pra Que Obedecer" (Paulinho da Viola e Luís Sérgio Bilheri) e ainda classificou a canção "Encontro" (Elton Medeiros e Luís Sérgio Bilheri) na terceira colocação. Ficou em oitavo lugar no IV Festival Internacional da Canção Popular com a música "Ave Maria do Retirante" (Alcyvando Luz e Carlos Coqueijo), que foi lançada naquele mesmo ano em disco homônino.

Afirmação no Samba

Em 1970, Clara Nunes se apresentou em Luanda, capital angolana, em convite de Ivon Curi. No ano seguinte, a cantora gravou seu quarto LP, no qual interpretou "É Baiana" (Fabrício da Silva, Baianinho, Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio), música que obteve considerável sucesso no carnaval de 1971, e "Ilu Ayê", samba-enredo da Portela, de autoria de Norival Reis e Silvestre Davi da Silva. Na capa do álbum, a cantora mineira fez um permanente nos cabelos pintados de vermelho e passou a partir daí a se vestir com roupas que remetiam às religiões afro-brasileiras.

Em 1972, Clara Nunes se firmou como cantora de samba com o lançamento do álbum "Clara Clarice Clara". Com arranjos e orquestrações do maestro Lindolfo Gaya e com músicos como o violonista Jorge da Portela e Carlinhos do Cavaco. O disco teve como grandes destaques as canções "Seca do Nordeste", um samba-enredo da escola de samba Tupi de Brás de Pina, "Morena do Mar" (Dorival Caymmi), "Vendedor de Caranguejo" (Gordurinha), "Tributo aos Orixás" (Mauro Duarte, Noca da Portela e Rubem Tavares) e a faixa-título "Clara Clarice Clara" (Caetano Veloso e Capinam). Ainda naquele ano, Clara Nunes se apresentou no Festival de Música de Juiz de Fora e gravou um compacto simples da música "Tristeza, Pé no Chão" (Armando Fernandes), que vendeu mais de 100 mil cópias.

A Odeon lançou em 1973 o disco "Clara Nunes". Nesse mesmo ano, a cantora estreou com Vinicius de Moraes e Toquinho o show "O Poeta, a Moça e o Violão" no Teatro Castro Alves, em Salvador. Também em 1973, Clara Nunes foi convidada pela Radiotelevisão Portuguesa para fazer uma temporada em Lisboa. Depois, percorreu alguns outros países da Europa, como a Suécia, onde gravou um especial ao lado da Orquestra Sinfônica de Estocolmo para a TV local.

Sucesso Comercial

Clara Nunes integrou a comissão que representou o Brasil no Festival do Midem, em Cannes no ano de 1974. Por lá, a Odeon lançou somente para o público europeu o disco "Brasília", que foi base para o LP "Alvorecer". Este álbum emplacou grandes sucessos como "Contos de Areia" (Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento), "Menino Deus" (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) e "Meu Sapato Já Furou" (Mauro Duarte e Elton Medeiros). O LP bateu recorde de vendagem para cantoras brasileiras, com mais de 300 mil cópias vendidas, um feito nunca antes registrado no Brasil. Ainda em 1974, a cantora atuou ao lado de Paulo Gracindo, em "Brasileiro Profissão Esperança", espetáculo de Paulo Pontes, referente à vida da cantora e compositora Dolores Duran e do compositor e jornalista Antônio Maria. O show ficou em cartaz no Canecão até 1975 e gerou o disco homônimo.

Também em 1975, a Odeon lançou ainda o LP "Claridade" com grandes sucessos como "O Mar Serenou" (Candeia) e "Juízo Final" (Nelson Cavaquinho e Élcio Soares). Este álbum se tornou o maior sucesso da carreira da cantora, batendo o recorde de vendagem feminina e alavancando o samba-enredo da "Portela na Avenida", "Macunaíma", "Herói da Nossa Gente" (Norival Reis e Davi Antônio Correia), com o qual a escola classificou-se em 5º lugar no Grupo 1. Ainda em 1975, Clara Nunes se casou com o poeta, compositor e produtor Paulo César Pinheiro e percorreu vários países da Europa em turnê.

Clara Nunes gravou o LP "Canto das Três Raças" em 1976. Além da faixa-título de autoria de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, grande sucesso na carreira da cantora, o disco contava ainda com "Lama" (Mauro Duarte), "Tenha Paciência" (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), "Riso e Lágrimas" (Nelson Cavaquinho, Rubens Brandão e José Ribeiro), "Fuzuê" (Romildo e Toninho) e "Retrato Falado" (Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro).

Em 1977, a Odeon lançou o disco "As Forças da Natureza", um álbum mais dedicado ao Partido Alto. O LP teve como principais destaques a faixa-título, de João Nogueira e Paulo César Pinheiro, "Coração Leviano" (Paulinho da Viola) e "Coisa da Antiga" (Wilson Moreira e Nei Lopes). O disco ainda contou com a participação de Clementina de Jesus na faixa "PCJ - Partido da Clementina de Jesus" (Candeia) e lançou "À Flor da Pele", primeira composição de Clara Nunes, feita em parceria com Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro.

Em 1978, foram lançados os álbuns "Guerreira", no qual Clara Nunes interpretou vários ritmos brasileiros além do samba, sua marca registrada, e "Esperança", com destaque para a faixa "Feira de Mangaio" (Sivuca e Glorinha Gadelha). Ainda em 1978, participou do LP "Vida Boêmia", de João Nogueira, no qual interpretou "Bela Cigana" (João Nogueira e Ivor Lancellotti), e esteve ao lado de Chico Buarque, Maria Bethânia e outros artistas, no show do Riocentro, que marcaria a história política brasileira devido à explosão de uma bomba.

Em 1979, Clara Nunes participou do LP "Clementina", de Clementina de Jesus. Naquele mesmo ano, a cantora mineira se submetia a uma Histerectomia (remoção do útero), após sofrer três abortos espontâneos, por causa dos miomas que possuía no útero. Também carregava problemas desse tipo desde a infância. Ela tentou de todos os métodos e não obtinha respostas. Por nutrir obsessão pela maternidade, a impossibilidade de ser mãe a fez sofrer muito, causando a Clara Nunes fortes abalos emocionais, superados pela entrega absoluta à carreira artística, a fazendo compor músicas belíssimas e de intensa carga emocional.

Últimos Anos de Vida

Em 1980, Clara Nunes gravou o álbum "Brasil Mestiço", que fez sucesso nas emissoras de rádio de todo o país com "Morena de Angola" (Chico Buarque), "Brasil Mestiço, Santuário da Fé" (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), "Peixe Com Côco" (Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco), "Última Morada" (Noca da Portela e Natal) e "Viola de Penedo" (Luiz Bandeira). Ainda em 1980, a cantora participou dos LPs "Cabelo de Milho" (Sivuca), "Fala Meu Povo" (Roberto Ribeiro) e viajou para Angola representando o Brasil ao lado de Elba Ramalho, Djavan, Dorival Caymmi, Chico Buarque, entre outros.

Gravou em 1981 o LP "Clara", com grande sucesso para a música "Portela na Avenida" (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), com a participação especial da Velha Guarda da Portela nesta faixa, e estreou o show "Clara Mestiça", por Bibi Ferreira. Ainda naquele ano, a Odeon lançou uma coletânea intitulada "Sucesso de Ouro".

Em 1982, a Odeon lançou "Nação", o último álbum de estúdio da cantora. O LP teve como destaques "Nação" (João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio), "Menino Velho" (Romildo e Toninho), "Ijexá" (Edil Pacheco), "Serrinha" (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) - uma homenagem dos compositores à escola de samba Império Serrano e ao Morro da Serrinha, reduto do Jongo (manifestação cultural de africanos essencialmente rural diretamente associada à cultura africana no Brasil), situadas em Madureira, subúrbio carioca. Ainda nesse ano, Clara Nunes se apresentou na Alemanha ao lado de Sivuca e Elba Ramalho, e participou do LP "Kasshoku", lançado no Japão pela gravadora Toshiba / EMI, gravando um especial para a emissora de TV NHK.

Morte Polêmica

Em 05/03/1983, Clara Nunes se submeteu a uma aparentemente simples cirurgia de varizes, mas a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico. Clara Nunes sofreu uma parada cardiorrespiratória e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro.

Neste ínterim, Clara Nunes foi vítima de uma série de especulações que circulavam na mídia sobre sua internação, entre elas inseminação artificial, aborto, tentativa de suicídio, surra de seu marido Paulo César Pinheiro, porem há quem diga que Clara Nunes teria sito vitima de trabalhos espirituais realizados pelo bruxo Tio Chico, em episódio semelhante ao ocorrido na morte de Elis Regina, no ano anterior.

Na madrugada do Sábado de Aleluia, dia 02/04/1983, a poucos meses de completar 40 anos, Clara Nunes entrou oficialmente em óbito, vítima de um choque anafilático.

A sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, na época, foi arquivada, o que geraria por muitos anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora.

O corpo de Clara Nunes foi velado por mais de 50 mil pessoas na quadra da escola de samba Portela. O sepultamento ocorreu no Cemitério São João Batista e foi acompanhado por uma multidão de fãs e amigos.

Em sua homenagem, a rua em Madureira onde fica a sede da Portela, sua escola de coração, recebeu seu nome.

Após a Morte

Em 1986, a Velha Guarda da Portela interpretou "Flor do Interior" (Manaceia), uma das muitas músicas feitas em homenagem à Clara Nunes, no disco "Doce Recordação", produzido por Katsunori Tanaka e lançado no Japão. Outro compositor, Aluízio Machado, da Império Serrano, também compôs a música "Clara" em homenagem à cantora.

Em 1988, Maria Gonçalves, irmã mais velha de Clara Nunes, que passou a criar a cantora quando esta tinha apenas quatro anos, reuniu várias peças do vestuário, adereços e objetos pessoais da cantora, e criou uma sala que abriga o acervo de sua obra em um espaço físico com cerca de 120 metros, anexado à creche que leva o seu nome em Caetanópolis, MG.

Em 1989, a gravadora EMI-Odeon produziu a coletânea "Clara Nunes, O Canto da Guerreira". Também naquele ano, o selo WEA lançou para o mercado estadunidense o álbum "O Samba: Brazil Classics 2", com vários artistas e incluindo Clara Nunes.

Três anos depois, a EMI-Odeon lançou "Série 2 em 1", compilação em CD de dois LPs: "Brasil Mestiço" e "Nação", e a gravadora norte-americana World Pacific lançou "Best Of Clara Nunes" no mercado dos Estados Unidos.

Em 1993, o selo Som Livre lançou "Clara Nunes - 10 Anos" - em lembrança ao décimo aniversário de morte da cantora - e a EMI-Odeon lançou pela "Série 2 em 1" os discos "Adoniran Barbosa" e "Adoniram Barbosa e Convidados", este último também contou com a participação de Clara Nunes.

Esta mesma gravadora lançaria em 1994 as coletâneas "O Canto da Guerreira", "O Canto da Guerreira Volume 2" e "Meus Momentos". Ainda em 1994, a gravadora Saci lançou o álbum "Homenagem a Mauro Duarte", que contou com a voz de Clara Nunes, uma de suas maiores amigas e a sua principal intérprete.

Em 1995, a Odeon lançou "Clara Nunes Com Vida", álbum produzido por Paulo César Pinheiro e José Milton, no qual foram acrescidas as vozes de outros artistas como Emílio Santiago, Martinho da Vila, Chico Buarque, Nana Caymmi, Roberto Ribeiro, João Bosco, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Alcione, Marisa Gata Mansa, Paulinho da Viola, Angela Maria e João Nogueira, fazendo duetos com Clara Nunes, e "O Talento de Clara Nunes", outra coletânea.

Em 1996, a EMI-Odeon reeditou a obra completa de Clara Nunes, que incluíam 16 discos com as capas reproduzidas do original, remasterizados no Estúdio Abbey Road, em Londres, considerado o melhor do mundo.

Em 1999, a cantora Alcione gravou "Claridade", um álbum com os maiores sucessos da carreira da amiga.

Em 2001, foi apresentado no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, o musical "Clara Nunes Brasil Mestiço", e no ano seguinte foi lançado o livro "Velhas Histórias, Memórias Futuras" de Eduardo Granja Coutinho, no qual o autor faz várias referências à cantora.

Em comemoração aos seus 60 anos, que seriam completados em 2003, a gravadora DeckDisc lançou "Um Ser de Luz - Saudação à Clara Nunes", álbum produzido por Paulão Sete Cordas e que contou com a participação de diversos artistas interpretando parte de seu repertório, como Mônica Salmaso (Alvorecer), Élton Medeiros (Lama), Rita Ribeiro (Morena de Angola), Mart'nália (Ijexá), Fafá de Belém (Sem Compromisso), Renato Braz (Menino Deus e Nação), Falamansa (Feira de Mangaio), Monarco e Velha Guarda da Portela (Peixe Com Côco), Cristina Buarque (Derramando Lágrimas), Dona Ivone Lara (Juízo Final), Nilze Carvalho (A Deusa dos Orixás), Teresa Cristina (As Forças da Natureza), Pedro Miranda (Candongueiro), Alfredo Del Penho (Coisa da Antiga), Wilson Moreira (O Mar Serenou), Helen Calaça (Basta Um Dia) e ainda participações de Seu Jorge, Walter Alfaiate, Elza Soares, entre outros.

Instituto Clara Nunes foi fundado em 19/05/2005 pela irmã de Clara NunesMaria Gonçalves (Dindinha), conhecida na cidade como Mariquita, e está instalado no mesmo prédio onde funciona aCreche Clara Nunes e o Artesanato Ponto de Luz, que produz tapetes cuja venda ajuda na manutenção da Creche.

O Festival Cultural Clara Nunes faz parte dos eventos culturais da cidade e todo ano é realizado no mês de agosto, mês de nascimento de Clara Nunes.

Em agosto de 2006 a Prefeitura Municipal de Caetanópolis lançou o 1º Festival Cultural Clara Nunes. com o objetivo de desenvolver a cultura no município e região, e também resgatar a obra da cantora. Ainda em 2006 foi encontrada mais uma interpretação inédita de Clara Nunes. A composição "Quem Me Dera" (Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho) foi incluída no álbum póstumo de Maurício Tapajós"Sobras Repletas", que também trouxe uma outra composição, também em sua homenagem, desta vez feita em sua homenagem, "Surdina" (Maurício Tapajós e Cacaso).

Em 04/08/2007, na abertura do 2º Festival Cultural Clara Nunes, a Prefeitura Municipal de Caetanópolis inaugurou a Casa de Cultura Clara Nunes, onde havia sido o cinema da cidade e onde a Clara Nunes se apresentou pela primeira vez. Ainda em 2007, o jornalista Vagner Fernandes lançou a biografia "Clara Nunes - Guerreira da Utopia", que trouxe entrevistas com vários compositores e intérpretes, entre os quais Chico Buarque, Paulinho da Viola, Alcione, Hermínio Bello de Carvalho, Hélio Delmiro, Milton Nascimento, Monarco, Paulo César Pinheiro, além de familiares e amigos. A gravadora EMI lançou "Clara Nunes Canta Tom e Chico", coletânea na qual compilou algumas gravações de discos anteriores da cantora, entre elas "Apesar de Você", "Umas e Outras", "Desencontro", "Morena de Angola" e "Novo Amor"todas de Chico Buarque, "Insensatez" e "A Felicidade" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), além de "Sabiá" (Tom e Chico).

Em 2010 foi realizado o 5º Festival Cultural Clara Nunes. A Casa de Cultura Clara Nunes, administrada pela Secretaria Municipal de Cultura, é local onde se realizam oficinas de dança, música, pintura e teatro, oferecidas gratuitamente à população. O Instituto Clara Nunes foi criado para administrar e zelar pelo acervo da cantora.

Discografia

  • 1966 - A Voz Adorável de Clara Nunes (Odeon)
  • 1968 - Você Passa e Eu Acho Graça (Odeon)
  • 1969 - A Beleza Que Canta (Odeon)
  • 1971 - Clara Nunes (Odeon)
  • 1972 - Clara Clarice Clara (Odeon)
  • 1973 - Clara Nunes (Odeon)
  • 1974 - Brasileiro Profissão Esperança (Odeon)
  • 1974 - Alvorecer (Odeon)
  • 1975 - Claridade (Odeon)
  • 1976 - Canto das Três Raças (EMI-Odeon)
  • 1977 - As Forças da Natureza (EMI-Odeon)
  • 1978 - Guerreira (EMI-Odeon)
  • 1979 - Esperança (EMI-Odeon)
  • 1980 - Brasil Mestiço (EMI-Odeon)
  • 1981 - Clara (EMI-Odeon)
  • 1982 - Nação (EMI-Odeon)

Ao Vivo


 Coletâneas

  • 1979 - Sucessos de Ouro (EMI-Odeon)
  • 1983 - Clara Morena (EMI-Odeon)
  • 1984 - Alvorecer (Som Livre)
  • 1984 - A Deusa dos Orixás (Som Livre)
  • 1985 - Clara (EMI-Odeon)
  • 1989 - O Canto da Guerreira (EMI)
  • 1990 - O Canto da Guerreira Vol.2 (EMI)
  • 1993 - 10 Anos (Som Livre)
  • 2003 - Para Sempre Clara
  • 2005 - Clara Nunes Canta Tom e Chico
  • 2007 - Mestiça (EMI)
  • 2008 - Sempre (Som Livre)

Tributos

  • 1995 - Clara Nunes Com Vida (EMI) - Vários Artistas
  • 1999 - Claridade (Globo/Universal) - Alcione
  • 2003 - Um Ser de Luz - Uma Saudação a Clara Nunes - Vários Artistas

DVD

  • 2008 - Clara Nunes (EMI - Globo Marcas) - Coletânea com alguns dos videoclipes da cantora exibidos no programa Fantástico - Rede Globo 

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #ClaraNunes

Maysa

 MAYSA FIGUEIRA MONJARDIM
(40 anos)
Cantora, Compositora e Atriz

* São Paulo, SP (06/06/1936)
+ Niterói, RJ (22/01/1977)

Maysa foi uma cantora, compositora e atriz brasileira. Ao longo da sua carreira gravou 17 álbuns de estúdio, 6 compactos duplos e 9 compactos simples. Cristalizou uma das mais brilhantes, sensíveis e belas obras da Música Popular Brasileira. É considerada pela crítica especializada e por grande parte do público, como uma das melhores cantoras da história da Música Popular Brasileira.

Segundo algumas fontes, Maysa teria nascido na capital paulista, numa tradicional família do Estado do Espírito Santo que logo se mudou para o Rio de Janeiro. Outras fontes, porém, afirmam que seu nascimento foi mesmo no Rio de Janeiro. Da capital paulista ou do Rio de Janeiro, é certo, no entanto, que em 1947 a família transferiu-se para Bauru, no interior paulista. Logo depois, mudaram-se novamente para a capital. Mesmo fixada em São Paulo, a família ainda mudaria de endereço várias vezes.

Maysa era neta do Barão de Monjardim, Alfeu Adolfo Monjardim de Andrade e Almeida, que foi presidente da província do Espírito Santo por cinco vezes. Estudou no tradicional colégio paulistano Assunção e no Sacré-Cœur de Marie, em São Paulo. As férias, ela passava em Vitória, onde reencontrava os tios e os primos.

Casou-se aos dezoito anos com o empresário André Matarazzo, dezessete anos mais velho, amigo de seus pais, e membro da conhecida família ítalo-brasileira Matarazzo de cuja união nasceu Jayme Monjardim Matarazzo, diretor de telenovelas e cinema, que foi criado pela avó e, posteriormente, num colégio interno na Espanha, para onde ele foi mandado após a morte do seu pai.

Desquitada do marido em 1957, pois ele se opôs à carreira musical, Maysa seguiria em frente fazendo grande sucesso com canções como "Ouça" e "Meu Mundo Caiu" de sua autoria que entraram para a história da Música Popular Brasileira.

Teve vários relacionamentos amorosos, entre eles, com o compositor Ronaldo Bôscoli, o empresário espanhol Miguel Azanza, o ator Carlos Alberto, o maestro Júlio Medaglia, entre vários outros. Ao assumir o relacionamento com Miguel Azanza em 1963, Maysa estabeleceu residência na Espanha onde morou durante anos com o marido e o filho. Só retornou definitivamente ao Brasil em 1969.


Anos 50 e o Início da Carreira

Em 1956, Maysa foi convidada pelo produtor Roberto Côrte-Real para gravar um disco, durante uma reunião familiar. O álbum "Convite Para Ouvir Maysa" (todo preenchido com composições próprias) foi gravado logo após o nascimento de seu único filho Jayme Monjardim. O disco gravado apenas em caráter beneficente, toda sua renda fora destinada ao Hospital do Câncer de Dona Carmen Annes Dias Prudente, logo começou a fazer sucesso, tocando nas rádios paulistas e cariocas. Pouco a pouco, a carreira de Maysa foi adquirindo um caráter profissional, o que descontentou seu marido André Matarazzo e logo levou seu casamento à ruína.

Já em 1957, ainda não desquitada, Maysa era contratada da TV Record paulista, com um programa só seu patrocinado pela Abrasivos Bombril e acabava de gravar seu segundo disco, de 10 polegadas, intitulado Maysa.

Em 1957, com menos de um ano de carreira, no julgamento anual dos Cronistas de Rádio de São Paulo, para a escolha de Os Melhores do Ano de 1956, Maysa foi apontada como a maior revelação feminina, o melhor compositor e o melhor letrista. O Clube dos Cronistas de Discos concedeu-lhe o título de "A Maior Cantora do Ano".

No ano seguinte, foi premiada com o disputado Troféu Roquette Pinto de "A Melhor Cantora de 1958". No ano anterior, ela já havia recebido o mesmo prêmio como "Cantora Revelação de 1957". O jornal O Globo, que em 1957 havia conferido a ela o "Disco de Ouro de Cantora Revelação", agora também a premiava como a principal voz feminina do país. Também seria de Maysa naquele ano o Troféu Chico Viola, para o "Melhor Disco de 1958".

Em 1958, já desquitada, muda-se para o Rio de Janeiro, então Capital Federal e se torna também contratada da TV Rio, com um programa só seu, patrocinado pelos Biscoitos Piraquê.

Lançou seu terceiro disco, agora de 12 polegadas, intitulado "Convite Para Ouvir Maysa nº 2". O disco foi considerado pela crítica, musicalmente irretocável. Tornou-se campeão de vendas e lançou a canção "Meu Mundo Caiu" como o maior sucesso do ano.

Até o fim da década, Maysa seguiria sua carreira acumulando diversos prêmios, vendo a carreira e popularidade, em crescente ascensão. Seus discos eram campeões de vendas e seus programas de televisão eram muito prestigiados. Ainda em 1958 ela se tornaria a melhor e mais bem paga cantora do Brasil.


Anos 60

Durante os anos 60, Maysa aprimorou constantemente a técnica vocal, registrando em discos de grande qualidade técnica o auge de sua carreira. A partir de 1960, empreendeu inúmeras excursões pelo mundo, se apresentando em vários países, além de aderir ao movimento da bossa nova, com o qual pôde expandir referências musicais. Junto a um grupo formado por Roberto Menescal, Luiz Eça, Luiz Carlos Vinhas, Bebeto Castilho, Hélcio Milito e Ronaldo Bôscoli, foram responsáveis pelo lançamento da bossa nova no exterior, em um histórica turnê à Argentina e o Uruguai, em 1961.

Maysa teve uma intensa carreira internacional. Em 1960, tornou-se a primeira cantora brasileira a se apresentar no Japão, a convite da companhia área brasileira Real Aerovias, que acabara de estrear o vôo Rio de Janeiro - Tóquio. Excursionou pela América Latina, passando diversas vezes por Buenos Aires, Montevidéu, Punta del Leste, Lima, Caracas, Bogotá, Porto Rico e Cidade do México. Apresentou-se em Paris, Lisboa, Madri, Nova York, Itália, Marrocos e Angola. Entre 1960 e 1961 realizou temporada nos Estados Unidos, gravando o lendário álbum "Maysa Sings Songs Before Dawn" pela Columbia norte-americana. Lá, também se apresentou no sofisticado Blue Angel Night Club, a mais requintada casa noturna de Nova York na época.

Ainda em 1963, empreendeu um histórico concerto no Olympia de Paris, naquela que é a mais famosa casa de espetáculos da capital francesa. Em 1966 participou do II Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, classificando para a finalíssima a canção "Amor-Paz" de sua autoria, com a compositora Vera Brasil, juntamente com "Disparada", com Jair Rodrigues e "A Banda", com Chico Buarque de Hollanda e Nara Leão. No mesmo ano, Maysa também participou da primeira edição Festival Internacional da Canção. Neste último alcançou o terceiro lugar na fase nacional e o prêmio de "Melhor Intérprete Brasileira" do festival, defendendo a canção "Dia das Rosas" de Luiz Bonfá e Maria Helena Toledo, desbancando totalmente a vencedora "Saveiros", interpretada por uma então novata, Nana Caymmi.

Retornou definitivamente ao Brasil em 1969. Neste ano, estreou "Maysa Especial" com Ítalo Rossi na TV Tupi carioca e o espetáculo "A Maysa de Hoje", gravado em disco, com temporadas no Canecão do Rio de Janeiro e no Urso Branco de São Paulo, obtendo sucesso de crítica e público. Pouco tempo depois, participou como jurada do V Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, e do IV Festival Internacional da Canção, com a música "Ave-Maria dos Retirantes", de Alcyvando Luz e Carlos Coqueijo, que não se classificou para a final. Naquela edição, o Troféu Galo de Ouro, premiação máxima do festival, ganhou o nome de Maysa Monjardim.

Anos 70

Em 1970, Maysa lançou pela Philips o álbum "Ando Só Numa Multidão de Amores", que não obteve sucesso de público. Maysa passou então a investir na carreira de atriz e já em 1971 estreou na telenovela "O Cafona" da Rede Globo, interpretando Simone, seu alter-ego. Por esse papel, Maysa acabou ganhando o prêmio de Coadjuvante de Ouro. No mesmo ano, integrou o elenco da telenovela "Bel-Ami" da TV Tupi, interpretando Márica, mas abandonou a produção. Ela ainda montaria o espetáculo teatral "Woyzeck" de Georg Büchner, sem sucesso.

Após algumas temporadas em boates do Rio de Janeiro e São Paulo, desde o fim de 1972, Maysa se afastou do meio artístico e foi morar em uma casa de praia, localizada no município de Maricá, litoral fluminense. Lá, Maysa morou até o fim da vida, na maior parte em companhia do namorado, o ator Carlos Alberto. Durante este período, quase não gravou discos nem fez shows, fazia poucas aparições na mídia e reservava suas aparições a participações especiais, como no Fantástico e no Brasil Especial, da TV Globo.

Realizou alguns dos últimos shows de sua carreira, na Boate Igrejinha, localizada em São Paulo, em 1975. A temporada, pouco tempo depois, ficaria marcada como "A Turnê do Adeus"

Estilo Musical

As composições e as canções foram escolhidas de maneira a formar um repertório sob medida para o seu timbre, que não era o de uma voz vulgar, pelo contrário, possuía um viés melancólico e triste, que se tornou emblemático do gênero fossa ou samba-canção. Ao lado de Maysa, destacam-se Nora Ney, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo. O samba-canção, surgido na década de 1930, antecedeu o movimento da bossa nova, surgido ao final da década de 1950, em 1958, com o qual Maysa também se identificou. Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo. O legado de Maysa, ainda que aponte para dívidas históricas com a bossa nova, é o de uma cantora de voz mais arrastada do que as intérpretes da bossa e por isso aproxima-se antes do bolero.

Contemporânea da compositora e cantora Dolores Duran, Maysa compôs 30 canções, numa época em que havia poucas mulheres nessa atividade. Maysa interpretava de maneira muito singular, personalista, com toda a voz, sentimento e expressão, sendo um dos maiores nomes da canção intimista. Um canto gutural, ensejando momentos de solidão e de grande expressão afetiva. Um dos momentos antológicos desta caracterização dramática foi a apresentação, em 1974, de "Chão de Estrelas" (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa), e de "Ne Me Quitte Pas", 10 de junho de 1976, tendo sido apresentadas em duas edições do programa Fantástico da TV Globo.

Todo este característico estilo de Maysa, influenciou ao menos meia dúzia de sua geração, e principalmente a geração posterior a sua. O estilo Maysa se tornou notável em cantores e compositores, como: Ângela Rô-Rô, Leila Pinheiro, Fafá de Belém, Simone e também Cazuza e Renato Russo.

Celebrizaram-se as canções: "Ouça", "Meu Mundo Caiu", "Tarde Triste", "Resposta", "Adeus", "Felicidade Infeliz", "Diplomacia é o Que?", todas de sua autoria, e mais: "Ne Me Quitte Pas", "Chão de Estrelas", "Dindi", "Por Causa de Você", "Se Todos Fossem Iguais a Você", "Eu Sei Que Vou Te Amar", "Franqueza", "Eu Não Existo Sem Você", "Suas Mãos", "Bouquet de Izabel", "Bronzes e Cristais", "Bom Dia Tristeza", "Noite de Paz", "Castigo", "Fim de Caso", "O Barquinho", "Fim de Noite", "Meditação", "Alguém Me Disse", "Cantiga de Quem Está Só", "A Felicidade", "Manhã de Carnaval", "Hino ao Amor (L'Hymne a L'Amour)", "Demais", "Preciso Aprender a Ser Só", "Canto de Ossanha", "Tristeza", "As Mesmas Histórias", "Dia das Rosas", "Se Você Pensa", "Pra Quem Não Quiser Ouvir Meu Canto", "Light My Fire", "Chuvas de Verão", "Bonita", "As Praias Desertas", "Bloco da Solidão", "Tema de Simone" e "Morrer de Amor".


Morte

Vivendo isolada na casa de praia em Maricá, desde 1972, para onde ia todo o fim de semana, Maysa morreu a caminho da mesma casa enquanto dirigia a Brasília azul em alta velocidade, no dia 22 de Janeiro de 1977, por volta das 17:00 hs, na Ponte Rio-Niterói. O efeito de anfetaminas somado à ingestão excessiva de álcool e ao cansaço físico e psicológico que a cantora vinha sofrendo teriam provocado o fatídico acidente. Porém, a conclusão dos laudos periciais mostrou que no momento do acidente ela estava completamente sóbria, não havia resquícios de álcool em seu organismo.

Em uma de suas últimas anotações, registrou:

Hoje é novembro de 1976, sou viúva, tenho 40 anos.
(Maysa)

Fonte: Wikipédia e Blog Maysa Oficial
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