Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida como
Clara Nunes, foi uma cantora nascida em Caetanópolis, MG, no dia 12/08/1942, considerada uma das maiores intérpretes do país.
Pesquisadora da Música Popular Brasileira, de seus ritmos e de seu folclore,
Clara também viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, ela se converteu à umbanda.
Clara seria uma das cantoras que mais gravaria canções dos compositores da Portela, sua escola do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos.
Caçula dos sete filhos do casal
Manuel Ferreira de Araújo e
Amélia Gonçalves Nunes,
Clara nasceu no interior de Minas Gerais, no distrito de Cedro - à época pertencente ao município de Paraopeba e depois esse distrito virou cidade e foi emancipado com o nome de Caetanópolis, onde viveu até os 16 anos.
Marceneiro na fábrica de tecidos Cedro & Cachoeira, o pai de
Clara era conhecido como
Mané Serrador e também era violeiro e participante das festas de Folia de Reis. Mas
Manuel morreu em 1944
e, pouco depois,
Clara ficaria também órfã de mãe e acabaria sendo
criada por sua irmã
Maria Gonçalves, a
Dindinha, e o irmão
José, conhecido
como
Zé Chilau. Naquela época,
Clara participava de aulas de catecismo na matriz da Cruzada Eucarística. Lá também cantava ladainhas em latim no coro da igreja.
Segundo as suas próprias palavras, cresceu ouvindo
Carmen Costa,
Angela Maria e, principalmente,
Elizeth Cardoso e
Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio.
Em 1952, ainda menina,
Clara venceu seu primeiro concurso de canto organizado em sua cidade, interpretando
"Recuerdos de Ypacaraí". Como prêmio, ganhou um vestido azul. Aos 14 anos, ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira, a mesma para o qual seu pai trabalhou.
Teve que se mudar para Belo Horizonte, indo morar com a irmã
Vicentina e o irmão
Joaquim, por causa do assassinato de um namorado, cometido em 1957
por seu irmão
Zé Chilau. Em Belo Horizonte,
Clara trabalhou como
tecelã durante o dia e fez o curso normal à noite.
Aos finais de semana,
participava dos ensaios do Coral Renascença, na igreja do bairro onde
morava. Naquela época, conheceu o violonista
Jadir Ambrósio, conhecido por ter composto o hino do Cruzeiro. Admirado com a voz da jovem de 16 anos,
Jadir Ambrósio
levou
Clara a vários programas de rádio, como
"Degraus da Fama", no qual ela se apresentou com o nome de
Clara Francisca.
Mudança de Nome
No início da década de 1960,
Clara conheceu também
Aurino Araújo, irmão de
Eduardo Araújo, que a levou para conhecer muitos artistas.
Aurino também seria seu namorado durante dez anos. Por influência do produtor musical
Cid Carvalho, mudou o nome para
Clara Nunes, usando o sobrenome da mãe.
Quando solteira se chamava
Clara Francisca Gonçalves de Araújo, depois
de casada que adotou o sobrenome
Pinheiro.
Em 1960, já com o nome de
Clara Nunes e ainda como tecelã, ela venceu a etapa mineira do concurso A Voz de Ouro ABC, com a música
"Serenata do Adeus" (
Vinicius de Moraes), gravada anteriormente por
Elizeth Cardoso. Na final nacional do concurso realizada em São Paulo,
Clara Nunes obteve o terceiro lugar com a canção
"Só Adeus" (
Jair Amorim e
Evaldo Gouveia).
A partir daí, Clara Nunes começou a cantar na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. Durante três anos seguidos foi considerada a melhor cantora de Minas Gerais. Ela também passou a se apresentar como crooner em clubes e boates na capital mineira e chegou a trabalhar com o então baixista Milton Nascimento, àquela altura conhecido como Bituca.
Naquela época, fez sua primeira apresentação na televisão, no programa de
Hebe Camargo em Belo Horizonte.
Em 1963,
Clara Nunes ganhou um programa exclusivo na TV Itacolomi, chamado
"Clara Nunes Apresenta" e exibido por um ano e meio. No programa se apresentavam artistas de reconhecimento nacional, entre os quais
Altemar Dutra e
Angela Maria.
Clara Nunes morou em Belo Horizonte até 1965, quando se mudou para o Rio de Janeiro, passando a viver no bairro de Copacabana.
Já no Rio de Janeiro,
Clara Nunes se apresentava em vários programas de televisão, como
"José Messias",
"Chacrinha",
"Almoço Com as Estrelas" e
"Programa de Jair do Taumaturgo". Antes de aderir ao samba,
Clara Nunes cantava especialmente boleros. Além de emissoras de rádios e televisão, ela também percorreu escolas de samba, clubes e casas noturnas nos subúrbios cariocas.
Ainda em 1965, ela passou por um teste como cantora na gravadora Odeon, onde registrou pela primeira vez a sua voz em um LP. O disco foi lançado pela Rádio Inconfidência, onde
Clara Nunes trabalhou quando morava em Belo Horizonte, e contava com a participação de outros artistas, todos da Odeon.
Em 1966,
Clara Nunes foi contratada por esta gravadora, a primeira e a única em toda a
sua vida. Nesse mesmo ano, foi lançado o primeiro LP oficial da
cantora,
"A Voz Adorável de Clara Nunes". Por insistência da
gravadora para que ela interpretasse músicas românticas,
Clara
Nunes apresentou neste álbum um repertório de boleros e sambas-canções, mas o LP foi um fracasso comercial.
Em 1968,
Clara Nunes gravou
"Você Passa e Eu Acho Graça", seu segundo disco na carreira e o primeiro onde cantaria sambas. A faixa-título de
Ataulfo Alves e
Carlos Imperial foi seu primeiro grande sucesso radiofônico.
Em 1969, a Odeon lançou
"A Beleza Que Canta", LP no qual a cantora interpretou
"Casinha Pequena", uma canção de domínio público. Ainda em 1969,
Clara Nunes ganhou o primeiro lugar no I Festival da Canção Jovem de Três Rios com a música
"Pra Que Obedecer" (
Paulinho da Viola e
Luís Sérgio Bilheri) e ainda classificou a canção
"Encontro" (
Elton Medeiros e
Luís Sérgio Bilheri) na terceira colocação. Ficou em oitavo lugar no IV Festival Internacional da Canção Popular com a música
"Ave Maria do Retirante" (
Alcyvando Luz e
Carlos Coqueijo), que foi lançada naquele mesmo ano em disco homônino.
Afirmação no Samba
Em 1970,
Clara Nunes se apresentou em Luanda, capital angolana, em convite de
Ivon Curi. No ano seguinte, a cantora gravou seu quarto LP, no qual interpretou
"É Baiana"
(
Fabrício da Silva,
Baianinho,
Ênio Santos Ribeiro e
Miguel
Pancrácio), música que obteve considerável sucesso no carnaval de 1971, e
"Ilu Ayê", samba-enredo da
Portela, de autoria de
Norival Reis e
Silvestre Davi da Silva. Na capa do
álbum, a cantora mineira fez um permanente nos cabelos pintados de
vermelho e passou a partir daí a se vestir com roupas que remetiam às
religiões afro-brasileiras.
Em 1972,
Clara Nunes se firmou como cantora de samba com o lançamento do álbum
"Clara Clarice Clara". Com arranjos e orquestrações do maestro
Lindolfo Gaya e com músicos como o violonista
Jorge da Portela e
Carlinhos do Cavaco. O disco teve como grandes destaques as canções
"Seca do Nordeste", um samba-enredo da escola de samba Tupi de Brás de Pina,
"Morena do Mar" (
Dorival Caymmi),
"Vendedor de Caranguejo" (
Gordurinha),
"Tributo aos Orixás" (
Mauro Duarte,
Noca da Portela e
Rubem Tavares) e a faixa-título
"Clara Clarice Clara" (
Caetano Veloso e
Capinam). Ainda naquele ano,
Clara Nunes se apresentou no Festival de Música de Juiz de Fora e gravou um compacto simples da música
"Tristeza, Pé no Chão" (
Armando Fernandes), que vendeu mais de 100 mil cópias.
A Odeon lançou em 1973 o disco
"Clara Nunes". Nesse mesmo ano, a cantora estreou com
Vinicius de Moraes e
Toquinho o show
"O Poeta, a Moça e o Violão" no Teatro Castro Alves, em Salvador. Também em 1973,
Clara Nunes foi convidada pela Radiotelevisão Portuguesa para fazer uma temporada em Lisboa. Depois, percorreu alguns outros países da Europa, como a Suécia, onde gravou um especial ao lado da Orquestra Sinfônica de Estocolmo para a TV local.
Clara Nunes integrou a comissão que representou o Brasil no Festival do Midem, em Cannes no ano de 1974. Por lá, a Odeon lançou somente para o público europeu o disco
"Brasília", que foi base para o LP
"Alvorecer". Este álbum emplacou grandes sucessos como
"Contos de Areia" (
Romildo S. Bastos e
Toninho Nascimento),
"Menino Deus" (
Mauro Duarte e
Paulo César Pinheiro) e
"Meu Sapato Já Furou" (
Mauro Duarte e
Elton Medeiros). O LP bateu recorde de vendagem para cantoras brasileiras, com mais de
300 mil cópias vendidas, um feito nunca antes registrado no Brasil.
Ainda em 1974, a cantora atuou ao lado de
Paulo Gracindo, em
"Brasileiro Profissão Esperança", espetáculo de
Paulo Pontes, referente à vida da cantora e compositora
Dolores Duran e do compositor e jornalista
Antônio Maria. O show ficou em cartaz no
Canecão até 1975 e gerou o disco homônimo.
Também em 1975, a Odeon lançou ainda o LP
"Claridade" com grandes sucessos como
"O Mar Serenou" (
Candeia) e
"Juízo Final" (
Nelson Cavaquinho e
Élcio Soares). Este álbum se tornou o maior sucesso da carreira da cantora, batendo o recorde de vendagem feminina e alavancando o samba-enredo da
"Portela na Avenida",
"Macunaíma", "Herói da Nossa Gente"
(
Norival Reis e
Davi Antônio Correia), com o qual a
escola classificou-se em 5º lugar no Grupo 1. Ainda em 1975,
Clara Nunes
se casou com o poeta, compositor e produtor
Paulo César Pinheiro e percorreu vários países da Europa em turnê.
Clara Nunes gravou o LP
"Canto das Três Raças" em 1976.
Além da faixa-título de autoria de
Mauro Duarte e
Paulo César Pinheiro, grande
sucesso na carreira da cantora, o disco contava ainda com
"Lama" (
Mauro Duarte),
"Tenha Paciência" (
Nelson Cavaquinho e
Guilherme de Brito),
"Riso e Lágrimas" (
Nelson Cavaquinho,
Rubens Brandão e
José Ribeiro),
"Fuzuê" (
Romildo e
Toninho) e
"Retrato Falado" (
Eduardo Gudin e
Paulo César Pinheiro).
Em 1977, a Odeon lançou o disco "As Forças da Natureza", um álbum mais dedicado ao Partido Alto. O LP teve como principais destaques a faixa-título, de João Nogueira e Paulo César Pinheiro, "Coração Leviano" (Paulinho da Viola) e "Coisa da Antiga" (Wilson Moreira e Nei Lopes). O disco ainda contou com a participação de Clementina de Jesus na faixa "PCJ - Partido da Clementina de Jesus" (Candeia) e lançou "À Flor da Pele", primeira composição de Clara Nunes, feita em parceria com Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro.
Em 1978, foram lançados os álbuns "Guerreira", no qual Clara Nunes interpretou vários ritmos brasileiros além do samba, sua marca registrada, e "Esperança", com destaque para a faixa "Feira de Mangaio" (Sivuca e Glorinha Gadelha). Ainda em 1978, participou do LP "Vida Boêmia", de João Nogueira, no qual interpretou "Bela Cigana" (João Nogueira e Ivor Lancellotti), e esteve ao lado de Chico Buarque, Maria Bethânia e outros artistas, no show do Riocentro, que marcaria a história política brasileira devido à explosão de uma bomba.
Em 1979, Clara Nunes participou do LP "Clementina", de Clementina de Jesus. Naquele mesmo ano, a cantora mineira se submetia a uma Histerectomia (remoção do útero), após sofrer três abortos espontâneos, por causa dos miomas
que possuía no útero. Também carregava problemas desse tipo desde a
infância. Ela tentou de todos os métodos e não obtinha respostas. Por
nutrir obsessão pela maternidade,
a impossibilidade de ser mãe a fez sofrer muito, causando a Clara Nunes
fortes abalos emocionais, superados pela entrega absoluta à carreira
artística, a fazendo compor músicas belíssimas e de intensa carga
emocional.
Últimos Anos de Vida
Em 1980,
Clara Nunes gravou o álbum
"Brasil Mestiço", que fez sucesso nas emissoras de rádio de todo o país com
"Morena de Angola" (
Chico Buarque),
"Brasil Mestiço, Santuário da Fé" (
Mauro Duarte e
Paulo César Pinheiro),
"Peixe Com Côco" (
Alberto Lonato,
Josias e
Maceió do Cavaco),
"Última Morada" (
Noca da Portela e
Natal) e
"Viola de Penedo" (
Luiz Bandeira). Ainda em 1980, a cantora participou dos LPs
"Cabelo de Milho" (
Sivuca),
"Fala Meu Povo" (
Roberto Ribeiro) e viajou para Angola representando o Brasil ao lado de
Elba Ramalho,
Djavan,
Dorival Caymmi,
Chico Buarque, entre outros.
Gravou em 1981 o LP "Clara", com grande sucesso para a música "Portela na Avenida" (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), com a participação especial da Velha Guarda da Portela nesta faixa, e estreou o show "Clara Mestiça", por Bibi Ferreira. Ainda naquele ano, a Odeon lançou uma coletânea intitulada "Sucesso de Ouro".
Em 1982, a Odeon lançou "Nação", o último álbum de estúdio da cantora. O LP teve como destaques "Nação" (João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio), "Menino Velho" (Romildo e Toninho), "Ijexá" (Edil Pacheco), "Serrinha" (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) - uma homenagem dos compositores à escola de samba Império Serrano e ao Morro da Serrinha, reduto do Jongo (manifestação cultural de africanos essencialmente rural diretamente associada à cultura africana no Brasil), situadas em Madureira, subúrbio carioca. Ainda nesse ano, Clara Nunes se apresentou na Alemanha ao lado de Sivuca e Elba Ramalho, e participou do LP "Kasshoku", lançado no Japão pela gravadora Toshiba / EMI, gravando um especial para a emissora de TV NHK.
Morte Polêmica
Em 05/03/1983,
Clara Nunes se submeteu a uma aparentemente simples cirurgia de varizes,
mas a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do
anestésico.
Clara Nunes sofreu uma parada cardiorrespiratória e permaneceu durante 28
dias internada na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro.
Neste ínterim,
Clara Nunes foi vítima de uma série de especulações que circulavam na mídia sobre sua internação, entre elas inseminação
artificial, aborto, tentativa de suicídio, surra de seu marido Paulo
César Pinheiro, porem há quem diga que
Clara Nunes teria sito vitima de
trabalhos espirituais realizados pelo bruxo
Tio Chico, em episódio semelhante ao ocorrido na morte de
Elis Regina, no ano anterior.
Na madrugada do Sábado de Aleluia, dia 02/04/1983, a poucos meses de completar 40 anos,
Clara Nunes entrou oficialmente em óbito, vítima de um choque anafilático.
A sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de
Janeiro, na época, foi arquivada, o que geraria por muitos anos suspeitas
sobre as causas da morte da cantora.
O corpo de
Clara Nunes foi velado por
mais de 50 mil pessoas na quadra da escola de samba Portela. O sepultamento ocorreu no Cemitério São João Batista e foi acompanhado por uma multidão de fãs e amigos.
Em sua homenagem, a
rua em Madureira onde fica a sede da Portela, sua escola de coração,
recebeu seu nome.
Em 1986, a
Velha Guarda da Portela interpretou
"Flor do Interior" (
Manaceia), uma das muitas músicas feitas em homenagem à
Clara Nunes, no disco
"Doce Recordação", produzido por
Katsunori Tanaka e lançado no Japão. Outro compositor,
Aluízio Machado, da Império Serrano, também compôs a música
"Clara" em homenagem à cantora.
Em 1988,
Maria Gonçalves, irmã mais velha de Clara Nunes, que passou a criar a
cantora quando esta tinha apenas quatro anos, reuniu várias peças do
vestuário, adereços e objetos pessoais da cantora, e criou uma sala que
abriga o acervo de sua obra em um espaço físico com cerca de 120 metros,
anexado à creche que leva o seu nome em Caetanópolis, MG.
Em 1989, a gravadora EMI-Odeon produziu a coletânea
"Clara Nunes, O Canto da Guerreira". Também naquele ano, o selo WEA lançou para o mercado estadunidense o álbum
"O Samba: Brazil Classics 2", com vários artistas e incluindo
Clara Nunes.
Três anos depois, a EMI-Odeon lançou
"Série 2 em 1", compilação em CD de dois LPs:
"Brasil Mestiço" e
"Nação", e a gravadora norte-americana World Pacific lançou
"Best Of Clara Nunes" no mercado dos Estados Unidos.
Em 1993, o selo Som Livre lançou
"Clara Nunes - 10 Anos" - em lembrança ao décimo aniversário de morte da cantora - e a EMI-Odeon lançou pela
"Série 2 em 1" os discos
"Adoniran Barbosa" e
"Adoniram Barbosa e Convidados", este último também contou com a participação de
Clara Nunes.
Esta mesma gravadora lançaria em 1994 as coletâneas
"O Canto da Guerreira",
"O Canto da Guerreira Volume 2" e
"Meus Momentos". Ainda em 1994, a gravadora Saci lançou o álbum
"Homenagem a Mauro Duarte", que contou com a voz de
Clara Nunes, uma de suas maiores amigas e a sua principal intérprete.
Em 1995, a Odeon lançou
"Clara Nunes Com Vida", álbum produzido por
Paulo César Pinheiro e
José Milton, no qual foram acrescidas as vozes de outros artistas como
Emílio Santiago,
Martinho da Vila,
Chico Buarque,
Nana Caymmi,
Roberto Ribeiro,
João Bosco,
Elba Ramalho,
Gilberto Gil,
Milton Nascimento,
Alcione,
Marisa Gata Mansa,
Paulinho da Viola,
Angela Maria e
João Nogueira, fazendo duetos com
Clara Nunes, e
"O Talento de Clara Nunes", outra coletânea.
Em 1996,
a EMI-Odeon reeditou a obra completa de
Clara Nunes, que incluíam 16
discos com as capas reproduzidas do original, remasterizados no Estúdio Abbey Road, em Londres, considerado o melhor do mundo.
Em 1999, a cantora
Alcione gravou
"Claridade", um álbum com os maiores sucessos da carreira da amiga.
Em 2001, foi apresentado no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, o musical
"Clara Nunes Brasil Mestiço", e no ano seguinte foi lançado o livro
"Velhas Histórias, Memórias Futuras" de
Eduardo Granja Coutinho, no qual o autor faz várias referências à cantora.
Em comemoração aos seus 60 anos, que seriam completados em 2003, a gravadora DeckDisc lançou
"Um Ser de Luz - Saudação à Clara Nunes", álbum produzido por
Paulão Sete Cordas e que contou com a participação de diversos artistas interpretando parte de seu repertório, como
Mônica Salmaso (
Alvorecer),
Élton Medeiros (
Lama),
Rita Ribeiro (
Morena de Angola),
Mart'nália (
Ijexá),
Fafá de Belém (
Sem Compromisso),
Renato Braz (
Menino Deus e
Nação),
Falamansa (
Feira de Mangaio),
Monarco e
Velha Guarda da Portela (
Peixe Com Côco),
Cristina Buarque (
Derramando Lágrimas),
Dona Ivone Lara (
Juízo Final),
Nilze Carvalho (
A Deusa dos Orixás),
Teresa Cristina (
As Forças da Natureza),
Pedro Miranda (
Candongueiro),
Alfredo Del Penho (
Coisa da Antiga),
Wilson Moreira (
O Mar Serenou),
Helen Calaça (
Basta Um Dia) e ainda participações de
Seu Jorge,
Walter Alfaiate,
Elza Soares, entre outros.
O Instituto Clara Nunes foi fundado em 19/05/2005 pela irmã de Clara Nunes, Maria Gonçalves (Dindinha), conhecida na cidade como Mariquita, e está instalado no mesmo prédio onde funciona aCreche Clara Nunes e o Artesanato Ponto de Luz, que produz tapetes cuja venda ajuda na manutenção da Creche.
O Festival Cultural Clara Nunes faz parte dos eventos culturais da cidade e todo ano é realizado no mês de agosto, mês de nascimento de
Clara Nunes.
Em agosto de 2006 a Prefeitura Municipal de Caetanópolis lançou o 1º
Festival Cultural Clara Nunes. com o objetivo de desenvolver a cultura
no município e região, e também resgatar a obra da cantora. Ainda em
2006 foi encontrada mais uma interpretação inédita de Clara Nunes. A composição "Quem Me Dera" (Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho) foi incluída no álbum póstumo de Maurício Tapajós, "Sobras Repletas", que também trouxe uma outra composição, também em sua homenagem, desta vez feita em sua homenagem, "Surdina" (Maurício Tapajós e Cacaso).
Em 04/08/2007, na abertura do 2º Festival Cultural Clara Nunes, a
Prefeitura Municipal de Caetanópolis inaugurou a Casa de Cultura Clara
Nunes, onde havia sido o cinema da cidade e onde a
Clara Nunes se apresentou
pela primeira vez. Ainda em
2007, o jornalista Vagner Fernandes lançou a biografia "Clara Nunes - Guerreira da Utopia", que trouxe entrevistas com vários compositores e intérpretes, entre os quais Chico Buarque, Paulinho da Viola, Alcione, Hermínio Bello de Carvalho, Hélio Delmiro, Milton Nascimento, Monarco, Paulo César Pinheiro, além de familiares e amigos. A gravadora EMI lançou "Clara Nunes Canta Tom e Chico", coletânea na qual compilou algumas gravações de discos anteriores da cantora, entre elas "Apesar de Você", "Umas e Outras", "Desencontro", "Morena de Angola" e "Novo Amor", todas de Chico Buarque, "Insensatez" e "A Felicidade" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), além de "Sabiá" (Tom e Chico).
Em 2010 foi realizado o 5º
Festival Cultural Clara Nunes. A Casa de Cultura Clara Nunes,
administrada pela Secretaria Municipal de Cultura, é local onde se
realizam oficinas de dança, música, pintura e teatro, oferecidas
gratuitamente à população. O Instituto Clara Nunes foi criado para
administrar e zelar pelo acervo da cantora.