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Mila Moreira

MARILDA ALVES MOREIRA DA SILVA
(75 anos)
Atriz, Escritora, Jornalista, Apresentadora, Empresária e Modelo

☼ São Paulo, SP (18/05/1946)
┼ Rio de Janeiro, RJ (06/12/2021)

Mila Moreira, nome artístico de Marilda Alves Moreira da Silva foi uma atriz, escritora, jornalista, apresentadora, empresária e modelo nascida em São Paulo, SP, no dia 18/05/1946.

Mila Moreira cresceu perto da Estação da Luz, em São Paulo, SP. Filha de pais portugueses, seu pai, o Srº Moreira era dono de um hotelzinho para mascates e sua mãe, a Dona Ilda era dona de casa. Ela não gostava do nome Marilda e adotou Mila, em homenagem ao livro Mila 18, um romance de Leon Uris.

Em 1960, Mila foi coroada Miss Luzes da Cidade e como prêmio, ganhou uma viagem para New York.

Ela apareceu como manequim (ou demonstradora como eram chamadas na época), na Feira Nacional da Indústria Têxtil (FENIT), em 1963, desfilando pela Rhodia Têxtil, sendo coreografada por Ismael Guiser, junto com as manequins Ully Mailu. Desfilaram ainda, no magazine paulistano Mappin mostrando a coleção mais recente da Rhodia. Ficaram juntas na Rhodia até 1970. Depois, Mila e Ully montaram uma escola para manequins no Rio de Janeiro.

Em 1979, encerrou um relacionamento com um americano com quem morava em Chicago e retornou ao Brasil. Através de Cassiano Gabus Mendes, que era casado com uma irmã do ator Luís Gustavo, seu ex-marido, conseguiu um emprego como produtora na TV Bandeirantes. No mesmo ano, conhecida mais como manequim da Rhodia com "furinho no queixo", foi chamada às pressas para substituir um jurado no Programa do Chacrinha.


Após vê-la no vídeo,  Cassiano Gabus Mendes a convidou pra fazer a telenovela "Marron Glacé" (1979) na TV Globo. A partir daí virou presença fixa em quase todas as novelas do autor, como "Plumas e Paetês" (1980), "Elas Por Elas" (1982), "Champagne" (1983), "Ti Ti Ti" (1985), "Que Rei Sou Eu?" (1989), "Meu Bem, Meu Mal" (1990) e "O Mapa da Mina" (1993). Também teve participações importantes nas novelas "A Próxima Vítima" (1995), "Ciranda de Pedra" (2008), "Sangue Bom" (2013) e nas minisséries "Os Maias" (2001), "JK" (2006), "Um Só Coração" (2004) e "Queridos Amigos" (2008).

Mila Moreira era formada em psicologia.

Ao longo de sua vida, Mila teve diversos relacionamentos amorosos e em entrevistas, sempre afirmou que mantinha amizade com todos eles. Ela já foi casada com o ator Luís Gustavo (1971-1973), com um engenheiro paulista (1974-1977), com o designer austríaco Hans Donner (1983-1986) e com João Carlos Balaguer (1999-2005), pai da modelo Joana Balaguer.

Mila também já namorou o produtor musical Ronaldo Bôscoli (1966-1967), o ator Gracindo Júnior (1979-1980) e o ator Eduardo Conde (1980-1981), seu amigo de longa data.

Mila optou por não ter filhos, já que trabalhava muito e fazia muitas viagens, não sobrando tempo para a maternidade. Em entrevista, disse que na época, não se sentia absolutamente segura em uma relação ou financeiramente.

Morte

Mila faleceu na madrugada de segunda-feira, 06/12/2021, aos 75 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de uma parada cardíaca. Mila estava internada no Hospital CopaStar em Copacabana.

Carreira

Televisão
  • 1979 - Marron Glacê ... Érica Bertioga Santana
  • 1980 - Plumas e Paetês ... Dora (Dorinha)
  • 1982 - Elas Por Elas ... Marlene Rozelli
  • 1983 - Sabor de Mel ... Luba
  • 1983 - Champagne ... Fernanda
  • 1984 - Corpo a Corpo ... Cristina Werneck dos Anjos
  • 1985 - Ti Ti Ti ... Ela Mesma (Participação Especial)
  • 1986 - Mania de Querer ... Íris
  • 1987 - Bambolê ... Mumu Soares Sampaio
  • 1989 - Que Rei Sou Eu? ... Zmirá
  • 1990 - Meu Bem, Meu Mal ... Bianca Paiva
  • 1992 - Anos Rebeldes ... Regina Ribeiro
  • 1993 - O Mapa da Mina ... Carlota Strega
  • 1993 - Fera Ferida ... Viviane Musselini
  • 1995 - A Próxima Vítima ... Carla
  • 1997 - A Indomada ... Priscila Westwood
  • 1997 - Anjo Mau ... Maria Lucinda Furtado Abreu (Marilu)
  • 2000 - Malhação ... Úrsula
  • 2001 - Os Maias ... Viscondessa de Gafanha
  • 2002 - O Quinto dos Infernos ... Inês
  • 2002 - Sabor da Paixão ... Grace Dias
  • 2004 - Um Só Coração ... Lola Flores
  • 2004 - Linha Direta ... Elza (Episódio: "Crime das Irmãs Poni")
  • 2005 - A Diarista ... Tiquinha Lajolo Bessa (Episódio: "Ipanema 500 Metros")
  • 2005 - Como Uma Onda ... Drª Virgínia Lemos
  • 2006 - JK ... Maria Alice
  • 2007 - Paraíso Tropical ... Dorita
  • 2008 - Queridos Amigos ... Marlene
  • 2008 - Ciranda de Pedra ... Urânia Tomaz
  • 2009 - Viver a Vida ... Viviane Faria Albuquerque
  • 2010 - Ti Ti Ti ... Stella Sanches
  • 2011 - O Astro ... Miriam Lambert Mello Assunção
  • 2013 - Sangue Bom ... Silvia Laport
  • 2016 - A Lei do Amor ... Gioconda Moretto Ferrari (Gigi)
Cinema
  • 1981 - Os Saltimbancos Trapalhões ... Tigrana
  • 1982 - As Aventuras de Mário Fofoca ... Ângela
  • 1984 - Aguenta, Coração ... Márcia
  • 1989 - Dias Melhores Virão ... The Queen
  • 2016 - Arte na Moda: Coleção MASP Rhodia ... Ela mesma

#FamososQuePartiram #MilaMoreira

Rita Lee

RITA LEE JONES DE CARVALHO
(75 anos)
Cantora, Compositora, Multi-Instrumentista, Atriz, Escritora e Ativista

☼ São Paulo, SP (31/12/1947)
┼ São Paulo, SP (08/05/2023)

Rita Lee Jones de Carvalho foi uma cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista nascida em São Paulo, SP, no dia 31/12/1947. Rita Lee é conhecida como a "Rainha do Rock Brasileiro".

Rita Lee alcançou a marca de 55 milhões de discos vendidos, sendo a quarta artista mais bem-sucedida neste sentido no Brasil, atrás de Tonico & Tinoco, Roberto Carlos e Nelson Gonçalves. Rita Lee construiu uma carreira que começou com o rock mas que ao longo dos anos flertou com diversos gêneros, como a psicodélica durante a era do tropicalismo, o pop rock, disco, new wave, a MPB, bossa nova e eletrônica, criando um hibridismo pioneiro entre gêneros internacionais e nacionais.

Rita Lee é considerada uma das mulheres mais influentes do Brasil, sendo referência para aqueles que vieram a usar guitarra a partir de meados dos anos 1970. Ex-integrante do grupo Os Mutantes (1966-1972) e do Tutti Frutti (1973-1978), participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade. Suas canções, em geral regadas com uma ironia ácida ou com uma reivindicação da independência feminina, tornaram-se onipresentes nas paradas de sucesso, sendo as mais populares "Ovelha Negra", "Mania de Você", "Lança Perfume", "Agora Só Falta Você", "Baila Comigo", "Banho de Espuma", "Desculpe o Auê", "Erva Venenosa", "Amor e Sexo", "Reza", "Menino Bonito", "Flagra", "Doce Vampiro", dentre outras.

O álbum Fruto Proibido (1975), lançado com a banda Tutti Frutti, é comumente visto como um marco fundamental na história do rock brasileiro, considerado por alguns como sua obra-prima.

Em 1976, Rita Lee começou um relacionamento amoroso com o guitarrista Roberto de Carvalho, que desde então tem sido o parceiro da maioria de suas canções. Tiveram três filhos, entre eles Beto Lee, também guitarrista, que acompanhava os pais nos shows. Rita Lee era vegana e defensora dos direitos dos animais.

Com uma carreira que alcançou os 60 anos, a artista passou da inovação e do gueto musical dos anos 1960 e 1970 para as baladas românticas de muito sucesso nos anos 1980 e uma revolução musical, tendo se apresentado com inúmeros artistas que variam de Elis Regina e João Gilberto à banda Titãs.

Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a lista dos cem maiores artistas da música brasileira, onde Rita Lee ocupou o 15° lugar.

Infância e Início na Música

Nascida em uma família de classe média paulistana, Rita Lee era a filha mais nova do dentista Charles Fenley Jones (1904-1983), paulista descendente de imigrantes norte-americanos confederados do Alabama e do Tennessee estabelecidos em Santa Bárbara d'Oeste, SP, e de Romilda Padula (1904-1986), também paulista, filha de imigrantes italianos da região do Molise, no sul da Itália.

Seus pais tinham outras duas filhas chamadas Mary Lee Jones e Virgínia Lee Jones. Lee é um nome composto com que o pai quis registrar todas as filhas, em homenagem ao general Robert E. Lee, do exército confederado norte-americano. Originalmente, seu primeiro nome era planejado para ser Bárbara, em homenagem à santa, mas na hora do batizado resolveram homenagear a avó materna, que se chamava Clorinda, mas tinha o apelido de Rita.

Rita Lee nasceu e cresceu no bairro da Vila Mariana, onde viveu até o nascimento de seu primeiro filho. Em entrevistas, revelou que esse bairro lhe é especial, já que lá tem uma grande parte de todas as melhores lembranças de sua vida.

Rita Lee foi educada no colégio franco-brasileiro Liceu Pasteur, era poliglota, e falava fluentemente português - sua língua materna - inglês, francês, castelhano e italiano. Chegou a ingressar no curso de Comunicação Social na Universidade de São Paulo, em 1968, na mesma turma da atriz Regina Duarte, e assim como Regina Duarte, Rita Lee abandonou o curso no ano seguinte.


Durante a infância, teve aulas de piano com a musicista clássica Magdalena Tagliaferro. Não pensava em ser cantora de rock, mas em ser atriz de cinema, veterinária ou a profissão que seu pai queria, dentista.

Suas primeiras influências musicais foram Elvis Presley, Neil Sedaka, Paul Anka, Peter, Paul And Mary, Beatles Rolling Stones, mas também escutava música brasileira como Cauby Peixoto, Angela Maria, Tito Madi, João Gilberto, Emilinha Borba, Carmen Miranda, Dalva de Oliveira e Maysa por influência dos pais.

Na adolescência passou a se interessar por música, começando a compor suas primeiras canções. Junto de alguns amigos, começou a se apresentar em clubes da região como componente do Tulio's Trio.

Em 1963, formou um conjunto musical com mais duas garotas, as Teenage Singers, que faziam pequenos shows em festas colegiais. No ano seguinte, elas conheceram o trio masculino Wooden Faces. Nesse mesmo ano, fez sua primeira gravação, fazendo vocais para um álbum de Prini Lorez.

Teenage Singers e Wooden Faces juntaram-se, formando o Six Sided Rockers, banda que depois se chamou Os Seis, que chegou a gravar um disco compacto com duas músicas. Com a saída de três componentes, sobram Rita, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, que passaram a se chamar Os Bruxos. Por sugestão de Ronnie Von, o grupo passou a chamar-se Os Mutantes.

Os Mutantes e Primeiros Álbuns Solo (1966-1972)

Por um período de seis anos, Rita Lee foi, com Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, integrante da banda Os Mutantes, cantando, tocando flauta e percussão, além de performances bissextas no sintetizador, no banjo e manipulando bizarrices como um gravador portátil (como na música "Caminhante Noturno") e uma bomba de dedetização (em "Le Premier Bonheur du Jour") e sendo letrista.

Em 1967, a banda acompanhou Gilberto Gil no III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record na apresentação da canção "Domingo no Parque".

Foram gravados seis álbuns, sendo o primeiro, de 1968, como uns dos álbuns mais importantes da história da música brasileira, que deram origem a hits como "A Minha Menina", "Dom Quixote", "Balada do Louco", "2001 (Dois Mil e Um)" e "Ando Meio Desligado".

Entre 1968 e 1972, Rita Lee foi casada com o companheiro de banda Arnaldo Baptista. O divórcio seria assinado somente em 1977.

Acompanhada dos componentes dos Mutantes, Rita Lee gravou dois discos solo. O primeiro foi "Build Up" (1970) - contendo algumas parcerias com Arnaldo Baptista - que originalmente era o repertório de um show que foi feito exclusivamente para uma edição da Fenit (feira de moda de São Paulo). Desse disco saiu seu primeiro single solo, "José" (uma versão de Nara Leão para o hino francês "Joseph").

O segundo disco, "Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida" (1972), foi lançado com o seu nome pois a banda já havia lançado um álbum naquele ano e a gravadora não os permitiu, por contrato, que gravassem outro. Com isso, Os Mutantes gravaram e só Rita Lee o assinou.

Em decorrência do fim de seu casamento e incompatibilidades artísticas com os rumos que a banda estava tomando, Rita Lee foi expulsa dos Mutantes pelo próprio Arnaldo Baptista. Dentre distintas histórias e controvérsias, ela alega que seus companheiros achavam que ela não tinha o virtuosismo necessário para tocar o rock progressivo, novo interesse da banda. A informação de Rita Lee acabou se tornando uma grande discussão. Alguns diziam que ela teria saído do grupo. Entretanto, em 2007, Arnaldo Baptista admitiu em entrevista: "Mandei a Rita embora dos Mutantes".

Tutti Frutti e Consagração Nacional (1973-1978)

Rita Lee formou com a amiga Lúcia Turnbull uma dupla no estilo folk rock, Cilibrinas do Éden, cuja única gravação, ao vivo, no Festival Phono 73, foi lançada mais de 35 anos depois. Rita LeeLúcia Turnbull desistiram da dupla e formaram a banda Tutti Frutti, com Luis Sérgio Carlini e Lee Marcucci, entre outros. Rita Lee, além de cantar, tocou piano, sintetizador, gaita e violão. Um contrato com a gravadora Philips foi assinado, mas essa exigiu que o grupo assinasse como Rita Lee & Tutti-Frutti. O que seria o primeiro disco do grupo não foi lançado pela gravadora por problemas com a censura e com os executivos, que o consideraram "alternativo demais". Eles voltam ao estúdio e "Atrás do Porto Tem Uma Cidade" foi gravado e lançado em 1974.

Em 1975, foi lançado "Fruto Proibido" pela Som Livre. O disco, que contém os sucessos "Agora Só Falta Você", "Esse Tal de Roque Enrow" e "Ovelha Negra", tornou-se um clássico do rock brasileiro, vendendo mais de 200 mil cópias na época, e dando a Rita Lee o título de "Rainha do Rock Brasileiro".

O terceiro disco, "Entradas e Bandeiras", foi lançado em 1976, com os singles "Coisas da Vida", "Corista de Rock" e "Com a Boca No Mundo". O disco também contava com a faixa "Bruxa Amarela", que foi composta por Raul Seixas e Paulo Coelho. Devido a uma crise de estress, Rita Lee ficou afastada do processo de mixagem deste disco, fato que ocasionou num som mais pesado com a nítida predominância da guitarra de Luis Sérgio Carlini. No mesmo ano, conheceu o músico carioca Roberto de Carvalho e iniciou uma parceria musical e amorosa de sucesso, que seguiu até aos dias atuais.

Em agosto de 1976, durante sua primeira gravidez e morando com Roberto de Carvalho, foi presa por porte e uso de maconha. Na verdade, tal episódio, considerado um dos mais truculentos da ditadura militar, foi um ato do regime com a finalidade de "servir de exemplo à juventude da época", já que a cantora alegou que tinha deixado de usar drogas por causa da gravidez e que o que foi encontrado na época seriam restos usados por amigos e frequentadores da casa. Mesmo assim, ela foi condenada e ficou um ano em prisão domiciliar, precisando de permissões especiais do juiz para sair de casa e fazer shows. Abalada e sem dinheiro, compôs com Paulo Coelho a polêmica "Arrombou a Festa" - música que criticava o cenário da MPB da época - cujo compacto vendeu mais de 250 mil cópias.

Com o namorado definitivamente incorporado à banda, Rita Lee ficou livre da prisão domiciliar e, mesmo grávida, saiu em turnê com Gilberto Gil. O show, denominado "Refestança", foi registrado em disco, mas, segundo a própria cantora, resgatou apenas 30% da atmosfera do show. Beto Lee, primeiro filho de Rita Lee, nasceu em 1977, seguido por João em 1979, e Antônio em 1981.

Em 1978, a banda lançou o disco "Babilônia", que produziu os singles bem-sucedidos "Jardins da Babilônia", "Agora é Moda" e "Eu e Meu Gato". Outro destaque do disco foi a futurista "Miss Brasil 2000". Apesar de já conter influências da música disco e do pop, fruto da participação de Roberto de Carvalho, "Babilônia" tem sido considerado por muitos como o último disco verdadeiramente de rock de Rita Lee. Depois do lançamento deste, a banda se desfez.

Luis Sérgio Carlini, insatisfeito com sua posição secundária, resolveu deixar o grupo e levou consigo o nome "Tutti Frutti", o qual havia sido registrado por ele. Assim, Rita Lee reformulou a banda e colocou na estrada o show "Rita Lee & Cães e Gatos", nome dado devido às brigas internas durante os ensaios. Esse show deu origem a um dos primeiros álbuns piratas do Brasil, hoje, artigo de colecionador.

Início da Parceria com Roberto de Carvalho (1979-1990)

Em 1977, Rita Lee já havia manifestado desgosto pelos radicais do rock e da MPB, dizendo que não se considerava uma roqueira radical.

A partir de 1979, Rita Lee e Roberto de Carvalho começaram a fazer discos e shows juntos - num formato "dupla dinâmica" - e inauguram uma fase superpop, de enorme empatia popular. Aconteceram então espetáculos e diversos especiais para a TV Globo. O primeiro trabalho em disco da dupla foi o álbum "Rita Lee", de 1979, com os sucessos "Mania de Você", "Chega Mais" e "Doce Vampiro".

O disco seguinte, "Rita Lee", de 1980, é mais conhecido pelo seu hit "Lança Perfume". Do repertório, também fazem parte canções como "Baila Comigo", "Nem Luxo, Nem Lixo", "Ôrra Meu", "Shangrilá" e "Bem-Me-Quer". O então príncipe Charles da Inglaterra passa-se por excêntrico ao dizer que sua cantora favorita seria Rita Lee.

Em 1981, gravaram o álbum "Saúde", com a faixa-título, "Atlântida", "Banho de Espuma", e "Mutante".

Rita Lee participou do especial Mulher 80 (TV Globo, 1979). O programa, dirigido por Daniel Filho, exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional.

Em 1982, lançou "Rita Lee e Roberto de Carvalho", com "Flagra", "Só de Você", "Vote em Mim", "Barata Tonta" e "Cor de Rosa Choque".


"Bombom" (1983) teve os hits "Desculpe o Auê" e "On the Rocks" e ainda como temas de novela "Raio X" e "Bobos da Corte".

"Rita e Roberto" (1985) trouxe "Vírus do Amor", "Yê Yê Yê", "Noviças do Vício" e "Vítima". Neste mesmo ano, apresentou-se na primeira edição do Rock In Rio, apresentação que marcou sua volta aos palcos após dois anos. Ainda em 1985, Rita Lee participou como uma das juradas do Festival dos Festivais, em que foi júri ao lado de personalidades como Marcelo Tas e Malu Mader.

"Flerte Fatal" chega em 1987 com "Bwana", "Xuxuzinho", "Brazix Muamba" e "Pega Rapaz". O álbum precedeu uma turnê onde Rita Lee se despediu de shows em grandes ginásios, percorreu todo o país, finalizando com shows na Europa e Estados Unidos em 1988.

"Zona Zen" veio em 1988 com "Livre Outra Vez", "Independência e Vida", "Zona Zen" e "Nunca Fui Santa". Rita Lee ainda passou por intervenções cirúrgicas na época: Uma devido a calos nas cordas vocais e outra na face, devido a um acidente de carro.

Em 1990, lançou o álbum "Rita Lee e Roberto de Carvalho", que teve entre suas faixas a música "Perto do Fogo" (Rita Lee e Cazuza) e também "La Miranda" - uma ode à Carmen Miranda, que foi tema de abertura da telenovela "Lua Cheia de Amor" - e "Esfinge".

Carreira Solo e Retorno de Roberto (1991-2003)

Em 1991, Rita Lee separou-se profissionalmente de Roberto de Carvalho, iniciando a bem-sucedida turnê voz e violão "Bossa 'n' Roll". No mesmo ano, estreou o "TVleezão", seu programa na MTV Brasil.

Em 1993, lançou o disco "Rita Lee", dedicado a um rock'n roll mais purista. O casal só veio a dividir o palco novamente em 1995, durante a turnê do álbum "A Marca da Zorra". Com essa turnê, abriu o primeiro show dos Rolling Stones no Brasil. Pouco antes de abrir o show, Rita Lee deu entrada no hospital por ter misturado calmantes e álcool.

Ainda em 1995, a música "Vítima" foi tema de abertura da novela "A Próxima Vítima".

Em dezembro de 1996, Rita Lee realizou seu casamento civil com Roberto de Carvalho, passando a assinar Rita Lee Jones de Carvalho.

Em 1997, lançou o álbum "Santa Rita de Sampa", com "Dona Doida", que foi tema de abertura da novela "Zazá". O álbum possui ainda "Homem Vinho", uma homenagem para Caetano Veloso.

Em 1998, lançou seu "Acústico MTV", com a participação de Cássia Eller em "Luz del Fuego", Paula Toller na canção "Desculpe o Auê", Titãs em "Papai, Me Empresta o Carro" e Milton Nascimento em "Mania de Você".

Em 2000, lançou o álbum "3001", que teve faixas escritas com Tom Zé e Itamar Assumpção, além dos sucessos "Erva Venenosa", "Pagu", "O Amor em Pedaços" e sua faixa-título (uma continuação da canção "2001", dos Mutantes). A turnê internacional que durou de 2000 a 2001 ganhou um especial de fim de ano na Rede Bandeirantes, contando com as participações de Caetano Veloso, Zélia Duncan, Paula Toller e Pato Fu.

Logo após, Rita Lee gravou um CD com releituras de clássicos dos Beatles. O álbum foi lançado como "Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar" - no exterior, "Bossa'n Beatles" - misturando bossa nova, rock e inspirações no forró. Rita Lee então inicia a turnê internacional "Yê Yê Yê de Bamba" que durou de 2001 a 2002, percorrendo Brasil, Estados Unidos e alguns países da América Latina, como a capital argentina Buenos Aires, onde fez apresentações na casa de shows Luna Park, no que foi considerada a consagração de sua carreira na Argentina.

Em 2001 e 2002, lançou dois álbuns de compilação, "Para Sempre" e "Novelas", sendo este último somente faixas suas que ficaram famosas como aberturas de telenovelas. Ainda em 2002, tornou-se parte do elenco principal do programa da GNT "Saia Justa", ao lado de Fernanda Young e Marisa Orth.

Em 2003, lançou o álbum "Balacobaco", com a famosa faixa "Amor e Sexo".

Reza e Aposentadoria (2010-2014)

Em 2010, iniciou sua nova turnê, que estreou em Belo Horizonte, na qual cantou sucessos que estavam fora de seu repertório. O show percorreu várias cidades do Brasil como São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, além de ter passado por Buenos Aires, com apresentação no teatro Gran Rex.

Em 2012, Rita Lee anunciou sua aposentadoria dos palcos em seu show de estreia no Circo Voador no Rio de Janeiro, devido à sua fragilidade física: "Me aposento dos shows, mas da música nunca", explicou Rita Lee no seu Twitter.

Em janeiro de 2012, durante o que seria sua última apresentação, no Festival de Verão de Sergipe, Rita Lee causou polêmica ao revoltar-se com uma ação policial que teria sido supostamente agressiva com seu público. Acusada de desacato à autoridade, a cantora foi encaminhada a uma delegacia após o show para prestar depoimento, porém liberada em seguida. Rita Lee alegou ter falado pelo "calor das emoções", e por ter achado a ação dos policiais "truculenta e desnecessária".

No Carnaval de 2012, desfilou pela escola de samba paulista Águia de Ouro, cujo tema foi a Tropicália. Desfilaram também outros cantores do movimento, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, além de cantores como Wanderléa, Cauby Peixoto e Angela Maria. Rita Lee homenageou a atriz Leila Diniz no desfile, vestindo uma réplica do vestido de noiva que pegou emprestado da atriz e nunca devolveu.

Após alguns anos sem gravar músicas inéditas, tendo seu último álbum sido "Balacobaco", em 2003, Rita Lee anunciou o lançamento de seu então novo álbum, "Reza". Em fevereiro de 2012, ela lançou "Reza", o primeiro single promocional do álbum. Pouco tempo após seu lançamento, a canção ultrapassou o sucesso "Ai, Se Eu Te Pego", de Michel Teló, no número de downloads do iTunes Brasil, tornando-se a canção mais escutada de 2012. No mês seguinte, a música entrou para a trilha sonora da telenovela "Avenida Brasil", da TV Globo.

Depois de vários anos sem posar para fotos em ensaios, Rita Lee fez um ensaio para a revista Quem e brincou que "não fazia isso há séculos".

Em novembro de 2012, fez um show que marcou sua volta aos palcos, com apresentação no Green Move Festival, no qual também se apresentaram as bandas Titãs e Jota Quest. Na apresentação, a cantora causou nova polêmica ao abaixar a calça e virar-se para o público.

Em janeiro de 2013, participou do show que fez parte da comemoração dos 459 anos da cidade de São Paulo, no vale do Anhangabaú. "Daqui Eu Não Saio", disse Rita Lee, sobre a cidade onde nasceu.

Em abril de 2013, concedeu uma rara e franca entrevista a revista Marie Claire, em que diz que o grande tabu da mulher atual é o envelhecimento: "Para envelhecer com dignidade, a mulher tem de ter desapego. É muito complexo!".

Em março de 2014, decidiu deixar de pintar os icônicos cabelos vermelhos e assumir os fios grisalhos: "Quero ficar anônima!", disse ela.

Outros Projetos (2014-2023)

Em 2014, foi homenageada com o musical de teatro "Rita Lee Mora ao Lado", baseado no livro homônimo de Henrique Bartsch e estrelando Mel Lisboa. Rita Lee assistiu ao musical e elogiou a performance de Mel Lisboa, que caiu no choro ao ver a cantora na plateia. A atriz ainda ganhou o Prêmio Quem de Melhor Atriz de Teatro. Emocionada, ela fez o discurso chorando ao assistir a um vídeo de Rita Lee durante a premiação, a parabenizando pela conquista.

Em 2015, chegou as lojas uma caixa com 20 álbuns de sua discografia e um CD com raridades.

Em 2016, foi lançada sua autobiografia "Rita Lee: Uma Autobiografia", pela Globo Livros. O lançamento foi em São Paulo. Rita Lee concedeu uma entrevista sobre o livro e sobre sua vida mais reclusa: "O maior luxo da vida é dar amor aos bichos e ter uma horta!".

Além de tornar-se um dos títulos mais vendidos do país, o livro colecionou críticas elogiosas. A artista foi agraciada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como melhor autora de 2016 e também pelo Grande Prêmio da Critica, por seus serviços prestados à música.

Em 2021, foi lançada "Change", canção com parceria de Roberto de Carvalho e Gui Boratto, sua primeira música inédita em oito anos. A faixa integrou a trilha sonora da telenovela "Um Lugar ao Sol".

Em 2022, na 23ª edição do Grammy Latino, Rita Lee foi laureada com um Lifetime Achievement Award, que homenageia "artistas que fizeram contribuições significativas à indústria fonográfica". A cerimônia, ocorrida no mês de novembro, contou com a participação de nomes como Luísa Sonza, Giulia Be, Paula Lima e Manu Gavassi.

Em 2023, Rita Lee anunciou o lançamento do livro "Rita Lee: Outra Autobiografia", também pela Globo Livros. No livro, ela narra detalhes de seu tratamento contra um câncer de pulmão, diagnosticado em 2021.

Problemas de Saúde

Em 1996 sofreu uma queda da varanda no segundo andar de seu sítio, esfacelando o côndilo mandibular, o que levou a uma cirurgia para colocação de pinos de titânio. Depois da cirurgia bem-sucedida e diante da possibilidade de retomar sua carreira, Rita Lee ter-se-ia comprometido a largar as drogas e as bebidas alcoólicas, o que, segundo uma declaração da cantora ao programa Fantástico, da TV Globo, só o fez totalmente em janeiro de 2006, depois de procurar ajuda numa clínica de reabilitação, a que ela chama de "hospício", conseguindo frequentar palestras e fazer tratamento, obtendo êxito.

Em maio de 2012, Rita Lee declarou sofrer de transtorno bipolar.

Em maio de 2021, ao realizar um exame de saúde de rotina, foi diagnosticada com um tumor primário no pulmão esquerdo, aos 73 anos de idade.

Em abril de 2022, os exame feitos pela artista já não detectaram mais a presença do tumor em seu organismo.

Em fevereiro de 2023, Rita Lee foi internada no hospital Albert Einstein, em São Paulo, em estado extremamente delicado. Algumas horas após a informação ser divulgada, o marido da cantora, Roberto de Carvalho, disse em suas redes sociais que a internação seria para exames e avaliações, e pediu privacidade.

No início de março de 2023, o filho da cantora, João Lee, disse em suas redes sociais que a mãe estava bem, tranquilizando os fãs. No mesmo mês, Rita Lee obteve alta do hospital.

Morte

Rita Lee faleceu na noite de segunda-feira, 08/05/2023, 75 anos, vítima de câncer. Rita Lee faleceu cercada de sua família, em seu apartamento em São Paulo, SP.

A família de Rita Lee divulgou um comunicado nas redes sociais dela:
"Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou"
O velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, na quarta-feira, 10/05/2023, das 10h00 às 17h00.

Discografia

Álbuns de Estúdio
  • 1970 - Build Up
  • 1972 - Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida
  • 1979 - Rita Lee
  • 1980 - Rita Lee
  • 1981 - Saúde
  • 1982 - Rita Lee e Roberto de Carvalho
  • 1983 - Baila Conmigo (Espanhol)
  • 1983 - Bombom
  • 1985 - Rita e Roberto
  • 1987 - Flerte Fatal
  • 1988 - Zona Zen
  • 1990 - Rita Lee e Roberto de Carvalho
  • 1993 - Rita Lee
  • 1997 - Santa Rita de Sampa
  • 2000 - 3001
  • 2001 - Aqui, Ali, em Qualquer Lugar
  • 2003 - Balacobaco
  • 2012 - Reza

Álbuns ao Vivo
  • 1977 - Refestança (Com Gilberto Gil)
  • 1991 - Rita Lee em Bossa 'n' Roll
  • 1995 - A Marca da Zorra
  • 1998 - Acústico MTV Rita Lee
  • 2004 - Rita Lee MTV Ao Vivo
  • 2009 - Rita Lee Multishow Ao Vivo

Com Os Mutantes
  • 1968 - Os Mutantes
  • 1968 - Tropicália ou Panis et Circenses
  • 1969 - Mutantes
  • 1970 - A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado
  • 1971 - Jardim Elétrico
  • 1972 - Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets
  • 2000 - Tecnicolor (Gravado em 1970)

Com Lúcia Turnbull
  • 1973 - Cilibrinas do Éden (Não foi lançado oficialmente)

Com Tutti Frutti
  • 1974 - Atrás do Porto Tem Uma Cidade
  • 1975 - Fruto Proibido
  • 1976 - Entradas e Bandeiras
  • 1978 - Babilônia

Álbuns de Tributo
  • 1996 - Eles Cantam Rita Lee ... Intérprete: Vários
  • 1996 - Love, Lee Rita ... Intérprete: Ná Ozzetti
  • 2007 - Pirataria - Rita Lee Por Crikka Amorim ... Intérprete: Crikka Amorim
  • 2015 - Prisoneira do Amor ... Intérprete: Andreia Dias
  • 2015 - Rock Your Babies: Rita Lee ... Intérprete: Rock Your Babies
  • 2017 - Baby, Baby ... Intérprete: Lulu Santos
  • 2020 - Rita Lee: Eleectronica ... Intérprete: Jon Alkalay
  • 2023 - Acústico MTV: Manu Gavassi Canta Fruto Proibido ... Intérprete: Manu Gavassi

Álbuns de Vídeo
  • 1998 - Acústico MTV Rita Lee
  • 2004 - Rita Lee MTV Ao Vivo
  • 2006 - Rita Lee Jones (Série Grandes Nomes 1980)
  • 2007 - Biograffiti
  • 2009 - Rita Lee Multishow Ao Vivo

Filmografia

Televisão
  • 1986 - Cida, a Gata Roqueira ... Sunda Morgana
  • 1990 - Top Model ... Belatrix (Episódio: "7 de janeiro")
  • 1991 - TVLeezão ... Apresentadora
  • 1992 - TVLeezão ... Apresentadora
  • 1992 - Vamp ... Lita Ree (Episódio: "17 de setembro")
  • 1997 - Sai de Baixo ... Scarlet Antibes (Episódio: "Presepada de Natal")
  • 2002 - Saia Justa ... Apresentadora
  • 2002 - Saia Justa ... Apresentadora
  • 2004 - Saia Justa ... Apresentadora
  • 2004 - Celebridade ... Rita Lee (Episódios: "19-22 de janeiro")
  • 2005 - Madame Lee ... Apresentadora
  • 2011 - Ti Ti Ti ... Ela mesma (Episódio: "18 de março")
  • 2017 - Manual Para se Defender de Aliens, Ninjas e Zumbis ... Grão Mestre (Episódio: "13")

Cinema
  • 1968 - As Amorosas ... Cantora do clube
  • 1988 - Fogo e Paixão ... Mulher no pic-nic
  • 1989 - Dias Melhores Virão ... Mary Shadow
  • 1994 - Tanta Estrela Por Aí... ... Raul Seixas
  • 2002 - Durval Discos ... Julieta
  • 2006 - Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock'n'Roll ... Rê Bordosa (Voz)
  • 2010 - Uma Noite em 67 ... Rita Lee
  • 2012 - Tropicália ... Rita Lee
  • 2013 - Minhocas ... Martha (Voz)
  • 2014 - A Primeira Missa ou Tristes Tropeços, Enganos e Urucum ... Pirata

Outros Trabalhos

Rádio

Após o rompimento de seu contrato com a Som Livre, em 1986, Rita Lee dedicou-se, em parceria com o amigo escritor Antônio Bivar, a um programa de rádio, "Rádio Amador", que escreve e apresenta, adotando o nome Lita Ree, e interpretava vários personagens.

Literatura: Ficção

Entre 1986 e 1992, escreveu quatro livros infantis, tendo como protagonista o rato cientista Drº Alex. Em 2013, publicou o livro "Storynhas", ilustrado por Laerte.

  • 1986 - Drº Alex
  • 1988 - Drº Alex e os Reis de Angra
  • 1990 - Drº Alex na Amazônia
  • 1992 - Drº Alex e o Oráculo de Quartz
  • 2013 - Storynhas
  • 2017 - Dropz
  • 2019 - Amiga Ursa: Uma História Triste, Mas Com Final Feliz

Literatura: Autobiografia
  • 2016 - Rita Lee: Uma Autobiografia
  • 2023 - Rita Lee: Outra Autobiografia

Literatura: Livro de Fotos
  • 2018 - FavoRita

Televisão

Em "Os Trapalhões" (1977) interpretou uma fotógrafa num concurso de miss.

Em "Top Model" (1989), escrita por Walther Negrão e Antônio Calmon, interpretou Maria Regina, a esotérica Belatrix, uma das ex-mulheres do surfista Gaspar, interpretado por Nuno Leal Maia.

Em "Vamp" (1991), também escrita por Antônio Calmon, Rita Lee era a roqueira-vampira Lita Ree, amiga da protagonista Natasha, interpretada por Cláudia Ohana. Ainda no ano de 1991, Rita Lee ganhou um programa na MTV Brasil intitulado TVleezão.

Em 1997, participou do sitcom "Sai de Baixo", no episódio "Presepada de Natal", como Scarlet Antibes, uma prima do personagem Caco Antibes, interpretado por Miguel Falabella.

Em 2002, passa a co-apresentar o programa de televisão "Saia Justa", no canal pago GNT (Globosat), ao lado de Mônica Waldvogel, Marisa Orth e Fernanda Young. Rita Lee se despediu do programa em 2004.

Em "Celebridade" (2003), fez uma participação especial como ela mesma e contracenou com Maria Clara, interpretada por Malu Mader.

Em 2005, comandou, ao lado do marido Roberto de Carvalho, o talk show "Madame Lee" também transmitido pela GNT.

Em 2010, foi convidada pelo diretor Jorge Fernando para regravar seu sucesso de 1985, "Ti Ti Ti". A música foi usada na abertura do remake da novela "Ti Ti Ti" no horário das 19h00. Rita Lee fez uma participação no último capítulo da novela, fazendo um show, cantando a música de abertura da novela.

Em 2017, participou do documentário "Laerte-se", da Netflix.

Prêmios

  • Grammy Latino (Vencidos: 2)
  • Prêmio Sharp de Música (Vencidos: 12)
  • Top 100 Brasil (Vencidos: 1)
  • Revista Pop (Vencidos: 1)
  • Revista Fatos e Fotos (Vencidos: 1)
  • Troféu APCA (Vencidos: 3)
  • Prêmio Shell (Vencidos: 1)

Grammy Latino
  • 2001 - Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa: "3001"
  • 2022 - Prêmio Excelência Musical da Academia Latina de Gravação: "Conjunto da Obra"

Prêmio Sharp de Música
  • 1988 - Melhor Música ... "Livre Outra Vez"
  • 1991 - Melhor Música ... "La Miranda"
  • 1991 - Melhor Trilha Sonora ... "Dias Melhores Virão"
  • 1991 - Melhor Cantora
  • 1991 - Melhor Disco ... Bossa'n Roll
  • 1993 - Melhor Cantora
  • 1995 - Melhor Cantora
  • 1995 - Melhor Disco ... A Marca da Zorra
  • 1995 - Melhor Show ... A Marca da Zorra
  • 1996 - Melhor Cantora (Pop Rock)
  • 1998 - Melhor Cantora (Pop Rock)

Top 100 Brasil
  • 2012 - Melhor Álbum Nacional ... Reza

Revista Pop
  • 1974 - Melhor Cantora

Revista Fatos e Fotos
  • 1981 - Personalidade de 1980

Troféu APCA
  • 1991 - Melhor Show ... Bossa'n Roll
  • 2016 - Grande Prêmio da Crítica
  • 2016 - Melhor Biografia/Autobiografia/Memória Literatura ... "Rita Lee: Uma Autobiografia"

Prêmio Shell
  • 1996 - Grande Destaque da MPB

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #RitaLee

Gilberto Braga

GILBERTO TUMSCITZ BRAGA
(75 anos)
Autor de Telenovelas

☼ Rio de Janeiro, RJ (01/11/1945)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/10/2021)

Gilberto Tumscitz Braga, mais conhecido por Gilberto Braga, foi um autor de telenovelas nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 01/11/1945.

Sua telenovela de 2007, "Paraíso Tropical", foi indicada em 2008 ao Emmy na categoria de Melhor Novela. A maioria de suas novelas tinha um assassinato misterioso nos capítulos finais. Gilberto Braga é considerado um dos maiores nomes da teledramaturgia brasileira.

Gilberto Braga cursou a Faculdade de Letras na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), depois foi professor de francês na Aliança Francesa e em seguida ingressou no jornal O Globo como crítico de teatro e cinema.

Estreou como autor televisivo em 1972, quando assinou um episódio de "Caso Especial: Dama das Camélias 72", versão atualizada de "A Dama das Camélias", protagonizada por Glória Menezes e Cláudio Cavalcanti.

Durante o ano de 1973, produziu mais especiais, como "As Praias Desertas" e "Feliz na Ilusão". Sua desenvoltura e rapidez na escrita dos episódios chamaram a atenção do diretor Daniel Filho, então chefe das novelas na emissora, que o convidou para assinar, junto com Lauro César Muniz, a autoria da novela das 19h00 "Corrida do Ouro" (1974), trabalho do qual Lauro César Muniz se afastaria para estrear na faixa das 20h00. Por ainda não estar habituado ao ritmo de escrita para a televisão, Gilberto Braga chegou a desistir de escrever a trama, sendo impedido por Daniel Filho, que comentou a situação com Janete Clair. A veterana, admiradora dos diálogos de Gilberto Braga, então, se ofereceu para supervisioná-lo.

Gilberto Braga foi o primeiro autor brasileiro formado exclusivamente para a televisão. Ele jamais escreveu para teatro. Foi responsável por outras adaptações como "O Preço de Cada Um" (modernização de "Misantropo") e "Mulher" (versão moderna de "Casa das Mulheres").

Gilberto Braga também notabilizou-se pelas adaptações de clássicas obras literárias para a televisão. Em 1975, foi responsável pelas adaptações dos romances "Helena", de Machado de Assis (que seria adaptada novamente em 1987 pela extinta TV Manchete), responsável por reinaugurar a faixa das 18h00, e "Senhora" de José de Alencar.

Mas o primeiro grande sucesso da carreira de Gilberto Braga foi "Escrava Isaura" (1976), baseada no romance homônimo de Bernardo Guimarães, cujo êxito foi enorme. Durante muito tempo, foi a novela mais vendida de todos os tempos e consagrou mundialmente a atriz Lucélia Santos, que iniciava a carreira. Com a novela, foi considerado o responsável por levar a teledramaturgia brasileira para o mundo, sendo vendida para países como Cuba, China, Alemanha, Rússia, dentre outros.

Ainda em 1975, Gilberto Braga colaborou com Janete Clair na autoria da novela "Bravo!" (1975) e a substituiu quando ela teve que preparar outra trama para o lugar de "Roque Santeiro" (1975), de Dias Gomes, cuja exibição fora proibida pela censura militar no dia da estreia. Com a proibição, ela escreveu então aquele que se tornaria um dos maiores sucessos, a novela "Pecado Capital" (1975).

Em 1977, esgotado das tramas de época, Gilberto Braga escreveu o primeiro folhetim contemporâneo do horário das 18h00: uma adaptação da peça teatral "Dona Xepa", original de Pedro Bloch. O sucesso desta novela motivou a promoção de Gilberto Braga para a faixa das 20h00, na qual ele estreou com "Dancin' Days" (1978), escrita a partir do argumento inicial "A Prisioneira", de sua mestra Janete Clair, primeira trama sua sem ser uma adaptação de romance consagrado. A trilha sonora internacional, basicamente com canções de discotecas foi um sucesso de vendagem, mais de um milhão e meio de cópias, assim como a nacional com um milhão de cópias, estimulando o crescimento de novas casas do gênero. A novela lançou diversos modismos, como voos de asa delta e meias de lurex usadas com sandália. Foi reexibida em 1980 no "Festival 15 Anos", com apresentação de Glória Pires e numa versão compacta entre outubro e novembro de 1982. Alguns anos depois, a novela foi adaptada para romance na coleção "Campeões de Audiência - Telenovelas", lançada pela Editora Globo entre 1987 e 1988, assim como "Água Viva" e "Pecado Capital". O livro "Água Viva" foi lançado por Leonor Bassères baseado nas três mil e duzentas laudas que Gilberto Braga escrevera para a novela.

Seguiram-se outras novelas de sucesso no horário nobre: "Água Viva" (1980) abordou o cotidiano da classe média alta no litoral e o windsurfe, causou polêmica por conta do topless e mostrou, pela primeira vez, o uso de maconha na televisão brasileira. Prosseguiu com a novela "Brilhante" (1981), que discutiu a homossexualidade masculina e romance entre pessoas de diferentes idades. "Brilhante" foi acusada de plágio de livros e filmes norte-americanos e enfrentou problemas com a audiência e a Censura Federal, que o obrigaram a promover muitas alterações ao longo da história. O tema de abertura da novela era "Luiza", composta por Tom Jobim especialmente para a trama, e cuja letra menciona o cabelo loiro e comprido da protagonista, Vera Fischer. Quando ela apareceu de cabelo curto, o compositor foi o primeiro a protestar. Este polêmico fato foi bastante criticado, e a figurinista Marília Carneiro deu a ideia de usar uma bandana no pescoço, acessório este que virou febre entre o público feminino. Nessa fase escreveu "Louco Amor" (1983), que teve a estreia antecipada devido ao término repentino - causado pela morte do protagonista, Jardel Filho, de "Sol de Verão" (1982), de Manoel Carlos que colaborou, a pedido do próprio Gilberto Braga, na redação do texto de "Água Viva" (1980) - e "Corpo a Corpo" (1984), inspirada no mito de Fausto, que causou polêmica por debater o racismo, um tema que não foi aceito pelo grande público.

O maior sucesso foi quando ele parou o Brasil com o mistério em torno de "Quem matou Odete Roitman?", protagonizada pela atriz Beatriz Segall, personagem da novela "Vale Tudo" (1988). O último capítulo da referida telenovela obteve a maior audiência já conquistada, com 86% dos televisores ligados. O final da trama revelou Leila, interpretada por Cássia Kiss, como a assassina. A expectativa foi tamanha que a marca de caldos de galinha Maggi, fez um concurso em que premiava quem acertasse o nome do assassino. O vencedor recebeu cinco mil cruzeiros, equivalente a três mil e duzentos dólares. "Vale Tudo" (1988) também ganhou um remake em espanhol: "Vale Todo" (2002), com o elenco formado de atores de língua hispânica e foi exibida em parceria com a Rede Telemundo, cadeia de emissoras abertas mais voltada para o público latino.

O mistério sobre a identidade de um assassino que só vem a ser revelado no último capítulo fora um recurso já utilizado pelo autor antes mesmo de "Vale Tudo" (1988). Em 1980, sua trama "Água Viva", utilizou o bordão "Quem matou Miguel Fragonard?", interpretado por Raul Cortez.

Em 1986, sua minissérie "Anos Dourados", que retratava o Rio de Janeiro dos anos 1950, contou com vinte capítulos, e, faltando quatro capítulos para o fim, Olivério (Arthur Costa Filho), dono de uma boate em Copacabana, apareceu morto. O autor do crime, revelado no último capítulo, foi Carneiro (Cláudio Corrêa e Castro).

Em 1991, os personagens de sua novela "O Dono do Mundo" passam a ser perseguidos por um sujeito desconhecido em sua reta final, onde o autor introduz um outro suspense: "Quem é o homem misterioso?".

No fim dos anos 1990, Gilberto Braga voltou a utilizar o "Quem matou?", primeiro através de sua minissérie policial "Labirinto" (1998), que, ao longo de seus vinte capítulos, mobilizou o público com a pergunta "Quem matou Otacílio Martins Fraga?" (Paulo José), e, em seguida, através de sua telenovela de época "Força de Um Desejo" (1999), que, a partir de seu capítulo 155 passou a perguntar "Quem matou o Barão Henrique Sobral?" (Reginaldo Faria), num mistério que durou até o capítulo 226, o último da trama.

Quatro anos mais tarde, "Celebridade" (2003), perguntava "Quem matou Lineu Vasconcelos?" (Hugo Carvana), tendo sido a vilã Laura (Cláudia Abreu) a sua assassina.

Em 2007, o mistério foi na novela "Paraíso Tropical" com o bordão "Quem matou Taís Grimaldi?" (Alessandra Negrini).

Em 2011, foi a vez da novela "Insensato Coração" usar o bordão "Quem matou Norma Pimentel?" (Glória Pires).

Em 2015, "Babilônia" trouxe ao público a pergunta "Quem matou Murilo?" (Bruno Gagliasso).

Substituição e Trilogia Entre 1988 e 1994

Gilberto Braga substituiu Sílvio de Abreu a título informal em alguns capítulos na autoria da novela "Rainha da Sucata" (1990) quando este último precisou se afastar durante algumas semanas devido a problemas pessoais.

Em 1992, Gilberto Braga substituiu Glória Perez na condução da novela "De Corpo e Alma" em parceria com a fiel colaboradora Leonor BassèresGlória Perez se afastou da trama por algumas semanas devido ao assassinato da filha, a atriz Daniella Perez.

O primeiro título sugerido para "Vale Tudo" (1988) foi "Pátria Amada", o que se tornou inviável por já existir um filme da cineasta Tizuka Yamazaki com este nome. Além de refletir sobre os problemas do alcoolismo e de mostrar, pela primeira vez de maneira explícita, o relacionamento homo afetivo entre duas mulheres, a novela iniciava uma trilogia onde eram abordadas temas sobre honestidade e corrupção.

O segundo trabalho nesse caminho foi "O Dono do Mundo" (1991), que teve o objetivo de recuperar a audiência perdida com a antecessora no horário, "Meu Bem, Meu Mal" (1990), de Cassiano Gabus Mendes. A novela sofreu reformulações pois a trama inicial não entusiasmou o público e houve uma migração significativa da audiência para a novela infantil mexicana "Carrossel" (1989) do SBT, que, entretanto, jamais chegou a superá-la no confronto. Desta vez, quem colaborou na condução da história foi Sílvio de Abreu, que deu maior agilidade, o que fez com que a trama fosse recuperando gradativamente a audiência. "O Dono do Mundo" (1991) teve média geral de quarenta e três pontos, índice considerado baixíssimo para uma novela do horário nobre na época. O maior destaque da novela foi a elogiadíssima abertura, que mostrou imagens de Charles Chaplin no filme "O Grande Ditador" (1940).

A última obra da trilogia foi "Pátria Minha" (1994). A novela, que teve o título extraído do poema homônimo de Vinícius de Moraes, enfocou conflitos ideológicos como as questões da moradia, racismo, adultério, virgindade, já abordada em "O Dono do Mundo" (1991), e primeira experiência sexual, uso de preservativos e diálogo familiar entre pais e filhos. "Pátria Minha" (1994) teve média geral de quarenta e seis pontos, dez a menos que a antecessora, "Fera Ferida" (1993), de Aguinaldo Silva, apesar dos percalços que a produção teve que enfrentar com os atores Vera Fischer e Felipe Camargo, então casados, que foram afastados do elenco.

Minisséries, Supervisão de Texto e Retorno às Produções de Época

A primeira minissérie escrita foi um dos trabalhos mais elogiados e bem-sucedidos, "Anos Dourados" (1986), dirigida por Roberto Talma. A trama, que foi posta no ar às pressas visando concorrer com o estrondoso sucesso "Dona Beija" (1986) da extinta Rede Manchete, também marcou o retorno às produções ambientadas nos anos 1950, realçado principalmente pela trilha sonora que trouxe diversas canções consagradas da época, escolhidos pessoalmente pelo autor, que pela primeira vez atuou também como produtor musical. "Anos Dourados" (1986) foi reprisada em 1988 e 1990 com cortes, alguns duramente criticados, inclusive na narração do encerramento, que não conta o destino dos personagens principais. A minissérie foi lançada em DVD em 2003, numa versão condensada porém mais completa que a versão apresentada em 1990. Como parte das comemorações dos 40 anos da TV Globo, em 2005 o canal pago Multishow apresentou parte da série, também com cortes, sendo relançada em DVD em 2006 com dois volumes pela Editora Globo.

A minissérie "O Primo Basílio" (1988), baseada no romance homônimo do escritor português Eça de Queiroz, marcou à volta ao trabalho com adaptações e às produções de época na carreira. A minissérie foi muito elogiada pela Federação das Associações Portuguesas e Luso-Brasileiras e criticada por alguns intelectuais que se opuseram à versão televisiva do romance, abordando a cultura portuguesa da literatura de Eça de Queiroz.

Quatro anos mais tarde, outra minissérie obteve relevante sucesso, Anos Rebeldes (1992), lançada em livro, com adaptação de Flávio de Campos, paralelamente à exibição na tevê, onde abordava a época da ditadura militar brasileira (1964-1985). A minissérie, encontrou eco ao povo que ia às ruas pedir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, vivendo uma situação política semelhante à discutida na obra. A minissérie foi lançada em vídeo nos anos 1990, e, assim como "Anos Dourados" (1986), teve lançamento em DVD, em 2003, também numa versão compacta, e uma exibição no canal Multishow em 2005.

Em 1990, Gilberto Braga atuou como supervisor de texto na novela "Lua Cheia de Amor"(1990), adaptação de Ana Maria Moretzsohn para "Dona Xepa" (1977), baseada na peça homônima de Pedro Bloch. Ele havia também colaborado na sinopse de "Bambolê" (1987), de Daniel Más, ambientada nos anos 1950, assim como a minissérie "Anos Dourados" (1986).

Gilberto Braga também supervisionou o texto de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa na elaboração da sinopse e na construção do perfil dos personagens da novela "Salsa e Merengue" (1996).

Em 2012, Gilberto Braga supervisionou o texto de Claudia Lage e João Ximenes Braga para a telenovela "Lado a Lado" (2012), premiada internacionalmente com o Emmy de Melhor Telenovela.

Em 1998, Gilberto Braga escreveu uma sinopse intitulada "Feliz Aniversário", projeto que acabou sendo abortado mas cujas tramas foram aproveitadas na sua minissérie policial "Labirinto" (1998). Estrelada por Malu Mader e Fábio Assunção, "Labirinto" (1998) é, até os dias de hoje, a última minissérie escrita por Gilberto Braga, que desde então escreveu apenas telenovelas.

Além de participarem da minissérie "Labirinto" (1998), Fábio Assunção e Malu Mader protagonizaram a novela "Força de Um Desejo" (1999), ambientada no século XIX por decisão que a TV Globo tomou depois do grande sucesso de "Chiquinha Gonzaga" (1999), de Lauro César Muniz, que se passava nessa mesma época. A novela também marcou a volta às produções de época no horário das 18h00 da TV Globo, depois de oito anos. A última havia sido em "Salomé" (1991), de Sérgio Marques, cujo projeto deveria ter sido desenvolvido por Gilberto Braga, em 1978, tendo ele passado na época para o horário nobre, com "Dancin' Days" (1978).

Por volta de 1998 havia sido cogitado um remake da novela "Dancin' Days" (1978), para comemorar vinte anos de sua estreia, mas por questões de inadequação ao horário que a TV Globo havia disponibilizado para o autor, 18h00, este projeto também acabou sendo descartado. Como a vaga no horário das 18h00 continuava disponível, a TV Globo entregou a Gilberto Braga uma sinopse que Alcides Nogueira escreveu em 1988 sob o título de "Amor Perfeito". Gilberto Braga reformulou a sinopse, dando origem à "Força de um Desejo", exibida a partir de maio de 1999. Ainda em 1998, quando Gilberto Braga começou a escrever "Força de Um Desejo" a partir da história original de Alcides Nogueira, Alcides se encontrava a colaborar com Sílvio de Abreu na telenovela "Torre de Babel" (1998). Dessa forma, Gilberto Braga desenvolveu a trama sozinho até Alcides Nogueira estar disponível para trabalhar com ele, o que só veio a acontecer quando do fim de "Torre de Babel" (1998) em janeiro de 1999. Na sinopse original de 1988 a ação se passava na década de 1950, tendo sido mudada para o século XIX após a reformulação. Os atores originalmente cogitados em 1988 foram Maria Zilda, Thales Pan Chacon e Castro Gonzaga para os papéis equivalentes aos personagens que acabaram sendo interpretados por Malu Mader, Fábio Assunção e Reginaldo Faria em "Força de Um Desejo" (1999). Denise del Vecchio, que também estaria no elenco da primeira versão, acabou ganhando um papel de destaque na telenovela de 1999.

Exibida a partir de maio de 1999, e originalmente estruturada para 179 capítulos, "Força de Um Desejo" (1999) terminou por ser tremendamente esticada, sendo concluída então com 226 capítulos. Para ajudar os autores principais, Sérgio Marques, antes creditado na abertura da telenovela como co-autor, acabou juntando-se a Gilberto Braga e a Alcides Nogueira na autoria principal da trama.

"Força de Um Desejo" (1999) tornou-se entre os críticos um dos mais cultuados trabalhos já realizados pelo autor, ainda que não tenha alcançado altos índices de audiência, como antes fora esperado. Porém, cinco anos após seu término em janeiro de 2000, passou a ser reprisada em setembro de 2005 na sessão "Vale a Pena Ver de Novo" conquistando uma audiência satisfatória. A telenovela também foi um estrondoso sucesso quando exibida internacionalmente. Ao ser reapresentada no "Vale a Pena Ver de Novo", "Força de Um Desejo" (1999) tornou-se a primeira telenovela da TV Globo a utilizar o recurso closed caption, processo que permite aos deficientes auditivos acompanhar o que está sendo dito nos programas por meio da leitura de legendas que podem ser visualizadas na tela.

Anos 2000 e Indicação ao Emmy Awards

Em "Celebridade" (2003), que teve o título provisório de "Fama", o mundo ficcional era tratado como real, ridicularizando e colocando em questão o que é "ser célebre" e o que é "ter fama". A obra foi escrita principalmente para comemorar os vinte anos de carreira da atriz Malu Mader, grande amiga de Gilberto Braga. A sinopse foi escrita originalmente em 2001, mas sua exibição foi adiada. Consistia em uma espécie de revisão das antigas obras, com personagens com as mesmas características de outros em trabalhos anteriores, além de revisitar o "quem matou?", através do mistério "Quem matou Lineu Vasconcelos?".

"Paraíso Tropical" (2007), levada ao ar de 05/03/2007 a 28/09/2007, em 179 capítulos, foi a produção do horário de menor duração dos onze anos anteriores. Seu título provisório foi "Copacabana", em referência ao bairro carioca, onde a história é ambientada. Foi escrita em parceria com o fiel colaborador Ricardo Linhares, mostrando ao público temas importantes e polêmicos como homossexualidade sem nenhum preconceito, turismo sexual, prostituição e alcoolismo.

A trama foi protagonizada por Fábio Assunção e Alessandra Negrini, que estava afastada das novelas havia cinco anos. Alessandra Negrini substituiu Cláudia Abreu, que precisou deixar o trabalho por causa de uma gravidez. A novela marcou também a volta de Renée de Vielmond às telenovelas - a última da qual ela havia participado foi "Explode Coração" (1995), de Glória Perez.

Daisy Lucidy também estava longe das telas desde 1976, quando fez parte do elenco de "O Casarão" (1976), de Lauro César Muniz. Vera Holtz substituiu Joana Fomm na personagem Marion Novaes, pois Joana Fomm precisou se afastar por problemas de saúde. Cogitava-se o seu retorno à trama em outro papel, mas isso não se concretizou.

A novela seguiu o gênero habitual de suspense das novelas de Gilberto Braga. No capítulo 154 houve a morte de Taís Grimaldi, interpretada por Alessandra Negrini, e o mistério foi levado até o final, com a pergunta "Quem matou Taís?". Logo depois do assassinato principal vieram mais perguntas, como "Quem envenenou Marion Novaes?" (no capítulo 171) e "Quem matou Lutero?" (no capítulo 175) -  todos cometidos pelo mesmo assassino, Olavo, interpretado por Wagner Moura.

"Paraíso Tropical" (2007) foi indicada ao Emmy 2008 na categoria de Melhor Novela. O International Emmy Awards, ou simplesmente Emmy, é equivalente ao Oscar da televisão internacional.

Quase quatro anos depois, estreava outra telenovela de autoria de Gilberto Braga, "Insensato Coração" (2011), que estreou na faixa das 21h00 na TV Globo, em 17/01/2011, substituindo "Passione" (2010), de Sílvio de Abreu. A trama teve 185 capítulos, sendo o último exibido em 19/08/2011.

Em 2012, Gilberto Braga supervisionou os textos da telenovela "Lado a Lado" (2012), de autoria de João Ximenes Braga (seu antigo colaborador) e Claudia Lage.

Em 2015 foi a vez de "Babilônia" (2015), também na faixa das 21h00, e que inicialmente teve o título de "Três Mulheres". A previsão inicial de estreia era 23/02/2015, mas foi adiada para 16/03/2015. Com 143 capítulos, a trama terminou em 29/08/2015, sendo considerada forte pela crítica, pois abordava temas pouco tradicionais ao gênero, como homossexualidade e racismo, e foi rejeitada pela parcela mais conservadora do público, especialmente entre os evangélicos. Alguns deputados da bancada evangélica chegaram a promover boicotes à produção. "Babilônia" (2015) teve a menor média do horário das 21h00 na Grande São Paulo: 25 pontos, tomando o posto de "Em Família" (2014), que obteve 30, e trazendo problemas de audiência para a sua sucessora, "A Regra do Jogo" (2015).

Seus maus resultados, no entanto, não foram atribuídos somente aos polêmicos temas abordados - uma vez que a telenovela das 23h00, "Verdades Secretas" (2015), exibida no mesmo período, obteve sucessivos recordes de audiência para o seu horário mesmo apresentando uma trama com alto conteúdo erótico -, mas também ao roteiro considerado inconsistente pela imprensa.

Depois de "Babilônia" (2015), Gilberto Braga não conseguiu emplacar outras tramas na televisão, mas, ao morrer, deixou ao menos uma novela totalmente escrita.

Vida Pessoal

Segundo o site Bem Paraná, Gilberto Braga e o decorador Edgar Moura Brasil ficaram noivos no dia 26/12/2013 na cidade de Paris, celebrando esta ocasião no restaurante L'Entrecôte. Vieram a oficializar a união na data de 22/03/2014, no próprio apartamento de ambos, no Arpoador, no Rio de Janeiro. O longo relacionamento durou quase 50 anos.

Morte

Gilberto Braga faleceu na terça-feira, 26/10/2021, aos 75 anos, no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de complicações decorrentes do Mal de Alzheimer e uma infecção sistêmica decorrente de uma perfuração no esôfago.

Gilberto Braga foi sepultado na quarta-feira, 27/10/2021, no Cemitério de São João Batista.

Carreira

Televisão
  • 1972-1974 - Caso Especial ... Roteirista
  • 1974 - Corrida do Ouro ... Autor principal
  • 1975 - Helena ... Autor principal
  • 1975 - Senhora ... Autor principal
  • 1975 - Bravo! ... Autor principal
  • 1976 - Escrava Isaura ... Autor principal
  • 1977 - Dona Xepa ... Autor principal
  • 1978 - Dancin' Days ... Autor principal
  • 1980 - Água Viva ... Autor principal
  • 1981 - Brilhante ... Autor principal
  • 1983 - Louco Amor ... Autor principal
  • 1984 - Corpo a Corpo ... Autor principal
  • 1986 - Anos Dourados ... Autor principal
  • 1987 - Bambolê ... Autor da sinopse
  • 1988 - O Primo Basílio ... Autor principal
  • 1988 - Vale Tudo ... Autor principal
  • 1990 - Rainha da Sucata ... Escreveu alguns capítulos
  • 1990 - Lua Cheia de Amor ... Supervisor de texto
  • 1991 - O Dono do Mundo ... Autor principal
  • 1992 - Anos Rebeldes ... Autor principal
  • 1992 - De Corpo e Alma ... Escreveu alguns capítulos
  • 1994 - Pátria Minha ... Autor principal
  • 1996 - Salsa e Merengue ... Supervisor de texto
  • 1998 - Labirinto ... Autor principal
  • 1999 - Força de Um Desejo ... Autor principal
  • 2003 - Celebridade ... Autor principal
  • 2007 - Paraíso Tropical ... Autor principal
  • 2011 - Insensato Coração ... Autor principal
  • 2012 - Lado a Lado ... Supervisor de texto
  • 2015 - Babilônia ... Autor principal

Teatro
  • 1972 - Os Amantes de Viorne (L'Amante Anglaise) ... Como tradutor
  • 1976 - O Estranho Casal (The Odd Couple) ... Como tradutor

Prêmios
  • 1980 - Troféu Imprensa (Água Viva) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 1988 - Troféu APCA  (O Primo Basílio) - Prêmio da Crítica ... Venceu
  • 1988 - Troféu APCA (Vale Tudo) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 1988 - Troféu Imprensa (Vale Tudo) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 1991 - Troféu Imprensa (O Dono do Mundo) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 1992 - Troféu APCA (Anos Rebeldes) - Prêmio da Crítica ... Venceu
  • 2004 - Prêmio Qualidade Brasil (Celebridade) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 2004 - Prêmio Qualidade Brasil (Celebridade) - Melhor Autor ... Venceu
  • 2004 - Troféu APCA (Celebridade) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 2007 - Prêmio Qualidade Brasil (Paraíso Tropical) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 2007 - Troféu APCA (Paraíso Tropical) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 2007 - Troféu Imprensa (Paraíso Tropical) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 2007 - Troféu Internet (Paraíso Tropical) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 2007 - Prêmio Contigo! (Paraíso Tropical) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 2007 - Prêmio Contigo! (Paraíso Tropical) - Melhor Autor ... Venceu
  • 2007 - Prêmio Quem Acontece (Paraíso Tropical) - Melhor Autor ... Venceu
  • 2007 - Prêmio Extra de TV (Paraíso Tropical) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 2007 - Poptevê (Paraíso Tropical) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 2007 - TV Press (Paraíso Tropical) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 2007 - TV Press (Paraíso Tropical) - Melhor Autor ... Venceu
  • 2007 - Melhores e Piores IG (Paraíso Tropical) - Melhor Telenovela ... Venceu
  • 2008 - Emmy Internacional (Paraíso Tropical) - Melhor Telenovela ... Indicado
  • 2012 - Prêmio Contigo! (Insensato Coração) - Melhor Telenovela ... Indicado
  • 2012 - Prêmio Contigo! (Insensato Coração) - Melhor Autor ... Indicado

Fonte: Wikipédia
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