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Cabo Anselmo

JOSÉ ANSELMO DOS SANTOS
(80 anos)
Militar

☼  Itaporanga d'Ajuda, SE (13/02/1942)
┼ Jundiaí, SP (15/03/2022)

José Anselmo dos Santos, conhecido como Cabo Anselmo, foi um militar nascido em Itaporanga d'Ajuda, SE, no dia 13/02/1942. Cabo Anselmo foi líder durante a Revolta dos Marinheiros, que deu início à série de eventos que culminariam na derrubada do presidente eleito João Goulart pelo golpe de Estado de 1964, e na ditadura militar que governaria o Brasil nos vinte e um anos seguintes.

Agente infiltrado das forças de repressão do Governo Militar, Anselmo coletava e fornecia aos militares informações que lhes permitiram capturar guerrilheiros e opositores da esquerda, incluindo sua noiva, que, mesmo grávida, foi brutalmente torturada e morreu em uma prisão militar.

Carreira na Marinha

Anselmo entrou na Marinha através da Escola de Aprendizes-Marinheiros da Bahia, no ano de 1958, servindo na graduação de marinheiro de primeira classe. Apesar do apelido, não era cabo. O título foi erroneamente atribuído por jornalistas.

Em março de 1962, filiou-se à Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB), onde foi eleito diretor de relações públicas. A AMFNB era uma das principais associações de classe dentro dos movimentos dos subalternos militares, responsáveis também pela Revolta dos Sargentos de 1963. Ela exigia direitos negados aos marinheiros e fuzileiros navais abaixo da graduação de cabo, como o casamento, voto e uso de trajes civis fora do expediente, e a reforma dos regulamentos disciplinares.

Em abril de 1963, foi eleito presidente da AMFNB graças à desistência de três outros candidatos mais fortes. Sua eleição foi apoiada por uma facção mais militante que criticava o presidente anterior, João Barbosa de Almeida, por sua atitude conciliatória. Anselmo era conhecido entre a esquerda e os militares como líder mais radical. Mas pelas fontes dos marinheiros, o mais combativo era o vice-presidente Marcos Antônio da Silva Lima. Segundo Pedro Viegas, cabo envolvido em A Tribuna do Mar, o jornal da AMFNB, Anselmo tinha função principal como representante de relações públicas, com o poder efetivo nas mãos de Marcos Antônio.

Depoimentos dos marinheiros são unânimes em afirmar a habilidade oratória de Anselmo. Ele ganhou notoriedade e a AMFNB crescia rapidamente. Ela radicalizou-se à esquerda, aproximou-se de movimentos fora da Marinha e apoiou as reformas propostas pelo presidente João Goulart. Ao mesmo tempo, entrou em conflito com o Conselho do Almirantado.

A Marinha dispersou os diretores para dificultar a reunião e em janeiro de 1964, Anselmo foi transferido do Centro de Instrução da Marinha para uma pequena unidade em terra, isolado da massa dos marinheiros.

Como parte do conflito com as autoridades navais, protestou contra o ministro da Marinha Sílvio Mota no Sindicato dos Bancários, em 20/03/1964. Nos dias seguintes o ministro respondeu com ordens de prisão a diretores da AMFNB, incluindo Anselmo.

Por já ter sido enquadrado várias vezes no regulamento disciplinar, sua expulsão da Marinha já era esperada. Ele e outros dois diretores ficaram escondidos para participarem do 2º aniversário da AMFNB, marcado para 25/03/1964 no Sindicato dos Metalúrgicos, no Rio de Janeiro.

Na presença dos marinheiros e de amplos setores civis, como os sindicalistas do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), Anselmo pronunciou um discurso redigido com a ajuda de Carlos Marighella e representativo das causas da esquerda da época.

O marinheiro Otacílio dos Anjos Santos e o cabo Cláudio Ribeiro sugeriram a permanência dos marinheiros dentro do Sindicato em solidariedade aos diretores presos. O ministro da Marinha determinou a prontidão rigorosa, exigindo a presença de todo o pessoal em suas unidades, mas essa ordem foi desobedecida. A esse ponto, o aniversário já havia se tornado rebelião. Seu desfecho foi a nomeação de um novo ministro da Marinha, o almirante Paulo Mário da Cunha Rodrigues, que anistiou os marinheiros.

Em 30/03/1964, Anselmo foi destaque na reunião no Automóvel Clube, na presença de João Goulart. A anistia concedida pelo Governo, mais do que o discurso de Anselmo, ofendeu a oficialidade. Os jornais registravam que o próprio presidente da República incentivava a quebra da disciplina e hierarquia militares. A preocupação com a disciplina permitiu aos conspiradores militares conseguirem o apoio dos legalistas, unificando as Forças Armadas contra o presidente e abrindo o caminho para a deflagração do golpe de Estado ao final do mês.

Anselmo tentou resistir ao golpe, recolhendo armas no Corpo de Fuzileiros Navais e levando-as ao Sindicato dos Metalúrgicos com a ajuda do sindicalista Hércules Corrêa. Ele traçou planos junto com os outros diretores e o apoio da União Nacional dos Estudantes (UNE) e operários marítimos.

Acusações de Ser Agente Infiltrado Antes do Golpe

Somente após sua prisão nos anos 70, na qual foi coagido e torturado, Anselmo reconheceu ter aceitado trabalhar para o Governo Militar, quando infiltrou-se em grupos de esquerda e movimentos sindicalistas. Porém, havia suspeitas de que antes de 1964, Anselmo já fosse um agente infiltrado nesses movimentos, sendo sua função fornecer informações para os órgãos de repressão do Governo. Tal suspeita tem base em depoimentos como o do policial Cecil Borer, ex-diretor do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) do Rio de Janeiro. Cecil Borer afirma que Cabo Anselmo já possuía treinamento específico para trabalhos de infiltração antes do golpe militar.

Apesar das negativas de Anselmo e seus apoiadores, citam-se evidências documentais das próprias Forças Armadas de que ele realmente já fosse agente de infiltração, antes de 1964 e da Revolta dos Marinheiros. Um documento do Centro de Informações da Aeronáutica, datado de 1966, corrobora as afirmações de Cecil Borer de que a fuga de Anselmo naquele ano foi falsa. Já o chefe do Serviço Federal de Informações e Contrainformação no governo João Goulart, Ivo Acioly Corseuil, declarou em 1977 que Anselmo era, à época, agente da Central Intelligence Agency (CIA) americana. Segundo o fuzileiro naval Narciso Júlio Gonçalves, ele e outros companheiros suspeitavam à época de Anselmo ser um agente provocador.

No século XXI, a explicação da Revolta dos Marinheiros como obra de um agente provocador tornou-se comum, mas é criticada por novos estudos que preferem enfatizar o contexto social dentro da Marinha. Mais ainda, questionam que Anselmo fosse de fato agente provocador. Flávio Luís Rodrigues, autor de "Vozes do Mar" (2004), então o único livro de um historiador voltado especificamente para o movimento dos marinheiros, não encontrou evidência para as acusações de Ivo Acioly Corseuil e afirma que a associação à CIA, citada até recentemente, é feita sem uma análise profunda do movimento.

Anderson da Silva Almeida, outro historiador dos marinheiros, também não encontrou evidência documental da Central Intelligence Agency (CIA), Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) ou Centro de Informações da Marinha (CENIMAR) e caracteriza as acusações como uma interpretação que trata os marinheiros como enganados, desconsidera a totalidade dos eventos e ignora a relação da Revolta com a esquerda e a sociedade. Para outro trabalho, "Muitos interpretaram as atitudes de Anselmo em 1964 em função de suas atitudes em 1969, sem jamais apresentar fontes, no máximo, o conhecido ouvi dizer!".

Roberto Ferreira Teixeira de Freitas, diretor do Centro de Informações da Marinha (CENIMAR) em 1964, nega veementemente as acusações de Cecil Borer. Segundo Antônio Duarte dos Santos, que politizou Anselmo e ajudou a trazê-lo à AMFNB, não há prova de que ele fosse agente dentro da Marinha, ele não era a autoridade mais importante entre os marinheiros e nem mesmo tem tanta importância histórica.

O cabo Pedro Viegas, argumentando com base nas circunstâncias da eleição de Anselmo em 1963, não vê sentido em afirmar que ele trabalhasse à época para a Marinha. Para Raimundo Porfírio da Costa, delegado da Associação e Cabos e Marinheiros do Brasil, as acusações são forma de menosprezar o movimento. Anselmo concorreu por insistência de outros marinheiros e todas as suas ações foram resultado de deliberação coletiva.

Ações Durante a Ditadura Militar

Com a vitória do golpe, teve seus direitos políticos suspensos por 10 anos pelo Comando Supremo da Revolução. A AMFNB foi dissolvida, e todos os seus dirigentes, expulsos da Marinha. Anselmo foi julgado pelos crimes de motim e revolta. Chegou a ser preso, mas fugiu, exilando-se por último em Cuba e voltando ao Brasil somente em 1970, quando tornou-se membro atuante do movimento guerrilheiro brasileiro que combatia a ditadura. Acabou preso por Sérgio Fernando Paranhos Fleury e levado para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).

Mesmo considerada apenas sua atuação assumida como agente da repressão, Anselmo levantou com sucesso uma grande quantidade de dados sobre os movimentos dos guerrilheiros brasileiros, resultando na prisão, morte e tortura de vários de seus integrantes. Entre eles, estava a noiva de Anselmo, Soledad Barrett Viedma, grávida de quatro meses. Mesmo assim, Anselmo, que seria justiçado e assassinado pelos companheiros da noiva, a entregou para o delegado Sérgio Fleury. Soledad Barrett Viedma não resistiu as torturas e morreu.

Após sua função de agente infiltrado ser descoberta pelos guerrilheiros, Anselmo desapareceu entre 1972 e 1973, época que foi dado oficialmente como morto, pelas forças de segurança do Governo Militar.

Volta Após a Redemocratização

A desconfiança a respeito de sua morte desapareceu a partir do momento em que o Cabo Anselmo foi entrevistado pelo jornalista Octavio Ribeiro, com sua publicação pela revista Isto É, na edição de 28/03/1984.

Cabo Anselmo foi entrevistado pelo jornalista Percival de Souza, em 1999.

Em 30/08/2009, Cabo Anselmo participou do programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes de Televisão.

Em 17/10/2011, participou do Programa Roda Viva da TV Cultura. Na entrevista revelou detalhes sobre episódios ocorridos durante o período da Ditadura e afirmou não sentir culpa por entregar militantes.

Aposentadoria

Cabo Anselmo pleiteava uma identidade formal, pois desde que foi cassado nunca mais conseguiu documentos que provassem ser ele José Anselmo dos Santos. Requereu junto ao Governo de São Paulo o pagamento de indenização pago aos que foram presos e torturados no Estado, durante a Ditadura Militar.

Cabo Anselmo reivindicou ainda uma aposentadoria condizente com o posto que ocuparia hoje na Marinha, que seria o de suboficial aposentado. O argumento de Anselmo é que a indenização da Comissão de Anistia não deve beneficiar apenas os militantes de esquerda. Ele alega que todos que foram de alguma forma prejudicados ou cassados em seus postos em razão do golpe militar deveriam ser beneficiados.

O então ministro durante o Governo Lula, Paulo Vannuchi, afirmou em 2009 que era remota a possibilidade de Cabo Anselmo vir a receber qualquer tipo de indenização ou aposentadoria. Ele afirmou que a reivindicação de Anselmo não procedia porque desde o início da Ditadura o ex-marinheiro teria sido um agente do Estado.

Morte

Anselmo faleceu na terça-feira, 15/03/2022, aos 80 anos, em Jundiaí, SP, vítima de uma infecção renal. O sepultamento aconteceu na quarta-feira, 16/03/2022.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #CaboAnselmo

Marco Maciel

MARCO ANTÔNIO DE OLIVEIRA MACIEL
(80 anos)
 Advogado, Professor e Político

☼ Recife, PE (21/07/1940)
┼ Brasília, DF (12/06/2021)

Marco Antônio de Oliveira Maciel foi um advogado, professor e político nascido em Recife, PR, no dia 21/07/1940. Foi deputado, governador de Pernambuco, senador e serviu como o 22º vice-presidente da República de 1995 a 2003.

Marco Maciel exerceu o cargo de senador de 2003 até 2011. Professor de Direito Internacional Público da Universidade Católica de Pernambuco (licenciado). Presidente da Câmara dos Deputados (1977-1979). Ministro de Estado da Educação e Cultura (1985-1986). Ministro-chefe do Gabinete Civil da Presidência da República (1986-1987), quando assumiu o mandato de senador. Eleito presidente do Partido da Frente Liberal (PFL), em 1987. Reeleito senador em 1990, em 1994 foi eleito vice-presidente da República Federativa do Brasil. Retornou ao Senado Federal, eleito em 2002. Assumiu, em 2007, a presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Nas eleições de 2010 não conseguiu se eleger para um novo mandato no Senado Federal, após 44 anos na política, ficando em terceiro lugar na votação.

Filho de José do Rego Maciel e Carmen Sílvia Cavalcanti de Oliveira, formou-se em direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) atuando depois como advogado. Quando nos bancos universitários, iniciou sua vida pública ao ser eleito presidente da União Metropolitana dos Estudantes de Pernambuco (UME), em 1963, realizando uma gestão que o levaria a romper com a cúpula da União Nacional dos Estudantes (UNE). A eleição para a União Metropolitana dos Estudantes de Pernambuco contou com o apoio financeiro do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), organização de direita criada no fim de 1961.


Nos anos vindouros, Marco Maciel se filiaria a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido que apoiava o regime de ditadura militar então instaurado, e passaria a atuar na política partidária na qual estreou em 1966 ao se eleger deputado estadual e a seguir deputado federal nos anos de 1970 e 1974.

No decurso de seu segundo mandato foi eleito presidente da Câmara dos Deputados em março de 1977, para o biênio 1977-1979 e em sua gestão, o presidente Ernesto Geisel decretou o recesso do Congresso Nacional, através do Ato Complementar 102 em 01/04/1977, com o intuito de aprovar a reforma judiciária que fora rejeitada pelo parlamento que seria reaberto em 14/04/1977, após a outorga de duas emendas constitucionais e de seis decretos-leis regulamentando a reforma do judiciário e a reforma política, esta última caracterizada pela instituição dos chamados senadores biônicos.

Apesar de contrário à supressão das prerrogativas do Congresso Nacional, Marco Maciel acatou a decisão presidencial mas não tomou parte nas cerimônias que marcaram a vigência das medidas baixadas pelo Poder Executivo. Não polemizou no entanto a respeito do assunto e, em sinal de reconhecimento por sua postura, foi indicado governador biônico de Pernambuco pelo próprio Ernesto Geisel em 1978.

Ao longo de sua gestão montou uma equipe de técnicos e políticos que cerraram fileiras nas eleições de 1982, quando o Partido Democrático Social (PDS) pernambucano obteve um apertado triunfo, contra os oposicionistas do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), tendo à frente o senador Marcos de Barros Freire, então candidato a governador.

Eleito senador naquele ano, Marco Maciel teve seu nome lembrado como uma das alternativas civis à sucessão do presidente João Figueiredo, em face, sobretudo, de sua grande capacidade de articulação.

Marco Maciel discursa ao lado de Ulysses Guimarães, José Sarney e Tancredo Neves.
Frente Liberal

À medida que os debates sobre a sucessão presidencial tomavam forma as lideranças do Partido Democrático Social (PDS) viam surgir diversos nomes que tencionavam a indicação oficial do partido, dentre os quais, Marco Maciel. Entretanto a contenda derradeira aconteceu em 11/08/1984, quando o deputado federal paulista Paulo Maluf derrotou o Ministro do Interior, Mario Andreazza, na convenção nacional do Partido Democrático Social (PDS) por 493 votos a 350, fato esse que serviu como senha para que os dissidentes da legenda se agrupassem na chamada Frente Liberal (embrião do PFL, o atual Democratas) e a seguir hipotecassem o seu apoio à candidatura de Tancredo Neves, o candidato das forças de oposição ao Regime Militar de 1964.

Para a oficialização do acordo, os partidários de Tancredo Neves deveriam escolher um dos quadros da dissidência governista como candidato a vice-presidente e a escolha recaiu sobre o senador maranhense José Sarney, embora o próprio ungido tenha sugerido, sem sucesso, o nome de Marco Maciel.

Hábil na costura dos acordos políticos que asseguraram a vitória oposicionista no Colégio Eleitoral, logo o nome de Marco Maciel foi confirmado como o novo Ministro da Educação sendo o titular dessa pasta de 15/03/1985 até 14/02/1986 quando o presidente José Sarney, efetivado após a morte de Tancredo Neves, o remanejou para a chefia da Casa Civil onde Marco Maciel permaneceu até 30/04/1987.

No Plebiscito de 1993, Marco Maciel foi parte da Frente Presidencialista Republicana.

Vice-Presidente

De volta ao Senado Federal manteve seu apoio ao governo de José Sarney o que não o impediu de ser um dos entusiastas do apoio do Partido da Frente Liberal (PFL) à Fernando Collor de Mello nas eleições presidenciais de 1989, mesmo diante da candidatura pefelista de Aureliano Chaves.

Com a vitória de Fernando Collor em segundo turno sobre Luiz Inácio Lula da Silva, o Partido da Frente Liberal (PFL) passou a ocupar a base política do novo presidente. Reeleito senador em 1990, Marco Maciel passou à condição de líder do governo de Fernando Collor no Senado, função da qual declinou quando o processo de impeachment do presidente se apresentou irreversível.

Em agosto de 1994 foi escolhido pelo Partido da Frente Liberal (PFL) como o novo candidato a vice-presidente da República em substituição ao senador alagoano Guilherme Palmeira em virtude de denúncias de irregularidades na destinação de emendas orçamentárias que pesavam sobre esse último, sendo eleito e reeleito como companheiro de chapa de Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998, respectivamente.

Em março de 1995 exerceu a presidência da república do Brasil pela primeira vez conforme ordenava a constituição da época. Recebeu em seu gabinete da Vice-Presidência da Republica, no Palácio do Planalto, o Título de Professor Visitante da UniverCidade/RJ, do jornalista e Reitor Paulo Alonso. Sua postura discreta permaneceu inalterada, mesmo diante dos episódios que levaram ao rompimento do Partido da Frente Liberal (PFL) com o Governo Federal às vésperas das eleições de 2002, nas quais Marco Maciel conquistou seu terceiro mandato como senador pelo estado de Pernambuco.

Imortal

Em 1991, foi eleito para a cadeira 22 da Academia Pernambucana de Letras (APL), antes ocupada pelo Monsenhor Severino Nogueira Leite, tomando posse em 27/07/1992.

Em 2003, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL), na cadeira do antecessor Roberto Marinho, tomando posse em 18/10/2003.

Morte

Marco Maciel faleceu na madrugada de sábado, 12/06/2021, aos 80 anos, em um hospital particular de Brasília, DF, onde estava internado desde o dia 29/03/2021. A morte foi em decorrência do Mal de Alzheimer, doença que o acometia desde 2014.

Marco Maciel deixa esposa e três filhos.

O velório aconteceu no Salão Negro do Senado Federal, fechado para parentes e amigos, das 14h30 às 16h30. O sepultamento ocorreu às 17h00, na Ala dos Pioneiros do Cemitério Campo da Esperança, em Brasília, DF.

Obras

  • 1984 - Idéias Liberais e Realidade Brasileira
  • 1987 - Educação e Liberalismo
  • 1987 - Liberalismo e Justiça Social

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #MarcoMaciel

Ubirany

UBIRANY FÉLIX DO NASCIMENTO
(80 anos)
Cantor, Compositor e Instrumentista

☼  Rio de Janeiro, RJ (16/05/1940)
┼ Rio de Janeiro, RJ (11/12/2020)

Ubirany Félix Do Nascimento, mais conhecido como Ubirany, foi um compositor, cantor e instrumentista nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 16/05/1940. 

Ubirany notabilizou-se por ter sido um dos  fundadores e integrantes do grupo de samba Fundo de Quintal. O grupo, que surgiu no início da década de 1980, oriundo dos encontros de amigos e dirigentes do Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos, que após o futebol faziam uma roda de samba, se tornando o precursor de um movimento que iria, mais tarde, dominar o mercado fonográfico brasileiro por um bom período. O pagode, como ficou conhecido pela grande massa, teve no grupo Fundo de Quintal sua principal estrela durante anos, quando foi substituído por outros grupos, criados pela febre que atingiu todas as companhias fonográficas.

Mais atuante como músico e cantor, Ubirany tem poucas composições gravadas, tanto pelo grupo quanto por outros artistas da MPB.

Em 1984, no disco "Seja Sambista Também", pela gravadora RGE, o grupo incluiu "Nova Esperança" (Ubirany, Mauro Diniz e Adilson Victor).

Em 1987, o Fundo de Quintal interpretou "Amor Maior" (Ubirany, Franco e Arlindo Cruz), no LP "Do Fundo do Nosso Quintal".


Em 2000, ainda participando do grupo Fundo de Quintal, gravou o disco "Simplicidade Ao Vivo", para a BMG em comemoração aos 20 anos do grupo. Neste mesmo ano, a gravadora RGE relançou em CD todos os LPs editados anteriormente. Ainda neste ano, participou do CD "Os Melhores do Ano II", pela Indie Records, no qual o grupo interpretou "Rosalina" (Serginho Meriti e Luizinho) e "Romance dos Astros" (Luiz Carlos da Vila, Cléber Augusto e Jorge Carioca), esta última ao lado de Beth Carvalho.

Em 2001, pela gravadora BMG e com produção de Rildo Hora, o grupo lançou o disco "Papo de Samba". Neste CD, o 21º da carreira, foram incluídas músicas de participantes do grupo, como "Numa Casa Véia" (Ubirany, Mário Sérghio e Ronaldinho), assim como outras de compositores importantes, como Monarco na faixa "Peregrinação" (Ubirany e Mauro Diniz).

Em 2002, o grupo Fundo de Quintal lançou o CD "Fundo de Quintal - Cacique de Ramos" que foi gravado ao vivo na quadra do Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos. O CD, produzido por Rildo Hora, contou com várias participações especiais como Almir Guineto, Sombrinha, Arlindo Cruz e Jorge Aragão (ex-integrantes), Zeca PagodinhoBeth Carvalho. Participou do disco "Jorge Aragão ao Vivo Convida", lançado pela gravadora Indie Records. Ainda em 2002, Belo, no disco "Valeu Esperar", interpretou "O Samba Me Chama" (Ubirany e Bira Presidente). Ao lado de Bira Presidente e Dudu Nobre interpretou "Amor Pra Me Aquecer", no disco "Chegue Mais", de Dudu Nobre, sendo também incluída neste mesmo CD a música "O Samba Me Chama".(Ubirany e Bira Presidente).


Em 2003, integrando o Fundo de Quintal e ao lado de Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Dudu Nobre, foi uma das atrações especiais do Festival Fábrica do Samba, apresentado no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano o grupo Fundo de Quintal lançou pela gravadora BMG o CD "Festa Pra Comunidade" e o violonista Cléber Augusto afastou-se do grupo para seguir carreira solo. Sua formação ficou então da seguinte maneira: Ademir Batera (bateria), Mário Sérghio (cavaquinho e voz), Ronaldinho (cavaquinho e banjo), Sereno (voz e tan-tan), Bira Presidente (pandeiro e voz) e Ubirany (voz, repique e caixinha).

Em 2004 o grupo gravou o primeiro DVD em show no Olimpo, no Rio de Janeiro, e no qual recebeu como convidados Jorge Aragão, Alcione, Leci Brandão, Zeca Pagodinho, Nei LopesAlmir Guineto, Dona Ivone Lara, Luiz Carlos da Vila, Dudu Nobre, Arlindo Cruz, SombrinhaBeth Carvalho e Demônios da Garoa. O disco foi lançado em março do mesmo ano em três show no Canecão, nos quais o grupo recebeu diversos convidados, entre eles, Alcione, Dudu Nobre, Revelação, Exaltasamba, Jorge Aragão e Arlindo Cruz, ambos ex-integrantes do grupo. No DVD, dirigido por Karla Sabah, foram incluídas cenas de gravações antigas, do tempo do pagode da tamarineira, no Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos, nos quais aparecem Dida e Neoci Dias, ambos já falecidos. Ainda em 2004 integrando o grupo Fundo de Quintal recebeu o O Prêmio Tim na categoria Melhor Grupo de Samba.

O Fundo de Quintal recebeu o Prêmio Sharp de Música nove vezes, sendo sete consecutivas, como Melhor Grupo de Samba. 

Ubirany foi o responsável por introduzir o repique de mão no mundo do samba, instrumento que ficou identificado ao Fundo de Quintal, conjunto musical que ajudou a fundar na década de 1970.

Morte 

Ubirany faleceu na sexta-feira, 11/12/2020, aos 80 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de Covid-19. Ubirany estava internado havia mais de uma semana na Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ubirany chegou a ter uma breve melhora no quadro clínico, mas não resistiu.

#FamososQuePartiram #Ubirany

Cilinho

OTACÍLIO PIRES DE CAMARGO
(80 anos)
Técnico de Futebol

☼ Campinas, SP (09/02/1939)
┼ Campinas, SP (28/11/2019)

Otacílio Pires de Camargo, mais conhecido como Cilinho, foi um técnico de futebol, nascido em Campinas, SP, no dia 09/02/1939.

Mesmo sendo considerado um dos melhores técnicos do país nos anos 80, Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho, nunca comandou a Seleção Brasileira. O treinador chegou a ser convidado para o cargo, mas não aceitou algumas exigências da Confederação.

De personalidade forte, homem conhecedor do futebol, Cilinho fez fama no São Paulo nos anos 80.

A primeira chance de Cilinho em um clube grande foi na Portuguesa, que anunciou sua contratação em 23/08/1972. Dirigentes do clube foram até Campinas alguns dias antes, após a derrota para o Santos que custou o emprego de Wilson Francisco Alves, e conversaram com o técnico, que aceitou a oferta ali, mesmo. Wilson Francisco Alves só seria notificado três dias depois, porque comandaria o clube em um amistoso na quarta-feira.
"Conhecido por muitas pessoas como 'macumbeiro', introdutor de alguns hábitos novos dentro do futebol (realização de conferências para jogadores nas concentrações, obrigando-os a ler livros para aumentar sua cultura), uma das primeiras atitudes de Cilinho ao chegar à Portuguesa deverá ser a colocação de uma tabuleta na porta do vestiário, com o lema 'Nunca se realizou nada de grande sem muito entusiasmo'"
(Escreveu o jornal O Estado de S. Paulo, para descrever Cilinho)

Cilinho em 1982
A primeira recomendação dele ao novo clube foi que apressasse as obras dos novos alojamentos, pois ele queria poder servir café da manhã aos jogadores no próprio clube.

Osvaldo Teixeira Duarte, presidente da Portuguesa, falou sobre suas expectativas:
"Não poderia exigir muita coisa para o campeonato nacional, porque ele terá pouco tempo para dar uma estrutura ao time. Mas vou lhe pedir que faça um esforço e procure conseguir bons resultados no Nacional, porque a Portuguesa começa a ter algum sucesso. Tenho certeza de que não nos faltam jogadores e vou dar o máximo de apoio ao seu trabalho. Ele é um moço que sabe trabalhar com os jogadores, impondo-se pela argumentação, e é a pessoa que nós esperávamos."
Após o primeiro treino, Cilinho deu seu diagnóstico sobre o time: "Não há versatilidade no futebol da equipe!"

Em seguida, vaticinou seu prognóstico para o jogo contra o Corinthians, o último do clube no Campeonato Paulista: "Nós podemos ganhar, se houver muito empenho de todos os jogadores, mas será uma vitória estranha, porque o time está completamente desestruturado!"

Mesmo desestruturada, a Portuguesa venceu por 1 x 0.

Às vésperas da estreia no Brasileiro, O Estado considerava que os pedidos de reforços do técnico estavam sendo atendidos: "Em pouco mais de dez dias, Cilinho já alcançou todas as condições favoráveis para armar um esquema de trabalho". As contratações fizeram a frequência da torcida aumentar nos treinamentos do time. A partida de estreia, contudo, foi interrompida no intervalo, devido às fortes chuvas em Porto Alegre, local do confronto contra o Internacional. Sem abertura de contagem, a partida foi adiada e teria de ser jogada por inteiro novamente. Cilinho gostou do pouco que viu: "Fizemos uma excelente partida, apesar do campo inteiramente encharcado!".

Cilinho como técnico do Corinthians em 1991
Em março de 1973, na terceira rodada do Campeonato Paulista, a Portuguesa empatou com a Ferroviária, no Canindé, por 2 x 2, depois de estar vencendo por 2 x 0. O resultado aumentou a decepção pelo mau início no torneio (uma vitória, um empate e uma derrota em três jogos) e, após o jogo, parte da torcida pediu a demissão de Cilinho, na frente do acesso aos vestiários.

A diretoria não aguentou a pressão e demitiu o técnico, apesar de Duarte garantir ter sido contra a decisão:
"Eu estava apreciando o trabalho do Cilinho, que qualifico de extraordinário. Ele fez um trabalho de base e, ultimamente, estava, mesmo, comandando uma equipe que eu chamo de suporte para o futebol, representada por médicos, preparadores físicos e massagistas. Mas a torcida não entendeu assim e exigiu a sua saída!"
O presidente explicou por que a pressão da torcida foi tão determinante:
"Depois do jogo contra a Ferroviária, centenas de torcedores ficaram em frente aos vestiários pedindo a queda de Cilinho e, por isso, creio que não poderíamos segurá-lo. Se o segurássemos, correríamos o risco de fazer do Canindé uma verdadeira praça de guerra e de perdermos o apoio desses associados. Na fase em que estamos, não podemos perder o apoio de ninguém!"
Cilinho teve três passagens pelo XV de Jaú, sendo contratado em 1978, 1981 e 1996. As duas primeiras passagens só não foram uma única porque ele aceitou treinar a Ponte Preta em 1979.


Na segunda passagem, ajudou a levar o clube, pela primeira vez, ao Campeonato Brasileiro, classificado devido à boa campanha no Campeonato Paulista de 1981. Nessa campanha, o técnico chegou a recusar um convite para treinar o São Paulo, que tinha demitido Carlos Alberto Silva.
"Existem coisas mais importantes do que dinheiro e projeção. Particularmente, por uma questão de temperamento, sempre firmo os meus contratos verbalmente. É um problema de ética pessoal. Depois, o que considero de grande importância, respeito muito o aspecto ético e moral, em tudo aquilo que assumo. E eu tenho um compromisso nesse nível com os dirigentes do XV de Jaú. Pretendo cumpri-lo até o fim!"
(Cilinho)

Responsável pela descoberta de vários talentos, foi ele quem dirigiu o time do São Paulo que, na década de 1980, foi denominado "Menudos do Morumbi", nome este devido à baixa idade do grupo e ao sucesso do grupo musical porto-riquenho Menudo, conquistando os Campeonatos Paulistas de 1985 e 1987 e montando a equipe campeã brasileira de 1986, dentro de um estilo de jogo veloz e ofensivo.

Cilinho foi o principal responsável pela reformulação do elenco tricolor a partir de 1984. Jogadores experientes como Waldir Peres, Serginho Chulapa, Zé Sérgio, Humberto, Almir, Paulo César Capeta, Getúlio e Heriberto deixaram o clube do Morumbi. A substituição não foi por "medalhões", mas sim por jogadores mais jovens.

Cilinho em 1994
Silas, Muller, Sidney, Márcio Araújo e Nelsinho ganharam oportunidades ou se firmaram como titulares. O fato mais curioso aconteceu quando Paulo Roberto Falcão foi contratado. Apesar de ter o status de ser o Rei de Roma, o meio-campista revelado pelo Internacional não conseguiu ter regalias com Cilinho, que chegou a colocá-lo no banco de reservas de Márcio Araújo.

Além de dar chances a jogadores criados dentro do próprio clube, Cilinho era um bom observador. Vários jogadores indicados pelo treinador também fizeram sucesso no Tricolor, entre eles o volante Bernardo (ex-Marília), o lateral-direito Zé Teodoro (ex-Goiás) e o ponta-direita Mário Tilico (ex-Náutico).

Cilinho também foi o técnico do time do São Paulo que venceu o Paulistão de 1987. A equipe base tricolor, que bateu o Corinthians na final, era: Gilmar Rinaldi; Zé Teodoro, Adilson, Darío Pereyra e Nelsinho; Bernardo, Silas e Pita; Muller, e Edivaldo.

Além do São Paulo, onde mais se destacou, Cilinho dirigiu outras importantes equipes do futebol brasileiro, entre elas a Ponte Preta, o Guarani (equipe onde chegou a atuar como jogador nos juvenis), o Corinthians, a Portuguesa e o América de São José do Rio Preto, SP.


Como técnico profissional do Corinthians, Cilinho teve uma rápida passagem em 1991. O time alvinegro ficou com o vice-campeonato paulista (perdeu justamente para o ex-time de Cilinho, o São Paulo, a final). O desentendimento com o presidente Vicente Matheus e os meio-campistas Márcio e Neto pesaram para a sua saída do Parque São Jorge.

Cilinho comandou o time principal são-paulino em 243 jogos (108 vitórias, 85 empates e 50 derrotas), segundo números do "Almanaque do São Paulo" (Alexandre da Costa).

Como técnico do Corinthians, no Paulistão de 1991, Cilinho trabalhou em 36 partidas. Foram 16 vitórias, 16 empates e apenas quatro derrotas, números do "Almanaque do Corinthians" (Celso Unzelte).

Em novembro de 2007, ele assinou contrato com o Corinthians para ser coordenador das categorias de base do clube.

Em março de 2008, ele foi demitido pela diretoria corintiana. "O Cilinho foi importante no curto período em que esteve aqui. Mas agora já temos uma outra etapa", falou à época o presidente corintiano Andrés Sanchez.

Em 2011, já como um treinador experiente, Cilinho assumiu o desafio de treinar a equipe do Rio Branco, de Americana, que figurava na Série C do Campeonato Paulista.

Morte

Cilinho, foi internado no Hospital da PUC de Campinas em 15/04/2018, com um quadro de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Recebeu alta hospitalar em 20/07/2018, com sequelas (paralisia do lado esquerdo), para continuar o tratamento em casa. Cilinho faleceu na quinta-feira, 28/11/2019, aos 80 anos, em sua casa, em Campinas, SP.

Há aproximadamente dois meses, teve uma pneumonia, voltou a ser internado, mas retornou para casa, onde era acompanhado por uma equipe médica. Ele estava sendo submetido a tratamento especial e fazendo uso de cadeira de rodas.

O velório aconteceu no Salão Nobre do Estádio Moisés Lucarelli, da Ponte Preta, a partir das 23h00 de quinta-feira, 28/11/2019, para familiares e amigos mais próximos. O local será aberto para o público às 7h00 de sexta-feira, 29/11/2019.

O sepultamento ocorreu às 15h00 do dia 29/11/2019, no Cemitério da Saudade.

Cilinho tinha quatro filhos e seis netos.

Títulos

São Paulo

  • 1985 - Campeonato Paulista
  • 1987 - Campeonato Paulista

Indicação: Miguel Sampaio e Marcelo Furtado
#FamososQuePartiram #Cilinho

Oscarino Varjão

OSCARINO FARIAS VARJÃO
(80 anos)
Ventríloquo

☼ Paraná do Xiborena Rio Solimões, AM (15/05/1937)
┼ Manaus, AM (15/04/2018)

Oscarino Farias Varjão, mais conhecido pelo seu nome artístico Oscarino Varjão, foi um ventríloquo nascido no Rio Solimões, AM, no dia 15/05/1937. Com mais de 60 anos de carreira ficou conhecido nacionalmente pelo seu personagem Peteleco.

Oscarino nasceu na comunidade Paraná do Xiborena, no Rio Solimões, atualmente um dos distritos de Iranduba, no Amazonas. De origem muito simples, sua família mudou-se para Manaus em meados da década de 50. Oscarino foi engraxate na Rua Marquês de Santa Cruz, no Centro de Manaus, e ajudava a mãe, Iracema Barbosa, na venda de tapiocas no Mercado Municipal, quando confeccionou um boneco, o qual batizou de Chiquinho, em 1953, seu primeiro personagem.

Em 1957, aos 20 anos de idade, criou o boneco Peteleco, na casa de sua sogra, como forma de superar as dificuldades financeiras. Desde então, Oscarino passou a realizar apresentações em escolas, programas de rádio e TV em várias localidades do país.

Reconhecido como um dos grandes mestres de sua arte, principalmente pela habilidade de se expressar sem mexer a boca, Oscarino chegou a conceder entrevista no "Programa do Jô", na TV Globo, no dia 14/11/2000.

Sua obra também lhe rendeu um documentário chamado "Oscarino & Peteleco".

Em 2016, seu personagem Peteleco foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Amazonas.

Personagens

Oscarino teve seu talento reconhecido por Américo Alvarez, artista amazonense conhecido como Vovô Branco, que pediu ao pintor Branco e Silva que lhe desse um boneco chamado Marinheiro, seu segundo personagem.

Depois, ele recebeu de um pernambucano um boneco chamado Charles e, por fim, confeccionou o seu maior sucesso, passando de geração a geração. O Peteleco é um boneco negro, que encantava de crianças a adultos. Com uma personalidade irreverente e olhar atento a tudo, Peteleco sempre respondia rápido às perguntas e às vezes grosseiro, se alguém pegasse no seu pé.

Batizado pelo seu pai, Oscar Lopes Varjão, Peteleco recebeu a cor negra em homenagem a ele, que era um homem negro e que sofria racismo. Dessa forma, o boneco também tornou-se um veículo de conscientização contra o racismo, a partir de histórias que ele viu o pai vivenciar.

O personagem ficou nacionalmente conhecido quando se apresentou no "Programa do Jô", porém, antes disso, apresentava-se mais restritamente na região Norte, onde era adorado pelas crianças por seu carisma, contando histórias, cantigas educativas e muitas paródias divertidas, deixando sempre a mensagem de que estudar é importante, assim como o respeito aos pais e aos mais velhos.

O corpo de Oscarino sendo velado e ao seu lado o boneco Peteleco, seu parceiro nos quase 60 anos de carreira.
Problemas de Saúde e Morte

A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas divulgou uma nota informando que artista era portador de diabetes, colelitíase, hipertensão arterial sistêmica, possuía sequela de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e asma.

Oscarino lutava contra um câncer e foi internado no dia 13/04/2018, onde esteve entubado na emergência do Hospital 28 de Agosto, mas não resistiu e morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória no domingo, dia 15/04/2018.

O velório de Oscarino aconteceu no salão nobre do Centro Cultural Palácio Rio Negro e seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, em Manaus, AM.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #OscarinoVarjao

Mamede Paes Mendonça

MAMEDE PAES MENDONÇA
(80 anos)
Empresário

☼ Ribeirópolis, SE (05/08/1915)
┼ São Paulo, SP (21/10/1995)

Mamede Paes Mendonça foi um empresário brasileiro, nascido em Ribeirópolis, SE, no dia 05/08/1915, pioneiro no ramo de supermercados no Brasil e fundador do Paes Mendonça, uma das maiores redes varejistas do país.

Filho de Eliziário e de Maria da Conceição, membros de uma família pobre de agricultores, que sobreviviam do que plantavam e colhiam em um pequeno lote de terra, num povoado do Município de Ribeirópolis, estado de Sergipe, chamado Serra do Machado, localizado numa região sofrida pelas longas estiagens.

Ainda muito jovem, aos 15 anos de idade, Mamede descobriu o comércio, vendendo farinha na feira, em sua cidade natal. Disposto a abandonar a roça, juntou dinheiro embaixo do colchão durante seis anos.

No ano de 1936, aos 21 anos de idade, havia poupado 1500 réis, que foram empregados na compra de uma pequena padaria, no município de Ribeirópolis.

Os negócios na pequena padaria iam bem, mas Ribeirópolis era um pequeno distrito, e Mamede entendia que era preciso crescer, ir para um grande centro da região, com um comércio maior e mais desenvolvido.

Assim, quatro anos mais tarde, em 1940, abriria um armazém de secos e molhados na cidade de Itabaiana, SE.

Em Itabaiana, os negócios cresciam, e a região começava a ficar pequena, Mamede partiu, então, para a capital, Aracaju, onde, em 1947, abriu filial, também com um armazém de secos e molhados.


Desde o primeiro comércio em Ribeirópolis, Mamede viajava muito para a Bahia, uma vez que sua capital, Salvador, era o centro abastecedor da região. Lá comprava as mercadorias para revender no seu comércio.

A convivência frequente com Salvador foi se tornando muito sedutora, para Mamede, que percebeu que para crescer teria que ir para aquela cidade, o que fez, em 1951, instalando-se na Praça Marechal Deodoro, com um loja de atacado, vendendo secos e molhados. Neste momento, o grande passo tinha sido dado.

Na década de 50, quando chegou em Salvador, a cidade era abastecida pelos armazéns, a maioria deles pertencente a comerciantes espanhóis e portugueses. Havia também as feiras-livres, como Água de Meninos e a das Sete Portas, que eram as mais conhecidas e procuradas. Prevalecia na época o sistema de venda por caderneta. O consumidor comprava semanalmente, ou por mês, através de caderneta. O pagamento era feito logo, contra a entrega da mercadoria, ou quando ele recebia seu salário, no fim do mês.

Anos mais tarde, nos idos de 1959, em viagem à Argentina, para comprar alpiste - que, na época, andava em falta no Brasil - conheceu alguns supermercados. Na volta, passando por Montevidéu, Uruguai, observou outras lojas em formato semelhante. Gostou e se convenceu de que aquele era o futuro do comércio de alimentos, retornando decidido a ser o pioneiro daquela nova forma de vender, na Bahia.

Assim, em 1959, é aberta a primeira de auto-serviço, supermercado, na Bahia, uma ideia avançada a época.


No dia 02/12/1959, inaugurou um pequeno supermercado no bairro de Nazaré, em Salvador, mais precisamente à Rua Jogo do Carneiro. Nascia ali a loja 1.

Os resultados positivos da primeira loja de supermercados o animou a continuar expandindo o setor. Menos de um ano depois, em 27/08/1960, inaugurou a loja 2, no Edifício Oceania, na Barra.

Em 1961, era inaugurada a loja 3 da Rua Visconde de São Lourenço, no forte de São Pedro. Em seguida, a loja 4, na Baixa dos Sapateiros.

Quando completou 25 anos em Salvador, inaugurou a loja 25. E aí por diante, atingindo e passando em muito o sonho/meta que tinha de completar 100 lojas, chegando ao pico de 156, em 4 estados do Brasil, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

A loja 100 foi inaugurada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, tida, na época, como o maior Hipermercado do Brasil e terceiro maior do mundo.

Mamede Paes Mendonça era casado com Lindaura Andrade, com quem teve seis filhos. Era irmão de Pedro Paes Mendonça e tio de João Carlos Paes Mendonça.

Em vida, foi condecorado com diversos títulos, tais como: Comendador, conferido pelo Governo de Portugal; Diploma da Fraternidade Sacerdotal de Sergipe e Amigo da Marinha. Em 1984, Mamede Paes Mendonça recebeu ainda o título de Cidadão Baiano, pela Assembleia Legislativa da Bahia.

Apesar da idade, Mamede Paes Mendonça estava à frente dos negócios. Exercia a presidência do grupo. O faturamento do grupo em 1994 foi de US$ 805 milhões. Para 1995 a previsão era de US$ 947 milhões.

Morte

Mamede Paes Mendonça faleceu no sábado, 21/10/1995, em São Paulo, SP, aos 80 anos, no Hospital Albert Einstein, onde estava internado há um mês. A causa da morte foi insuficiência respiratória em decorrência de câncer. Mamede Paes Mendonça tinha quatro pontes de safena.

O sepultamento ocorreu na segunda-feira, 23/10/1995, às 11h00 no cemitério Corpo Santo, em Salvador, BA.

Fonte: WikipédiaFolha de S.Paulo
#FamososQuePartiram #PaesMendonça

Ruy Faria

RUY ALEXANDRE FARIA
(80 anos)
Cantor, Compositor e Produtor Musical

☼ Cambuci, RJ (31/07/1937)
┼ Rio de Janeiro, RJ (11/01/2018)

Ruy Alexandre Faria foi um cantor, compositor e produtor musical brasileiro, fundador e integrante do grupo MPB-4, do qual foi membro entre os anos de 1964 e 2004, nascido no Município de Cambuci, Rio de Janeiro, no dia 31/07/1937.

Filho de Enedina Alexandre Faria, que tocava piano e Octávio Faria, segundo pistom de uma banda. Iniciou suas atividades musicais como crooner do Boêmios do Ritmo, um conjunto de baile de Santo Antônio de Pádua, RJ.

Em Niterói, com Gerardo, Gilberto Peruzinho formou o Trio Alvorada, cover do Trio Irakitan e atuou como músico, cantor e ator no Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), ao lado de Carlos Vereza, João das Neves e Oduvaldo Viana Filho, entre outros.

Em 1964, integrou o Conjunto do CPC, um embrião do que viria a ser o MPB-4, que em 1965 por força do golpe militar de 1964, virou profissional, em São Paulo. Formou então um dos principais grupos musicais da Música Popular Brasileira, ao lado de Magro, Miltinho e Aquiles, fazendo parte do MPB-4 até o ano de 2004. A escala vocal de Ruy Faria era a 1ª voz, marcando musicalmente os arranjos das músicas do quarteto.

MPB-4
Ainda nos anos 1960, o grupo iniciou uma frutífera parceria com Chico Buarque, que durou dez anos. Os grandes sucessos comerciais do grupo, porém, vieram nos anos 1970, com álbuns como "De Palavra Em Palavra" (1971), "Cicatrizes" (1972), "Canto Dos Homens" (1976) e "Cobra De Vidro" (1978).

Ruy Faria foi responsável por assinar roteiros para espetáculos do MPB-4, como "Canções e Momentos""Feitiço Carioca" e "Arte de Cantar".

Paralelamente ao seu trabalho com o MPB-4, Ruy Faria gravou, com produção e direção próprias, o álbum solo "Amigo É Pra Essas Coisas", remasterizado e relançado em CD pela gravadora Velas. Fez shows individuais em várias cidades cantando músicas do disco.

Atuou como diretor artístico e produtor musical de um disco de Roberto Nascimento e do LP "Pronta Pra Consumo", de Cynara, do Quarteto em Cy, com quem foi casado e teve três filhos: João, Irene e Francisco.

Ruy Faria foi responsável por assinar inúmeros roteiros para espetáculos do MPB-4, como "Canções e Momentos", "Feitiço Carioca" (Em homenagem a Noel Rosa em 1987), "Melhores Momentos" (Em homenagem aos 30 anos do Canecão, RJ) e, com Miguel Falabela e Maria Carmem, "Arte de Cantar" (Em comemoração aos 30 anos de carreira do grupo). Atuou também como diretor artístico do CD "Melhores Momentos", gravado ao vivo pelo MPB-4 no Teatro Rival.

MPB-4 em 1995
Participou de projetos como roteirista e diretor geral de shows de Danilo Caymmi, Marisa Gata Mansa e Reinaldo Gonzaga em homenagem à obra de Antonio Maria. Do show de lançamento do CD da cantora Dora Vergueiro e do show de lançamento do instrumentista, compositor e cantor Kiko Furtado.

Em 2004, saiu do MPB-4 após desentendimentos com Milton Lima dos Santos Filho (Miltinho), pois não concordava que ele assumisse a dianteira nos assuntos empresariais do grupo. Em seguida, foi substituído por Dalmo Medeiros, que ocupa atualmente sua posição vocal.

Ao deixar o MPB-4, após 40 anos de trabalho em conjunto, Ruy Faria fez shows em dupla com o compositor Carlinhos Vergueiro, no Rio de Janeiro e em 2005, lançaram juntos o CD "Dupla Brasileira - Só Pra Chatear", reverenciando duplas que marcaram o cenário da Música Popular Brasileira, como Francisco Alves e Mário Reis, Cascatinha e Inhana, Zé da Zilda e Zilda do Zé, Jackson do Pandeiro e Almira, Joel e Gaúcho, Jonjoca e Castro Barbosa, Toquinho e Vinicius, Irmãos Tapajós e ainda Cynara e Cybele.


Em 2007, após 43 anos formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Ruy Faria conseguiu emitir seu registro como advogado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional do Rio de Janeiro e atuou em um dos conceituados escritórios na cidade.

Em 2008, Ruy adaptou e dirigiu o espetáculo musical "Calabar", de Chico Buarque e Rui Guerra, no Teatro Niemeyer, Niterói.

Ruy Faria foi casado com Cynara, integrante do Quarteto Em Cy. Os dois tiveram três filhos: JoãoIrene e Francisco. O casamento também rendeu boas parcerias musicais, como a música "Mar Da Tranqüilidade" (Ruy FariaCynara e Aquiles), 1968, e os LPs "Cobra De Vidro" (1978), "Bate-Boca" (1997), "Somos Todos Iguais Nesta Noite" (1998) e "Vinícius, a Arte do Encontro" (2000).

Os filhos João Faria e Chico Faria seguiram a carreira musical. O primeiro excursiona com artistas consagrados, como o MPB-4, e segue também carreira solo. Seu irmão Francisco também realiza estas atividades e lança também suas próprias composições.

Morte

Ruy Faria faleceu na tarde de quinta, 11/01/2018, aos 80 anos. Ele estava internado para tratar de uma pneumonia desde 09/12/2017, no Hospital Federal de Bonsucesso. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos em decorrência de uma pneumonia.

O velório e o sepultamento de Ruy Faria ocorreu na sexta-feira, 12/01/2018, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, às 14h00, na capela 9.

Indicação: Valmir Bonvenuto
#FamososQuePartiram #RuyFaria