Aracy Balabanian foi uma atriz nascida em Campo Grande, MS, no dia 22/02/1940.
Seus pais vieram da Armênia para o Brasil, fugindo do genocídio promovido naquele país pelos turcos otomanos. Eles fixaram residência em Campo Grande, capital do atual Estado de Mato Grosso do Sul onde Aracy Balabanian e os irmãos nasceram. Seu pai se chamava Rafael Balabanian, era comerciante e sua mãe era chamada Estér Balabanian, uma dona de casa.
Aos 15 anos mudou-se para São Paulo com os sete irmãos e ajudava os pais na criação dos irmãos menores. Fez e passou no vestibular para Ciências Sociais e para a Escola de Arte Dramática, vindo a abandonar os estudos de sociologia, de outro vestibular que ela fez e tinha passado, para se dedicar ao teatro, sua verdadeira paixão.
Diz que viveu numa época que era considerado feio uma mulher fazer teatro, já que antigamente as mulheres tinham preferência a serem donas de casa e cuidarem dos assuntos domésticos.
Estreou na televisão na TV Record em "Marcados Pelo Amor" (1964) e, na sequência, se transferiu para a TV Tupi, onde foi alçada ao posto de protagonista das principais obras da emissora, como "Antônio Maria" (1968), "Nino, o Italianinho" (1969) e "A Fábrica" (1971).
Contrário à carreira da atriz, o pai de Aracy Balabanian só aceitou a opção profissional da filha em 1968, quando contracenou com Sérgio Cardoso na telenovela "Antônio Maria".
Em 1972 chegou na TV Globo, se destacando em novelas como "O Primeiro Amor (1972), "Vila Sésamo" (1972), "Bravo" (1975), "Rainha da Sucata" (1990), "A Próxima Vítima" (1995), "Da Cor do Pecado" (2004), "Passione" (2010), "Cheias de Charme" (2012) e no sitcom "Sai de Baixo".
Em uma breve passagem pela TV Manchete, foi protagonista de "Mania de Querer" (1986).
Aracy Balabanian se tornou uma das maiores intérpretes do meio artístico e criou personagens inesquecíveis como a idealista Violeta de "O Casarão" (1976), de Lauro César Muniz, a sofrida Maria Faz-Favor de "Coração Alado" (1980), de Janete Clair, a ardilosa Marta de "Ti Ti Ti" (1985) e a misteriosa Maria Fromet de "Que Rei Sou Eu?" (1989), ambas de Cassiano Gabus Mendes, a excêntrica Dona Armênia das novelas "Rainha da Sucata" (1990) e "Deus nos Acuda" (1992), ambas de Sílvio de Abreu e aquela que talvez seja a sua mais marcante, a perversa e autoritária matriarca Filomena Ferreto de "A Próxima Vítima" (1995), também de Sílvio de Abreu.
Interpretou a personagem Germana em "Da Cor do Pecado" (2004), um dos personagens centrais da trama. Outro papel marcante é a Gemma Matoli, irmã do protagonista interpretado por Tony Ramos na novela "Passione" (2010).
Fez no remake de "Saramandaia" (2013), Dona Pupu, uma idosa mãe de um lobisomem interpretada no original por Elza Gomes.
Nos anos 80 atuou no videoclipe "O Lindo Lago do Amor" do cantor Gonzaguinha ao lado de Fernanda Rodrigues.
Aracy Balabanian atuou poucas vezes no cinema. No teatro, pode-se ressaltar seus desempenhos em peças dirigidas por Ademar Guerra, como "Hair" (1968) e interpretando Clarice Lispector em "Clarice Coração Selvagem", encenada em 1998.
Sua personagem mais conhecida pelo grande público no teatro foi a socialite decadente Cassandra, no humorístico "Sai de Baixo", gravado ao vivo do Teatro Procópio Ferreira de 1996 a 2002 para a TV Globo.
Aracy Balabanian declarou que no começo do programa, havia pedido para sair vendo que após extenso currículo de tragédias, não funcionava nesse papel cômico, acima de tudo por não segurar o riso diante dos colegas. O diretor Daniel Filho então pediu para ela rir sempre que quisesse. O riso da atriz em cena se tornou marca registrada, com Miguel Falabella chegando a dizer que "Se o público não entendeu a piada, a Aracy fecha!".
Vida Pessoal
Aracy Balabanian manteve relacionamentos amorosos com homens anônimos e famosos, mas optou em não se casar e não ter filhos, para dedicar-se totalmente a sua carreira. Em entrevistas revelou ter feito dois abortos em uma clínica clandestina.
Revelou que interrompeu sua primeira gravidez porque estava no início de sua carreira e havia sido abandonada grávida por seu primeiro namorado, e a segunda interrupção ocorreu porque seu namorado a agredia e queria proibi-la de trabalhar, e ela não queria se casar com ele, ter um filho e abrir mão de sua carreira.
Morte
Aracy Balabanian faleceu na segunda-feira, 07/08/2023, aos 83 anos, no Rio de Janeiro, RJ. Aracy Balabanian lutava contra um câncer no pulmão e estava internada na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro.
Através de um comunicado emitido pela TV Globo, com a confirmação do falecimento da artista, a emissora informou que Aracy Balabanian faleceu diante de complicações da doença que enfrentava
Carreira
Televisão
1964 - Marcados Pelo Amor ... Lúcia
1966 - O Amor Tem Cara de Mulher ... Matilde
1966 - Um Rosto Perdido ... Alba
1967 - Angústia de Amar ... Jane
1967 - Meu Filho, Minha Vida ... Nellie Addams
1967 - Sublime Amor ... Helena
1968 - Antônio Maria ... Heloísa
1969 - Nino, o Italianinho ... Bianca
1971 - A Fábrica ... Isabel
1972 - O Primeiro Amor ... Giovana
1972 - Vila Sésamo ... Gabriela
1974 - Corrida do Ouro ... Tereza Rodrigues
1975 - Bravo! ... Cristina Lemos
1976 - O Casarão ... Violeta
1977 - Locomotivas ... Milena Cabral
1978 - Pecado Rasgado ... Teca
1980 - Coração Alado ... Maria Faz Favor
1981 - Brilhante ... Vera Mesquita
1982 - Elas Por Elas ... Helena Aranha Muniz
1983 - Guerra dos Sexos ... Greta (Participação Especial)
1984 - Transas e Caretas ... Ana
1985 - Ti Ti Ti ... Marta Morgado
1986 - Mania de Querer ... Lúcia
1987 - Helena ... Úrsula
1989 - Que Rei Sou Eu? ... Maria Fromet / Lenoir Gaillard
1990 - Rainha da Sucata ... Dona Armênia Giovanni
1991 - Felicidade ... Dona Paquita(Episódios: 07/10 e 02/11)
1992 - Deus Nos Acuda ... Dona Armênia Giovanni
1994 - Pátria Minha ... Rosário Pires
1994 - Caso Especial ... Dona Esperança (Episódio: "Desinibida do Grajaú")
1994 - Caso Epecial ... Assunta (Episódio: "Feliz Aniversário")
1995 - Engraçadinha: Seus Amores e Seus Pecados ... Senhora no cinema (Participação)
1995 - A Próxima Vítima ... Filomena Ferreto Giardini
1996 - 2002 - Sai de Baixo ... Cassandra Mathias Sayão
2001 - Brava Gente ... Custódia (Episódio: "Os Mistérios do Sexo")
2002 - Sabor da Paixão ... Hermínia Lemos
2003 - Linha Direta ... Ana Rosa Naves (Episódio: "Irmãos Naves")
2004 - Da Cor do Pecado ... Germana Pacheco
2005 - A Lua Me Disse ... Leontina Sá Marques
2007 - Eterna Magia ... Inácia Finnegan
2008 - Casos e Acasos ... Amélia (Episódio: "As Testemunhas, o Hóspede e os Amantes")
2019 - Juntos a Magia Acontece ... Dona Rosa (Especial de Fim de Ano)
Cinema
1975 - A Primeira Viagem ... Irene
1995 - O Espiritismo - De Kardec Aos Dias de Hoje ... Narradora
1998 - Policarpo Quaresma, Herói do Brasil ... Maricota
1998 - Caramujo-Flor ... Mulher de vestido preto
2019 - Sai de Baixo - O Filme ... Cassandra Mathias Sayão
Teatro
1957 - Juno e o Pavão
1960 - Frei Luis de Souza
1961 - Bodas de Sangue
1961 - Os Persas
1962 - Macbeth
1963 - Os Ossos do Barão
1964 - Vereda da Salvação
1965 - Depois da Queda
1966 - Julio César
1966 - Oh, Que Delícia de Guerra
1967 - Marat/Sade
1968 - A Caminhada Perigosa
1968 - Animália
1968 - A Receita
1968 - A Lua Muito Pequena
1968 - O Líder
1968 - Primeira Feira Paulista de Opinião
1969 - Hair
1977 - Brecht, Ssegundo Brecht
1980 - A Direita do Presidente
1985 - Boa Noite Mãe
1985 - O Tempo e os Conways
1988 - Folias no Box
1991 - Fulaninha e Dona Coisa
1995 - Dias Felizes
1998 - Clarice Coração Selvagem
2006 - Comendo Entre as Refeições
Prêmios
Aracy Balabanian foi cinco vezes indicada ao Troféu Imprensa e ganhou um em 1995, além de um Prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte, e um Melhores do Ano, por seu papel antagônico em "A Próxima Vítima" (1995).
1995 - Prêmio Globo de Melhores do Ano de Melhor Atriz ("A Próxima Vítima")
1996 - Troféu APCA de Melhor Atriz ("A Próxima Vítima")
1996 - Troféu Imprensa de Melhor Atriz ("A Próxima Vítima")
2018 - Troféu Mário Lago - Conjunto da Obra - Carreira
2019 - Prêmio CinEuphoria - Carreira Honorária - Homenagem
Arlindo Silva dos Santos, mais conhecido por Velho Milongueiro, foi um cantor e compositor nascido em Tapes, RS, no dia 04/08/1939.
Seu primeiro trabalho em disco foi em 1959 com a dupla Minuano e Milongueiro. Mais tarde, formou o conjunto Os Milongueiros com Flávio Mattes e Zé Duarte com o disco "Saudades da Querência". Com a saída de Flávio Mattes, a nova formação ficou Milongueiro, Leonir e Zé Duarte. Vários discos foram gravados, entre eles "Na Estrada do Sucesso", "10 Anos de Sucesso" e "Seus Cavalos de Aço".
Em 1980 partiu para a carreira solo como Velho Milongueiro, tendo como destaques deste trabalho as musicas "Tô Ficando Velho Tô Ficando Fraco", "É Mentira Desses Loco", "Tanto a Pé Como a Cavalo", "Aventuras do Coló", dentre outras.
Conhecido por ter sido um homem simples, divertido e com canções espirituosas. Ao longo da trajetória, Velho Milongueiro gravou mais de dez discos e teve canções interpretadas por nomes como Gaúcho da Fronteira, Sérgio Reis, Bruno & Marrone, Joaquim & Manoel, Milionário & José Rico, Mococa & Paraíso, Banda Passarela (dando a eles disco de ouro com a música "Por Causa Dela"), dentre outros.
Entre as composições mais conhecidas pelo público estão "Mulher do Baile" e "Ripa de Costela".
Velho Milongueiro gravou pelos selos CBS, Acit, USA Discos, Continental e Chantecler.
Morte
Velho Milongueiro faleceu na quarta-feira, 03/05/2023 aos 83 anos. Ele estava internado havia cerca de seis meses em razão de um câncer de bexiga e na próstata.
O velório ocorreu às 11h00 de quarta-feira, 03/05/2023, no Angelus Memorial Crematório. A cerimônia de despedida ocorreu às18h00.
Roberto Cláudio das Neves Leitão, conhecido por Mestre Leitão, foi um lutador Grão-Mestre 10º Dan em Luta Livre Esportiva e também faixa-preta de Judô, nascido em Laguna, SC, no dia 15/05/1937.
Roberto Leitão treinou uma série de wrestler, incluindo Renato Sobral, Pedro Rizzo, Marco Ruas, Gustavo Machado e Antoine Jaoude. Foi um grande incentivador e desenvolvedor da Luta Olímpica no Brasil.
Roberto Leitão nasceu na cidade de Laguna em Santa Catarina, em 1937, mas se mudou com a família ainda pequeno para o Rio de Janeiro, RJ. E foi no Rio de Janeiro que, no início dos anos 1950, começou a lutar. O Judô já havia entrado na vida do mestre, aos 16 anos, depois vieram Luta livre esportiva e o Wrestling.
Roberto Leitão foi professor de engenharia mecânica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Fundador da primeira Federação de Luta Olímpica no Brasil, em 1979, com a Federação de Lutas do Estado do Rio de Janeiro (FLERJ), atualmente United World Wrestling.
Roberto Leitão é pai de Roberto Leitão Filho que é Superintendente da Confederação Brasileira de Wrestling e contribui diretamente para o avanço da modalidade.
Em agosto de 2020, Roberto Leitão foi homenageado na inauguração da Cidade das Artes Marciais, onde teve o seu nome eternizado na Calçada da Fama.
Morte
Roberto Leitão faleceu na manhã de sábado, 28/11/2020, aos 83 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de complicações provocadas pela Covid-19.
Internado desde outubro de 2020 no Hospital Vitória, no Rio de Janeiro, Roberto Leitão não resistiu após ter grande parte do seu pulmão comprometido. A notícia foi divulgada pela família, através das redes sociais.
Jofran Frejat foi um médico e político, nascido em Floriano, PI, no dia 19/05/1937. Foi filiado ao Partido Liberal (PL) e deputado federal pelo Distrito Federal por cinco mandatos.
Filho de João Frejat e Adélia Frejat, casado com Denise Nunes Martins Frejat, era formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1962, mesmo ano que se mudou para Brasília onde trabalhou no Hospital Regional da Asa Sul.
Pós-graduado pela Universidade de Londres em 1972, foi titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Mastologia e do Colégio Internacional de Cirurgiões. Diretor do Instituto Médico Legal do Distrito Federal, entre 1973 e 1979, nos governos Hélio Prates da Silveira e Elmo Serejo Farias.
Jofran Frejat foi Secretário de Saúde no governo Aimé Lamaison e posteriormente secretário-geral do Ministério da Previdência Social além de ocupar uma cadeira no conselho diretor da Fundação Hospitalar do Distrito Federal.
Jofran Frejat foi eleito deputado federal pelo Partido da Frente Liberal (PFL) do Distrito Federal em 1986 e participou da Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1988. Reeleito em 1990, afastou-se para ocupar a Secretaria de Saúde no segundo governo Joaquim Roriz.
Filiado ao Partido Progressista (PP), foi reeleito em 1994, ingressou no Partido Progressista Brasileiro (PPB), votou contra a Emenda da Reeleição e conquistou um novo mandato em 1998, afastando-se para retornar para a Secretaria de Saúde no terceiro governo Joaquim Roriz.
Disputou uma cadeira no Senado Federal em 2002 ingressou no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e foi reeleito deputado federal em 2006.
Em 2014 candidatou-se ao governo do Distrito Federal obtendo 27,72% dos votos, o que o fez disputar o segundo turno, vencido pelo senador Rodrigo Rollemberg. Quatro anos depois iniciou novamente um processo de pré-candidatura ao governo do Distrito Federal pelo Partido da República (PR), mas desistiu de concorrer ao cargo.
Jofran Frejat é irmão do também político José Frejat e tio do cantor e compositor Roberto Frejat, parceiro de Cazuza e fundador do Barão Vermelho.
Morte
Jofran Frejat faleceu, no começo da noite de segunda-feira, 23/11/2020, aos 83 anos, em Brasília, DF. Ele foi diagnosticado com um câncer de pulmão, em setembro de 2020.
Jofran Frejat estava na UTI do Hospital Santa Lúcia, no Setor Hospitalar Sul, em Brasília, DF, onde ficou cerca de 20 dias internado.
Jofran Frejat tinha quatro filhos, uma delas, Graziela Frejat, disse que o pai "não respondeu bem à quimioterapia". A doença progrediu em apenas dois meses.
José Mojica Marins foi um cineasta, ator, roteirista de cinema e televisão, mais conhecido como Zé do Caixão, seu personagem mais famoso, nascido em São Paulo, SP, no dia 13/03/1936. É considerado o "Pai do Terror Nacional", tendo sua obra grande importância para o gênero, influenciando várias gerações.
Nascido em uma fazenda pertencente à fábrica de cigarros Caruso, na Vila Mariana, em São Paulo, era filho dos artistas circenses Antônio André e Carmen Marins, primo de Fernando Marins, e neto do espanhol José Marins que chegou ao Brasil em 1904. Seu tio, Miguel, também filho de José Marins, foi toureiro enquanto o avô, José Marins, fazia performance de toureiro vestido de palhaço no picadeiro.
José Mojica Marins ainda criança, passava horas lendo gibis, assistindo a filmes na sala de projeção do cinema em que seu pai trabalhava, brincava de teatro de bonecos e montava peças com fantasias feitas de papelão e tecido.
Quando tinha 3 anos, a família de José Mojica veio a se mudar para os fundos de um cinema na Vila Anastácio. Seu pai passou a ser gerente do cinema.
Depois que ganhou uma Câmera V-8, aos 12 anos, não mais parou de fazer cinema. Essa era a sua vida. Muitos de seus filmes artesanais feitos nessa época eram exibidos em cidades pequenas, cobrindo assim os custos de produção.
Autodidata, montou uma escola de interpretação para amigos e vizinhos e quando tinha 17 anos, depois de vários filmes amadores, fundou com ajuda de amigos, a Companhia Cinematográfica Atlas. Especializado em terror escatológico, criou uma escola de atores em 1956, onde na década seguinte, em 1964, montaria uma sinagoga, no bairro do Brás, onde fazia experiências com atores amadores, usando insetos para medir sua coragem.
Embora José Mojica tenha sido conhecido principalmente como diretor de cinema de terror, teve trabalhos anteriores cujos gêneros variavam entre faroestes, dramas, aventura, dentre outros, incluindo filmes do gênero pornochanchada, no Brasil, durante aquela época.
José Mojica desenvolveu um estilo próprio de filmar que, inicialmente desprezado pela crítica nacional, passou a ser reverenciado após seus filmes começarem a ser considerados cult no circuito internacional. José Mojica é considerado como um dos inspiradores do movimento marginal no Brasil.
Em todos seus filmes, com exceção de "Encarnação do Demônio" (2008), José Mojica foi dublado. Na década de 1960, diversos filmes nacionais necessitavam serem dublados, por diversas razões: Nitidez de som nas externas e até realçar uma melhor interpretação. Algumas vezes o próprio ator dublava o seu personagem, mas em outras ocasiões necessitava de um profissional qualificado para um melhor desempenho.
Na Odil Fono Brasil, lhe mostraram vários filmes, para que escolhesse um dublador. José Mojica ficou particularmente impressionado com a voz usada para dublar o ator italiano Mario Carotenuto: A voz de Laercio Laurelli.
Laercio Laurelli fez a voz de Zé do Caixão em "À Meia-Noite Levarei Sua Alma" (1964), "Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver" (1967) e "O Estranho Mundo de Zé do Caixão" (1968). Enquanto "O Ritual dos Sádicos" (1970), "Finis Hominis" (1971), "Quando os Deuses Adormecem" (1972), foram dublados por Araken Saldanha, na AIC. Já "Exorcismo Negro" (1974) e "Delírios de um Anormal" (1978) tiveram a voz de João Paulo Ramalho, também na AIC.
Anos 1950
Depois da fundação de sua escola, a carreira profissional de José Mojica Marins passou a ficar cada vez mais mais próxima. José Mojica tentou realizar o filme "Sentença de Deus" (1954/1956) por três vezes e o filme acabou como inacabado. Semiprofissional, o filme "Sentença de Deus" (1954/1956) é experimental no sentido mais genuíno e revela os primeiros passos de José Mojica na arte do cinema.
Em 1958, veio a ser concluído "A Sina do Aventureiro", em lente 75 mm, com apenas duas pessoas que não eram da escola de atores de José Mojica, mas que depois vieram a ter aulas, Ruth Ferreira e Shirley Alvez. "A Sina do Aventureiro" (1958) é um faroeste caboclo (ou western feijoada, na definição do pesquisador Rodrigo Pereira), vertente prolífica, mas desprezada pela historiografia clássica do cinema brasileiro. Insere-se, portanto, na tradição mais ampla dos filmes rurais de aventura, território que compreende nomes tão heterogêneos quanto significativos como E. C. Kerrigan, Amilar Alves, Luiz de Barros, Humberto Mauro, Eurides Ramos, Antoninho Hossri, Victor Lima Barreto, Carlos Coimbra, Wilson Silva, Osvaldo de Oliveira, Reynaldo Paes de Barros, Edward Freund, Ozualdo Candeias, Tony Vieira e Rubens Prado.
Para lançar o filme "A Sina do Aventureiro" (1958), José Mojica Marins contou com a ajuda dos irmãos Valancy, que eram proprietários do Cine Coral, em São Paulo, aonde o filme permaneceu em cartaz por muito tempo. O realizador do filme, Mojica Marins explicou, posteriormente, como foi o sucesso do filme:
"Para fazer sucesso, eu usei um estratagema, porque já era difícil você entrar uma semana, e ficar três semanas em cartaz num cinema era mais difícil ainda. O que eu fiz? Eu pegava os meus alunos, numa época em que os cinemas tinham fila, e dividia um grupo de alunos numa fila, outro grupo em outra e mais outra. Todos eram atores, né? Então ficavam todos no meio da fila e diziam: 'Pô, a gente perdendo tempo nessa fila, passando uma fita tão boa no Cine Coral!'. Com isso, eles saíam de lá e levavam o pessoal da fila. E ia todo mundo para o Cine Coral. A fita foi muito bem nas capitais. Estourou em Salvador, em Porto Alegre. Porque ela tem uma miscelânea de Nordeste, de roupa nordestina com roupa gaúcha, com roupa americana. Eu misturo tudo, tem uma miscelânea. No final, tem uma curiosidade: a fita realmente agradou, só não agradou aos padres. Aí eu tive uma desavença com os padres que me acompanharia a vida toda!"
(José Mojica Marins)
Depois de aceitar a proposta de Augusto de Cervantes, de fazer um filme que agradasse aos padres, José Mojica criou a história de "Meu Destino em Tuas Mãos" (1963) e procurou Ozualdo Candeias para fazer o roteiro - que não foi creditado.
As tragédias familiares são apresentadas pelo cineasta com requintes de maldade, temperados por aquele neo-realismo involuntário das produções sem dinheiro. A direção de José Mojica deixou o filme ainda mais cru e violento.
O filme conta o drama de cinco crianças pobres que vivem infelizes com suas respectivas famílias. Cansados de abuso e desprezo, os amigos fogem de casa e saem pelas estradas, acompanhados do violão e da cantoria de Carlito (vivido por Franquito), o mais velho deles. O jovem Franquito, o "garoto da voz de ouro", foi uma aposta para embarcar no estrondoso sucesso de Pablito Calvo, astro-mirim de "Marcelino, Pão e Vinho" (1955).
José Mojica compôs três das dez canções interpretadas por Franquito. "Meu Destino em Tuas Mãos" (1963) foi realizado com o dinheiro da venda dos Long Plays de Franquito, hoje uma raridade por ser um dos primeiros filmes a ter disco com todas as músicas lançado pela gravadora Copacabana. O filme, apesar de ter agradado os padres, não teve repercussão nenhum e acabou esquecido.
Algum tempo depois, o produtor Nelson Teixeira Mendes contratou José Mojica para ser ator no "O Diabo de Vila Velha" (1966), um bang-bang. Como condição, José Mojica pediu para poder levar o pai, que estava muito doente, para o Paraná, onde o filme ia ser feito. Após muitas discussões com o diretor Ody Fraga, este veio a se afastar e José Mojica assumiu a direção filme, aonde demonstrou afinidade com o gênero faroeste, que já havia exercitado em "A Sina do Aventureiro" (1958) e ao qual voltaria em "D'Gajão Mata Para Vingar" (1971).
Anos 1960
José Mojica Marins criou um personagem popular sem basear-se em nenhum mito do horror conhecido mundialmente. Zé do Caixão, seu personagem mais conhecido, foi criado por ele em 11/10/1963, após ser atormentado por um pesadelo no qual um vulto o arrastava até seu próprio túmulo.
Segundo o próprio José Mojica Marins, o nome Zé do Caixão veio de uma lenda de um ser que viveu há milhões de anos no planeta Terra, que se transformou em luz e, depois de anos esta luz voltou a Terra.
A primeira aparição do personagem foi no filme "À Meia-Noite Levarei Sua Alma" (1963). Desde então, ele apareceu em diversos filmes, ganhou popularidade e tem sido retratado em diversas outras mídias.
Embora raramente mencionada nos filmes, o nome verdadeiro Zé do Caixão é Josefel Zanatas. José Mojica Marins dá uma explicação para o nome em uma entrevista para o Portal Brasileiro de Cinema:
"Eu fui achando um nome: Josefel - 'fel' por ser amargo - e achei também o Zanatas legal, porque de trás para frente dava Satanás!"
(José Mojica Marins)
Zé do Caixão é um personagem amoral e niilista que se considera superior aos outros e os explora para atender seus objetivos. Zé do Caixão é um descrente obsessivo, um personagem humano, que não crê em Deus ou no diabo.
O cruel e sádico agente funerário Zé do Caixão é temido e odiado pelos habitantes da cidade onde mora. O tema principal da saga do personagem é sua obsessão pela continuidade do sangue: Ele quer ser o pai da criança superior a partir da "mulher perfeita". Sua ideia de uma mulher perfeita não é exatamente físico, mas alguém que ele considera intelectualmente superior à média. E nessa busca ele está disposto a matar quem cruza seu caminho.
Quanto à concepção visual do Zé do Caixão, fica evidente a inspiração do personagem clássico Drácula, interpretado por Bela Lugosi na versão da década de 30, dos estúdios Universal. Entretanto, José Mojica acrescentou aos trajes negros e elegantes do personagem, características psicológicas profundas e enraizadas nas tradições brasileiras. Além disso, as unhas grandes foram claramente inspiradas no personagem-título de "Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens" (1922).
José Mojica Marins afirma que a idéia do personagem surgiu em um sonho:
"Certa noite, ao chegar em casa bem cansado, fui jantar. Em seguida, estava meio sonolento, entre dormindo e acordado, e foi aí que tudo aconteceu: vi num sonho um vulto me arrastando para um cemitério. Logo ele me deixou em frente a uma lápide, lá havia duas datas, a do meu nascimento e a da minha morte. As pessoas em casa ficaram bastante assustadas, chamaram até um pai-de-santo por achar que eu estava com o diabo no corpo. Acordei aos berros, e naquele momento decidi que faria um filme diferente de tudo que já havia realizado. Estava nascendo naquele momento o personagem que se tornaria uma lenda: Zé do Caixão. O personagem começava a tomar forma na minha mente e na minha vida. O cemitério me deu o nome; completavam a indumentária do Zé, a capa preta da macumba e a cartola, que era o símbolo de uma marca de cigarros clássicos. Ele seria um agente funerário!"
(José Mojica Marins)
Futuramente, José Mojica Marins definiria melhor a origem de seu personagem:
"Josefel Zanatas nasceu em berço de ouro, seus pais tinham uma rede de agências funerárias, fato que fez com que Josefel fosse uma criança muito sozinha, pois seus colegas os discriminaram por causa da profissão de seus pais.
Na escola era um ótimo aluno e, como não tinha amigos, fez dos livros seus grandes companheiros. Foi na escola que conheceu Sara, uma menina muito bonita e de boa família. Logo se tornaram grandes amigos, não se separavam por nada. Cresceram juntos e com o passar do tempo a amizade se transformou em amor. Decidiram que iriam se casar e mudar para uma cidade maior onde teriam mais chances de crescer na vida. Sara queria se casar fora do país, então tanto os pais de Sara quanto de Josefel resolveram viajar antes para começarem os preparativos para cerimônia.
Durante o voo, uma tragédia acontece: o avião com os pais de Sara e Josefel sofre um acidente e não há sobreviventes. Por causa do luto eles decidem adiar o casamento. Em decorrência da II Guerra Mundial, em agosto de 1943, cria-se a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Somente vinte e oito mil pessoas se alistaram, Josefel era um deles e em conversa com Sara decidem juntos que só casariam quando ele voltasse da guerra.
E assim, na noite de 30 de junho, Josefel parte para a Itália. Durante o tempo que ficou lá, Josefel sofreu muito, e as saudades de Sara foram aumentando depois que ele parou de receber cartas dela. Depois que Josefel partiu para a Guerra, Sara continuou cuidando da funerária. Sempre escrevia para ele, mas depois de muitas cartas sem resposta, acabou concluindo que ele deveria estar morto. Como a vida não estava fácil, Sara aceitou o convite que havia recebido do prefeito e se casou com ele.
No dia 18 de julho de 1945, Josefel desembarca na estação de sua cidade e percebe que a cidade está vazia e sua casa fechada. Desesperado para encontrar Sara, decide perguntar a um bêbado onde estavam todos. O bêbado informa que a cidade inteira estava na casa do prefeito, pois havia uma festa para comemorar a volta dos "Pracinhas". Chegando na festa ele encontra Sara sentada no colo do prefeito e, antes que ela pudesse se explicar, ele saca o revólver e mata os dois. Josefel não é condenado pelo crime pois foi alegado que ele estava traumatizado pela guerra. Para ele não importava ser preso ou não, ele havia perdido Sara e com ela perderia também o sentimento chamado amor.
Josefel, que até então era um homem doce e bondoso, se torna uma pessoa amarga e sem sentimentos. Passa então a aterrorizar os moradores da cidade e logo recebe o apelido de Zé do Caixão. Zé do Caixão é um homem sem crenças, não acredita em Deus nem no Diabo, só acredita nele mesmo, acha que é o único que pode fazer justiça. Seu objetivo é encontrar uma mulher que compartilhe seus pensamentos e juntos tenham um filho, que possa dar continuidade à sua espécie, que ele acredita ser superior. Para Zé do Caixão, as crianças são os únicos seres puros, sem maldade no coração. Em busca pela mulher superior, ele passa por cima de todos aqueles que atrapalharem seus planos, não tem dó nem piedade e mata se for preciso!"
(José Mojica Marins)
À Meia Noite Levarei Sua Alma
Por falta de um ator, pois não havia nenhum que se submetesse à caracterização do personagem, o autor transformou-se em Zé do Caixão. José Mojica, na época, estava de barba, por causa de uma promessa de família. Com o tempo o nome do personagem passou a confundir-se com o do próprio autor e lhe trouxe praticamente toda sua fama. Com dificuldade, pois os atores não confiavam nem acreditam em Mojica, ele realizou as filmagens de "À Meia Noite Levarei Sua Alma" (1964), com apenas atores de sua escola de teatro.
O filme marca a maturidade de José Mojica Marins como diretor, que se relaciona perfeitamente com o domínio da linguagem cinematográfica. Em "À Meia Noite Levarei Sua Alma" (1964) há todo um requintado trabalho de construção de espaços diferenciados para Zé do Caixão, e esse é o modo como o filme logra distinguir este personagem dos outros.
Após a etapa de montagem com Luiz Elias, José Mojica Marins iria atrás do distribuidor da Bahia que havia levado "A Sina do Aventureiro" (1958), que estava em São Paulo e havia ido à Boca do Lixo.
Após assistir o filme montado, o distribuidor passou a divulgar o filme que já era tido como um grande sucesso. Na mesma época, José Mojica Marins relançou "A Sina do Aventureiro" (1958) e teve um retorno lucrativo grande.
Ele havia feito amizade como um cineasta cubano que realizava filmes pornográficos que pediu a José Mojica que acrescentasse mais dez minutos de cenas mais fortes, onde José Mojica colocou algumas cenas de nudez de algumas moças.
O filme foi vendido por cerca de 20% do que havia sido gasto.
Dificuldades, Auge, Decadência e Retorno
José Mojica Marins apresentou, na década de 1990, o programa "Cine Trash", que obteve alta audiência, e as apresentações macabras de Zé do Caixão se tornaram um marco na televisão, o programa foi exibido na TV Bandeirantes.
José Mojica teve seus títulos lançados na Europa e nos Estados Unidos, onde participou de mostras, festivais e recebeu prêmios. No Brasil, José Mojica não conseguiu o mesmo sucesso e reconhecimento. Existem poucos títulos de seus filmes disponíveis no mercado, o que tornou sua obra pouco conhecida. Sua participação na mídia se dá quase sempre de maneira cômica, fato que teve que abraçar por necessidades financeiras.
José Mojica Marins tinha um programa de entrevistas chamado "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", no Canal Brasil. Zé do Caixão tem uma filha chamada Liz Vamp.
Em 2009 interpretou um personagem diferente no longa-metragem de "Cesar Nero", em vez de Zé do Caixão. O nome de seu personagem era Dark Morton, porém o visual do personagem era o mesmo de Zé do Caixão, com a tradicional cartola e capa preta.
No Carnaval carioca de 2011, José Mojica Marins foi homenageado e participou do desfile da Escola Unidos da Tijuca, vice-campeã.
Em 2012, prefaciou o livro "3355 Situações Que Você Deve Saber Para Não Morrer Como Nos Filmes de Terror", do escritor Gerson Couto.
Em 2013, apareceu na capa do disco "Expulsos do Purgatório", curiosamente ano 13, da lendária banda punk Excomungados e nos encartes, juntamente com os integrantes, sendo que o vocalista Pekinez Garcia, que toca nu inspirado no personagem principal do filme "Finis Hominis" (1971).
Em 2014, José Mojica Marins ficou por quase um mês internado no Incor, em São Paulo, onde passou por um cateterismo cardíaco planejado e desobstrução de uma artéria que estava com bloqueio. Na ocasião, ele foi submetido a uma angioplastia, procedimento para desobstruir vasos entupidos, e colocou três stents, tubo inserido para normalizar a passagem de sangue dentro da artéria. Por conta disso, José Mojica Marins passou a fazer diálises (filtragem do sangue) três por semana.
Em 2015, o canal por assinatura Space fez uma minissérie biográfica sobre José Mojica Marins intitulada "Zé do Caixão", com o cineasta interpretado por Matheus Nachtergaele.
Em 2019, José Mojica Marins apareceu em uma homenagem no "Domingo Show", da TV Record, onde mostrou-se muito debilitado, apresentando um suposto quadro de Alzheimer.
Morte
José Mojica Marins faleceu às 15h46 de quarta-feira, 19/02/2020, aos 83 anos, no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, SP, vítima de uma broncopneumonia. A morte foi confirmada pela filha de José Mojica, a atriz Liz Marins. José Mojica Marins estava internado desde o dia 28/01/2020 para tratar de uma broncopneumonia.
Filmografia
Como Diretor
1945 - A Mágica Do Mágico
1946 - Beijos A Granel
1947 - Sonhos De Vagabundo
1948 - A Voz Do Coveiro
1955 - Sentença De Deus (Inacabado)
1958 - A Sina Do Aventureiro
1962 - Meu Destino Em Tuas Mãos
1963 - À Meia-Noite Levarei Sua Alma
1965 - O Diabo De Vila Velha
1966 - Esta Noite Encarnarei No Teu Cadáver
1967 - O Estranho Mundo De Zé do Caixão
1968 - Trilogia Do Terror
1969 - O Despertar Da Besta
1971 - Finis Hominis
1972 - Dgajão Mata Para Vingar
1972 - Quando Os Deuses Adormecem
1972 - Sexo E Sangue Na Trilha Do Tesouro
1974 - A Virgem E O Machão
1974 - Exorcismo Negro
1975 - O Fracasso De Um Homem Nas Duas Noites De Núpcias
1973 - Prêmio Especial no Festival Internacional de Cine Fantástico y de Terror Sitges (Espanha);
1974 - Prêmio L’Ecran Fantastique para originalidade;
1974 - Prêmio Tiers Monde da imprensa mundial, na III Convention du Cinéma Fantastique (França).
Ritual dos Sádicos (O Despertar da Besta)
1986 - Melhor Ator (José Mojica Marins) e Melhor Roteiro (Rubens Lucchetti), no Rio-Cine Festival.
Encarnação do Demônio
2008 - Troféu Menina de Ouro de Melhor Filme de Ficção por júri oficial e crítica, Melhor Fotografia (José Roberto Eliezer), Melhor Montagem (Paulo Sacramento), Melhor Edição de Som (Ricardo Reis), Melhor Direção de Arte (Cássio Amarante) e Melhor Trilha Sonora (André Abujamra e Marcio Nigro) no 1º Festival Paulínia de Cinema;
2008 - Melhor Diretor de Cinema (José Mojica Marins), no 2º Prêmio Quem de Cinema;
2008 - Melhor Direção de Arte (Cassio Amarante) e Prêmio Especial de Atuação pelo Conjunto da Obra, no Prêmio de Cinema do Paraná;
2008 - Indicação a Melhor Direção de Arte (Cassio Amarante) e Efeitos Especiais (Kapel Furman, Rogério Marinho, Robson Sartori), no Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro;
2008 - Prêmio do Júri Carnet Jove do Sitges - Catalonian International Film Festival.
2009 - Melhor Ator (José Mojica Marins) e Melhor Direção de Arte (Cassio Amarante), tendo sido indicado a Melhor Direção (José Mojica Marins), Melhor Roteiro (Dennison Ramalho e José Moijica Marins), Melhor Atriz (Cléo de Paris), Melhor Ator Coadjuvante (Jece Valadão), Melhor Atriz Coadjuvante (Helena Ignez) e Melhor Trilha Sonora (André Abujamra e Marcio Nigro), no V Prêmio FIESP/SESI-SP de Cinema Paulista;
Prêmio de Melhor Fotografia (José Roberto Eliezer) e indicado a Melhor Filme, no Prêmio Contigo de Cinema;
2009 - Segundo lugar no Fant-Asia Film Festival, na categoria de Melhor Filme Internacional;
Outros
2000 - Prêmio Fantasporto por Carreira e Conjunto da Obra.
Zilda Cardoso foi uma atriz e humorista, nascida em São Paulo, SP, no dia 04/01/1936. Ficou famosa por interpretar a Dona Catifunda em programas de televisão como "Praça da Alegria", "Praça Brasil", "A Praça é Nossa" e "Escolinha do Professor Raimundo". Também era conhecida por ter interpretado a enfermeira Elza na novela "Meu Bem, Meu Mal" (1990) na TV Globo.
Zilda Cardoso estreou sua carreira artística na TV Paulista de São Paulo, substituindo a atriz Eloísa Mafalda, em um programa humorístico. Era o ano de 1962. No ano seguinte, conquistou o famoso e extinto Troféu Roquete Pinto na categoria Melhor Teleatriz Humorística.
Estreou no programa "O Riso é o Limite", da TV Rio e TV Record, logo chamando atenção por sua veia cômica. Ganhou no mesmo ano um programa na TV Paulista, "Zilda 23 Polegadas". A partir daí tornou-se humorista. Sua personagem mais famosa foi Dona Catifunda, uma mendiga debochada do bairro da Mooca, que vivia enganando os vizinhos para ganhar um trocado e conquistar os garotões do pedaço.
Zilda Cardoso e Miele no programa 'Praça da Alegria' 19-12-1977
Manuel de Nóbrega, o grande criador de programas humorísticos, gostou de Zilda e ela começou, em 1964, a participar do "A Praça da Alegria". Lançou seu personagem mais conhecido, Catifunda, a mendiga debochada, que fumava charuto.
Zilda também participou de alguns filmes, dois ao lado de Mazzaropi.
Fez em 1963 "O Lamparina", em 1964 "Meu Japão Brasileiro", em 1969 "Golias Contra o Homem das Bolinhas" e em 1970 "Se Meu Dólar Falasse".
Zilda Cardoso atuou na novela "Quatro Homens Juntos" (1965), na TV Record, além de "Mãos Ao Ar" (1965) e "Meu Adorável Mendigo" (1973), na mesma emissora. Depois fez na TV Globo uma série de participações em programas humorísticos, entre eles "Os Trapalhões".
Zilda Cardoso participou da série "Delegacia de Mulheres" (1990), da novela "Meu Bem, Meu Mal" (1990) , do humorístico "Escolinha do Professor Raimundo" e do seriado "Você Decide".
Morte
Zilda Cardoso foi encontrada morta na sexta-feira, 20/12/2019, aos 83 anos, pela diarista que trabalhava com ela, em seu apartamento em São Paulo, SP. Zilda Cardoso, que fumava 3 maços de cigarro por dia, sofreu uma morte natural enquanto dormia.
A também humorista Dani Calabresa, que interpretou a famosa personagem de Zilda Cardoso na nova versão de "A Escolinha do Professor Raimundo", lamentou a morte da atriz nas redes sociais. No Stories, Dani Calabresa contou não ter tido a oportunidade de conhecer Zilda Cardoso pessoalmente e agradeceu pela chance de poder representar sua personagem.
Paulo Silvino e Zilda Cardoso
Carreira
Televisão
1961 - O Riso é o Limite ... Catifunda
1962-1964 - Zilda 23 Polegadas ... Vários Personagens
1964-1970 - Praça da Alegria
1965-1966 - Quatro Homens Juntos ... Dona Dedé
1966 - Mãos Ao Ar ... Várias Personagens
1967 - Quadra de Sete ... Zilda Cardoso
1969 - Show do Dia 7 ... Mãe da Chapeuzinho
1973-1974 - Meu Adorável Mendigo
1977-1978 - Os Trapalhões ... Várias Personagens
1976-1978 - Deu a Louca no Show
1981-1983 - Alegria 81 ... Dona Catifunda
1983-1986 - Os Trapalhões ... Catifunda / Vários Personagens
1987-1988 - Praça Brasil ... Catifunda
1987-1990 - A Praça é Nossa
1990 - Delegacia de Mulheres ... Adelaide
1990 - Meu Bem, Meu Mal ... Elza Gentil
1991 - Estados Anysios de Chico City ... Vários Personagens
1991-1995 - Escolinha do Professor Raimundo ... Dona Catifunda
1998 - A Praça é Nossa ... Dona Catifunda
2000 - Você Decide ... Cachorrona (Episódio: "Transas de Família Parte 5")
Cinema
1963 - O Lamparina ... Maria
1964 - Meu Japão Brasileiro ... Professora
1969 - Golias Contra o Homem das Bolinhas ... Laura
1970 - Se Meu Dólar Falasse... Perua (Participação Especial)
Lourdes Amaral Castro foi uma cantora nascida em Bauru, no interior do Estado de São Paulo, em 1928. Lourdes Amaral ficou famosa na década de 40, ao fazer dupla com a irmã Maria de Jesus Castro, eram as Irmãs Castro, um dos fenômenos da música sertaneja nas décadas de 40 e 50.
O pai das Irmãs Castro era engenheiro da ferrovia e por este motivo viviam de cidade em cidade. Numa dessas idas e vindas, conheceram aquele que mudaria a vida das duas e da música sertaneja, João Alves dos Santos, o famoso Nhô Pai, que lhes presenteou com a canção "Beijinho Doce" no ano de 1944.
A música foi gravada e as Irmãs Castro ganharam o Brasil de norte a sul, inclusive outros países da América do Sul, como o Paraguai.
Irmãs Castro
As Irmãs Castro começaram em 1938 na Rádio Clube de Bauru, onde venceram o concurso de calouros Descobrindo Astros do Futuro, cantando "O Que É Que A Baiana Tem" (Dorival Caymmi). Elas participaram do concurso escondidas dos pais e logo após o mesmo, continuaram cantando em inglês numa outra emissora de rádio local.
Em 1940, Maria de Jesus e Lourdes, com 14 e 12 anos de idade, respectivamente, mudaram-se para São Paulo, onde tiveram que enfrentar os famosos preconceitos por serem do sexo feminino e, além disso, menores de idade.
Mas foi em São Paulo que Nhô Pai, compositor de sucessos como "Beijinho Doce", viu as irmãs cantando e gostou do dueto perfeito de suas vozes. Pediu então autorização aos pais delas para poder ensinar a elas o gênero sertanejo. A partir daí as Irmãs Castro apresentavam-se em programas diversos, sempre acompanhadas pelo Nhô Pai e também pela mãe.
Então foram convidadas para cantar no Rio de Janeiro. Devido à idade, falsificaram as certidões de nascimento para poder cantar nos cassinos. Na cidade maravilhosa também cantaram em emissoras como Rádio Tupi, Rádio Globo e Rádio Mayrink Veiga.
De volta à São Paulo, passaram pelas Rádio Cultura, Rádio Tupi e Rádio Bandeirantes e foram contratadas com exclusividade pela Rádio Record.
O primeiro disco das Irmãs Castro foi gravado pela Continental em 1944 quando elas tinham 18 e 16 anos de idade respectivamente. Nesse 78 rpm, gravaram "Não Me Escrevas" e "Che Camba (Vem Cá)".
Em 1945, gravaram um novo disco 78 rpm contendo o valseado "Faz Um Ano" e o corrido "Beijinho Doce", um clássico da música caipira, que foi o maior sucesso das Irmãs Castro e que as transformou rapidamente em estrelas.
A música caipira não era o estilo preferido das Irmãs Castro. Elas preferiam outros estilos de música brasileira. O convite para a carreira sertaneja, no entanto, partiu de Nhô Pai que viu nelas o potencial e elas acabaram aceitando.
Em 1947, gravaram a guarânia "Noites do Paraguai" (S. Aguayo), com versão de Ariovaldo Pires, uma das muitas versões de canções paraguaias e mexicanas que a dupla gravou. No mesmo disco estava o rasqueado "Siriema" (Nhô Pai e Mário Zan), outro de seus grandes sucessos.
Com o sucesso que estavam obtendo, passaram a receber vários convites. Apresentaram-se em circos e rádios por todo o Brasil. Cantaram também em diversos países da América Latina, tais como Paraguai, Uruguai e Argentina.
No Paraguai, elas foram para se apresentar por uma semana no Teatro Vitória, o maior de Asunción, mas acabaram permanecendo um mês por lá. A apresentação das Irmãs Castro foi transferida então para o Teatro Municipal de Asunción, já que o conjunto vocal americano The Platers tinha uma apresentação programada no Teatro Vitória. As Irmãs Castro acabaram roubando a platéia do The Platters, pois o conjunto americano, além de ter tido que aguardar a transferência das Irmãs Castro para o outro teatro, ainda tiveram no show lotação abaixo da esperada, enquanto as Irmãs Castro se apresentavam com mais platéia no Teatro Municipal. No Paraguai fizeram sucesso principalmente com "Che Yara Porã Tupy" (Ariovaldo Pires e Riellinho) "Che China Mi" (Antônio Cardoso e Ariovaldo Pires).
De retorno ao Brasil, vieram em avião cedido pelo governo do Paraguai.
Em 1974, lançaram um LP pela Chantecler, quando regravaram antigos sucessos como "Beijinho Doce", além de outras músicas, como "Pelejo Pra Te Deixar" (Biá e Gauchito).
Em 1984, participaram do programa "Viola Minha Viola", na TV Cultura de São Paulo.
A dupla se desfez em 1985, porém as Irmãs Castro compõem um capítulo muito importante na história da música caipira raiz, pois, além delas terem sido a primeira dupla feminina a gravar música caipira, também foram as pioneiras no ritmo corrido, o mesmo ritmo de "Beijinho Doce".
Maria Castrofaleceu aos 92 anos de idade, em 23/01/2019.
Morte
Lourdes Castro Cardoso, faleceu na manhã de teça-feira, 30/08/2011, aos 83 anos, no Hospital Municipal de Jarinu, após um sofrer um infarto agudo do miocárdio. O Corpo da cantora foi velado no Velório Municipal da cidade e o enterro aconteceu na quarta-feira, 31/08/2011, às 13h30, no cemitério da cidade.