Myriam Suzana Faini, mais conhecida apenas como Suzana Faini, foi uma atriz e bailarina nascida em São Paulo, SP, no dia 09/03/1933.
Suzana Faini mesmo sendo uma das atrizes mais dedicadas ao seu ofício, dos 19 aos 34 anos de idade foi bailarina. Como atriz, integrou o elenco de importantes novelas, entre os grandes feitos de sua carreira está o fato de ser a única atriz que participou das duas versões da novela "Selva de Pedra".
Dos 19 aos 34 anos, Suzana Faini trabalhou como bailarina profissional. Foi ano de 1967 que decidiu começar a participar de aulas de artes dramáticas, sendo uma das primeiras alunas de Maria Clara Machado antes da abertura do O Tablado. A transição aconteceu de maneira muito natural, pois como bailarina, Suzana fazia muitos trabalhos de danças mais interpretativas. A partir do começo do estudo, Suzana encontrou oportunidades como atriz ingressando no cinema em 1969 no filme "Os Paqueras" de Reginaldo Faria.
Suzana Faini começou a atuar em telenovelas em 1969, na TV Globo, na novela "Rosa Rebelde".
Despontou no ano de 1970 quando teve um desafio ao interpretar o papel de Cema na novela "Irmãos Coragem". A personagem sofria com uma gravidez complicada.
No teatro começou no ano de 1971 com a peça "Hoje é Dia de Rock" de autoria de José Vicente. Participou de peças de grande sucesso como "Hamlet", peça adaptada da obra de William Shakespeare.
Em 2011, participou do musical "Sete" e em 2012 atuou na peça "A Mecânica das Borboletas" em que contracenou com Eriberto Leão, Ana Kutner e Otto Jr.
A carreira de Suzana Faini é recheada de trabalhos de grande sucesso na TV como "Dancin' Days" (1978), "Pai Herói" (1979), "Eu Prometo" (1983) e as minisséries "Chiquinha Gonzaga" (1999) e "Hoje é Dia de Maria" (2005).
O cinema também fez parte da carreira da atriz e dentre os sucessos de mais destaque estão "O Crime de Zé Bigorna" (1977), "Eternamente Pagu" (1988) e "A Extorsão" (1975), que lhe rendeu prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival de Cinema de Lages em 1975.
Em 1988, deu vida à exigente dona de casa Maria em "Vida Nova" (1988). Na trama, Maria era casada com Amadeu, interpretado por Rogério Márcico, e mãe de Bianca, interpretada por Patricia Pillar. Sua personagem era dura com a filha e sua atuação a fez ganhar o Troféu APCA de melhor atriz coadjuvante.
Em 1989, esteve no elenco de "Top Model" (1989), onde interpretou a viúva batalhadora Cleide, mãe da protagonista Duda, interpretada por Malu Mader.
Durante alguns bons anos a atriz esteve afastada da televisão, a sua última atuação com um personagem fixo em produções televisivas havia sido em "Irmãos Coragem" (1995), até que houve o retorno triunfal de Suzana Faini em "A Favorita" (2008), interpretando uma personagem forte e que passou a vida toda sabendo que não era o grande amor do seu marido, Copola, interpretado por Tarcísio Meira.
Em 2012 voltou ao horário nobre da TV Globo em "Salve Jorge" (2012), interpretando a vilã Áurea. Sua personagem gerou bastante discussão a respeito da intromissão de algumas mães na vida de seus filhos. Para Suzana Faini a forma como Áurea se mete na vida de Théo - seu filho interpretado por Rodrigo Lombardi - é resultado de uma dedicação exclusiva a ele.
Suzana Faini disse que quando começou a pensar nesse trabalho percebeu que o comportamento de Áurea vinha dessa dedicação exclusiva ao filho que fez com que ele passasse a acreditar que tinha esse direito. Além da forma de controlar a vida do filho a personagem ainda mostrou o preconceito que existe contra as pessoas que moram em comunidades. Quando soube que a futura nora era do morro, a personagem de Suzana Faini já opôs-se contra o relacionamento, pois como ela mesma dizia não havia criado o filho para esse destino. O status social de Morena, interpretada por Nanda Costa, não deixou que Áurea percebesse as qualidades da moça.
Em 2018 esteve no ar em "Espelho da Vida" (2018), novela das 18h00 da TV Globo. Na trama interpretou uma guardiã, personagem repleta de mistérios e no passado é a mãe intransigente do Coronel Eugênio, interpretado por Felipe Camargo.
Suzana Faini foi casada com o publicitário Lívio Rangan, com quem teve uma filha, Milenka, nascida em 1963. Sua filha é portadora da Síndrome de Williams, uma desordem genética causada pela falta de cerca de 21 genes no cromossoma 7, incluindo o gene para a produção de elastina.
Suzana Faini é sobrinha do violinista Jorge Faini. A família da atriz sempre foi muito musical e ela aprendeu a tocar piano. Além disso, ela também estudou violino por um bom tempo. Os pais dela eram cantores de ópera e a tia era violinista da Orquestra Sinfônica.
Morte
Suzana Faini faleceu na segunda-feira, 25/04/2022, aos 89 anos, no Rio de Janeiro, RJ, em decorrência de complicações da Doença de Parkinson.
Carreira
Televisão
1969 - Rosa Rebelde
1969 - Véu de Noiva ... Dulce
1970 - Irmãos Coragem ... Iracema (Cema)
1970 - Simplesmente Maria
1971 - Meus Filhos
1971 - O Homem Que Deve Morrer ... Sônia
1972 - Selva de Pedra ... Olga
1972 - Sombra Suspeita
1973 - Carinhoso ... Renata
1975 - Cuca Legal ... Luz Divina (Diva)
1976 - Duas Vidas ... Ana Paula
1978 - Dancin' Days ...Anita (Participação Especial)
1979 - Pai Herói ... Jussara Brandão
1981 - Brilhante ... Renée Toledo Sampaio
1983 - Eu Prometo ... Iracema
1984 - Livre Para Voar ... Marta
1986 - Selva de Pedra ... Drª Ana Fróes
1987 - Direito de Amar ... Mercedes
1987 - Mandala ... Glória Lunardo (Episódios: "12-13 de outubro")
Genival Lacerda foi um cantor e compositor de forró, nascido em Campina Grande, PB, no dia 15/04/1931. Seus principais sucessos são, dentre outros, "Severina Xique Xique", "De Quem é Esse Jegue?" e "Radinho de Pilha". Sua carreira começou na Região Nordeste e, ao longo dela, gravou 70 discos.
Em 1956 lançou pela gravadora Mocambo o seu primeiro disco interpretando o "Coco de 56" (Genival Lacerda e João Vicente) e o xaxado "Dance o Xaxado" (Genival Lacerda e Manoel Avelino).
Em 1957, gravou o rojão "Dança do Bombo" (Antônio Barros) e o coco "Balança o Coco" (Antônio Barros).
Em 1961, gravou a moda de roda "Noé, Noé" (Rosil Cavalcanti) e o "Coco de Roda" (Rosil Cavalcanti).
Em 1962 gravou a moda de roda "Vasante da Maré" (Genival Lacerda e Antônio Clemente) e o "Coco de Cajarana" (Genival Lacerda e Jacinto Silva). No mesmo ano adaptou com Antônio Clemente o coco "Mariá" de motivo popular e compôs com Rosil Cavalcanti o coco "O Delegado Deu Ordem".
Em 1963 gravou de sua autoria e Antônio Clemente o coco "Cajueiro abalou" e o arrasta-pé "Tomaram o meu amor".
Em 1975 gravou com enorme sucesso "Severina Xique-Xique", que fez parte do LP "Aqui Tem Catimberê". Graças a essa composição de sua autoria e João Gonçalves vendeu cerca de 800 mil cópias.
Em 1976 lançou pela Copacabana o LP "Vamos Mariquinha", interpretando, entre outras, "É Aí Que Você Se Engana" (Genival Lacerda e João Gonçalves), "Forró da Gente" (Onildo Almeida), "Sanfoneiro Alagoano" (Brito Lucena), "Eu Preciso Namorar" (Gordurinha) e "A Mulher da Cocada" (Genival Lacerda e João Gonçalves). No mesmo ano, gravou pela Polyfar, outro LP com o título "Genival Lacerda", onde registrou, entre outras, "Esse Coco é Bom" (Genival Lacerda e Genival Santos), "Ninguém Vive Sem Amar" (Juarez Santiago), "Quero Me Casar" (Gordurinha) e "Chegue Mais Pra Cá" (Genival Lacerda e Francisco Azulão).
Em 1977, lançou o LP "O Homem Que Tinha Três Pontinhos", no qual interpretou "Gente Quase Boa" (Cecéu e Graça Góis), "Mamã" (Cecéu e Graça Góis), "Segure a Cabra" (Cecéu e Graça Góis), "O Homem Que Tinha Três Pontinhos" (Genival Lacerda e Luiz Santa Fé) e "Sacolejando" (Genival Lacerda e Luiz Santa Fé).
Em 1985 lançou pela RCA o LP "Caldinho de Mocotó".
Em 1987 gravou com grande sucesso o LP "A Fubica Dela", pela RCA, com arranjos e regência de Sivuca e com a participação dos músicos Sivuca e Dominguinhos no acordeom e Coroné, integrante do Trio Nordestino na zabumba. Desse disco destacaram-se as composições "É Nóis Aqui Forrumbando" (Genival Lacerda e Accioly Neto), "A Cobra de Camelô" (Genival Lacerda e João Gonçalves), "Fio Dental" (Genival Lacerda e Jorge de Altinho) e "Seu Amor é Mesmo Um Doce" (Genival Lacerda e Cecílio Nena).
Alguns de seus maiores sucessos foram "Radinho de Pilha" (Namd e Graça Góis), posteriormente regravado pelo conjunto de rock Camisa de Vênus, "Tem Pouca Diferença" (Durval Vieira), que ele gravou acompanhado pelo grupo Capital do Sol e "Mate o Véio, Mate". Com estilo satírico e picante, em cerca de 40 anos de carreira, já havia gravado 38 LPs.
Em 1999, participou do disco "Marinês e Sua Gente - 50 Anos de Forró", cantando ao lado de Marinês o "Forró do Beliscão" (Ary Monteiro, João do Vale e Leôncio).
Em 2000 lançou, pela gravadora CID, o CD "Genival Lacerda Ao Vivo", em comemoração aos seus 50 anos de carreira, contando com as participações especiais de Dominguinhos, Osvaldinho do Acordeom e de Durval Pereira, em show realizado na casa de espetáculos Coringa em São Paulo. No CD estão presentes diversos sucessos de sua carreira, entre os quais "Severina Xique-Xique", "Radinho de Pilha", "Mate o Véio" e "Caldinho de Mocotó".
Em 2004, Genival Lacerda foi homenageado pelos mais de 50 anos de carreira, cantando com a cantora Clemilda, durante o IV Fórum de Forró de Aracaju, no Teatro Atheneu. Na ocasião realizou um concorrido show durante o evento.
Em 2008, fez uma turnê pelos principais centros do forró nordestino, dentre os quais Aracaju, Caruaru, João Pessoa e Juazeiro. Essa turnê deu origem, no mesmo ano, a um documentário "É Tudo Verdade - O Rei da Munganga". O filme, que acompanha Genival Lacerda na sua mais recente viagem pelo nordeste, teve produção, roteiro e direção de Carolina Paiva, e contou com a participação especial da Orquestra Sinfônica Jovem do estado da Paraíba, que acompanhou o cantor em algumas músicas.
Durante o documentário, que foi dedicado à memória de Marinez, sua ex-esposa, são tocados sucessos como "Severina Xique-Xique", "Maristela" e "Minha Origem".
Em maio de 2020, Genival Lacerda sofreu um AVC, além disso também sofria do Mal de Alzheimer. Estava internado na UTI do Hospital Unimed Unidade I, em Recife, PE desde o início de dezembro de 2020, por complicações da COVID-19.
Morte
Genival Lacerda faleceu na quinta-feira, 07/01/2021, aos 89 anos, em Recife, PE, por complicações da Covid-19, doença causada pelo Coronavírus. Ele estava internado na UTI desde o dia 30/11/2020, segundo recentes comunicados da assessoria de imprensa dele, seu estado era grave e ele respirava com a ajuda de aparelhos.
Discografia
2015 - Brasil Popular (CD)
2012 - Canta Luiz Gonzaga (CD)
2010 - 60 Anos de Forró Com Muita Alegria (CD)
2007 - Se Não Fosse o Forró (CD)
2007 - Maristela (CD)
2007 - Ao Vivo no Parque do Povo em Campina Grande (CD)
2000 - Genival Lacerda Ao Vivo
1998 - Tributo a Jackson do Pandeiro (CD)
1997 - O Photografo (CD)
1996 - O Brinquedo da Menina (CD)
1995 - Forró Dance By Genival Lacerda (LP/K7/CD)
1992 - O Rambo do Sertão (LP)
1991 - Aqui Só Tem Forró (LP)
1990 - Negócio da China, Com Aquilo! (LP)
1989 - Ripa na Chulipa (LP)
1988 - Galeguim do Zói Azu (LP)
1987 - A Fubica Dela (LP)
1986 - Hot-Dog Baiano (LP)
1985 - Caldinho de Mocotó (LP)
1984 - Troque as Pilhas, Só Não Mate o Véio (LP)
1983 - Presente de Nordestino (LP)
1982 - Genival Lacerda (LP)
1981 - Me Dê o Gravador (LP)
1980 - O Rei da Munganga (LP)
1980 - As Riquezas do Brasil (LP)
1979 - Genival Lacerda (LP)
1979 - Não Despreze Seu Coroa (LP)
1978 - Cabeça Chata (LP)
1977 - O homem Que Tinha Três Pontinhos (LP)
1976 - Vamos Mariquinha (LP)
1976 - Genival Lacerda (LP)
1975 - Aqui Tem Catimberê (LP)
1974 - Ralador de Coco 'O Bom' (LP)
1973 - Tomaram Meu Amor (LP)
1972 - Mungangueiro Pra Daná Nº 2 (LP)
1971 - Mungangueiro Aloprado (LP)
1970 - O Senador do Rojão - Mungangueiro Pra Daná (LP)
1970 - Genival Lacerda e Lúcio Mauro - As Trapalhadas de Cazuza e Seu Barbalho - Música! Alegria! Humorismo! (LP)
1969 - Eu Sou Assim (LP)
1968 - O Senador do Rojão (LP)
1966 - Este é o Cobra do Norte (LP)
1965 - Meu Nordeste (LP)
1964 - O Rei da Munganga (LP)
1963 - Cajueiro Abalou / Tomaram o Meu Amor (Compacto)
1962 - Noé, Noé / Coco de Roda (Compacto)
1962 - Vasante da Maré / Coco da Cajarana (Compacto)
1962 - Salve Cosme e Damião / Rei do Cangaço (Compacto)
1962 - Mariá / O Delegado Deu Ordem (Compacto)
1962 - Forró de Zé Lagoa / Maria de Belém (Compacto)
1961 - Rojão Nacional / Eu Vou Pra Lua (Compacto)
1957 - Dança do Bombo / Balança o Coco (Compacto)
1956 - Coco de 56 / Dance o Xaxado (Compacto)
Filmografia
2009 - O Rei da Munganga ... Ele Mesmo (Documentário)
1990 - Beijo 2348/72 ... Cantor de Forró
1985 - Made In Brazil ... Cantor de Forró
1979 - Vamos Cantar Disco Baby ... Cantor de Forró
Wilson Fragoso foi um ator de rádio e televisão, nascido em Porto Alegre, RS, no dia 19/05/1929.
Wilson Fragoso iniciou sua carreira na TV Piratini e na TV Gaúcha, participando de teleteatros. Em busca de novas oportunidades partiu para São Paulo, fez testes na TV Tupi e foi aprovado para um pequeno papel na novela "Somos Todos Irmãos" (1966). Seu papel na trama, o Príncipe Raul, foi crescendo e no final nivelou-se aos protagonistas Sérgio Cardoso e Rosamaria Murtinho.
A partir daí transformou-se num dos mais importantes e prestigiados atores da emissora paulista, marcando presença em duas dezenas de novelas, com destaque para "Antônio Maria" (1969) e "Meu Rico Português" (1975), ambas de Geraldo Vietri, autor com quem teve várias parcerias.
Na TV Tupi, atuou em novelas como "O Rouxinol da Galiléia" (1968), "Nino, o Italianinho" (1969), "Simplesmente Maria" (1970), "Os Apóstolos de Judas" (1976) e "Gaivotas" (1979).
Com o fechamento da TV Tupi, passou a atuar em novelas do SBT e da TV Bandeirantes, onde fez seu último trabalho na televisão, na minissérie "O Cometa" (1989).
No cinema, atuou nos filmes "O Pequeno Mundo de Marcos" (1968), "Que Forma Estranha de Amar" (1977) e "Tiradentes, o Mártir da Independência" (1977).
Wilson Fragoso foi casado com atriz Elaine da Costa Alves 'Sônia Dalmare' (1961-1967), e tiveram três filhos: Zelvio Alexandre, Marco Antônio e Ricardo. Atualmente era casado com Ana Maria Silveira (1967-2019), e tiveram dois filhos: Fernando Tietê e Ana Claúdia.
Morte
Wilson Fragoso faleceu na terça-feira, 19/02/2019, aos 89 anos, em São Paulo, SP. Foi sepultado no cemitério do Araçá, Zona Oeste de São Paulo.
Rui Spohr, pseudônimo de Flávio Spohr, foi um estilista nascido em Novo Hamburgo, RS, no dia 23/11/1929.
Rui Spohr foi o primeiro estilista gaúcho a estudar moda em Paris, primeiramente na Chambre Syndicale de la Couture Parisienne, e posteriormente na École Guerre Lavigne, atual ESMOD.
De família tradicional, Flavio Spohr, posteriormente assumiu o pseudônimo Rui Spohr, foi criado dentro de padrões germânicos, pelos seus pais Albino Alfredo Spohr, empresário do polo calçadista, e Maria Hortência Hennemann Spohr, dona de casa. Irmão de José Gastão, Dulce Maria e Fredo Luiz, Rui nasceu fadado a ser padre ou militar, de acordo com os costumes da época. Com uma mente criativa e inconformada, ele acreditava que tivesse nascido cedo demais no século XX e no lugar errado.
Em 1943, aos 14 anos, Flávio Spohr começa a trabalhar na fábrica de calçados do pai. Em 1948, Flávio Spohr cria o pseudônimo Rui ao assinar uma coluna sobre moda para o jornal semanal NH, de Novo Hamburgo. Em 1949, Flávio muda-se para a capital do Estado, Porto Alegre, a fim de estudar Belas Artes na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e trabalhar no Citybank. Ainda em 1949 realiza seu primeiro desfile de moda com suas criações, em Novo Hamburgo, que ganhou destaque na Revista Globo, com suas próprias criações.
Em 1951, começou a trabalhar com a costureira Elaine Caldas, Rui é o desenhista da casa.
Em 1952, foi de navio para a França para estudar moda em Paris, sem ter fluência no idioma local, apenas com um nome e endereço de uma pessoa que o ajudaria e a referência dos seus familiares por parte de mãe na Alemanha. Nesse período, foi contemporâneo de nomes como Karl Lagerfeld e Yves Saint Laurent. Começou seu curso na Chambre Syndicale de La Couture Parisienne e posteriormente na École Guerre Lavigne (atual ESMOD) em Paris.
Em seu primeiro Natal longe de casa viajou até o vale do rio Mosela, afluente do Reno na Alemanha, a fim de encontrar seus parentes da família Treis - donos de vinhedos que passam de pai para filho desde 1602. Além de estreitar os laços com seus parentes alemães, Rui aprendeu in loco tudo o que sabia sobre vinho.
Em 1953, ainda em Paris, trabalhou como estagiário do chapeleiro Jean Barthet, que atendia as grandes grifes da capital francesa, além de criar para atrizes Josephine Baker, Catherine Deneuve, Sofia Loren, Brigitte Bardot, entre outras.
No ano de 1955, retornou ao Brasil, abriu seu primeiro ateliê especializado em chapéus e começou a assinar uma página dominical sobre moda no jornal A Hora, importante diário que originou o jornal Zero Hora. Ainda em 1955, apresentou suas criações em chapéus no Cotillon Club em Porto Alegre.
Três anos mais tarde, em 1958, passou a confeccionar roupas femininas em seu ateliê e realizou seu primeiro desfile de alta-costura, dentro do próprio ateliê, na Rua Pinto Bandeira, para clientes e mídia da local.
Em 04/02/1960, já em Porto Alegre, casou-se com Dóris Uhr Spohr, que primeiramente trabalhou como sua auxiliar no ateliê.
Em 1961, vestiu Bibi Ferreira (guarda-roupa particular) enquanto a atriz e cantora estava em cartaz no musical "My Fair Lady" no Theatro São Pedro, em Porto Alegre.
Em 1962, entrou para o "Time da Rhodia", grupo que reunia grandes nomes da moda no Brasil criando modelos que seriam produzidos com os tecidos que utilizavam os fios da empresa. Estas criações estrearam em um grande desfile na Feira Nacional da Indústria Têxtil (FENIT) e depois, viajaram ao exterior, para participar de desfiles e sessões de fotos das coleções a fim de divulgar a moda brasileira.
Em 1963, com o nascimento de Maria Paula Spohr, Rui tornou-se pai e em 1985 avô de Antônia Spohr Moro.
Em 1964, ganhou um editorial na revista Manchete, intitulado "Moda Gaúcha"
No ano de 1968, já consagrado como costureiro, criou o vestido de noiva para a brasileira Ieda Maria Vargas, Miss Universo 1963.
Em 1970 inaugurou sua Maison na Rua Miguel Tostes, em Porto Alegre, RS. Em 1971, durante o governo do presidente da República Emílio Garrastazu Médici, Rui Spohr é o responsável pelos trajes da primeira-dama, Srª Scyla Médici. Veste oficialmente também a primeira-dama do Rio Grande do Sul, Srª. Ecléa Fernandes Guazzelli. Em 1974, inaugura Confecções RD Ltda. Prêt-à-Porter para Rui Boutique.
Em 1986 criou os uniformes femininos da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, a polícia militar gaúcha, que são os mesmos usados até hoje.
No ano de 1988 começou a lecionar no curso de Estilismo do Calçado na Universidade Feevale (Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior) em Novo Hamburgo. Foi professor da cadeira Teoria dos Estilos. Permaneceu na instituição de ensino por oito anos.
Em 1989 criou o vestido de noiva para a modelo Deise Nunes, Miss Brasil 1986 e primeira mulher negra a receber o títulode beleza no país. Em 1995, o atelier Rui Spohr comemora 40 anos de atividades em moda. A etiqueta Rui e o Escritório de Arte Alto da Bronze realizam a exposição "Rui, Estilo em Fotos" reunindo trabalhos de diversos fotógrafos.
Em 1997 lançou sua biografia, "Memórias Alinhavadas", escrita em conjunto com a jornalista Beatriz Viegas-Farias.
Em 2000, participou da mostra "500 Anos de Design Brasileiro" na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Rui Spohr participou com dois vestidos em modelos geométricos retratando a década de 70, sendo o único estilista gaúcho a participar da exposição.
Entre 2004 e 2005 o Senac apresentou a mostra "Estilistas Brasileiros - Uma História de Moda", que "retrata a carreira de 34 grandes criadores da moda brasileira".
Em 2011 um vestido de sua autoria integrou a exposição "Moda no Brasil: Criadores Contemporâneos e Memórias", apresentada no Museu de Arte Brasileira em São Paulo, mantido pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).
Em 2015 foi lançada a coleção Cápsula Croquis, com uma variedade de lenços e camisetas estampadas pelos croquis do estilista. Destinado a um público jovem, essa coletânea incluiu um vídeo teaser com as novidades e com peças históricas do acervo da Maison. No mesmo ano, o livro "Moda e Estilo Para Colorir" foi criado, composto por 20 lâminas com desenhos icônicos de Rui Spohr para pintar.
Em matéria no jornal Zero Hora, Rui Spohr foi chamado de "O mais emblemático estilista do Sul. [...] Difícil haver em Porto Alegre alguém verdadeiramente interessado em moda que desconheça a trajetória de seu maior estilista".
Em 2017, entrou para a Academia Brasileira de Moda, em cerimônia no Rio de Janeiro. Em 2018, encerrou as atividades comerciais da loja Rui Spohr.
Seu trabalho já é estudado academicamente como uma referência, e participou de mostras de abrangência nacional, como a 500 Anos de Design Brasileiro (2000), na Pinacoteca do Estado de São Paulo, contribuindo com dois vestidos em modelos geométricos retratando a década de 70, sendo o único estilista gaúcho a participar da exposição.
Por muitos anos seu estilo ditou a moda porto-alegrense, e Renata Fratton Noronha, em artigo apresentado no 4º Encontro Nacional de Pesquisa Em Moda, relata o prestígio que adquiriu:
"Formou-se então junto ao público uma frase que marcou e que as pessoas repetiam: 'O Rui disse'. Querendo afirmar que com isso se 'Rui disse' não se discute. Outra expressão que ficou famosa, ainda naquela época: 'Rui é Rui'. Se uma pessoa admirasse uma roupa e a elogiasse para a dona, perguntando quem tinha feito ou onde ela havia comprado traje tão bonito, se a resposta fosse 'Rui', o comentário logo se seguia: 'Ah, bom! Rui é Rui'".
Morte
Rui Spohr faleceu na terça-feira, 30/04/2019, aos 89 anos Porto Alegre, RS. Ele estava internado desde a quarta-feira, 24/04/2019, no Hospital Mãe de Deus, debilitado pelo Mal de Parkinson e não resistiu a uma brônquio pneumonia.
O velório foi realizado no Theatro São Pedro, em cerimônia aberta ao público, das 12h30 às 17h00. A cerimônia de cremação foi reservada à família.
Angela Maria, nome artístico de Abelim Maria da Cunha, foi uma cantora e atriz brasileira, nascida em Macaé, RJ, no dia 13/05/1929. Expoente da Era do Rádio é considerada dona de uma das melhores vozes da Música Popular Brasileira (MPB).
Intérprete de canções como "Babalú" (Margarita Lecuona), "Gente Humilde" (Garotoe Vinicius de Moraes), "Cinderela" (Adelino Moreira) e "Orgulho" (Waldir Rocha e Nelson Wederkind), serviu como fonte de inspiração para artistas como Elis Regina, Djavan, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Cesária Évora, Gal Costa, além de ter sido, comprovadamente pelo Ibope, por um longo período, a cantora mais popular do Brasil e conquistado a admiração de personalidades como Édith Piaf, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Amália Rodrigues e Louis Armstrong.
Angela Maria nasceu em 13/05/1929 no interior fluminense, na cidade de Macaé, no distrito de Macabu. Em 1952 este distrito foi emancipado de Macaé, tornando-se a atual cidade de Conceição de Macabu.
De família muito humilde, sua mãe era dona-de-casa e seu pai, Albertino Coutinho da Cunha, pastor de uma igreja evangélica. Começou a cantar ainda adolescente no coro da Igreja Batista do bairro carioca do Estácio, onde seu pai era pastor. Na verdade, todos os seus irmãos cantavam durante os cultos religiosos. Sua voz, porém, era a mais apreciada. Aprendeu assim a amar a música e o universo das melodias. Durante sua infância e adolescência, devido a dificuldades financeiras, morou com a família nas cidades de Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti, em busca de uma vida melhor em cidades com mais recursos.
Durante a juventude trabalhou como inspetora em uma fábrica de lâmpadas, a General Eletric, onde soltava sua potente voz para encanto dos operários e desespero dos chefes. O sonho de ser cantora de rádio impulsionou sua decisão de participar de programas de calouros, o que causou um transtorno familiar. Segundo declaração da própria cantora, ao Jornal O Pasquim em 1976:
"...levei muitas surras de minha mãe porque ela não queria de jeito nenhum. Eu fugia de casa para participar de programas de calouros!"
Angela Maria foi também operária tecelã em uma indústria de tecidos.
Por ser ardorosa fã de Dalva de Oliveira, então no auge da carreira, passou a imitá-la, arrebatando assim todos os concursos de calouros em que se inscrevia. O problema estava no fato de que ninguém a queria contratar, já que era quase cópia de Dalva de Oliveira.
Decidida a abraçar a vida artística, largou escola, fábrica, igreja e foi morar com uma irmã no bairro carioca de Bonsucesso. Anos depois, recebeu de Getúlio Vargas o apelido de Sapoti. Um dia, ao encontrá-la, o então presidente da República lhe disse: "Menina, você tem a voz doce e a cor do sapoti".
Sua vida pessoal, sempre muito atribulada e freqüentemente rastreada pela imprensa, foi marcada por muitos casamentos. Apesar de não ter tido filhos, adotou algumas crianças, as quais sempre considerou como filhos legítimos.
Angela Maria sempre contou em entrevistas ter sofrido na vida pessoal. Nunca pôde ter filhos por problemas em seu útero, que descobriu ter ainda na adolescência. Foi constantemente alvo da mídia, que sempre tocava no assunto ou inventava boatos a deixando magoada, pois ela sempre quis ser mãe. Apesar de ter feito inúmeros tratamentos, nunca conseguiu engravidar.
Angela Maria foi casada por seis vezes, teve muitos namorados e revelou que sempre sofreu na mão de todos eles com humilhações e até agressões físicas, E disse que isso interferiu na sua carreira. A cantora revelou também que já tentou o suicídio. Contou que quase perdeu tudo, já que seu patrimônio era administrado por seus assessores e que mesmo dando o dinheiro a eles, não pagavam suas contas e a roubavam constantemente.
Em 1967, desesperada com sua vida, fugiu para São Paulo, e passou a ser cada vez mais roubada. Não dava sorte e sempre encontrava empresários golpistas e namorados ladrões. Porém deu a volta por cima anos depois, apesar de ter ficado muito tempo vivendo em grande pobreza, ganhando muito pouco, cantando em boates e tendo que complementar a renda fazendo faxina para sobreviver.
Angela Maria revelou que seu melhor amigo sempre foi Cauby Peixoto e que tinha uma grande admiração por Dalva de Oliveira.
Em 1979, com 51 anos e vivendo sozinha, conheceu um homem que mudaria sua vida: Um rapaz de 18 anos que mexeu com seu coração. Ele era noivo de uma moça da faixa etária dele, porém o garoto, chamado Daniel D'Angelo, gostou de Angela, abandonou a noiva e os dois passaram a ter um envolvimento amoroso intenso. Daniel ajudou Angela quando esta sofreu um novo golpe.
Eles foram morar juntos com poucos meses de namoro, até que em 13/05/2012, no dia do seu aniversário de 83 anos, e ele com 51, casaram-se oficialmente, no civil e na igreja. Ela foi pedida em casamento dias antes, e aceitou. Embora tenha sido pedida outras vezes, nunca quis se casar oficialmente, até aquele momento.
A celebração do casamento foi realizada com uma grande festa para os familiares e amigos. Angela Maria dizia que ele havia sido o único homem que lhe fez verdadeiramente feliz. A cantora era casada com Daniel desde 1979 e adotaram quatro filhos: Ângela Cristina, Lis Ângela, Rosângela e Alexandre.
Carreira
Em 1948, saiu de casa aos 19 anos para cantar no Dancing Avenida. Foi descoberta pelos compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira que a levaram para a Rádio Mayrink Veiga.
Iniciou sua carreira profissional cantando em diversos programas radiofônicos com o pseudônimo de Angela Maria, para que a família não descobrisse. Participou de vários deles, entre os quais "Pescando Estrelas", de Arnaldo Amaral, na Rádio Clube do Brasil, "Hora do Pato", de Jorge Cury, na Rádio Nacional, "Trem da Alegria", dirigido pelo Trio de Osso - Yara Salles, Lamartine Babo e Heber de Bôscoli -, na Rádio Nacional, "Papel Carbono", de Renato Murce, na Rádio Nacional, além do famoso programa de Ary Barroso, na Rádio Tupi.
Em sua primeira apresentação na rádio, esqueceu a letra, saiu do ritmo e, quase aos prantos, cantou o samba-canção "Fuga" (Renato de Oliveira). Pensou que perderia o emprego, mas a produção lhe deu o prazo de uma semana para criar um repertório próprio e deixar de imitar Dalva de Oliveira. Daí em diante, começou a revelar seu talento e originalidade.
Estreou em discos em 1951, gravando pela RCA Victor os sambas "Sou Feliz" (Augusto Mesquita e Ari Monteiro) e "Quando Alguém Vai Embora" (Cyro Monteiro e Dias da Cruz). No mesmo ano, gravou os boleros "Sabes Mentir" (Oton Russo), "Recusa" (Herivelto Martins), e os sambas "Segue" (Paulo Marques e Alice Chaves), "Meu Coração" (Augusto Mesquita e Jaime Florence), e "Meu Dono, Meu Rei" (Cyro Monteiro e Cândido Dias da Cruz). Nesse ano, sua gravação do samba "Não Tenho Você" (Paulo Marques e Ari Monteiro), bateu recordes de vendagem e lhe valeu o início de uma fase de grande sucesso.
Em 1952, gravou os sambas "Mestre da Vila" (Paulo Marques e Oton Russo), e "Tenha Pena de Mim" (Aldacir Louro e Anísio Bichara). Ainda em 1952, atuou no filme "Com o Diabo no Corpo".
Em 1953, lançou os sambas-canção "Nem Eu" (Dorival Caymmi), e "Só Vives Pra Lua" (Ricardo Galeno e Othon Russo). Nesse ano, transferiu-se para a gravadora Copacabana e fez sucesso com os sambas-canção "Fósforo Queimado" (Paulo Menezes, Milton Legey e Roberto Lamego), e "Orgulho" (Valdir Rocha e Nelson Wadekind). Obteve outro grande sucesso no mesmo ano com o samba-canção "Vida de Bailarina" (Chocolate e Américo Seixas). Nessa mesma época apresentou show com Dorival Caymmi na Boate Casablanca, na Praia Vermelha, RJ.
Em 1954, conseguiu outro sucesso com o bolero "Recusa" (Herivelto Martins). Gravou também nesse ano os sambas "Rio é Amor" (Bruno Marnet) e "Acordes Que Choram" (Othon Russo e Nazareno de Brito). Participou do filme "Rua Sem Sol", de Alex Viany, interpretando as músicas "Vida de Bailarina" e "Rua Sem Sol". Foi escolhida como a Melhor Cantora do Ano, foi eleita Rainha do Rádio, pela primeira vez, chegando a obter o total de 1.464.906 votos. Na ocasião, assim noticiou o jornal O Globo:
"Angela Maria assinalando uma apuração recorde de mais de um milhão de votos, inegavelmente a mais popular cantora do nosso broadcasting neste último ano, sagrou-se a Rainha do Rádio de 1954. A coroação da soberana terá lugar na próxima terça-feira, por ocasião do Baile do Rádio, a ser realizado no Teatro João Caetano"
Em 1955, gravou três sucessos: O tango "Adeus Querido" (Eduardo Patané e Floriano Faissal), o samba-canção "Escuta" (Ivon Curi) e a toada "Lábios de Mel" (Valdir Rocha). Nesse ano, foi escolhida Rainha dos Músicos e participou do filme "O Rei do Movimento" no qual cantou as músicas "Escuta" e "Francisco Alves". Nesse ano, o samba "Minha Vez Chegou!" (José Batista, Manoel Pinto e Noel Rosa de Oliveira), lançado na sua voz, foi escolhido por um júri reunido no Teatro João Caetano, como um dos 10 mais populares do carnaval daquele ano. Ainda em 1955, foi escolhida pelo crítico Silvio Túlio Cardoso através da coluna "Discos Populares" escrita por ele, para o jornal O Globo, como a Melhor Cantora do Ano, recebendo como prêmio um Disco de Ouro entregue em cerimônia no Goldem Room do Copacabana Palace.
Gravou em 1956 três discos em dueto com o cantor João Dias, interpretando as valsas "Serenta à Virgem Maria", "Mamãe" e "Deus Te Abençoe", as toadas "Papai Noel Esqueceu" e "Não Te Esqueças", e o samba-canção "É Quase Certo", todas da dupla David Nasser e Herivelto Martins. Nesse ano, obteve um novo sucesso no carnaval, com a gravação do samba "Fala Mangueira" (Mirabeau e Milton de Oliveira). Lançou dois LPs, "Ângela Maria Apresenta", cujo destaque foi "Eu Fui Ver" (Ary Barroso), e "Sucessos de Ontem na Voz de Hoje" no qual interpretou clássicos como "João Valentão" (Dorival Caymmi), "Lábios Que Beijei" (J. Cascata e Leonel Azevedo), "Linda Flor" (Henrique Vogeler, Marques Porto e Luiz Peixoto), "Ave Maria no Morro" (Herivelto Martins), "Vingança" (Lupicínio Rodrigues), "Da Cor do Pecado" (Bororó), "Feitiço da Vila" (Vadico e Noel Rosa), e "Terra Ceca" (Ary Barroso). Ainda em 1956, atuou nos filmes "O Feijão é Nosso", "Tira a Mão Daí" e "Fuzileiro do Amor", no qual cantou "Mentindo", "Fugitivos da Vida" e "Com Água na Boca". Nesse ano, foi escolhida pela revista Radiolândia, em votação que reuniu toda a equipe de redatores e repórteres, como A Melhor Cantora do Ano.
Em 1957, gravou o LP "Quando os Maestros de Encontram", nome de um programa de sucesso da Rádio Nacional no qual três maestros se revezavam na orquestração de sucessos. Fizeram parte desse disco, em que ela atuava ao lado dos grandes maestros da época, as músicas "Dora" (Dorival Caymmi), "Aos Pés da Cruz" (José Gonçalves e Marino Pinto), "Adeus... Cinco Letras Que Choram" (Silvino Neto), "Saia do Caminho" (Evaldo Rui e Custódio Mesquita), "Promessa" (Evaldo Rui e Custódio Mesquita), "Carinhoso" (Pixinguinha e João de Barro), "Caminhemos" (Herivelto Martins) e "Canta Brasil" (David Nasser e Alcyr Pires Vermelho). Ainda em 1957, ganhou o Prêmio Roquete Pinto escolhida como A Melhor Cantora do Ano. Atuou nesse ano em cinco filmes: "Rio Fantasia", "O Negócio Foi Assim", "Metido à Bacana", interpretando "Rainha da Cor", "Samba na Vila" e "Rio Zona Norte", filme de grande sucesso de crítica e de público no qual interpretou "Pretexto" e "Malvadeza Durão".
Em 1958, gravou com Waldir Calmon o LP "Quando os Astros se Encontram - Angela Maria e Waldir Calmon", disco no qual interpretou com o acompanhamento da orquestra de Waldir Calmon, músicas de maior sucesso à época, como "Na Baixa do Sapateiro" (Ary Barroso), "Risque" (Ary Barroso), "Vamos Maria, Vamos" (Antônio Almeida), "Briga de Amor" (Antônio Almeida), "Travesso" (Sylvio Mazzucca) e "Babalú" (Margarita Lecuona), um de seus maiores sucessos. Também nesse ano, gravou o LP "Para Você Ouvir e Dançar" no qual interpretou "Salve a Cabrocha" (Zé Kéti), "Duas Contas" (Garoto), "Nunca Mais" (Dorival Caymmi), "Por Causa de Você" (Dolores Duran e Tom Jobim), "Se Todos Fossem Iguais a Você" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e "Balada Triste" (Esdras Silva e Dalton Vogeler), com a qual obteve enorme êxito e que seria gravada meses depois por Agostinho dos Santos. Fez uma temporada em Buenos Aires ao lado do violonista Manuel da Conceição, apelidado de Mão-de-Vaca, e de quem gravou as músicas "Baião Diferente" e "Deus me Perdoe", parcerias com Augusto Mesquita.
Em 1959, a gravadora Copacabana lançou o LP "Angela Maria e Orquestra" reunindo músicas gravadas por ela em discos de 78 rpm como "Ontem e Hoje" (Irani de Oliveira), "Voltei" (Irani de Oliveira), "Flor de Madri" (Eduardo Patané), "Pretexto" (Horondino Silva e Augusto Mesquita), "Tédio" (Fernando César e Nazareno de Brito), "Intenção" (Lourival Faissal) e "Apaixonada" (Lourival Faissal). Ainda nesse ano, gravou o LP "Angela Maria Canta Sucessos de David Nasser", no qual interpretou sucessos do jornalista e compositor como "Atiraste Uma Pedra", (David Nasser e Herivelto Martins), "Carlos Gardel" (David Nasser e Herivelto Martins), "Francisco Alves" (David Nasser e Herivelto Martins), "Mamãe" (David Nasser e Herivelto Martins), "Canta, Brasil" (David Nasser e Alcyr Pires), "Esmagando Rosas" (David Nasser e Alcyr Pires), "Mãe Maria" (David Nasser e Custódio Mesquita), "Algodão" (David Nasser e Custódio Mesquita) e "Silêncio do Cantor" (David Nasser e Joubert de Carvalho). Também em 1959, atuou nos filmes "Dorinha no Society" e "Quem Roubou Meu Samba", no qual cantou "Poesia das Favelas". Neste ano ainda, sagrou-se campeã do carnaval carioca com o samba "Rolei, Rolei" (Milton Legey e Edu Rocha). Na ocasião, assim reportou o jornal O Globo datado de 24/02/1959:
"Com a aprovação do público que se comprimiu ontem nas dependências do Teatro João Caetano, foram dadas a conhecer as músicas campeãs do carnaval. A multidão aplaudiu a decisão do juri, que proclamou vencedores do carnaval o samba 'Rolei, Rolei', criação de Angela Maria, e a marcha 'Peço a Palavra' defendida por Mário Tupinambá"
Em 1960, gravou o LP "Angela Maria Apresenta Fernando César e Seus Amigos" no qual cantou músicas do compositor Fernando César como "Se Tem Que Ser", "Amar e Sofrer" e "Quando Eu Tiver Uma Estrela", e dele com parceiros como "Noite Chuvosa" (Fernando César e Britinho) e "Outro Amor Para Toda Vida" (Fernando César e Baden Powell).
Gravou em 1961 o LP "Quando a Noite Vem - Ângela Maria Uma Voz Para Milhões" cujo destaque foi "Os Olhinhos do Menino" (Luiz Vieira). Nesse ano lançou também um LP que trazia "Não Tenho Você" (Ary Monteiro e Paulo Marques), seu primeiro grande sucesso e uma compilação de músicas já lançadas anteriormente em discos de 78 rpm. Participou também dos filmes "América de Noite" e "Rumo à Brasília ou o Caminho da Wsperança" cantando "Os Olhinhos do Menino".
No ano de 1962, retornou para a gravadora RCA Victor e lançou dois LPs, "Incomparável" e "Ângela Maria Canta Para o Mundo". O segundo, disco de repertório romântico com composições como "Eu Não Disse" (Adelino Moreira), "Beijo Roubado" (Adelino Moreira), "Até Breve" (Adelino Moreira) e "Já Era Tempo" (Ary Barroso e Vinícius de Moraes). O destaque desse LP ficou por conta da marcha "A Lua é Camarada" (Armando Cavalcanti e Klécius Caldas), e que foi um dos maiores sucessos do carnaval do ano seguinte.
Em 1963, lançou os LPs "Presença de Ângela Maria" e "Ângela Maria Canta Para o Mundo - Vol. 2". No primeiro gravou "Prelúdio Pra Ninar Gente Grande" (Luiz Vieira), "O Menino e o Alçapão" (Armando Cavalcanti e Klécius Caldas), "Sempre o Luar" (Armando Cavalcanti e Klécius Caldas) e "Sabes Mentir" (Othon Russo). No segundo, cantou duas músicas do cancioneiro latino-americano, "Sin Palabras" (Discépolo e Moraes) e "Los Piconeros" (Mostazo, Parelló e Molleda).
O título do LP "Angela, a Maior Maria", lançado em 1964, mostra um pouco do sucesso popular que ela era na época. Desse disco fazem parte "Esta Noite Não" (Hélio Justo), "Estereofonia" (Hélio Justo) e "O Amor Mais Belo" (Hélio Justo), "A Felicidade Virá" (Orlandivo e Roberto Jorge), "Clarinada" (Armando Cavalcanti) e "Poeira do Caminho" (João Roberto Kelly e David Nasser).
Em 1965, alcançou outro grande êxito com o samba-canção "Boneca" (Celso Clóvis), gravado em LP de mesmo nome que marcou seu retorno para a gravadora Copacabana.
Em 1966, gravou "O Samba Vem Lá de Cima", disco em que cantou sambas como "Fogo no Morro" (José Batista e Monsueto), "Madrugada" (Zé Kéti), "Aquele Meu Lugar" (Raul Marques, Estanislau Silva e Monsueto) e "Minha Saudade" (Benil Santos e Raul Sampaio). Ainda nesse ano, gravou o LP "Ângela Maria Interpreta Boleros" com clássicos do gênero como "Cu Cu Ru Cu Paloma" (Tomás Mendes), "Nunca Jamais" (Lalo Guerrero), "Tu, Só Tu" (Felipe Valdez) e "Vereda Tropical" (Gonzalo Curiel). Participou do filme "Sete e Meio no Carnaval" interpretando a marchinha "Juvenal do Municipal". Também em 1966, conheceu outro grande sucesso com o samba-canção "Cinderela" (Adelino Moreira), lançado no LP "A Brasileiríssima".
Em 1967, fez sucesso com a marcha-rancho "Rancho de Lalá", do LP "Meu Amor é Uma Canção" e atuou no filme "Carnaval Barra Limpa".
Dois anos, em 1969, lançou o LP "Ângela em Tempo Jovem", onde gravou músicas de compositores ligados à Jovem Guarda, como "Somos Apaixonados" (Martinha), "Ali Na Rua Mesmo Tive Que Chorar" (Nelson Ned), "Se" (Antônio Marcos e Mário Lúcio), "Volte" (Marcos Roberto e Dori Edson), "Só Por Você" (Portinho e Alexandre Cirus), "Você Não Me Ama" (Agnaldo Timóteo), "Faça o Que Quiser de Mim" (Sérgio Reis), "O Brinquedo" (Carlos César), "Agora Logo Agora" (Monny), "Destinos Iguais" (Geraldo Nunes e Lino Reis) e "Você Sabia Amor?" (Roberto Rei).
Em 1970, lançou o LP "Ângela de Todos os Temas", no qual interpretou um repertório variado que teve como grande sucesso "Gente Humilde", canção composta nos anos 1940 pelo violonista Garoto, nome artístico de Aníbal Augusto Sardinha, que recebeu letra de Vinícius de Moraes. Faziam parte do disco também "Último Desejo" (Noel Rosa), "Viola Enluarada" (Paulo Sérgio Valle e Marcos Valle), "Noite de Temporal" (Dorival Caymmi), "Pra Dizer Adeus" (Edu Lobo e Torquato Neto), "Tardes em Lisboa" (Pinto Martins e Zequinha de Abreu), "Estou Procurando Uma Rima" (Martinha) e "Os Argonautas" (Caetano Veloso).
Entre 1971 e 1976 gravou quatro LPs tendo seu nome como título onde gravou músicas como "Meu Tolo Coração" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), "Velha Amiga" (Vinícius de Moraes e Toquinho), "Valsinha" (Vinícius de Moraes e Chico Buarque), "Violão de Pobre" (Lydia Pesce e Lina Pesce), "Pérola Negra" (Luiz Melodia), música da qual foi uma das primeiras a gravar, "Luzes" (Taiguara), "Encabulada" (Antônio Carlos e Jocafi), "Pequeno Concerto Para Um Grande Amor" (Tabú e Benito di Paula), "Velho Palhaço" (Fred Jorge), "Marina" (Dorival Caymmi), "Vá Mas Volte" (Wando) e "Nunca Mais" (Isolda e Milton Carlos).
Em 1973, participou do filme "Portugal... Minha Saudade", de Mazzaropi, interpretando a canção "Fim de Ano". O grande sucesso dessa fase foi o "Tango Pra Teresa" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), gravado em 1975 e que se tornou um clássico tanto do seu repertório quanto no dos compositores desse tango.
Angela Maria e o esposo Daniel D'Angelo
Em 1977, gravou os LPs "Os Mais Famosos Tangos" e "Os Mais Famosos Fados". No primeiro registrou, entre outras, "Ouvindo-te" (Vicente Celestino), "Fumando Espero" (Viladomat, F. Garso e Eugênio Paes), "Madresselva" (Amaori, Amarilda e F. Canaro) e "Don Estás Corazon" (P. Berto, L. M. Serrano e Ubirajara Silva). No segundo, fados como "Lisboa Antiga" (Vale, Galhardo e R. Portela), "Foi Deus" (Alberto Janes), "Tudo Isso é Fado" (Carvalho e Nazaré) e "Nem às Paredes Confesso" (Trindade e Antônio Ribeiro). Ainda nesse ano, fez o primeiro dos encontros em shows com Cauby Peixoto, uma sugestão do crítico Ricardo Cravo Albin ao diretor Augusto César Vannucci e do qual, após grande sucesso resultou em disco lançado logo em seguida.
Em 1978, transferiu-se para a gravadora EMI/Odeon e lançou o LP "Com Amor e Carinho".
Gravou com o cantor Agnaldo Timóteo, em 1979, o LP "Angela e Timóteo, Juntos" que teve como destaques as canções "Meu Primeiro Amor" (José Fortuna, Pinheirinho Jr. e H. Gimenes), "Meu Nome é Ninguém" (Luiz Reis e Haroldo Barbosa), "Canção da Criança" (René Bittencourt e Francisco Alves), "Brigas" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia) e a clássica guarânia "Cabecinha no Ombro" (Paulo Borges), em gravação de destaque na carreira artística dos dois.
Em 1980, gravou o LP "Apenas Mulher", faixa título de Gonzaguinha, e que tinha ainda, entre outras, "Tributo à Maysa" (José Messias), "Mormaço" (João Roberto Kelly), "Que Será" (Mário Rossi e Marino Pinto) e "O Rei de Ramos" (Francis Hime e Chico Buarque). Ainda em 1980, participou do especial "Grande Nomes" apresentado pela TV Globo e produzido por Daniel Filho. Na ocasião cantou acompanhada por uma orquestra com 30 músicos regida pelo Maestro Cipó. No especial cantou clássicos de seu repertório como "Orgulho" (Nelson Wedekind e Waldir Rocha), "Fósforo Queimado" (Paulo Menezes, Milton Legey e Roberto Lamego), "Recusa" (Herivelto Martins), "Vida de Bailarina" (Chocolate e Américo Seixas), canções novas naquela época como "Grito de Alerta" (Gonzaguinha), "Apenas Uma Mulher" (Gonzaguinha) e "Miss Suéter" (João Bosco e Aldir Blanc).
Em 1982, gravou com o cantor Cauby Peixoto o LP "Angela e Cauby", disco no qual cantaram, entre outas, "Começaria Tudo Outra Vez" (Gonzaguinha), "Eu Não Existo Sem Você" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), "Matriz ou Filial" (Lúcio Cardim), "Meu Bem Querer" (Djavan) e "Boa Noite Amor" (Francisco Mattoso e José Maria de Abreu). Nesse ano, lançou outro LP, "Estrela da Canção", onde cantou "Alma de Criança" (Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte), "Exemplo" (Lupicínio Rodrigues), "Depois de Ti" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia) e "Serenata Suburbana" (Capiba).
Angela Maria e o esposo Daniel D'Angelo
Gravou "Sempre Angela", música título, de Paulo Leminski, Fred Góes e Moraes Moreira, em LP lançado em 1983 e que tinha ainda as músicas "A Noite do Meu Bem" (Dolores Duran), "Ronda" (Paulo Vanzolini), duas das interpretações mais marcantes desses dois clássicos, "Não Haverá Mais Uma Vez" (Paulo Massadas e Michael Sullivan) e "Horizontes" (Mário Marcos e Antônio Marcos).
Em 1985 e 1987, lançou pela RGE dois LPs que traziam apenas seu nome como título nos quais deixou registradas canções como "A Grande Verdade" (Luiz Bittencourt e Marlene), "Até Parece Um Sonho" (Maxine e Odair José), "Trocando Venenos" (Ivor Lancellotti), "Tapas Na Cara" (Cazuza), "Velhos Tempos" (Paulo Massadas e Michael Sullivan), "O Bilhete" (Ivan Lins e Vitor Martins), "Passado e Futuro" (Sílvio César) e "Mais Um Cabelo Branco" (Erasmo Carlos).
Lançou em 1992, agora na gravadora BMG Ariola, o CD "Ângela e Cauby Ao Vivo", o terceiro dela e Cauby Peixoto juntos no qual interpretaram, entre outras, "Ave Maria No Morro" (Herivelto Martins), "Onde Anda Você" (Hermano Silva e Vinícius de Moraes), "Canta Brasil" (David Nasser e Alcyr Pires Vermelho) e "Nem Eu" (Dorival Caymmi), além de clássicos da carreira de cada um como "Babalú" (Margarida Lecuona) e "Conceição" (Dunga e Jair Amorim).
Em 1994, foi a homenageada do ano do Prêmio Sharp. Ainda nesse ano foi enredo da Escola de Samba Rosa de Ouro, de São Paulo.
A partir de 1995 fez diversos shows no Rio de Janeiro, acompanhada pelo conjunto Opus 5, apesar de seu forte ser mesmo espetáculos em casas mais populares, como churrascarias e boates.
Em 1996, lançou o álbum "Amigos", cantando com grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB) os maiores sucessos de sua carreira. O álbum, apresentado por Ricardo Cravo Albin, recuperou seu prestígio junto aos críticos mais rigorosos, vendeu mais de 500 mil cópias e recebeu o Prêmio Sharp na categoria Melhor Cantora Popular. Esse CD incluiu músicas como "Desabafo" (Erasmo Carlos e Roberto Carlos), "Lábios de Mel" (Waldir Rocha), "Noite Chuvosa" (Britinho), "Balada Triste" (Dalton Vogeler e Esdras Silva), "Kalu" (Humberto Teixeira) e "Fim de Comédia" (Ataulfo Alves).
Em 1997, gravou um tributo a Dalva de Oliveira, o CD "Pela Saudade Que Me Invade", que vendeu muito menos do que o anterior, apesar de ter sido produzido pelo mesmo José Milton, que incluiu clássicos do repertório de Dalva de Oliveira como "Que Será" (Mário Rossi e Marino Pinto), "Calúnia" (Marino Pinto e Paulo Soledade), "Errei Sim" (Ataulfo Alves), "Olhos Verdes" (Vicente Paiva) e "Bandeira Branca" (Laércio Alves e Max Nunes). Recebeu o Prêmio Sharp na categoria Melhor Cantora Popular pelo disco "Pela Saudade Que Me Invade".
Em 1999, gravou "Sempre Sucesso", em dupla com o amigo Agnaldo Timóteo, seu antigo motorista na década de 1950, 20 anos depois do primeiro álbum de estúdio que gravaram juntos. Fizeram parte desse CD canções como "Não Se Vá ("Tu T'em Vas)" (A . Barriere), "Mamãe" (Herivelto Martins e David Nasser) e "Cabecinha No Ombro" (Paulo Borges). O CD contou ainda com as participações especiais de Fagner na faixa "Deslizes" (Paulo Massadas e Michael Sulllivan), Chitãozinho e Xororó na faixa "Índia" (Guerrero e Flores), Fábio Jr. em "Alma Gêmea" (Peninha) e Cauby Peixoto nas faixas "Ninguém é de Ninguém" (Toso Gomes, Umberto Silva e Luiz Mergulhão) e "A Noiva (La Noiva)" (J. Pietro) com versão de Fred Jorge.
Angela Maria chegou a ser eleita por unanimidade, em pesquisa do Ibope, a cantora mais popular do Brasil. Dedicou-se a interpretar principalmente sambas-canções, mas também gravou muitos boleros, tangos e versões de baladas e músicas espanholadas e italianas. Ao longo da carreira gravou mais de 100 discos entre 78 rpm, LPs e CDs. Seu repertório até 1962 é considerado por alguns críticos como mais sofisticado, embora tenha sido sempre uma cantora popular.
Na década de 1970, foi considerada uma cantora cafona pela crítica. Nessa época, muitos jovens compositores consolidavam sua carreira dentro de uma estética mais moderna, introduzida pelos movimentos da Bossa Nova e da Tropicália, o que não a abalou. Seguiu dentro de seu estilo de cantora romântica, com ênfase em boleros e sambas-canções. Continuou sendo cultuada por sua legião de fãs, embora tivesse menos espaço na mídia.
Angela Maria e Cauby Peixoto
Angela Maria foi talvez a única cantora da chamada Era do Rádio, dos anos 1950 que conseguiu obter grandes sucessos de vendagem e execução nas décadas seguintes. Entre seus maiores sucessos estão "Nem Eu" (Dorival Caymmi), "Orgulho" (Waldir Rocha e Nelson Wederkind), "Lábios de Mel" (Waldir Rocha), "Vida de Bailarina" (Américo Seixas e Chocolate), "Abandono" (Margarita Lecuona), "Babalu" (Margarita Lecuona), "Fósforo Queimado" (Paulo Marques, Milton Legey e Roberto Lamego) e "Garota Solitária" (Adelino Moreira). Continuou se apresentando em shows e em programas de TV, ainda mantendo uma fiel legião de fãs.
Em 2000 cantou com Cauby Peixoto em show na praia de Copacabana, comemorativo aos 103 anos do bairro de Copacabana.
Em 2001 foi homenageada pela Banda de Ipanema por ocasião dos seus 50 anos de carreia, tendo desfilado pelas ruas de Ipanema em cima de um trio elétrico.
Em 2002, fez temporada de duas semanas com o cantor Cauby Peixoto no Teatro Rival Petrobras, interpretando grandes sucessos de sua carreira como "Gente Humilde" e "Babalu". No mesmo ano, comemorou 50 anos de carreira com show no Teatro Rival Petrobras acompanhada por Fernando Costa no teclado, Cleto Pasiva na bateria, Césão no baixo e Juarez Araújo no sax e na flauta.
Em 2003, lançou pelo selo Lua Discos o CD "Disco de Ouro", com arranjos do pianista Keko Brandão, no qual escolheu livremente o repertório e gravou "Sozinho" (Peninha), "Por Causa de Você" (Tom Jobim e Dolores Duran), "Olha" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), "Dores de Amores" (Luiz Melodia), "Como Uma Onda" (Lulu Santos e Nelson Motta) e "Faz Parte do Meu Show" (Cazuza e Renato Ladeira).
Em 2010, foi lançado pela EMI Music, dentro da série Grandes Nomes, o DVD "Angela Maria: Abelim Maria da Cunha", contendo o show realizado por ela em 1980 para a TV Globo, onde interpretou "Inspiração" (Bruno Marnet), "Gosto do Passado" (Mariozinho Rocha, Renato Corrêa e Cláudio Cavalcanti), "Grito de Alerta" (Gonzaguinha), "Apenas Mulher" (Gonzaguinha), "Encantamento" (Othon Russo e Nazareno de Brito), "Fósforo Queimado" (Paulo Menezes, Milton Legey e Roberto Lamego), "Escuta" (Ivon Curi), "Orgulho" (Nelson Wederkind e Waldir Rocha), "Que Será" (Marino Pinto e Mário Rossi), "Tango Pra Teresa" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), "Vida de Bailarina" (Chocolate e Américo Seixas), "Miss Suéter" (João Bosco e Aldir Blanc), que contou com a participação de João Bosco, "Amendoim Torradinho" (Henrique Beltrão), "Amor, Meu Grande Amor" (Ângela Ro Ro e Ana Terra) e "Me Acalmo Danando" (Ângela Ro Ro), que contaram com a participação de Ângela Ro Ro.
Em 2011, foi relançado pelo selo Micro Service, que adquiriu o direito de comercializar por cinco anos o catálogo da gravadora Copacabana, o LP "Angela Popular Brasileira" lançado na década de 1970 no qual a cantora interpreta sucessos de Chico Buarque, Tom Jobim, Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes e Edu Lobo. Também em 2011, aos 82 anos de vida e 60 de carreira lançou o CD "Eu Voltei", o primeiro desde que lançou "Disco de Ouro" em 2003.
Segundo o crítico Mauro Ferreira, "A Ângela Maria de 'Eu Voltei' é a intérprete elegante que canta o amor (e as dores decorrentes dele) em apropriados tons baixos e suaves". Estão presentes no CD, entre outras, as músicas "Bar da Noite" (Haroldo Lobo e Bidu Reis), "A Chuva Caiu" (Tom Jobim e Luiz Bonfá), "Espelho de Camarim" (Ivan Lins e Vitor Martins), "Muito Estranho" (Dalto e Cláudio Rabello) e "Eu Não Sei" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia).
Em 2013, foi lançado pela Lua Music, em parceria com o Canal Brasil o DVD "A Estrela da Canção Popular", o primeiro da cantora que contabilizou seus 62 anos de carreira. De caráter documental, o DVD apresenta o show gravado em São Paulo, em 2012, e outras imagens históricas e raras da Sapoti, como ficou conhecida a cantora. A gravação de "Babalú", feita em 1975, para o programa Fantástico da TV Globo, além de cena dos filmes "Fuzileiros do Amor" (1956) e "Rio Fantasia" (1957), e ainda uma entrevista na qual conta sua trajetória artística. Estão presentes nesse DVD as interpretações para "O Portão" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), "Gente Humilde" (Garotoe Vinicius de Moraes), "Esse Cara" (Caetano Veloso), "Pra Você" (Sílvio César), "Não Tenho Você" (Paulo Marques e Ari Monteiro), "Vida de Bailarina" (Chocolate e Américo Seixas), "Bar da Noite" (Bidú Reis e Haroldo Barbosa), "Lábios de Mel" (Waldir Rocha), "Escuta" (Ivon Curi), "Menino Grande" (Antônio Maria), "Mamãe" (Herivelto Martins e David Nasser), "Cinderela" (Adelino Moreira), "Carinhoso" (Pixinguinha e João de Barro), "Brigas" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), "Abandono" (Nazareno de Brito e Presyla de Barros), "Orgulho" (Nelson Wederkind e Waldir Rocha), "Falhaste Coração (Fallaste Corazón)" (Cuco Sanchez), versão de Luis Carlos Gouveia, e "Babalú" (Margarita Lecuona).
Em 2014, apresentou, no Teatro Net Rio e no Teatro Rival BR, o show "Eu Voltei", no qual, acompanhada pelo violonista Ronaldo Rayol interpretou seus grandes sucessos, além de gravações novas.
Em 2015, lançou no Teatro Net Rio, no bairro de Copacabana, o CD "Angela à Vontade Com Voz e Violão", no qual, ao lado do violonista Ronaldo Rayol, interpretou clássicos da música popular brasileira, tais como "Nunca" (Lupicínio Rodrigues), "Retalhos de Cetim" (Benito di Paula), "Tango Para Tereza" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), "As Rosas Não Falam" (Cartola), "Gente Humilde" (Garotoe Vinicius de Moraes), "Só Louco" (Dorival Caymmi), entre outras. Em seguida, a cantora deu início a uma turnê nacional que incluiu shows em cidades como Santos, São Paulo e Salvador. Ainda no mesmo ano, fez uma participação especial no show do lançamento do CD "Eternas Canções", do cantor Márcio Gomes, no Imperator, casa de espetáculos do bairro carioca do Méier.
Em 2016, retornou ao Teatro Bradesco, em São Paulo, ao lado do cantor Cauby Peixoto no show "120 Anos", no qual ambos comemoram os respectivos 60 anos de carreira. Acompanhdos pelos músicos Alexandre Vianna (piano), Eric Budney (baixo), Ronaldo Rayol (violão), Jabes Felipe (bateria), Michel Machado (percussão) e Marcelo Monteiro (sopros), interpretaram sucessos como "Vida da Bailarina", "Cinderela", "Gente Humilde", "Bastidores", "Babalú" e "Conceição".
Em 2017, gravou pelo selo Biscoito Fino o CD "Angela Maria e as Canções de Roberto & Erasmo" no qual interpretou as composições "Você Em Minha Vida", "Sua Estupidez", "Sentado à Beira do Caminho", "Desabafo", "Não se Esqueça de Mim", "Despedida", "Eu Disse Adeus", "Jovens Tardes de Domingo", "O Show Já Terminou" e "Como é Grande o Meu Amor Por Você".
Em 2018, às vésperas de completar 89 anos, apresentou na Sala Municipal Baden Powell, no bairro de Copacabana, o espetáculo "Angela Maria e as Canções de Roberto e Erasmo", interpretando clássicos da dupla como "Você Em Minha Vida", "Sua Estupidez" e "Como é Grande o Meu Amor Por Você", alem de relembrar seus grandes sucessos, entre os quais, "Gente Humilde" e "Lábios de Mel". Ainda em 2018 recebeu duas indicações ao Prêmio da Musica Popular, a de Melhor Álbum na categoria Canção Popular pelo CD "Canções de Roberto e Erasmo", e o de Melhor Cantora pelo mesmo disco.
Morte
Angela Maria faleceu aos 89 anos no fim da noite de sábado, 29/09/2018, no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, SP. Após 34 dias de internação, ela não resistiu a uma infecção generalizada e a uma parada cardíaca.
Segundo o marido:
"No dia 25 de agosto, ela passou mal, e acabei levando ela para o hospital. Ela não queria ir, de jeito nenhum, afirmando: 'Tenho show hoje!'. E a coisa era mais complicada, ela teve uma infecção abdominal que evoluiu e foi tomando conta dos órgãos. Ela lutou, teve um AVC, e depois de 10 dias sem voltar, fizeram uma ressonância e viram outro AVC mais complicado. Foram 34 dias de hospital."
O marido de Angela Maria, o empresário Daniel D'Angelo, divulgou um vídeo emocionado no Facebook falando sobre a morte da cantora.
"É com meu coração partido que eu comunico a vocês que a minha Abelim Maria da Cunha, e a nossa Angela Maria, partiu, foi morar com Jesus!"
(Daniel D'Angelo emocionado, ao lado de Alexandre, um dos filhos adotivos do casal e de um outro rapaz)
No velório ocorrido na manhã de domingo, 30/09/2018, Daniel D'Angelo, lamentou a perda da mulher, após dias de sofrimento.
Segundo Daniel D'Angelo, Angela Maria será sepultada ao lado de Cauby Peixoto. O jazigo que ela usará foi usado por Cauby Peixoto, quando o cantor morreu há dois anos, emprestado pela família de Angela Maria.
"Ela vai ficar ao lado do marido musical dela. O céu hoje está em festa, o céu hoje está maravilhoso hoje!"
(Daniel D'Angelo)
O corpo de Angela Maria foi sepultado às 16h20 de domingo, 30/09/2018, no Cemitério Congonhas, na Zona Sul de São Paulo.
"A despedida foi uma coisa muito marcante. Vivíamos há 40 anos juntos, éramos muito juntos. Eu desci para a lanchonete para tomar café uns 45 minutos, que era o tempo de darem banho e trocar ela. E quando subi na UTI, tinha uma médica ao lado e uma enfermeira. Eu vi o cobertor e toquei o pé dela. A médica disse: 'Seu Daniel, o coração dela parou. O senhor pode sair?' Eu não acreditei! Ela teve uma parada cardíaca. Ela já estava bem fraquinha. Nós somos egoístas de querermos quem a gente ama ao nosso lado sempre. Mas foram 34 dias de sofrimento para ela!"
(Daniel D'Angelo)
Discografia
[S/D] - 16 Seleções de Sucessos - Ângela Maria (CD)
[S/D] - Angela Maria - 16 Seleções de Sucessos (Copacabana, CD)
[S/D] - Grandes Sucessos de Angela Maria (EMI, CD)