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Prudente de Moraes

PRUDENTE JOSÉ DE MORAES BARROS
(61 anos)
Advogado, Político e Presidente do Brasil

* Itu, SP (04/10/1841)
+ Piracicaba, SP (03/12/1902)

Prudente José de Moraes Barros, foi um advogado e político brasileiro. Foi presidente do estado de São Paulo (cargo equivalente ao de governador), senador, presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1891, terceiro presidente do Brasil, tendo sido o primeiro político civil a assumir este cargo e o primeiro a fazê-lo por força de eleição direta.

Prudente de Moraes representava a ascensão da oligarquia cafeicultora e dos políticos civis ao poder nacional, após um período de domínio do poder executivo por parte dos militares, no qual essa oligarquia mantinha-se dominando apenas o poder Legislativo.

Formação e Início de Carreira

Prudente de Moraes nasceu nos arredores da cidade paulista de Itu em 04/10/1841, sendo descendente dos primeiros colonizadores de São Paulo. Seus pais eram José Marcelino de Barros e Catarina Maria de Moraes, fazendeiros. Em 1844, com menos de três anos de idade, Prudente de Moraes perdeu o pai, assassinado por um escravo quando estava viajando como tropeiro nas proximidades da cidade de São Paulo. Sua mãe casou-se com o viúvo Caetano José Gomes Carneiro.

Prudente de Moraes graduou-se em direito na Universidade de São Paulo em 1863, e, no mesmo ano, transferiu-se para Piracicaba, SP, onde exerceu advocacia durante dois anos. Em 28/05/1866, Prudente de Moraes casou-se com Adelaide Benvinda na residência dos pais dela em Santos, SP. Após o casamento, fixaram-se em Piracicaba, e atualmente, a residência onde viveram tornou-se o Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes.

Prudente de Moraes teve nove filhos com Adelaide, sendo que dois faleceram na menoridade, Teresa e Maria Jovita, falecidas, respectivamente, aos onze e um ano de idade. Além desses nove filhos, Prudente de Moraes teve um filho fora do casamento na época em que era estudante de direito, este chamava-se José.

No Império, pertenceu ao Partido Liberal (PL), monarquista. Elegeu-se vereador, sendo o mais votado, com 420 votos em 1864, presidindo a Câmara Municipal de Piracicaba. Em 1877, no exercício de vereador, Prudente de Moraes conseguiu mudar o nome da cidade, que na época chamava-se Vila Nova da Constituição, e passou a denominar-se Piracicaba.

Em 1873, transferiu-se para o Partido Republicano Paulista (PRP), declarando-se republicano, tendência que representou na Assembleia Provincial.

Foi deputado provincial em São Paulo e deputado à Assembleia Geral do Império, defendendo, além da forma republicana de governo, o abolicionismo e o federalismo. Como deputado provincial trabalhou na complexa questão das divisas de São Paulo com Minas Gerais, tema no qual era especialista.

Prudente de Moraes (no centro) preside a Constituinte republicana
Óleo de Aurélio de Figueiredo (Museu da República, Rio de Janeiro)
No Início da República

Proclamada a república, foi nomeado por Deodoro da Fonseca chefe da junta governativa que governou São Paulo de 16/11 a 14/12/1889, nomeado em seguida governador, permanecendo no cargo até 18/10/1890, quando renunciou para assumir uma cadeira no senado.

No governo de São Paulo, reorganizou e modernizou a administração, especialmente o Tesouro e o Arquivo do Tesouro, ampliou Força Pública, sendo que a transição para a república em São Paulo, com a nomeação de novos administradores, secretários e intendentes municipais ocorreu em tranquilidade. Reorganizou a Escola Normal, que deu origem à Escola Normal Caetano de Campos.

Chegou a ser vice-presidente do Senado, e presidiu a Assembleia Constituinte de 1890-1891. Elaborada a Constituição, disputou com Deodoro da Fonseca a presidência da república, sendo derrotado.

Após a derrota para Deodoro da Fonseca, eleito indiretamente com 129 votos contra 97, Prudente de Moraes presidiu o Senado até o fim do seu mandato.

Na Presidência da República

Na disputa pela sucessão de Floriano Peixoto, que chegara à presidência devido ao golpe de 23/11/1891, candidatou-se pelo Partido Republicano Federal (PR Federal), fundado pelo paulista Francisco Glicério em 1893. Venceu as eleições presidenciais de 01/03/1894 e tomou posse no dia 15/11/1894, tornando-se o primeiro presidente do Brasil a ser eleito pelo voto direto e o primeiro presidente civil do Brasil. Prudente de Moraes teve 276.583 votos contra 38.291 de seu principal competidor Afonso Pena, em uma eleição que teve mais 29 políticos que foram votados. Seu vice-presidente foi o médico Manuel Vitorino Pereira. A sua eleição marcou a chegada ao poder da oligarquia cafeeira paulista em substituição aos setores militares.

Os quatro anos de governo de Prudente de Moraes foram agitados, tanto por problemas político-partidários (a perda do apoio do Partido Republicano Federal) como pela oposição dos setores florianistas e pela continuação, no Rio Grande do Sul, da Revolta Federalista (1893-1895).

Prudente de Moraes dedicou todos os seus esforços à pacificação das facções, que tinham em seus extremos os defensores do governo forte de Floriano Peixoto e os partidários da monarquia. Durante seu governo, abandonou uma a uma as medidas inovadoras de Floriano Peixoto. Essa cautela de Prudente de Moraes foi necessária, já que os florianistas ainda tinham uma certa força, principalmente no Exército. Além disso, o vice-presidente estava ligado às ideias de Floriano Peixoto. Prudente de Moraes imprimiu uma direção ao governo que atendia mais aos cafeicultores e afastava os militares da política.

Mandato (1894-1898)

No início do seu governo conseguiu pacificar a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, assinando a paz com os rebeldes, que receberam anistia.

Em 1896, enfrentou a questão diplomática envolvendo os ingleses, que acharam por bem tomar posse da Ilha da Trindade em 1895, e a revolta da Escola Militar. Fez então valer sua autoridade: fechou a escola e o clube militar. A questão diplomática foi resolvida favoravelmente ao Brasil.

Prudente de Moraes restabeleceu as relações com Portugal e assinou o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação com o Japão, em novembro de 1895, com o objetivo de incitar a vinda de imigrantes japoneses.

Mas pouco tempo depois enfrentaria um movimento rebelde ainda maior: a Guerra de Canudos, no sertão baiano.

Obrigado a submeter-se a uma cirurgia, se afastou do poder entre 10/11/1896 e 04/03/1897, passando o cargo ao vice-presidente, o médico Manuel Vitorino Pereira. Nesta interinidade, Manuel Vitorino transferiu a sede do governo do Palácio Itamaraty para o Palácio do Catete.

Com a vitória dos amotinados de Antônio Conselheiro sobre várias expedições militares, a situação voltou a deteriorar-se. Prudente de Moraes interrompeu então a convalescença e nomeou ministro da Guerra o general Carlos Machado Bittencourt, que liderou nova expedição e derrotou os rebeldes.

As divergências internas no Partido Republicano Federal (PR Federal) e a Guerra de Canudos desgastaram o governo. Mesmo com a vitória das tropas do governo na guerra, os ânimos não se acalmaram.

Em 05/11/1897, durante uma cerimônia militar, sofreu um atentado contra a sua vida praticado por Marcellino Bispo de Mello. Escapou ileso, mas o seu ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, faleceu defendendo a vida de Prudente de Moraes. O presidente decretou, então, estado de sítio, para o Distrito Federal, Rio de Janeiro e Niterói, conseguindo assim livrar-se dos oposicionistas mais incômodos.

As dificuldades econômico-financeiras, herdadas da crise do encilhamento, acentuaram-se em sua administração, sobretudo devido aos gastos militares, aumentando as dívidas com os credores estrangeiros.

Com a assessoria de seus ministros da Fazenda, Rodrigues Alves e Bernardino de Campos, negociou com os banqueiros ingleses a consolidação da dívida externa, operação financeira que ficou conhecida como Funding Loan, base da política executada por Joaquim Murtinho nos quatro anos seguintes.

No plano da política externa, resolveu, favoravelmente, para o Brasil a questão de limites com a Argentina, arbitrada pelo presidente norte-americano Grover Cleveland e na qual se destacou o representante brasileiro, o Barão do Rio Branco.

Vida Após a Presidência e Homenagens

Prudente de Moraes desfrutava de grande popularidade ao fim do mandato, em 15/11/1898, quando passou o cargo de Presidente da República a Campos Salles e retirou-se para Piracicaba, onde exerceria a advocacia por alguns anos.

Faleceu devido a uma tuberculose em 03/12/1902. Prudente de Moraes está enterrado no Cemitério da Saudade, localizado na cidade de Piracicaba, SP.

É homenageado dando seu nome à cidade de Presidente Prudente, SP, Prudentópolis, PR e Prudente de Moraes, MG.


Ministros de Estado


Ministério da Justiça e Negócios Interiores:

  • Antônio Gonçalves Ferreira (15/11/1894 - 30/08/1896)
  • Alberto de Seixas Martins Torres (30/08/1896 - 07/01/1897)
  • Bernardino José de Campos Júnior (Interinamente: 07/01/1897 - 19/01/1897)
  • Amaro Cavalcanti (19/01/1897 - 15/11/1898)

Ministério da Marinha:

  • Almirante Eliziário José Barbosa (15/11/1894 - 21/11/1896)
  • Manuel José Alves Barbosa (21/11/1896 - 15/11/1898)

Ministério da Guerra:

  • General de Divisão Bernardo Vasques (15/11/1894 - 23/11/1896)
  • General de Brigada Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira (Interinamente: 23/11/1896 - 04/01/1897)
  • General de Brigada Francisco de Paula Argolo (04/01/1897 - 17/05/1897)
  • Marechal Carlos Machado Bittencourt (17/05/1897 - 05/11/1897)
  • General de Divisão João Tomás de Cantuária (06/11/1897 - 15/11/1898)

Ministério das Relações Exteriores:

  • Carlos Augusto de Carvalho (15/11/1894 - 01/09/1896)
  • Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira (01/09/1896 - 15/11/1898)

Ministério da Fazenda:


Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas:

  • Antônio Olinto dos Santos Pires (15/11/1894 - 20/11/1896)
  • Joaquim Duarte Murtinho (20/11/1896 - 01/10/1897)
  • Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira (01/10/1897 - 13/11/1897)
  • Sebastião Eurico Gonçalves de Lacerda (13/11/1897 - 27/06/1898)
  • Marechal Jerônimo Rodrigues de Morais Jardim (27/06/1898 - 15/11/1898)

João Havelange

JEAN-MARIE FAUSTIN GOEDEFROID HAVELANGE
(100 anos)
Advogado, Empresário, Atleta e Dirigente Esportivo

☼ Rio de Janeiro, RJ (08/05/1916)
┼ Rio de Janeiro, RJ (16/08/2016)

Jean-Marie Faustin Goedefroid Havelange, mais conhecido como João Havelange, foi um advogado, empresário, atleta e dirigente esportivo brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 08/05/1916.

João Havelange praticou natação e polo aquático profissionalmente, obtendo uma medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1955. Como dirigente, João Havelange destacou-se por ser o sétimo presidente da Fédération Internationale de Football Association (FIFA), de 1974 a 1998, precedido no cargo por Sir Stanley Rous e sucedido por Joseph Blatter.

De 1963 a 2011, João Havelange foi membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Em 1998, ele foi eleito presidente de Honra da Fédération Internationale de Football Association (FIFA), sendo também torcedor e presidente de honra do Fluminense.

Filho do belga Faustin Havelange, um comerciante de armas radicado no Rio de Janeiro, onde possuía uma grande propriedade que se estendia pelos atuais bairros de Laranjeiras, Cosme Velho e Santa Teresa, desde a infância se dedicou aos esportes.

No Fluminense, foi escoteiro e atleta, infantil, juvenil e adulto, destacando-se em vários esportes, inclusive no futebol, pois em 1931 foi campeão carioca juvenil. Ainda nesta década graduou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF) e competiu como nadador nas Olimpíadas de Berlim, em 1936.

Brilhou como jogador de pólo aquático em Helsinque, Finlândia, em 1952, além de comandar a delegação brasileira em Melbourne, Austrália, em 1956. Posteriormente, foi dirigente de esporte, inicialmente na Federação Paulista de Natação, já que residia em São Paulo na época, em 1948.

Quando retornou ao Rio de Janeiro em 1952, se tornou presidente da Federação Metropolitana de Natação e vice-presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD). A essa época já havia se formado advogado e além de acionista, ocupava o cargo de diretor executivo da Viação Cometa, tradicional empresa de transporte rodoviário de passageiros que opera nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.

CBD e COI

De 1956 a 1974 presidiu a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que congregava, à época, 24 esportes e não somente o futebol. Durante este período, o futebol brasileiro conheceu o ápice de sua história: Consagrou-se Tricampeão Mundial de Futebol com a conquista das Copas do Mundo de 1958, na Suécia de 1962, no Chile, e de 1970, no México.

João Havelange, filho de um belga comerciante de armas, afirmou em entrevista no programa do SporTV, "Histórias Com Galvão Bueno", que após a morte de seu pai, recebeu convite de uma empresa belga para dar continuidade aos negócios do comércio de armas, mas não aceitou tal convite por ter verdadeira aversão a armas, por se tratar de instrumento de morte e violência. João Havelange declarou que nunca possuiu uma arma em sua vida.

Em 01/09/1960 foi eleito Comendador da Ordem da Instrução Pública e a 28/02/1961 foi eleito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

João Havelange foi eleito para o Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1963 e, com mais de 40 anos de mandato ininterrupto, foi decano desse órgão. Foi um dos dois únicos brasileiros que foram membros do Comitê Olímpico Internacional, juntamente com o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman.

Os membros brasileiros no Comitê Olímpico Internacional (COI), desde a sua criação, até 2012, são os seguintes:
  • Raul do Rio Branco, de 1913 a 1938
  • Arnaldo Guinle, de 1923 a 1961
  • Antonio do Prado Júnior, de 1938 a 1955
  • José Ferreira dos Santos, de 1923 a 1963
  • João Havelange, de 1963 a 2012
  • Sylvio de Magalhães Padilha, de 1963 a 2002 (de 1995 a 2002 como membro honorário)
  • Carlos Arthur Nuzman, de 2000 a 2012


Carlos Arthur Nuzman completou 70 anos em 17/03/2012, pelo que, segundo a Carta Olímpica, ao final do ano deixaria de ser membro efetivo do Comitê Olímpico Internacional e passaria a integrar a entidade como membro honorário.

Desses membros, José Ferreira dos Santos e Sylvio de Magalhães Padilha integraram a Comissão Executiva do Comitê Olímpico Internacional. Sylvio de Magalhães Padilha foi, também, vice presidente do Comitê Olímpico Internacional, de 1975 a 1979.

A 13/11/1963 foi elevado a Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública.

Em 2011, renunciou, dias antes da entidade anunciar decisão sobre casos de corrupção que envolviam seu nome.

Presidente da FIFA

Eleito para a Fédération Internationale de Football Association (FIFA) em 1974, permaneceu à frente da entidade até 1998. Organizou seis Copas do Mundo, visitou 186 países e trouxe a China, desligada por mais de 25 anos por razões políticas, de volta à FIFA. Criou também os Campeonatos Mundiais de Futebol nas categorias infanto-juvenil, juvenil, juniores e feminina.

Neste período, torna-se amigo de Horst Dassler, herdeiro da marca esportiva Adidas, e dono da ISL, considerada a maior empresa de marketing esportivo do mundo, que comercializa os direitos de televisionamento e publicidade das Copas do Mundo de futebol e das Olimpíadas.

A 21/06/1991 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito.

Quando deixou a Presidência da FIFA, em 1998, já eleito Presidente de Honra, passou a se dedicar ao trabalho filantrópico junto às Aldeias Internacionais SOS, patrocinado pela entidade em 131 países.

Em abril de 2013, aos 96 anos de idade, renunciou à Presidência de honra da FIFA para escapar de qualquer punição por seu envolvimento em casos de corrupção naquela federação.

Acusações de Corrupção

No livro "Foul! The Secret World Of FIFA: Bribes, Vote-Rigging And Ticket Scandals", lançado em 2006, o jornalista investigativo Andrew Jennings descreve João Havelange como um dirigente corrupto. Segundo Andrew Jennings, o filho do fundador e ex-diretor da Adidas, Horst Dassler, comprou votos de delegados indecisos na primeira eleição de João Havelange. Dois anos depois, o brasileiro retribuiu o favor entregando a Horst Dassler o poder exclusivo sobre a comercialização dos principais torneios mundiais.

Prêmios

Dirigente do Século

Pesquisa realizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), em 1999, aponta João Havelange como um dos três maiores Dirigentes do Século, junto com o Barão Pierre de Coubertin, fundador do COI e idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, e o ех-presidente do COI, Juan Antonio Samaranch.

João Havelange ganhou durante a vida várias medalhas, como a Legion d'Honneur (França), A Ordem de Mérito Especial em Esportes (Brasil), Comandante da Ordem do Infante Dom Henrique (Portugal), Cavaleiro da Ordem de Vasa (Suécia) e, em 2002, recebeu do reitor Paulo Alonso, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o título de Doutor Honoris Causa.

João Havelange teve seu nome usado no estádio carioca do Engenhão (Estádio Olímpico João Havelange), estádio municipal cedido em comodato ao Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro, e Estádio Municipal João Havelange, estádio multiúso em Uberlândia, maior estádio do interior de Minas Gerais.

Prêmio "Faz Diferença" O Globo

Em 2010, foi eleito a Personalidade do Ano de 2009 no prêmio Faz Diferença do jornal O Globo.

Morte

João Havelange faleceu na manhã de terça-feira, 16/08/2016, no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele estava internado para tratamento de uma pneumonia desde julho de 2016. O sepultamento ocorreu às 15h00 de terça, 16/08/2016, no Cemitério São João Batista.

No final de 2015, João Havelange foi internado no mesmo hospital em decorrência de problemas pulmonares.

Em nota, o Hospital Samaritano não informou a causa da morte, disse apenas que "a instituição se solidariza com familiares e amigos do dirigente esportivo".

O presidente, Michel Temer, divulgou nota lamentando a morte de João Havelange.

"O esporte mundial perdeu hoje um dos seus mais expressivos líderes. João Havelange se dedicou com afinco ao desenvolvimento do esporte e, principalmente, do nosso Futebol. Presto solidariedade aos familiares e amigos neste momento de pesar."

Fonte: Wikipédia e G1

Afrânio da Costa

AFRÂNIO ANTÔNIO DA COSTA
(87 anos)
Advogado e Esportista

☼ Macaé, RJ (14/03/1892)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/06/1979)

Afrânio Antônio da Costa foi um advogado e esportista brasileiro, filho de Mário Antonio da Costa e de Maria Izabel Costa, bacharel em Direito pela Faculdade Livre das Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro.

Colou grau em 28/12/1912 e advogou intensivamente no Fórum do Rio de Janeiro até 07/07/1931, para onde foi nomeado juiz de direito da 8ª Vara Criminal do Distrito Federal, após concurso. De sua documentação consta a certidão especificada de 694 causas por ele patrocinadas nos 18 anos de advocacia.

Ele foi o chefe da equipe brasileira de tiro esportivo e ganhou a medalha de prata nos VII Jogos Olímpicos de Verão, disputados em Antuérpia, na Bélgica, em 1920, ano em que o país esteve pela primeira vez representado nos Jogos por uma delegação.

Afrânio Antônio da Costa foi o primeiro esportista a ganhar uma medalha olímpica (Prata) para o Brasil, em 1920, nos Jogos de Antuérpia, na Bélgica, numa prova de tiro. Ele alcançou o feito um dia antes de Guilherme Paraense entrar para a história com a conquista da primeira medalha de ouro do Brasil, também no tiro, na mesma competição, mas em outra modalidade. Como atletas, os dois defenderam o Fluminense, no Rio de Janeiro.

Praticante e grande apreciador da modalidade, Afrânio da Costa, amigo do então presidente do Fluminense Futebol Clube, Arnaldo Guinle, foi um dos responsáveis pela construção do primeiro estande de tiro do clube, inaugurado em 1919.

Com a proximidade dos Jogos Olímpicos de 1920, Afrânio da Costa foi designado como chefe da equipe de tiro esportivo que iria, com a delegação brasileira, rumo a Antuérpia. Ao longo da viagem, que durou 28 dias, ele produziu um diário com relatos dos acontecimentos por todo o trajeto.

Revelou, por exemplo, que em Bruxelas, Bélgica, sua equipe teve as munições e os alvos de treinamento roubados. Assim que soube do roubo de armas e munição da equipe durante a escala que vôo havia feito em Bruxelas, Afrânio da Costa aproximou-se do coronel George Sanders, chefe da equipe dos Estados Unidos, e conseguiu o empréstimo de duas pistolas Colt e de 2.000 balas. O material emprestado resultou na conquista de três medalhas - uma de ouro, uma de prata e outra de bronze. Sem a iniciativa de Afrânio da Costa, o Brasil não teria sequer participado das provas.

Afrânio Antônio Costa e Dario Barbosa, participantes da equipe brasileira de Tiro dos Jogos Olímpicos da Antuérpia
Como atirador, Afrânio da Costa, que praticava tiro desde 1912, obteve 489 pontos na prova de Pistola Livre 50m Masculino, realizada no dia 02/08/1920. Aquela foi, portanto, cronologicamente, a primeira medalha olímpica conquistada pelo Brasil. A arma de Afrânio da Costa, também emprestada, era o mesmo Colt 22 com que o americano Alfred Lane havia conseguido o ouro em Estocolmo, oito anos antes. Com ela, Afrânio da Costa terminou na frente do próprio Alfred Lane (Bronze), porém atrás do também americano Karl Frederick (Ouro).

Na prova de Tiro Rápido 25m Masculino, Guilherme Paraense ganhou medalha de ouro.

Em 1922, nos Jogos Olímpicos Latino-Americanos disputado, organizado e patrocinado pelo clube onde competia, o Fluminense Futebol Clube, conquistou a medalha de prata na competição de Pistola Livre Individual e a de ouro na Competição Por Equipe, tendo sido por diversas vezes campeão carioca e brasileiro de tiro.

Afrânio da Costa participou da fundação, em 1923, da Federação Brasileira de Tiro (FBT). Foi vice-presidente da União Internacional de Tiro (UIT), hoje International Shooting Sport Federation (ISSF) e membro do Comitê Olímpico Brasileiro.

Advogado, Afrânio da Costa voltaria a integrar uma delegação olímpica brasileira como chefe da equipe de tiro que foi a Los Angeles, em 1932.

Em 1934 chefiou a Seleção Brasileira de Futebol na 2ª Copa do Mundo realizada na Itália.

Em 07/07/1937 foi transferido para a 2ª Vara Civel.

Em 14/03/1940 foi nomeado desembargador do Tribunal de Justiça. Como juiz de direito trabalhou no Tribunal de Justiça cerca de 7 anos, substituindo desembargadores titulares.

Em 04/06/1945, com o advento do regime eleitoral, instalou o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal e foi seu primeiro presidente por 2 anos. Dirigiu e orientou o primeiro alistamento eleitoral, após 1937, tendo atendido cerca de 750.000 eleitores. Sob sua presidência foram realizadas as eleições para Presidente da República e Congresso Nacional, em 03/10/1946 e para completar o Parlamento em janeiro de 1947. Não houve recursos para o Tribunal Superior durante sua gestão.

Fernando Soledade, Tenente Guilherme Paraense, Afrânio da Costa, Tenente Mário Maurety e Dario Barbosa
Por decreto de 09/06/1947, Diário Oficial de 10/06/1947, foi nomeado Ministro do Tribunal Federal de Recursos, e, a seguir, em 25/06/1947, escolhido por seus pares primeiro presidente. Na inauguração estiveram presentes o presidente da República, General Eurico Gaspar Dutra, todo o seu Ministério bem como o cardeal Jayme de Barros Câmara dentre outras autoridades.

Também em 1947, foi eleito para presidir a recém-criada Confederação Brasileira de Tiro ao Alvo (CBTA), no Rio de Janeiro, atualmente denominada Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE).

Em 01/07/1949 foi nomeado para o Supremo Tribunal, tendo permanecido até marco de 1956.

Foi Cavaleiro da Milenar Ordem Soberana e Militar de Malta, tendo sido distinguido com as condecorações: Caxias, Rio Branco, Cinqüentenário da República, Maria Quitéria e Marechal Hermes.

Em reconhecimento público recebeu das mãos do presidente da República, Epitácio Pessoa, em fevereiro de 1921, nos salões do Fluminense Futebol Clube, em seção solene promovida pela Liga da Defesa Nacional, com a presença de todo o Ministério e o Corpo Diplomático, uma placa de ouro com dizeres alusivos ao alto significado da vitória em nome do esporte nacional. Foi saudado na ocasião pelo próprio presidente da República e por Henrique Coelho Neto, em nome da Liga de Defesa Nacional.

Conquistou na Bélgica, Argentina, Chile, França e Suíça 159 medalhas de ouro, 39 de prata e 25 de bronze, alem de 19 tacas de prata, 24 de bronze, além de objetos de arte. Foi 19 vezes campeão brasileiro.

Afrânio da Costa faleceu em 28/07/1979 no Rio de Janeiro, aos 87 anos, tendo sido velado na sede do Fluminense Futebol Clube, do qual havia sido Presidente.

Indicação: Miguel Sampaio

Hélio Garcia

HÉLIO DE CARVALHO GARCIA
(85 anos)
Advogado, Pecuarista, Produtor Rural e Político

☼ Santo Antônio do Amparo, MG (16/03/1931)
┼ Belo Horizonte, MG (06/06/2016)

Hélio de Carvalho Garcia foi um advogado e político brasileiro, governador de Minas Gerais por duas vezes. Filho de Júlio Garcia e Carmelita Carvalho Garcia.

Advogado formado em 1957 pela Universidade Federal de Minas Gerais, era também pecuarista e produtor rural, condições que o levaram à secretária-geral da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais.

Eleito deputado estadual pela União Democrática Nacional (UDN) em 1962, liderou o governo Magalhães Pinto na Assembleia Legislativa e posteriormente foi secretário de Justiça, acompanhando o governador no ingresso à Aliança Renovadora Nacional (ARENA) sendo eleito deputado federal em 1966.

Após encerrar sua estadia em Brasília, afastou-se da vida política até que o governador Aureliano Chaves o nomeou presidente da Caixa Econômica de Minas Gerais.


Eleito deputado federal em 1978, acompanhou Tancredo NevesMagalhães Pinto rumo ao Partido Popular (PP), entretanto a legenda teve vida efêmera sendo incorporada ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em dezembro de 1981.

Eleito vice-governador de Minas Gerais em 1982, foi escolhido prefeito de Belo Horizonte em abril de 1983 pelo governador Tancredo Neves, a quem sucedeu em 1984 quando o titular renunciou para disputar a presidência da República.

Avalista político das vitórias de Sérgio Ferrara como prefeito de Belo Horizonte em 1985 e de Newton Cardoso como governador de Minas Gerais em 1986, saiu do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e permaneceu fora da política até voltar ao Palácio da Liberdade pelo miúdo Partido das Reformas Sociais (PRS) em 1990.

No curso do mandato ingressou no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e encerrou a carreira política. Sequer realizou a intenção de candidatar-se a senador em 1998.

Morte

Hélio de Carvalho Garcia morreu na manhã de segunda-feira, 06/06/2016, aos 85 anos, em Belo Horizonte, MG. Segundo o Hospital Unimed, ele deu entrada no dia 28/05/2016 com quadro de pneumonia grave e faleceu em decorrência de insuficiência respiratória. O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, decretou luto oficial de três dias no Estado.

O velório de Hélio Garcia aconteceu no Cemitério e Crematório Parque da Colina, a partir das 14h00. O corpo de Hélio Garcia foi cremado no fim da tarde desta segunda-feira, 06/06/2016, em Belo Horizonte. O caixão foi coberto com as bandeiras do Estado e do Brasil e depois carregado por cadetes da Polícia Militar até o salão do velório.

Um familiar disse que Hélio Garcia não queria homenagens. Disse também que, desde 2006, por motivo de doença, o político estava interditado pela família e privado da administração dos bens. Hélio Garcia deixou três filhas.

Fonte: Wikipédia e G1

Vianna Moog

CLODOMIR VIANNA MOOG
(81 anos)
Advogado, Jornalista, Romancista e Ensaísta

☼ São Leopoldo, RS (28/10/1906)
┼ Rio de Janeiro, RJ (15/01/1988)

Clodomir Vianna Moog foi um advogado, jornalista, romancista e ensaísta brasileiro. Filho de Marcos Moog, funcionário público federal, e de Maria da Glória Vianna, professora pública, foi aluno da escola dirigida por sua mãe na cidade natal e, depois, do Colégio Elementar Visconde de São Leopoldo.

Queria seguir a carreira militar e por esta razão foi para o Rio de Janeiro para prestar exame na Escola Militar do Realengo. Como, porém, naquele ano não se abrissem as provas vestibulares, voltou para Porto Alegre, onde trabalhou algum tempo no comércio e, em 1925, matriculou-se na Faculdade de Direito. Foi nomeado, no mesmo ano, guarda-fiscal interino da Repressão ao Contrabando na Fronteira e designado para a Delegacia Fiscal de Porto Alegre.

Em 1926 prestou concurso para Agente Fiscal de Imposto de Consumo e serviu dois anos na cidade de Santa Cruz do Sul e um ano na cidade de Rio Grande.

Vianna Moog formou-se em em 1930 e, no mesmo ano, participou da Aliança Liberal. Contrário à ditadura de Getúlio Vargas, participou da Revolução de 1932, tendo sido preso e removido para o Amazonas. Anistiado, retornou ao Rio Grande do Sul em 1934.

Vianna Moog foi representante do governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos (OEA) e na Organização das Nações Unidas (ONU).

Faleceu aos 81 anos, no dia 15/01/1988, no Rio de Janeiro, vítima de uma parada cardíaca após uma intervenção cirúrgica.

Academia Brasileira de Letras

Vianna Moog foi membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), sendo o terceiro ocupante da cadeira 4. Foi eleito em 20/09/1945, na sucessão de Alcides Maia, tendo sido recebido por Alceu Amoroso Lima em 17/11/1945.

Obras

  • 1936 - O Ciclo do Ouro Negro (Ensaio)
  • 1937 - Novas Cartas Persas (Sátira)
  • 1938 - Eça de Queirós e o Século XIX (Ensaio)
  • 1938 - Um Rio imita o Reno (Romance)
  • 1939 - Heróis da Decadência (Ensaio)
  • 1942 - Uma Interpretação da Literatura Brasileira (Ensaio)
  • 1946 - Nós, os Publicanos (Ensaio)
  • 1946 - Mensagem de Uma Geração (Ensaio)
  • 1954 - Bandeirantes e Pioneiros (Estudo Social)
  • 1959 - Uma Jangada Para Ulisses (Novela)
  • 1962 - Tóia (Romance)
  • 1965 - A ONU e os Grandes Problemas (Política)
  • 1966 - Obras Completas de Vianna Moog
  • 1968 - Em Busca de Lincoln (Biografia)


Fonte: Wikipédia

Guilherme de Almeida

GUILHERME DE ANDRADE DE ALMEIDA
(78 anos)
Advogado, Jornalista, Heraldista, Crítico de Cinema, Poeta, Ensaísta e Tradutor

☼ Campinas, SP (24/07/1890)
┼ São Paulo, SP (11/07/1969)

Guilherme de Andrade de Almeida foi um advogado, jornalista, heraldista, crítico de cinema, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro. Filho de Estevam de Araújo Almeida, professor de direito e jurisconsulto, e de Angelina de Andrade.

Foi casado com Belkiss Barroso de Almeida, de cuja união nasceu o filho, Guy Sérgio Haroldo Estevam Zózimo Barroso de Almeida, que se casou com Marina Queirós Aranha de Almeida. Foi, com seu irmão, Tácito de Almeida, importante organizador da Semana de Arte Moderna de 1922, tendo criado em 1925 conferência para difusão da poesia moderna, intitulada "Revelação do Brasil Pela Poesia Moderna", que foi apresentada em Porto Alegre, Recife e Fortaleza.

Um dos poemas de Guilherme de Almeida, "A Carta Que Eu Sei de Cor", presente em seu livro "Era Uma Vez", foi declamado na Faculdade de Letras de Coimbra, em 1930, na importante conferência "Poesia Moderníssima do Brasil". Esta conferência foi estampada na revista Biblos (Faculdade de Letras de Coimbra), Vol. VI, n. 9-10, Coimbra, setembro e outubro de 1930, pp. 538 - 558; e no Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, domingo, 11/01/1931, página 3.

Guilherme de Almeida foi um dos fundadores da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, onde lecionou Ciência Política. Foi ainda um dos fundadores da Revista Klaxon, que visava a divulgação da ideias modernistas, tendo realizado sua capa, assim como os arrojados anúncios da Lacta, para a mesma revista. Elaborou também a capa da primeira edição do livro "Paulicéa Desvairada", de Mário de Andrade.

Participou do grupo verde-amarelista e colaborou também com a Revista de Antropofagia, tendo escrito poemas-piada à moda de Oswald de Andrade.

Guilherme de Almeida foi o primeiro modernista a entrar para a Academia Brasileira de Letras em 1930.

Em 1958, foi coroado o quarto "Príncipe dos Poetas Brasileiros", depois de Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano. Entre outras realizações, foi o responsável pela divulgação do poemeto japonês Haikai no Brasil.

Vida Pública

Combatente na Revolução Constitucionalista de 1932 e exilado em Portugal, após o final da luta, foi homenageado com a Medalha da Constituição, instituída pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Sua obra maior de amor a São Paulo foi seu poema "Nossa Bandeira". Ainda, o poema "Moeda Paulista" e a pungente "Oração Ante a Última Trincheira".

É proclamado "O Poeta da Revolução de 32". Escreveu a letra do "Hino Constitucionalista de 1932 / MMDC", "O Passo do Soldado", de autoria de Marcelo Tupynambá, com interpretação de Francisco Alves.

É de sua autoria a letra da "Canção do Expedicionário" com música de Spartaco Rossi, referente à participação dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial.

Autor da letra do "Hino da Televisão Brasileira", executado quando da primeira transmissão da Rede Tupi de Televisão, realizada por mérito de seu concunhado, o jornalista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo.

Foi presidente da Comissão Comemorativa do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.

Casa Guilherme de Almeida

Guilherme de Almeida mudou-se para o local em 1946, um sobrado na Rua Macapá, no Pacaembu, em São Paulo. Era chamado carinhosamente por ele como a "Casa da Colina". E ele a descreveu:

"A casa na colina é clara e nova. A estrada sobe, pára, olha um instante e desce".

Nela, o poeta viveu até 1969 e nela faleceu. Lá, os saraus eram bem animados, como lembra o poeta Paulo Bomfim. Também estavam sempre presentes os amigos Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Victor Brecheret, Noemia Mourão, René Thiollier, Saulo Ramos, Roberto Simonsen, Carlos Pinto Alves e tantos outros.

A casa, em 1979, tornou-se o Museu Casa Guilherme de Almeida, pertencente à Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, tendo sido "tombado como museu biográfico e literário" pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), em maio de 2009.

O museu conta com importante acervo de obras de arte: quadros de Di Cavalcanti, Lasar SegallAnita Malfatti, as primeiras edições dos livros do poeta, entre seis mil volumes no total, além de mobiliário, peças pessoais e relíquias da Revolução de 1932.

Guilherme de Almeida encontra-se sepultado no Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 1932, no Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo, ao lado de Ibrahim de Almeida Nobre, o "Tribuno de 32", dos despojos dos jovens conhecidos pela sigla M.M.D.C. (Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Américo Camargo de Andrade), e do caboclo Paulo Virgínio.

Obras do Autor


Poesia

  • 1917 - Nós
  • 1919 - A Dança Das Horas
  • 1919 - Messidor
  • 1920 - Livro de Horas de Soror Dolorosa
  • 1922 - Era Uma Vez…
  • 1924 - A Frauta Que Eu Perdi
  • 1925 - Meu
  • 1925 - A Flor Que Foi Um Homem (Narciso)
  • 1925 - Encantamento
  • 1925 - Raça
  • 1929 - Simplicidade
  • 1931 - Carta à Minha Noiva
  • 1931 - Você
  • 1932 - Cartas Que Eu Não Mandei
  • 1938 - Acaso
  • 1941 - Cartas do Meu Amor
  • 1947 - Poesia Varia
  • 1951 - O Anjo de Sal
  • 1954 - Acalanto de Bartira
  • 1956 - Camoniana
  • 1957 - Pequeno Romanceiro
  • 1961 - Rua
  • 1965 - Rosamor
  • 1968 - Os Sonetos de Guilherme de Almeida
  • 2010 - Margem: Poesia

Poesia (Traduções)

  • 1932 - Eu e Você (Tradução do Toi et Moi, de Paul Géraldy)
  • 1923 - O Gitanjali (De Rabindranath Tagore)
  • 1936 - Poetas de França
  • Suíte Brasileira (Terceira parte do livro de Luc Durtain Quatre Continents)
  • 1939 - O Jardineiro (De Rabindranath Tagore)
  • 1943 - O Amor de Bilitis (Algumas Canções) - De Pierre Louÿs
  • 1944 - Flores da Flores do Mal (De Charles Baudelaire)
  • Paralelamente a Paul Verlaine
  • 1965 - Festival (De Simon Tygel)
  • Arcanum (De Niles Bond)
  • 1967 - Os Frutos do Tempo (Les Fruits du Temps, de Simon Tygel)

Seleção de Poemas e Poesia Completa

  • 1931 - Poemas Escolhidos
  • 1952 - Toda a Poesia (1ª edição, 6 volumes)
  • 1967 - Meus Versos Mais Queridos

Teatro

  • 1916 - Mon Coeur Balance e Leur Ame (Escritas em colaboração com Oswald de Andrade)
  • 1921 - Scheherazada, Um Ato Em Versos
  • 1939 - O Estudante Poeta (Escrita em colaboração com Jaime Barcelos)

Teatro (Traduções)

  • 1950 - Entre Quatro Paredes (Huis Clos), de Jean-Paul Sartre
  • 1952 - A Antígone, transcrição da tragédia de Sófocles
  • 1954 - Na Festa de São Lourenço (Tradução em versos, nas partes tupi e castelhana, do Auto de José de Anchieta, segundo o texto de Maria de Lourdes de Paula Martins)
  • 1965 - História de Uma Escada (Historia de Una Escalera), de Antonio Buero Vallejo

Teatro (Traduções Inéditas)

  • A Importância de Ser Prudente (The Importance Of Being Ernest), de Oscar Wilde
  • Orfeu (Orphée), de Jean Cocteau
  • Lembranças de Berta (Hello From Bertha), de Tennessee Williams
  • Eurídice (Eurydice), de Jean Anouilh

Prosa

  • 1924 - Natalika
  • 1926 - Do Sentimento Nacional na Poesia Brasileira (Tese de concurso)
  • 1926 - Ritmo, Elemento de Expressão (Tese de concurso)
  • 1929 - Gente de Cinema, I (Série)
  • 1933 - O Meu Portugal
  • 1935 -  A Casa (Palestra pronunciada no salão do Clube Piratininga e dedicada aos alunos do Ginásio Bandeirantes)
  • 1944 - Gonçalves Dias e o Romantismo (Conferência realizada na Academia Brasileira de Letras)
  • 1948 - Histórias, Talvez...
  • 1948 - As Palavras de Buda
  • 1953 - Baile de Formatura
  • 1961 - Jornal de Um Amante (Do Journal d’un Amant, de Simon Tygel)
  • 1962 - Cosmópolis

Literatura Infantil

  • 1941 - O Sonho de Marina
  • 1941 - João Pestana (De Hans Christian Andersen)
  • 1942 - João Felpudo (De Heinrich Hoffmann)
  • 1943 - Pinocchio (De Carlo Collodi)
  • 1943 - O Camundongo e Outras Histórias (De Wilhelm Busch)
  • 1943 - Corococó e Caracacá (De Wilhelm Busch)
  • 1943 - O Fantasma Lambão (De Wilhelm Busch)
  • 1946 - A Mosca (De Wilhelm Busch)
  • 1946 - Uma Oração de Criança (De Rachel Field)
  • 1949 - A Cartola (De Wilhelm Busch)

Heráldica

Autor de Brasões-de-Armas das seguintes cidades:

  • São Paulo (SP)
  • Petrópolis (RJ)
  • Volta Redonda (RJ)
  • Londrina (PR)
  • Brasília (DF)
  • Guaxupé (MG)
  • Caconde (SP)
  • Iacanga (SP)
  • Embu das Artes (SP)

Fonte: Wikipédia

Delfim Moreira

DELFIM MOREIRA DA COSTA RIBEIRO
(51 anos)
Advogado, Político, Presidente e Vice-Presidente do Brasil

☼ Cristina, MG (07/11/1868)
┼ Santa Rita do Sapucaí, MG (01/07/1920)

Delfim Moreira da Costa Ribeiro foi um advogado e político brasileiro. Foi presidente do Brasil por um breve período, entre 15/11/1918 e 28/07/1919. Seu governo foi apelidado de Regência Republicana por tamanha a rapidez em que esteve no cargo e por sua doença não permitir que fosse ele que tomasse as decisões de fato.

Seu pai, Antonio Moreira da Costa Pinto, era português do Porto. Do lado materno, era descendente de famílias brasileiras bem antigas, como a família Moraes de Antas.

Delfim Moreira nasceu na pequena cidade mineira chamada Cristina no dia 07/11/1868.

Estudou no Seminário de Mariana e cursou Direito na Faculdade de Direito de São Paulo, diplomando-se em 1890. Começou sua carreira trabalhando como promotor público nas cidades de Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre, ambas no Estado de Minas Gerais.

Delfim Moreira fazia parte de uma geração de republicanos históricos, foi angariando cargos políticos cada vez maiores. Já em 1894 foi nomeado secretário do interior de Minas Gerais, ocupando o posto até 1902. Foi também governador do estado de Minas Gerais entre 1914 e 1918. Ainda em 1908 chegou à Câmara Federal, mas renunciou preferindo ficar na secretaria do interior.

Após o governo de Wenceslau Brás, integrou a chapa de Rodrigues Alves na disputa eleitoral pela presidência na posição de pleiteante à vice-presidência. Entretanto, nos últimos anos do governo de Wenceslau Brás uma grave epidemia de Gripe Espanhola assolou a população brasileira, aproximadamente 15 mil pessoas morreram no território brasileiro, sendo que um dos infectados foi justamente o candidato à presidência Rodrigues Alves. A chapa de Rodrigues Alves e Delfim Moreira saiu vitoriosa no pleito eleitoral, mas o primeiro acabou falecendo e não desempenhou nada na função de presidente. Em lugar do presidente falecido assumiu o seu vice, Delfim Moreira. Este ficou no cargo até que novas eleições fossem convocadas, pois a constituição da época não permitia que o vice assumisse antes de se passar dois anos do mandato eleitoral.

Assim, Delfim Moreira governou o país entre 15/11/1918 e 28/07/1919, sempre tendo em mente que um novo processo eleitoral encerraria brevemente o mandato. Mesmo assim, desempenhou sua função tomando as ações possíveis. Seu pequeno mandato enfrentou sérios problemas sociais combatendo várias greves gerais no Brasil. Além disso, reformou a administração no Estado do Acre, republicou o Código Civil Brasileiro com correções do texto publicado em 1916 e decretou a intervenção no Estado de Goiás.

Na Conferência de Paz ocorrida em Paris em 1919 foi Delfim Moreira que fez o Brasil ser representado enviando o senador Epitácio Pessoa, o qual era candidato na disputa eleitoral para presidência contra Ruy BarbosaEpitácio Pessoa foi eleito no dia 13/05/1919, enquanto estava ainda em Paris. Quando retornou ao Brasil recebeu de Delfim Moreira o cargo de presidente, levando novamente Delfim Moreira para a vice-presidência.

Durante todo o curto mandato desenvolvendo a função de presidente, Delfim Moreira esteve acometido por uma doença que o deixava desconcentrado e desligado de suas tarefas. Na prática era o ministro Afrânio de Melo Franco quem tomava as decisões do governo. Mais tarde a doença o fez se recolher em Santa Rita do Sapucaí, MG, e por lá acabou falecendo no dia 01/07/1920, sem completar também o mandato de vice-presidente. Então uma nova eleição para preencher o cargo foi convocada e nela saiu vitorioso o senador mineiro Francisco Álvaro Bueno de Paiva.

Delfim Moreira foi homenageado com uma cidade em Minas Gerais que leva o seu nome.

Ministros
  • Agricultura, Indústria e Comércio: Antônio de Pádua Sales
  • Fazenda: Amaro Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, João Ribeiro de Oliveira e Sousa
  • Guerra: general-de-brigada Alberto Cardoso de Aguiar
  • Justiça e Negócios Interiores: Amaro Bezerra Cavalcanti de Albuquerque (interino), Urbano Santos da Costa Araújo
  • Marinha: vice-almirante Antônio Coutinho Gomes Pereira
  • Relações Exteriores: Domício da Gama, Augusto Cochrane de Alencar (interino)
  • Viação e Obras Públicas: Afrânio de Melo Franco

Nico Fagundes

ANTÔNIO AUGUSTO DA SILVA FAGUNDES
(80 anos)
Advogado, Ator, Compositor, Poeta e Apresentador de Televisão

☼ Alegrete, RS (04/11/1934)
┼ Porto Alegre, RS (24/06/2015)

Antônio Augusto da Silva Fagundes, conhecido como Nico Fagundes, foi um poeta, compositor, ator, advogado e apresentador de televisão brasileiro.

Filho de Euclides Fagundes e Florentina da Silva Fagundes, formado em direito, pós-graduado em História do Rio Grande do Sul e mestre em Antropologia Social. Todos os seus cursos foram realizados na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Reconhecido na cultura gaúcha, premiado diversas vezes como poeta, novelista, compositor, autor e ator de teatro, televisão e cinema. Apresentou pela RBS TV, afiliada da TV Globo, o programa "Galpão Crioulo", com uma das maiores audiências da televisão gaúcha.

O "Canto Alegretense", canção cujos versos são de sua autoria, é mais cantado que o próprio hino de Alegrete.

Nico Fagundes é respeitado como autoridade em folclore gaúcho, história do Rio Grande do Sul, antropologia, religiões afro-gaúchas, indumentária do Rio Grande, cozinha gauchesca e danças folclóricas. Além disso, sempre deu a devida importância à dupla ligação da cultura gaúcha com o outro Brasil e com os países do Prata. Tornou-se, assim, com o tempo e apoiado em uma biblioteca preciosa, um estudioso sério, respeitado e aclamado no Rio Grande do Sul, no Uruguai e na Argentina, conferencista bilíngue e autor de inúmeras obras de consulta obrigatória para estudiosos na área.


Entretanto, sua face menos conhecida também é sua face mais antiga, a de poeta.

Em 1954 mudou-se para Porto Alegre, RS, e é como poeta que é apresentado ao 35 CTG, por Lauro Rodrigues, e nunca deixou de fazer verso. Tornou-se amigo e companheiro de Waldomiro Souza, Horácio Paz, João Palma da Silva, Amandio Bicca, Niterói Ribeiro, Luiz Menezes, José Hilário Retamozo, Hugo Ramirez, João da Cunha Vargas, ou seja, a fina flor da poesia gauchesca da época, que frequentava o rodeio do 35 CTG, às quartas de noite e aos sábados de tarde, na Avenida Borges de Medeiros, no quinto andar da FARSUL.

Conheceu então e tornou-se amigo de Jayme Caetano Braun, cujo ingresso no 35 CTG apadrinhou.

Seu encontro, por esta época, com Glaucus Saraiva foi histórico: vinham de uma briga pelos jornais, mas quando se encontraram, foi admiração à primeira vista, uma amizade tão forte que nem a morte de Glaucus conseguiu interromper.

Pelas páginas do Jornal "A Hora" lançou Jayme Caetano Braun e dois moços que estavam aparecendo com muita força: Aparício Silva Rillo e José Hilário Retamozo. O prestígio que emprestava à obra de outros poetas não fez com que descurasse de sua própria poesia.


Nico Fagundes ganhou prêmios e concursos em Vacaria, Alegrete e em Porto Alegre.

Seu primeiro livro de versos chama-se "Com a Lua na Garupa" e o segundo "Ainda Com a Lua na Garupa". O terceiro tem o nome de "Canto Alegretense", nome tirado da canção famosa cujos versos escreveu. Aliás, neste livro aparecem muitas letras das suas canções mais famosas dentre as 370 gravadas e regravadas por vários intérpretes e parceiros.

Nico Fagundes foi um dos fundadores da Confraria dos Cavaleiros da Paz, atualmente Embaixadores da Tradição e do Folclore do Rio Grande do Sul. Aceitou o desafio de um conterrâneo para refazer a cavalo, caminhos antes traçados pela guerra. No dia 01/06/1990, no comando da primeira grande Cavalgada, Nico Fagundes ponteava e soltava o grito "De a cavalo, indiada!", brado que marcaria todas as cavalgadas sob seu comando.

Em 2000, Nico Fagundes sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), mas se recuperou. Em 2010, chegou a ficar em coma induzido após uma infecção geral no organismo. Dois anos depois, voltou à UTI pelo mesmo problema.

Morte

Nico Fagundes morreu na noite de quarta-feira, 24/06/2015, aos 80 anos, no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre, RS. Ele estava internado há cerca de um mês por conta de uma infecção respiratória e em decorrência de complicações, teve constatada falência múltipla de órgãos. O óbito foi constatado às 21:10 hs na UTI do hospital, informou a instituição. As causas da morte não foram divulgadas a pedido da família.

O corpo de Nico Fagundes começou a ser velado às 8:00 hs de quinta-feira, 25/06/2015, no Salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini, em Porto Alegre, RS. O velório foi aberto ao público, e o sepultamento ocorreu às 18:00 hs, no Cemitério João XXIII, também na capital.

Filmografia

Televisão

  • 1985 - O Tempo e o Vento ... Bento Gonçalves (TV Globo)

Cinema

  • 2001 - Lua de Outubro
  • 2000 - A Cobra de Fogo
  • 1976 - A Quadrilha do Perna Perna Dura
  • 1973 - O Negrinho do Pastoreio
  • 1971 - Ana Terra

Fonte: Wikipédia

Nereu Ramos

NEREU DE OLIVEIRA RAMOS
(69 anos)
Advogado, Político, Vice-Presidente do Brasil e Presidente do Brasil

☼ Lages, SC (03/09/1888)
┼ São José dos Pinhais, PR (16/06/1958)

Nereu de Oliveira Ramos foi um advogado e político brasileiro. Foi vice-presidente do Brasil, eleito pelo Congresso Nacional, de 1946 a 1951. Foi presidente da República durante dois meses e 21 dias, de 11/11/1955 a 31/01/1956.

Foi o único catarinense que presidiu o Brasil. Contudo, o catarinense Márcio de Souza Mello fez parte da junta militar que governou o país de 31/08/1969 a 30/10/1969.

Nasceu em Lajes, SC, no dia 03/09/1888, filho de Vidal José de Oliveira Ramos, governador de Santa Catarina, de 1910 a 1914, e de Teresa Fiúza Ramos.

Bacharelou-se em Direito em 1909. Em 1911 iniciou sua participação no jornalismo e na política.

Em 1921 fundou o jornal A República e foi um dos organizadores em seu estado da Reação Republicana, movimento de apoio à candidatura de Nilo Peçanha para as eleições presidenciais de março de 1922, vencidas por Artur Bernardes.

No início de 1926, sob a liderança de Antônio Prado, foi fundado o Partido Democrático (PD) de São Paulo, que defendia a adoção do voto secreto e outras medidas destinadas à "moralização" do processo eleitoral. A idéia da criação de um partido nacional com essas características logo teve curso e obteve a adesão de Nereu Ramos, fundador e primeiro presidente, em 1927, do Partido Liberal Catarinense (PLC).


Em 1932 foi um dos fundadores da Faculdade de Direito de Santa Catarina, onde passou a lecionar direito constitucional e teoria do Estado. Na Constituinte, reunida a partir de novembro de 1933, foi um dos 26 deputados integrantes da Comissão Constitucional encarregada de examinar o anteprojeto de Constituição preparado pelo Governo Provisório, e as emendas a ele apresentadas.

Em 01/05/1935 assumiu o cargo de governador do estado, dando início a um período de dez anos em que esteve à frente do governo de Santa Catarina. Sua administração teve dois aspectos especialmente relevantes. O primeiro foi sua obra viária que, na época, dotou Santa Catarina das melhores e mais bem conservadas rodovias do país. O outro, no plano político, foi o dos conflitos com ponderáveis parcelas da colônia alemã, simpatizantes do nazismo e do integralismo. Além disso instalou diversos postos de saúde nos municípios e construiu o edifício do Departamento de Saúde Pública.

Em 1945, Nereu Ramos passou o seu cargo para Luís Gallotti, procurador da República.

Em 12/03/1951, Nereu Ramos foi eleito presidente da Câmara dos Deputados, passando a ser o segundo nome na linha de sucessão do presidente da República.

Em 21/08/1954, Café Filho entrevistou-se com Getúlio Vargas e lhe propôs, sem êxito, que ambos renunciassem, passando o governo a Nereu Ramos, que exercia seu segundo mandato na presidência da Câmara. Pouco depois, Getúlio Vargas se suicidou com um tiro no coração. Nessa ocasião, Nereu Ramos estava em Santa Catarina e diante da notícia do suicídio de Getúlio Vargas retornou ao Rio de Janeiro. Segundo Café Filho, a filha de Getúlio Vargas, Alzira Vargas do Amaral Peixoto, repeliu "com expressões ríspidas" as manifestações de pesar feitas por Nereu Ramos durante o velório do ex-presidente.

Em novembro de 1954, o diretório nacional do Partido Social Democrático (PSD) indicou o nome de Juscelino Kubitschek para concorrer à presidência da República nas eleições marcadas para 03/10/1955.

O comunista Carlos Marighella conversa com Nereu Ramos, deputado pelo PSD
Em janeiro de 1955 Café Filho viajou à Bolívia para inaugurar a ferrovia Corumbá-Santa Cruz de la Sierra e Nereu Ramos assumiu interinamente, pela segunda vez, a presidência da República. Na nova legislatura, iniciada em 01/02/1955, foi eleito vice-presidente do Senado, voltando a ser o segundo na ordem de sucessão presidencial.

Realizadas as eleições, Juscelino Kubitschek e João Goulart venceram. Logo após a proclamação dos resultados teve início uma crise política de âmbito nacional, pois a União Democrática Nacional (UDN) deflagrou uma campanha contra a posse do presidente e do vice-presidente eleitos, sob a alegação de que não haviam obtido a maioria absoluta dos votos. Dois dias depois, um distúrbio cardíaco forçou a internação do presidente Café Filho no Hospital dos Servidores do Estado e, em 8 de novembro, a passagem do seu cargo ao presidente da Câmara, Carlos Luz.

Em 12/11/1955, Nereu Ramos visitou Café Filho no hospital, manifestando a intenção de transmitir-lhe a chefia do governo tão logo se verificasse seu restabelecimento, posição que reiterou três dias depois. No dia 20/11/1955, porém, o ministro da Guerra Henrique Teixeira Lott entrevistou-se com Café Filho e lhe comunicou que, na opinião do esquema militar vitorioso, sua volta à presidência não seria conveniente. Café Filho insistiu em reassumir o cargo, mas no dia 21/11/1955 o Congresso aprovou seu impedimento. O ex-presidente ficou então confinado em seu apartamento em Copacabana, cercado por tropas e blindados do Exército.

Em 01/01/1956, a vigência do estado de sítio foi prorrogada até 26/02/1956. No dia 31/01/1956, Nereu Ramos passou o governo a Juscelino Kubitschek, de quem se tornou, na mesma data, ministro da Justiça. Em fins de maio desse ano, delegou ao Exército a tarefa de reprimir as manifestações populares desencadeadas na capital federal contra o aumento das tarifas dos bondes. A cidade foi então ocupada por tropas e, durante o cerco efetuado à sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), na praia do Flamengo, houve espancamento de parlamentares, notadamente Adauto Lúcio Cardoso, da UDN. Esses fatos provocaram o comparecimento de Nereu Ramos à Câmara em junho, para prestar esclarecimentos. 


Nesse mês de junho, com o objetivo de aperfeiçoar a Carta de 1946, nomeou uma comissão especial de juristas encarregada de estudar uma reforma constitucional. Entretanto, seus esforços nesse sentido foram frustrados, o que o levou a pedir exoneração do Ministério da Justiça em 04/11/1957, sendo substituído por Eurico Sales.

Entre 03/10/1956 e 04/11/1956, Nereu Ramos acumulou interinamente o cargo de ministro da Educação e reassumiu, então, sua cadeira no Senado.

Nereu Ramos casou-se com Beatriz Pederneiras Ramos, com quem teve quatro filhos. 

Nereu Ramos faleceu em 16/06/1958, em pleno exercício do mandato, em desastre aéreo. O avião, um Convair CV-440 de matrícula PP-CEP da Cruzeiro do Sul, procedente de Florianópolis, SC, acidentou-se durante o pouso em São José dos Pinhais, PR, vitimando 18 dos 24 ocupantes.

Também faleceram no acidente os políticos catarinenses Jorge Lacerda, governador de Santa Catarina na ocasião, e Leoberto Leal, então deputado federal por Santa Catarina.

Nereu Ramos foi sepultado no Rio de Janeiro. Seus restos mortais foram depois transladados para Lages, SC, sua cidade natal, sendo resguardados no Memorial Nereu Ramos, juntamente com um acervo de documentos e fotografias, e também partes do avião acidentado.