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Nico Fagundes

ANTÔNIO AUGUSTO DA SILVA FAGUNDES
(80 anos)
Advogado, Ator, Compositor, Poeta e Apresentador de Televisão

☼ Alegrete, RS (04/11/1934)
┼ Porto Alegre, RS (24/06/2015)

Antônio Augusto da Silva Fagundes, conhecido como Nico Fagundes, foi um poeta, compositor, ator, advogado e apresentador de televisão brasileiro.

Filho de Euclides Fagundes e Florentina da Silva Fagundes, formado em direito, pós-graduado em História do Rio Grande do Sul e mestre em Antropologia Social. Todos os seus cursos foram realizados na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Reconhecido na cultura gaúcha, premiado diversas vezes como poeta, novelista, compositor, autor e ator de teatro, televisão e cinema. Apresentou pela RBS TV, afiliada da TV Globo, o programa "Galpão Crioulo", com uma das maiores audiências da televisão gaúcha.

O "Canto Alegretense", canção cujos versos são de sua autoria, é mais cantado que o próprio hino de Alegrete.

Nico Fagundes é respeitado como autoridade em folclore gaúcho, história do Rio Grande do Sul, antropologia, religiões afro-gaúchas, indumentária do Rio Grande, cozinha gauchesca e danças folclóricas. Além disso, sempre deu a devida importância à dupla ligação da cultura gaúcha com o outro Brasil e com os países do Prata. Tornou-se, assim, com o tempo e apoiado em uma biblioteca preciosa, um estudioso sério, respeitado e aclamado no Rio Grande do Sul, no Uruguai e na Argentina, conferencista bilíngue e autor de inúmeras obras de consulta obrigatória para estudiosos na área.


Entretanto, sua face menos conhecida também é sua face mais antiga, a de poeta.

Em 1954 mudou-se para Porto Alegre, RS, e é como poeta que é apresentado ao 35 CTG, por Lauro Rodrigues, e nunca deixou de fazer verso. Tornou-se amigo e companheiro de Waldomiro Souza, Horácio Paz, João Palma da Silva, Amandio Bicca, Niterói Ribeiro, Luiz Menezes, José Hilário Retamozo, Hugo Ramirez, João da Cunha Vargas, ou seja, a fina flor da poesia gauchesca da época, que frequentava o rodeio do 35 CTG, às quartas de noite e aos sábados de tarde, na Avenida Borges de Medeiros, no quinto andar da FARSUL.

Conheceu então e tornou-se amigo de Jayme Caetano Braun, cujo ingresso no 35 CTG apadrinhou.

Seu encontro, por esta época, com Glaucus Saraiva foi histórico: vinham de uma briga pelos jornais, mas quando se encontraram, foi admiração à primeira vista, uma amizade tão forte que nem a morte de Glaucus conseguiu interromper.

Pelas páginas do Jornal "A Hora" lançou Jayme Caetano Braun e dois moços que estavam aparecendo com muita força: Aparício Silva Rillo e José Hilário Retamozo. O prestígio que emprestava à obra de outros poetas não fez com que descurasse de sua própria poesia.


Nico Fagundes ganhou prêmios e concursos em Vacaria, Alegrete e em Porto Alegre.

Seu primeiro livro de versos chama-se "Com a Lua na Garupa" e o segundo "Ainda Com a Lua na Garupa". O terceiro tem o nome de "Canto Alegretense", nome tirado da canção famosa cujos versos escreveu. Aliás, neste livro aparecem muitas letras das suas canções mais famosas dentre as 370 gravadas e regravadas por vários intérpretes e parceiros.

Nico Fagundes foi um dos fundadores da Confraria dos Cavaleiros da Paz, atualmente Embaixadores da Tradição e do Folclore do Rio Grande do Sul. Aceitou o desafio de um conterrâneo para refazer a cavalo, caminhos antes traçados pela guerra. No dia 01/06/1990, no comando da primeira grande Cavalgada, Nico Fagundes ponteava e soltava o grito "De a cavalo, indiada!", brado que marcaria todas as cavalgadas sob seu comando.

Em 2000, Nico Fagundes sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), mas se recuperou. Em 2010, chegou a ficar em coma induzido após uma infecção geral no organismo. Dois anos depois, voltou à UTI pelo mesmo problema.

Morte

Nico Fagundes morreu na noite de quarta-feira, 24/06/2015, aos 80 anos, no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre, RS. Ele estava internado há cerca de um mês por conta de uma infecção respiratória e em decorrência de complicações, teve constatada falência múltipla de órgãos. O óbito foi constatado às 21:10 hs na UTI do hospital, informou a instituição. As causas da morte não foram divulgadas a pedido da família.

O corpo de Nico Fagundes começou a ser velado às 8:00 hs de quinta-feira, 25/06/2015, no Salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini, em Porto Alegre, RS. O velório foi aberto ao público, e o sepultamento ocorreu às 18:00 hs, no Cemitério João XXIII, também na capital.

Filmografia

Televisão

  • 1985 - O Tempo e o Vento ... Bento Gonçalves (TV Globo)

Cinema

  • 2001 - Lua de Outubro
  • 2000 - A Cobra de Fogo
  • 1976 - A Quadrilha do Perna Perna Dura
  • 1973 - O Negrinho do Pastoreio
  • 1971 - Ana Terra

Fonte: Wikipédia

Saracura

OSCAR PEREIRA RODRIGUES
(83 anos)
Humorista, Ator, Animador e Apresentador de Televisão e Rádio

☼ Santa Bárbara d'Oeste, SP (12/02/1916)
┼ São Paulo, SP (20/10/1999)

Oscar Pereira Rodrigues, mais conhecido pelo pseudônimo Saracura, foi um humorista brasileiro, animador, apresentador de rádio e televisão, nascido em Santa Bárbara d'Oeste, interior do estado de São Paulo, em 12/02/1916. Filho de João Pereira Rodrigues e de Virgínia D'Ávila.

Iniciou sua carreira em 1948, na Rádio Clube Santo André, onde permaneceu até 1952. Apresentava programas sertanejos, que foi sempre o seu estilo. No cinema atuou em "Sertão em Festa" (1969) e "No Rancho Fundo" (1971).

De 1952 a 1981, passou para a Rádio Tupi de São Paulo. Ficou sendo diretor artístico de toda a linha sertaneja, além de ser apresentador e animador de programas. Participou do programa "Festa na Roça", onde ficou por 15 anos. Apresentou também os programas "Tupi no Sertão", "Alvorada Brasileira" e "Rádio Destak FM".

Saracura também foi ator de radionovelas. Fez como protagonista, as novelas "A Velhice Vem Depressa", "A Vida Tem Dois Caminhos", "Mistério da Fazenda de Pedra", "Rancho Fundo" dentre outras.

O humorista intercalava suas atuações em São Paulo, com viagens, por todo o Brasil. Assis Chateaubriand, assim como o diretor-presidente Edmundo Monteiro, gostavam de convidar Saracura para suas viagens pelo norte, nordeste, sul, centro-oeste, para onde eles iam constantemente, em viagens profissionais. Levavam Saracura, pois precisavam alegrar as pessoas que os recebiam.


Saracura gravou os LPs "Humor do Sertão", em 1971 e novamente "Humor do Sertão", em 1973, quando recebeu Disco de Ouro.

Saracura trabalhou também em televisão. Participou do programa "Festa na Roça", de 1958 a 1960, e em 1970 do "Canta Viola", ambos pela TV Tupi de São Paulo.

Em 1971, passou para a TV Record.

De 1975 a 1985, na TV Record, participou do programa "Canta Viola".

De 1986 a 1989, participou várias vezes do programa "Som Brasil", apresentado por Lima Duarte, na TV Globo.

Em 1988, esteve por inúmeras vezes na TV Manchete e na Rede Mulher, no programa "Rincão Brasileiro". Saracura participou também de vários comerciais.

Em 1989 e 1991 participou do programa "Viola, Minha Viola", da TV Cultura.

Foi um dos nomes mais respeitados e agraciados dentro das emissoras de rádio e TV do Brasil. Recebeu inúmeros troféus, tanto no rádio, como na televisão, com destaque para o Programa Luizinho, Limeira e Zezinha, Programa Defensores da Música Sertaneja, Oceania, Melhor Humorista de 1962, Melhor Humorista de 1963, Troféu União Artistas de São Paulo (UASP) em 1965 e 1966, Troféu Clube Atlético das Bandeiras, em 1967.

Recebeu também o troféu da União Artistas de São Paulo (UASP) "Melhor Humorista Sertanejo", em Osasco, 1969.

Em 1972 o Coração da Viola, em Guarulhos.


Em 1977 e 1978 o Troféu ABAS, em Osasco. Em 1978 o Troféu Encontro Com a Cidade, da Rádio ABC de Santo André.

Em 1979 o Troféu TV Record, programa "Canta Viola".

Em 1980, ganhou troféu no Primeiro Encontro da Música Sertaneja, de Itatiaia.

Em 1983, ganhou o Troféu Aniversário do Clube Atlético Ipiranga.

Em 1988, o Troféu UAI da Festa da Prefeitura de Poços de Caldas.

Além desses troféus, Saracura recebeu muitos títulos e homenagens. Recebeu o Título de Cidadão Paulistano, em 1996, na Câmara Municipal de São Paulo. Recebeu o Diploma de Honra ao Mérito, da Secretaria de Trabalho e Comunicação, Diploma de Honra ao Mérito do Ministério da Educação e Cultura, Viola de Ouro, do "Programa Raul Gil".

Saracura também escrevia uma crônica de humor, no Jornal da Zona Leste. Depois de sua morte, ainda foi homenageado na Assembléia Legislativa de São Paulo, pelo deputado Afanásio Jazadji, em evento promovido pela PRO-TV, sob presidência de Vida Alves.

A Prefeitura de São Paulo homenageou Saracura, dando seu nome a uma praça paulista, em 14/03/2003. É a Praça Oscar Pereira Rodrigues.

Saracura faleceu em 20/10/199, em São Paulo, aos 83 anos.

José Messias

JOSÉ MESSIAS CUNHA
(86 anos)
Cantor, Compositor, Escritor, Radialista, Apresentador, Produtor, Jornalista, Crítico e Jurado

☼ Bom Jardim de Minas, MG (07/10/1928)
┼ Rio de Janeiro, RJ (12/06/2015)

José Messias da Cunha foi um compositor, cantor, escritor, músico, radialista, apresentador e produtor de programas de rádio e televisão, além de jornalista, crítico musical e jurado musical em programas de talentos na televisão. Personagem de destaque expressivo na cultura artística brasileira durante várias décadas, desde a era de ouro do rádio e o início da televisão no país.

José Messias nasceu em 07/10/1928, no município de Bom Jardim de Minas, MG. Nascido de família pobre, mas extremamente musical, onde o pai e o avô eram regentes de banda, o tio era trombonista, ainda jovem começou a compor músicas para blocos de carnaval. Essa verve artística e musical iria acompanhá-lo por toda a sua vida nas múltiplas facetas de expressão.

Mudou-se, mais tarde, para Barra Mansa, RJ, trazido por um parente de nome José Gentil, nascido também em Bom Jardim de Minas, já falecido, que foi quem o levou para o Rio de Janeiro. Este parente foi quem o ensinou a ler e escrever, pois como é sabido, José Messias não tinha estudo quando morava em Bom Jardim de Minas. Este seu parente era auto ditada, falando fluentemente latim, inglês e esperanto, e ainda grande conhecedor da gramática da língua portuguesa. E ali aprendeu os ofícios do circo em pequenas companhias locais, havendo atuado, inclusive como palhaço.

Em 1945 seguiu para o Rio de Janeiro, onde viveria por várias décadas, e participou de vários programas de rádio, entre os quais, "Papel Carbono", de Renato Murce. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios. Trabalhou, também, durante algum tempo, no comércio, até que foi apresentado ao compositor Herivelto Martins, de quem veio a ser então secretário.

Com esse trabalho e com o relacionamento no meio artístico de então, oportunidades começaram a surgir, e José Messias chegou a substituir Grande Otelo em vários espetáculos. Continuava a compor músicas de Carnaval e, em 1952, conseguiu que fosse gravada a "Marcha do Coça Roça", sua primeira composição, que veio a ser interpretada por Heleninha Costa.

Seguiram-se, depois, várias outras interpretações de composições suas, por artistas famosos da época de ouro do rádio brasileiro: Emilinha Borba, Francisco Carlos, Marlene, e Quatro Ases e Um Coringa. Nessa época escreveu para jornais e revistas.

Em 1954, o então Ministro do Trabalho João Goulart nomeou-o para o Serviço de Recreação Operária, porém à disposição da Rádio Mauá, o que lhe permitiu continuar a desenvolver seus atributos musicais.

Em 1955, estreou como apresentador de auditório na Rádio Mayrink Veiga. Por dez anos, ele acumulou o exercício da função pública com as atividades privadas de direção e de apresentação de programas em várias radio-emissoras daquela época no Rio de Janeiro, como Rádio Mundial, Rádio Carioca, Rádio Metropolitana, Rádio Tupi, Rádio Guanabara e Rádio Nacional.


Identificado com a juventude da época, José Messias renovou o cenário musical de então. Criou, em conjunto com Carlos Imperial e Jair de Taumaturgo, o marcante movimento de renovação e vanguarda musical que veio a ser a Jovem Guarda.

Vanguardista em cultura musical, ele efetivamente lançou ao estrelato muitos cantores, por meio do seu programa "Favoritos da Nova Geração". Figuram entre os mais conhecidos e famosos os artistas Clara Nunes, Jerry Adriani, Roberto Carlos e Wanderley Cardoso, dentre muitos outros.

Ainda em 1955, compôs o samba "A Mão Que Afaga", com Raul Sampaio, gravado na Continental, pelos Vocalistas Tropicais.

Em 1956, estreou em discos pela pernambucana gravadora Mocambo, registrando a batucada "Macumbô" (José Messias e Carlos Brandão) e o samba "Deus e a Natureza" (José Messias e Carlos Brandão).

Em 1957, gravou na Copacabana os sambas "Ai, Ai, Meu Deus" (Amorim Roxo e Nelinho) e "Vou Beber" (José Messias e Carlos Brandão).

Em 1959, gravou pela Continental o mambo "Você Aí" (José Messias) e o samba "Fim de Safra" (Luiz de França e Zé Tinoco). Nesse ano, seu samba "O Sono de Dolores", em homenagem a Dolores Duran, que acabara de falecer, foi gravado por Ângela Maria e Mara Silva na Rádio Copacabana.

Em 1960, gravou na Polydor a "Marcha da Condução" (José Messias) e "Garoto Solitário" (Adelino Moreira), sucesso no carnaval do ano seguinte. Nesse ano, Carlos Augusto gravou seu bolero "Chega".

Em 1961, gravou na Philips o rock "Rock do Cauby" (José Messias) e o samba "Amor de Verão"(Edgardo Luiz e Geraldo Martins).

Em 1962, obteve destaque com a "Marcha do Carequinha". Gravou na Rádio Mocambo o cha-cha-chá "Garrincha-cha" (Rutinaldo), homenagem ao jogador de futebol Garrincha, do Botafogo do Rio de Janeiro. Nesse ano, seu bolero "Pecador", foi gravado por Silvinho. No começo dessa década, foi um dos radialistas que mais apoiou o movimento ligado ao rock, prestigiando os artistas ligados à Jovem Guarda.

Em 1963, gravou na RGE o "Twist do Pau de Arara" (Raul Sampaio e Francisco Anísio) e o "Cha Cha Cha do Carequinha" (José Messias). Ainda gravou na Odeon as marchas "Deus Tem Mais Pra Dar" (Valfrido Silva, Gadé e Humberto de Carvalho) e "Marcha do Pica-Pau" (Valfrido Silva e Humberto de Carvalho). Também em 1963, teve a música "Aconteça o Que Acontecer" gravada pelo Trio Esperança.

Em 1969, gravou a música "Terreiro de Outro Rei" (José Messias) no LP "O Fino da Roça", de Jackson do Pandeiro. Atuou também na TV Tupi, TV Continental, TV Rio e TV Excelsior. Na TV Tupi, participou dos programas "Flávio Cavalcanti" e "A Grande Chance".

No SBT, de São Paulo, participou, desde o ano 2000, do "Programa Raul Gil", bem como teve atuação muito permanente nas mais diversas emissoras da radiofonia carioca, especialmente a Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Em 2000, teve a música "Travesseiro" relançada na voz de José Ricardo, no CD "José Ricardo - Serenata Suburbana", do selo Revivendo.

Em 2002, produziu o CD "Seleção Nota 10 de José Messias" pela Warner.

Compositor

Compositor desde a juventude, José Messias é sócio honorário da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM). É autor de mais de duzentas composições. Algumas delas foram gravadas por grandes nomes da Música Popular Brasileira, entre artistas e grupos musicais, como Ângela Maria, Caetano Veloso, Cauby Peixoto, Clara Nunes, Dircinha Batista, Emilinha Borba, Jair Rodrigues, José Ricardo, Linda Batista, Marisa Monte, Nelson Gonçalves, Pery Ribeiro, Quarteto em Cy, Roberto Carlos, Sílvio César, entre outros.

Rádio e Televisão

José Messias foi, também, apresentador e diretor em várias emissoras de rádio e de televisão do Rio de Janeiro. Como tal, dirigiu Flávio Cavalcanti, Aírton Rodrigues e Lolita Rodrigues entre outros.

"A Grande Chance"

Na década de 1970, enquanto ainda trabalhava na rádio, ingressou também nas duas principais emissoras de televisão cariocas, a TV Tupi e a TV Rio. Veio, assim, pouco depois, a compor o juri musical mais importante da televisão brasileira da época, no então famoso programa "A Grande Chance", apresentado por Flávio Cavalcanti.

Conforme relato do jornalista, radialista e estudioso da música popular brasileira, Osmar Frazão, a última formação do programa "A Grande Chance" contou com a participação dos seguintes jurados: Umberto Reis, Erlon Chaves, Osmar Frazão, Artur Faria, Cidinha Campos (depois retornou Márcia de Windsor), Carlos Renato, Jorge Mascarenhas, além de José Messias, sendo que Osmar Frazão entrou para substituir Sérgio Bittencourt, que ficou uma temporada em São Paulo. Por tal razão, Osmar Frazão, nesse programa, foi batizado por Flávio Cavalcanti de "A Enciclopédia da Musica Popular Brasileira".

Foi, ainda, Osmar Frazão a convidá-lo como apresentador do programa denominado "A Hora dos Calouros" na Rádio Nacional.

Apresentador

Em 1966, a Rádio Nacional contratou-o como locutor, apresentador e produtor, onde apresentou, entre outros, o "Show da Cidade", o "Programa José Messias", "A Hora dos Calouros" e "Viva a Jovem Guarda".

Em 1972, transferiu-se para a TV Bandeirantes e o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), e então produziu e dirigiu o "Clube dos Artistas", então apresentado pelo casal Airton Rodrigues e Lolita Rodrigues.

Em 1974, criou o quadro "Pra Quem Você Tira o Chapéu", que já foi apresentado por vários artistas.

Anos depois, passou o comando a Raul Gil e participou de seu programa desde 1998, como jurado fixo.

No inicio da década de 80, enquanto ainda integrava a Rádio Nacional, adquiriu emissoras de rádio da Região dos Lagos e do Jornal de Negócios, assumindo, em 1990, a superintendência do Sistema Serramar de Comunicações, que então congregava cinco emissoras.

Em 1998, assumiu a titularidade da Secretaria de Cultura, Educação, Esporte e Lazer de Saquarema.

Jurado Musical

Em 2002, convidado pelo também apresentador, compositor e cantor Raul Gil, tornou-se jurado no "Programa de Calouro do Raul Gil". Além da função de jurado ilustre, nos vários programas de talentos apresentados por Raul Gil, em sucessivas redes de televisão, José Messias dedicou-se ao resgate da memória do rádio e da televisão brasileiros.

Escritor

José Messias da Cunha foi membro da Academia Nacional de Letras e Artes. Recentemente, lançou seu primeiro livro, "Sob a Luz das Estrelas: Somos Uma Soma de Pessoas". Na obra, ele apresenta a história de sua vida e carreira, bem como exibe um valioso retrospecto da história do rádio e da televisão no Brasil, história da qual foi co-protagonista.

Morte

José Messias morreu na noite de sexta-feira, 12/06/2015, aos 86 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado há cerca de dez dias no Hospital Italiano, no Grajaú, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Segundo nota de pesar do SBT, José Messias teve falência múltipla de órgãos em decorrência de uma complicação renal.

Família e amigos se despediram de José Messias na tarde de sábado, 13/06/2015. Seu corpo foi enterrado no Cemitério de Saquarema, no Rio de Janeiro, por volta das 15:00 hs. Durante toda a manhã, as pessoas mais próximas de José Messias estiveram reunidas em um velório que aconteceu em uma capela ao lado do Hospital Municipal Nossa Senhora de Nazareth, em Bacaxá, distrito de Saquarema.

Condecorações

José Messias da Cunha foi condecorado com vários méritos, entre diplomas, troféus e medalhas, com especial destaque para:

  • Cidadão Benemérito da Cidade do Rio de Janeiro
  • Medalha Tiradentes
  • Prêmio Noel Rosa (Pelo Sindicato dos Compositores)

Discografia


  • 1956 - Macumbô / Deus e a Natureza (Mocambo, 78 rpm)
  • 1957 - Ai, Ai, Meu Deus / Vou Beber (Copacabana, 78 rpm)
  • 1959 - Você Aí / Fim de Safra (Continental, 78 rpm)
  • 1960 - Marcha da Condução / Garoto Solitário (Polydor, 78 rpm)
  • 1961 - Rock do Cauby / Amor de Cerão (Philips, 78 rpm)
  • 1962 - Garrincha-cha / Duas Mães (Mocambo, 78 rpm)
  • 1962 - Maria Carnaval / Marcha do Carequinha (Philips, 78 rpm)
  • 1962 - Trenzinho de Brinquedo-Piuí / Dorme (Mocambo, 78 rpm)
  • 1963 - Deus Tem Mais Pra Dar / Marcha do Pica-Pau (Odeon, 78 rpm)
  • 1963 - Twist do Pau de Arara / Cha Cha Cha do Carequinha (RGE, 78 rpm)

Fonte: Wikipédia e Ego

Haroldo de Andrade

HAROLDO ANDRADE SILVA
(73 anos)
Locutor, Radialista, Apresentador de TV, Publicitário e Empresário

* Curitiba, PR (01/05/1934)
+ Rio de Janeiro, RJ (01/03/2008)

Haroldo Andrade Silva, popularmente conhecido por Haroldo de Andrade, foi um locutor, radialista, apresentador de TV, publicitário e empresário brasileiro.

Nascido na capital paranaense, Haroldo de Andrade trabalhou ainda na infância como office-boy no comércio.

Sempre que podia, Haroldo ia aos estúdios do Serviço de Alto-Falantes Iguaçú, localizado na Praça Tiradentes, onde era locutor Vicente Mickosz, com quem fez amizade. Naquela época, tais serviços de alto-falantes anunciavam produtos do comércio local.

Com seu conhecimento junto aos donos de lojas, Haroldo começou a fazer anúncios dos estabelecimentos no microfone. Foi nesta primeira experiência que a boa voz e a dicção muito clara chamou a atenção do público e o fez ingressar na Rádio Clube Paranaense, onde passou a atuar como locutor, apresentando o "Grande Programa RCA Victor", com repertório de músicas clássicas e líricas. Foi nesta época que Haroldo ouviu pela primeira vez o "Concerto Nº 1 Para Piano e Orquestra", do compositor russo Pyotr Ilyich Tchaikovsky, cuja melodia o encantou.

Haroldo de Andrade aos 17 anos, em Curitiba, com seu primeiro microfone.
Aos 20 anos de idade, resolveu deixar a terra natal e tentar a sorte como radialista na então Capital Federal, o Rio de Janeiro.

Em 1954, começou a trabalhar na antiga Rádio Mauá, cuja frequência era 1060, onde os mesmos predicados que o celebrizaram em Curitiba logo chamaram a atenção do público carioca. Numa época em que o rádio ainda detinha a primazia da popularidade, grandes emissoras possuíam grandes auditórios, onde havia espaço para o público assistir às irradiações. Na Rádio Mauá, a plateia não existia, e logo Haroldo criou uma maneira diferente de permitir a participação do público nas transmissões.

Foi quando lançou o programa "Musifone", em que os ouvintes podiam telefonar para o radialista e pedir músicas, participar de pequenos jogos e concorrer a prêmios. Com isso, Haroldo inaugurou a interatividade no rádio brasileiro, muitos anos antes de esta expressão começar a ser utilizada. A atração logo alcançou o primeiro lugar na audiência.

Com o sucesso do "Musifone", Haroldo chamou a atenção de emissoras maiores. Foi quando a Rádio Globo o contratou, em 1961. Lá, a partir do dia 06/11/1961, Haroldo passou a comandar o programa "Alvorada Carioca", das 06:00 hs às 08:00 hs da manhã, além de continuar apresentando o "Musifone" na parte da tarde.

Em 1962 recebeu seu primeiro prêmio no Rio de Janeiro, o "Microfone de Ouro", na categoria de "Melhor Locutor".

Haroldo de Andrade no auditório do "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
No final de 1965 Haroldo passou a se apresentar também na Rádio Eldorado, emissora pertencente ao Sistema Globo de Rádio, comandando pela manhã o "Haroldo, Muniz e a Música", ao lado de Roberto Muniz.

Em 1966 passou a apresentar um programa de televisão na recém-inaugurada Rede Globo. Em "Os Maiorais da Globo", Haroldo de Andrade dividia a tela com os também radialistas Luís de Carvalho, Jonas Garret, Mário Luís Barbato e Roberto Muniz, apresentando as paradas musicais do momento.

No início de 1966 sofreu um acidente automobilístico que lhe deixou sequelas físicas permanentes.

Em 1968 passou a se apresentar na TV Excelsior, onde ganhou um programa exclusivo, o "Haroldo de Andrade Show", com apresentações musicais, jogos e concursos entre artistas. Naquele mesmo ano, estreou um dos quadros que mais celebrizariam o comunicador, o "Bom Dia".

Em 1969 passou a apresentar os shows populares que a Rádio e a TV Globo patrocinavam em comemoração ao Dia do Trabalhador, que caia no mesmo dia de seu aniversário. O primeiro show foi realizado no estádio do Bangu Atlético Clube. A partir de 1970, com o imenso sucesso da iniciativa, os shows passam a serem realizados nos jardins da Quinta da Boa Vista, sempre com audiências superiores a 100 mil pessoas. 1970 também marcou a volta de Haroldo de Andrade à TV Globo, agora com um programa exclusivo.

Jerry Adriani e Haroldo de Andrade no "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
No rádio, o grande destaque do "Programa Haroldo de Andrade" passou a ser a mesa de debates, com nomes importantes de diversos campos debatendo o noticiário. Eram os Debates Populares, cujo formato passou a ser copiado por todas as emissoras do Brasil. Foi o auge de seu sucesso no veículo, conquistando liderança absoluta de audiência por mais de 30 anos consecutivos. Isso fez com que o "Programa Haroldo de Andrade" recebesse o prêmio de "Melhor Programa Radiofônico da América Latina" em 1977, no 10° Fórum Internacional de Programação de Rádio. No mesmo ano, a revista norte-americana Billboard apontou Haroldo de Andrade como a "Maior Personalidade No Ar".

Seu público majoritário era composto por donas de casa, aposentados, motoristas de táxi e estudantes. Sua popularidade gerou reações curiosas, como a de uma ouvinte que diariamente esperava o apresentador na porta da Rádio Globo vestida de noiva, pronta para "se casar" com seu ídolo assim que este quisesse. Na mesma entrada da emissora, diariamente, dezenas de fãs e aspirantes à carreira artística também costumavam abordá-lo, em busca de um autógrafo, uma palavra de carinho ou uma chance de divulgação. Foi assim que Haroldo de Andrade foi responsável pelo lançamento das carreiras de vários artistas hoje consagrados.

O sucesso e a liderança de Haroldo de Andrade na Rádio Globo permaneceram inalterados ao longo de mais de quatro décadas, malgrado uma curta passagem pela Rádio Bandeirantes, entre 1982 e 1983.

No final da década de 1990, reformulações no rádio começaram a afetar a posição de Haroldo de Andrade na preferência popular. Foi quando a direção do Sistema Globo de Rádio resolveu nacionalizar a programação da rede. Haroldo de Andrade, que embora tivesse ouvintes em outros estados já era completamente identificado com o público carioca e fluminense, resistiu à ideia de dirigir-se aos públicos de outras localidades. Com isso, a Rádio Globo acabou por demiti-lo em julho de 2002, num episódio doloroso para o velho apresentador.

Paulo Sérgio e Haroldo de Andrade no "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
Haroldo de Andrade não foi informado com antecedência da decisão da direção da emissora, e só soube de seu afastamento quando indagou de um funcionário do Departamento Pessoal a razão da não-renovação de seu contrato. Naquele mesmo dia, o "Programa Haroldo de Andrade" saiu do ar, sem que Haroldo pudesse se despedir de seus ouvintes.

Retirado à sua residência no bairro das Laranjeiras e limitado a administrar a sua empresa de marketing, Haroldo de Andrade não se conformou com o fim de seu trabalho. Conversou com algumas outras emissoras, mas não entrou em acordo com nenhuma. Foi quando decidiu abrir a sua própria emissora. Conseguiu adquirir a emissora que funcionava no mesmo "dial" de sua primeira rádio no Rio de Janeiro, o 1060, que em 07/11/2005 passou a se chamar Rádio Haroldo de Andrade.

Reunindo outros comunicadores de sua geração e afastados das grandes emissoras, a Rádio Haroldo de Andrade dedicou sua programação ao Rio de Janeiro e às cidades no entorno metropolitano. Logo, a emissora já alcançava o terceiro lugar geral em audiência entre as rádios AM.

No entanto, dificuldades técnicas e a falta de recursos de propaganda foram derrubando a audiência. A saída da comunicadora Cidinha Campos em um episódio conturbado também minou o crescimento da emissora.

Morte

A partir de 2007, diversos problemas de saúde obrigaram Haroldo de Andrade a se afastar dos microfones. Ele já sofria de diabetes há alguns anos, e passou a padecer também de problemas cardíacos e renais.

Após um breve retorno, a necessidade da colocação de um marcapasso nos últimos dias de 2007, bem como a dependência do tratamento de diálise retiraram novamente Haroldo de Andrade dos microfones.

Em janeiro de 2008, após um tombo em sua casa, Haroldo de Andrade novamente voltou ao hospital. Lá, foi constatada uma gangrena em sua perna, que acabou por ser amputada. A fragilidade do paciente levou a equipe médica que o atendia a colocá-lo em coma induzido, de onde não mais sairia.

Haroldo de Andrade faleceu às 15:00 hs do dia 01/03/2008, exatamente dois meses antes de completar 74 anos de vida, vítima de falência múltipla dos órgãos. Foi enterrado no dia seguinte, ao lado de um de seus oito filhos, no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju.

Sua morte foi notícia em todos os veículos de comunicação do país e ao seu funeral compareceram mais de quinhentas pessoas, entre ouvintes, políticos e artistas. No dia anterior, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, César Maia, anunciou que batizaria uma rua da cidade com seu nome. A promessa foi cumprida, com a publicação do Decreto Nº 29061, de 06/03/2008, que batizou como "Largo Haroldo de Andrade" o logradouro situado na Rua do Russel, lado par, próximo à Ladeira de Nossa Senhora, na Zona Sul do Rio de Janeiro e bem próximo ao edifício-sede do Sistema Globo de Rádio. A homenagem, no entanto, não foi concretizada até hoje.

A Rádio Haroldo de Andrade foi extinta em 05/05/2008, com a venda da emissora para o grupo Canção Nova, de emissoras católicas.

Em 19/05/2011, o Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou que um conjunto habitacional a ser construído no bairro de Barros Filho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, com recursos do programa federal "Minha Casa, Minha Vida", ganharia o nome de Haroldo de Andrade.

No dia 12/09/2011 foi inaugurado no interior da Estação Glória do Metrô Rio, um busto do radialista. A ideia da homenagem partiu do deputado estadual Paulo Ramos. O autor da obra foi o escultor Edgar Duvivier. No mesmo ano, o escritor e jornalista Victor Grinbaum passou a escrever a biografia do radialista.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Antônio Abujamra

ANTÔNIO ABUJAMRA
(82 anos)
Ator, Diretor de Teatro e Apresentador de TV

* Ourinhos, SP (15/09/1932)
+ São Paulo, SP (28/04/2015)

Antônio Abujamra foi um diretor de teatro e ator e apresentador de TV brasileiro. Paulista de Ourinhos, Antônio Abujamra cursou jornalismo e filosofia no Rio Grande do Sul. Publicou críticas teatrais ainda na faculdade, em 1957, e começou a trabalhar como diretor e, em menor intensidade, a atuar. Era conhecido pela irreverência de suas encenações e por seu humor crítico em relação a tabus sociais. Começou no teatro amador, na peça "Assim é Se Lhe Parece", atuando no Teatro Universitário de Porto Alegre.

A figura de Antônio Abujamra ficou fortemente associada a "Que Rei Sou Eu?", novela humorística do gênero capa-e-espada exibida pela TV Globo em 1989. Ele interpretava Ravengar, bruxo da corte do reino de Avilan, em 1786, antes da Revolução Francesa.

A novela agradou e surpreendeu o público habitual dos folhetins da emissora na faixa das 19:00 hs. O tom de interpretação melodramática foi bem aproveitado por Antônio Abujamra, que teve liberdade para exageros que marcaram o estilo maquiavélico de Ravengar.

Sua estreia profissional como diretor ocorreu em 1961, em São Paulo, com três peças na mesma temporada: "José, do Parto à Sepultura", de Augusto Boal, "Raízes", de Arnold Wesker, e "Antígona América", de Carlos Henrique Escobar. Como diretor, foi um dos principais da antiga TV Tupi e, como ator, teve atuação destacada.


Teve problemas com a censura na Ditadura. Em 1965, sua montagem de "O Berço do Herói", de Dias Gomes, foi proibida no último ensaio antes da estreia. Na década, acumulou prêmios, como "Roda Cor de Roda" de Leilah Assumpção, e temporadas de muito sucesso popular, como o monólogo "Muro de Arrimo", em que dirigiu Antônio Fagundes, então marido de sua sobrinha, Clarisse Abujamra.

Antônio Abujamra só assumiria a carreira de ator de forma tardia, aos 55 anos. O estouro televisivo de "Que Rei Sou Eu?" foi acompanhado de prêmios teatrais importantes. Seu trabalho favorito como ator nessa época foi o monólogo "O Contrabaixo", de Patrick Suskind. Ele continuou dirigindo e ganhou o Prêmio Molière de 1991 pela direção de "Um Certo Hamlet", em montagem carioca.

Em 1998, esteve em Monte Carlo, principado de Mônaco, ao lado de celebridades como Claudia Cardinale, Annie Girardot e Yehudi Menuhin, no júri do Festival Mundial de Televisão, como único latino-americano convidado.

Foi pai do também ator e músico André Abujamra. As atrizes Clarisse Abujamra e Iara Jamra são suas sobrinhas.

Antônio Abujamra foi quem levou o ator Othon Bastos para a televisão, depois do grande sucesso do ator ao interpretar Corisco no filme "Deus e o Diabo na Terra do Sol" de Glauber Rocha.

Comandou o programa "Provocações", da TV Cultura, no ar desde 06/08/2000. Atualmente é exibido todas as terças-feiras, às 23:30 hs, com reapresentação na madrugada de quarta para quinta-feira, às 04:30 hs.

Antônio Abujamra morreu aos 82 anos, na madrugada de terça-feira, 28/04/2015, em São Paulo. Segundo a família, ele estava dormindo em casa.

Televisão
(Diretor)

  • 1968 - O Estranho Mundo de Zé do Caixão (TV Tupi)
  • 1968 - Nenhum Homem é Deus (TV Tupi)
  • 1978 - Salário Mínimo (TV Tupi)
  • 1979 - Gaivotas (TV Tupi)
  • 1980 - Um Homem Muito Especial (TV Bandeirantes)
  • 1981 - Os Imigrantes (TV Bandeirantes)
  • 1981 - Os Adolescentes (TV Bandeirantes)
  • 1982 - Ninho da Serpente (TV Bandeirantes)
  • 1997 - Os Ossos do Barão (SBT)

Televisão
(Ator)

  • 1967 - As Minas de Prata … Frazão
  • 1987 - Sassaricando … Totó
  • 1989 - Cortina de Vidro … Arnon Balakian
  • 1989 - Que Rei Sou Eu? … Ravengar
  • 1992 - Amazônia … Drº Homero Spinoza
  • 1993 - O Mapa da Mina … Nero
  • 1995 - A Idade da Loba … Piconês
  • 1997 - Os Ossos do Barão … Sebastião
  • 1999 - Andando nas Nuvens … Álvaro Luís Gomes
  • 1999 - Terra Nostra … Coutinho Abreu
  • 2000 - Marcas da Paixão … Dono do Cassino
  • 2004 - Começar de Novo … Dimitri Nicolaievitch
  • 2009 - Poder Paralelo … Marco Iago
  • 2011 - Corações Feridos … Dante Vasconcelos

Cinema

  • 1989 - Festa (Direção de Ugo Giorgetti)
  • 1989 - Lua Cheia (Direção de Alain Fresnot)
  • 1990 - Os Sermões - A História de Antônio Vieira (Direção de Júlio Bressane)
  • 1991 - Olímpicos (Direção de Flávia Moraes)
  • 1992 - Atrás das Grades (Direção de Paolo Gregori)
  • 1992 - Perigo Negro (Direção de Rogério Sganzerla)
  • 1993 - Oceano Atlantis (Direção de Francisco de Paula)
  • 1995 - Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (Direção de Carla Camurati)
  • 1996 - Quem Matou Pixote? (Direção de José Joffily)
  • 1996 - Olhos de Vampa (Direção de Walter Rogério)
  • 1998 - Caminho dos Sonhos (Direção de Lucas Amberg)
  • 2000 - Villa-Lobos - Uma Vida de Paixão (Direção de Zelito Viana)
  • 2005 - Concerto Campestre (Direção de Henrique de Freitas Lima)
  • 2005 - Quanto Vale ou é Por Quilo? (Direção de Sérgio Bianchi)
  • 2008 - É Proibido Fumar (Direção de Anna Muylaert)
  • 2010 - Syndrome (Direção de Roberto Bomtempo)
  • 2011 - Assalto ao Banco Central (Direção de Marcos Paulo)
  • 2013 - Babu - A Reencarnação do Mal (Direção de Cesar Nero)
  • 2012 - Brichos - A Floresta é Nossa

Teatro

Entre seus principais trabalhos em teatro encontram-se "Volpone", de Ben Johnson; "Hair", de Gerome Ragni e James Rado; "A Secreta Obscenidade de Cada Dia", de Manuel Antonio de la Parra; "Retrato de Gertrude Stein Quando Homem", texto seu sobre a vida e obra da autora, e "O Inferno São os Outros", de Sartre.

Premiações

  • 1959 - Prêmio Juscelino Kubitschek de Oliveira, pela direção de "A Cantora Careca", de Eugène Ionesco.
  • 1987 / 1995 - Prêmio de melhor ator na peça teatral "O Contrabaixo", de Patrick Suskind.
  • 1989 - Prêmio Kikito, no Festival de Gramado, como melhor ator pelo filme "Festa".
  • 1989 - Troféu APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor ator de TV  pelo papel de Ravengar, pela atuação na telenovela "Que Rei Sou Eu?".
  • 1998 - Prêmio Lifetime Achievement, como diretor, no XI Festival Internacional de Teatro Hispânico em Miami.

Fonte: Wikipédia e UOL
Indicação: Miguel Sampaio e Fadinha Veras

Inezita Barroso

IGNEZ MAGDALENA ARANHA DE LIMA
(90 anos)
Cantora, Atriz, Apresentadora de Rádio e TV, Instrumentista, Bibliotecária, Folclorista e Professora

* São Paulo, SP (04/03/1925)
+ São Paulo, SP (08/03/2015)

Inezita Barroso, nome artístico de Ignez Magdalena Aranha de Lima, foi uma cantora, atriz, instrumentista, bibliotecária, folclorista, professora, doutora Honoris Causa em folclore e arte digital pela Universidade de Lisboa e apresentadora de rádio e televisão brasileira, atuando também em shows, álbuns, cinema, teatro e produzindo espetáculos musicais de renome nacional e internacional. Nascida no bairro da Barra Funda, em São Paulo, apesar de paulistana e descendente de família tradicional, apaixonou-se muito cedo pela cultura caipira. Começou a cantar aos sete anos de idade e por essa época começou a aprender a tocar violão.

Já durante as férias, em fazenda de parentes, começou a aprender a tocar viola e a cantar composições caipiras como a "Moda da Pinga" e a moda-de-viola "Boi Amarelinho". Aos oito anos de idade já fazia apresentações em recitais de violão no Clube Germânia. Aos nove, já admirava o poeta modernista Mário de Andrade, que morava ao lado de sua casa à Rua Lopes Chaves, na Barra Funda, em São Paulo, a quem esperava passar todo dia enquanto brincava de patins. Com nove anos, integrou a Turma de Violeiros do Pequenópolis, da professora Mary Buarque. Aos 11 anos, começou a estudar piano.

Fez o curso de Biblioteconomia e em 1947 adotou o sobrenome Barroso ao se casar, aos 22 anos, com o advogado cearense Adolfo Cabral Barroso.

De 1982 a 1996, lecionou Folclore na Universidade de Mogi das Cruzes. A partir de 1983, começou a lecionar na Faculdade Capital de São Paulo. Em 2014, foi eleita para a Academia Paulista de Letras, em substituição à folclorista Ruth Guimarães.

A Carreira

Em 1934, apresentou-se, levada pelo pai, no "Programa Cascatinha do Genaro", apresentado por Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado, na Rádio São Paulo. Cantou e acompanhou-se ao violão recebendo elogios de Ariovaldo Pires. Nesse ano, como integrante do grupo de alunas da professora Mary Buarque, participou de espetáculo musical no Teatro Municipal de Campinas, SP. Na ocasião, interpretou a música infantil "O Gatinho", e o "Batuque", de Marcelo Tupinambá.

Em 1943, apresentou-se na Rádio Kosmos, de São Paulo, cantando três boleros, uma valsa e um fox.

Em 1946, como professora de música, promoveu apresentação de suas alunas no Colégio Caetano de Campos. Na ocasião, ela mesma interpretou "Rolete de Cana", tema folclórico, e "Na Baixa do Sapateiro", de Ary Barroso.

Em 1948, ainda de forma amadora, fez parte de uma caravana artística que se apresentou na cidade paulista de Franca, cantando e acompanhando-se ao violão.

Em 1950, participou do espetáculo "O Homem da Flôr na Boca", apresentado no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em São Paulo, fazendo acompanhamento ao violão. Fez também apresentações no Teatro Castro Alves e no Teatro Colombo, ambos em São Paulo.

Iniciou a carreira artística profissionalmente em 1950, quando atuou como atriz no filme "Angela", de Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida, da Companhia Vera Cruz. Nesse ano, foi convidada pelos amigos Vicente Leporace e Evaldo Ruy para participar na Rádio Bandeirantes, de São Paulo de um especial dedicado à Noel Rosa. Já o filme "Angela" foi lançado em agosto de 1951, e, nesse filme, interpretou a cantora Vanju e apareceu cantando as músicas "Quem é", de Marcelo Tupinambá, especialmente composta para o filme, e "Enquanto Houver", de Evaldo Ruy. Logo chamou a atenção de todos e nesse período, apresentou no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) um recital de música brasileira, dividido em três partes, interpretando na 1º parte uma seleção intitulada "Música Variada", com a "Canção da Guitarrada" (Marcelo Tupinambá e Aplecina do Carmo), a canção amazônica "Farinhada" (Valdemar Henrique e Ilná Portela de Carvalho), a toada sertaneja "Carreiro" (Hekel Tavares e Olegário Mariano), "Chove Chuva", com música de Hekel Tavares para poema de Ascenso Ferreira, a "Canção" (Gonçalves Crespo) com transcrição de J. Otaviano, a modinha antiga, conforme informação do disco, sobre tema popular, "Nhapopé" (Villa-Lobos), e a "Berceuse da Onda que Leva o Pequenino Náufrago" (Lorenzo Fernandes e Cecília Meireles). Na segunda parte interpretou os sambas "Quando o Samba Acabou", "Silêncio de um Minuto", "Não Tem Tradução", "Último Desejo" de Noel Rosa, e "Feitiço da Vila" de Noel Rosa e Vadico, e, na 3º parte, músicas afro-brasileiras: "Navio da Costa" e "Pergunte aos Canaviais", de Capiba, "Cantilena", canto de senzala ambientado por Villa-Lobos, "Abaluauiê", ponto ritual de Valdemar Henrique, "O Preto Velho Cambinda" (Hekel Tavares e Joracy Camargo), "Salve Ogum" (Pernambuco e Mário Rossi), e o "Funeral de um Rei Nagô" (Hekel Tavares e Murillo Araújo).

Ainda em 1951, gravou seu primeiro disco, pela gravadora Sinter. Depois de fazer uma rápida apresentação na Boate Vogue, no Rio de Janeiro, foi vista pelo dono da gravadora Sinter, que a convidou para um teste, apenas com voz e violão. Gravou então "Funeral de um Rei Nagô" (Hekel Tavares e Murillo Araújo), e "Curupira" (Waldemar Henrique). Esse disco, no entanto, não teve grande divulgação comercial. No mesmo ano, viajou com o marido para o Ceará e em seguida para Pernambuco, onde, na cidade de Recife, conheceu o compositor Capiba, que a convidou para realizar um recital no Teatro Santa Izabel, ocasião em que assinou seu primeiro contrato profissional. A partir de então, sua carreira iria deslanchar nos palcos, nos discos, em rádios, televisão e cinema.

Em 1952, assinou contrato com a Rádio Nacional de São Paulo, participando do espetáculo de inauguração da emissora. Ficou, no entanto, pouco tempo naquela rádio.


Em 1953, foi contratada para fazer parte do cast da Rádio Record onde iria apresentar programa com produção inicial de Thalma de Oliveira e, depois, de Blota Júnior, com arranjos orquestrais de Hervé Cordovil. Ingressou na gravadora RCA Victor, e, em seu primeiro disco na nova gravadora, interpretou "Isto é Papel, João" (Paulo Ruschel) e o tema folclórico "Catira", adaptado por R. de Souza. Em seguida, gravou "O Canto do Mar" e "Maria do Mar" (Guerra Peixe e José Mauro de Vasconcelos). Gravou dois de seus maiores sucessos, a moda "Marvada Pinga" (Cunha Jr.) e o samba "Ronda" (Paulo Vanzolini). Sobre essa última, ela mesma conta que ao dizer que gravaria um "samba paulista" houve uma reação negativa do maestro responsável pela gravação, que disse: "São Paulo não tem samba!". O referido maestro colocou o chapéu na cabeça e abandonou o estúdio, ao que parece bastante irritado. Segundo relato de Arley Pereira, no livro "Inezita Barroso - A História de Uma Brasileira":

"Como Vanzolini era muito desafinado, foi preciso que Inezita cantasse a canção para convencer os músicos, mas ela não havia decorado  a letra. Paulo rapidamente a escreveu para ela, tintin por tintim, e Inezita mostrou no violão, lendo os versos enquanto cantava. Os músicos do regional que a acompanhavam ficaram entusiasmadíssimos e logo se organizaram para bolar um arranjo de ouvido. Tinha de ser aquela música, não havia mais volta. Foi assim que os remanescentes do lendário Regional do Canhoto, os maiores 'cobras' da música popular que se conhecia, lançaram com Inezita a primeira gravação de "Ronda", hoje um clássico da música popular brasileira. O regional? Era formado apenas por Zé Menezes nas cordas dedilhadas (violão, cavaquinho e bandolim), Dino Sete Cordas no violão sete cordas, Garoto no violão-tenor, Chiquinho do Acordeon e Abel Ferreira nas clarinetas, sem usar percussionista. Uma seleção brasileira. Segundo os registros, a gravação foi realizada no dia 3 de agosto de 1953."

No selo do disco, o companhamento da gravação é anunciado como sendo apenas "Com Conjunto", sem nenhuma indicação do grande time de músicos que participou dessa emblemática gravação. Também em 1953, Inezita participou dos filmes "Destino em Apuros", de Ernesto Remani, e "O Craque", com direção de José Carlos Burle, primeiro filme brasileiro a ter o futebol como tema. Atuou no filme "Mulher de Verdade", direção de Alberto Cavalcanti, lançado comercialmente em 1955. Com sua atuação neste filme, recebeu o Prêmio Saci, de melhor atriz. Foi, ainda em 1953, que, por indicação de Millôr Fernandes e Antônio Maria, foi contratada para atuar na famosa Boate Vogue, do Rio de Janeiro, onde estreou em 07/04/1953. Provando não ter nenhum problema com o público chamado de sofisticado, foi um sucesso absoluto, cantando inclusive músicas caipiras, que, aliás, eram conhecidas por todos os frequentadores. No anúncio do show publicado nos jornais, aparecia a seguinte frase: "Inezita Barroso, da sociedade paulista  para a sociedade carioca", conforme informações de Arley Pereira em seu livro sobre a cantora.

Em 1954, gravou o samba "Estatutos da Gafieira" (Billy Blanco), e o tema folclórico "Soca Pilão", com adaptação de José Roberto, "Iemanjá" (Nelson Ferreira e Luiz Luna), "Pregão da Ostra", tema folclórico adaptado por José Prates, "Redondo Sinhá" (Barbosa Lessa), a modinha "Mestiça" (Gonçalves Crespo), o tema folclórico "Taieiras", adaptação de Luciano Gallet, "Retiradas" (Oswaldo de Souza), "Coco do Mané" (Luiz Vieira), e "Roda a Moenda" (Haroldo Costa). Nesse ano, recebeu o Prêmio Roquette Pinto, como melhor cantora de rádio da música popular brasileira, e o Prêmio Guarani como melhor cantora de disco. Participou ainda do filme "É Proibido Beijar", dirigido pelo fotógrafo italiano Ugo Lombardi. Nesse filme, interpretou o baião "João Baião" (Betinho). Também em 1954, fez sua primeira aparição na televisão ao ser convidada pela TV Tupi para participar do programa "Afro", um especial com música e danças afro-brasileiras. Em seguida, passou a apresentar na TV Record o programa "Vamos Falar de Brasil", primeiro programa da televisão brasileira inteiramente dedicado à música, pois até então, os cantores apareciam em programas de variedades. Atuou por oito anos como estrela da TV Record. Também em 1954, substituiu a cantora Linda Batista na Boate Esplanada, em São Paulo, no espetáculo "Clarins em Fá", uma criação de Carlos Machado e que tivera Linda Batista como estrela no Rio de Janeiro.


Em 1955, gravou as canções de domínio público, "Meu Casório" e "Nhá Popé", o pot-pourri "Benedito Pretinho / Meu Barco é Veleiro" (Hekel Tavares e Olegário Mariano), "Na Fazenda do Ingá" (Zé do Norte), "Dança de Caboclo" (Hekel Tavares e Olegário Mariano), e "Maracatu Elegante" (José Prates). Participou como atriz e cantora do filme "Carnaval em Lá Maior", de Adhemar Gonzaga, que representou o Brasil no Festival de Punta Del Este no Uruguai. Nesse filme, interpretou o samba "Estatutos da Gafieira" (Billy Blanco). Ainda em 1955, recebeu novamente o Prêmio Saci, como melhor atriz, por sua atuação no filme "Mulher de Verdade" e o Prêmio Roquette Pinto, como melhor cantora de música popular. Nesse período, realizou uma série de gravações de divulgação do folclore, que serviram para ilustrar um ciclo de conferências realizadas por professores da Universidade de São Paulo (USP). No mesmo ano de 1955, ingressou na gravadora Copacabana e lançou o samba "Moleque Vardemá" (Billy Blanco), a "Prece à São Bendito" (Hervé Cordovil), o tema folclórico "Mineiro Tá Me Chamando" (Zé do Norte), e a canção "Minha Terra" (Waldemar Henrique). Lançou pela gravadora Copacabana, seu primeiro LP, que teve seu nome como título, e no qual no lado A, com acompanhamento da orquestra de Hervé Cordovil, interpretou a "Prece à São Bendito" (Hervé Cordovil), com coro dos Titulares do Ritmo, "Banzo" (Hekel Tavares e Murilo Araújo), a seleção de canções "Nana Nanana" (Hekel Tavares, Ribeiro Couto e Manuel Bandeira), "Papa Curumiassú" (Hekel Tavares), "Sapo Cururú" (Dilu Melo), e "Fiz a Cama na Varanda" (Dilu Melo e Ovídio Chaves), e o "Funeral de um Rei Nagô" (Hekel Tavares e Murilo Araújo). No lado B, tocando violão e acompanhada de viola e sanfona, interpretou "Maria Julia", tema tradicional recolhido por ela mesma, "Viola Quebrada" (Mário de Andrade), "Minêro Tá Me Chamano", tema tradicional adaptado por Zé do Norte, e "Tirana de Vila Nova", outro tema tradicional recolhido por Waldemar Henrique. Ainda em 1955, participou, como atriz e cantora, do Festival de Punta Del Leste, no Uruguai.

Em 1956, lançou o LP  "Danças Gaúchas" no qual, acompanhada pelo Grupo Folclórico de Barbosa Lessa, Luis Gaúcho, na sanfona e Titulares do Ritmo no coral, interpretou os temas tradicionais "Levante", "Tirana do Lenço", "Pezinho", "Quero Mana", "O Anu", "Balaio", "Maçanico", "Chimarrita Balão" e "Meia-Cana Serrana", todas com adaptação de Barbosa Lessa e Paixão Cortes, além da "Rancheira de Carreirinha" (Barbosa Lessa). Juntamente ao disco, foi lançado, pela Editora Vitale, o "Manual de Danças Gaúchas", de Barbosa Lessa e Paixão Côrtes. No mesmo ano, lançou, pela gravadora Copacabana, o LP "Lá vem o Brasil", no qual, acompanhado-se ao violão, interpretou "Lá Vem o Brasil" (Nelson Ferreira e Rafael Peixoto), "Berceuse da Onda" (Oscar Lorenzo Fernández e Cecília Meireles), "O Carreteiro" (Barbosa Lessa), "Temporal" (Paulo Ruschell), "Sertão de Areia Seca" e "Rede da Sinhá" (Leyde Olivé), "Galope à Beira Mar" (Luiz Vieira), e "Cantilena", tema tradicional adaptado por Sodré Viana, e recolhido por Villa-Lobos. Ainda em 1956, a  RCA Victor lançou o LP "Coisas Do Meu Brasil", uma coletânea com as interpretações de Estatutos de Gafieira, de Billy Blanco, "Na Fazenda do Ingá" (Zé do Norte), o tema tradicional "Meu Casório", "Isto é Papel, João" (Paulo Rushell), a "Moda da Pinga (Marvada Pinga)" (Laureano), "Mestiça" (Gonçalves Crespo), "Iemanjá" (Nelson Ferreira e Luis Lima), e o tema tradicional "Pregão da Ostra", com adaptação de J. Prates. Recebeu o Prêmio Roquete Pinto, conferido pela crônica paulista como a melhor intérprete de música popular brasileira. Também no mesmo ano, publicou o livro "Roteiro de um Violão". Seus trabalhos ficaram conhecidos por Jean Louis Barrault, Marian Anderson, Vittorio Gasmann e Roberto Inglês, que, de passagem pelo Brasil, levaram seus discos para a Europa, onde obtiveram divulgação em diversas emissoras. Finalmente, em 1956, fez recitais em teatros como convidada oficial dos governos do Uruguai e do Paraguai.


Em 1957, participou do espetáculo "Ritmos e Cores", que deslumbrou plateias do Rio de Janeiro e São Paulo, no qual cantava, enquanto o grupo Jograis de São Paulo apresentava poesias e ao mesmo tempo, eram apresentados slides coloridos de Durval Rosa Borges. Nesse mesmo ano, segundo informações constantes na contra capa do LP "Vamos Falar de Brasil":

"Aproveitando suas férias, saiu espetacularmente de São Paulo num jipe e enfrentando chuva, lama e incríveis hotéis 'folclóricos' dos sertões de Minas e da Bahia, recolheu motivos deliciosos para enriquecer ainda mais o seu já vastíssimo repertório e, assim, retribuir, de alguma forma, o carinho de seus fãs sempre presentes".

Na época, havia sido convidada para estrelar o longa metragem "Jovita" que seria produzido pela Companhia Vera Cruz, que ficava na cidade paulista de São Bernardo onde também estava sendo lançado o primeiro veículo utilitário comercial do Brasil o jipe Willys. O presidente da empresa lhe emprestou o jipe para que pudesse realizar suas pesquisas pelo Brasil afora. A Companhia Vera Cruz resolveu fazer parte do empreendimento e pintou na lateral do carro o nome "Jovita", para promover o filme, que no entanto, não chegou a ser filmado.  Acompanhada do cunhado Maurício Barroso e do amigo Nelson Camargo, percorreu quase todo o Nordeste, antecipando a volta quando foi avisada que ganhara o Prêmio Roquette Pinto e precisava voltar para recebê-lo. Recebeu o Prêmio Roquette Pinto de melhor cantora da televisão, o Prêmio Guarani do Disco, como melhor cantora de folclore, e foi escolhida várias vezes como a melhor da semana em televisão, rádio, disco e teatro com a temporada de "Os Jograis de São Paulo e Inezita", além de receber a Medalha de Honra ao Mérito da Associação Paulista de Imprensa. No mesmo ano, gravou apenas um disco, em 78 rpm, com as composições "No Bom do Baile" (Barbosa Lessa), e "Nhô Leocádio" (Hervé Cordovil).

Em 1958, gravou o LP "Vamos Falar de Brasil", no qual, com arranjos de Hervé Cordovil e com acompanhamento do Regional do Miranda e da Orquestra e Coro da Rádio Record, sob direção de Hervé Cordovil, e com ela ao violão, interpretou "Retiradas" (Osvaldo de Souza), inspirado em motivo de aboio nordestino, "Peixe Vivo", motivo tradicional mineiro recolhido e adaptado por Rômulo Paes e Henrique de Almeida, "Engenho Novo", tema tradicional nordestino adaptado por Hekel Tavares"Zabumba de Nego", um jongo de Hervé Cordovil, "Lampião de Gás" (Zica Bergami), um de seus maiores sucessos, "Ismália", poema de Alphonsus de Guimarães musicado por Capiba, "Festa do Congado" (Juraci Silveira), "Temporal" (Paulo Ruschell), "Luá Luá", uma cantiga de feira de autoria de Catulo de Paula, a modinha  "Azulão" (Jaime Ovalle e Manuel Bandeira), "Seresta" (Georgina Erismann), e a "Moda da Pinga (Marvada Pinga)" (Laureano), talvez sua gravação de maior êxito. Ainda em 1958, gravou o LP "Inezita Apresenta", no qual cantou composições de Babi de Oliveira, Juraci Silveira, Zica Bergami, Leyde Olivé e Edvina de Andrade, do folclore paulista, mineiro e baiano. Desse disco, que contou com arranjos de Hervé Cordovil e acompanhamento da Orquestra e Coro da Rádio Record sob direção de Hervé Cordovil, com participação dos Titulares do Ritmo e Regional do Miranda, fizeram parte o tema de congada "Rainha Ginga", o batuque paulista "Batuque", e o samba-choro "Recado", os três de Leyde Olivé, o "Cateretê", a moda-de-viola "Conversa de Caçador" e a toada "O Carro Tombou", de Edvina de Andrade, o "Lamento", com arranjos para vozes de Francisco Nepomuceno de Oliveira, a toada "Adeus Minas Gerais" e "Sôdade da Loanda", da mineira Juraci Silveira, "O Batateiro" e "Chuvarada", de Zica Bergami, esta última, com arranjos vocais de Francisco Nepomuceno de Oliveira, além de "Seresta da Saudade" e o canto de trabalho "Caboclo do Rio", ambas de Babi de Oliveira, e "Maria Macambira" (Babi de Oliveira e Orádia Oliveira). Também em 1958, participou do LP "Cinco Estrelas Apresentam Inara", da gravadora Copacabana, com obras da compositora Inara. Nesse disco interpretou "Congada" e "É Iemanjá". No mesmo ano, participou do filme "O Preço da Vitória", de Oswaldo Sampaio, interpretando a canção "De Papo Pro Ar" (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano).

Em 1959, lançou o LP "Canto da Saudade", que contou com arranjos, orquestra e coro de Hervé Cordovil e participação dos Titulares do Ritmo. Nesse LP interpretou "Canto da Saudade" (Alberto Costa), com arranjo de Gabriel Migliori, a "Cantiga (Vela Branca)" (Lina Pesce e Adelmar Tavares), com arranjo de Francisco Nepomuceno, a toada "Fiz a Cama na Varanda" (Dilu Melo e Ovídio Chaves), a canção "Na Serra da Mantiqueira" (Ary Kerner Veiga de Castro), a "Modinha" (Jaime Ovalle e Manuel Bandeira), com a cantora acompanhando-se ao violão, o samba "Na Baixa do Sapateiro" (Ary Barroso), a toada "Luar do Sertão" (João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense), a toada "Maringá" (Joubert de Carvalho), com arranjo à capela de Francisco Nepomuceno, "De Papo Pro Ar" (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano), a canção "Sodade Ruim" (Georgette Cutait e Diva Jabor), o motivo tradicional "Meu Limão, Meu Limoeiro", com adaptação de José Carlos Burle, e a canção "Sussuarana" (Hekel Tavares e Luís Peixoto).


Em 1960, gravou, de Mariano da Silva e Cornélio Pires, a moda de viola "Moda do Bonde Camarão", que se tornou outro grande sucesso de sua carreira, e "Moda da Onça", do folclore  recolhido por ela. No mesmo ano, lançou o LP "Eu me Agarro na Viola", no qual, acompanhando-se à viola e ao violão, interpretou "Eu me Agarro na Viola (Tirana de Vila Nova)", uma cantiga de vaqueiro da Bahia, recolhida por Waldemar Henrique, "Urutáu" (Lamartine Paes de Barros Machado), a "Canção da Guitarra" (Marcelo Tupinambá e Aplecina do Carmo), "Meu Baralho" (Edvina de Andrade), "A Troco de Que" (Luiz Vieira), "Moda da Mula Preta" (Raul Torres), a "Moda do Bonde Camarão" (Mariano da Silva e Cornélio Pires), "A Voz do Violão", clássico de Francisco Alves e Horácio Campos, "Moda da Onça", motivo tradicional adaptado por ele mesma, "Boi Amarelinho" (Raul Torres), e "Leilão" (Hekel Tavares e Joracy Camargo). Ainda em 1960, voltou ao Uruguai para apresentar-se no I Festival Sul-Americano de Folclore, na cidade de Salinas, sendo considerada a melhor apresentação de todas, recebendo um troféu como homenagem.

Em 1961, foi lançado pela gravadora Copacabana o LP "Inezita Barroso Interpreta Danças Gaúchas" com as oito músicas gravadas por ela no LP "Danças Gaúchas", de 1955, acrescidas de "Tatu" (Barbosa Lessa e Paixão Cortes), e "No Bom do Baile" (Barbosa Lessa), contando com orquestra e arranjos de Hervé Cordovil. Na contra capa desse LP, assim escreveu, provavelmente Barbosa Lessa ou Paixão Cortes, uma vez que o texto não recebeu assinatura:

"Artisticamente, as danças gaúchas entraram na fase de competir com os bailados regionais de outros países, divulgados em categoria profissional. Precisam as danças gaúchas, portanto, se aparelharem o melhor possível para essa dura concorrência artística. Para este embate diante do exigente público, é que se destina o novo 'Danças Gaúchas'. O acordeão, a rabeca e o violãozinho foram deixados de lado para que entrassem os instrumentos que animam as orquestras internacionais. Ao som dessa música, os bailarinos podem convocar coreógrafos profissionais, pois há todo um mundo de sugestões rítmicas para inspirar as mais ousadas 'marcações'. Tudo é novo. Um único elemento permanece, todavia, relacionando aquele disco regional com este outro em roupagem internacional: a admirável voz de uma artista brasileira, capaz de identificar-se com o que há de mais puro e ingênuo em nosso folclore e, simultaneamente, comover a uma exigente plateia estrangeira em noite de gala - Inezita Barroso".

No mesmo ano de 1961, lançou o LP "Inezita Barroso", no qual interpretou "Sertão de Areia Seca" (Leyde Olivé), "Tamba-Tajá" (Waldemar Henrique), "Roda Carreta" (Paulo Ruschell), "Na Minha Terra Tem" e "Casa de Caboclo", ambas de Hekel Tavares e Luis Peixoto, "Carreteiro" (Barbosa Lessa), "Viola Quebrada" (Mário de Andrade), "Maria Julia", tema tradicional, "Minêro Tá Me Chamano", adaptação de Zé do Norte para um tema tradicional, "Galope à Beira Mar" (Luiz Vieira), e "Moleque Vardemá" (Billy Blanco).

Em 1962, pelo selo Sabiá/Copacabana, gravou o LP "Clássicos da Música Caipira", LP que seria relançado em 1968, pelo selo Beverly, e, em 1969, pelo selo Som. Nesse disco, interpretou as modas-de-viola "Chico Mineiro" (Tonico e Francisco Ribeiro), e "Sertão do Laranjinha" (Capitão Furtado), Tonico & Tinoco, as toadas "Boi de Carro" (Anacleto Rosas JúniorTinoco), "Pingo D'água" (Raul Torres e João Pacífico), e "Tristeza do Jeca" (Angelino de Oliveira), os  cateretês "Amor Impossível" (Anacleto Rosas Júnior), e "Vae Torna Vortá", de domínio público, as modas campeiras "Cavalo Preto" (Anacleto Rosas Júnior), "Baldrama Macia" (Arlindo Pinto e Anacleto Rosas Júnior), o recortado mineiro "Boiadeiro Apaixonado" (Raul Torres e Geraldo Costa), o arrasta pé "Mineirinha" (Raul Torres), e o valseado "Do Lado Que o Vento Vai" (Raul Torres). No mesmo ano, lançou o LP "Recital", no qual cantou os temas tradicionais "Cantilena", recolhida por Sodré Viana e Villa-Lobos, "Nhapopé", tema folclórico adaptado por ela, "Temas de Capoeira", "Prenda Minha", da música tradicional gaúcha, "Caninha Verde", música tradicional mineira, e "Tayeiras", além das canções "Uirapuru", "Boi Bumbá" e "O Que Ouro Não Arruma", as três de Waldemar Henrique, "Chove Chuva" (Hekel Tavares e Ascenso Ferreira), "Areia do Mar" (Orádia Oliveira e Babi de Oliveira), e "Três Pontos de Santo" (Jaime Ovalle e Manuel Bandeira). Ainda em 1962, saiu da Record e começou a enfrentar dificuldades para fazer gravações, em virtude da manutenção intransigente de uma linha de trabalho da qual não abriu mão. Mesmo gravando menos do que poderia e deveria, continuou lançando discos.


Em 1963, gravou com a Banda da Força Pública do Estado de São Paulo, sob a direção do maestro Capitão Alcides J. Degobbi, com produção de Hervé Cordovil, o LP "A Moça e a Banda - Inezita Barroso e a Banda da Força Pública do Estado de São Paulo", no qual interpretou o hino "Cisne Branco (Canção do Marinheiro)" (Antônio Manoel do Espírito Santo e Benedito Xavier de Macedo), o "Hino à Bandeira" (Francisco Braga e Olavo Bilac), o "Hino do Estudante Brasileiro" (Paulo Barbosa, Aldo Taranto e Raul Roulien), o "Hino do C F A" (Alcides Jacomo Degobbi e Edgar Pimentel Resende), "Hino da Independência" (Dom Pedro I e Evaristo Ferreira da Veiga), "Hino à Mocidade Acadêmica" (Carlos Gomes e Bittencourt Sampaio), e o "Hino da Proclamação da República" (Leopoldo Miguez e Medeiros e Albuquerque), as canções "Canção do Expedicionário" (Spartaco Rossi e Guilherme de Almeida), a "Canção do Soldado", de autor desconhecido, além do dobrado "Avante Camaradas" (Antônio Manuel do Espírito Santo). Nesse período de mudanças na música popular brasileira, pensou em largar a carreira artística e virar bibliotecária e professora. Irritada por perder os patrocínios para seu programa de televisão queimou os originais de seu estudo "Roteiro de um Violão". Por essa época, começou a dar aulas particulares de violão. Somente voltou a gravar três anos depois quando lançou o LP "Vamos Falar de Brasil, Novamente", no qual, com arranjos de Guerra Peixe, e acompanhada de Orquestra, Coral e Regional de Caçulinha, cantou "Cais do Porto" e "Nação Nagô" (Capiba), "Palavra de Peão", tema tradicional recolhido por Francisco de Assis Bezerra de Menezes, "Festa de Ogum" (Babi de Oliveira), "Burro Chucro" (Francisco de Assis Bezerra de Menezes), "Serenata" (Martins Fontes e Mary Buarque), "Soca Pilão", tema tradicional adaptado por José Roberto e J. Prates, "Maracatu Elegante" (José Prates), "Oração do Guerreiro" (Hekel Tavares e Luís Peixoto), "Piaba", tema tradicional adaptado por ela, "Peixinho do Mar", tema tradicional recolhido por Babi de Oliveira e Orádia Oliveira, e "Dança Negra" (Hekel Tavares e Sodré Viana).

Em 1966, interpretou a "Cantiga (Vela Branca)" (Lina Pesce e Adelmar Tavares), para o LP "Lina Pesce - Seus Grandes Sucessos", da gravadora Copacabana, contando ainda com nomes como Agnaldo Rayol, Elizeth Cardoso, Sivuca e Altamiro Carrilho, entre outros.

Em 1968, foi lançada a coletânea "O Melhor de Inezita", com clássicos de seu repertório como "Funeral de um Rei Nagô" e "Banzo" (Hekel Tavares e Murilo Araújo), "Rainha Ginga" (Leyde Olivé), a "Berceuse da Onda" (Oscar Lorenzo Fernández) com letra de Cecília Meireles, "Canto da Saudade" (Alberto Costa), "Lampião de Gás" (Zica Bergami), "Moda da Pinga (Marvada Pinga)" (Laureano), "Ô Luá, Ô Luá" (Catulo de Paula), "Viola Quebrada" (Mário de Andrade), "Cantilena", adaptação de Sodré VianaVilla-Lobos, "Maria Julia", tema tradicional, e "Cisne Branco (Canção do Marinheiro)" (Antônio Manoel do Espírito Santo e Benedito Xavier de Macedo).

Em 1969, gravou o LP "Recital Nº 2" com as músicas "Mestiça", adaptação de João Portaro sob poema de Gonçalves Crespo, "Coco Verde" (José Prates), "Morena Morena" (Francisco Mignone), "Canção Marinha" (Marcelo TupinambáMário de Andrade), "Benedito Pretinho" (Hekel Tavares e Olegário Mariano), "Falua" e "Jangada" (João de Barro e Alberto Ribeiro), "Trem de Alagoas" (Waldemar Henrique e Ascenso Ferreira), "Curupira" e "Hei de Seguir Teus Passos" (Waldemar Henrique), "Abôio" (Babi de Oliveira e Geraldo de Ulhôa Cintra), e "Dança Cabocla" (Hekel Tavares).

Em 1970, lançou o LP "Modinhas" interpretando as seguintes modinhas "Foi Numa Noite Calmosa" (Luciano Gallet), "O Gondoleiro do Amor" (Castro Alves e Salvador Fábregas), "Modinha" (Villa-Lobos e Manuel Bandeira), "Casinha da Colina", tema tradicional adaptado por Pedro de Sá Pereira e Luis Peixoto, "Último Adeus de Amor" e "Roseas Flores da Alvorada" (Mário de Andrade), "Nhapopé", tema tradicional, "Canção da Felicidade" (Barroso Neto e Nosor Sanches), "Coração Perdido", adaptação de Mário de Andrade, "Conselhos" (Carlos Gomes), "Hei de Amar-te Até Morrer", adaptação de Mário de Andrade, e "A Casa Branca da Serra" (Guimarães Passos). No mesmo ano, lançou compacto simples com as composições "Corinthians Meu Amor" (Idibal e Laura Maria), e "Festa no Coreto" (Gilda Brandi). Ainda em 1970, produziu para uma firma norte-americana um documentário que representou o Brasil na Exposição 70, no Japão, com cenas da música popular brasileira sendo exibido em 118 canais em todo o mundo. Também nesse ano, voltou às telas do cinema participando do documentário "Isto é São Paulo", que traçou a história da cidade desde sua fundação até aquele período. Ela fez a narração do filme acompanhada pelos Jograis. Nos anos 1970, dedicou-se a viajar, realizando pesquisas musicais, além de realizar recitais pelo interior do país e fazer gravações para programas especiais para diversos países, entre os quais, União Soviética, Israel e Estados Unidos.


Em 1972, dez anos depois do primeiro, lançou o segundo volume dos "Clássicos da Música Caipira", no qual interpretou, "Rio de Lágrimas" (Piraci, Lourival dos Santos e Tião Carreiro), "Saudades de Matão" (Jorge Galati e Raul Torres), "O Amor é Firme", tema tradicional adaptado por Inezita Barroso, "Campo Grande" (Raul Torres), "Poeira" (Luis Bonan e Serafim Colombo Gomes), "Moda do Bonde Camarão" (Mariano da Silva e Cornélio Pires), "Divino Espírito Santo" (Torrinha e Canhotinho), "Peão Bicharedo" (Francisco de Assis Bezerra de Menezes), "Chitãozinho e Chororó" (Serrinha e Athos Campos), "Rei do Café" (Teddy Vieira e Carreirinho), "Destinos Iguais" (Capitão Furtado e Laureano), e "O Menino da Porteira" (Teddy Vieira e Luisinho). Ainda em 1972, foi lançada pela Copacabana a coletânea "Inezita Barroso", com algumas de suas gravações mais representativas, tais como "Engenho Novo", tema tradicional adaptado por Hekel Tavares, "Lampião de Gás" (Zica Bergami), e "Moda da Pinga (Marvada Pinga)" (Laureano).

Em 1974, gravou um compacto simples com as músicas "Tô Como o Diabo Gosta" (Bráulio de Castro e José Wilson), e "1900 e Nada" (Léo Karan e Gilberto Karan).

Em 1975, lançou dois LPs. O primeiro, "Modas e Canções", no qual interpretou "Luar do Sertão" (João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense), "De Papo Pro Ar" (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano), "Maringá" (Joubert de Carvalho), "A Voz do Violão" (Francisco Alves e Horácio Campos), "Prenda Minha", música tradicional gaúcha, "Fiz a Cama na Varanda",(Dilu Melo e Ovídio Chaves), "Pingo D'água" (Raul Torres e João Pacífico), "Tristeza do Jeca" (Angelino de Oliveira), "Cavalo Preto" (Anacleto Rosas Júnior), "Meu Limão, Meu Limoeiro", tema tradicional adaptado por José Carlos Burle, "Azulão" (Jaime Ovalle e Manuel Bandeira), e "Festa de Ogum" (Babi de Oliveira). O segundo LP lançado nesse ano se chamou "Inezita em Todos os Cantos", no qual interpretou pontos de candomblé, sambas anônimos do Rio de Janeiro e Niterói, números folclóricos de Mato Grosso. Estão nesse LP as composições "Pontos de Ogum (Temas de Candomblé)", recolhidos por Alceu Maynard Araújo, Roberval e por ela mesma, "Rosa", música tradicional matogrossense, "Seleção de Sambas", recolhidos no Rio de Janeiro e Niterói, "Temas de Cururús", recolhido em Piracicaba, SP, "Seleção de Maracatus", músicas tradicionais pernambucanas recolhidas por Irmãos Valença, Solano Trindade e J. Ayres, "É a Ti Flor do Céu", tema tradicional recolhido em Diamantina, MG, "Negrinho do Pastoreio" (Barbosa Lessa), "Divisão do Boi", música tradicional nordestina recolhido por Zé do Norte, "Amo Te Muito", tema tradicional recolhido em Ouro Preto, MG, "Capoeira do Salomão", música tradicional baiana, "Marabá", tema de garimpeiros do Pará, recolhido e adaptado por José Mauro de Vasconcellos, "Vô Deitá no Colo Dela", música tradicional mineira, e "Asa Branca" (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira).

Em 1977, foi lançada a coletânea "Seleção de Ouro - Inezita Barroso".

Em 1978, gravou o LP "Jóia da Música Sertaneja" interpretando doze clássicos da música sertaneja, entre modas-de-viola, toadas, cateretês e pagodes, como "Mágoa de Boiadeiro" (Nonô Basílio e Índio Vago), "Paineira Velha" (José Fortuna), "Azul Cor de Anil" (Arlindo Santana), "Colcha de Retalhos" (Raul Torres), "Canoeiro" (Zé Carreiro), "Que Linda Morena" (Raul Torres), "Burro Picaço" (Anacleto Rosas Júnior), "Perto do Coração" (Raul Torres e João Pacífico), "Os Três Boiadeiros" (Anacleto Rosas Júnior), "Pagode em Brasília" (Teddy Vieira e Lourival dos Santos), "Cabocla Tereza" (João Pacífico e Raul Torres), e "Vingança do Chico Mineiro" (Tonico e Sebastião de Oliveira). Nesse ano, fez uma aparição no filme "Desejo Violento", de Roberto Mauro.

Em 1979, lançou, com Evandro do Bandolim, o LP "Inezita Barroso e Evandro e Seu Regional", trazendo as músicas "Ronda" (Paulo Vanzolini), "Último Desejo" (Noel Rosa), "Solavanco" (Evandro do Bandolim), "João Valentão" (Dorival Caymmi), "Chorinho Serenata" (Sivuca), "Castigo" (Dolores Duran), "Bodas de Prata" (Evandro do Bandolim), "Perfil de São Paulo" (Francisco de Assis Bezerra de Menezes), "Recordando Garoto" (Lúcio França), "Chão de Estrelas" (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa), "Carinhoso" (Pixinguinha e João de Barro), "Pirilampo" (Oscar Bellandi e Nelson Miranda), "Quem Há de Dizer" (Lupicínio Rodrigues e Alcides Gonçalves), e "Segura Paes Leme" (Luperce Miranda).


Em 1980, lançou o LP "Joia da Música Sertaneja Nº 2" com os clássicos "Piracicaba" (Newton de Almeida Mello), "O Que Tem a Rosa" (Serrinha), "Travessia do Araguaia" (Dino Franco e Décio dos Santos), "Velho Candieiro" (José Rico e Duduca), "Siriema" (Mário Zan e Nhô Pai), "O Berrante de Madalena" (Faísca), "Barbaridade" (Walter Amaral), "João de Barroro" (Teddy Vieira e Muibo Cury), "História de um Prego" (João Pacífico), "Jorginho do Sertão" e "Oi, Vida Minha" (Cornélio Pires), e "Ferreirinha" (Carreirinho).

A partir de 1980, começou a apresentar, ao lado de Moraes Sarmento, o programa "Viola Minha Viola", aos domingos, pela TV Record de São Paulo. Por essa mesma época, realizou recitais e conferências pelo Brasil, além de apresentar-se com Oswaldinho do Acordeon em shows do Projeto Pixinguinha.

Entre 1980 e 1987, foi professora de Folclore no Conservatório de Pouso Alegre, Minas Gerais.

Em 1985, foi homenageada pela Escola de Samba Oba-Oba, de Barueri, em São Paulo, que cantou sua vida e obra em enredo de carnaval. Na mesma época, após cinco anos sem gravar, lançou, pelo selo independente Líder, o LP "Inezita Barroso: A Incomparável", cujo repertório foi escolhido pelos fãs. Fizeram parte desse disco as músicas "Vida Marvada" (Almirante e Lúcio Mendonça Azevedo), "Piazito Carreteiro" (Luiz Menezes), "Juazeiro" (Osvaldo de Souza), "Guacira" (Hekel Tavares e Joracy Camargo), "História Triste de Uma Praieira (Jangadeiro)" (Adelmar Tavares e Stefana de Macedo), "Chuá-Chuá" (Pedro de Sá Pereira e Ary Pavão), "Bolinho de Fubá" (Edivina de Andrade), "Querer Bem Não é Pecado" (Oswaldo de Souza), "É Doce Morrer no Mar" (Dorival Caymmi e Jorge Amado), e "Ontem ao Luar" (Catulo da Paixão Cearense e Pedro de Alcântara). Após o lançamento desse LP, como se recusava a gravar utilizando teclados eletrônicos, ficou onze anos sem gravar discos solos, apenas gravando esporadicamente em participações especiais.

Em 1988, participou do LP "Festas Juninas - Sucessos de Mário Zan com Bandinha e Coro", da Brasidisc, interpretando "Verdadeira Quadrilha" (Mário Zan). No mesmo ano, passou a apresentar na Rádio USP, da Universidade de São Paulo, o programa "Mutirão", no qual realizou memoráveis entrevistas, entre as quais com Patativa do Assaré, última dele antes de falecer, e Antenógenes Silva.

A partir de 1990, e durante nove anos, apresentou na Rádio Cultura AM o programa "Estrela da Manhã", das 5:00 às 7:00 horas da manhã.

Em 1991, fez participação especial em dois discos. No compacto duplo "Canção da Avenida Paulista" interpretou a música título de Mário Albanese e Geraldo Vidigal. Já no LP "Lamento Sertanejo", lançado por Jair Rodrigues, interpretou "Velho Pilão" (Jacobina e Jair Amorim).

Em 1992, apresentou-se no Teatro do Sesc, em São Paulo, ao lado da violeira Helena Meirelles e da dupla Pena Branca & Xavantinho.

Em 1993, a gravadora Copacabana lançou o primeiro CD da cantora, a coletânea "Alma Brasileira", com algumas de suas grandes interpretações.

Em 1995, interpretou "Boiadeiro Errante" (Teddy Vieira), para o LP "Áurea Fontes e Orquestra Violeiros de Ouro", uma produção independente.


Em 1996, gravou com o violeiro Roberto Corrêa, pela RGE, o CD "Voz e Viola", no qual interpretou, "Felicidade" (Lupicínio Rodrigues), "Flor do Cafezal" (Luis Carlos Paraná), "Fiz Uma Viagem" (Dorival Caymmi), "Perfil de São Paulo" (Bezerra de Menezes), "Peixe Vivo", do folclore mineiro, adaptação de Rômulo Paes e Henrique de Almeida, "Tamba-Tajá" (Waldemar Henrique), "Chalana" (Mário Zan e Arlindo Pinto), "Pagode em Brasília" (Teddy Vieira e Lourival dos Santos), "Prece ao Vento" (Gilvan Chaves, Alcyr Pires Vermelho e Fernando Lobo), "O Menino de Braçanã" (Armando Passos e Luiz Vieira), "Romaria" (Renato Teixeira), "Sussuarana" (Hekel Tavares e Luiz Peixoto), "Festa do Peão" (Bezerra de Menezes), "Lampião de Gás" (Zica Bergami), e "Moda da Pinga" (Ochelcis Laureano). No mesmo ano, gravou, de forma independente, com Izaías e Seus Chorões, o CD "Colhendo Pérolas da Obra Musical de Marcelo Tupinambá" no qual interpretou as composições "A Mesma Frase de Amor", "Rabicho", "Maricota Sai da Chuva", "Quem É?", "Canção de Amor", todas apenas de Marcelo Tupinambá, além de "Batuque" e "Balaio" (Marcelo Tupinambá e Sivan Castelo Neto), "Como da Primeira Vez" (Marcelo Tupinambá e Samuel de Mayo), "Quadras" (Marcelo Tupinambá e Vargas Neto), "Solidão" (Marcelo Tupinambá e Ribeiro Couto), "Pinto Pelado" e "Cabocla" (Marcelo Tupinambá e Arlindo Leal), "Canção Marinha" (Marcelo Tupinambá e Mário de Andrade), "Candonga" e "Linguinha de Cobra" (Marcelo Tupinambá e Ary Machado), "Canto Chorado" (Marcelo Tupinambá e F. Nascimento), "Viola Cantadêra" e "Canção da Guitarrada" (Marcelo Tupinambá e Aplecina do Carmo), "O Cigano" (Marcelo Tupinambá e João do Sul), e "O Passo do Soldado" (Marcelo Tupinambá e Guilherme de Almeida). Esse CD foi gravado ao vivo na cidade de Piracicaba, em espetáculo promovido pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz e/ou Cultura Artística de Piracicaba, sendo ainda lançado no mesmo ano em DVD independente.

Também com Roberto Correia, gravou o CD "Caipira de fato", em 1997,  interpretando "Caipira de Fato" (Adauto Santos), "Chico Mineiro" (Tonico e Francisco Ribeiro), "Adeus, Campina da Serra" (Cornélio Pires e Raul Torres), "Cuitelinho", tema folclórico mato-grossense adaptado por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó, "Siriema" (Mário Zan e Nhô Pai), "A Coisa Tá Feia" e "A Viola e o Violeiro" (Tião Carreiro e Lourival dos Santos), "Benzim", adaptação de Roberto Corrêa, "Curitibana" (Tonico, Tinoco e Pirigoso), "Moda do Bonde Camarão" (Mariano da Silva e Cornélio Pires), De Papo Pro Ar" (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano), "Oi, Vida Minha" (Cornélio Pires), "Burro Xucro" (Francisco de Assis), e "Roda Carreta" (Paulo Ruschel). No mesmo ano, recebeu o Prêmio Sharp de melhor cantora regional. Participou também com Mazinho Quevedo do espetáculo "Ao Som da Viola - A História de Cornélio Pires" gravado ao vivo no Teatro Municipal de Piracicaba e lançado em DVD independente.

Em 1998, participou juntamente com Zé Mulato & Cassiano, Paulo Freire e Pereira da Viola, do disco "Feito na Roça", de Bráz da Viola e Sua Orquestra de Violeiros, de São José dos Campos. Nesse CD interpretou "Encontro de Bandeiras" (Tavinho Moura e Xavantinho), "Lampião de Gás" (Zica Bergami), e "Rio de Lágrimas" (Tião Carreiro, Piraci e Lourival dos Santos).

Em 1999, lançou pelo selo CPC/UMES o CD "Sou Mais Brasil", interpretando, "Viola Enluarada" (Paulo Sérgio e Marcos Valle), "A Saudade Mata a Gente" (João de Barro e Antônio Almeida), "Isto é Papel, João" (Paulo Ruschel), "Cuitelinho", tema folclórico adaptado por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó, "Nhapopé", tema folclórico com adaptação de Inezita Barroso, "Coco do Mané" (Luiz Vieira), "Procissão de Sexta-Feira Santa" (Paulinho Nogueira), "Ave Maria" (Erotides de Campos), "Segura Zé" (Israel Filho e Tiago Duarte), "Moda da Pinga" (Laureano), "No Bom do Baile" (Barbosa Lessa), "Pingo D'água" (Raul Torres e João Pacífico), "Meu Casório", tema folclórico, e "Lampião de Gás" (Zica Bergami). Nesse ano, participou do CD "Serenata na UMES - Gereba Convida", do selo CPC-UMES, interpretando o samba "Ronda" (Paulo Vanzolini).


Em 2000, pelo selo Inter CD lançou o CD "Perfil de São Paulo", gravado ao vivo com Izaias e Seus Chorões. Nesse CD interpretou "Ronda" (Paulo Vanzolini), "Serenata" (Martins Fontes e Mary Buarque), "Moda do Bonde Camarão" (Mariano da Silva e Cornélio Pires), "Viola Quebrada" (Mário de Andrade e Ary Kerner), "Canção da Guitarra" (Marcelo Tupinambá e Aplecina do Carmo), "A Moda dos Pau D'água", tema folclórico recolhido por ela e até então inédito, "O Batateiro" e "Lampião de Gás" (Zica Bergami), "Moda da Pinga" (Laureano), "Flor do Cafezal" (Luiz Carlos Paraná), e "Perfil de São Paulo" (Bezerra de Menezes). No mesmo ano, a EMI lançou o CD duplo "Bis Sertanejo - Inezita Barroso", uma coletânea com 28 interpretações suas. Ainda em 2000, participou do CD "Semente Caipira", do violeiro Pena Branca, lançado pelo selo Kuarup, interpretando o tema folclórico "Marcolino". Juntamente com o Coral Piracicabano e a Orquestra Sinfônica de Piracicaba, participou do espetáculo "Lendas do Brasil" gravado no Teatro Municipal de Piracicaba e lançado em DVD independente.

Em 2001, cantando o tema folclórico "Tirana da Rosa", participou do CD "Viola Ética", lançado por Pereira da Viola.

Em 2003, aos 78 anos e completando 50 anos de carreira, lançou seu octogésimo disco, o CD "Hoje Lembrando", pela gravadora Trama. O disco, produzido por Fernando Faro, e com arranjos do maestro Théo de Barros, autor de "Disparada" e "Menino das Laranjas", traz para a contemporaneidade itens marcantes de seu próprio repertório, como "Amo-te Muito" (João Chaves), "Tamba-Tajá" (Waldemar Henrique), "Modinha" (Villa-Lobos e Manuel Bandeira), "Guacira" (Hekel Tavares e Joracy Camargo), "A Voz do Violão" (Francisco Alves e Horácio Campos), "Leilão" (Hekel Tavares e Joracy Camargo), "Roda Carreta" (Paulo Ruschel), "Maria Macambira" (Babi de Oliveira e Orádia de Oliveira), "Cais do Porto" (Capiba), "Ismália" (Capiba e Alphonsus de Guimarães), e "Maricota Sai da Chuva" (Marcelo Tupinambá), além de duas composições inéditas de Paulo Vanzolini, os sambas "Bem Iguais" e "Recompensa". Continuando a apresentar o programa "Viola, Minha Viola", pela TV Cultura de São Paulo, já tornado referência da musicalidade de raiz.

Em março de 2004, passou a apresentar o programa diário "Minha Terra", pela Rádio América, em São Paulo, indo ao ar de segunda a sexta, das 6:00 às 7:00 hs e , aos domingos, às 17:00 hs, programa que durou até novembro daquele ano. Também em 2004,  recebeu o prêmio Rival BR, na categoria Atitude, com o CD "Hoje Lembrando", lançado no ano anterior, pela gravadora Trama. Ainda no mesmo ano sua gravação para a "Moda da Pinga" (Laureano), foi incluída no CD "Viola, Minha Viola - Clássicos da Música Caipira - Vol. 1", lançado pela TV Cultura/Atração. Também em 2004, recebeu das mãos do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva a Ordem do Mérito Cultural, "por suas relevantes contribuições prestadas à cultura do país" conforme publicação do Diário Oficial.


Em 2005, o programa "Viola, Minha Viola" completou 25 anos no ar. As comemorações contaram com um programa especial que reuniu a maioria dos artistas que por ele passaram e tiveram nele apoio em suas carreiras. O programa contou também com diversos depoimentos de artistas e jornalistas, falando da importância e significado dele. Nessa ocasião, o "Viola, Minha Viola" aumentou sua duração para 1:30 hs aos sábados à noite, sendo reprisado em compacto de 1:00 hs aos domingos, pela manhã. No mesmo ano, foi lançado pelo selo Revivendo o CD "Inezita Barroso - Ronda" com 21 interpretações consagradas da cantora, entre as quais, a música título, de Paulo Vanzolini, "Redondo Sinhá", música folclórica recolhida por Luiz Carlos B. Lessa, "Benedito Pretinho / Meu Barco é Veleiro" (Hekel Tavares e Olegário Mariano), "Marvada Pinga" (Laureano), "Coco do Mané" (Luiz Vieira), "O Canto do Mar" (Guerra Peixe e José Mauro de Vasconcelos), "Na Fazenda do Ingá" (Zé do Norte), "Isso é Papel, João?" (Paulo Ruschell), "Roda a Moenda" (Haroldo Costa), "Dança de Caboclo" (Hekel Tavares e Olegário Mariano), "Mestiça" (Gonçalves Crespo), "Iemanjá" (Nelson Ferreira e Luiz Lima), e "Os Estatutos da Gafieira" (Billy Blanco). Ainda em 2005, foi lançado pela TV Cultura/Atração o CD "Viola, Minha Viola - Clássicos da Música Caipira - Vol. 2", que incluiu sua gravação de "Lampião de Gás" (Zica Bergami).

Em 2006, por sua dedicação à preservação da memória da cultura de raiz e ao folclore nacional, recebeu, da Secretaria de Cultura e Turismo da cidade paulista de Pirassununga, através do Decreto nº 3.155, de 12/07/2006, o título de Madrinha de Honra da Semana Nenete de Música Sertaneja, evento que ocorre desde 1995, em homenagem ao cantor e compositor Nenete, tendo como caráter a manutenção da memória das tradições culturais do mundo rural, em especial do interior de São Paulo. Nesse ano, apresentou-se no evento, reunindo um público de cerca de 10 mil pessoas. No mesmo ano, foi lançado pela Som Livre o CD "Trilhas Globo Rural - Inezita Barroso e Roberto Corrêa", com as gravações feitas por eles em 1996 e 1997.

Prestes a completar 83 anos e fazendo uma média  de cinco shows por mês, além do programa semanal "Viola, Minha Viola", na TV Cultura de São Paulo, em março de 2007, apresentou-se no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, na série "Líricas e Populares", cantando com a cantora lírica Nize de Castro Tank, soprano perita na obra de Carlos Gomes, em duas sessões. No show, interpretou composições clássicas do cancioneiro caipira e sertanejo, como "Luar do Sertão" (Catulo da Paixão Cearense). As duas cantoras, de gêneros tão diferentes já haviam cantado juntas, de maneira informal, num pequeno flash, no Sesc de São Paulo, onde estavam sendo premiadas, cada uma na sua área. No show, as duas cantaram seu seu próprio repertório e, ao final, fizeram um dueto, com variações sobre "Luar do Sertão" e "Romaria", esta última, de Renato Teixeira. Ainda no mesmo ano, apresentou-se, pela segunda vez na Semana Nenete de Música Sertaneja, na cidade de Pirassununga, acompanhada de seu regional, o mesmo do programa "Viola, Minha Viola", liderado pelo violonista Joãozinho Barroso, cantando para um público emocionado que lhe fez coro em diversos momentos. Foi lançado pelo selo TV Cultura/Atração Fonográfica o DVD "Inezita Barroso - Programa Ensaio", gravado em 1991 e apresentando algumas de suas gravações mais representativas. Participou do DVD Independente "Ao Som da Viola - As Ideias e as Canções do Jeca Tatu", juntamente com os violeiros Marcos e Joãozinho, em espetáculo realizado no Teatro Unimep, de Piracicaba.


Em 2009, em plena atividade de pesquisa do folclore musical brasileiro, continuou revigorando o programa "Viola, Minha Viola", no qual, além de receber convidados e trazer ao ar artistas representativos da música regional e caipira, sempre brindou o público com interpretações de clássicos da música popular e regional, como em programa especial de junho desse ano, quando cantou "De Papo Pro Ar" (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano), "Burro Picaço" (Anacleto Rosas Jr.), marcando essas canções com seu estilo. No mesmo ano, lançou, de forma independente, o CD "Sonho de Caboclo" interpretando "Boiadeiro Errante" (Teddy Vieira), "Cavalo Preto" (Anacleto Rosas Jr.), "Flor do Cafezal" (Luiz Carlos Paraná), "O Que Tem a Rosa" (Serrinha), "Colcha de Retalhos", "Mineirinha" e "Moda da Mula Preta" (Raul Torres), "Paineira Velha" (José Fortuna), "Rio de Lágrimas" (Tião Carreiro, Piraci e Lourival dos Santos), "Perto do Coração" (João PacíficoRaul Torres), "Siriema" (Mário Zan e Nhô Pai), "Caipira de Fato" e "Sonho de Caboclo" (Adauto Santos), "Conversa de Caçador" (Edivina de Andrade), e "Lampião de Gás" (Zica Bergami).

Com mais de 50 anos de carreira com grande reconhecimento do público como cantora, atriz e professora de folclore, carinhosamente referenciada pelos violeiros e artistas sertanejos em geral, dos mais antigos aos mais jovens, como "madrinha", em 2010, comemorou 30 anos do programa "Viola, Minha Viola", apresentando uma edição especial em cuja abertura interpretou "Cabocla Teresa" (João Pacífico e Raul Torres), com seu peculiar vigor e propriedade, acompanhada pelo já consagrado Regional do programa, liderado pelo violeiro Joãozinho. A escolha da composição ocorreu por esta ter sido a música de abertura da primeira edição do programa. Nessa edição festiva, Inezita Barroso recebeu convidados, na verdade, amigos de longa data, como As Galvão, o maestro Mário Campanha, Pedro Bento & Zé da Estrada, Liu & Léu, Léo Canhoto & Robertinho, Mococa & Paraíso, Zé Mulato & Cassiano, Craveiro & Cravinho, Lourenço & Lourival, todos participantes do programa, desde seus primeiros anos, além de artistas mais jovens como Gilberto & Gilmar, Irmãs Barbosa, Cézar & Paulinho e Daniel. Ainda em 2010, participou do show "Vamos Falar de Brasil - Homenagem a Alceu Maynard Araújo" com Joãozinho, Arnaldo Freitas e Grupo Catira Raiz de Piracicaba, realizado no Teatro Municipal de Piracicaba e lançado em DVD independente.

Em 2011, realizou participação especial no DVD "Alma Sertaneja", o segundo da carreira da dupla Cézar & Paulinho. No mesmo ano, a gravadora EMI Music, lançou a caixa "O Brasil de Inezita Barroso", com seis CDs, trazendo seus sete primeiros álbuns, gravados entre os anos de 1955 a 1962 na gravadora Copacabana. Com idealização, produção, textos e seleção de títulos de Rodrigo Faour, a caixa reuniu os LPs "Lá Vem o Brasil", "Vamos Falar de Brasil", "Inezita Apresenta", "Canto da Saudade", "Eu me Agarro na Viola" e "Danças Gaúchas". Também no mesmo ano, foi homenageada pelo jornalista Assis Ângelo com a publicação do livro "A Menina Inezita Barroso", dedicado ao público infanto juvenil.

Em 2012, participou com o Regional do Tico-Tico, que acompanha os artistas no programa "Viola, Minha Viola", do espetáculo "Clássicos da Música Caipira", realizado no Teatro Municipal Erotides de Campos, em, Piracicaba, SP, e lançado em DVD independente. No mesmo ano, foi publicado pela Imprensa Oficial de São Paulo, dentro da Coleção Aplauso o livro "Inezita Barroso: Com a Espada e a Viola na Mão", de Valdemar Jorge.


Em 2013, no Teatro Municipal Erotides de Campos, em Piracicaba, participou do espetáculo "Trajetória: Seis Décadas de Música Brasileira", cantando acompanhada pelo Regional do Tico-Tico, em show gravado ao vivo e lançado em DVD independente. No mesmo ano, foi lançado pela Editora 34 o livro "Inezita Barroso - A História de Uma Brasileira", de Arley Pereira. Também em 2013, foi lançado pela TV Cultura o DVD duplo "Inezita Barroso - Cabocla Eu Sou". No primeiro DVD, intitulado "Ao Vivo em São Paulo", a cantora apresentou-se acompanhada da Orquestra Fervorosa, gravação feita durante edição especial do programa "Viola, Minha Viola" e no qual ela interpretou "Engenho Novo" (Hekel Tavares), "Flor do Cafezal" (Luiz Carlos Paraná), "Guacyra" (Hekel Tavares e Joraci Camargo), "Festa de Ogum" (Baby de Oliveira), "Meu Limão, Meu Limoeiro" (José Carlos Burle), "Moda da Pinga" (Laureano), "Viola Quebrada" (Mário de Andrade e Ary Kerner), "Perfil de São Paulo" (Bezerra de Menezes), "Ronda" (Paulo Vanzolini), "Rio de Lágrimas" (Tião Carreiro, Lourival dos Santos e Piraci), "Pingo D'Água" (Raul Torres e João Pacífico) e "Lampião de Gás" (Zica Bergami). Já no DVD 2, foi feita uma compilação de apresentações suas ao longo de 60 anos de carreira com imagens de filmes e apresentações em diferentes programas de televisão, nos quais ela aparece interpretando as composições "Quem é?" (Marcelo Tupinambá), extraída do filme "Ângela" (1951), "Juízo Final" (Paulo Vanzolini), extraída do filme "Mulher de Verdade" (1954), "Lampião de Gás" e "O Batateiro" (Zica Bergami), "Soca Pilão", adaptação de José Roberto e J. Prates"Ronda" (Paulo Vanzolini), "Moda da Pinga (Marvada Pinga)" (Laureano), "Ismália" (Alphonsus de Guimarães e Capiba), "Cais do Porto" (Capiba), "Negrinho do Pastoreio" (Barbosa Lessa), e "Caboclo do Rio" (Babi de Oliveira), extraídas do especial "Música Brasileira", de 1969, o tema tradicional "Mocidade", "Cana Verde" (Tonico e Tinoco), e "Lampião de Gás" (Zica Bergami), extraídas do especial "Panorama" (1979), "Moda da Mula Preta" (Raul Torres), extraída do programa "Viola, Minha Viola" (1980), com participação de  Nonô Basílio, "Caipira de Fato" (Adauto Santos), extraída do programa "Viola, Minha Viola" (1992), com participação de Adauto Santos e Robertinho do Acordeon, "Chitãozinho e Chororó" (Serrinha e Athos Campos), extraída do programa "Viola Minha Viola" (2011), com participação da dupla Chitãozinho & Xororó, "Romaria" (Renato Teixeira), extraída do programa "Viola, Minha Viola" (2011), com participação de Renato Teixeira, e "Cabocla Tereza" (João Pacífico e Raul Torres), extraída do programa "Viola, Minha Viola" (2012), com participação do cantor Daniel.

Ao longo da carreira gravou quase uma centena de discos com cerca de 405 composições, sendo 29 discos em 787 RPM, com 53 músicas mais cinco regravações, 3 LPs de dez polegadas, com 26 músicas, em LPs de doze polegadas gravou 18 discos com 213 composições, finalmente, até 2014, lançou quinze CDs, com 98 novas gravações, isso sem contar as inúmeras coletâneas.

Fez apresentações na França, na antiga União Soviética, Itália, Estados Unidos, Israel, Paraguai e Uruguai, entre outros. Seu disco "Danças Gaúchas" é considerado por ela como um dos mais importantes de sua carreira, por ter sido incluído como material básico de estudo no currículo de muitas escolas brasileiras.

Uma das mais premiadas artistas brasileiras, recebeu inúmeros troféus e condecorações, sendo que nos anos 50 recebeu seis troféus Roquette Pinto, o que lhe valeu receber em 1960 o Roquette Pinto de Ouro sendo a partir de então considerada hors-concours.

Ficou conhecida como "A Rainha do Folclore" e é identificada com o que muitos definem como a "genuína música sertaneja". Por muitos críticos, é considerada uma das cinco cantoras mais importantes do Brasil, graças às suas centenas de gravações e sua firmeza e coragem em se manter sempre íntegra no seu repertório.

Morte

Inezita Barroso morreu na noite de domingo, 08/03/2015, aos 90 anos, vítima de insuficiência respiratória aguda, informou a assessoria do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Inezita Barroso estava internada desde 19/02/2015 e completou 90 anos no último dia 04/03/2015. Ela deixou uma filha, Marta Barroso, três netas e cinco bisnetos.

Em dezembro de 2014, Inezita Barroso foi hospitalizada após cair dentro da casa em que estava hospedada em Campos do Jordão, no interior de São Paulo. Na ocasião, de acordo com o hospital, ela teria caído da cama e apresentava dores nas costas.

O velório da cantora ocorreu na segunda-feira, 09/03/2015, na Assembleia Legislativa de São Paulo. O velório foi aberto ao público após ficar reservado apenas para a família durante 30 minutos. O sepultamento aconteceu às 17:00 hs, no Cemitério Gethsêmani, no Bairro do Morumbi, Zona Sul da capital paulista.

Filmografia

  • 1951 - Ângela
  • 1953 - O Craque
  • 1953 - Destino em Apuros
  • 1954 - É Proibido Beijar
  • 1954 - Mulher de Verdade
  • 1955 - Carnaval em Lá Maior
  • 1956 - O Preço da Vitória
  • 1970 - Isto é São Paulo
  • 1978 - Desejo Violento

Discografia


  • 2013 - Inezita Barroso - Cabocla Eu Sou
  • 2011 - O Brasil de Inezita Barroso
  • 2009 - Sonho de Caboclo
  • 2006 - Trilhas Globo Rural - Inezita Barroso e Roberto Corrêa (Coletânea)
  • 2005 - Inezita Barroso - Ronda (Coletânea)
  • 2003 - Hoje Lembrando
  • 2001 - A Música Brasileira Deste Século Por Seus Autores e Intérpretes - Inezita Barroso
  • 2000 - Perfil de São Paulo - Ao Vivo Com Izaías e Seus Chorões
  • 2000 - Bis Sertanejo - Inezita Barroso (Coletânea)
  • 1999 - Raízes Sertanejas - Vol. 2 (Coletânea)
  • 1999 - Sou Mais Brasil
  • 1998 - Raízes Sertanejas (Coletânea)
  • 1997 - Caipira de Fato - Inezita Barroso e Roberto Corrêa
  • 1996 - Voz e Viola - Inezita Barroso e Roberto Corrêa
  • 1993 - Alma brasileira (Coletânea)
  • 1985 - Inezita Barroso, a Incomparável
  • 1980 - Joia da Música Sertaneja Nº 2
  • 1979 - Inezita Barroso Canta e Evandro no Choro
  • 1978 - Jóia da Música Sertaneja
  • 1977 - Seleção de Ouro - Inezita Barroso
  • 1977 - Moda da Pinga (Marvada Pinga) / Tristeza do Jeca / Lampião de Gás / Meu Limão, Meu Limoeiro
  • 1975 - Modas e Canções
  • 1975 - Inezita em Todos os Cantos
  • 1974 - Tô Como o Diabo Gosta / 1900 e Nada
  • 1972 - Clássicos da Música Caipira - Vol. II
  • 1972 - Inezita Barroso
  • 1970 - Corinthians Meu Amor / Festa no Coreto
  • 1970 - Modinhas
  • 1969 - Recital Nº 2
  • 1968 - O Melhor de Inezita
  • 1966 - Vamos Falar de Brasil, Novamente
  • 1963 - Cavalo Preto / Mineirinha
  • 1963 - A Moça e a Banda - Com A Banda da Força Pública do Estado de São Paulo
  • 1962 - Clássicos da Música Caipira - Vol. I
  • 1962 - Recital
  • 1962 - Nhô Leocádio / Prece a São Benedito
  • 1962 - Baldrana Macia / Pingo D'Água
  • 1961 - A Voz do Violão / Moda do Bonde Camarão
  • 1961 - Tatu / Pezinho
  • 1961 - Balaio / No Bom do Baile
  • 1961 - Inezita Barroso Interpreta Danças Gaúchas
  • 1961 - Coisas do Meu Brasil
  • 1961 - Inezita Barroso
  • 1960 - Moda do Bonde Camarão / Moda da Onça
  • 1960 - Eu me Agarro na Viola
  • 1959 - De Papo Pro Ar / Oi Calango Ê
  • 1959 - Fiz a Cama na Varanda / Meu Limão, Meu Limoeiro
  • 1959 - Canto da Saudade
  • 1958 - Lampião de Gás / Engenho Novo
  • 1958 - Vamos Falar de Brasil
  • 1958 - Inezita Apresenta - Babi de Oliveira, Juracy Silveira, Zica Bergami, Leyde Olivé, Edivina de Andrade
  • 1957 - No Bom do Baile / Nhô Locádio
  • 1956 - Danças Gaúchas
  • 1956 - Coisas do Meu Brasil
  • 1956 - Lá Vem o Brasil
  • 1956 - O Gosto do Caipira / Casa de Caboclo
  • 1956 - Chimarrita-Balão / Quero Nana
  • 1956 - Balaio / Maçarico
  • 1956 - Estatutos de Boate / Ser Mãe é Dureza
  • 1955 - Meu Casório / Nhá Popé
  • 1955 - Benedito Pretinho / Meu Barco é Veleiro / Na Fazenda do Ingá
  • 1955 - Dança de Caboclo / Maracatu Elegante
  • 1955 - Moleque Vardema / Prece à São Benedito
  • 1955 - Minero Tá Me Chamando / Minha Terra
  • 1955 - Inezita Barroso
  • 1954 - Estatutos da Gafieira / Soca Pilão
  • 1954 - Iemanjá / Pregão da Ostra
  • 1954 - Redondo Sinhá / Mestiça
  • 1954 - Taieiras/Retiradas
  • 1954 - Coco do Mané / Roda a Moenda
  • 1953 - Isto é Papel, João? / Catira
  • 1953 - O Canto do Mar / Maria do Mar
  • 1953 - Moda da Pinga / Ronda
  • 1951 - Funeral de um Rei Nagô / Curupira Canção Amazônica