Mostrando postagens com marcador Arranjador. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Arranjador. Mostrar todas as postagens

Erlon Chaves

ERLON CHAVES
(40 anos)
Maestro, Arranjador, Instrumentista, Disk Jockey, Ator, Compositor e Cantor

* São Paulo, SP (09/12/1933)
+ Rio de Janeiro, RJ (14/11/1974)

Ainda bem pequeno, demonstrou gosto pela música, chegando a apresentar-se na Rádio Difusora de São Paulo, em um programa infantil. Foi ator mirim no filme "Quase No Céu" (1949). Começou a estudar música aos 7 anos, matriculando-se no Conservatório Musical Carlos Gomes, onde se formou em piano em 1950. Estudou também canto com a professora Tercina Saracceni. Ainda na década de 1950, estudou harmonia, tendo sido orientado pelos maestros Luís Arruda Pais, Renato de Oliveira e Rafael Pugliese.

Ingressou na carreira artística, como pianista de casas noturnas, na década de 1950, quando teve a oportunidade de conhecer muitos músicos e a desenvolver técnica jazzística.

Como cantor, fez sucesso, com a versão de "Matilda", calipso criado por Harry Belafonte, no final dos anos 1950.

Trabalhou até meados dos anos 1960 na TV Excelsior de São Paulo, compondo uma sinfonia que tornou-se prefixo da emissora por muitos anos.

Em 1965, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na TV Tupi e na TV Rio. Nesta emissora, chegou a exercer a função de diretor musical, sendo um dos responsáveis pela realização do I Festival Internacional da Canção em 1966, evento para o qual compôs um prefixo até hoje utilizado em versões mais atuais dos festivais da TV Globo.

No V Festival Internacional da Canção, realizado pela TV Globo em 1970, regeu um coro de 40 vozes que posteriormente passou a atuar com o nome de Banda Veneno, acompanhando o cantor Jorge Ben. Fez sucesso com a música "Eu Também Quero Mocotó" (Jorge Ben) e seguiu carreira solo com grande êxito. Erlon Chaves foi acusado de assédio moral após uma cena em que é beijado por diversas loiras em apresentação na etapa internacional. Foi acusado pela ditadura militar brasileira. Neste festival estava presente o presidente da república, general Emílio Garrastazu Médici.

A imagem do povo brasileiro feliz seria veiculada para o mundo, em cores para a Europa e Estados Unidos. A ditadura militar brasileira não deixava dúvida, queria manter música e o espetáculo deste festival em prol da imagem que deveria ser painel para o mundo. Nesta época, Erlon Chaves estava namorando a então Miss Brasil de 1969, Vera Fischer.

Teve intensa atuação como arranjador, trabalhando em discos e shows de grandes nomes da música brasileira e internacional.

Em 1968, acompanhou Elis Regina em sua excursão a Paris, quando a cantora se apresentou no Olympia. Gravou com Paul Mauriat um LP contendo músicas brasileiras: "Águas de Março" (Tom Jobim e Paulo César Pinheiro), "Como Dois e Dois" (Caetano Veloso), "Construção" (Chico Buarque), "Dona Chica" (Dorival Caymmi) e "Testamento" (Toquinho e Vinícius de Moraes).

Em 1973, gravou pela Phillips o LP "As Dez Canções Medalha de Ouro", com destaque para "Casa no Campo" (Zé Rodrix e Tavito) e "Amada Amante" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos).

Erlon Chaves era amigo de Wilson Simonal, Jairzinho e de Carlos Alberto. Sempre estiveram juntos e se reuniam para conversar. Os dois últimos são campeões da Copa do Mundo de 1970, do México.

Erlon Chaves faleceu em 14/11/1974 vítima de infarto fulminante quando discutia (dizem que defendia) com um grupo de forma emocionada a polêmica em torno dos acontecimentos com o Wilson Simonal, aos 40 anos.


Discografia

  • 1959 - Em Tempo de Samba - Erlon Chaves e Sua Orquestra
  • 1965 - Sabadabada
  • 1965 - Alaíde Costa (Participação Como Arranjador)
  • 1971 - Banda Veneno
  • 1972-1974 - Banda Veneno Internacional

Coletânea

  • 1999 - Millennium: Erlon Chaves


Tema de Telenovela

  • 1966 - "O Sheik de Agadir" (TV Globo, autor da Música Tema)
  • 1966 - "Eu Compro Esta Mulher" (Música Tema)
  • 1970 - "Pigmalião 70" (TV Globo. Na trilha sonora da novela consta a participação de Erlon Chaves e Orquestra, nas músicas "Tema de Cristina", "Tema de Nando e Candinha" e "Povos", todas de autoria do maestro)


Tema de Filme

  • 1973 - "Aladim e a Lâmpada Maravilhosa" (Renato Aragão e Dedé Santana)



Radamés Gnattali

RADAMÉS GNATTALI
(82 anos)
Compositor, Arranjador e Instrumentista

* Porto Alegre, RS (27/01/1906)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/02/1988)

Radamés Gnattali estudou com Guilherme Fontainha no Conservatório de Porto Alegre, e na Escola Nacional de Música, com Agnelo França. Terminou o curso de piano em 1924 e fez concertos em várias capitais brasileiras, viajando também como violista do Quarteto Oswald, desde então passou a estudar composição e orquestração.

Em 1939 substituiu Pixinguinha como arranjador da gravadora RCA Victor. Durante trinta anos trabalhou como arranjador na Rádio Nacional. Foi o autor da parte orquestral de gravações célebres como a do cantor Orlando Silva para a música "Carinhoso", de Pixinguinha e João de Barro, ainda a famosa gravação original de "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, ou de "Copacabana", de João de Barro e Alberto Ribeiro. Esta última imortalizada na voz de Dick Farney.

Em 1960, Radamés Gnattali, embarcou para Europa, apresentando-se num sexteto que incluía acordeão, guitarra, bateria e contrabaixo.

Foi contemporâneo de compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de MedeirosPixinguinha. Na década de 70, Radamés Gnattali teve influência na composição de choros, incentivando jovens instrumentistas como Raphael Rabello, Joel Nascimento e Maurício Carrilho, e para a formação de grupos de choro como o Camerata Carioca. Nasceu assim uma amizade que gerou muitos encontros e parcerias. Em 1979 surgiu, no cenário da música instrumental, o conjunto de choro Camerata Carioca, tendo Radamés Gnattali como padrinho. Também compôs obras importantes para o violão, orquestra, concerto para piano e uma variedade de choros.

Radamés Gnattali foi parceiro de Tom Jobim. No seu círculo de amizades Tom Jobim, Cartola, Heitor Villa-LobosPixinguinha, Donga, João da Baiana, Francisco Mignone, Lorenzo Fernândez e Camargo Guarnieri. É autor do hino do Estado de Mato Grosso do Sul - a peça foi escolhida em concurso público nacional.

Em janeiro de 1983, recebeu o Prêmio Shell na categoria de música erudita. Na ocasião, foi homenageado com um concerto no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, do Duo Assad e da Camerata Carioca. Em maio do mesmo ano, numa série de eventos em homenagem a Pixinguinha, Radamés Gnattali e Elizeth Cardoso apresentaram o recital "Uma Rosa Para Pixinguinha" e, em parceria com a Camerata Carioca, gravou o disco "Vivaldi e Pixinguinha".

A saúde começou a fraquejar em 1986, quando Radamés Gnattali sofreu um derrame que o deixou com o lado direito do corpo paralisado. Em 1988, em decorrência de problemas circulatórios, sofreu outro derrame, falecendo no dia 13 de fevereiro de 1988 na cidade do Rio de Janeiro.


Homenagem a Radamés

Em 2007 foi gravado um CD duplo com composições de Radamés Gnattali com patrocínio da Petrobras, "Retratos de Radamés" com os violonistas Edelton Gloeden e Paulo Porto Alegre.

Discografia

  • 1948 - A Saudade Mata a Gente / Copacabana - Fim de Semana em Paquetá
  • 1949 - Barqueiro do São Francisco / Um Cantinho e Você
  • 1949 - Isso é Brasil / Carinhoso
  • 1949 - Bate Papo / Caminho da Saudade
  • 1949 - Tico-Tico no Fubá / Fim de Tarde (Com o Quarteto Continental)
  • 1949 - Sempre Esperei Por Você / Remexendo (Com o Quarteto Continental)
  • 1950 - Onde Estás? / Tema (Vero e Seu Ritmo)
  • 1950 - Tocantins / Madrigal (Vero e Seu Ritmo)
  • 1952 - Mambolero / Improviso
  • 1953 - Fantasia Brasileira / Rapsódia Brasileira (Com Sua Orquestra)
  • 1982 - Tributo a Garoto (Com Raphael Rabello)

Principais Composições

  • 1944-1962 - Brasilianas nº 1,2,3,6,9 e 10
  • 1963 - Concertos Para Piano e Orquestra nº 1,2 e 3
  • 1941 - Concerto Para Violoncelo e Orquestra
  • 1960 - Concerto para Harmônica de Boca
  • Hino do Estado do Mato Grosso do Sul
  • 10 Estudos Para Violão

Fonte: Wikipédia

Itamar Assumpção

FRANCISCO JOSÉ ITAMAR DE ASSUMPÇÃO
(53 anos)
Cantor, Compositor, Instrumentista, Arranjador e Produtor Musical

* Tietê, SP (13/09/1949)
+ São Paulo, SP (12/06/2003)

Itamar Assumpção foi um compositor, cantor, instrumentista, arranjador e produtor musical brasileiro, que se destacou na cena independente e alternativa de São Paulo nos anos 1980 e 1990.

Itamar Assumpção nasceu em Tietê, interior de São Paulo, no dia 13 de setembro de 1949. Bisneto de escravos angolanos, cresceu ouvindo os batuques do terreiro de candomblé no quintal de sua casa. Cresceu em Arapongas, no Paraná, onde se mudou aos 12 anos. Chegou a cursar até o segundo ano de Contabilidade, mas abandonou a faculdade para fazer teatro e shows em Londrina. Aprendeu a tocar violão sozinho e, ouvindo Jimi Hendrix e arranjos de baixo e bateria... apaixonou-se pelo baixo. Mudou-se para São Paulo em 1973 para se dedicar à música.


Vanguarda Paulista

Itamar Assumpção foi um dos grandes nomes e contribuidores da cena alternativa que dominou São Paulo nos anos 70-80 do século XX, movimento que convencionou-se chamar de Vanguarda Paulista. A Vanguarda Paulista reuniu artistas que decidiram romper o controle das gravadoras sobre a produção e lançamento de novos talentos nos anos finais da Época das Trevas Modernas - anos anteriores a Internet.

Os representantes desse movimento eram artistas que produziam e lançavam seus trabalhos independentemente das grandes gravadoras. Criavam suas próprias micro-empresas e gerenciavam a si mesmos. Itamar Assumpção era nome frequente na lista de shows do Teatro Lira Paulistana em Pinheiros, palco que foi denominador comum a todos os membros da Vanguarda Paulista. Todos os representantes do movimento invariavelmente por ali passaram.

Itamar Assumpção, ao lado de Arrigo Barnabé, Grupo Rumo, Premê (Premeditando o Breque), Pracianos (Dari Luzio, Pedro Lua, Paulo Barroso, Le Dantas & Cordeiro e outros), marcou sua obra basicamente por não ter tido interferência dos burocratas das gravadoras, o que fez com que sua obra fosse tida por tais gerentes e críticos de cultura rasa, como "difícil".

Esses artistas, pela rebeldia, ousadia e audácia ganharam a alcunha de "Malditos". Itamar Assumpção detestava tal rótulo e retrucava. A polemica era outra área na qual dava-se bem, talentoso que era com as palavras não só no âmbito poético. O duelo verbal lhe apetecia como forma honesta de defender a integridade do artista assim como, ao observador atento assim parecia, dava-lhe prazer triturar argumentos dos que com cultura limitada tentavam dirigir o processo de criação do artista. Em uma de suas tiradas mais famosas disse: "Se tivesse que ouvir conselho, pediria ao Hermeto Pascoal..." ou então: "Eu sou artista popular!", bradava indignado.

Entre suas canções mais conhecidas estão "Fico Louco", "Parece Que Bebe", "Beijo na Boca", "Sutil", "Milágrimas", "Vida de Artista", "Dor Elegante" e "Estropício".

Conhecido como "Maldito da MPB", o músico misturou samba com rock e funk, entre outros ritmos estrangeiros, em letras impregnadas de sátira e crítica social. Foi influenciado pelos trabalhos de músicos de variados gêneros, como Adoniran Barbosa, Cartola, Jimi Hendrix e Miles Davis, além de poetas como Paulo Leminski e Alice Ruiz.

Seus três primeiros LPs, "Beleléu, Leléu, Eu" (1980), lançado pelo selo Lira Paulistana, "As Próprias Custas S.A." (1983) e "Sampa Midnight" (1986), foram relançados em CD pela Baratos Afins em 1994. Seu único LP foi produzido por uma grande gravadora, Continental, intitulado "Intercontinental! Quem Diria! Era só o Que Faltava..." (1988). Todos com a Banda Isca de Polícia.

Em 1994 lançou a série "Bicho de Sete Cabeças", três LPs também na forma de dois CDs, acompanhado pela Banda Orquídeas do Brasil. Em 1995 lançou um CD com músicas de Ataulfo Alves, novamente com a Banda Isca de Polícia, que foi premiado como melhor do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Entre composições suas que fizeram sucesso com outros interpretes estão "Nego Dito", com o sambista Branca di Neve, "Já Deu Pra Sentir" e "Aprendiz de Feiticeiro", com Cássia Eller, "Código de Acesso" e "Vi, Não Vivi", de Zélia Duncan.

Itamar Assumpção faleceu em 12/06/2003 vítima de um câncer no intestino.


Discografia

  • 2010 - Pretobrás III - Devia Ser Proibido - Caixa Preta - (Selo SESC SP)
  • 2010 - Pretobrás II - Maldito Vírgula - Caixa Preta - (Selo SESC SP)
  • 2004 - Vasconcelos e Assumpção - Isso Vai dar Repercussão (Elo Music/Boitatá)
  • 1988 - Pretobrás (Atração)
  • 1996 - Ataulfo Alves Por Itamar Assumpção - Pra Sempre Agora (Paradoxx)
  • 1993 - Bicho de Sete Cabeças Vol. III (Baratos Afins)
  • 1993 - Bicho de Sete Cabeças Vol. II (Baratos Afins)
  • 1993 - Bicho de Sete Cabeças Vol. I (Baratos Afins)
  • 1988 - Intercontinental! Quem Diria! Era Só o Que Faltava... (Continental)
  • 1983 - Sampa Midnight - Isso Não Vai Ficar Assim, (Independente)
  • 1981 - Às Próprias Custas S/A. (Independente)
  • 1980 - Beleléu, Leléu, Eu (Lira Paulistana)


Parceiros

  • Ademir Assunção
  • Alice Ruiz
  • Alzira Espíndola
  • Bocato
  • Carlos Careqa
  • Chico César
  • Luiz Tatit
  • Ná Ozzetti
  • Paulo Leminski
  • Paulo Lepetit
  • Vange Milliet
  • Arrigo Barnabé
  • Vânia Bastos
  • Suzana Salles
  • Tata Fernandes
  • Virgínia Rosa

Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção
Músicos Que Já Gravaram Itamar

  • Arrigo Barnabé
  • Carlos Careqa
  • Cássia Eller
  • Denise Assumpção
  • Luiza Possi
  • Ney Matogrosso
  • Rita Lee
  • Tom Zé
  • Vange Milliet
  • Zélia Duncan
  • Naná Vasconcelos
  • Branca Di Neve
  • Ceumar
  • Bocato

Fonte: Wikipédia

Raphael Rabello

RAFAEL BAPTISTA RABELLO
(32 anos)
Compositor, Violonista e Arranjador

* Petrópolis, RJ (31/10/1962)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/04/1995)

Rafael Rabello foi um violonista, compositor e arranjador brasileiro, ligado ao choro e à música popular brasileira. É considerado um dos maiores violonistas brasileiros de todos os tempos, sobretudo em sua especialidade, o violão de 7 cordas.

Irmão da cantora Amélia Rabello e da cavaquinista Luciana Rabello, foi o caçula de uma família de nove filhos. Sua primeira influência musical foi de seu avô materno José de Queiroz Baptista, chorão e violonista amador, a quem dedicou o choro "Meu avô". Quem lhe ensinou os primeiros acordes no violão foi seu irmão Ruy Fabiano, quando tinha apenas sete anos de idade. Sua desenvoltura no instrumento foi notada desde cedo e começou a ter aulas de teoria musical com Maria Alice Salles, professora também de seus irmãos.

Aprendeu muito tocando junto com discos, em especial os dois volumes de "Choros Imortais", do Regional do Canhoto. Jayme Florence, mais conhecido como Meira, era o violonista desse grupo e acabou tornando-se seu professor. Mais tarde, teve aulas de harmonia com Ian Guest.

Menino prodígio que executava partituras aos 8 anos e aos 13 se tornou profissional, Rafael Rabello participou de mais de 200 discos de astros como Ney MatogrossoCaetano Veloso e seu cunhado Paulinho da Viola, além de gravar uma dezena de CDs com o próprio nome.

Rafael Rabello foi casado com Liana Rabello, com quem teve duas filhas: Diana e Rachel.

Iniciou sua carreira profissional em 1976, integrando o conjunto musical Os Carioquinhas, juntamente com sua irmã Luciana (que, a seu pedido, trocou o violão pelo cavaquinho), Paulo Alves (bandolim), Téo (violão de seis cordas) e Mario Florêncio (pandeiro).

Rafael Rabello participou de concertos e gravações com famosos músicos brasileiros, tais como Tom Jobim, Ney Matogrosso, Zé Ramalho, Jacques Morelenbaum, Paulo Moura, João Bosco e também instrumentistas internacionais, como por exemplo Paco de Lucia.

Rafael Rabello passou a tocar o violão de sete cordas influenciado por Dino 7 Cordas, com quem gravou um álbum em 1991. Rafael Rabello, por um tempo, dedicou-se somente ao violão de sete cordas, chegando, inclusive, a adotar o nome "Raphael 7 Cordas" (o mesmo nome de seu primeiro álbum).

No início dos anos 1980, ele participou como instrumentista em famosas gravações de samba como por exemplo, "Minha Missão", de João Nogueira. Ele desenvolveu um ritmo de samba para violão que é reproduzido por diversos violonistas de hoje em dia.

"Ele não tem limitações. Técnica, velocidade, bom gosto harmônico, um artista completo!"
(Dino 7 Cordas)


O Início do Drama

Na vida pessoal, depois de descobrir que era portador do vírus da AIDS, o violonista, casado e com duas filhas, passou os últimos tempos lutando ferozmente contra o vício da cocaína e do álcool. Raphael Rabello também sofria de apnéia - suspensão da respiração, que acontece normalmente durante o sono.

A tragédia de Raphael Rabello começou involuntariamente, em maio de 1989, quando ele sofreu um acidente de carro no Rio de Janeiro, a bordo de um táxi, e teve o braço direito esmagado. No pronto-socorro, quiseram amputar-lhe o braço. Levado a um hospital particular, submeteu-se a uma delicada cirurgia de reconstituição, tão bem-sucedida que meses depois ele voltava a dedilhar seu violão. Dois anos mais tarde decidiu procurar um médico para emagrecer e iniciou um regime acompanhado por anfetaminas. A certa altura do tratamento, o médico constatou que Rafael Rabello estava anêmico e pediu uma bateria de exames, inclusive o teste de HIV. O exame deu positivo.

Segundo a família, o vírus teria sido contraído numa transfusão de sangue à época do acidente. Embora em 1989 a disseminação da AIDS já tivesse determinado uma fiscalização rígida nos bancos de sangue, a infectologista carioca Maria de Lourdes Moura não descartou a hipótese de que Rafael Rabello tivesse sido vítima de contaminação no hospital.

A descoberta de que era soropositivo fez com que Raphael Rabello mergulhasse fundo no álcool e nas drogas. "Durante uma temporada que fizemos numa casa noturna, ele ficou três dias sem dormir", recordou o saxofonista Paulo Moura. Além disso, Raphael Rabello iniciou uma desvairada corrida contra o tempo. "Ele passou a ter um sentimento de urgência diante da vida, queria fazer mil trabalhos ao mesmo tempo", relatou o jornalista Ruy Fabiano, o mais velho de seus oito irmãos.

Em 1994 Raphael Rabello deixou o Brasil, já com problemas com as drogas, e foi para os Estados Unidos com a perspectiva de expansão de sua carreira profissional. Chegando lá começou a lecionar em uma universidade de música em Los Angeles. Paralelamente começou a libertar-se das drogas. Mais tarde, porém, Raphael Rabello precisou voltar ao Brasil para breve trabalho aprovado pela Fundação Cultural Banco do Brasil: a realização de um disco resgatando a obra do compositor Capiba.

Atormentado pelo vírus da AIDS e pelas drogas, Raphael Rabello morreu vítima de Arritmia Cardíaca seguida de parada respiratória aguda, aos 32 anos, dia 27 de abril de 1995, no Rio de Janeiro.


Legado

Raphael Rabello teve 2 CD's gravados em sua homenagem e uma escola nomeada com seu nome. O último trabalho feito em sua homenagem, era o que ele se encontrava produzindo antes de sua morte: Um Tributo à Lourenço da Fonseca Barbosa, conhecido por Capiba (1904–1997). Ele foi um dos arranjadores, também creditado como produtor, tocou grande parte do violão do disco e mesmo, cantou uma das canções. A lista de cantores convidados é realmente impressionante: Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gal Costa, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Alceu Valença, João Bosco e Ney Matogrosso.

Alguns violonistas manifestaram suas opiniões sobre Raphael Rabello:

"A música e o seu estilo único de tocar o violão fazem falta, apesar de termos admiráveis “sucessores” como o Yamandú Costa e o Alessandro Penezzi, dois monstros. Mas o Raphael tinha um estilo diferente, ele conseguia transitar por mundos diferentes dentro da música e não ficava preso ao mundo do violão instrumental, ele fazia parcerias fantásticas com grandes vozes da música brasileira."
(Andreas Kisser, Sepultura)

"O melhor violonista que eu já ouvi em anos. Ele ultrapassou as limitações técnicas do violão, e sua música vinha progressivamente de sua alma, diretamente para os corações de quem o admirava."
(Paco de Lucia)

"Raphael Rabello foi simplesmente um dos maiores violonistas que já existiu. Seu nível de introspecção no potencial do instrumento só foi alcançado, talvez, pelo grande Paco de Lucia. Ele foi 'o' Violonista Brasileiro de nosso tempo, na minha opinião. Sua morte, em uma idade ainda tão jovem é uma perda incrivelmente dolorosa, não apenas pelo que ele já tinha feito, e sim pelo que ele poderia vir a fazer."
(Pat Metheny)

"Raphael Rabello foi um dos mais notáveis violonistas de todos os tempos. A sua 'pegada' era muito expressiva e confiante, com interpretações vibrantes e técnica exuberante. A contribuição dele foi essencial, deixando uma das mais ricas e memoráveis páginas na história do violão brasileiro."
(Marco Pereira)

"Se o violão tem se estabelecido mais uma vez como a principal voz instrumental da música moderna brasileira, muito do crédito pode ser dado a Raphael Rabello…"
(Mark Holston, Guitar Player Magazine)

"Ele foi um incrível violonista. Eu nunca vi igual… ele foi único!"
(Francis Hime, Guitar Player Magazine)

"Esse é um dos melhores violonistas que eu já ouvi."
(Lee Ritenour, JazzTimes Magazine)

"Raphael era um amigo muito próximo. Quando eu o conheci, eu fiquei impressionada com o seu talento. Eu estava estonteada pela sua genialidade."
(Gal Costa)


Discografia

  • 2002 - Mestre Capiba (Lançamento Póstumo)
  • 2001 - Amélia Rabelo & Raphael Rabello (Lançamento Póstumo)
  • 1997 - Raphael Rabello & Armandinho em Concerto
  • 1996 - Armandinho e Raphael Rabello (Brasil Musical - Série Música Viva)
  • 1994 - Relendo Dilermando Reis
  • 1994 - Cry, My Guitar (Gravado em 1994 - Lançado Postumamente)
  • 1993 - Delicatesse - Raphael Rabello e Déo Rian
  • 1992 - Dois Irmãos - Raphael Rabello e Paulo Moura
  • 1992 - Todos os Tons - Raphael Rabello
  • 1992 - Shades Of Rio - Romero Lumambo e Raphael Rabello
  • 1991 - Todo o Sentimento - Raphael Rabello e Elizeth Cardoso
  • 1991 - Raphael Rabello e Dino 7 Cordas
  • 1990 - À Flor Da Pele - Ney Matogrosso e Raphael Rabello
  • 1989 - Nelson Goncalves & Raphael Rabello - Ao Vivo
  • 1988 - Raphael Rabello
  • 1987 - Raphael Rabello Interpreta Radamés Gnattali
  • 1982 - Raphael 7 Cordas
  • 1982 - Tributo a Garoto - Radamés Gnattali e Raphael Rabello
  • 1977 - Os Carioquinhas no Choro

Dilermando Reis

DILERMANDO DOS SANTOS REIS
(60 anos)
Compositor, Professor de Violão, Arranjador e Instrumentista

* Guaratinguetá, SP (22/09/1916)
+ Rio de Janeiro, RJ (02/01/1977)

Dilermando Reis foi um violonista e compositor brasileiro. Foi professor de música do então presidente Juscelino Kubitschek. Gravou diversos discos de sucesso, sendo o chorinho o seu estilo musical. Trabalhou na Rádio Clube do Brasil e na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Dilermando dos Santos Reis começou a estudar violão com o pai, o violonista Francisco Reis, ainda na infância. Em 1931, aos 15 anos de idade, Dilermando já era conhecido como o melhor violonista de Guaratinguetá. Neste mesmo ano, assistindo a um concerto do violonista Levino da Conceição, que se apresentava na cidade, tornou-se seu aluno e seu acompanhador, seguindo-o em suas excursões.

Em 1933 chegou ao Rio de Janeiro, em companhia de Levino da Conceição e segundo contou em depoimento "ao desembarcarmos na Central, tomamos o bonde com destino à Lapa à procura do violonista João Pernambuco", que era amigo de Levino da Conceição. O violonista residia num quarto de uma república na Praça dos Governadores, posteriormente Praça João Pessoa, localizada no cruzamento da Avenida Mem de Sá com a Rua Gomes Freire. Passaram o resto do dia e a noite com João Pernambuco, entre conversas e música.

Em 1934, Levino da Conceição a pretexto de fazer uma viagem, deixou pagos 15 dias de hotel para o jovem violonista e nunca mais voltou. Sozinho na cidade, Dilermando procurou auxílio com João Pernambuco, que o acolheu.

Em fins da década de 30, envolveu-se num caso amoroso com Celeste, companheira de seu ex-professor Levino Conceição. O casal passou a residir na Rua Visconde de Niterói, próximo ao Morro de Mangueira. Viveram juntos por toda a vida.

Um dos mais importantes violonistas brasileiros, Dilermando Reis atuou como instrumentista, professor de violão, compositor, arranjador, tendo deixado uma obra vultuosa, versátil, composta de guarânias, boleros, toadas, maxixes, sambas-canção e principalmente de valsas e choros.


Iniciou sua vida profissional aos 18 anos de idade. Segundo seu relato ao Jornal do Brasil:

"Naquela época as lojas de instrumentos musicais mantinham professores de música que ajudavam a aumentar a clientela. Dei aulas numa loja na rua Buenos Aires, depois fui apresentado por um aluno ao dono da loja Ao Bandolim de Ouro."

Em 1935, passou a lecionar na loja A Guitarra de Prata. Nessa época, Dilermando começou a acompanhar calouros na Rádio Guanabara, trabalho esporádico e sem contrato. No intervalo de uma dessas apresentações, Dilermando como costumava fazer, solava a valsa "Gota de Lágrima", de Mozart Bicalho quando o radialista Renato Murce ouviu e gostou. Levou o violonista para a Rádio Transmissora e deu-lhe um programa de solos de violão, para experimentar o resultado.

O programa foi um sucesso e iniciava-se neste momento uma carreira de violonista destinado à fama. Como já naquela época não era possível sobreviver apenas de solos de violão, continuou como acompanhador em regionais, como faziam todos os grandes violonistas da época como Garôto, Laurindo de Almeida, e outros.

Em 1940, Dilermando Reis transferiu-se pra a Rádio Clube do Brasil. Nesse mesmo ano, formou uma orquestra de violões composta de 10 violonistas, à qual acredita-se que tenha sido uma das primeiras do gênero. Atuou com êxito na Rádio Clube do Brasil e também no Cassino da Urca.

Em 1941, gravou seu primeiro disco pela Columbia, onde constavam a valsa "Noite de Lua" e o choro "Magoado", provavelmente o mais conhecido e mais executado de seus choros. Em 1944, fez um segundo disco também com composições suas. Em 1946, mais dois discos num dos quais registrou pela primeira vez músicas de outro compositor. Encerrou a década de 1940, com um total de nove discos gravados.

A década de 50, representou a consolidação e grande avanço na carreira do artista. Em 1956, assinou contrato com a Rádio Nacional, com o programa "Sua Majestade, o Violão", nos primeiros anos apresentado por Oswaldo Sargentelli e posteriormente por César Ladeira. O programa tinha por prefixo a mazurca "Adelita", de Francisco Tárrega e se manteve no ar até 1969.

Na década de 60, Dilermando Reis gravou vários LPs. Em 1960, lançou o disco "Melodias da Alvorada", em homenagem à nova capital, com arranjos e regência de Radamés Gnattali. De 1941 a 1962, lançou 34 discos de duas faces (68 músicas) em 78 rpm. Dentre essas, 43 de sua autoria. Com o início da era do LP, Dilermando Reis passou a gravar perfazendo um total de 35 LPs gravados em sua carreira.

Os LPs, mostraram uma nova faceta do violonista: o acompanhamento de cantores com apenas um violão, que neste caso se caracterizava pela apresentação da canção, seguida de um solo de Dilermando Reis, voltando ao acompanhamento para terminar. Nesse estilo de acompanhar, Dilermando Reis esteve ao lado de José Mojica quando este veio ao Brasil e fez um total de sete LPs com o cantor Francisco Petrônio.

Em 1970, Radamés Gnattali dedicou ao violonista o "Concerto nº 1", gravado nesse mesmo ano.

Como professor, ensinou a grandes violonistas dentre os quais Darci Vilaverde e Bola Sete. Foi também professor de Maristela Kubitscheck, filha do presidente Juscelino Kubitschek, de quem foi grande amigo e parceiro de serenatas. Essa amizade, aliás, valeu a Dilermando Reis a nomeação para um cargo público, o que muito lhe aliviou as dificuldades financeiras.

Em 1972, gravou o LP "Dilermando Reis Interpreta Pixinguinha", e em 1975 lançou "O Violão Brasileiro de Dilermando Reis" ambos pela Continental. Em alguns de seus LPs foi acompanhado pelos grandes violonistas Horondino Silva, o Dino Sete Cordas e em outros por Jaime Florence, o Meira.

Além de sua vasta obra, Dilermando Reis deixou inúmeros arranjos editados. Na década de 90, o violonista Genésio Nogueira iniciou uma coleção de LPs e CDs dedicados à obra do compositor.


Discografia
  • 1941 - Noite De Lua / Magoado
  • 1944 - Dança Chinesa / Adeus De Pai João
  • 1945 - Recordando / Saudade De Um Dia
  • 1945 - Minha Saudade / Rapsódia Infantil
  • 1946 - Noite De Estrelas / Dedilhando
  • 1946 - Adelita / Grajaú
  • 1948 - Vê Se Te Agrada / Dois Destinos
  • 1948 - Araguaia
  • 1949 - Súplica / Tempo De Criança
  • 1949 - Flor De Aguapé / Doutor Sabe Tudo
  • 1950 - Alma Sevilhana / Quando Baila La Muchacha
  • 1951 - Xodó Da Baiana / Promessa
  • 1951 - Cuidado Com O Velho / Vaidoso
  • 1951 - Sentimental / Bingo
  • 1952 - Sons De Carrilhões / Abismo De Rosas
  • 1953 - Calanguinho / Penumbra
  • 1953 - Alma Nortista / Interrogando
  • 1954 - Recordando A Malaguenha / Uma Noite Em Haifa
  • 1954 - Eu Amo Paris / Fingimento
  • 1955 - Poema De Fibich / Barqueiro Do Volga
  • 1955 - Dois Destinos / Vê Se Te Agrada
  • 1955 - Limpa-Banco / Sonhando Com Você
  • 1955 - Rosita / Chuvisco
  • 1956 - Tristesse - Opus Nº 3 / Adelita
  • 1956 - Dilermando Reis
  • 1956 - Sua Majestade O Violão
  • 1958 - Se Ela Perguntar / Índia
  • 1958 - Romance De Amor / Pavana
  • 1958 - Abismo De Rosas
  • 1958 - Volta Ao Mundo Com Dilermando Reis
  • 1960 - La Despedida (Chilena N° 1) / Ausência
  • 1960 - Melodias Da Alvorada
  • 1960 - Abismo De Rosas
  • 1961 - Uma Valsa E Dois Amores / Marcha Dos Marinheiros
  • 1961 - Soluços / Odeon
  • 1962 - Oiá De Rosinha / Abandono
  • 1962 - Pequena Cantiga De Natal / Idealista / Felicidade / Ato De Caridade
  • 1962 - No Tempo Do Vovô / Fingimento
  • 1962 - L'arlequin De Toléde / Recordando A Malagueña
  • 1962 - Presença De Dilermando Reis
  • 1962 - Uma Voz E Um Violão - Francisco Petrônio e Dilermando Reis
  • 1963 - Sons De Carrilhões / Despertar Da Montanha
  • 1963 - Gotas De Lágrimas / Cisne Branco
  • 1963 - Uma Voz E Um Violão Em Serenata - Volume 2
  • 1964 - Junto A Teu Coração
  • 1965 - Meu Amigo Violão
  • 1965 - Gotas De Lágrimas
  • 1965 - Sua Majestade, O Violão
  • 1965 - Junto A Teu Coração
  • 1966 - Subindo Ao Céu
  • 1967 - Recordações
  • 1968 - Saudade De Ouro Preto
  • 1968 - Dilermando Reis
  • 1969 - Dilermando Reis
  • 1970 - Grand Prix
  • 1970 - Dilermando Reis
  • 1971 - Dilermando Reis
  • 1971 - Uma Voz E Um Violão Em Serenata - Volume 6
  • 1972 - Dilermando Reis Interpreta Pixinguinha
  • 1973 - Homenagem A Ernesto Nazareth
  • 1973 - Uma Voz E Um Violão Em Serenata - Volume 7
  • 1975 - O Violão Brasileiro De Dilermando Reis
  • 1976 - Concerto Nº 1 Para Violão E Orquestra
  • 1977 - O Melhor De Dilermando Reis
  • 1978 - Dilermando Reis
  • 1978 - Presença De Dilermando Com Orquestra de Radamés
  • 1978 - Dilermando Reis No Choro
  • 1979 - Aplausos
  • 1986 - Violão Brasileiro
  • 1988 - Dilermando Reis Interpreta Pixinguinha
  • 2004 - Noite De Estrelas (CD)

Fonte: Wikipédia e NetSaber
Indicação: Moacir Teles Maracci

José Roberto Bertrami


JOSÉ ROBERTO BERTRAMI
(66 anos)
Cantor, Arranjador e Pianista

* Tatuí, SP (21/02/1946)
+ Rio de Janeiro, RJ (08/07/2012)

José Roberto Bertrami foi um cantor, arranjador e pianista brasileiro, integrante da banda Azymuth. Fez sucesso com a música "Linha do Horizonte". Com mais de quarenta anos de carreira, lançou 27 trabalhos, entre LPs e CDs. Em Portugal, teve quatro compactos duplos que foram lançados na época da Jovem Guarda.

O trio formado por José Roberto Bertrami (teclados), Alex Malheiros (baixo) e Ivan Conti Mamão (bateria) começaram a carreira tocando no Canecão, no Rio, no início dos anos 70. Na época, o trio formou o Grupo Seleção, e se apresentava em diversas casas noturnas cariocas. O nome Azymuth veio em 1973, após a gravação da trilha sonora do filme "O Fabuloso Fittipaldi".

O primeiro sucesso da banda veio dois anos mais tarde, com o disco "Linha do Horizonte". Como arranjadores, trabalharam com artistas como Raul Seixas, Tim Maia, Erasmo Carlos, Marcos Valle, Gonzaguinha, Odair José, Elis ReginaRita Lee, entre outros.

No ano em que lançou "Águia Não Come Mosca" (1977), o Azymuth foi convidado para o Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, e tornou-se o primeiro grupo brasileiro a participar do prestigiado evento. Com a carreira internacional ascendente, no ano seguinte o trio fez uma turnê pelos Estados Unidos e, em 1979, gravou seu primeiro álbum internacional, "Light As A Feather", pela Milestone Records.

A música "Jazz Carnival" foi responsável pelo sucesso da banda no exterior. Ela manteve o disco no topo das paradas britânicas por um ano e, com isso, fez o Azymuth entrar para o Guinness Book (Livro dos Recordes).

No mesmo ano, José Roberto Bertrami foi substituído por Jota Moraes no Azymuth, mas dois anos depois retornou.

Em 1995, o Azymuth assinou com a Far Out Recordings, pela qual lançou cerca de dez discos, incluindo o trabalho mais recente, "Aurora", de 2011.

Pela vendagem dos discos, recebeu vários prêmios e troféus importantes do cenário artístico brasileiro. Participou de vários programas de televisão no eixo Rio-São Paulo. Além disso, foi muito aplaudido em shows realizados na Colômbia e no Paraguai.

José Roberto Bertrami viveu seus últimos anos de vida na cidade do Rio de Janeiro.


Morte

José Roberto Bertrami morreu no domingo, 08/07/2012, aos 66 anos, no Rio de Janeiro. A notícia foi divulgada na página oficial do grupo no Facebook. O músico estava internado havia dois meses com Insuficiência Hepática, e morreu em consequência deste problema após uma internação que durou dois meses. O enterro ocorreu na segunda-feira, 09/07/2012, no Cemitério São João Batista.

"Luto. É com muita tristeza em nossos corações que anunciamos o falecimento do nosso irmão de som José Roberto Bertrami, após um período de luta. Alex Malheiros & Ivan Conti Mamão", dizia o comunicado assinado pelos parceiros Alex Malheiros e Ivan Conti.

Em outro post, junto com a foto de Bertrami, Ivan publicou outro texto:

"(...) bastava apenas um olhar e sabíamos onde alcançar o voo de novos sucessos pelo mundo. (...) Chegou a um ponto que nada nos separava. E de maneira nenhuma a sua maestria e sua amizade vai nos deixar... Foram 45 anos juntos. Eu e Alex, os seus eternos companheiros de Azymuth. Vá em paz. Vá com Deus."

Ed Motta também lamentou a morte de José Roberto Bertrami na rede social, lembrando que ouviu o Azymuth pela primeira vez quando tinha dez anos de idade. "Bertrami foi um embaixador da cultura brasileira sem ser brasilianista, careta, regional. Sempre fez música super brasileira mas através de teclados elétricos, sintetizadores analógicos. (...) Bertrami manjava do comping de jazz aliado aos grooves, as levadas brasileiras", exalta o músico. "Fico mega triste também porque estava para convidar o Bertrami para tocar no meu novo disco, isso já estava no papel desde o começo..."


Em seu site oficial, a gravadora Far Out Recordings publicou uma nota sobre a morte do músico:

"Zé Bertrami ficou conhecido por criar o fascinante 'samba doido', uma mistura de samba, jazz, funk e rock com um contagiante suingue que teve uma grande influência na música brasileira por meio de seus projetos solo e colaborações", diz o comunicado. "Joe Davis e Far Out Recordings perderam um de seus amigos mais queridos e o músico mais talentoso que lapidou a sonoridade do selo e a música brasileira por cinco décadas. Sentiremos muito a falta dele."

Ed Lincoln

EDUARDO LINCOLN BARBOSA SABÓIA
(80 anos)
Compositor, Instrumentista, Arranjador e Produtor Musical

* Fortaleza, CE (31/05/1932)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/07/2012)

Ficou conhecido no Brasil, a partir da década de 1960, como "O Rei dos Bailes". Dono de um estilo inconfundível, através de seu instrumento, o órgão, fez um sucesso imensurável nos anos 1960 e 70 com sua banda que reunia sempre os melhores músicos do Rio de Janeiro. Ed Lincoln foi expressão musical à época ao lado de nomes como Walter Wanderley, Djalma Ferreira e Lafayette.

Mais conhecido como Ed Lincoln, em Fortaleza, CE, onde nasceu, começou a vida como revisor e depois como redator no Jornal do Povo. Foi para o Rio de Janeiro em 1951 onde iniciou a carreira artística tocando contrabaixo em clubes e Jam Sessions. Depois passou para piano e depois Órgão Hammond. Trabalhou com Luiz Eça e Dick Farney na década de 50 e fez parte de conjuntos de casas noturnas.

Sua estréia fonográfica foi em 1955, como contrabaixista do LP "Uma Noite no Plaza", do Trio Plaza. No mesmo ano, Ed Lincoln formou seu conjunto e gravou seu primeiro disco solo, interpretando "Amanhã Eu Vou" e "Nunca Mais".

De 1955 a 1958, seu conjunto tocou na Boate Drink, sendo dirigido por Djalma Ferreira. No início dos anos 60, além de comandar seu conjunto, criou um estilo na execução de órgão, que se tornou moda em bailes da época. Depois gravou LPs pela Musidisc, gravadora da qual foi diretor musical e arranjador. Depois fundou seu próprio selo, o DeSavoya. Nos anos de 1970 lançou um LP pela CID.

Em toda a sua carreira, foi acompanhado por músicos consagrados como Bebeto Castilho, Wilson das Neves, Durval Ferreira, Humberto Garin, Celinho, Cláudio Roditi, Luiz Alves, Paulinho Trompete, Alex Malheiros e Márcio Montarroyos.

Em 1963, Ed Lincoln sofreu um grave acidente de carro, e ficou afastado de suas atividades artísticas por 7 meses. Seu substituto nessa época foi Eumir Deodato.

Em 1989, Ed Lincoln lançou o album "Novo Toque", uma coletânea com regravações de grandes sucessos, gravada em um microcomputador "Commodore 64".

Em 2000, Ed Lincoln participou da gravação da faixa "Conversa Mole", para o disco "Segundas Intenções" de Ed Motta, e em 2007 da gravação de "Sem Compromisso", para o disco do DJ Marcelinho da Lua.

Em 2010 cineasta Marcelo Almeida filmou o documentário "Ed Lincoln - O Rei do Sambalanço".


Morte

Depois de anos sofrendo com limitação de movimentos devido à um acidente, Ed Lincoln, o "Rei dos Bailes", faleceu no Rio de Janeiro, na segunda-feira, 16/07/2012, aos 80 anos de idade, após dez dias internado, vítima de Insuficiência Respiratória. Foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

O Rei dos Bailes

O movimento é sempre o mesmo. O Brasil gera, depois esquece. Em seguida o estrangeiro descobre e resgata. Só então nós voltamos a dar valor. Com o fortalezense Eduardo Lincoln Barbosa Sabóia, nascido em 31 de maio de 1932, não seria diferente. Após trabalhar como jornalista em sua terra natal, mudou-se aos 19 anos para o Rio de Janeiro para tentar a vida como músico. Começou como baixista, até que assumiu o piano e o órgão eletrônico. E foi aí que ele se consagrou como o "Rei dos Bailes".

Não é a toa que foi este o nome dado ao box lançado recentemente pelo selo Discobertas. Reunindo os seis discos lançados pelo músico entre 1960 e 1966, traz um apanhado de sucessos nacionais e internacionais da época, além de composições próprias, tudo com foco das melhores pistas de dança do Brasil. Lançados originalmente pela Musidisc, da qual foi diretor artístico, os discos de "O Rei dos Bailes" tiveram o som recuperado a partir das fitas originais. As capas originais e os textos escritos à época por Sebastião Fonseca também foram recuperados.


No repertório, jazz, samba e bossa nova, tudo com um forte acento dançante que conquistou as pistas inglesas no início deste século. Enquanto os DJs europeus iniciaram uma garimpagem eletrônica da obra do pianista, o selo inglês Whatamusic.com relançou em Cd o disco "Ed Lincoln", de 1968. "O Amor e a Rosa", "Mulher de Trinta", influência do jazz, são algumas das músicas que encantaram os ingleses e que estão presentes na caixa, com destaque para arranjo soberbo da "Aquarela do Brasil". Por ali, infelizmente não citados numa ficha técnica, também estão muitos dos grandes músicos brasileiros, como Emílio Santiago, Silvio César, Tony Tornado, Durval Ferreira e Wilson das Neves.

"Os músicos eram catados a dedo", confirma o músico Orlandivo, também presente naquelas sessões. Ele, que inclusive co-assina algumas canções como D’Orlan (por questões contratuais), conta que a competição era grande, mas não havia páreo para a banda de Ed Lincoln, que sempre procurava meios para cada músico se desenvolver sozinho. "Por isso as pessoas eram boas. Não tinha ensaio, era só dar o tom".

Orlandivo lembra que outros grupos de baile esperavam os lançamentos de Ed Lincoln pra saber o que ele estava fazendo. "Por que era garantia de sucesso", lembra, apesar de confessar que não era tanto dinheiro que entrava. "Não era tanto dinheiro assim, mas deu pra fazer um pé de meia. Mas olhe, além de eu gostar de fazer, ainda tinha um dinheirinho na mão. Tá bom, Né?", brinca.

Os bailes só diminuíram de frequência em 1963, quando Ed Lincoln sofreu um acidente automobilístico que deixou sentindo dores fortes na coluna e o obrigaram a se apresentar eventualmente usando colete. Com o lançamento no ano seguinte do disco "A Volta", ele deu continuidade à carreira de shows e gravações.

Fonte: WikipédiaÚltimo Segundo IGO Povo On Line e Arquivo do Samba Rock
Indicação: Miguel Sampaio Monte

Edson Frederico

EDSON FREDERICO BARBOSA CAVALCANTE
(63 anos)
Arranjador e Maestro

* Rio de Janeiro, RJ (07/05/1948)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/12/2011)

Edson Frederico iniciou sua carreira artística em 1965 como pianista em shows de Vinicius de Moraes e Elis Regina.

Em 1970, foi contratado pela TV Tupi, inicialmente como pianista e, em seguida, como orquestrador, permanecendo na emissora até 1974.

Na década de 70, foi pianista da Banda Veneno, do maestro Erlon Chaves, e gravou com Antônio Carlos & Jocafi, Marília Medalha e Rosinha de Valença. Regeu a cantora Sylvie Vartan na entrega do Prêmio Molière, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Apresentou-se, ainda, em diversas casas noturnas cariocas como Flag, Number One, Chico's Bar, Alô Alô, acompanhando Carol Rodgers, e Calígula.

Foi contratado como maestro e orquestrador da TV Globo em 1974, estreando como diretor musical do programa "Sandra & Miéle" e escrevendo as trilhas sonoras para os seriados "Malu Mulher" e "Carga Pesada".

Em 1975, lançou o LP "Edson Frederico".

Atuou como maestro e orquestrador do show "Tom Vinicius, Toquinho e Miucha", realizado no Canecão, RJ, em 1977.

Em 1980, formou a Orquestra Metalúrgica Dragão de Ipanema, inaugurando a casa noturna Noites Cariocas, no Morro da Urca, RJ.

Assinou a direção musical do programa "Clodovil Em Noite De Gala" da CNT, Curitiba, PR, regendo a Orquestra Sinfônica do Paraná, em 1993.


No teatro, atuou como:

  • 1974 - Pianista do musical "Pippin", de Hirson e Schwart, Teatro Adolpho Bloch, RJ.
  • 1980 - Diretor musical e maestro do musical "Evita", de Rice e Webber, Teatro João Caetano, RJ.
  • 1980 - Orquestrador, regente e diretor musical de "Vargas", de Dias Gomes e Ferreira Gullar, Teatro João Caetano, RJ.
  • 1985 - Diretor musical e regente de "Orfeu da Conceição", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, Centro Cultural Banco do Brasil e Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
  • Diretor musical da peça "O Doente Imaginário", de Molière, direção de Moacyr Góes.
  • Diretor musical da peça "Arte", direção de Mauro Rasi, Teatro das Artes.

No mercado fonográfico, atuou como pianista, orquestrador e regente dos seguintes discos: "Flor de Liz", de Djavan (1976), "Banda do Zé Pretinho", de Jorge Bem, hoje Jorge Benjor, "Love Brazil", de Sarah Vaughan, "Gota D'água", de Bibi Ferreira, "Mulher", de Lúcio Alves, "Sonia Santos", "Maria Creuza", "Copacabana", de Sarah Vaughan (1979), "Evita" (1980), "Roberto Carlos" (1983), "Xanti" e "Soneto", do grupo Homem de Bem (1993).

Em 1985, formou a Rio Pop's Orquestra, com a qual participou de eventos como o Fest Rio, Multimoda e Gunnar Rio Sul, além de gravar trilhas sonoras para campanhas publicitárias do Banco do Brasil 180 Anos, Xerox, Carlton, Coca-Cola, entre outras.

Em 1997, lançou o CD "Edson Plays Maranezi".

Apresentou-se na casa noturna Ritmo, em 1998, como pianista do show de Liza Minelli.

Em 1999, publicou o songbook "O Melhor de Edson Frederico" (Ed. Vitale) .

Em 2000, fez arranjos e regência para o "Especial 100 Anos de MPB" da TV Globo. Nesse mesmo ano, lançou o livro "Música: Uma Breve História" (Ed. Vitale).

Morte

Edson Frederico morreu no Rio de Janeiro vítima de insuficiência respiratória e esclerose lateral amiotrófica, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Ele estava internado desde o último dia 20 no Hospital Municipal Lourenço Jorge, com pneumonia e enfisema crônico.

Há 10 anos o músico morava no Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, onde se recuperava de um Acidente Vascular Cerebral.

O enterro ocorreu no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Edson deixou duas filhas.