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Guilherme de Pádua

GUILHERME DE PÁDIA THOMAZ
(53 anos)
Ator, Pastor e Assassino

☼ Belo Horizonte, MG (02/11/1969)
┼ Belo Horizonte, MG (06/11/2022)

Guilherme de Pádua Thomaz foi um ator, pastor e assassino nascido em Belo Horizonte, MG no dia 02/11/1969.

Guilherme de Pádua ficou nacionalmente conhecido por ter assassinado brutalmente a atriz Daniella Perez, sua colega de elenco e par romântico na novela "De Corpo e Alma" (1992). Daniella Perez era filha de Gloria Perez, autora da telenovela.

O crime ocorreu em 28/12/1992, quando Guilherme de Pádua, com a ajuda da sua então esposa Paula Nogueira Thomaz (atualmente Paula Nogueira Peixoto), assassinou Daniella Perez utilizando um instrumento perfurocortante (uma tesoura segundo Guilherme de Pádua, um punhal segundo o autor da autópsia).

Nascido em Belo Horizonte, MG, anos depois Guilherme de Pádua deixou a cidade e mudou-se para o Rio de Janeiro, para tentar a carreira artística.

Como ator, atuou no filme alemão "Via Appia" (1989) como o garoto de programa José. Fez uma pequena participação na telenovela "Mico Preto" (1990), interpretando Narciso e, atuou na telenovela "De Corpo e Alma" (1992) como o motorista de ônibus Bira, ambas da TV Globo.

Guilherme de Pádua tinha 23 anos quando cometeu o crime e sua então esposa, Paula Nogueira Thomaz, estava grávida.

Guilherme de Pádua e Daniella Perez
O Assassinato de Daniella Perez

Em 28/12/1992, Guilherme de Pádua assassinou a atriz Daniella Perez, junto com sua então esposa Paula Nogueira Thomaz. A motivação do crime seria profissional, pois Guilherme de Pádua havia "perdido espaço" na novela. Daniella Perez era filha da autora da novela em que atuava e existia o ciúme de Paula Nogueira Thomaz em relação a atriz.

O casal emboscou Daniella Perez em frente a um posto de gasolina, situação vista e confirmada por dois frentistas. Quando Daniella Perez deixou o posto, Guilherme de Pádua, com Paula Thomaz escondida no banco de trás, fechou o carro de Daniella Perez, que desceu do veículo.

Guilherme de Pádua então lhe deu um soco e forçou a atriz a entrar no carro do casal, um Volkswagen Santana. Paula Thomaz então assumiu a direção, enquanto Guilherme de Pádua pegou o Ford Escort da atriz, com o qual seguiu para o local do crime. Foi neste momento que outra testemunha, um advogado, viu a cena e seguiu os dois carros por algum tempo.

Guilherme de Pádua e Paula Thomaz então seguiram até um matagal da Barra da Tijuca, onde mataram a atriz e deixaram seu corpo.

A Folha de S.Paulo escreveu:
"O laudo cadavérico da atriz Daniella Perez indica que ela teve entre 16 e 20 ferimentos. A maioria deles estava concentrada na região mamária esquerda - sobre o coração - e o restante, no pescoço. Os ferimentos causaram uma grande hemorragia interna. O pulmão esquerdo foi perfurado e recebeu muito sangue. O coração apresentava oito perfurações e o pescoço, quatro - uma delas atingindo tecidos profundos e causando infiltração de sangue na traquéia. Além desses ferimentos, o corpo mostrava também escoriações no ombro, que poderiam indicar, de acordo com o médico legista Nelson Massini, que ela tenha sido arrastada."
(Segundo a Folha de S.Paulo)

O crime teria sido motivado por inveja, cobiça e vingança, já que, segundo a acusação, Guilherme de Pádua assediava Daniella Perez em busca de uma maior participação de seu personagem na novela. Sem obter êxito em suas investidas e ao ver que seu personagem não ia aparecer em dois capítulos da novela na semana do crime, acreditou que Daniella Perez teria contado sobre suas perseguições a sua mãe, como forma de prejudicá-lo.

Em entrevista, Gloria Perez explicou que não diminuiu a participação de Guilherme de Pádua na novela para prejudicá-lo. Ela conta que, naquela semana, recebeu ordens superiores da TV Globo para não tratar de sequestro na novela, porém ela já tinha escrito capítulos sobre o tema. Em consequência, muitas cenas tiveram que ser cortadas e foi por isso que o personagem de Guilherme de Pádua na novela acabou sumindo por dois capítulos.

Após o corpo ser encontrado e com a grande repercussão do caso na imprensa, Guilherme de Pádua chegou a ir a delegacia confortar a mãe e abraçar o marido de Daniella Perez.

Investigação Policial, Prisão e Pena

Na noite do assassinato, uma testemunha havia visto uma movimentação estranha no local do crime e anotou detalhes dos carros, como as placas, tendo posteriormente ligado para a polícia. No local onde o corpo foi encontrado, a polícia encontrou apenas o Ford Escort de Daniella Perez, mas não o outro veículo. No entanto, com os dados do outro veículo em mãos, os investigadores foram até o estúdio da TV Globo e reconheceram o carro de Guilherme de Pádua, que se encaixava na descrição da testemunha. Posteriormente, descobriram que o assassino alterou a placa, o que mostra a premeditação do crime.

A Justiça ordenou a prisão em flagrante de Guilherme de Pádua e ele foi preso. Contudo, a prisão do ator durou poucos dias, pois o seu advogado entrou com um recurso e o juiz concedeu-lhe liberdade provisória, sob a alegação de que a prisão em flagrante tinha sido ilegal.

Após sair da cadeia, Guilherme de Pádua desapareceu. Após alguns dias, uma nova decisão judicial decretou a prisão preventiva do ator, que passou a ser considerado foragido. O desaparecimento de Guilherme de Pádua causou revolta e os atores da novela fizeram um mutirão para encontrá-lo, interfonando a esmo em prédios da Zona Sul do Rio de Janeiro, à procura do ator. Após alguns dias foragido, Guilherme de Pádua se entregou às autoridades.

Após Guilherme de Pádua confessar o crime, o casal foi preso por homicídio duplamente qualificado -  por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.

Em 25/01/1997, Guilherme de Pádua e Paula Thomaz foram condenados por homicídio qualificado, com motivo torpe, a 19 anos e seis meses de cadeia.

Guilherme de Pádua chega ao presídio Ari Franco, em Água Santa, em 1997.
Desdobramentos

Em 1995, enquanto estava preso, Guilherme de Pádua escreveu o livro "História Que o Brasil Desconhece", editado pela Escriba Editora Multimídia de Artes Gráficas. Ele pretendia lançá-lo durante a Bienal do Livro do Rio daquele ano, mas uma liminar conseguida por Glória Perez suspendeu o lançamento, tendo sido oficiado à Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais para que fizesse a apreensão dos exemplares. Glória Perez obteve então decisão judicial condenando Guilherme de Pádua e a editora a uma multa de R$ 20 mil por cada dia em que a decisão não fosse cumprida, entre 20/08/1995 a 09/04/1996.

A venda do livro foi proibida porque, segundo a decisão judicial, diminuiria a imagem e a honra de Daniella Perez. Contudo, o livro foi distribuído aos jurados pelo advogado de Gloria Perez como uma maneira de provar as injúrias e difamações que Guilherme de Pádua fazia contra a vítima.

O assassinato de Daniella Perez mobilizou o Brasil e causou revolta na sociedade, com muitos brasileiros exigindo o endurecimento das leis penais. O Congresso brasileiro chegou a debater a pena de morte, mas o projeto não andou.

Em 1993, a mãe de Daniella Perez, iniciou um movimento com vistas a tornar o homicídio qualificado crime hediondo, de modo que os condenados por esse crime passassem a ter de cumprir mais tempo de prisão para conseguir mudar para o regime aberto ou para ter a progressão de pena. Mesmo numa época em que as pessoas não tinham acesso à Internet, em apenas três meses Gloria Perez conseguiu recolher 1,3 milhão de assinaturas para o seu projeto de lei, após percorrer programas de rádio, televisão e grandes shows de música para pedir a adesão das pessoas. Os papéis passavam de mão em mão.

Em outubro de 1993, Gloria Perez entregou as assinaturas ao Congresso Nacional. A nova lei foi aprovada em agosto de 1994 e sancionada pelo presidente Itamar Franco no mês seguinte. Todavia, a nova lei não pôde ser aplicada no caso de Daniella Perez, uma vez que o direito brasileiro não permite que uma lei mais severa retroaja para prejudicar alguém.

Guilherme de Pádua é mencionado em um capítulo do livro da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, "Mentes Perigosas: O Psicopata Mora ao Lado".

Guilherme de Pádua e Paula Maia
Vida Após a Prisão e Liberdade

Guilherme de Pádua foi solto em 14/10/1999, após ficar preso por seis anos e nove meses, o que significa o cumprimento de um terço da pena. Em entrevista, o promotor Francisco Cembranelli afirmou:
"Foi um delito que ficou praticamente impune. Foi até uma pena alta (19 anos para ele e 18 anos e meio para ela), mas eles cumpriram muito pouco tempo!"
O promotor refere-se ao direito à progressão de regime existente na lei penal brasileira, fazendo com que o condenado não cumpra o total da pena em regime fechado.

Guilherme de Pádua se separou de Paula Thomaz e em março de 2006, casou-se com a produtora de moda Paula Maia, 14 anos mais nova e que havia conhecido na igreja que ambos frequentavam.

Em abril de 2010, Guilherme de Pádua foi entrevistado no Programa do Ratinho e, pelo Twitter, Glória Perez afirmou que Guilherme de Pádua não era mais réu, logo, não estava mais protegido pelo direito de mentir que a lei brasileira concede a réus. Portanto, qualquer declaração mentirosa resultaria em processo. Assim, Guilherme de Pádua recusou-se a responder perguntas sobre o caso para não ser processado.

Em junho de 2010, foi noticiado que sua mulher, Paula Maia, estaria lançando um livro contando a história do marido: "Que Amor é Esse? A história Real de Guilherme de Pádua".

Em 2012, Guilherme de Pádua começou a trabalhar na empresa Itaipu Vidros como Gerente de TI. Em 9 de dezembro deste mesmo ano, ele foi entrevistado no programa Domingo Espetacular, no quadro "A Grande Reportagem", contando para Marcelo Rezende sua versão sobre o assassinato, versão esta que já fora modificada várias vezes. Disse nesta entrevista, por exemplo, que não bateu em Daniella Perez depois de abordar a vítima, desmentindo as duas testemunhas oculares.
"Os frentistas Flávio de Almeida Bastos e Danielson da Silva Gomes, ao deporem ontem à tarde pela primeira vez no 2.º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, confirmaram que viram o ator Guilherme de Pádua dar um soco na atriz Daniella Perez, agarrá-la pelo pescoço e colocá-la à força no carro do ator!"
(Folha de S.Paulo em 08/01/1994)

Guilherme de Pádua e Luciana Lacerda
Em 2014, o casamento de Guilherme de Pádua e Paula Maia chegou ao fim. Ela falou para a imprensa posteriormente, em agosto de 2015, que ele era "um grande manipulador".

Guilherme de Pádua foi condenado em 29/04/2016 a pagar uma indenização de 500 salários mínimos (cerca de R$ 440 mil na época) à mãe, a escritora Gloria Perez, e ao marido da atriz, o ator Raul Gazolla. Além disso, Guilherme de Pádua ainda teve que arcar com as despesas de sepultamento e funeral de Daniella Perez e com os custos processuais e honorários de advogados, valor estipulado em 10% sobre a condenação.

Em 14/03/2017, Guilherme de Pádua casou-se pela terceira vez, com a estilista Juliana Lacerda. Em dezembro de 2017, se tornou pastor na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte.

Em 24/05/2020, Guilherme de Pádua chamou a atenção por comparecer a uma manifestação pró Bolsonaro com Juliana Lacerda, gerando indignação de usuários no Twitter.

Em agosto de 2022, Guilherme de Pádua postou um vídeo em seu canal do YouTube, pedindo perdão para a mãe de Daniella Perez, a autora Gloria Perez, e para o viúvo, o ator Raul Gazolla. O vídeo gerou muita revolta, com acusações de que Guilherme de Pádua não estava sendo sincero, e que só teria gravado o vídeo devido à repercussão gerada pelo lançamento de um documentário sobre a morte de Daniella Perez na HBO Max.

Também em agosto houve rumores de que Guilherme de Pádua e Juliana Lacerda, sua esposa, teriam tido um encontro com o então presidente Jair Bolsonaro, pois Juliana postou uma foto com Michelle Bolsonaro, esposa do presidente. Contudo, tanto Bolsonaro quanto Guilherme de Pádua negaram o encontro. Nas redes sociais, Juliana Lacerda afirmou que participou de uma cerimônia religiosa em que Michelle estava, momento em que entrou numa fila para conseguir tirar uma foto com a primeira-dama, afirmando ainda que Michelle Bolsonaro nem sabia quem ela era e que nunca tinha conversado com ela antes.

Morte

Guilherme de Pádua faleceu no domingo, 06/11/2022, aos 53 anos, em sua residência na cidade de Belo Horizonte, MG, vítima de um infarto.

A informação da morte foi divulgada pelo pastor Márcio Valadão, fundador da Igreja Batista da Lagoinha, onde Guilherme de Pádua atuava como pastor, durante uma transmissão ao vivo pelas redes sociais. Na parte da manhã, Guilherme de Pádua havia frequentado a igreja, como fazia todos os domingos, e conversado com frequentadores.

O corpo de Guilherme de Pádua foi velado desde às 10h30 da manhã de segunda-feira, 07/11/2022, na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte. A cerimônia foi fechada e teve um esquema de segurança que impedia a entrada de imprensa e curiosos, sendo restrita a familiares e membros da igreja.

O sepultamento de Guilherme de Pádua ocorreu no cemitério Parque da Colina, às 14h30. 

Sorrindo, pastor Márcio Valadão anuncia morte de Guilherme de Pádua
Curiosidades Macabras Sobre a Morte de Guilherme de Pádua

Pastor
Márcio Valadão, pastor da Igreja Batista Lagoinha, foi quem informou na noite de domingo, 06/11/2022, durante uma live no Instagram, a morte de Guilherme de Pádua. O religioso deu o que falar nas redes sociais ao aparecer com um sorriso no rosto ao dar a trágica notícia.

Estreia da Novela Explode Coração
A morte de Guilherme de Pádua ocorreu no dia 06/11/2022, justamente 27 anos após a estreia da novela "Explode Coração" que aconteceu no dia 06/11/1995, que marcou a volta de Gloria Perez à televisão após o assassinato da filha.

Paródia "Enfarta Coração"
Em 1995, o programa "Casseta & Planeta", que costumava fazer paródias das principais novelas da TV Globo, criou uma para a trama de Gloria Perez "Explode Coração", que virou "Enfarta Coração". Coincidentemente, Guilherme de Pádua morreu vítima de um infarto.

Punhal no Coração
Daniella Perez foi assassinada com mais de 18 facadas no coração, e quase 30 anos depois, Guilherme de Pádua morreu de infarto. É como se o assassino tenha sofrido uma espécie de karma astral.

Astróloga
A astróloga Mônica Bounfiglio realizou a leitura do mapa astral de Guilherme de Pádua, três meses antes da morte do ex-ator. Na ocasião, ela disse que ele estaria com medo de morrer.

Morte no Ano de Lançamento da Série "Pacto Brutal"
Guilherme de Pádua faleceu no mesmo ano que a HBO Max lançou "Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez", uma série documental que aborda o crime e traz relatos inéditos de familiares e dos amigos mais próximos de Daniella Perez, incluindo sua mãe, a autora Gloria Perez, que encabeça todo o caso.

Fonte: Wikipédia
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